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O PRESIDENTE DA FERNANDO HENRIQUE Princípios Fundamentais

REPÚBLICA, no uso da CARDOSO


atribuição que lhe confere o Luiz Felipe de Seixas Corrêa 1. Fundamentos e Objetivos
art. 84, inciso VIII, da do Tratado
Constituição, Este texto não substitui o
publicado no D.O.U. Artigo 1o
Considerando que os 20.9.2001
Governos da República
As Partes Contratantes,
Federativa do Brasil e da Tratado de Amizade, tendo em mente a secular
República Portuguesa Cooperação e Consulta entre amizade que existe entre os
celebraram, em Porto a República dois países, concordam em
Seguro, em 22 de abril de Federativa do Brasile a que suas relações terão por
2000, Tratado de Amizade, República Portuguesa base os seguintes princípios
Cooperação e Consulta;
e objetivos:
O Governo da República
Considerando que o Federativa do Brasil 1. o desenvolvimento
Congresso Nacional aprovou e econômico, social e cultural
esse Acordo por meio do O Governo da República alicerçado no respeito os
Decreto Legislativo no 165, Portuguesa direitos e liberdades
de 30 de maio de 2001; (adiante denominados fundamentais, enunciados na
"Partes Contratantes"), Declaração Universal dos
Considerando que o Direitos do Homem, no
Tratado entrou em vigor em Representados pelo princípio da organização
5 de setembro de 2001; Ministro de Estado das democrática da Sociedade e
Relações Exteriores do do Estado, e na busca de uma
DECRETA: Brasil e pelo Ministro dos maior e mais ampla justiça
Negócios Estrangeiros de social;
Art. 1o O Tratado de Portugal, reunidos em Porto
Amizade, Cooperação e Seguro, em 22 de abril de 2. o estreitamento dos
Consulta entre a República 2000; vínculos entre os dois povos
Federativa do Brasil e a com vistas à garantia da paz
República Portuguesa, Considerando que nesse e do progresso nas relações
celebrado em Porto Seguro, dia se comemora o quinto internacionais, à luz dos
em 22 de abril de 2001, centenário do fato histórico objetivos e princípios
apenso por cópia ao presente do descobrimento do Brasil; consagrados na Carta das
Decreto, será executado e Nações Unidas;
cumprido tão inteiramente Conscientes do amplo
como nele se contém. campo de convergência de 3. a consolidação da
objetivos e da necessidade de Comunidade dos Países de
Art. 2o São sujeitos à reafirmar, consolidar e Língua Portuguesa, em que
aprovação do Congresso desenvolver os particulares e Brasil e Portugal se
Nacional quaisquer atos que fortes laços que unem os dois integram, instrumento
possam resultar em revisão povos, fruto de uma história fundamental na prossecução
do referido Tratado, bem partilhada por mais de três de interesses comuns;
como quaisquer ajustes séculos e que exprimem uma
complementares que, nos profunda comunidade de 4. a participação do
termos do art. 49, inciso I, da interesses morais, políticos, Brasil e de Portugal em
Constituição Federal, culturais, sociais e processos de integração
acarretem encargos ou econômicos; regional, como a União
compromissos gravosos ao Européia e o Mercosul,
patrimônio nacional. Reconhecendo a almejando permitir a
importância de instrumentos aproximação entre a Europa
Art. 3o Este Decreto similares que precederam o e a América Latina para a
entra em vigor na data de sua presente Tratado, intensificação das suas
publicação. relações.
Acordam o seguinte:
Brasília, 19 de setembro de Artigo 2o
2001; 180o da Independência Título I
e 113o da República.
1. O presente Tratado que os dois Estados necessidade de qualquer
de Amizade, Cooperação e participem; visto.
Consulta define os princípios
gerais que hão de reger as d) visitas recíprocas dos Artigo 7o
relações entre os dois países, membros dos poderes
à luz dos princípios e constituídos de ambos os 1. Os titulares de
objetivos atrás enunciados. países, para além das passaportes comuns válidos
referidas nas alíneas do Brasil ou de Portugal que
2. No quadro por ele anteriores, com especial desejem entrar no território
traçado, outros instrumentos incidência naquelas que da outra Parte Contratante
jurídicos bilaterais, já contribuam para o reforço da para fins culturais,
concluídos ou a concluir, são cooperação interparlamentar; empresariais, jornalísticos ou
ou poderão ser chamados a turísticos por período de até
desenvolver ou regulamentar e) reuniões de consulta 90 (noventa) dias são isentos
áreas setoriais determinadas. política entre altos de visto.
funcionários do Ministério
2. Cooperação Política e das Relações Exteriores do 2. O prazo referido no
Estruturas Básicas de Brasil e do Ministério dos parágrafo 1o poderá ser
Negócios Estrangeiros de prorrogado segundo a
Consulta e Cooperação Portugal; legislação imigratória de
cada um dos países, por um
Artigo 3o f) reuniões da Comissão período máximo de 90
Permanente criada por este (noventa) dias.
Tratado ao abrigo do Artigo
Em ordem a consolidar
os laços de amizade e de 69. Artigo 8o
cooperação entre as Partes
Contratantes, serão Artigo 5o A isenção de vistos
intensificadas a consulta e a estabelecida no Artigo
cooperação política sobre A consulta e a anterior não exime os seus
questões bilaterais e cooperação nos domínios beneficiários da observância
multilaterais de interesse cultural e científico, das leis e regulamentos em
comum. econômico e financeiro e em vigor, concernentes à entrada
outros domínios específicos e permanência de
Artigo 4o processar-se-ão através dos estrangeiros no país de
mecanismos para tanto ingresso.
A consulta e a previstos no presente Tratado
e nos acordos setoriais Artigo 9o
cooperação política entre as
relativos a essas áreas.
Partes Contratantes terão
como instrumentos: É vedado aos
Título II beneficiários do regime de
a) visitas regulares dos isenção de vistos
Presidentes dos dois países; Dos Brasileiros em Portugal estabelecido no Artigo 6º o
e dos Portugueses no Brasil exercício de atividades
b) cimeiras anuais dos profissionais cuja
dois Governos, presididas 1. Entrada e remuneração provenha de
Permanência de Brasileiros fonte pagadora situada no
pelos chefes dos respectivos
em Portugal e de país de ingresso.
Executivos;
Portugueses no Brasil
c) reuniões dos Artigo 10
o
responsáveis pela política Artigo 6
externa de ambos os países, a As Partes Contratantes
realizar, em cada ano, Os titulares de trocarão exemplares dos seus
alternadamente, no Brasil e passaportes diplomáticos, passaportes em caso de
em Portugal, bem como, especiais, oficiais ou de mudança dos referidos
sempre que recomendável, serviço válidos do Brasil ou modelos.
no quadro de organizações de Portugal poderão entrar
internacionais, de caráter no território da outra Parte Artigo 11
universal ou regional, em Contratante ou dela sair sem
Em regime de O estatuto de igualdade Governo do Estado da
reciprocidade, são isentos de será atribuído mediante nacionalidade.
toda e qualquer taxa de decisão do Ministério da
residência os nacionais de Justiça, no Brasil, e do Artigo 19
uma das Partes Contratantes Ministério da Administração
residentes no território da Interna, em Portugal, aos Não poderão prestar
outra Parte Contratante. brasileiros e portugueses que
serviço militar no Estado de
o requeiram, desde que
residência os brasileiros e
2. Estatuto de Igualdade civilmente capazes e com
portugueses nas condições
entre Brasileiros e residência habitual no país
do artigo 12. A lei interna de
Portugueses em que ele é requerido. cada Estado regulará, para
esse efeito, a situação dos
Artigo 12 Artigo 16 respectivos nacionais.

Os brasileiros em O estatuto de igualdade Artigo 20


Portugal e os portugueses no extinguir-se-á com a perda,
Brasil, beneficiários do pelo beneficiário, da sua
O brasileiro ou
estatuto de igualdade, nacionalidade ou com a
português, beneficiário do
gozarão dos mesmos direitos cessação da autorização de
estatuto de igualdade, que se
e estarão sujeitos aos permanência no território do ausentar do território do
mesmos deveres dos Estado de residência. Estado de residência terá
nacionais desses Estados, direito à proteção
nos termos e condições dos Artigo 17 diplomática apenas do
Artigos seguintes. Estado da nacionalidade.
1. O gozo de direitos
Artigo 13 políticos por brasileiros em Artigo 21
Portugal e por portugueses
1. A titularidade do no Brasil só será reconhecido
Os Governos do Brasil
estatuto de igualdade por aos que tiverem três anos de
e de Portugal comunicarão
brasileiros em Portugal e por residência habitual e depende reciprocamente, por via
portugueses no Brasil não de requerimento à autoridade diplomática, a aquisição e
implicará em perda das competente.
perda do estatuto de
respectivas nacionalidades. igualdade regulado no
2. A igualdade quanto presente Tratado.
2. Com a ressalva do aos direitos políticos não
disposto no parágrafo 3o do abrange as pessoas que, no Artigo 22
Artigo 17, os brasileiros e Estado da nacionalidade,
portugueses referidos no houverem sido privadas de
direitos equivalentes. Aos brasileiros em
parágrafo 1o continuarão no
Portugal e aos portugueses
exercício de todos os direitos no Brasil, beneficiários do
e deveres inerentes às 3. O gozo de direitos
estatuto de igualdade, serão
respectivas nacionalidades, políticos no Estado de
fornecidos, para uso interno,
salvo aqueles que ofenderem residência importa na
documentos de identidade de
a soberania nacional e a suspensão do exercício dos
modelos iguais aos dos
ordem pública do Estado de mesmos direitos no Estado respectivos nacionais, com a
residência. da nacionalidade. menção da nacionalidade do
portador e referência ao
Artigo 14 Artigo 18 presente Tratado.

Excetuam-se do regime Os brasileiros e Título III


de equiparação previsto no portugueses beneficiários do
Artigo 12 os direitos estatuto de igualdade ficam
Cooperação Cultural,
expressamente reservados submetidos à lei penal do
Científica e Tecnológica
pela Constituição de cada Estado de residência nas
uma das Partes Contratantes mesmas condições em que os
aos seus nacionais. respectivos nacionais e não 1. Princípios Gerais
estão sujeitos à extradição,
Artigo 15 salvo se requerida pelo Artigo 23
1. Cada Parte Com o fim de promover 3. As Partes
Contratante favorecerá a a realização de conferências, Contratantes estimularão
criação e a manutenção, em estágios, cursos ou pesquisas entendimentos entre as
seu território, de centros e no território da outra Parte, instituições representativas
institutos destinados ao cada Parte Contratante da indústria do livro, com
estudo, pesquisa e difusão da favorecerá e estimulará o vista à realização de acordos
cultura literária, artística, intercâmbio de professores, sobre a tradução de obras
científica e da tecnologia da estudantes, escritores, estrangeiras para a língua
outra Parte. artistas, cientistas, portuguesa e sua edição.
pesquisadores, técnicos e
2. Os centros e demais representantes de 4. As Partes
institutos referidos outras atividades culturais. Contratantes organizarão,
compreenderão, através de seus serviços
designadamente, bibliotecas, Artigo 26 competentes, a distribuição
núcleos de bibliografia e coordenada das reedições de
documentação, cinematecas, 1. Cada Parte obras clássicas e das edições
videotecas e outros meios de Contratante atribuirá de obras originais feitas em
informação. anualmente bolsas de estudo seu território, em número
a nacionais da outra Parte suficiente para a divulgação
Artigo 24 possuidores de diploma regular das respectivas
universitário, profissionais culturas entre instituições e
1. Cada Parte liberais, técnicos, cientistas, pessoas interessadas da outra
pesquisadores, escritores e Parte.
Contratante esforçar-se-á por
promover no território da artistas, a fim de
outra Parte o conhecimento aperfeiçoarem seus Artigo 28
do seu patrimônio cultural, conhecimentos ou realizarem
nomeadamente através de pesquisas no campo de suas 1. As Partes
livros, periódicos e outras especialidades. Contratantes comprometem-
publicações, meios se a estimular a cooperação
audiovisuais e eletrônicos, 2. As bolsas de estudo nos campos da ciência e da
conferências, concertos, deverão ser utilizadas no tecnologia.
exposições, exibições território da Parte que as
cinematográficas e teatrais e tiver concedido. 2. Essa cooperação
manifestações artísticas poderá assumir,
semelhantes, programas Artigo 27 nomeadamente, a forma de
radiofônicos e de televisão. intercâmbio de informações
1. Cada Parte e de documentação
2. À Parte promotora Contratante promoverá, científica, técnica e
das atividades mencionadas através de instituições tecnológica; de intercâmbio
no número ou parágrafo públicas ou privadas, de professores, estudantes,
anterior caberá o encargo das especialmente institutos cientistas, pesquisadores,
despesas delas decorrentes, científicos, sociedades de peritos e técnicos; de
devendo a Parte em cujo escritores e artistas, câmaras organização de visitas e
território se realizem as e institutos de livros, o envio viagens de estudo de
manifestações assegurar toda regular de suas publicações e delegações científicas e
a assistência e a concessão demais meios de difusão tecnológicas; de estudo,
das facilidades ao seu cultural com destino às preparação e realização
alcance. instituições referidas no conjunta ou coordenada de
parágrafo 2o do Artigo 23. programas ou projetos de
3. A todo o material que pesquisa científica e de
fizer parte das referidas desenvolvimento
2. Cada Parte
manifestações será tecnológico; de apoio à
Contratante estimulará a
concedida, para efeito de edição, a co-edição e a realização, no território de
desembaraço alfandegário, importação das obras uma das Partes, de
isenção de direitos e demais exposições de caráter
literárias, artísticas,
imposições. científico, tecnológico e
científicas e técnicas de
industrial, organizadas pela
autores nacionais da outra
outra Parte Contratante.
Artigo 25 Parte.
Artigo 29 3. Serão definidas em cooperação entre as
acordo complementar as respectivas Universidades,
Os conhecimentos condições em que se instituições de ensino
tecnológicos adquiridos em considera co-produção, para superior, museus,
conjunto, em virtude da os efeitos do parágrafo bibliotecas, arquivos,
cooperação nos campos da anterior, a produção conjunta cinematecas, instituições
ciência e da tecnologia, de filmes cinematográficos, científicas e tecnológicas e
concretizados em produtos por organizações ou demais entidades culturais.
ou processos que empresas dos dois países,
representem invenções, serão bem como os procedimentos Artigo 34
considerados propriedade a observar na apresentação e
comum e poderão ser realização dos respectivos
Cada Parte Contratante
patenteados em qualquer das projetos.
promoverá a criação, nas
Partes Contratantes, respectivas Universidades,
conforme a legislação 4. Outras co-produções de cátedras dedicadas ao
aplicável. audiovisuais poderão ser estudo da história, literatura
consideradas nacionais pelas e demais áreas culturais da
Artigo 30 autoridades competentes dos outra Parte.
dois países e gozar dos
benefícios e vantagens que a
As Partes Contratantes Artigo 35
propõem-se levar a cabo a legislação de cada Parte
microfilmagem ou a inclusão Contratante assegurar às
respectivas produções, em Cada Parte Contratante
em outros suportes promoverá a inclusão nos
termos a definir em acordo
eletrônicos de documentos seus programas nacionais,
complementar.
de interesse para a memória nos vários graus e ramos de
nacional do Brasil e de ensino, do estudo da
Portugal existentes nos 2. Cooperação no Domínio literatura, da história, da
respectivos arquivos e da Língua Portuguesa
geografia e das demais áreas
examinarão em conjunto, culturais da outra Parte.
quando solicitadas, a Artigo 32
possibilidade de participação Artigo 36
nesse projeto de países de As Partes Contratantes,
tradição cultural comum. reconhecendo o seu interesse
As Partes Contratantes
comum na defesa, no
procurarão coordenar as
Artigo 31 enriquecimento e na difusão
atividades dos leitorados do
da língua portuguesa, Brasil e de Portugal em
1. Cada Parte promoverão, bilateral ou
outros países.
Contratante, com o objetivo multilateralmente, em
de desenvolver o intercâmbio especial no quadro da
Comunidade dos Países de Artigo 37
entre os dois países no
domínio da cinematografia e Língua Portuguesa, a criação
outros meios audiovisuais, de centros conjuntos para a Nos termos a definir por
favorecerá a co-produção de pesquisa da língua comum e acordo complementar,
filmes, vídeos e outros meios colaborarão na sua poderão os estudantes
audiovisuais, nos termos dos divulgação internacional, e brasileiros ou portugueses,
parágrafos seguintes. nesse sentido apoiarão as inscritos em uma
atividades do Instituto Universidade de uma das
Internacional de Língua Partes Contratantes, ser
2. Os filmes
Portuguesa, bem como admitidos a realizar uma
cinematográficos de longa ou
iniciativas privadas parte do seu currículo
curta metragem realizados
similares. acadêmico em uma
em regime de co-produção Universidade da outra Parte
serão considerados nacionais Contratante.
pelas autoridades 3. Cooperação no Domínio
competentes dos dois países do Ensino e da Pesquisa
e gozarão dos benefícios e Artigo 38
vantagens que a legislação Artigo 33
de cada Parte Contratante Também em acordo
assegurar às respectivas As Partes Contratantes complementar será definido
produções. favorecerão e estimularão a o regime de concessão de
equivalência de estudos aos que se demonstre, o disposto nos Artigos 39 a
nacionais das Partes fundamentadamente, que há 41.
Contratantes que tenham tido diferença substancial entre os
aproveitamento escolar em conhecimentos e as aptidões
estabelecimentos de um atestados pelo grau ou título
desses países, para o efeito em questão, relativamente ao Artigo 45
de transferência e de grau ou título correspondente
prosseguimento de estudos no país em que o
nos estabelecimentos da reconhecimento é requerido. 1. As Universidades no
outra Parte Contratante. Brasil e as Universidades e
demais instituições de ensino
Artigo 42 superior em Portugal,
4. Reconhecimento de Graus
associações profissionais
e Títulos Acadêmicos e de 1. Podem as para tal legalmente
Títulos de Especialização Universidades no Brasil e as habilitadas ou suas
Universidades e demais federações, bem como as
instituições de ensino entidades públicas para tanto
superior em Portugal competentes, de cada uma
Artigo 39 celebrar convênios tendentes das Partes Contratantes,
a assegurar o poderão celebrar convênios
1. Os graus e títulos reconhecimento automático que assegurem o
acadêmicos de ensino dos graus e títulos reconhecimento de títulos de
acadêmicos por elas emitidos especialização por elas
superior concedidos por
em favor dos nacionais de emitidos, em favor de
estabelecimentos para tal
uma e outra Parte nacionais de uma e outra
habilitados por uma das
Contratante, tendo em vista Parte.
Partes Contratantes em favor
de nacionais de qualquer os currículos dos diferentes
delas serão reconhecidos cursos por elas ministrados. 2. Tais convênios
pela outra Parte Contratante, deverão ser homologados
desde que certificados por 2. Tais convênios pelas autoridades
documentos devidamente deverão ser homologados competentes de ambas as
legalizados. pelas autoridades Partes Contratantes, se não
competentes em cada uma tiverem sido por elas
das Partes Contratantes se a subscritos.
2. Para efeitos do
legislação local o exigir.
disposto no Artigo anterior,
consideram-se graus e títulos 5. Acesso a Profissões e seu
acadêmicos os que Artigo 43 Exercício
sancionam uma formação de
nível pós-secundário com Sem prejuízo do que se Artigo 46
uma duração mínima de três achar eventualmente
anos. disposto quanto a numerus Os nacionais de uma
clausus, o acesso a cursos de das Partes Contratantes
Artigo 40 pós-graduação em
poderão aceder a uma
Universidades no Brasil e em
profissão e exercê-la, no
Universidades e demais
A competência para território da outra Parte
instituições de ensino
conceder o reconhecimento Contratante, em condições
de um grau ou título superior em Portugal é idênticas às exigidas aos
acadêmico pertence, no facultado aos nacionais da nacionais desta última.
outra Parte Contratante em
Brasil às Universidades e em
condições idênticas às
Portugal às Universidades e Artigo 47
exigidas aos nacionais do
demais instituições de ensino
país da instituição em causa.
superior, a quem couber Se o acesso a uma
atribuir o grau ou título
Artigo 44 profissão ou o seu exercício
acadêmico correspondente.
se acharem regulamentados
no território de uma das
Artigo 41 Com as adaptações
Partes Contratantes por
necessárias, aplica-se por disposições decorrentes da
O reconhecimento será analogia, ao reconhecimento participação desta em um
de títulos de especialização,
sempre concedido, a menos processo de integração
regional, poderão os financeiras, mediante uma com vistas a desenvolver e
nacionais da outra Parte crescente cooperação, modernizar as estruturas
Contratante aceder naquele tendente a assegurar a empresariais no Brasil e em
território a essa profissão e dinamização e a Portugal e facilitar o acesso a
exercê-la em condições modernização das novas atividades em termos
idênticas às prescritas para respectivas economias, sem competitivos no plano
os nacionais dos outros prejuízo dos compromissos internacional.
Estados participantes nesse internacionais por elas
processo de integração assumidos. Artigo 52
regional.
Artigo 50 Para alcançar os
6. Direitos de Autor e objetivos assinalados nos
Direitos Conexos Tendo em vista o Artigos anteriores propõem-
disposto no Artigo anterior, se as Partes,
Artigo 48 as Partes Contratantes designadamente:
procurarão definir,
1. Cada Parte relativamente aos diversos a) estimular a troca de
Contratante, em harmonia setores de atividade, regimes informações e de
com os compromissos legais que permitam o acesso experiências bem como a
internacionais a que tenham das pessoas físicas e realização de estudos e
aderido, reconhece e jurídicas ou pessoas projetos conjuntos de
assegura a proteção, no seu singulares e coletivas pesquisa e de planejamento
território, dos direitos de nacionais de cada uma delas ou planeamento entre
autor e direitos conexos dos a um tratamento instituições, empresas e suas
nacionais da outra Parte. tendencialmente unitário. organizações, de cada um
dos países, em ordem a
2. Nos mesmos termos e Artigo 51 permitir a elaboração de
sempre que verificada a estratégias de
reciprocidade, serão Reconhecem as Partes desenvolvimento comum,
reconhecidos e assegurados que a realização dos nos diferentes ramos de
os direitos sobre bens objetivos referidos no Artigo atividade econômica, a
informáticos. 49 requer: médio ou a longo prazo;

3. Será estudada a a) a difusão adequada, b) promover ou


melhor forma de conceder sistemática e atualizada de desenvolver ações conjuntas
aos beneficiários do regime informações sobre a no domínio da formação
definido nos dois parágrafos capacidade de oferta de bens científica, profissional e
ou números anteriores e de serviços e de tecnologia, técnica dos intervenientes em
tratamento idêntico ao dos bem como de oportunidades atividades econômicas e
nacionais no que toca ao de investimentos nos dois financeiras nos dois países;
recebimento dos seus países;
direitos. c) fomentar a
b) o acréscimo de cooperação entre empresas
Título IV colaboração entre empresas brasileiras e portuguesas na
brasileiras e portuguesas, realização de projetos
Cooperação Econômica e através de acordos de comuns de investimento
Financeira cooperação, de associação e tanto no Brasil e em Portugal
outros que concorram para o como em terceiros mercados,
seu crescimento e progresso designadamente através da
1. Princípios Gerais constituição de "joint-
técnico e facilitem o
aumento e a valorização do ventures", privilegiando as
Artigo 49 fluxo de trocas entre os dois áreas de integração
países; econômica em que os dois
As Partes Contratantes países se enquadram;
encorajarão e esforçar-se-ão c) a promoção e
por promover o realização de projetos d) estabelecer o
desenvolvimento e a comuns de investimentos, de intercâmbio sistemático de
diversificação das suas co-investimento e de informações sobre concursos
relações econômicas e transferência de tecnologia públicos ou concorrências
públicas nacionais e industriais, agrícolas e acordos para evitar a dupla
internacionais e facilitar o artesanais, nomeadamente o tributação ou de qualquer
acesso dos agentes benefício de importação outro ajuste em matéria
econômicos brasileiros e temporária, a dispensa do tributária.
portugueses a essas pagamento dos direitos de
informações; importação para mostruários 3. Cada Parte
e material de propaganda e, Contratante concederá aos
e) concertar as suas de um modo geral, a investimentos de pessoas
posições em instituições simplificação das físicas e jurídicas ou pessoas
internacionais nas áreas formalidades aduaneiras, nos singulares e coletivas da
econômicas e financeiras, termos e condições previstos outra Parte tratamento não
nomeadamente no que nas respectivas legislações menos favorável que o dado
respeita à disciplina dos internas. aos investimentos de seus
mercados de matérias primas nacionais, exceto nos casos
e estabilização de preços. 3. Cooperação no Domínio previstos pelas respectivas
dos Investimentos legislações nacionais.
Artigo 53
Artigo 56 4. Cooperação no Domínio
Entre os domínios Financeiro e Fiscal
abertos à cooperação entre as 1. Cada Parte
duas Partes, nos termos e Contratante promoverá a Artigo 58
com os objetivos fixados nos realização no seu território
artigos 49 a 52, figuram de investimentos de pessoas As Partes Contratantes
designadamente, agricultura, físicas e jurídicas ou pessoas poderão estimular as
as pescas, energia, indústria, singulares e coletivas da instituições e organizações
transportes, comunicações e outra Parte Contratante. financeiras sediadas nos seus
turismo, em conformidade territórios a concluírem
com acordos setoriais 2. Os investimentos acordos inter-bancários e
complementares. serão autorizados pelas concederem créditos
Partes Contratantes de preferenciais, tendo em conta
2. Cooperação no Domínio acordo com sua lei interna. a legislação vigente nos dois
Comercial Países e os respectivos
Artigo 57 compromissos
Artigo 54 internacionais, com vista a
facilitar a implementação de
1. Cada Parte
As Partes Contratantes Contratante garantirá, em seu projetos de cooperação
econômica bilateral.
tomarão as medidas território, tratamento não-
necessárias para promover o discriminatório, justo e
crescimento e a eqüitativo aos investimentos Artigo 59
diversificação do realizados por pessoas físicas
intercâmbio comercial entre e jurídicas ou pessoas 1. Cada Parte
os dois países e, sem quebra singulares e coletivas da Contratante atuará com base
dos compromissos outra Parte Contratante, bem no princípio da não-
internacionais a que ambas como à livre transferência discriminação em matéria
se encontram obrigadas, das importâncias com eles fiscal relativamente aos
instituirão o melhor relacionadas. nacionais da outra Parte.
tratamento possível aos
produtos comerciais com 2. O tratamento referido 2. As Partes
interesse no comércio luso- no parágrafo 1o deste Artigo Contratantes desenvolverão
brasileiro. não será menos favorável do laços de cooperação no
que o outorgado por uma domínio fiscal,
Artigo 55 Parte Contratante aos designadamente através da
investimentos realizados em adoção de instrumentos
As Partes Contratantes seu território, em condições adequados para evitar a
concederão entre si todas as semelhantes, por investidores dupla tributação e a evasão
facilidades necessárias para a de um terceiro país, salvo fiscais.
realização de exposições, aquele concedido em virtude
feiras ou certames de participação em processos 5. Propriedade Industrial e
semelhantes, comerciais, de integração regional, de Concorrência Desleal
Artigo 60 As Partes Contratantes Partes Contratantes
desenvolverão ações de desenvolverão a cooperação
Cada Parte Contratante, cooperação, designadamente no âmbito da reforma e
em harmonia com os na organização dos cuidados modernização
compromissos internacionais de saúde primários e administrativa, em temas e
a que tenha aderido, diferenciados e no controle áreas entre elas previamente
reconhece e assegura a de endemias e afirmam o seu definidos.
proteção, no seu território, interesse em uma crescente
dos direitos de propriedade cooperação em organizações 7. Ação Consular
industrial dos nacionais da internacionais na área da
outra Parte, garantindo a saúde. Artigo 67
estes os recursos aos meios
de repressão da concorrência 4. Justiça
As Partes Contratantes
desleal.
favorecerão contatos ágeis e
Artigo 64 diretos entre as respectivas
Título V administrações na área
1. As Partes consular.
Cooperação em Outras Áreas Contratantes comprometem-
se a prestar auxílio mútuo em Artigo 68
1. Meio Ambiente e matéria penal e a combater a
Ordenamento do Território produção e o tráfico ilícito de
A partir dos acordos
drogas e substâncias
setoriais vigentes, as Partes
psicotrópicas.
Artigo 61 Contratantes desenvolverão
os mecanismos de
As Partes Contratantes 2. Propõem-se também cooperação baseados na
desenvolver a cooperação em complementaridade das
comprometem-se a cooperar
matéria de extradição e redes consulares dos dois
no tratamento adequado dos
definir um quadro normativo países, de modo a estender a
problemas relacionados com
adequado que permita a proteção consular aos
a defesa do meio ambiente,
no quadro do transferência de pessoas nacionais de cada uma delas,
desenvolvimento sustentável condenadas para nos locais a serem
cumprimento de pena no país previamente especificados
de ambos os países,
de origem, bem como alargar entre ambas, onde não exista
designadamente quanto ao
ações conjuntas no campo da repartição consular brasileira
planejamento ou
administração da justiça. ou posto consular português.
planeamento e gestão de
reservas e parques nacionais,
bem como quanto à 5. Forças Armadas Título VI
formação em matéria
ambiental. Artigo 65 Execução do Tratado

2. Seguridade Social ou As Partes Contratantes Artigo 69


Segurança Social desenvolverão a cooperação
militar no domínio da defesa,
Será criada uma
Artigo 62 designadamente através de Comissão Permanente luso-
troca de informações e brasileira para acompanhar a
experiências em temas de
As Partes Contratantes execução do presente
atualidade como, entre
darão continuidade e Tratado.
outros, as Operações de Paz
desenvolverão a cooperação
das Nações Unidas.
no domínio da seguridade Artigo 70
social ou segurança social, a
partir dos acordos setoriais 6. Administração Pública
A Comissão
vigentes.
Permanente será composta
Artigo 66
por altos funcionários
3. Saúde designados pelo Ministro de
Através dos organismos Estado das Relações
Artigo 63 competentes e com recurso, Exteriores do Brasil e pelo
se necessário, a instituições e Ministro dos Negócios
técnicos especializados, as Estrangeiros de Portugal, em
número não superior a cinco As dificuldades ou seguintes instrumentos
por cada Parte Contratante. divergências surgidas na jurídicos bilaterais:
interpretação ou aplicação do
Artigo 71 Tratado serão resolvidas a) Acordo entre os
através de consultas, por Estados Unidos do Brasil e
A presidência da negociação direta ou por Portugal para a Supressão de
qualquer outro meio Vistos em Passaportes
Comissão Permanente será
diplomático acordado por Diplomáticos e Especiais,
assumida, em cada ano,
ambas as Partes. celebrado em Lisboa, aos 15
alternadamente, pelo chefe
da delegação do Brasil e pelo dias do mês de outubro de
chefe da delegação de Artigo 76 1951, por troca de Notas;
Portugal.
A composição das b) Tratado de Amizade
Artigo 72 delegações que participam e Consulta entre o Brasil e
nas reuniões da Comissão Portugal, celebrado no Rio
Permanente, ou das suas de Janeiro, aos 16 dias do
A Comissão
subcomissões, bem como a mês de novembro de 1953;
Permanente reunir-se-á
data, local e respectiva
obrigatoriamente, uma vez
ordem de trabalhos serão c) Acordo sobre Vistos
por ano, no país do
presidente em exercício e estabelecidos por via em Passaportes Comuns
poderá ser convocada por diplomática. entre o Brasil e Portugal,
iniciativa deste ou a pedido concluído em Lisboa, por
do chefe da delegação da Título VII troca de Notas, aos 9 dias do
outra Parte, sempre que as mês de agosto de 1960;
circunstâncias o Disposições Finais
aconselharem. d) Acordo Cultural
Artigo 77 entre o Brasil e Portugal,
Artigo 73 celebrado em Lisboa, aos 7
dias do mês de setembro de
1. O presente Tratado
Compete à Comissão entrará em vigor trinta dias 1966;
Permanente acompanhar a após a data da recepção da
execução do presente segunda das notas pelas e) Protocolo Adicional
Tratado, analisar as quais as Partes comunicarem ao Acordo Cultural de 7 de
dificuldades ou divergências reciprocamente a aprovação setembro de 1966, celebrado
surgidas na sua interpretação do mesmo, em conformidade em Lisboa, aos 22 dias do
ou aplicação, propor as com os respectivos processos mês de abril de 1971;
medidas adequadas para a constitucionais.
solução dessas dificuldades, f) Convenção sobre
bem como sugerir as 2. O presente Tratado Igualdade de Direitos e
modificações tendentes a poderá, de comum acordo Deveres entre Brasileiros e
aperfeiçoar a realização dos entre as Partes Contratantes, Portugueses, celebrada em
objetivos deste instrumento. ser emendado. As emendas Brasília, aos 7 dias do mês
entrarão em vigor nos termos de setembro de 1971;
Artigo 74 do parágrafo 1º.
g) Acordo, por troca de
1. A Comissão 3. Qualquer das Partes Notas, entre o Brasil e
Permanente poderá funcionar Contratantes poderá Portugal, para a abolição do
em pleno ou em denunciar o presente pagamento da taxa de
subcomissões para a análise Tratado, cessando os seus residência pelos nacionais de
de questões relativas a áreas efeitos seis meses após o cada um dos países
específicas. recebimento da notificação residentes no território do
de denúncia. outro, celebrado em Brasília,
aos 17 dias do mês de julho
2. As propostas das
de 1979;
subcomissões serão Artigo 78
submetidas ao plenário da
Comissão Permanente. O presente Tratado h) Acordo Quadro de
Cooperação entre o Governo
revoga ou ab-roga os
da República Federativa do
Artigo 75
Brasil e o Governo da
República Portuguesa,
celebrado em Brasília, aos 7
dias do mês de maio de
1991;

i) Acordo entre o
Governo da República
Federativa do Brasil e o
Governo da República
Portuguesa relativo à Isenção
de Vistos, celebrado em
Brasília, aos 15 dias do mês
de abril de 1996.

Artigo 79

Os instrumentos
jurídicos bilaterais não
expressamente referidos no
Artigo anterior
permanecerão em vigor em
tudo o que não for
contrariado pelo presente
Tratado.

Feito em Porto Seguro,


aos 22 dias do mês de abril
do ano 2000, em dois
exemplares originais em
língua portuguesa, sendo
ambos igualmente
autênticos.

Pelo Governo da República


Federativa do Brasil
Luiz Felipe Lampreia
Ministro de Estado das
Relações Exteriores

Pelo Governo da República


Portuguesa
Jaime Gama
Ministro dos
Negócios Estrangeiros

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