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1 – INTRODUÇÃO

A Engenharia de Avaliações refere-se ao ramo da engenharia responsável por estimar

o valor de um bem, seja esse imóvel urbano ou rural, maquinas e equipamentos ou

mesmo empreendimentos de diversas naturezas.

O mercado imobiliário pode ser considerado um dos setores mais complexos da

economia, onde as principais dificuldades de analise estão vinculadas a algumas

características especiais dos imóveis rurais, tais como: localização, tamanho da área,

topografia, recursos hídricos, vias de acesso, distância ao pólo de escoamento da

produção entre outros. Os imóveis são bens heterogêneos, compostos por um

conjunto diversificado de atributos, características intrínsecas e extrínsecas, o que

dificulta ou mesmo impede a comparação das unidades.

A escolha do método a ser utilizado depende do objetivo e da finalidade da avaliação.

A principal ferramenta utilizada é a estatística descritiva e a inferência estatística, com

auxílio de software específico para engenharia de avaliações, levando a um razoável

aumento de qualidade e confiabilidade nas avaliações e estudo de viabilidade.

2 - NORMAS TÉCNICAS

Para que possamos avaliar um imóvel é preciso ter conhecimento sobre as normas

que balizam os procedimentos a serem adotados, assim procederemos de forma

correta e coerente, evitando os riscos de nos desviarmos do objeto da avaliação.


 

Aqui iremos discutir apenas as normas destinadas para avaliação de imóvel rural,

sendo as seguintes normas utilizadas: Procedimentos Gerais - NBR 14.653-1,

Avaliação de Imóveis Rurais - NBR 14.653-3, Empreendimentos - NBR 14.653-4,

Máquinas e Equipamentos - NBR 14.653-5 da ABNT.

3.0 - ESTATÍSTICA BÁSICA UTILIZADA PARA AVALIAÇÃO DE IMÓVEL RURAL

3.1- Média amostral (x)

Segundo Triola 1999, as medidas de tendência central são tentativas de determinar

valores que represente conjuntos de dados. Esse autor renomado definiu ainda as

seguintes medidas de tendência central: Média, mediana, moda, ponto médio e média

ponderada.

Como na avaliação de imóveis, trabalhamos com o valor médio, valor inferior e

superior do intervalo de confiança torna-se prudente abordar apenas o assunto

relativo à média aritmética (Homogeneizada).

A média aritmética é considerada uma medida de tendência central e é muito utilizada

no cotidiano, resulta da divisão do somatório dos valores homogeneizados (x) pelo

número de elementos (n) que compõem a amostra conforme fórmula abaixo.

3.2 - Variância (S²)

A variância mede a dispersão dos valores em torno da média. A variância é dada pela

soma de quadrados dos desvios de cada observação em relação à média, dividida

pelo número de elementos (dados) da amostra menos um (n – 1).


 

3.3 - Desvio Padrão (S)

O desvio padrão representa a média dos desvios absolutos que todos os valores os

dados possuem ao redor da média. Valores da série próximos uns dos outros

originam um desvio padrão menor, enquanto valores muito afastados uns dos outros

dão um desvio padrão maior. Uma pesquisa com dados que apresenta desvio padrão

maior, terá uma distribuição de frequência mais aberta, diferente de uma pesquisa de

dados com menor desvio que irá proporcionar uma menor frequência.

3.4 - Coeficiente de Variação (CV)

É uma medida admensional, útil para comparar variabilidade da amostra, onde os

dados são desiguais. O coeficiente de variação (CV) é o desvio padrão expresso em

porcentagem da média.
 

3.5 – Critério de Saneamento

No método comparativo direto de dados de mercado torna-se necessário em dado

momento realizar a análise estatística dos elementos, com objetivo de excluir os

elementos discrepantes. Na avaliação de imóveis rurais realizamos esta análise

através do critério de Chauvenet ou do intervalo de +/- 2 desvio padrões em torno da

média.

3.6 - Critérios de Chauvenet

Esta metodologia compreende vários passos, nomeadamente o cálculo da média e do

desvio padrão dos valores homogeneizados, a análise desses valores é realizada pelo

Critério de Chauvenet.

Segundo Deslandes (2002), executa-se o teste, comparando-se a relação entre os

extremos de maiores diferença, e, portanto de maior desvio, com a Média Aritmética

(x), e dividindo pelo Desvio Padrão (s). Esse procedimento determina o desvio

observado (d/s Obs.) que deve ser inferior ao valor crítico tabelado (d/s Crit.),

estabelecido e tabelado para cada quantidade “n” de elementos pesquisados. Para

melhor entendimento iremos descrever a fórmula abaixo:

d/s (Obs) = (Extremo Superior – Média Aritmética (x))/ Desvio Padrão (s)

d/s (Obs) = (Média Aritmética (x) – Extremo Inferior)/Desvio Padrão (s)

Ainda conforme Deslandes (2002), não é necessário aplicar o teste para saneamento

e eliminação de dados suspeitos, quando o Coeficiente de Variação (CV) for inferior a

10% (Porcento).
 

3.7 – Tabela de Valores Crítico para o Teste de Chauvenet

As tabelas abaixo têm os valores crítico para exclusão dos elementos discrepantes da

pesquisa de valores.

Tabela dos valores crítico de Chauvenet

3.8 – Intervalo de +/- 2 Desvio Padrões em Torno da Média

O intervalo de confiança é um intervalo de valores delimitado por um valor mínimo

denominado de Limite Inferior (LI) e um valor máximo denominado (LS) que se utiliza

para determinar se em uma determinada amostra têm-se elementos discrepantes.

Sabe-se pelas propriedades da distribuição normal conforme NBR 14.653-3, item

A.2.2.2 que 95,44% dos valores amostrais se situem entre +/- 2 desvios padrões em

torno da média.

Matematicamente, para encontrar o elemento que está fora do intervalo, ou seja, o

elemento discrepante tem-se a seguinte expressão:


 

LI = (Média (x) – 2*S); LS = (Média (x) + 2*S)

Vale ressaltar que esse intervalo é apenas para verificar ou encontrar o elemento

discrepante.

3.9 – “t” de Student

O intervalo formado em torno da média aritmética (Homogeneizada) resultante da

soma e da subtração da média pelo resultado da divisão do desvio padrão pela raiz

quadrada do número de graus de liberdade, e posterior multiplicado pela constante “t”

(Tabela de Student – Anexo xxx). O número de graus de liberdade é sempre igual ao

número de elementos amostrados menos 1 (um) e o valor da constante “t” deve ser

buscado na tabela em função do nível ou percentual de probabilidade a alcançado na

avaliação.

Assim teremos:

Limite Inferior do Intervalo de Confiança (LIIC) = Média (x) – ((s/n-1) * t

Limite Superior do Intervalo de Confiança (LSIC) = Média (x) + ((s/n-1) * t

4.0 – INFERÊNCIA ESTATÍSTICA APLICADA A AVALIAÇÃO DE IMÓVEL RURAL

De acordo com Dantas (2005), o seu objetivo é estimar as características da

população (parâmetros) a partir do conhecimento das características de uma amostra

dela extraída.

Envolve a formulação de certos julgamentos o conclusões sobre um todo, após

examinar apenas uma parte ou amostra dele. Para que a inferência estatística seja

válida, a amostra deve ser representativa da população, e a probabilidade do erro, ser

especificada (Radegaz, 2011).


 

Inferir significa concluir. Assim, inferir estatisticamente significa tirar conclusões com

base em medidas estatísticas.

Segundo Dantas (2005), Em Engenharia de Avaliações o que se pretende é explicar o

comportamento do mercado que se analisa, com base em alguns dados levantados

no mesmo. Neste caso a inferência estatística é fundamental para solucionar a

questão, pois conhecendo-se apenas uma parte do mercado pode-se concluir sobre o

seu comportamento, com determinado grau de confiança.

O objetivo da inferência por meio da análise de regressão é encontrar uma função

linear ou multilinear que permita compreender a relação entre os elementos, além de

estimar uma variável em função de uma ou mais variáveis.

A regressão é um processo desenvolvido na análise estatística para se conhecer o

valor de uma variável desconhecida a partir dos valores conhecidos de outras

variáveis; quando o valor da variável desconhecida é obtido a partir do valor de

somente uma variável conhecida e entre elas há uma relação linear, chama-se

regressão linear simples; quando essa relação for entre várias variáveis conhecidas,

chama-se regressão multilinear ou regressão múltipla (Moreira, 2001).

Gonzáles (2000), diz que os coeficientes da equação de regressão geralmente são

estimados através do Método dos Mínimos Quadrados, que minimiza a soma dos

quadrados dos resíduos.

A inferência estatística exige muita experiência em avaliação de imóveis porque a

ausência de variáveis importantes ou a inclusão de variáveis inadequadas pode

conduzir a erros gravíssimos (Thofehrn apud Fiker, 2010).


 

4.1 – Modelagem

Modelo é uma estruturação simplificada da realidade que supostamente apresenta, de

forma generalizada, características ou relações importantes (Haggett e Chorley,

1975).

Segundo Stockburger (2004), um modelo é uma representação da estrutura essencial

de algum objeto, fenômeno ou evento, no mundo real (Minsk apud Pereira, 2006).

Os modelos de avaliação de imóveis têm dificuldades na determinação das variáveis

que influenciam no seu valor, sendo que para obter precisão na avaliação muitos

fatores devem ser considerados, mas nem sempre é possível chegar a um modelo

único que represente a realidade do mercado. As variáveis que influenciam o valor de

uma amostra podem não ser as mesmas que para outra, inclusive localizada na

mesma região. Em muitos casos é necessário excluir elementos da amostra, por

serem muito diferente dos demais e por influenciarem fortemente nos valores gerais

da equação de regressão (Rocha apud Trivelloni e Hochheim, 2005).

Na prática trabalha-se com modelos lineares ou linearizáveis, por facilidades no

cálculo das estimativas das médias e facilidades de interpretação. Os modelos

linearizáveis são aqueles que podem ser transformados em lineares pela simples

transformação nas escalas das variáveis envolvidas (Dantas, 2005).

Na maioria das situações, o Engenheiro de Avaliações vai observar que são diversas

as variáveis que influenciam na formação do valor de mercado de um imóvel. Assim, o

profissional deve procurar identificar estas variáveis e encontrar o modelo explicativo

do valor através das regressões múltiplas (Mendonça et al., 1998).


 

O modelo de regressão linear múltipla deve ser adotado quando mais de uma variável

independente é necessária para explicar a variabilidade dos preços praticados no

mercado (Dantas, 2005).

Uma linha de regressão, também chamada de linha de melhor ajuste, conforme

mostra a Figura 1, é a linha para qual a soma dos quadrados dos resíduos é um

mínimo e sua equação pode ser usada para prever os valores de y para um dado

valor de x (LARSON, 2010).

Figura 1 – Modelo Reta de Regressão linear simples: variável dependente (y) e

independente (x) Conforme Larson (2009) uma equação de regressão múltipla tem a

forma:

ŷ = bo + b1x1 + b2x2 + b3x3 + … + bkxk

X1, x2, x3,, xk são variáveis independentes.

b1, b2, b3,…, bk determinam a contribuição da variável independente xi.

bo é a interseção y.

ŷ é a variável dependente.
 

O analista deve estipular modelos com as hipóteses de relacionamento entre as

variáveis, que devem ser testadas pelos critérios estatísticos, verificando-se a

validade destas hipóteses, ou seja, se os modelos são capazes de representar o

segmento de mercado em questão. Para tanto, devem ser coletados dados de

transações (evidências do mercado), analisando-se o ajuste dos modelos

considerados a estes dados, dentro de um determinado grau de precisão. Os testes

estatísticos permitem avaliar o próprio modelo e a importância individual das variáveis

incluídas, indicando a qualidade geral do modelo formulado (Gonzáles, 2000).

Após a sumarização dos dados, parte o avaliador em busca de modelos explicativos

do mercado, utilizando técnicas da inferência estatística. Na realidade, estes modelos

são uma representação simplificada do mercado, uma vez que não levam em conta

todas as suas informações (população), mas é construído considerando-se apenas

uma parte do mesmo (amostra) por isso precisa de cuidados científicos na sua

elaboração, para fornecer respostas confiáveis (Dantas, 2005).

A transformação logarítmica é a preferida quando se procura ajustar modelos a dados

de valores imobiliários. É bastante coerente a sua utilização uma vez que as variáveis

explicadas possuindo valores no campo dos reais positivos garante que o campo de

variação dos valores ajustados correspondentes também serão reais positivos. Outro

aspecto importante é que a transformação logarítmica na variável explicada torna o

modelo multiplicativo, característica esta sugerida pelas próprias normas brasileiras

que versam sobre avaliações, bem como pode estabilizar a variância do modelo

(Dantas, 2005).
 

Conforme o mesmo autor, durante a modelagem muitas etapas de análise são

necessárias, tais como a verificação de: dados atípicos, variáveis pouco significativas,

tendências, pressupostos sobre os erros aleatórios etc.

O processo de análise de regressão exige o respeito aos chamados pressupostos

básicos conforme pode ser visto na NBR 14.653-3 da ABNT, Anexo A.

5.0 – METODOLOGIA BÁSICA APLICADA A IMÓVEL RURAL

A metodologia aplicável depende da natureza do bem avaliando, da finalidade da

avaliação e da disponibilidade, qualidade e quantidade de informações que possam

ser colhidas no mercado estudado. A sua escolha deve ser justificada e obedecer aos

preceitos da ABNT NBR 14653-1:2001 e suas partes como ABNT NBR 14.653-

3:2004, com o objetivo de retratar o comportamento do mercado por meio de modelos

que suportem racionalmente o convencimento do valor.

As metodologias normatizadas aplicam-se em condições normais do mercado. Em

situações atípicas, onde ficar evidente e comprovada a impossibilidade de utilizar as

metodologias previstas, é facultado ao engenheiro de avaliações o emprego de outro

procedimento, desde que devidamente justificado.

Os procedimentos avaliatórios usuais, com a finalidade de identificar o valor de um

bem, de seus frutos, direitos, seu custo e indicadores de viabilidade econômica estão

descritos nos itens 8.2, 8.3 e 8.4 da ABNT NBR 14653-1:2001. Cabe ressaltar que

não há hierarquia entre os métodos avaliatórios, devendo-se optar pela metodologia

mais adequada à finalidade da avaliação. Quando possível, deve ser

preferencialmente utilizado o método comparativo direto de dados de mercado.


 

4.1 - Método Comparativo Direto de Dados de Mercado

O método comparativo direto de dados de mercado é o procedimento avaliatório mais

consagrado, pela sua relativa facilidade e eficiência. O valor de mercado é determinado

pela comparação direta com outros imóveis semelhantes ao avaliando, cujas

informações ou dados de mercado são obtidos valendo-se de visitas técnicas, anúncio

de jornal ou revistas, informações de corretores de imóveis, sindicatos rurais entre

outros envolvidos com o mercado imobiliário.

4.2 - Método do Custo

Segundo Deslandes 2002, o valor da edificação resulta de orçamento sumário ou

detalhado, ou da comparação de custos de outros iguais aos que são objeto de

avaliação (Custo de Reposição).

Na utilização do Método do Custo, devem ser adotados os seguintes critérios: o custo

de reposição por novo deve ser calculado com base no orçamento do bem, em planilha

de custo, com ajuda de publicações da Construção Civil.

Exemplos: Guia da Construção (Pini), Sinduscon, entre outros.

4.3 - Método Involutivo

A metodologia utilizada para o cálculo do valor do terreno da área atingida,

considerando que não foi possível encontrar imóveis semelhantes ofertados ou

transacionados, foi utilizado o Método Involutivo.

Segundo Arantes e Saldanha (2009), geralmente o Método Involutivo é utilizado para

glebas urbanizáveis ou influenciadas pela expansão do perímetro urbano, onde as

áreas rurais sofrem uma valorização acima de um parâmetro normal de mercado.


 

Método Involutivo - Método indireto em que o valor de uma gleba é definido a partir da

consideração de que o melhor aproveitamento da gleba avaliada seria obtido com o

seu parcelamento em lotes. Seu conceito principal é o de que, se for reproduzida na

gleba avaliada a situação observada em assentamento urbano próximo, o valor médio

dos lotes que a gleba comporta deve equivaler ao valor médio dos lotes existentes e

obtidos em pesquisa. A avaliação por este processo considera a receita provável da

comercialização desses lotes com base nos valores obtidos em pesquisa; considera

todas as despesas inerentes à transformação da gleba bruta em loteamento, inclusive

o lucro do empreendedor e as despesas financeiras; e define o valor máximo que pode

ser atribuído à gleba, para que seja economicamente viável o seu aproveitamento em

face das premissas adotadas.

De acordo com a Lei 9.785/99, os municípios podem exigir, por lei, o percentual que

entenderem, bem como determinar as áreas mínimas e máximas dos lotes, e os

coeficientes máximos de aproveitamento.

Os serviços de topografia, terraplanagem (leve, média e pesada), rede de água

potável, rede de esgoto, drenagem de águas pluviais (galerias e guias e sarjetas),

pavimentação e rede de iluminação pública são todas de responsabilidade do

empreendedor.

4.4 - Método da Renda

Segundo Deslandes (2002), o método apropria o valor do imóvel ou de suas

partes constitutivas, com base na capitalização presente da sua renda

líquida, real ou prevista. Os aspectos fundamentais do método são a

determinação do período de capitalização e a taxa de desconto a ser


 

utilizada, que devem ser expressamente justificas pelo engenheiro de

avaliação.

No caso de avaliação de produções vegetais, devem ser observados os procedimentos

de 8.2.2.1 a 8.2.2.3 da ABNT NBR 14.653-3.

4.5 - Método Evolutivo

É uma conjugação de métodos, podendo ser o método comparativo direto de dados de

mercado mais o método de custo. Caso a finalidade seja a identificação do valor de

mercado, deve ser considerado o fator de comercialização.

5.0 - CLASSIFICAÇÃO DOS IMÓVEIS RURAIS QUANTO À NATUREZA

Segundo Deslandes (2002), as propriedades rurais são o conjunto de bens, frutos e

direitos que merecem ser mostrados em caráter detalhado, para favorecer a

compreensão do trabalho, já que a terra será o objeto principal de nossa avaliação.

Para que o imóvel seja considerado rural, não basta que se situe em área rural ou não

urbana, mas sim que tenha seu meio de exploração com finalidades rurais, como

culturas, criação de semoventes, reflorestamento, etc.

O Ibape-SP, esclarecer que: se qualquer propriedade rural apresenta a possibilidade

de ser urbanizada, ainda que situada em zona de expansão urbana ou mesmo em

zona rural, é de se pesar consideravelmente tal circunstância, principalmente porque a

avaliação, neste caso, tem a sua metodologia diversa daquela que normalmente se

aplica a uma propriedade rural.


 

5.1 – Composição do imóvel rural

5.1.1 - Terras

Geralmente para o mercado imobiliário, passa despercebido o conceito de terra nua,

mas para este estudo faz-se importante essa informação, já que ela é simples e pode

ser resumida na terra ou terreno, excluídas as benfeitorias, construções, instalações e

as culturas de valor econômico.

Ainda há de se considerar as áreas inaproveitáveis, que são aquelas que se dispõe de

infra-estrutura e benfeitorias não reprodutivas, como casas, galpões, currais, lagoas e

áreas alagadas, estradas, etc. Há também aquelas cobertas por rochas ou

pedregulhos, onde impossibilitam a utilização da terra. (Deslandes, 2002).

As áreas de cultura, como o próprio nome diz, são aquelas ocupadas por cultura

qualquer, reflorestamento de qualquer espécie, ou áreas de pastagem, onde estas

podem ser cultivadas ou não, em muitos casos tornando-se útil para a criação de gado.

Há ainda as áreas de reserva legal e de preservação permanente, onde a primeira

citada, refere-se a certa porcentagem de área de cada imóvel onde está deverá

manter-se intacta quanto ao desmatamento, e a segunda consiste em áreas que

devem ser preservadas permanentemente, como exemplo as áreas em torno de rios e

lagos, próximas às encostas, nascentes e olhos d’água, e também em topos de morros

e serras.

5.1.2 – Benfeitorias

Quando há situações onde são investidos recursos de capital para a

instalação de alguma melhoria na propriedade, esta pode ser definida como


 

benfeitoria. Dentre seus diversos tipos, destacam-se as benfeitorias

reprodutivas e não-reprodutivas.

As reprodutivas podem ser divididas em culturas e reflorestamentos, e as culturas

subdivididas em perenes, temporárias e anuais.

Uma cultura é uma atividade que produza frutos ou qualquer outro tipo de matéria

vegetal. As culturas perenes são aquelas com ciclo de vida longo, ou seja, acima de

três anos, exemplo o café. As temporárias duram menos de um ano em média, e como

exemplo, cita-se o milho, e já as anuais, como o próprio nome sugere, duram

aproximadamente um ano, como a cana-de-açúcar. (Deslandes, 2000).

Os reflorestamentos dividem-se em espécies nativas ou exóticas, homogêneas ou

heterogêneas (Deslandes).

5.1.3 – Maquinas e Equipamentos

As máquinas e equipamentos são normalmente necessários numa propriedade rural

que produza tanto para enriquecimento de seus proprietários, quanto para as

atividades direcionadas à agricultura de subsistência. Portanto, estes também são

incluídos na avaliação do imóvel rural.

5.1.4 – Recursos Naturais

Deslandes (2002), diz que os recursos naturais mais conhecidos são as formações

vegetativas naturais, tais como florestas e pastagens, recursos hídricos e minerais.

Estes são de extrema importância, e julga-se uma boa avaliação do imóvel, aquela em

que se destacam os recursos naturais, valorizando a propriedade como um todo.


 

5.1.5 - Semoventes

É aquele bem móvel que se movimenta por conta própria, sendo irracional, onde

podemos citar como exemplo, o gado. Esse também deve apresentar condições para

ser avaliado, onde alguns semoventes são de importância para o melhoramento da

propriedade e outros servem somente para a negociação. (Deslandes, 2002).

6.0 - DESAPROPRIAÇÃO

Desapropriação é o procedimento pelo qual o Poder Público, retira de seu dono a

propriedade de certo bem móvel ou imóvel, fundado na necessidade pública, utilidade

pública ou interesse social, compulsoriamente, adquirindo-o para si em caráter

originário, mediante justa e prévia indenização. É, em geral, um ato promovido

pelo Estado, mas poderá ser concedido a particulares permissionários ou

concessionários de serviços públicos, mediante autorização da Lei ou de Contrato com

a Administração. A desapropriação é compulsória e exige a indenização do dono do

imóvel.

6.1 – Desapropriação por necessidade ou utilidade pública

Se o Poder Público precisa construir (um aeroporto, uma estrada, um viaduto) em

determinada localidade, mas o terreno já tem um proprietário, é preciso tirar a

propriedade dessa pessoa, o que se faz por meio deste tipo de desapropriação. É a

modalidade comum, exigindo indenização prévia, justa e em dinheiro, de acordo com o

art. 182, §3º, da Constituição Federal.


 

Existem várias situações que podem justificar esse tipo de desapropriação. Dentre

elas, a exploração de serviços públicos (instalação de um posto de saúde, ou de uma

escola, por exemplo), ou para transportes públicos (construção de rodovia, ou de

estação de metrô, por exemplo). Prevê ainda casos mais graves como a razões de

segurança nacional, necessidade pública, calamidade pública, abastecimento da

população (por exemplo, desapropriações para construção de uma represa) ou

exploração de jazidas minerais, água e energia hidráulica (desapropriação para

construção de uma hidrelétrica, por exemplo). Todas essas possibilidades e outras

estão, no Brasil, previstas no Decreto-Lei nº 3365.

6.2 – Desapropriação por interesse social

Quando a desapropriação tiver como objetivo atender a uma política pública,

enfrentando problemas sociais com o objetivo de diminuir as desigualdades sociais, ela

se denomina desapropriação por interesse social. Um exemplo é a desapropriação

para construção de casas populares. Outro exemplo possível é a desapropriação de

áreas que teriam grande valorização no preço do imóvel, como ocorreu na

desapropriação de terrenos em torno do estádio do Itaquerão, descrita nesta.

Essa modalidade está prevista na Constituição Federal (no artigo 5º, inciso XXIV) e na

Lei 4132, de 10 de setembro de 1962. A lei nº 4132, de 1962, define em seu art. 2º

algumas hipóteses concretas de interesse social, todas exprimindo essa mesma noção

de política social. A lei prevê um rol de hipóteses como exemplo, mas nada impede que

outra situação relacionada a um interesse social se enquadre nessa modalidade.


 

7.0 - SERVIDÃO ADMINISTRATIVA

De acordo com Francisco Maia Neto (2003), a servidão administrativa assim como as

desapropriações, são ações promovidas pelo Poder Público ou seus delegados,

objetivando assegurar a realização e manutenção de obras e serviços públicos ou de

utilidade pública, mediante pagamento de indenização pelos prejuízos causados ao

imóvel, sem contudo haver mudança da propriedade, classificando-se como limitação

da posse sem transferência do domínio.

No caso das servidões de passagem o perito primeiro promove a avaliação do imóvel,

de forma análoga ao caso da desapropriação, calculando em seguida o percentual

relativo à perda decorrente da instituição da servidão.

São também ações de cunho meramente avaliatório, onde o perito deverá realizar um

trabalho à luz das Normas Brasileiras aplicáveis à espécie, contendo pesquisa

detalhada, homogeneização ou inferência, tratamentos estatísticos, cálculo do valor

das benfeitorias caso tenha, percentual de perda e demais elementos que permitam ao

juiz a formação da convicção.

Assim Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, servidão administrativa “é o direito

real que sujeita um bem particular a suportar uma utilidade pública, por força da qual

ficam afetados parcialmente os poderes do proprietário quanto ao seu uso ou gozo".

Ainda segundo Celso Antônio Bandeira de Mello a servidão administrativa possui

caráter permanente, motivo pelo qual deverá o Poder Público realizar o pagamento de

"justa indenização" pela limitação de parte da propriedade.


 

De acordo com Moreira (2002), a palavra valor é de difícil definição e uso preciso, pois

valor é um termo relativo pelo qual o desejo de propriedade é estabelecido comparando

com outra propriedade ou com dinheiro, mas não se pode perder de vista as condições

sob as quais se chegou ao valor para que ele tenha uma significação real, pois o tempo

o lugar e as partes interessadas são elementos que afetam a medida do valor da

propriedade.

Conforme Lopes (2012), servidão é algo que priva a liberdade de pleno uso de parte ou

da totalidade da propriedade, em benefício de alguém.

Conforme STF, AR 1.379-SP, Rei. Min. Eros Grau, indenizar alguém


. significa deixa-lo

sem danos. Não se presta a justa indenização a enriquecer de forma indevida (ou

ilícita ou dolosa) uma parte em detrimento da outra. Não se trata, outrossim, de

expressão sem significado, ou isenta de objetividade. A doutrina, de forma uníssona,

a define, "verbís".

"Por justa, pretende a Constituição que a indenização seja igual ao valor que tenha o

bem expropriado no mercado, pois é este o único critério real para apreciação do valor

de um bem”.

Para J. Cretella Jr., a indenização justa " consistirá em quantia equivalente ao preço

que a coisa alcançaria caso tivesse sido objeto de contrato normal (e não compulsório)

de compra e venda".
 

O desembargador federal Pou Erik Dyrlund, ressalta que a servidão ou a

desapropriação, como direito real de gozo sobre coisa alheia, limita a propriedade e

obriga à indenização na exata extensão do prejuízo. A servidão administrativa é, pois,

um tipo de intervenção que autoriza o Poder Público a usar a propriedade alheia, para

obras e serviços, visando o interesse coletivo, contudo continuando o proprietário com

o seu imóvel, não se retirando a propriedade do particular (Processo 95.02.10187-1,

TRF 2).

Segundo José Eduardo Santana Leite, Engenheiro Civil e perito judicial, devem ser

computados na justa indenização todos os riscos, restrições e incômodos inerentes a

este tipo especifico de servidão.

8.0 - PRINCIPAIS MEDOLOGIAS UTILIZADAS PARA DETERMINAR O

COEFICIENTE DE SERVIDÃO

As servidões podem ser aéreas e terrestres. Nas aéreas, temos como exemplo as

torres de alta tensão e nas terrestres como exemplo os dutos.

Abaixo temos as tabelas para determinação do coeficiente de servidão. Algumas

empresas como Cemig, Copasa adotam a tabela de Phillip Westin, outras como Furnas

e Eletrosul tem suas próprias tabelas.

Inserimos as tabelas para melhor entendimento de como determinar esse percentual

sobre o valor de avaliação do imóvel.


 

7.1 – Servidão conforme Philip Westin

TABELA DE PHILLIP WESTIN

Fatores de Depreciação Índices p/ Linhas de Transmissão Índices p/Polidutos

Proibição de Construção 0,30 0,30

Proibição de Culturas ‐ 0,33

Limitação de Culturas 0,10 ‐

Perigos Decorrentes 0,10 0,02

Indução 0,02 ‐

Fiscalização e Reparos 0,03 0,05

Desvalorização da Área Remanescente 0,08 0,10

Seccionamento do Imóvel ‐ 0,10/0,20
 

7.2 – Servidão conforme Furnas

LEVANTAMENTO PARA DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE


OBRA:
DE SERVIDÃO
Proprietário: Nº Processo:

Beneficiário: Área Prop:

Área Faixa:

TENSÃO (KV) DISTÂNCIA (m) PESO


<= 200 9
< 230
1. RISCOS E RESTRIÇÕES > 200 8
<= 200 11
>= 230
>200 10
CLASSIFICAÇÃO DAS TERRAS PESO
BOA 6
2. APTIDÃO AGRÍCOLA REGULAR 4
RESTRITA 2
INAPTA 1
3. DESTINAÇÃO
CARACTERÍSTICAS PESO
ECONOMICA
Reflorestamento 15
Culturas perenes e semi-perenes com erradicação total, incluindo cana-de- açúcar 12
Culturas perenes e semi-perenes com erradicação parcial 10
Culturas anuais (com pulverização aérea) 8
AGRÍCOLA Culturas anuais 7
Reserva florestal (capoeira, mata) 6
Pastagem cultivada 5
Pastagem nativa, campo 4
Banhados, carreador, estradas, caminhos, afloramentos de rocha 3
Lazer doméstico; uso comercial (inclusive lazer e turismo); uso industrial (inclusive
USO MÚLTIPLO 15
exploração de jazidas); reservas ecológicas; escolas; igrejas etc.
 

PESO

3 4 5 5 5

4. POSIÇÃO DA LT Frente

6 6 7 7 8

Frente
% Peso % Peso % Peso % Peso % Peso
<= 1 5 >7,5 - 8,5 15 >20,5 - 22,0 25 >39,5 - 42,0 35 >64,5 - 67,0 45
>1,0 - 1,5 6 >8,5 -9,5 16 >22,0 -24,0 26 >42,0 - 44,0 36 >67,0 - 70,0 46
>1,5 - 2,0 7 >9,5 - 11,0 17 >24,0 - 26,0 27 >44,0 - 46,5 37 >70,0 - 73,0 47
>2,0 - 2,5 8 >11,0 - 12,0 18 >26,0 - 27,5 28 >46,5 - 49,0 38 >73,0 - 75,5 48
5. PERCENTUAL DE
>2,5 - 3,0 9 >12,0 - 13,0 19 >27,5 - 29,0 29 >49,0 - 51,0 39 >75,5 - 79,0 49
COMPROMETIMENTO
>3,0 - 4,0 10 >13,0 - 14,5 20 >29,0 - 31,0 30 >51,0 - 53,5 40 >79,0 - 82,0 50
>4,0 - 4,5 11 >14,5 - 16,0 21 >31,0 - 33,0 31 >53,5 - 56,5 41 >82,0 51
>4,5 - 5,5 12 >16,0 - 17,5 22 >33,0 - 35,0 32 >56,5 - 59,0 42
>5,5 - 6,5 13 >17,5 - 19,0 23 >35,0 - 37,0 33 >59,0 - 61,5 43
>6,5 - 7,5 14 >19,0 - 20,5 24 >37,0 - 39,5 34 >61,5 - 64,5 44
NÚMERO DE TORRES PESO
1 1
2 2
6. LOCAÇÃO DAS TORRES
3 3
4 4
>=5 5
TIPO DE BENFEITORIA PESO
7. BENFEITORIA ATINGIDAS Casa de moradia 4
Outras construções (inclusive agropecuárias) 2

TOTAL
 

7.3 – Servidão conforme Eletrosul


 

8.0 - ESTATÍSTICA DESCRITIVA – ANÁLISE POR FATORES

Nº Am. Valor Homog. VU FA FD FE «Área » «Valor»

1 49.330,86 65.000,00 0,9996 0,8436 0,90 200,00 13.000.000,00

2 41.370,21 50.000,00 0,9381 0,8820 1,00 40,00 2.000.000,00

3 37.063,04 45.000,00 0,9429 0,8735 1,00 50,00 2.250.000,00

4 51.027,36 50.000,00 1,0294 0,9914 1,00 250,00 12.500.000,00

5 56.565,75 60.000,00 0,9475 0,9950 1,00 60,00 3.600.000,00

6 43.891,11 45.000,00 0,9738 1,0016 1,00 124,00 5.580.000,00

7 39.092,81 40.000,00 0,9743 1,0031 1,00 161,00 6.440.000,00

8 38.850,21 45.000,00 0,9563 1,0031 0,90 80,00 3.600.000,00

Variáveis marcadas com "«" e "»" não serão usadas nos cálculos.

8.1 – Descrição da Variável

Variável Dependente:

Valor Homogeneizado: Vu (R$/Alq).

O valor de mercado de um bem é alcançado em função das variáveis que influenciam neste

valor, chamadas de variáveis independentes ou fatores de homogeneização.

Variável Independente:

Valor Unitário: Vu (R$/Alq).

Valor obtido através da equação entre o valor total do imóvel em reais (R$) e a área do imóvel

pesquisado em alqueire (Alq).


 

Fator de Área (FA): Deve-se observar a relação entre o imóvel avaliando e o imóvel

pesquisado. Se a relação estiver fora do intervalo de 0,70 e 1,30, aplica-se a raiz oitava sobre

o valor da divisão entre o avaliando e a pesquisa. Se a relação estiver dentro do intervalo de

0,70 e 1,30, aplica-se a raiz quarta sobre o valor da divisão entre o avaliando e a pesquisa.

Fonte: Joel Gripp Jr. – Cobrac 2006.

Fator de Distância (FD): Está em função da variação das distâncias dos dados da pesquisa

em relação à sede município a que a propriedade pertence, por inferência estatística,

obtivemos a equação seguinte equação como segue: Y= 43.203 + 217197/Distância.

Fator de Elasticidade: Variável dicotômica que informa que: Transação = 1,00 e Oferta = 0,90.

De acordo com Deslandes (2002), o Fator de Fonte (FF) ou Fator de Elasticidade é uma

redução do valor em oferta para desconto da margem de elasticidade da negociação.

8.2 - Estatísticas Básicas

Nº de elementos da amostra: 8

Nº de graus de liberdade: 7

Variável Média Desvio Padrão Coef. Variação

Valor Homog. 44648,92 6948,5978 15,56%


 

8.3 - Dispersão dos elementos

8.4 - Dispersão em Torno da Média


 

8.5 - Tabela de Desvios

Desvios em torno da média.

Nº Am. Observado Média Desvio Normalizado Studentizado Quadrático

1 49330,8600 44648,9187 4681,9412 0,6737 0,7203 2,1920x107

2 41370,2100 44648,9187 -3278,7087 -0,4718 -0,5044 1,0749x107

3 37063,0400 44648,9187 -7585,8787 -1,0917 -1,1670 5,7545x107

4 51027,3600 44648,9187 6378,4412 0,9179 0,9813 4,0684x107

5 56565,7500 44648,9187 11916,8312 1,7149 1,8334 1,4201x108

6 43891,1100 44648,9187 -757,8087 -0,1090 -0,1165 5,7427x105

7 39092,8100 44648,9187 -5556,1087 -0,7996 -0,8548 3,0870x107

8 38850,2100 44648,9187 -5798,7087 -0,8345 -0,8921 3,3625x107

8.6 - Desvios Deletados Studentizados

As amostragens cujos desvios mais se deslocam da reta de referência influem

significativamente no valor médio.


 

8.7 - Estatísticas Gerais

Número de elementos ..............: 8

Graus de liberdade ...................: 7

Valor médio .............................: 44648,9187

Mediana ..................................: 43563,9433

Moda ......................................: 41396,9755

Variância ................................: 4,2247x107

Desvio padrão ..........................: 6499,8181

Desvio médio ...........................: 5744,3034

Variância (não tendenciosa) ......: 4,8283x107

Desvio padrão (não tend.) .........: 6948,5978

Coef. de variação .....................: 15,56%

Valor mínimo ...........................: 37063,0400

Valor máximo ..........................: 56565,7500

Amplitude ...............................: 19502,7100

Número de classes ..................: 3

Intervalo de classes .................: 6500,9033

Sob o aspecto do coeficiente de variação, a amostra é considerada boa- classe 2


 

8.8 - Intervalos de Classes

Classe Mínimo Máximo Freq. Freq.(%) Média

1 37063,0400 43563,9433 4 50,00 39094,0675

2 43563,9433 50064,8466 2 25,00 46610,9850

3 50064,8466 56565,7500 2 25,00 53796,5550

8.9 - Histograma

8.10 - Ogiva de Frequências


 

8.11 - Amostragens eliminadas

Todas as amostragens foram utilizadas.

8.12 - Amostragens a serem saneadas

Critério de saneamento: Intervalo de +/- 2,00 desvios padrões em torno da média.

Nenhuma amostragem foi encontrada fora do intervalo.

8.13 - Gráfico de Representação do Saneamento

8.13 - Teste de Kolmogorov-Smirnov

Amostr. Desvio F(z) G(z) Dif. esquerda Dif. Direita

3 37063,0400 0,1375 0,1250 0,1374 0,0124

8 38850,2100 0,2020 0,2500 0,0769 0,0480

7 39092,8100 0,2120 0,3750 0,0380 0,1630

2 41370,2100 0,319 0,5000 0,0564 0,1814

6 43891,1100 0,457 0,6250 0,0434 0,1684

1 49330,8600 0,750 0,7500 0,1247 2,2026x10-4


 

4 51027,3600 0,821 0,8750 0,0706 0,0543

5 56565,7500 0,957 1,0000 0,0818 0,0431

Maior diferença obtida: 0,1814

Valor crítico: 0,4110 (para o nível de significância de 10 %)

Segundo o teste de Kolmogorov-Smirnov, a um nível de significância de 10 %, aceita-se a

hipótese alternativa de que há normalidade.

Observação: O teste de Kolmogorov-Smirnov tem valor aproximado quando é realizado sobre

uma população cuja distribuição é desconhecida, como é o caso das avaliações pelo método

comparativo.

8.14 - Gráfico de Kolmogorov-Smirnov

8.15 - Teste de Sequências/Sinais

Número de elementos positivos ...: 3

Número de elementos negativos .: 5


 

Número de sequências .................: 4

Média da distribuição de sinais …: 4

Desvio padrão ..............................: 1,414

8.16 - Teste de Sequências

(Desvios em torno da média):

Limite inferior ....: - 0,2060

Limite superior .: - 1,0299

Intervalo para a normalidade: [-1,2817, 1,2817] (para o nível de significância de 10%).

Pelo teste de sequências, aceita-se a hipótese da aleatoriedade dos sinais dos desvios.

8.17 - Teste de Sinais

(Desvios em torno da média)

Valor z (calculado) ...........: 0,7071

Valor z (crítico) ..................: 1,2817 (para o nível de significância de 10%)

Pelo teste de sinais, aceita-se a hipótese nula, podendo ser afirmado que a distribuição

dos desvios em torno da média segue a curva normal (curva de Gauss).


 

8.18 - Reta de Normalidade

8.19 - Formação dos Valores

Estima-se Valor Homog. do Fazenda = R$ 44.648,92/Alq

Intervalo de confiança de 80,0 % para o valor estimado:

Mínimo: R$ 41.172,87/Alq

Máximo: R$ 48.124,96/Alq

9.0 - INFERÊNCIA ESTATÍSTICA

Foram pesquisados quinze dados de imóveis semelhantes ao avaliando, como

demonstrados (Tabela 1).


R$/Ha Dist asf km Recursos hídricos Sup Indice Agronômico Região
Am.
1 1.179,25 6,00 [] baixo 0,6116 [x]Medina
2 1.033,06 8,00 [] baixo 0,5833 [x]Medina
3 1.033,06 9,00 [] baixo 0,5976 [x]Medina
 

4 1.549,59 13,00 [x]suficiente 0,5972 [x]Medina


5 1.500,00 15,00 [x]suficiente 0,5441 [x]Medina
6 1.588,24 9,00 [x]suficiente 0,5596 [x]Medina
7 1.666,67 9,00 [x]suficiente 0,6162 [x]Medina
8 1.294,50 10,00 [x]suficiente 0,3559 [] Itaobim
9 1.500,00 0,03 [x]suficiente 0,6618 [] Itaobim
10 1.000,00 17,00 [] baixo 0,6452 [] Itaobim
11 771,65 36,00 [] baixo 0,5406 [] Itaobim
12 1.028,76 18,00 [] baixo 0,5359 [] Itaobim
13 1.291,99 24,00 [x]suficiente 0,5693 [ ]Itaobim
14 1.291,32 31,00 [x]suficiente 0,5693 [ ]Itaobim
15 1.300,00 30,00 [x]suficiente 0,5000 [x]Medina

Tabela 1 – Imóveis pesquisados na região de Medina e Itaobim – MG.

Neste trabalho utilizou-se quatro variáveis independente e uma variável dependente

(tabela 1) para formação do valor do imóvel, sendo: (Dist asf km) – distância em km entre o

imóvel e acesso ao asfalto, (Recursos Hídricos Sup) – recursos hídricos superficiais

(suficiente e baixo) para a região, Índice Agronômico, Região (onde está localizado o

imóvel pesquisado) e (R$/ha) – Valor unitário do hectare na região.

Para escolha do melhor modelo de regressão analisou-se todos os pressupostos básicos

quando se usam modelos de regressão, como: estatística básica, distribuição das

variáveis, estatísticas das variáveis não transformadas, distribuição das variáveis não

transformadas, dispersão dos elementos, dispersão em torno da média, normalidade,

homocedasticidade, micronumerosidade entre outros fatores como demonstrado no

presente trabalho.

9.1 - Estatísticas Básicas

Variável Média Desvio Padrão Coef. Variação


1/2
R$/Ha 35,4342 3,7249 10,51%
2
Dist asf km 345,5333 401,4946 116,20%
Recursos hídricos sup 0,60 0,5070 84,52%
2
1/Indice Agronômico 3,3384 1,3373 40,06%
Região 0,53 0,5163 96,82%
 

9.2 - Distribuição das Variáveis

9.3 - Estatísticas das Variáveis Não Transformadas

Nome da Valor Desvio Valor Valor Amplitude Coeficiente


Variável médio Padrão Mínimo Máximo total de variação

R$/Ha 1268,54 259,8030 771,65 1666,67 895,02 20,4804

Dist asf km 15,67 10,3523 0,03 36,00 35,97 66,0703

Recursos hídricos sup 0,6000 0,5070 0,0000 1,0000 1,0000 84,5154

Indice Agronômico 0,5658 0,0721 0,3559 0,6618 0,3059 12,7538

Região 0,5333 0,5163 0,0000 1,0000 1,0000 96,8245


 

9.4 - Distribuição das Variáveis não Transformadas

9.5 - Dispersão dos elementos


 

9.6 - Dispersão em Torno da Média

A variação (%) foi calculada com a diferença entre os valores observados e estimados,

dividido pelo valor observado. As variações percentuais são normalmente menores em

valores estimados e maiores em valores observados, não devendo ser usadas como

elemento de comparação entre as amostras (Tabela 2).

Nº Am. Valor observado Valor estimado Diferença Variação %


1 1.179,25 1.114,18 -65,07 -5,5176 %
2 1.033,06 1.098,86 65,80 6,3690 %
3 1.033,06 1.099,72 66,66 6,4526 %
4 1.549,59 1.549,97 0,38 0,0245 %
5 1.500,00 1.512,21 12,21 0,8141 %
6 1.588,24 1.557,90 -30,34 -1,9104 %
7 1.666,67 1.580,48 -86,19 -5,1714 %
8 1.294,50 1.297,82 3,32 0,2568 %
9 1.500,00 1.538,41 38,41 2,5609 %
10 1.000,00 1.003,12 3,12 0,3117 %
11 771,65 769,10 -2,55 -0,3302 %
12 1.028,76 961,20 -67,56 -6,5669 %
13 1.291,99 1.358,50 66,51 5,1475 %
14 1.291,32 1.263,81 -27,51 -2,1300 %
15 1.300,00 1.316,08 16,08 1,2368 %
Tabela 2 – Valores estimados x Valores observados.
 

Uma melhor adequação dos pontos à reta significa um melhor ajuste do modelo (Figura 1).

Figura 1 – Valores estimados x Valores observados

Na tabela 3 – temos dados a serem analisados para a existência de regressão.

Fonte de
Soma dos quadrados Graus de liberdade Quadrados médios F calculado
erro

Regressão 187,5326 4 46,8831 69,72

Residual 6,7244 10 0,6724 F tabelado

Total 194,2570 14 13,8755 5,99

Tabela 3 – Analise de Variância - para o nível de significância de 1%.

Analisou-se a divisão do quadrado médio da regressão pelo quadrado médio do resíduo,

onde obteve um F. calculado maior que o F. tabelado, sendo aceito a hipótese de

existência de regressão.

Com hipótese de existência de regressão foi analisado os seguintes dados: coeficiente de

correlação (r) = 0,9825, valor t calculado = 16,17, valor t tabelado (t crítico) = 3,169 (para o

nível de significância de 1,00 %), coeficiente de determinação (r²) = 0,9654 e coeficiente r²

ajustado = 0,9515.
 

Os coeficientes de correlações parciais entre a variáveis independentes são importantes

para verificar a existência de multicolinearidade (Tabela 4).

VARIÁVEIS Região Indice Agronômico Dist asf km Recursos hídricos sup

R$/Ha 0,3704 -0,4318 0,8511 -0,0142

Dist asf km -0,3884 1,0000 -0,0059 0,0403


Recursos hídricos
0,0546 -0,0059 1,0000 0,2435
sup
Indice Agronômico -0,2364 0,0403 0,2435 1,0000

Região 1,0000 -0,3884 0,0546 -0,2364

Tabela 4 – Coeficientes de correlações parciais.

As variáveis individuais foram submetidas ao teste t de Student, em conformidade com as

hipóteses estabelecidas quanto à construção do modelo (Tabela 5).

Dist asf Recursos


Variável Indice Agronômico Região
km hídricos sup
R$/Ha -1,514 5,127 -0,0448 1,261

Dist asf km  -1,864x10-2 0,1275 -1,333

Recursos hídricos sup -1,864x10-2  0,794 0,1728

Indice Agronômico 0,1275 0,794  -0,769

Região -1,333 0,1728 -0,769 

Tabela 5 – Coeficientes de correlações parciais para o teste t.

O nível de significância adotado para estes regressores (bicaudal) foi o máximo admitido

(significância de 10%). Todos os regressores foram aceito (Tabela 6).

Variável Coeficiente t Calculado Significância Aceito

Dist asf km b1 -6,222 9,9x10-3% Sim

Recursos hídricos sup b2 15,06 3,4x10-6% Sim

Indice Agronômico b3 -3,108 1,1% Sim

Região b4 2,324 4,3% Sim

Tabela 6 – Coeficientes de correlações parciais para o teste t.


 

Todas as amostragens foram utilizadas dentro do Intervalo de +/- 2,00 desvios padrões em

torno da média. Nenhuma amostragem foi encontrada fora do intervalo. Não existindo

outliers (Figura 2).

Figura 2 – Gráfico de indicação de outliers

A verificação da normalidade foi realizada pelo teste de aderência não-paramétrica, como

o de kolmogorov-Smirnorv. Segundo o teste kolmogorov-Smirnov, a um nível de

significância de 1%, aceita-se a hipótese alternativa que há normalidade (Figura 3).

Figura 3 – Gráfico de Normalidade.


 

Procedeu-se o exame de Autocorrelação pelo ordenamento dos elementos amostrais, em

relação a cada uma das variáveis independentes possivelmente causadoras do problema

ou em relação aos seus valores ajustados. A verificação foi realizada pelo teste de Durbin-

Watson, chegando-se a conclusão de não existência de Autocorrelação (Figura 4).

Figura 4 – Gráfico de Auto-Correlação.

O gráfico de regressão do Valor Unitário x Distância do Afasto em km está correto, pois à

medida que se aumenta a distância o valor unitário diminui (Figura 5).

Figura 5 – Gráfico de Valor Unitário x Distância Asf. Km.


 

O gráfico de regressão do Valor Unitário x Indice Agronômico está correto, pois à medida

que se aumenta o índice agronômico da propriedade, o valor unitário do imóvel tende a

aumentar (Figura 6).

Figura 6– Gráfico de Valor Unitário x Indice Agronômico.

Para formação do valor do avaliando, adotamos os seguintes parâmetros:

Variáveis independentes:

• Dist asf km...............= 17,50 km

• Recursos hídricos sup = suficiente

• Indice Agronômico = 0,5512

• Região.....................= Itaobim

Estima-se o Valor Unitário do terreno = R$ 1.418,96/ha

Intervalo de confiança de 80,0 % para o valor estimado:


Mínimo: R$ 1.377,82/ha
Máximo: R$ 1.460,71/ha
 

10. - DEPRECIAÇÃO DE ÁREA REMANESCENTE EM SERVIDÕES E

DESAPROPRIAÇÕES

Deve-se atentar que a presente ação não é simplesmente um processo de compra e venda

de uma mercadoria, no caso uma parte de uma propriedade rural, sem influência de

terceiros querendo o proprietário vender e o comprador comprar. Isso inexiste nesse caso.

Portanto, avaliar imóvel por preço de mercado tão somente, sem calcular os custos

adicionais e imposições contrárias à vontade do proprietário, não é técnico e nem justo.

Deve-se apurar o valor final indenizatório para que se encerrem os trabalhos avaliatórios

do imóvel.

Como danos emergentes, todos os custos diretos oriundos da desapropriação, ou seja, da

perda da posse/domínio da terra. Ou ainda, todo prejuízo efetivo e certo que alguém sofre

por deterioração, ou diminuição atual do seu patrimônio (Nunes, 1948).

Se há restrições no imóvel, este restará com menor valia no mercado que outro imóvel

sem restrições. Resta calcular o quanto à menor, seria este valor.

A metodologia empregada, como já dito, para cálculo de desvalorização de remanescente,

e recomendada por alguns autores, no caso de instituição de servidão de passagem, é o

método do “antes e do depois”. Porém, em termos de perícia judicial, há que se calcular de

forma diversa, pois a indenização por esse apossamento deve ser prévia.

Com base em trabalho publicado por ARANTES (2003), interagindo com o publicado por

Hantzis et alli (2000) e Alves (2002), foi possível montar a seguinte tabela de definições:
 

Nível de Impacto no Percentual de Área


Remanescente Remanescente Afetada Definição

Ínfimo até 10%


O impacto se restringe às proximidades da área expropriada
(faixa de servidão lindeira, cercas, etc...)

Baixo 10,1-25%
O impacto se propaga por menos de 1/4 da extensão da
propriedade (necessidade de travessia do imóvel, barramentos, etc...)

Médio 25,1-50% O impacto interfere no aproveitamento econômico da propriedade


obrigando

Nível de Impacto no Percentual de Área


Remanescente Remanescente Afetada Definição
   
adequações no sistema de exploração.

Alto 50,1- 75% O impacto interfere substancialmente no aproveitamento


econômico da propriedade (obriga novos investimentos para
continuar mantendo níveis de rentabilidade quais viabilizem o
agronegócio)

75% acima O impacto interfere no aproveitamento econômico da propriedade


Elevado impedindo que esta continue com suas atividades usuais de
exploração (agropecuária de escala, por ex.)
 

Com base em HANTZIS et alli (2000), qual apresenta a proposta dos seguintes

coeficientes:

Área afetada/Área total = 0,01 (10%) Coeficiente = 0,80

Área afetada/Área total = 1,00 (100%) Coeficiente = 1,10

Foi possível montar a seguinte planilha de coeficientes:

Percentual de Área Remanescente


Nível de Impacto no Remanescente Afetada FATOR

Ínfimo até 10% 0,8000


 

Baixo 10,1-25% 0,8750

Médio 25,1-50% 0,9500

Alto 50,1-75% 1,0250

Elevado 75% acima 1,1000

Nível de Impacto no Percentual de Área Remanescente Coeficiente Fator


Remanescente Afetada Exponencial

Ínfimo até 10% 0,8000 0,080000

Baixo 10,1-25% 0,8750 0,087500

Médio 25,1-50% 0,9500 0,095000

Alto 50,1-75% 1,0250 0,102500

Elevado 75% acima 1,1000 0,110000

Entende-se que um maior valor de indenização deva ser considerado tanto quanto maior

for o coeficiente de afetação territorial com relação à área do imóvel remanescente.

O que, nos leva à seguinte fórmula para cálculo do Coeficiente de Afetação Territorial

(CAT), ou Intensidade de AfetaçãoTerritorial (IAT) que seria a inter-relação percentual

entre a área diretamente afetada (desapropriada) e o remanescente desta.

Restando:

Onde:

AA = Área afetada
 

AT = Área total

Daí passa-se a calcular o Percentual Remanescente (Pr%), qual definido pela seguinte

fórmula:

%
 

ANEXO I – MODELO DE LAUDO DE IMÓVEL RURAL


 

LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO

USINA xxxxxxx/xxxxxx - BA

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx LTDA

 
 

RESUMO

SOLICITANTE

Fulano de Tal.

PROPRIEDADE

Alunos do Curso de Pós Graduação.

TIPO DE IMÓVEL

USINA DE ÁLCOOL - DESATIVADA.

LOCALIZAÇÃO

Estrada Vicinal a 800 m da Estrada de xxxxxxxx/Brasilia - Situa-se no

Município do Vitória - ES.

ÁREA TOTAL

Área registrada: 72,60 ha.

VALOR TOTAL DO IMÓVEL = R$ 5.497.084,23

 
 

SUMÁRIO

 
1.0 – METODOLOGIA................................................................................................... 55 

2.0 – VISTORIA ............................................................................................................. 56 

3.0 – OBJETIVO ............................................................................................................. 56 

4.0 – FINALIDADE ........................................................................................................ 56 

5.0 – ACESSO AO IMÓVEL ........................................................................................ 56 

6.0 – CARACTERÍSTICA DA REGIÃO ..................................................................... 57 

6.1 – Transportes ......................................................................................................... 57 

6.2 – Melhoramentos Públicos ................................................................................. 57 

6.3 – Tipo de Ocupação Circunvizinha ................................................................. 57 

7.0 – DESCRIÇÃO DA REGIÃO DO IMÓVEL AVALIANDO .............................. 58 

8.0 – CLASSIFICAÇÃO DO IMÓVEL ....................................................................... 58 

9.0 – VALOR DE MERCADO ....................................................................................... 59 

10.0 – DESCRIÇÃO DO IMÓVEL FAZENDA IBIRALCOOL............................... 59 

11.0 – PESQUISA DE MERCADO DE IMÓVEIS RURAIS NA REGIÃO ......... 59 

12.0 – TRATAMENTO DOS DADOS ........................................................................ 60 

13.0 – INTERVALO DE CONFIANÇA ....................................................................... 70 

14.0 – CAMPO DE ARBÍTRIO .................................................................................... 70 

15.0 – BENFEITORIAS NÃO REPRODUTIVAS - EDIFICAÇÕES .................... 71 


 

16.0 – DESCRIÇÃO DAS EDIFICAÇÕES ............................................................... 71 

16.1 – Escritório ............................................................................................................ 71 

16.2 – Laboratório ........................................................................................................ 72 

16.3 – Casa da Balança - Portaria ......................................................................... 72 

16.4 – Bases do tanque de álcool/Destilaria/Fermentação.......................... 73 

16.5 – Pré Fermentação - Estruturas ................................................................... 73 

16.6 – Casa de força ................................................................................................... 74 

16.7 – Cobertura da Destilaria ................................................................................ 74 

16.8 – Usina .................................................................................................................... 74 

16.9 – Caldeiraria/Oficina/Almoxarife .................................................................. 75 

16.10 – Banheiro Industriais .................................................................................... 75 

16.11 – CCM (Moenda, Caldeira, Destilaria e Vinhaça)................................. 76 

16.12 – Refeitório ......................................................................................................... 76 

16.13 – Laboratório de Sacarose ........................................................................... 76 

16.14 – Base de Carregamento de Álcool........................................................... 77 

16.15 – Caixas de Sedimentação (Lavagem de cana e fuligem)............... 77 

17.0 – VALOR DAS BENFEITORIS NÃO REPRODUTIVAS .............................. 78 

EDIFICAÇÕES ................................................................................................................. 78 

18.0 – CÁLCULO DO GRAU DE FUNDAMENTAÇÃO .......................................... 79 


 

19.0 – CÁLCULO DO GRAU DE PRECISÃO .......................................................... 80 

20.0 – PRESSUPOSTOS E RESSALVAS................................................................. 81 

21.0 – RESULTADO DA AVALIAÇÃO E DATA DE REFERÊNCIA ................... 81 

VALOR TOTAL IMÓVEL (VTI) R$ = VTN + VBNR .............................................. 82 

22.0 – DECLARAÇÃO DE CONFORMIDADE ......................................................... 82 

23.0 – ENCERRAMENTO ............................................................................................. 82 

24.0 – EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA DO AVALIANDO ....................................... 83 

25.0 – ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ART)Erro! Indicador não definido.

 
 

LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO


 

1.0 – METODOLOGIA             

O presente Laudo Técnico de Avaliação foi elaborado em conformidade com a NBR

14.653 – Avaliação de Bens, em sua Parte 1 (Procedimentos Gerais e Parte 3 (Imóveis

Rurais) da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Para a realização do presente laudo de avaliação utilizou-se o Método Comparativo

Direto de Dados de Mercado e Método Evolutivo.

Método Comparativo Direto de Dados de Mercado: Identifica o valor de mercado do

bem por meio de tratamento técnico dos atributos dos elementos comparáveis

constituintes da amostra (Valor Total do Imóvel ou Valor de Terra Nua). A definição do

valor é realizada através da comparação direta com dados de mercado assemelhados

quanto à características intrínsecas e extrínsecas. Os atributos dos dados pesquisados

que exercem influência na formação do valor são ponderados por fatores de

homogeneização.

Método Evolutivo: Identifica o valor do bem pelo somatório de seus componentes.

Neste caso o Valor de Total do Imóvel é obtido através do somatório das benfeitorias

não reprodutivas e reprodutivas. Para o caso em tela, apenas a benfeitorias não

reprodutivas (Edificações).

Os cálculos estatísticos foram realizados com o auxílio do Software Infer 32 (Estatística

Descritiva).
 

2.0 – VISTORIA

Foi realizada a vistoria no imóvel rural denominado como Usina xxxxxx, no Município

de Vitória - ES, nos dias 27 e 28 de Maio de 2016. Teve como objetivo, vistoriar e

promover o registro fotográfico do imóvel na sua totalidade.

No segundo momento realizou-se o levantamento de dados de mercado dos imóveis

na região do imóvel avaliando e limítrofes ao avaliando.

Fizemos visitas a corretores, pessoas ligados ao setor rural que julgamos como fontes

confiáveis de informações.

Participaram desta trabalho técnico, Cristiano Santos, Juliano Santos e a aluna de pós

Graduação de Avaliações e Perícias de Engenharia Francielle Xavier.

3.0 – OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo a determinação do valor de mercado da área de 72,60

hectares (ha) e suas respectivas benfeitorias não reprodutivas (Edificações) de

propriedade da Usina xxxxxxxx, localizada no Município de Vitória/ES.

4.0 – FINALIDADE

O presente trabalho tem como finalidade a obtenção do valor de mercado para fins de

valor Patrimonial.

5.0 – ACESSO AO IMÓVEL

O imóvel está localizado no Município de Vitoria/ES, com acesso pela rodovia BR 101 -

Norte.
 

Partindo do centro de xxxxx sentido a Lajedão, seguir por aproximadamente 8,90 km

por estrada de asfalto em péssima qualidade de trafego, no entroncamento virar à

direita e seguir até a portaria da Usina percorrendo 1,10 km. Coordenadas 22 k –

374628 E / 8048644 S.

6.0 – CARACTERÍSTICA DA REGIÃO

6.1 – Transportes

Destaca-se como principal via de acesso à Estrada xxxxxxxxxxxxxx / Teixeira de

Freitas.

Existe uma linha regular de ônibus intermunicipal, trafegando pela rodovia mencionada

rodovia, proporcionando ligação a diversas regiões e ao centro da cidade.

6.2 – Melhoramentos Públicos

O local é servido por energia elétrica (Luz e Força), serviço telefônico e Correios e

Banco.

6.3 – Tipo de Ocupação Circunvizinha

Possui ocupação homogênea caracterizada por fazendas com exploração de cana,

agropecuária, reflorestamento e por estabelecimentos comerciais tais como: Posto de

Gasolina com densidade de edificação baixa e nível econômico médio.


 

7.0 – DESCRIÇÃO DA REGIÃO DO IMÓVEL AVALIANDO

Sobre o ponto de vista das atividades rurais evidenciamos que existe uma divisão

bem definida com produção de Cana de Açúcar, Pecuária de corte e leite e

Reflorestamento. As áreas destinadas a Cana de Açúcar tem valor maior por

hectare comparando com os outros dois tipos de atividade.

8.0 – CLASSIFICAÇÃO DO IMÓVEL

Imóvel Rural: Prédio rústico de área contínua, qualquer que seja a sua localização, que

se destine ou possa se destinar à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal,

florestal ou agroindustrial.

Pequena Propriedade: O imóvel rural com área compreendida até 4 (quatro) módulos

fiscais;

Média Propriedade: O imóvel rural com área de 4 (quatro) a 15 (quinze) módulos

fiscais;

Grande Propriedade: O imóvel rural com área acima de 15 (quinze) módulos fiscais.

Módulo fiscal do Município de xxxxxxxx/BA = 55,00 ha – Fonte: INCRA.


 

9.0 – VALOR DE MERCADO

Entende-se como valor atual de mercado, “expressão monetária teórica e mais

provável de um bem, a uma data de referência, numa situação em que as partes,

conscientemente conhecedoras das possibilidades de seu uso e envolvidas em sua

transação, não estejam compelidas à negociação, no mercado vigente naquela data”.

(Fonte: IBAPE – Glossário de Terminologia Básica Aplicável à Engenharia de

Avaliações – 1994).

10.0 – DESCRIÇÃO DO IMÓVEL FAZENDA PARAÍSO NOVO

Conforme vistoria in loco, constatamos que o imóvel avaliando possui configuração

irregular, topografia plana, solo seco, diversas benfeitorias não reprodutivas

(Edificações), área de 72,60 ha e classificada como pequena propriedade.

11.0 – PESQUISA DE MERCADO DE IMÓVEIS RURAIS NA REGIÃO

A pesquisa de valores foi realizado segundo os preceitos do método comparativo direto

de dados de mercado, conforme item 7.4, e tem como objeto estimar o valor de

mercado do produto imobiliário projetado.


 

Valor bruto/ha (Sem


Discriminação da Amostra
Homogeneização)

Pesquisa 01 – Fazenda localizada na zona rural de Ibirapuã/BA, com área de 1.000


hectares, com lavoura de cana de açucar. Valor ofertado R$ 15.000.000,00S. Sem R$15.000,00/ha
benfeitorias. Informante: Corretor de Imóveis Leonardo Batista - Tel: 73 - 99855 - 7000
Vivo, 73 - 99199 - 7000 Tim.

Pesquisa 02 – Fazenda localizada as margens da Rodovia, 418, distante 50 km da


Usina de Ibirapuã/BA, com área de 108 hectares, com pastagem, diversas benfeitorias
R$ 18.000,00/ha
como duas casa sede, represa e curral, topografaia 90% mecanizada. Valor ofertado R$
1.944.000,00. Informante: Rodrigo - 73 - 99929 - 8361.

Pesquisa 03 – Fazenda localizada na região Portela - Ibirapuã/BA, com área de 1.080


hectares, com lavoura de cana de açucar, diversas benfeitorias como casa sede, dois
currais, poço artesiano, seis represas, rio, corregos e galpão. Valor ofertado R$ R$ 12.500,00/ha
13.500.00,00. Informante: Corretor de Imóveis Conagro - Tel: 73 - 3294 - 0674; 3031 -
0555; 73 - 99975 - 2081 e 98819 - 1701.

Pesquisa 04 – Fazenda Cachoeirinha Numerada, voltada para pecuária, localizada na


região de Ibirapuã/BA, com área de 75 hectares, diversas benfeitorias como casa sede,
casa de vaqueiro, curral coberto com balança e embarcador, água encanada, rio, duas R$ 18.133,33/ha
nascentes e toda formada em pasto. Valor ofertado R$ 1.360.000,00. Corretor de
Imóveis Felipe Santos - Tel: 31 - 99318 - 8789.

Pesquisa 05 – Fazenda localizada a 15 km de Teixeira de Freitas, e 65 km de Ibirapuã


pela BR 693, com área de 36 hectares, diversas benfeitorias como casa sede, edicula, R$ 16.666,67/ha
represa para irrigação, reserva legal e pastagem, votada para pecuária. Valor ofertado
R$ 600.000,00. Informante: www.mgfimoveis.com.br.

12.0 – TRATAMENTO DOS DADOS

Nº Am. Valor Homog. Valor Unitário FE FA FBenf Fcc «Área» «Valor Total»

1 17.334,00 15.000,00 0,90 1,2840 1,0000 1,000 1.000,00 15.000.000,00

2 13.126,25 18.000,00 0,90 1,0276 0,9500 0,830 108,00 1.944.000,00

3 13.117,95 12.500,00 0,90 1,2956 0,9000 1,000 1.080,00 13.500.000,00

4 12.921,08 18.133,33 0,90 1,0041 0,9500 0,830 75,00 1.360.000,00

5 10.804,98 16.666,67 0,90 0,9643 0,9000 0,830 36,00 600.000,00

Variáveis marcadas com "«" e "»" não serão usadas nos cálculos.
 

Descrição das Variáveis


Valor a avaliar:

• Valor Homog. Equação: [Valor Homogeneizado]

Valores e coeficientes de homogeneização:

• Valor Unitário (Valor de Terra Nua R$/ha): Equação: [Valor Total] ÷[Área].

• FA: Fator de Área: Raiz quarta da relação entre a área do elemento

pesquisado e a área do elemento avaliando adicionado da unidade (1) um e

dividido por (2) dois, quando o resultado da divisão ou da relação for igual ou

menor que 30%. Raiz oitava da relação entre a área do elemento pesquisado e

a área do elemento avaliando adicionado da unidade (1) um e dividido por (2)

dois, quando o resultado da divisão ou da relação for igual ou maior que 30%

(Deslandes, 2002).

FBenf (Fator de Benfeitoria): Propriedades Sem Benfeitorias = 1,00;

Propriedades com Benfeitorias Pouco Expressiva = 0,95 e Propriedades com

Muitas Benfeitorias Expressivas = 0,90.

• FCC (Fator de Correção de Cultura): Avaliado atividade de cana de açúcar =

1,00 e atividade pecuária = 0,830. Visa ajustar os valores para a mesma

realidade do imóvel avaliando.

• Área: Área do imóvel em hectare (ha). (Variável não utilizada no modelo).

• Valor Total: Valor em reais (R$). (Variável não utilizada no modelo)

Estatísticas Básicas
Nº de elementos da amostra :5
 

Nº de graus de liberdade :4

Variável Média Desvio Padrão Coef. Variação

Valor Homog. 13460,85 2375,7012 17,65%

Dispersão dos elementos

Dispersão em Torno da Média


 

Tabela de Desvios
Desvios em torno da média.

Nº Am. Observado Média Desvio Normalizado Studentizado Quadrático

1 17334,0000 13460,8520 3873,1480 1,6303 1,8227 1,5001x107

2 13126,2500 13460,8520 -334,6020 -0,1408 -0,1574 1,1195x105

3 13117,9500 13460,8520 -342,9020 -0,1443 -0,1613 1,1758x105

4 12921,0800 13460,8520 -539,7720 -0,2272 -0,2540 2,9135x105

5 10804,9800 13460,8520 -2655,8720 -1,1179 -1,2498 7,0536x106

Desvios Deletados Studentizados

As amostragens cujos desvios mais se deslocam da reta de referência influem

significativamente no valor médio.

Estatísticas Gerais
Número de elementos .............. : 5
 

Graus de liberdade ................... : 4

Valor médio ............................. : 13460,8520

Mediana .................................. : 13525,4050

Moda ...................................... : 12981,3200

Variância ................................ : 4,5151x106

Desvio padrão .......................... : 2124,8917

Desvio médio ........................... : 1549,2592

Variância (não tendenciosa) ...... : 5,6439x106

Desvio padrão (não tend.) ......... : 2375,7012

Coef. de variação ..................... : 17,65%

Valor mínimo ........................... : 10804,9800

Valor máximo .......................... : 17334,0000

Amplitude ............................... : 6529,0200

Número de classes .................. : 3

Intervalo de classes ................. : 2176,3400

Sob o aspecto do coeficiente de variação, a amostra é considerada boa- classe

Momentos Centrais
Momento central de 1ª ordem : 13460,8520

Momento central de 2ª ordem : 4,5151x106

Momento central de 3ª ordem : 7,8267x109


 

Momento central de 4ª ordem : 1,5653x109

Coeficiente Amostral Normal t de Student

Assimetria 0,8157 0 0

Curtose -2,9999 0 Indefinido

Distribuição assimétrica à direita e platicúrtica.

Intervalos de Classes

Classe Mínimo Máximo Freq. Freq.(%) Média

1 10804,9800 12981,3200 2 40,00 11863,0300

2 12981,3200 15157,6600 2 40,00 13122,1000

3 15157,6600 17334,0000 1 20,00 17334,0000

Histograma
 

Ogiva de Frequências

Amostragens eliminadas
Todas as amostragens foram utilizadas.

Amostragens a serem saneadas


Critério de saneamento:

Intervalo de +/- 2,00 desvios padrões em torno da média.

Nenhuma amostragem foi encontrada fora do intervalo.


 

Gráfico de Representação do Saneamento

Teste de Kolmogorov-Smirnov

Amostr. Desvio F(z) G(z) Dif. esquerda Dif. Direita

5 10804,9800 0,1318 0,2000 0,1317 0,0682

4 12921,0800 0,410 0,4000 0,2101 0,0101

3 13117,9500 0,443 0,6000 0,0426 0,1573

2 13126,2500 0,444 0,8000 0,1560 0,3560

1 17334,0000 0,948 1,0000 0,1484 0,0515

Maior diferença obtida: 0,3560

Valor crítico: 0,5100 (para o nível de significância de 10 %)

Segundo o teste de Kolmogorov-Smirnov, a um nível de significância de 10 %, aceita-

se a hipótese alternativa de que há normalidade.


 

Observação: O teste de Kolmogorov-Smirnov tem valor aproximado quando é realizado

sobre uma população cuja distribuição é desconhecida, como é o caso das avaliações

pelo método comparativo.

Gráfico de Kolmogorov-Smirnov

Teste de Sequências/Sinais
Número de elementos positivos .. :1

Número de elementos negativos . :4

Número de sequências ................. :2

Média da distribuição de sinais .... : 2,5

Desvio padrão .................................. : 1,118

Teste de Sequências
(Desvios em torno da média):

Limite inferior .... : -0,2041


 

Limite superior . : -2,2454

Intervalo para a normalidade: [-1,2817, 1,2817] (para o nível de significância de 10%)

Pelo teste de sequências, aceita-se a hipótese da aleatoriedade dos sinais dos desvios.

Teste de Sinais
(Desvios em torno da média)

Valor z (calculado) ........... : 1,3416

Valor z (crítico) .................. : 1,2817 (para o nível de significância de 10%)

Pelo teste de sinais, rejeita-se a hipótese nula. A distribuição dos desvios em torno da

média não apresenta características de normalidade.

Reta de Normalidade

Formação dos Valores

Estima-se Valor Homog. da Propriedade = R$ 13.460,85/ha


 

Intervalo de confiança de 80,0 % para o valor estimado:

Mínimo: R$ 11.831,90/ha

Máximo: R$ 15.089,80/ha

VALOR TOTAL DA TERRA NUA (VTTN)= Valor Médio (R$/ha) x Área (ha)

VTTN = R$ 977.257,71 (Novecentos e setenta e sete mil e duzentos e


cinquenta e sete reais e setenta e um centavos).
 

13.0 – INTERVALO DE CONFIANÇA

É determinado pela aplicação do tratamento científico dos dados, através de Estatística

Descritiva, conforme demonstrado para a área sob avaliação. O presente trabalho

atingiu grau de precisão III.

Valores do obtidos no Método Comparativo

Valor Mínimo (R$/ha) Valor Médio (R$/ha) Valor Máximo (R$/ha)

11.831,90 13.460,85 15.089,80

14.0 – CAMPO DE ARBÍTRIO

O Campo de Arbítrio está limitado à semi-amplitude de 15% em torno da média,

conforme anexo A da NBR 14.653-3.


 

CAMPO DE ARBÍTRIO

Valor Mínimo (R$/ha) Valor Médio (R$/ha) Valor Máximo (R$/ha)

11.441,72 13.460,85 15.479,98

15.0 – BENFEITORIAS NÃO REPRODUTIVAS - EDIFICAÇÕES

São consideradas benfeitorias, todas aquelas situações onde são investidos recursos

de capital para sua instalação. Nos procedimentos avaliatórios de imóveis rurais são

subdivididos em reprodutivas e não reprodutivas.

Na presente avaliação iremos atribuir valores somente para as benfeitorias não

reprodutivas, para depois somar ao valor da terra nua, chegando assim ao valor total

do imóvel.

As benfeitorias não reprodutivas (Edificações) foram depreciadas conforme a tabela de

Ross Heidecke, que leva em consideração a idade em vida útil (percentual) e o estado

de conservação.

16.0 – DESCRIÇÃO DAS EDIFICAÇÕES

16.1 – Escritório

Departamento Pessoal, Ambulatório, Recepção, Administrativo e Saúde e Segurança

Ocupacional (SSO).

Composta por salas; sanitário (Masculino e Feminino); copa; forro em lambris de pvc;

paredes em bloco de concreto pintado com azulejos até meia altura; piso

cimentado/cerâmico e caixilhos em ferro.


 

Construção térrea, edificada em estrutura de concreto, com fechamento laterais de

alvenaria de tijolo furado, cobertura de telhas de fibrocimento tipo ondulada sobre

estrutura de madeira em uma água.

Estado de conservação: Necessitando de Reparos Simples (E).

Área construída: 290,09 m².

Idade real estimada: 9 anos.

Vida útil: 60 anos.

16.2 – Laboratório

Construção térrea edificada em estrutura de concreto, composta por área de serviço

laboratoriais, sanitários (Masculino e Feminino) com portas em alumínio, forro em

lambris de pvc; paredes em bloco de concreto, paredes em azulejo até o teto, cozinha

e sala do gerente, telhas de alumínio com bordas curtas.

Estado de conservação: Necessitando de Reparos Simples (E).

Área construída: 105,39 m².

Idade real estimada: 9 anos.

Vida útil: 60 anos.

16.3 – Casa da Balança - Portaria

Construção térrea em estrutura de concreto, com fechamentos laterais de alvenaria,

fachada em bloco de concreto aparente, piso cerâmico, vidro e alumínio nas janelas,

teto em laje, banheiro com piso em cerâmica e paredes em azulejos até o teto, portas

em alumínio, cozinha com piso cerâmico e parede em azulejo até o teto e telhas em

alumínio com bordas curtas.


 

Estado de conservação: Necessitando de Reparos Simples (E).

Área construída: 53,53 m²

Idade real estimada: 9 anos.

Vida útil: 60 anos.

16.4 – Bases do tanque de álcool/Destilaria/Fermentação

Trata-se de bases de concreto para sustentação de equipamento e tanques, ocupando

uma área aproximada de 1.350,00 m².

Estado de conservação: Necessitando de Reparos Simples (E).

Volume estimado de concreto: 2.700,00 m³.

Idade real estimada: 9 anos.

Vida útil: 60 anos.

16.5 – Pré Fermentação - Estruturas

Construção térrea, edificada em estrutura metálica, sem fechamentos laterais, e

coberturas de chapas metálicas sobre estrutura metálica em uma água.

Estado de conservação: Necessitando de Reparos Simples (E).

Área construída: 780,00 m².

Idade real estimada: 9 anos.

Vida útil: 20 anos.


 

16.6 – Casa de força

Construção em parte com dois pavimentos, edificada em estrutura de concreto,

fechamento das paredes com bloco de concreto e telhas de alumino com bordas e

duas águas.

Estado de conservação: Necessitando de Reparos Simples (E).

Área construída: 710,59 m².

Idade real estimada: 9 anos.

Vida útil: 20 anos.

16.7 – Cobertura da Destilaria

Construção térrea, edificada em estrutura metálica, sem fechamentos laterais,

coberturas de chapas metálicas sobre estrutura metálica em uma água.

Estado de conservação: Necessitando de Reparos Simples (E).

Área construída: 900,00 m².

Idade real estimada: 9 anos.

Vida útil: 20 anos.

16.8 – Usina

Construção térrea, edificada em estrutura metálica, com fechamentos parciais de

chapas metálicas, fachadas de chapas metálicas e cobertura metálicas tipo ondulada,

sobre estrutura metálica em arco.

Estado de conservação: Necessitando de Reparos Simples (E).

Área construída: 1.600,00 m².


 

Idade real estimada: 9 anos.

Vida útil: 20 anos.

16.9 – Caldeiraria/Oficina/Almoxarife

Construção térrea, edificada em estrutura de concreto, com fechamentos laterais de

blocos de concreto, fachada de bloco aparente e cobertura de telhas metálicas tipo

ondulada, sobre estrutura de concreto em quatro água. Possui escritório com dois

pavimentos e salas dos encarregados. Parte inferior com salas e banheiros.

Estado de conservação: Necessitando de Reparos Simples (E).

Área construída: 897,00 m².

Idade real estimada: 9 anos.

Vida útil: 60 anos.

16.10 – Banheiro Industriais

Construção térrea, edificada em estrutura de concreto, com fechamentos laterais de

blocos de concreto, fachada de bloco aparente e cobertura de telhas de alumínio de

bordas, possui banheiro feminino e banheiro masculino, portas em alumínio, chuveiro,

vaso sanitário e pias, piso cerâmico, parede em azulejo até o meio, divisórias em

granito, teto em laje pré fabricada com tijolos aparente.

Estado de conservação: Necessitando de Reparos Simples (E).

Área construída: 95,81 m².

Idade real estimada: 7 anos.

Vida útil: 60 anos.


 

16.11 – CCM (Moenda, Caldeira, Destilaria e Vinhaça)

Construção térrea, edificada em estrutura de concreto, com fechamentos laterais de

blocos concreto, parte que fica o transformador com cobertura em telha de alumínio

com bordas e sem fechamento nas laterais.

Estado de conservação: Necessitando de Reparos Simples e Importantes (F).

Área construída: 242,94 m²

Idade real estimada: 7 anos.

Vida útil: 60 anos.

16.12 – Refeitório

Construção térrea, edificada em estrutura de concreto, montado com estrutura pré

fabricada, bancada de entrada em alvenaria de bloco de concreto, reboco e azulejo,

piso cerâmico apresentando rachaduras e deformações, teto com estrutura metálica e

telhas de alumínio.

Estado de conservação: Necessitando de Reparos Simples e Importantes (F).

Área construída: 222,04 m²

Idade real estimada: 7 anos.

Vida útil: 20 anos.

16.13 – Laboratório de Sacarose

Construção térrea, edificada em estrutura de concreto, com fechamentos laterais de

blocos de concreto, fachada de bloco aparente e cobertura de telhas de alumínio de

bordas, possui banheiro, bancada de alvenaria e mármore, piso cerâmico, paredes em


 

azulejos até o meio, laje maciça, cozinha e portas em alumínio e janela em vidro com

alumínio.

Estado de conservação: Necessitando de Reparos Simples (E).

Área construída: 74,53 m²

Idade real estimada: 7 anos.

Vida útil: 60 anos.

16.14 – Base de Carregamento de Álcool

Construção térrea, edificada em estrutura metálica, sem fechamentos laterais, telhas

em alumínio com bordas e piso cimento grosso.

Estado de conservação: Necessitando de Reparos Simples (E).

Área construída: 199,64 m²

Idade real estimada: 7 anos.

Vida útil: 60 anos.

16.15 – Caixas de Sedimentação (Lavagem de cana e fuligem)

Trata-se de um retângulo em bases de concreto e paredes de concreto para

armazenamento lavagem da cana e fuligem, com as seguinte dimensões (46,00 x 30 x

20) cada caixa.

Estado de conservação: Necessitando de Reparos Simples (E).

Volume estimado de concreto: 947,70 m³.

Idade real estimada: 9 anos.

Vida útil: 60 anos.


 

17.0 – VALOR DAS BENFEITORIS NÃO REPRODUTIVAS

EDIFICAÇÕES

Valor Coeficiente
Idade % da Estado
Item Descrição Idade Aparente Vida Útil Área (m²) Unitário de Valor Total (R$)
Vida Conservação
(R$/m²) Depreciação

1 Escritório 9 60 290,09 1.182,60 15,00 E 0,7485 R$ 256.780,73

2 Laboratório 9 60 105,39 518,40 15,00 E 0,7485 R$ 40.893,68

3 Casa da Balança - Portaria 9 60 53,53 518,40 15,00 E 0,7485 R$ 20.770,84

Valor Coeficiente
Idade % da Estado
Item Descrição Idade Aparente Vida Útil Área (m³) Unitário de Valor Total (R$)
Vida Conservação
(R$/m²) Depreciação
Bases do Tanque de
4 9 60 2700,00 664,20 15,00 E 0,7485 R$ 1.342.314,99
Alcool/Destilaria/Fermentação
Valor Coeficiente
Idade % da Estado
Item Descrição Idade Aparente Vida Útil Área (m²) Unitário de Valor Total (R$)
Vida Conservação
(R$/m²) Depreciação

5 Pré Fermentação Estruturas 9 20 780,00 437,40 45,00 E 0,552 R$ 188.326,94

6 Casa de Força 9 20 710,59 437,40 45,00 E 0,552 R$ 171.568,26

7 Cobertura da Destilaria 9 20 900,00 437,40 45,00 E 0,552 R$ 217.300,32

8 Usina 9 20 1600,00 631,80 45,00 E 0,552 R$ 558.005,76

9 Caldeiraria/Oficina/Almoxarife 9 60 897,00 1.453,14 15,00 E 0,7485 R$ 975.644,74

10 Banheiro Industrial 7 60 95,81 437,40 11,67 E 0,764 R$ 32.017,17

11 CCM - Diversos 7 60 242,94 518,40 11,67 F 0,623 R$ 78.460,68

12 Refeitório 7 20 222,04 518,40 35,00 F 0,623 R$ 71.710,75

13 Laboratório de Sacarose 7 60 74,53 518,40 11,67 E 0,764 R$ 29.518,17

14 Base de Carregamento de Alcool 9 60 199,64 437,40 15,00 E 0,7485 R$ 65.360,92

Valor Coeficiente
Idade % da Estado
Item Descrição Idade Aparente Vida Útil Área (m³) Unitário de Valor Total (R$)
Vida Conservação
(R$/m²) Depreciação
Caixa de Sedimentação (Lavagem
15 9 60 947,70 664,20 15,00 E 0,7485 R$ 471.152,56
de cana e Fuligem)

Valor Total das Edificações (R$) R$ 4.519.826,52

Valor Total das Edificações = R$ 4.519.826,52

(Quatro milhões quinhentos mil oitocentos e vinte seis reais e cinquenta e dois centavos).

 
 

18.0 – CÁLCULO DO GRAU DE FUNDAMENTAÇÃO

Os critérios para determinação da pontuação alcançada no laudo serão especificadas a

seguir onde o engenheiro de avaliações deverá enquadrar seu trabalho em cada item

da tabela abaixo. A soma dos pontos obtidos nos dez itens será utilizada para conferir

o grau de fundamentação (NBR 14.653-3, Item 9.2).

Para determinação da pontuação, os valores na horizontal não


Especificação das são cumulativos
avaliações de
Item

imóveis rurais Condição pt Condição pt Condição pt

Número de dados
de mercado ≥3(k+1) e no
1 18 ≥5 9
efetivamente mínimo 5
utilizados

Quantidade dos
dados colhidos no
mercado de Minoria
2 mesma Todos 15 Maioria 7 ou 0
exploração, ausência
conforme em
5.1.2

Visita dos dados


Minoria
de mercado por
3 Todos 10 Maioria 6 ou 0
engenheiro de
ausência
avaliações

Critério adotado Custo de Custo de Como


para avaliar reedição por reedição por variável,
4 5 3 3
construções e planilha caderno de conforme
instalações específica preços anexo A

Critério adotado Como


para avaliar Por caderno de variável,
5 Conforme 10.3 5 3 3
produções preços conforme
vegetais anexo A

Apresentação do
6 laudo conforme Completo 16 Simplificado 1
seção 11
 

Utilização do Tratamento por


Tratamento
método fatores, Outros
cientifico,
7 comparativo direto 15 conforme em 12 tratamen 2
conforme 7.7.3
de dados de 7.7.2 e anexo tos
e anexo A
mercado B

Fotográfica 2

Identificação dos Roteiro de


8 Coordenadas
dados amostrais acesso ou
geodésicas ou 2 1
croqui de
geográficas
localização

Documentação do Fotográfica 4
avaliando que
9 permita sua Coordenadas
Croqui de
identificação e geodésicas ou 4 2
localização
localização geográficas

Certidão
dominal 2
Documentação do atualizada
imóvel avaliando
10 apresentada pelo Levantamento
contratante topográfico Levantamento
refere-se a planimétrico de 2 topográfico 2
acordo com as planimétrico
normas

Grau

I II III
Limite mínimo 12 36 71

Limite máximo 35 70 100

19.0 – CÁLCULO DO GRAU DE PRECISÃO

Segundo a NBR 14.653-3, item 9.3, os critérios para determinação da precisão serão

especificados no caso em que for utilizado exclusivamente o método comparativo direto


 

de dados de mercado. Pega-se o valor máximo menos o valor mínimo do intervalo de

confiança, a diferença é dividido pelo valor central (Valor Médio).

Grau
Descrição
III II I

Amplitude do
intervalo de
confiança de 80%
≤30% 30%-50% ≥50%
em torno do valor
central da
estimativa

20.0 – PRESSUPOSTOS E RESSALVAS

O Engenheiro Agrônomo Juliano Gonçalves dos Santos, inspecionou e vistoriou

pessoalmente junto com Senhor Eduardo, Cicero e Rodrigo o imóvel objeto do

presente trabalho, bem como colaborou para a pesquisa de preços junto a corretores e

profissionais ligados ao setor rural.

O valor dos serviços profissionais não está de forma alguma sujeito às conclusões

deste laudo.

O avaliador não têm nenhuma inclinação pessoal, em relação à matéria envolvida

neste laudo e tampouco dela auferem qualquer vantagem.

21.0 – RESULTADO DA AVALIAÇÃO E DATA DE REFERÊNCIA

Analisando todos os fatores influenciáveis no valor do imóvel, concluímos que o valor

de mercado para o imóvel objeto de avaliação, para fins de valor Patrimonial segue

conforme expressão matemática abaixo, tendo como mês de referência Junho de 2016.
 

VALOR TOTAL IMÓVEL (VTI) R$ = VTN + VBNR

VTI = R$ 5.497.084,23

(Cinco milhões quatrocentos e noventa e sete mil oitenta e quatro reais e vinte

três centavos).

22.0 – DECLARAÇÃO DE CONFORMIDADE

O signatário atesta que a presente avaliação obedece criteriosamente aos princípios e

normas.

O signatário não tem no presente, nem contempla no futuro, interesse nos bens

envolvidos neste Laudo Técnico de Avaliação, sendo que este foi elaborado com

observância estrita aos princípios do Código de Ética Profissional do CONFEA.

23.0 – ENCERRAMENTO

O signatário do presente Laudo Técnico Avaliação se coloca ao inteiro dispor para os

esclarecimentos que se fizerem necessários.

O presente Laudo Técnico de Avaliação tem em seu encerramento sua página

devidamente assinada pelo autor.

Fortaleza/CE – 27 de Janeiro de 2017

_______________________________

Juliano Gonçalves dos Santos

Engenheiro – CONFEA/CREA 080562168-7

Engenheiro de Avaliações e Perícias

Engenheiro de Segurança do Trabalho


 

24.0 – EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA DO AVALIANDO

Foto 01 – Vista parcial do imóvel avaliando.

Foto 02 – Vista parcial do imóvel avaliando.


 

Foto 03 – Vista parcial do imóvel avaliando.

Foto 04 – Vista parcial do imóvel avaliando.


 

Foto 05 – Vista parcial do imóvel avaliando.

Foto 06 – Vista parcial do imóvel avaliando.


 

Foto 07 – Vista parcial do imóvel avaliando.

Foto 08 – Vista parcial do imóvel avaliando.


 

Foto 09 – Vista parcial do imóvel avaliando.

Foto 10 – Vista parcial do imóvel avaliando.


 

Foto 11 – Vista parcial da portaria de acesso Usina Ibiralcool.

Foto 12 – Vista parcial do refeitório.


 

Foto 13 – Vista parcial parte inferior – Laboratório Industrial.

Foto 14 – Vista parcial Almoxarife/Oficina.


 

ANEXO II – TABELA DO NÍVEL DE CONFIANÇA


 
 

27 - REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas: Norma Técnica de

Avaliação de Bens, Procedimentos Gerais – NBR 14653:1, Rio de Janeiro:

2001.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas: Norma Técnica de

Avaliação de Bens, Procedimentos Gerais – NBR 14653:3, Rio de Janeiro:

2004.

Deslandes, Cristiano Augusto. Avaliação de imóveis rurais / Cristiano Augusto

Deslandes. – Viçosa: Aprenda Fácil, 2002.

Fiker, José. Manual de avaliações e pericias em imóveis urbanos / José Fiker.

3° edição. São Paulo: Pini, 2008.

Lima, Marcelo Rossi de Camargo. Avaliação de propriedades rurais: manual

básico: a engenharia de avaliações rurais aplicada às fazendas/ Marcelo Rossi

de Camargo Lima. 3 ed.—São Paulo: Leud, 2011.

Maia Neto, Francisco. Perícias jurisprudência: doutrina prática

jurisprudência/Francisco Maia Neto – 4a. Ed. revista e atualizada – Belo

Horizonte: Del Rey, 2003.

Padrão PUC Minas de Normatização: normas da ABNT para apresentação de

artigos científicos, Belo Horizonte, atualização agosto de 2010.

Ribeiro Junior, José Ivo. Análise estatística no SAEG / José Ribeiro Junior. –

Viçosa: UFV, 2001.


 

Martins, Domingos Mota. Imóveis rurais: como classificar e avaliar

propriedades rurais/ Domingos Monta Martins. – Viçosa: Aprenda Fácil, 2014.

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