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INTRODUÇÃO A

SEGURANÇA DO
TRABALHO
Profª. Naum Victor dos Santos

Curso: Técnico em Mecânica Industrial


Turma: TMI-24B
Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

SUMÁRIO

Sumário
1. Aspectos Históricos da Segurança do Trabalho ................................................................................5
O trabalho na pré história e antiguidade ...................................................................................................5
O trabalho na idade média ........................................................................................................................5
Revolução Industrial .................................................................................................................................7
Evolução no Brasil ....................................................................................................................................8
Aspectos cronológicos do trabalho no Brasil ............................................................................................8
2. Os Profissionais de Segurança do Trabalho ......................................................................................8
2.1 Principais atribuições do Técnico de Segurança do Trabalho .............................................................8
3. Concepção da relação Trabalho e Segurança. ..................................................................................9
Trabalho. ..................................................................................................................................................9
Segurança: Conceitos Básicos. .............................................................................................................. 10
4. Acidente de Trabalho....................................................................................................................... 12
5. Acidente x Incidente ou quase acidente ........................................................................................... 13
Incidente ou quase incidente .................................................................................................................. 13
. Considerações Gerais .......................................................................................................................... 13
CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho. ...................................................................................... 14
5.5 Classificação dos acidentes quanto a sua gravidade ......................................................................... 14
Tipos de incapacidade ..................................................................................................................... 14
6. Causas dos Acidentes de Trabalho ................................................................................................. 15
. Atos Inseguros (Inadequados). ............................................................................................................. 15
7.1.1. Atos inadequados mais freqüentes: .............................................................................................. 15
Condições Inseguras: ............................................................................................................................. 16
7.2.1. As condições inseguras mais freqüentes podem ser assim descritas: .......................................... 16
Fator Pessoal de Insegurança: ............................................................................................................... 16
. Fatos Catastróficos ............................................................................................................................... 16
. Responsabilidade para a empresa........................................................................................................ 16
7. Consequências dos Acidentes......................................................................................................... 18
Para a Empresa ...................................................................................................................................... 18
Para a nação: ......................................................................................................................................... 19
8. Análise de Acidente de Trabalho ..................................................................................................... 19
Metodologia. ........................................................................................................................................... 20
9. Gerenciamento de Risco. ................................................................................................................ 21
Normas sobre Gerenciamento de Riscos................................................................................................ 21
O Processo de Gerenciamento de Riscos. ............................................................................................. 21
Metodologia do Processo. ...................................................................................................................... 22
Estudo do Processo................................................................................................................................ 22
10. Riscos Ambientais ....................................................................................................................... 29
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O PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - NR9............................................................ 29
Agentes Físicos: ..................................................................................................................................... 30
Ruído: ..................................................................................................................................................... 30
Vibração: ................................................................................................................................................ 30
Temperaturas extremas: ......................................................................................................................... 31
Pressões anormais ................................................................................................................................. 31
Radiações .............................................................................................................................................. 31
Umidade ................................................................................................................................................. 31
Agentes Químicos: ................................................................................................................................. 31
Há três vias básicas de penetração no organismo dos agentes químicos: ............................................. 32
As medidas preventivas podem ser: ....................................................................................................... 32
Agentes Biológicos ................................................................................................................................. 32
Agentes Ergonômicos: ............................................................................................................................ 33
Agentes Mecânicos ................................................................................................................................ 33
11. Mapa de Risco ............................................................................................................................. 35
Objetivo do Mapa de Riscos ................................................................................................................... 35
Benefícios da adoção do Mapa de Riscos .............................................................................................. 35
Elaboração do Mapa de Riscos .............................................................................................................. 35
Etapas de elaboração ............................................................................................................................. 36
Identificar os agentes de riscos existentes no local avaliado, conforme a tabela de classificação dos
riscos ambientais. ................................................................................................................................... 36
Identificar os indicadores de saúde: ........................................................................................................ 36
Elaborar o Mapa de Riscos, sobre uma planta ou desenho do local de trabalho, indicando através do
círculo: .................................................................................................................................................... 36
15. Equipamento de Proteção Coletiva (EPC).................................................................................... 37
15 . Equipamento de Proteção Individual – EPI – NR 6 - Portaria 3214/78........................................ 38
O uso do EPI baseia-se em três fatores básicos: necessidade, seleção e utilização. ............................. 38
Seleção: ................................................................................................................................................. 39
Utilização: ............................................................................................................................................... 39
Exigências legais para uso dos EPI’s: .................................................................................................... 39
Obrigações do empregado ..................................................................................................................... 39
Classificação .......................................................................................................................................... 39
Equipamentos de uso temporário: .......................................................................................................... 39
Tipos de EPI de acordo com a parte do corpo a proteger. ...................................................................... 39
Proteção para a Cabeça ......................................................................................................................... 40
Proteção dos Olhos ................................................................................................................................ 40
Proteção da Face e máscara de solda.................................................................................................... 40
Proteção dos Ouvidos ............................................................................................................................ 40
Proteção Respiratória ............................................................................................................................. 41
Proteção do Tronco ................................................................................................................................ 41
Proteção dos Braços .............................................................................................................................. 41

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Proteção das Mãos ................................................................................................................................. 42
Proteção das Pernas .............................................................................................................................. 42
Proteção dos Pés ................................................................................................................................... 42
Proteções Especiais ............................................................................................................................... 43
Proteção para a pele .............................................................................................................................. 44
16 . Reuniões e Campanhas de Segurança ...................................................................................... 45
17 . Procedimento Operacional (PO) ................................................................................................ 45
18. Legislações e Normas. ................................................................................................................. 47
 NR1 - Disposições Gerais................................................................................................................ 47
NR4 - Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT Portaria
3214/78. ................................................................................................................................................. 47
 NR5 – CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –– Portaria 3214/78. ........................... 48
 NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO. ....................................... 48
 NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA. ..................................................... 48
 NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. ..................................................... 51
NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. ........................................................... 53
 NR17 – Ergonomia. ......................................................................................................................... 56
 NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. .............................. 58
 NR 23 - Proteção Contra Incêndios ................................................................................................. 58
 NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaço Confinados............................................... 59

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Aspectos Históricos da Segurança do Trabalho

O trabalho desenvolvido pelo homem nem sempre teve a mesma conotação dos dias
atuais, ele passou por uma série de significações ao longo da história em função do momento
político e econômico vivenciado.

O trabalho na pré história e antiguidade

Desde que o Homem surgiu na face da Terra ele necessitou trabalhar para poder
continuar a viver. No início ele sobreviveu extraindo da natureza aquilo que ela poderia
fornecer: alimentos (frutos e outras plantas), abrigou-se em cavernas, confeccionou roupas de
peles de animais mortos, e bem mais tarde desenvolveu a arte da caça. Quando o ser humano
começou a ter necessidade de produzir mais alimentos, iniciou a fase da agricultura e
conseqüentemente o trabalho começou a ter que se organizar e a se intensificar.
Assim caminhou a humanidade, sempre respondendo às necessidades criadas, quer
por hábitos ou mesmo por necessidades devido a crescente demanda da população em função
do seu crescimento vegetativo. O homem pré-histórico e o Homem antigo sempre procuraram
trazer o trabalho para bem perto do prazer em trabalhar, confundindo o trabalho com o prazer
(o que seria o ideal para todos nós, até os dias de hoje).
Outro tipo de trabalho dessa mesma época eram os afetos à Guerra (soldados). No
Egito Antigo apareceu a primeira vez na História da Humanidade a figura do trabalho
remunerado (emprego). Na Grécia Antiga, o homem que trabalhasse era considerado um mal
patriota, pois não tinha tempo para pensar e contribuir para solução dos problemas da nação.
E bem mais tarde apareceu o trabalho escravo.
Os historiadores atribuem o surgimento do trabalho a um progresso da humanidade da
época, pois antes disso o povo vencido em guerra era morto pelo vencedor.
Na época da escravidão não se ouvia falar em direitos trabalhistas, pois o escravo era
considerado mero objeto, seu dono tinha o poder sobre a sua vida, e ele não tinha direitos, seu
senhor tinha a disponibilidade da vida do escravo e o seu único dever era o de alimentá-lo.

O trabalho na idade média

Corporações de Ofícios O que mais marcou o trabalho na Idade Média foram as


Corporações de Ofício. Os jovens, chamados de Aprendizes, eram encaminhados pelas
famílias para, com orientação dos Oficiais e sob a guarda dos Mestres, para aprenderem um
Ofício: Marceneiro, Açougueiro, Ferreiro, Tecelão, Ceramista, Sapateiro, Alfaiate, etc. Os
Aprendizes aprendiam, os Oficiais sabiam fazer sozinhos e os Mestres eram aqueles que
sabiam ensinar. Nas Corporações de Ofícios os riscos inerentes das tarefas eram os mesmos
para todos, Mestres, Oficiais e Aprendizes. Os aprendizes aprendiam fazendo e observando os
Oficiais e Mestres.
O Código de Hamurabi é um conjunto de leis criadas na Mesopotâmia, por volta do
século XVIII a.C, pelo rei Hamurabi da primeira dinastia babilônica. O código é baseado na lei
de talião, “olho por olho, dente por dente”.

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Leis e objetivos do código

As 281 leis foram talhadas numa rocha de diorito de cor escura. Escrita em caracteres
cuneiformes, as leis dispõem sobre regras e punições para eventos da vida cotidiana. Tinha
como objetivo principal unificar o reino através de um código de leis comuns. Para isso,
Hamurabi mandou espalhar cópias deste código em várias regiões do reino.
As leis apresentam punições para o não cumprimento das regras estabelecidas em várias
áreas como, por exemplo, relações familiares, comércio, construção civil, agricultura, pecuária,
etc. As punições ocorriam de acordo com a posição que a pessoa criminosa ocupava na
hierarquia social.
O código é baseado na antiga Lei de talião, “olho por olho, dente por dente”. Logo, para
cada ato fora da lei haveria uma punição, que acreditavam ser proporcional ao crime cometido.
A pena de morte é a punição mais comum nas leis do código. Não havia a possibilidade de
desculpas ou de desconhecimento das leis.

Algumas leis do Código de Hamurabi:

- Se alguém enganar a outrem, difamando esta pessoa, e este outrem não puder provar, então
aquele que enganou deverá ser condenado à morte.
- Se uma pessoa roubar a propriedade de um templo ou corte, ele será condenado à morte e
também aquele que receber o produto do roubo deverá ser igualmente condenado à morte.
- Se uma pessoa roubar o filho menor de outra, o ladrão deverá ser condenado à morte.
- Se uma pessoa arrombar uma casa, deverá ser condenado à morte na parte da frente do local
do arrombamento e ser enterrado.
- Se uma pessoa deixar entrar água, e esta alagar as plantações do vizinho, ele deverá pagar
10 gur de cereais por cada 10 gan de terra.
- Se um homem tomar uma mulher como esposa, mas não tiver relações com ela, esta mulher
não será considerada esposa deste homem.
- Se um homem adotar uma criança e der seu nome a ela como filho, criando-o, este filho
quando crescer não poderá ser reclamado por outra pessoa.

Trabalhos de Mineração Foram os primeiros trabalhos que geraram interesse de


pessoas em estudá-los. Nessa época Johanes Bauer escreveu o Primeiro Livro sobre o
Trabalho que se tem registro na história, relatando o trabalho desenvolvido nas Minas da
Europa.
Paracelsus – Veneno O cientista e filósofo Paracelsus estabeleceu uma “Lei” que vive
até hoje: tudo pode ser remédio, tudo pode ser veneno, depende da dose.
Ramazzini Um médico da Idade Média que introduziu a pergunta “QUAL É A SUA
PROFISSÃO” na anamnese médica (história do paciente), questionário que todo médico deve
fazer quando procurado pelo paciente que apresenta uma queixa, presente até os tempos
atuais. Esse foi um grande passo para relacionar a doença com a atividade desenvolvida pelo
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paciente. Desde a idade média já se relaciona a doença com a atividade profissional
desenvolvida pelo paciente.
Trabalho de Servidão: A servidão não diferiu muito da escravidão, nesta época o que
marcou é que parte do trabalho era um pagamento pelo que lhes eram oferecidos pelo senhor
feudal, tinham alguns direitos, trabalhavam para os senhores feudais, mas tinham direitos ao
pasto, a ter animais e tinham também o direito de herança, ficavam na terra por conveniência e
por proteção, mas eram livres para abandoná-la. O que plantavam eram divididos com o
Senhor Feudal e a outra parte podia ser feito o escambo que deu origem a várias cidades
devido as feiras para troca de mercadorias.

Revolução Industrial

A Revolução Industrial teve seu início em meados do século XVIII. A Revolução


Industrial, ou com mais propriedade, a Revolução Industrial Inglesa, que realizando melhor que
os outros países, da área central da economia-mundo, a acumulação primitiva de capitais, pôde
criar condições para a introdução contínua de inovações técnicas e da forma fabril de
produção. O caráter verdadeiramente revolucionário desse processo, que levou o homem a
tornar-se independente das forças da natureza, para realizar suas tarefas produtivas, localiza-
se na força motriz. Até então, qualquer mecanismo tinha sua propulsão dependente ou da
força humana e dos animais, ou das forças naturais, ventos e rios; tal situação mudou
radicalmente com a introdução da máquina a vapor por James Watt. Embora conhecido desde
a Antiguidade como fonte de energia, o vapor de água nunca fora utilizado prática e
economicamente. Sua adoção como fonte de força motriz tornou a fábrica uma realidade
palpável.
A Revolução Industrial começou pela Indústria Têxtil devido à grande necessidade de
tecidos para “vestir” a humanidade cuja demanda era muito grande e o tecelão não dava mais
conta de atender os pedidos. Nesta mesma época entrou em pauta o trabalho infantil. Sob a
alegação que iriam dar abrigo, alimento e roupas, as famílias “entregavam” suas crianças aos
empresários que os faziam trabalhar nos teares sob as piores condições humanas possíveis.
No início as crianças eram expostas aos mesmos rigores dos adultos e cumprindo as mesmas
jornadas. Ao que tudo indica surgiu a primeira lei para proteger as crianças e ficou decidido que
elas somente iriam trabalhar enquanto a luz do Sol permitisse. Vale ressaltar que no hemisfério
Norte, na época do verão, o Sol brilha entre 05:00 horas e 23:00 horas.
Ao longo da história, o homem esteve constantemente exposto a riscos, mas a partir da
revolução industrial, com a invenção das máquinas a vapor, esses riscos ampliaram-se. O
surgimento das máquinas em substituição ao trabalho artesanal multiplicou a produtividade no
trabalho. Iniciava-se então a produção em larga escala, através do uso das novas tecnologias.
As fábricas da época eram instaladas em locais improvisados, com péssimas condições de
trabalho e exploração de trabalhadores (o que incluía também mulheres e crianças) em
jornadas diárias de até 16 horas. O resultado disso foi um grande número de acidentes de
trabalho, doenças relacionadas e muitos trabalhadores mortos ou mutilados. A partir dessa
situação dramática é que se originaram as primeiras leis e estudos relacionados à proteção, à
saúde e à integridade física dos trabalhadores.
Em 1802, foi criada a “Lei da Saúde e Moral dos Aprendizes”, na Inglaterra, onde foi
estabelecido um limite de 12 horas para a jornada diária de trabalho, proibição do trabalho
noturno e uso obrigatório de ventilação do ambiente.
Tecnicamente falando o que propiciou a Revolução Industrial foi a “invenção” da
máquina a vapor, dando a necessária independência ao homem das forças da Natureza, força
dos ventos e dos rios, para movimentar as máquinas.

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Evolução no Brasil

O Brasil tem uma legislação relativamente nova em matéria prevencionista. Tendo sido
sua economia baseada no braço escravo e na agricultura, até praticamente o início deste
século, não tinha o País se defrontado com problemas dos países - que já contavam apenas
com trabalhadores livres e com uma indústria crescente - vinham conhecendo.
Só depois da 1ª guerra mundial é que o nosso País, em decorrência da assinatura de
tratados internacionais, como o tratado de Versalhes, se cogitou de medidas legislativas,
tendentes à proteção dos trabalhadores, que já então começavam a se concentrar nas cidades
A CIPA, que em muitos países já vigorava desde 1921, no Brasil foi introduzida em
1944. E foi a partir do Decreto-Lei nº 229 de 1967, que ficou instituída sua obrigatoriedade,
passando assim, a fazer parte das leis que regem o direito do trabalhador, na Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT).
Atualmente a legislação ordinária sobre proteção dos trabalhadores diante dos riscos
no trabalho faz parte da legislação trabalhista e também está contida na CLT, que abrange
todos os empregados.
A redação atual do Capítulo da CLT que abrange a parte de Segurança e Medicina do
Trabalho (Título II, Capítulo V “Da Segurança e Medicina do Trabalho”, foi estabelecido pela Lei
6514 de 22/12/77 e se estende do Artigo 154 ao Artigo 201 da CLT).
O detalhamento e a aplicação desta lei estão contidos em 36 normas regulamentadoras
(NR’s), estabelecidas por portaria do Ministério do Trabalho.

Aspectos cronológicos do trabalho no Brasil

1919 –Tratado de Versalhes: Criação da OIT, órgão tripartite (governos, Empresas e


Sindicatos) 1934 – Primeiras Leis sobre Acidentes do Trabalho no Brasil 1944 – Criação da
CLT – Lei 7036: Lei de Acidentes do Trabalho
1953 – Portaria 155: Regulamentação da CIPA - Criação do INPS 1959 – Criação do
Serviço de Medicina do Trabalho (MTb) 1965 – Criação da Inspetoria do Trabalho (Fiscaliza o
cumprimento da CLT e das recomendações da OIT) 1967 – Criado o Seguro contra Acidentes
1976 – Criação do PIACT (Programa Internacional de Melhorias das Condições do Trabalho)
1977 – Promulgação da Lei Federal 6.514 (Lei que instituiu a Segurança e Medicina do
Trabalho)
1978 – Regulamentação da Lei 6.514 pela Portaria Ministerial 3.214.

Os Profissionais de Segurança do Trabalho

O profissional de Segurança do Trabalho atua conforme sua formação, quer seja ele
médico, técnico, enfermeiro ou engenheiro.O campo de atuação é muito vasto. Em geral o
engenheiro e o técnico de segurança atuam em empresas organizando programas de
prevenção de acidentes, orientando a CIPA, os trabalhadores quanto ao uso de equipamentos
de proteção individual, elaborando planos de prevenção de riscos ambientais, fazendo
inspeção de segurança, laudos técnicos e ainda organizando e dando palestras e treinamento.
Muitas vezes esse profissional também é responsável pela implementação de programas de
meio ambiente e ecologia na empresa. O médico e o enfermeiro do trabalho dedicam-se a
parte de saúde ocupacional, prevenindo doenças, fazendo consultas, tratando ferimentos,
ministrando vacinas, fazendo exames de admissão e periódicos nos empregados.

2.1 Principais atribuições do Técnico de Segurança do Trabalho

Inspecionar locais, instalações e equipamentos da empresa, observando as condições


de trabalho, para determinar fatores e riscos de acidentes; estabelece normas e dispositivos de
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segurança, sugerindo eventuais modificações nos equipamentos e instalações e verificando
sua observância, para prevenir acidentes;
Inspecionar os postos de combate a incêndios, examinando as mangueiras, hidrantes,
extintores e equipamentos de proteção contra incêndios, para certificar-se de suas perfeitas
condições de funcionamento;
Registrar irregularidades ocorridas, anotando-as em formulários próprios e elaborando
estatísticas de acidentes, para obter subsídios destinados à melhoria das medidas de
segurança;
Instruir os funcionários da empresa sobre normas de segurança, combate a incêndios e
demais medidas de prevenção de acidentes, ministrando palestras e treinamento, para que
possam agir acertadamente em casos de emergência;
Coordenar a publicação de matéria sobre segurança no trabalho, preparando
instruções e orientando a confecção de cartazes e avisos, para divulgar e desenvolver hábitos
de prevenção de acidentes;
Participar de reuniões sobre segurança no trabalho, fornecendo dados relativos ao
assunto, apresentando sugestões e analisando a viabilidade de medidas de segurança
propostas, para aperfeiçoar o sistema existente.
Concepção da relação Trabalho e Segurança.

Trabalho.

Para uma concepção mais aproximada de “o que é o trabalho” e por conseguinte a


segurança relacionada a ele, teríamos que nos debruçar em um estudo prolongado de
conhecimento que vai bem além da simples discursão de significantes e significados, talvez um
estudo do conhecimento humano no campo dos saberes que pudesse comtemplar o “saber
como”, o “saber que”, o saber enquanto “familiaridade” e outros saberes.
O significante trabalho deriva do latim vulgar tripaliare, que significa “martirizar com o
tripalium” (instrumento de tortura composto de três paus).
O trabalho na antiguidade, no mundo grego-romano, possuía um sentido material, o
que dava-lhe o significado de coisa, possibilitando dessa forma a escravidão, de modo que o
homem não detinha a posse de si mesmo. Ao escravo era atribuído o trabalho manual,
enquanto os homens livres dedicavam-se ao pensamento e a contemplação.
O trabalho tem um caráter pessoal, constituindo um ato da vontade livre do homem e
de forma singular traduz uma expressão do valor e da personalidade de quem o executa. É
multidisciplinar, caracterizado pela transcendência social, e interessa entre outras áreas do
conhecimento, à Teologia, à Filosofia, à Economia, à Sociologia e ao Direito.
Do ponto de vista filosófico: “uma atividade consciente e voluntária do homem,
dependente de um esforço” ou como “uma obra moral de um homem moral”.
Do ponto de vista econômico: “toda energia humana empregada, tendo em vista um
escopo produtivo”.
Sob o aspecto jurídico: “objeto de uma prestação devida e realizada por um sujeito em
favor de outro”.
Do ponto de vista jurídico-trabalhista: “uma prestação de serviço não eventual,
subordinada e onerosa, devida pelo empregado em favor do empregador”.
A CF de 1988, no art 7º, trata dos direitos dos trabalhadores como “direitos sociais”. Os
direitos sociais estão relacionados ao princípio da solidariedade e pertencem à segunda
dimensão dos Direitos Fundamentais.
Art. 3º (CLT) Considera-se EMPREGADO toda pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.

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Art. 2º (CLT) Considera-se EMPREGADOR a empresa, individual ou coletiva, que,


assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de
serviço.

Segurança: Conceitos Básicos.


O conceito de Segurança relaciona:
Prevenção Promoção e preservação da saúde Valorização da vida
Segurança
“Ausência de riscos inaceitáveis de danos” (ISO/IEC Guide 2).
Prevenção
Prevenir tem o significado de “preparar; chegar antes de; dispor de maneira que evite
(dano, mal); impedir que se realize” (Ferreira, 1986) .
Perigo
“Fonte, situação ou ato com potencial para provocar danos humanos em termos de
lesão ou doença, ou uma combinação destas” (OHSAS 18001-2007).
“Situação com potencial de provocar lesões pessoais ou danos à saúde, ao meio
ambiente ou ao patrimônio, ou combinação destas” (ABNT NBR 15219:2005).
Risco
“Efeito da incerteza nos objetivos” (ABNT NBR ISO 31000).
Combinação da probabilidade de ocorrência e da(s) consequência(s) de um
determinado evento perigoso.
Medida de Controle.
São as ações tomadas para diminuir o nível dos riscos identificados. Acidente
“Evento não planejado que resulta em morte, doença, lesão, dano ou outra perda.”
(OHSAS 18001-2007).

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Exercício de fixaçao (0,75 pontos):

1 – Quem foi considerado o “PAI” da medicina do Trabalho?


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2 - Em 1802, foi criada a “Lei da Saúde e Moral dos Aprendizes”, na Inglaterra, onde foi
estabelecido um limite de quantas horas trabalhada para menores aprendizes?
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3 – De um exemplo de prevenção em segurança do trabalho no trânsito.


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4 – Explique qual a diferença entre perigo e risco e de um exemplo de cada.


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5 – Qual a relação do trabalho com a segurança do trabalho?


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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
Acidente de Trabalho.

Conceitos.

Conceito Prevencionista.

“É qualquer ocorrência não programada, inesperada que interfere e/ou interrompe o


processo normal de uma atividade, trazendo como consequência isolada ou simultânea, danos
materiais e/ou lesões ao homem.”

Conceito Legal (Lei 8.213).

“Acidente do trabalho é todo aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da
empresa ou de empregador doméstico, provocando lesão corporal, perturbação funcional que
cause a morte ou a perda ou a redução permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho.”
A diferença entre os dois conceitos reside no fato de que no primeiro é necessário
haver, apenas lesão física, enquanto que no segundo são levados em considerações, além das
lesões físicas, a perda de tempo e os materiais.

Equiparam-se a acidente de trabalho.

O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação;

O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência


de:
Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de
trabalho;

Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao


trabalho;

Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de


trabalho;
Ato de pessoa privada do uso da razão;

Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força


maior;
A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua
atividade;
O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;
Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta
dentro de planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de
locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará
caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo
técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da
empresa ou do empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora da incapacidade
elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID), em conformidade com o que
dispuser o regulamento. (Art. 21-A. Lei 8.213).

Acidente x Incidente ou quase acidente

Acidente

Evento não desejado que cause lesão corporal ou dano material. CLT - ART. 21 letra
“d” - “Acidente de Trabalho”.

Incidente ou quase incidente

São eventos não desejados que ocorrem por diferentes motivos, que possa ou não
causar danos a equipamentos, paralisação na operação, sem lesionar pessoas, mas se não
forem bloqueados poderão causar danos materiais, perda de tempo ou lesão no
trabalhador.Tipos de acidentes

Acidentes típicos - São acidentes decorrentes da característica da atividade profissional


desempenhada pelo acidentado.

Acidentes de trajeto - É aquele que ocorre da residência para o local de trabalho ou


desta para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do trabalhador.

Doenças profissionais (Ocupacional) - São a aquelas decorrente das condições


excepcionais em que o trabalho seja desenvolvido (produzidas ou desencadeadas pelo
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade) e que estão relacionadas em Ato do
Ministério do Trabalho (relação elaborada pelo TEM). Nesta definição o nexo causal é
presumido, isto é, não é necessário provar que a atividade provocou a problema uma vez que
este é intrínseco à atividade.

Considerações Gerais

Diz a Lei 8.213.

A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de


proteção e segurança da saúde do trabalhador.
Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as
normas de segurança e higiene do trabalho.
É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação
a executar e do produto a manipular.

Considera-se acidente de Trabalho.

Doença Profissional
“Assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho
e da Previdência Social; “
13
Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

Exemplo de Doença Profissional.


A secretária que trabalha em um escritório de uma empresa aérea sofre de uma
doença que atinge os tendões dos dedos e punhos, nesse caso, ela tem o que chamamos de
doença profissional, uma vez que foi adquirida devido à repetição contínua de digitação no
teclado do computador, sua ferramenta de trabalho.

Doença do Trabalho
“Assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em
que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação elaborado
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.”

Exemplo do Doença do Trabalho.


A secretária que trabalha em um escritório de uma empresa aérea e adquire surdez ao
longo do tempo de serviço contraiu uma doença do trabalho, uma vez que a surdez não está
diretamente relacionada com sua atividade de secretária e sim à consequência de realizar suas
atividades em um ambiente com ruído.

Não são Considerados Acidente de Trabalho


A doença degenerativa;
A inerente a grupo etário;
A que não produza incapacidade laborativa;
A doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.

CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho.


A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à
Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de
imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite
máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e
cobrada pela Previdência Social.” (Art. 22. Lei 8.213).
Receberão cópia fiel da CAT o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato
a que corresponda a sua categoria.
Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio
acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou
qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo da
Lei 8.213.
Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a
data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da
segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito
o que ocorrer primeiro.

5.5 Classificação dos acidentes quanto a sua gravidade

CPT – Com perda de tempo ou com afastamento - É aquele que impede o acidentado
em retornar ao trabalho no dia seguinte ao do acidente, provocando a incapacidade temporária
ou permanente do acidentado.
Tipos de incapacidade
A- Incapacidade temporária
B- Incapacidade permanente, sendo: Total ou Parcial.

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
SPT – Sem perda de tempo ou sem afastamento -É aquele em que o acidentado pode
exercer sua função normal, no mesmo dia do acidente, ou no próximo, no horário regulamentar.
ACIDENTE COM – Com morte: É aquele que a gravidade da lesão resulta em morte ao
acidentado. Alguns exemplos de doenças profissionais:
Dermatite: contato com produtos químicos, cimento, etc.
Pneumoconioses: silicose, asbestose, bissinose, etc.
Câncer: Benzeno, etc.
Problemas cardíacos: arsênio, chumbo, mercúrio, co, agrotóxicos, etc.
Conjuntivite: arsênio, radiações ionozantes, cimento, gases irritantes, etc.
Stress grave e stress pós traumático.
Hipertensão arterial: Chumbo, ruído, etc.
Depressão do sistema nervoso central (SNC): Hidrocarbonetos, cola, thiner, solventes,
manganês.
DORT (Doença ortomuscular referente ao exercício do trabalho): lombalgias, etc.
Perda auditiva: Ruído.
Insolação, intermação: mal-estar, tontura, câimbras, etc.

Causas dos Acidentes de Trabalho

Como todos os eventos, os acidentes possuem uma ou mais causas e uma ou mais
conseqüências. A prevenção de acidentes consiste em eliminar as causas, evitando assim, a
sua ocorrência.
Os acidentes do trabalho decorrem basicamente de 04 causas básicas, ou seja, atos
indevidos dos empregados, condições inseguras, falhas administrativas e fator pessoal de
insegurança.

Atos Inseguros (Inadequados).


São todos os procedimentos do homem que contrariem normas de prevenção de
acidentes. As atitudes contrárias aos procedimentos e/ou normas de segurança que o homem
assume podem, ou não ser deliberadas. Normalmente, quando essas atitudes não são
propositais, o homem deve estar sendo motivado por problemas psicossociais.

7.1.1. Atos inadequados mais freqüentes:


Ficar junto ou sob cargas suspensas
Colocar parte do corpo em lugar perigoso
Operar máquinas ou equipamentos sem habilitação ou autorização
Imprimir excesso de velocidade ou sobrecarga / tentativa de ganhar tempo
Lubrificar ou ajustar máquinas em movimento
Improvisação ou mau emprego de ferramentas manuais
Alterar dispositivos de segurançaNão uso de EPI´s – Equipamentos de Proteção
Individual
Deixar de seguir as orientações superiores
Brincadeiras e exibicionismo / excesso de confiança
Preparo insuficiente para o trabalho.

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

Condições Inseguras:
São as circunstâncias externas de que dependem as pessoas para realizar seu
trabalho que sejam incompatíveis ou contrárias com as normas de segurança e prevenção de
acidentes. Podem ser descritas como as deficiências, defeitos, irregularidades técnicas na
empresa, no local de trabalho que constituem riscos para a integridade física do trabalhador,
para sua saúde e para os bens materiais da empresa.

7.2.1. As condições inseguras mais freqüentes podem ser assim descritas:


Áreas insuficientes, corredores obstruídos, arranjo físico mal projetado.
Pisos fracos e irregulares
Excesso de ruído / iluminação inadequada
Instalações elétricas impróprias ou com defeitos
Falta de organização e limpeza
Ventilação ou exaustão inadequada ou defeituosa
Localização imprópria das máquinas,
Falta de proteção em partes móveis e de agarramento.
Máquinas apresentando defeitos, desvios ou improvisações de processos.
Proteção insuficiente ou totalmente ausente
EPI’s impróprios ou com defeitos

Fator Pessoal de Insegurança:


É qualquer fator externo que leva o indivíduo à prática do ato inseguro: características
físicas e psicológicas (depressão, tensão, excitação, neuroses, etc.), social (problemas de
relacionamentos, preocupações com necessidades sociais, educação, dependências químicas,
etc.), congênitos ou de formação cultural que alteram o comportamento do trabalhador
permitindo que cometa atos inseguros. Como exemplo desse fator teremos o trabalhador que
pode ter sido negligente em função de encontrar-se deprimido. Essa depressão poderá ter
gerado desmotivação que trouxe como resultado, essa atitude.

. Fatos Catastróficos
São fenômenos da natureza onde se enquadram os terremotos, maremotos, vulcões,
relâmpagos, enchentes, etc.

. Responsabilidade para a empresa


O ato ilícito é a manifestação ou omissão de vontade que se opõe à lei, pode gerar
responsabilidade penal ou civil, ou ambas, concomitantemente.
Ato ilícito doloso: ação ou omissão for voluntária ou intencional.
Ato ilícito culposo: ação ou omissão for involuntária, mas o dano ocorre.
Culpa é uma conduta positiva ou negativa segundo a qual alguém não quer que o dano
aconteça, mas ele ocorre pela falta de previsão daquilo que é perfeitamente previsível.
O ato culposo é aquele praticado por negligência, imprudência ou imperícia.
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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
Negligência: é a omissão voluntária de diligência ou cuidado; falta, ou demora no
prevenir ou obstar um dano. Ex.: Permitir que seus empregados trabalhem sem EPI, deixar de
alertar sobre a situação de risco ou não cobrar os cuidados necessários de segurança.
Imprudência: é a forma de culpa que consiste na falta involuntária de observância de
medidas de precaução e segurança, de conseqüência previsíveis, que se faziam necessárias
no momento para evitar um mal ou a infração da lei. Ex.: Ultrapassar veículos pelo
acostamento, não utilizar EPI.
Imperícia: é a falta de aptidão especial, habilidade, ou experiência, ou de previsão, no
exercício de determinada função, profissão, arte ou ofício. Ex.: Empregado não treinado ou não
preparado para a tarefa que lhe foi designada, empregado que desconhece detalhes técnicos
de máquinas ou equipamentos.
A empresa pode agir com culpa in eligendo ou a empresa age com culpa in vigilando:
Culpa in eligendo: proveniente da falta de cautela ou previdência na escolha de pessoa
a quem confia a execução de um ato ou serviço. Por exemplo, manter empregado não
legalmente habilitado ou sem as aptidões requeridas. Em matéria acidentária, a culpa exclusiva
do empregado é irrelevante por se adotar, a par da teoria do risco social, também a
responsabilidade objetiva ou sem culpa (conquista dos trabalhadores) e decorrente da teoria do
risco profissional, consagrada em todas as leis acidentárias do trabalho vigentes no Brasil.
Somente o dolo exclui a reparação por acidente do trabalho e o ônus da prova, neste caso,
incumbe ao empregador e ao INSS.
O infortúnio laboral pode gerar responsabilidade penal, civil, administrativa, trabalhista.
Sendo independentes as responsabilidades civil e criminal das outras. A responsabilidade é
objetiva, não precisa ser demonstrada a culpa do empregador, seus prepostos ou do próprio
trabalhador. Não se pergunta se há culpa ou não. Havendo nexo de causalidade, há obrigação
de indenizar. Nada impede as providências administrativas, como a interdição provisória ou
definitiva da empresa causadora do dano por inexistência de segurança, aplicação de multas
administrativas.
Rescisão do contrato de trabalho por inobservância das condições impostas pelas
normas regulamentadoras são severamente multadas pelos juízes. Basta a prova do acidente
tipo, a doença profissional, ou daquela resultante das condições anormais ou excepcionais em
que o trabalho se desenvolvia, a condição de empregado, o nexo causal, a incapacidade
laborativa ou a morte.
Como se sabe, tudo que diz respeito a acidente do trabalho, dentro do risco normal da
atividade laborativa é regido pela Lei de Acidentes, pois dispensa o lesado de demonstrar a
culpa do empregador. A matéria infortunística foi acolhida em benefício do trabalhador e não do
empregador, isto é o mais fraco nada tem a provar, isto leva o acidentado às vias não só
acidentária, cai no domínio da responsabilidade civil. Assim, tudo que extravasa o risco
profissional é de responsabilidade civil. Observe-se que a orientação é que a ação do acidente
de trabalho, por ser natureza alimentar é compensatória e a de responsabilidade civil é
indenizatória, visando restabelecer a situação existente e anterior ao dano.
Sintetizando a evolução do fundamento da responsabilidade civil, observa-se que a
culpa ou risco consubstancia a razão por que alguém deve ser obrigado a reparar o dano. É
uma observação primária, porém é o fundamento que determina a responsabilidade civil. O
empregador poderá responder, por exemplo, em uma “Ação de Indenização por Ato Ilícito”, ou
em uma “Ação Ordinária de Indenização por Perdas e Danos”, etc.
O que normalmente se pede numa ação de indenização:
indenização pelo acidente do trabalho em determinado valor;
pensão mensal vitalícia;

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
indenização por danos morais;
indenização por danos estéticos;
indenização por lucros cessantes;
pagamento de despesas médicas; medicamentos; próteses
mecânicas,dependendo

Consequências dos Acidentes

Para o Trabalhador
Lesão com sofrimento físico e mental;
cirurgias e remédios;
próteses e assistência médica;
fisioterapia e assistência psicológica;
dependência de terceiros para acompanhamento e locomoção;
diminuição do poder aquisitivo;
desamparo à família;
desemprego;
marginalização;
depressão e traumas.
Necessidade de readaptação
Diminuição de sua eficiência
Dificuldade de arranjar novo emprego compatível com a sua deficiência.

Para a Empresa
salário dos quinze primeiros dias após o acidente;
transporte e assistência médica de urgência;
paralisação de setor, máquinas e equipamentos;
insegurança da equipe;
interrupção da produção;
Redução da eficiência nos primeiros dias após retorno ao trabalho;
prejuízos ao conceito e à imagem da empresa;
destruição de máquina, ferramentas, veículo ou equipamento;

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

danificação de produtos, matéria-prima e outros insumos;


embargo ou interdição fiscal;
investigação de causas e correção da situação;
pagamento de horas-extras;
atrasos no cronograma de produção e entrega;
cobertura de licenças médicas;
treinamento de substituto;
aumento do prêmio de seguro;
multas e encargos contratuais;
perícia trabalhista, civil ou criminal;
indenizações e honorários legais;
avaliação negativa da área;
elevação de preços dos produtos e serviços.
Qualidade inferior da produção de um substituto com relação à de uma pessoa com
maior capacitação;
Tempo despendido para providenciar a substituição do acidentado e treinar o
substituto;
Tempo despendido para investigar as causas do acidente.

Para a nação:
socorro e medicação de urgência;
intervenções cirúrgicas;
mais leitos nos hospitais;
maior apoio da família e da comunidade;
benefícios previdenciários.
redução da população economicamente ativa ou perda de elemento produtivo
aumento do desemprego e baixa do poder aquisitivo;
aumento da taxação securitária;
aumento de impostos e taxa

Análise de Acidente de Trabalho


A única coisa que podemos fazer depois que um acidente do trabalho se instala é
investigar/pesquisar as suas causas para que possamos adotar medidas
técnicas,

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

administrativas, educacionais, médicas e psicológicas possíveis de se evitar a sua


reincidência.
Se algum acidente aconteceu é por que alguma coisa falhou, caso contrário o acidente
não teria acontecido.
A investigação do acidente do trabalho deve acontecer, na medida do possível,
imediatamente após a sua ocorrência e devem participar de sua análise as seguintes pessoas:
- o acidentado, na medida das possibilidades; - a chefia imediata do acidentado; - os
colegas que presenciaram o acidente - o pessoal da SESMT - e qualquer outra pessoa que, de
alguma forma, possa contribuir para o esclarecimento de todas as variáveis envolvidas no
acidente.
O Departamento de Manutenção tem uma forte participação, pois alguma intervenção
pode ter sido realizada no local do acidente e este Departamento deverá dar as explicações
necessárias. Por este motivo é importante que tudo que aconteceu na máquina, equipamento
ou mesmo na instalação seja devidamente registrado para fazer parte do relatório final do
acidente. Toda e qualquer alteração em máquinas, equipamentos ou instalações devem ser
feitas em sintonia com a melhor técnica e procurar envolver o Departamento de Segurança do
Trabalho para que não se crie nenhum risco novo na operação.
Objetivo:
Prevenir acidentes do trabalho
Difundir a compreensão de acidentes do trabalho como fenômenos resultantes de rede
de fatores em interação, superando a visão dicotômica (atos/ condições inseguras)
Identificação de rede de fatores de acidentes, cuja interação levou ao evento,
sobretudo os mais a montante da lesão relacionados a aspectos organizacionais e gerenciais
do sistema em questão.
Investigação da situação de trabalho habitual e de origens das mudanças e alterações
que ocorreram, contribuindo para o evento, bem como a análise de barreiras existentes e de
seu efetivo funcionamento
A partir do caso específico, avaliar fatores relacionados ao gerenciamento de riscos
adotado na organização de forma a contribuir com a prevenção de novos eventos. Subsidiar
ações de outros órgãos e instituições.

Metodologia.

Inspeções no local do acidente, com coleta de informações (croquis, filmagens e


fotografias; entrevistas individuais ou coletivas com trabalhadores e supervisores direta e
indiretamente envolvidos com o acidente; análises de documentos; sistematização das
informações obtidas, visando a compreensão de como o acidente ocorreu; emissão de parecer
conclusivo e recomendações de intervenção.

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

Gerenciamento de Risco.

“[...] o conhecimento construído por um indivíduo alimenta a construção do


conhecimento coletivo e, por outro lado, o conhecimento coletivo alimenta a construção do
conhecimento individual em ambientes organizacionais” (VALENTIM, 2008).
As atividades inerentes ao ser humano, desde os primórdios, estão intrinsecamente
ligadas com situações de riscos.
Conhecer os perigos, encontrar maneiras de controlar as situações de risco,
desenvolver técnicas de proteção, procurar produtos e materiais mais seguros, aplicar os
conhecimentos adquiridos a uma filosofia de preservação, foram passos importantes que
caracterizaram a evolução humana ao longo da sua existência.

Normas sobre Gerenciamento de Riscos.


A primeira norma sobre sistema de gestão de riscos empresariais, criada na Austrália, é
a AS/NZS 4360:2004 (Australian/New Zealand Standard). Esta norma fornece um guia genérico
para o gerenciamento de risco que pode ser aplicado a uma vasta gama de atividades,
decisões ou operações em comunidades, empresas públicas ou privadas, grupos ou indivíduos.
A norma OHSAS 18001:2007 é a versão mais atual da norma de Sistemas de Gestão
da Saúde e Segurança do Trabalho, muito aplicada em todo o planeta e também no Brasil. A
OHSAS 18001 (Occupational Health and Safety Assesment Series), estabelece os requisitos
para um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho. A OHSAS 18001, é uma
norma de caráter preventivo que visa a redução e controle dos riscos no ambiente de trabalho,
seguindo a abordagem PDCA – Planejar, Executar, Controlar e Agir.
A ISO 31000:2009 é uma norma de gestão de riscos com reconhecimento internacional
e não tem finalidade de certificação. Fornece princípios e diretrizes para a gestão de riscos.
Tem aplicabilidade para qualquer empresa pública, privada ou comunitária, associação, grupo
ou indivíduo e não é específica para qualquer indústria ou setor.
A série de normas ISO 31000 no Brasil é normalizada pela ABNT.
ABNT NBR ISO 31000:2009 – Gestão de riscos – Princípios e diretrizes.
ABNT ISO Guia 73:2009 – Gestão de riscos – Vocabulário.
ABNT NBR ISO/IEC 31010:2012 – Gestão de riscos – Técnicas de avaliação de risco.

O Processo de Gerenciamento de Riscos.


Define-se a gerência de riscos como uma metodologia que visa aumentar a confiança
na capacidade de uma organização em prever, priorizar e superar obstáculos para, como
resultado final, obter a realização de suas metas.
O gerenciamento de riscos, também, pode ser definido como um processo formal em
que as incertezas presentes são sistematicamente identificadas, analisadas, estimadas,
categorizadas e tratadas.
O processo envolve a criação de infraestrutura e cultura adequadas, com aplicação de
método sistemático, a fim de permitir que as decisões sejam tomadas mediante o
conhecimento dos riscos associados às atividades da organização.
O gerenciamento de risco é, ainda, definido como a área de atuação que busca
administrar as possibilidades de falhas, buscando evitar que essas aconteçam. E, caso
aconteçam, que não se propaguem.
Outra forma de compreender o gerenciamento de riscos é por meio dos seus objetivos
que visam fornecer orientações para as organizações:
Gerenciamento do processo de tomadas de decisão com confiabilidade.
Identificação de ameaças, oportunidades, pontos fortes e fracos.
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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
Aproveitar incertezas e variabilidade.
Implementar uma gestão pró-ativa e não reativa.
Tornar a alocação de recursos mais eficaz.
Reduzir perdas e custos com prêmios, indenizações, etc.
Atender as exigências legais.
Atuar na melhoria da qualidade de vida de seus colaboradores por meio da redução de
acidentes.
Gestão de Riscos encontra-se definido como: “atividades coordenadas para dirigir e
controlar uma organização no que se refere a riscos.”[ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 2.1]

Metodologia do Processo.
As normas OHSAS 18001:2007 e ABNT NBR ISO 31000:2009 indicam um método
sistemático para o gerenciamento de riscos que inicia com a escolha de um contexto para em
seguida identificar, analisar, estimar, tratar, monitorar e comunicar os riscos associados a
alguma atividade, função ou processo da organização.
Diagrama Esquemático do Processo de Gestão de Riscos.

Estudo do Processo.
Processo pode ser definido como um conjunto definido de passos para a realização de
uma tarefa; um processo como conjunto definido é aquele que é descrito suficientemente em
detalhes, de forma que possa ser consistentemente usado.”
Ou ainda:
Qualquer atividade ou conjunto de atividades que toma um input, adiciona valor a ele e
fornece um output a um cliente específico”;
Ordenação específica das atividades de trabalho no tempo e espaço, com um começo,
um fim, entradas e saídas, claramente identificadas, enfim, uma estrutura para ação”.

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
Fluxo PDCA para Controle de Risco.

Conceitos e Definições.
Identificação de risco - “processo de busca, reconhecimento e descrição de risco”
(ABNT NBR ISO 31000).
Inspeção de segurança - É um método que visa identificar riscos comuns.
Análise de riscos - “processo de compreender a natureza do risco e determinar o nível
de risco” (ABNT NBR ISO 31000).
Avaliação de Riscos – Processo de comparar os resultados da análise de riscos com
uma determinada referência, de modo a avaliar se o risco é aceitável ou tolerável (ABNT NBR
ISO 31000).
Tratamento de riscos - “Processo para modifica o risco” (ABNT NBR ISO 31000).
Medida de controle - Medida que modifica o risco (ABNT NBR ISO 31000).
Probabilidade – “chance de algo acontecer.”(ABNT NBR ISO 31000:2009)
Na terminologia de gestão de riscos, a palavra “probabilidade” é utilizada para referir-se
à chance de algo acontecer, não importando se definida, medida ou determinada objetiva ou
subjetivamente, qualitativa ou quantitativamente, ou se descrita utilizando-se termos gerais ou
matemáticos (tal como probabilidade ou frequência durante um determinado período de tempo).
Incidente – “Evento relacionado ao trabalho no qual uma lesão ou
doença (independentemente da gravidade) ou fatalidade ocorreu ou poderia ter ocorrido.”
(OHSAS
18001:2007)
Um acidente é um incidente que resultou em lesão, doença ou fatalidade.
Um incidente no qual não ocorre lesão, doença ou fatalidade pode também ser
denominado um "quase-acidente", "quase-perda", "ocorrência anormal" ou "ocorrência
perigosa".
Doença - “Condição física ou mental adversa identificável, oriunda de, e/ou agravada
por, uma atividade laboral e/ou situação relacionada ao trabalho.” (OHSAS 18001:2007)
Dano – “É a consequência negativa do acidente que gera prejuízo. Gravidade da perda
humana, material ou financeira que pode resultar se o controle sobre um risco é perdido. A
probabilidade e a exposição podem manter-se inalteradas, e mesmo assim, existir diferença na
gravidade do dano.”
Causa – “Origem, de caráter humano ou material, relacionada com o evento

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
catastrófico ou acidente, pela materialização de um perigo, resultando em danos. É aquilo que
provocou o acidente, sendo responsável por sua ocorrência, permitindo que o risco se
transformasse em dano. Antes do acidente existe o risco. Após o acidente existe a causa.”
Estudo do Risco.
“Medida de perda econômica e/ou de danos à vida humana, resultante da combinação
entre as frequências de ocorrência e a magnitude das perdas ou danos (consequências).”
É o risco para uma pessoa presente na vizinhança de um perigo, considerando a
natureza do dano e o período de tempo em que o mesmo pode ocorrer. Normalmente, o dano é
estimado em termos de fatalidade.
Principais metodologias de Identificação de Riscos:
Checklists e Roteiros
Inspeção de Segurança
Investigação de Acidentes
Fluxogramas

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
Exercício de fixação (0,75):

1 – Explique com suas palavras qual o conceito legal de acidente do trabalho.


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2 – Explique qual a diferença entre incidente e quase acidente.


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3 – Se um funcionário sai de casa com sua moto própia para o trabalho e para na
padaria que fica no mesmo trajeto para comprar pão e após isso ele cai de moto. Essa situação
é considerada acidente de trajeto? Justifique a sua resposta.
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4 – De um exemplo de condição insegura.


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5 – Quais as consequencia do acidente do trabalho para o trabalhador e para e


empresa?
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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
Análise de Riscos.

Na escola se aprende como fazer a coisa certa.


A análise de riscos busca discutir o que pode dar errado.
Não dispensa boas normas de projeto, adequados procedimentos de operação e
manutenção.
Discute a possibilidade de desvios de projeto, operacionais ou
manutenção transformarem-se em acidentes maiores.
-Não tem caráter determinístico.
-Não há uma resposta exata a uma pergunta.
-Incertezas metodológicas, além das subjetivas.
-Ainda assim auxilia no gerenciamento.

Análise e Avaliação de Riscos.

Técnicas de Prevenção (Eliminação e Redução).


APR – Análise Preliminar de Riscos;
AAF – Análise de Árvores de Falhas;
Análise de Árvores de Causa;
Série de Perigos;
AMFE – Análise de Modos de Falha e Efeito;
HAZOP – Análise de Operabilidade de Risco.

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

Exemplo de Aplicação da Planilha APR

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

Quadro de Categoria de Severidade.

Matriz de Aplicação da Planilha APR.

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

Aplicação da Planilha APR.

Riscos Ambientais

O PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - NR9


Esta norma objetiva a preservação da saúde e integridade do trabalhador, através da
antecipação, avaliação e controle dos riscos ambientais existentes, ou que venham a existir no
ambiente de trabalho, tendo em vista a proteção ao MEIO AMBIENTE e RECURSOS
NATURAIS.
Leva-se em conta os Agentes FÍSICOS, QUÍMICOS e BIOLÓGICOS. Além desses
agentes, destacamos também, os Riscos Ergonômicos e os Riscos Mecânicos. É importante
manter esses dados no PPRA, a fim de as empresas não sofrerem ações de natureza civil por
danos causados ao trabalhador, mantendo-se atualizados os Laudos Técnicos e o Perfil
Profissiográfico Previdenciário.
Do laudo técnico de condições ambientais do trabalho deverão constar informação
sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva ou individual que diminua a intensidade
do agente agressivo a limites de tolerância e recomendação sobre a sua adoção pela empresa.

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

Agentes Físicos:

São temperaturas excessivamente altas ou baixas, os ruídos, as vibrações, as


pressões muito baixas ou muito altas, as radiações, a iluminação, a umidade, causadores de
danos ou incômodos ao ser humano.

Ruído:
Os danos causados pelo ruído ao sistema auditivo humano estão ligados a dois fatores:
Freqüência (exposição prolongada ou constante) • Intensidade (ruídos muito fortes)
Exemplos de fontes de ruídos em níveis bastante elevados presentes em centros industriais ou
urbanos :
maquinário (leve ou pesado, fixo ou móvel),
veículos automotores em geral,
serras,
compressores, etc.

A exposição prolongada ou constante a ruídos intensos poderá ter efeitos diretos e


indiretos ao organismo humano:
Efeitos diretos: redução da capacidade auditiva ou até mesmo surdez permanente.
Efeitos indiretos a longo prazo: o ruído intenso poderá produzir alterações no estado
emocional dos indivíduos (nervosismo, irritabilidade, etc.), as quais, por sua vez, poderão
causar dores de cabeça, aumento da pressão sanguínea e outros males.
O ruído é medido por equipamentos apropriados como o decibelímetro e dosímetro, na
unidade decibel (dB).
Conforme anexos 1 e 2 da NR15, existem dois tipos de ruído:
Contínuo ou intermitente
Impacto.

Vibração:
A vibração é o resultado das trepidações provocadas por diversos tipos de máquinas e
equipamentos motorizados, operados nas várias atividades profissionais. São exemplos de
fontes de vibração: tratores, máquinas de terraplenagem,

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

caminhões, máquinas de polir, serras manuais, marteletes, etc.


As vibrações podem ser de dois tipos: as localizadas e as de corpo inteiro. Conforme o
tipo de vibração, pode haver perda de sensibilidade tátil, problemas na circulação periférica,
problemas nas articulações, cansaço visual, lesões na coluna e nos rins.
As medidas preventivas contra vibração, são: o uso de equipamentos de proteção
coletiva (EPC’s) e, quando não forem suficientes, os equipamentos de proteção individual
(EPI’s).

Temperaturas extremas:
Tanto o frio (trabalhos em frigoríficos, por exemplo) quanto o calor (trabalhos com
exposição ao sol, próximos a fornos, caldeira, solda, etc.) excessivos podem provocar
alterações no organismo, principalmente se exposição ocorrer por longos períodos.
Os principais problemas causados pelo calor excessivo são: insolação, câimbra de
calor, catarata, erupções na pele e problemas cardiovasculares.
Os principais problemas causados pelo frio abaixo de 10ºC são: enregelamento dos
membros que poderá levara gangrena e até mesmo a amputação, ulcerações de frio como,
feridas, rachaduras e necroses dos tecidos superficiais.

Pressões anormais
São aquelas a que estão expostos os indivíduos que operam fora do ambiente normal,
como por exemplo, em grandes altitudes ou em explorações submarinas.
No caso de mergulhadores, podem causar embolia pulmonar, além de problemas
psíquicos.
As medidas preventivas são as seleções de trabalhadores do ponto de vista físico e
psíquico, a realização de treinamentos, além de exames periódicos, conforme a NR15.
Radiações
Classificam-se em dois grupos:
Ionizantes: Provocam câncer, anemia, catarata, etc. Podem ser naturais (quando
provêm de elementos radioativos encontrados na natureza, como o urânio e o potássio) e
artificiais (quando provêm de equipamentos e aparelhos fabricados pelo homem, como o Raio
X, Gama e Beta).
Não ionizantes: Provocam câncer de pele, vaso dilatação, catarata, etc. Podem ser
naturais (radiação produzidas pelo sol) e artificiais (produzidas por fornos, solda elétrica, solda
oxiacetileno).
As medidas preventivas são o uso de EPC’s e EPI’s.

Umidade
Ocorrem em atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados.
As medidas preventivas são o uso de EPC’s e EPI’s.

Agentes Químicos:
Os agentes químicos são aqueles que podem reagir com os tecidos humanos ou afetar
o organismo, causando alterações em sua estrutura e/ou funcionamento. Podem ser sólidos,
líquidos e gasosos (vapores).
Sólidos: Apresentam-se sob a forma de poeiras e fumos metálicos.(Partículas sólidas
que surgem quando um material sólido se evapora e ao arrefecer condensa. Por exemplo, os
vapores metálicos arrefecem e condensam em partículas extremamente pequenas, geralmente
de tamanho de partículas menores de 1 µm diâmetro. Os fumos metálicos podem aparecer em
operações como a soldadura, fundições, etc.). Podem ser de origem mineral (por exemplo a
poeira resultante de jato de areia e do amianto), vegetal (a poeira resultante do processamento
31
Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

do algodão) ou animal (as poeiras provenientes dos pelos e do couro dos animais).
Líquidos: São os ácidos e solventes que, em forma de pequenas partículas em
suspensão no ar, podem causar danos ao sistema respiratório.
Gasoso ou vapores: Alguns exemplos, vapores de ácidos, dióxido de enxofre, óxido de
nitrogênio, monóxido de carbono, amoníaco, cloro, éter, vapores metálicos de mercúrio,
arsênio, manganês, etc.
Os agentes químicos podem causar diversos tipos de problemas pulmonares como
asma, bronquite, pneumoconioses, anemias, danos à medula e ao cérebro, diversos tipos de
intoxicações, leucemias, dentre outros.
Há três vias básicas de penetração no organismo dos agentes químicos:
Via respiratória: É a que oferece maior perigo, pois a maioria dos agentes químicos se
encontra sob a forma de gases, vapores, poeiras, etc. Originam-se de operações de
transformação de matérias primas que liberam na atmosfera diversas substâncias. São os
chamados aerodispersóides.
Via cutânea: Devido, por exemplo, à manipulação de produtos químicos, penetrando
através dos poros e interstícios da pele. Entrando na corrente sanguínea. Ocorre no uso de
inseticidas, graxas, óleos a base de hidrocarbonetos aromáticos, etc.
Via digestiva: Ocorre por meio de ingestão involuntária, pois em muitos locais ainda
existe o mau hábito de comer, beber e fumar no ambiente de trabalho, fora dos refeitórios ou
em locais não apropriados.

As medidas preventivas podem ser:


Substituição do produto tóxico por outro de menor toxicidade.
Mudança ou alteração do processo ou operação, como a utilização de pintura à
imersão ao invés de pintura à pistola; processos úmidos no lugar de operações à seco, para o
controle de partículas em suspensão; automatização dos processos.
Enclausuramento da operação (isolamento do local onde ocorrem as reações
químicas), através de compartimentos, cômodos ou máquinas apropriadas.
Segregação da operação ou processo, isolando-os no espaço (em local separado) ou
no tempo (fora do horário normal).
Ventilação geral diluidora, de forma a reduzir a concentração de contaminantes
ambientais a níveis aceitáveis. Não é recomendada para diluir contaminantes de alta
toxicidade.
Ventilação exaustora, capturando o contaminante no seu ponto de origem, antes que o
mesmo atinja a zona respiratória do trabalhador. É um dos sistemas mais eficazes.
Utilização de EPI’s.
Agentes Biológicos
Os vírus, bactérias, parasitas, fungos, protozoários, etc., são agentes biológicos que
fazem parte dos riscos ambientais a que estão submetidos os trabalhadores pelo contato
durante sua atividade profissional. São microorganismos que invadem o organismo humano e
causam diversas doenças, como a tuberculose, o tétano, a malária, a febre amarela, a febre
tifóide, a leptospirose, micoses, etc.
Os profissionais mais expostos a esses agentes são os trabalhadores da área de saúde
(médicos, bioquímicos, enfermeiros, patologistas, etc.), funcionários de hospitais e de
laboratórios, lixeiros, açougueiros, trabalhadores rurais, trabalhadores de curtumes, de
estações de esgoto, etc.
São medidas preventivas: a vacinação do trabalhador e dos animais, a esterilização
dos materiais de trabalho, a rigorosa higiene pessoal, das roupas, dos equipamentos e do
ambiente do trabalho (assepsia), uso de EPI’s (máscaras, luvas, roupas apropriadas, etc.), a
ventilação adequada e o controle médico permanente.

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

Agentes Ergonômicos:
A ergonomia é o conjunto de ciências e tecnologias que procuram fazer um ajuste
confortável e produtivo entre o ser humano e o seu trabalho, basicamente procurando adaptar
as condições de trabalho às características do ser humano.
A ergonomia estuda as relações entre o homem e o seu ambiente de trabalho, sendo
que o termo ambiente relaciona-se com equipamentos, aparelhos, ferramentas, materiais,
métodos, processos e a organização do trabalho. Os objetivos práticos da ergonomia são a
segurança, a satisfação e o bem estar dos trabalhadores em seu relacionamento com os
sistemas produtivos. Para realizá-lo, a ergonomia estuda diversos aspectos do comportamento
humano na produção, além de outros fatores importantes para o projeto de sistemas de
trabalho:
O homem, considerando as características físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais
do trabalhador, o sexo, a idade, o treinamento e a motivação.
A máquina, levando em conta todas as ajudas materiais que o homem utiliza na
atividade produtiva, englobando os equipamentos, ferramentas, mobiliários e instalações.
O ambiente, considerando as características do meio físico que envolve o homem
durante o trabalho, como temperatura, ruídos, vibrações, iluminação, cores e outros.

A informação, levando em conta a conjugação dos elementos acima citados no sistema


produtivo, para estudar aspectos como horários, turnos de trabalho e formação de equipes.

Alguns riscos profissionais ergonômicos: • Trabalho físico pesado • Posturas incorretas


• Posições incômodas • Ritmos excessivos • Monotonia • Trabalho noturno e em turnos •
Jornada prolongada • Conflitos • Ansiedade • Responsabilidade • Atenção • Treinamento
inadequado ou inexistente • Outros

Conseqüências dos riscos ergonômicos: • Cansaço • Lombalgia • DORT / LER •


Fraqueza • Dores musculares • Hipertensão arterial • Stress • Diabetes • Úlcera • Doenças
nervosas • Alterações do sono • Taquicardia • Maior susceptibilidade a incidentes e acidentes

Medidas preventivas: • Mudança no processo e organização do trabalho • Ajustes em


máquinas e postos de trabalho • Treinamento • Níveis de iluminação adequados (conforme
NBR 5413) • Escopo de proposta ergonômica desde o projeto de concepção dos ambientes.
Agentes Mecânicos
Também chamados de riscos de acidentes. São as condições de insegurança (do
processo de trabalho e do ambiente físico), que podem existir nos locais de trabalho, capazes
de provocar lesões à integridade física do trabalhador, danos materiais em máquinas e
instalações.

Alguns fatores que facilitam os acidentes: • Máquinas sem proteção • Equipamentos e


ferramentas defeituosos • Arranjo físico inadequado (falta de espaço entre máquinas) •
Instalações elétricas irregulares • Sobre carga de equipamentos de transporte e movimentação
de materiais • Armazenamento impróprio de matéria prima ou produtos acabados Vasos sob
pressão e outros riscos operacionais
Enquadram-se neste aspecto diversos acidentes, tais como: choque elétrico, incêndios
e explosões, esmagamento, amputação, ferimento, acidentes com olhos, quedas, torções dos
membros inferiores, etc.
Medidas preventivas: • Manutenção preventiva • Treinamento e qualificação da mão de
obra • Programas de inspeção de segurança • Arranjo físico bem planejado • Proteção das
máquinas e equipamentos (partes móveis, correias, engrenagens, correntes, polias, etc.) •
Aterramento das instalações • Guarda corpos e proteções contra quedas de alturas.
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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

Exercicíco de fixação (0,75):

1 – De 3 exemplos de tipos de análise de riscos.


________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

2 – De um exemplo de uma tarefa, uma etapa da tarefa e as medidas de controle de


uma atividade mecânica ou elétrica.
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

3 – De 3 exemplos de de agentes Físicos.


________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

4 – De 3 exemplos de agentes Mecânicos.


________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

5 – Você está usando graxa para rolamentos, esse produto é considerado um agente
químco? Explique.
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

Mapa de Risco
O Mapa de Riscos é uma das modalidades mais simples de avaliação qualitativa dos
riscos existentes nos locais de trabalho. É a representação gráfica dos riscos por meio de
círculos de diferentes cores e tamanhos, permitindo fácil elaboração e visualização. É um
instrumento participativo, elaborado pelos próprios trabalhadores e de conformidade com as
suas sensibilidades. O Mapa de Riscos está baseado no conceito filosófico de que quem faz o
trabalho é quem conhece os riscos. Ninguém conhece melhor a máquina do que o seu
operador. As informações e queixas partem dos trabalhadores, que deverão opinar discutir e a
CIPA deve elaborar o Mapa de Riscos e divulgá-lo a todos os trabalhadores da empresa
através da fixação e exposição em local visível. Serve como um instrumento de levantamento
preliminar de riscos, de informação para os demais empregados e visitantes, e de planejamento
para as ações preventivas que serão adotadas pela empresa.

Objetivo do Mapa de Riscos


Reunir as informações básicas necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação
da segurança e saúde no trabalho na empresa, e possibilitar, durante a sua elaboração, a troca
e a divulgação de informações entre os trabalhadores, bem como estimular sua participação
nas atividades de prevenção.

Benefícios da adoção do Mapa de Riscos


Identificação prévia dos riscos existentes nos locais de trabalho aos quais os
trabalhadores poderão estar expostos; conscientização quanto ao uso adequado das medidas
e dos equipamentos de proteção coletiva e individual; redução de gastos com acidentes e
doenças, medicação, indenização, substituição de trabalhadores e danos patrimoniais;
facilitação da gestão de saúde e segurança no trabalho com aumento da segurança interna e
externa; e melhoria do clima organizacional, maior produtividade, competitividade e
lucratividade.

Elaboração do Mapa de Riscos


São utilizadas cores para identificar o tipo de risco, conforme a tabela de classificação
dos riscos ambientais. A gravidade é representada pelo tamanho dos círculos.

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

Etapas de elaboração
Conhecer o processo de trabalho do local avaliado:
Os trabalhadores - número, sexo, idade, queixas de saúde, jornada, treinamento
recebido; Os equipamentos, instrumentos e materiais de trabalho; as atividades exercidas; O
ambiente.
Identificar os agentes de riscos existentes no local avaliado, conforme a tabela de
classificação dos riscos ambientais.

Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia referente a:


Proteção coletiva; • Organização do trabalho; • Proteção individual; • Higiene e conforto:
banheiro, lavatórios, vestiários, armários, bebedouros, refeitórios, • Área de lazer.
Identificar os indicadores de saúde:
Queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos
riscos; • Acidentes de trabalho ocorridos; • Doenças profissionais diagnosticadas; • Causas
mais freqüentes de ausência ao trabalho.

Elaborar o Mapa de Riscos, sobre uma planta ou desenho do local de trabalho,


indicando através do círculo:
O grupo a que pertence o risco, conforme as cores classificadas; • O número de
trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado dentro do círculo; • A especificação
do agente (por exemplo: amônia, ácido clorídico; ou ergonômico (repetitividade, ritmo
excessivo) que deve ser anotado também dentro do círculo; • Intensidade do risco, de acordo
com a percepção dos trabalhadores, que deve ser representada por tamanhos
proporcionalmente diferentes dos círculos. • A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -
CIPA deverá auxiliar os trabalhadores na elaboração do Mapa de Riscos.

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

Equipamento de Proteção Coletiva (EPC)


Como o próprio nome diz são dispositivos utilizados no ambiente laboral com o objetivo
de proteger um grupo de trabalhadores dos riscos inerentes aos processos
Normalmente, envolvem facilidades para os processos industriais colaborando no
aumento de produtividade e minimizando os efeitos de perdas em função de melhorias no
ambiente de trabalho.
A melhoria das condições de trabalho depende muito do projeto do processo e, por
isso, é necessário que se realize uma análise prévia desses sistemas, antes de sua
implantação por profissionais especializados em segurança do trabalho, para que os riscos
37
Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
ocupacionais sejam identificados e as medidas de proteção convenientes sejam adotadas
antes da liberação do processo. Respeitados esses critérios, os investimentos em melhorias do
processo são melhor otimizados, evitando-se o risco de paradas desnecessárias para correção
de anomalias.
Os EPC’S podem ser equipamentos simples, como corrimãos de escadas até sistemas
sofisticados de detecção de gases dentro de uma planta química.
Os dispositivos de segurança em máquinas, por exemplo, têm a finalidade principal de
proteger a integridade física das pessoas, quer sejam operadores ou outros trabalhadores
presentes nas áreas do processo. Essa é uma das maiores vantagens que os EPC’S possuem
frente a outros sistemas de proteção, inclusive os individuais, pois além de proteger a
coletividade, não provoca desconforto aos trabalhadores.
Os EPC’S não prejudicam a eficiência do trabalho, quando adequadamente escolhidos
e instalados. Os EPC’S, para serem perfeitamente definidos e adequados, devem respeitar
algumas premissas básicas:
Ser do tipo adequado em relação ao risco que irão neutralizar; • Depender o menos
possível da atuação do homem para atender suas finalidades;
Ser resistente às agressividades de impactos, corrosão, desgastes, etc. a que
estiverem sujeitos; • Permitir serviços e acessórios como limpeza, lubrificação e manutenção; •
Não criar outros tipos de riscos, principalmente mecânicos como obstrução de passagens,
cantos vivos, etc.
Exemplos:
Isolamento de fonte de ruído ou de calor; • Sistema de ventilação / exaustão, no caso
de riscos provenientes de gases, vapores e aerodispersóides; • Proteção nas máquinas e
equipamentos; • Enclausuramento de processos (radiações, laboratórios de microbiologia,
utilização de produtos químicos, etc.); • Proteção em escadas, passarelas, rampas, etc.

Equipamento de Proteção Individual – EPI – NR 6 - Portaria 3214/78.

As empresas são obrigadas a fornecer aos seus empregados equipamentos de


proteção individual, destinados a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. Todo
equipamento deve ter o CA - Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho e Emprego e
a empresa que importa EPIs também deverá ser registrada junto ao Departamento de
Segurança e Saúde do Trabalho, existindo para esse fim todo um processo administrativo.
Equipamento de Proteção Individual – De acordo com a NR-6, considera-se EPI todo
dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a
saúde e a integridade física do trabalhador.
Sempre que possível, deve-se optar pela proteção coletiva. As proteções individuais só
devem ser usadas como último recurso de proteção quando: Em situações de atendimento às
emergências, quando as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não
oferecerem completa proteção contra riscos de acidentes de trabalho e doenças profissionais
e/ou enquanto medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas.
Do ponto de vista legal, o uso de equipamentos de proteção individual segue os
seguintes preceitos:
Artigos 166 e 167 da C.L. T;
Portaria MTE 3.214 de 08/06/78 - NR 6.
Do ponto de vista prevencionista a função do EPI não é evitar a ocorrência do acidente,
como muitos preconizam. Ele existe para evitar lesões ou para atenuar a sua gravidade no
corpo do trabalhador, além de proteger o organismo contra efeitos de substancias químicas
tóxicas, alergênicas, dentre outras, que possam determinar doenças ocupacionais.

O uso do EPI baseia-se em três fatores básicos: necessidade, seleção e utilização.


Necessidade:
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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
Não há condições de eliminar os riscos oferecidos por máquinas, pelo método, material
ou pelas instalações. • Não de pode controlar os riscos a que o trabalhador ficará exposto.
Seleção:
Proporcionar adequada proteção contra os riscos em que o trabalhador ficará exposto.
• Dar ao máximo conforto e ser o mais leve possível, deixando o trabalhador livre em seus
movimentos essências. • Recomenda-se que ao adquirir o EPI, o empregador exija da
fabricante cópia do CA (Certificado de aprovação) do equipamento, emitido pelo MTE
(Ministério do trabalho e Emprego), além de cópia do CRF (Certificado de registro do
fabricante) ou CRI (Certificado de registro de importador).

Utilização:
O nível de compreensão do trabalhador que vai usar o equipamento sobre a
necessidade do uso do EPI em sua atividade. • As medidas disciplinares legalmente
estabelecidas de que se pode lançar mão para fazer com que o trabalhador use o EPI.

Exigências legais para uso dos EPI’s:

Obrigações do empregador

Adquirir o tipo de EPI adequado para a atividade do empregado • Fornecer ao


empregado somente EPI aprovado pelo TEM • Tornar obrigatório o seu uso • Substituí-lo
imediatamente, quando danificado ou extraviado • Comunicar ao MTE toda irregularidade
observada no EPI adquirido • Treinar o trabalhador sobre o seu uso adequado •
Responsabilizar-se por sua higienização e manutenção periódica

Obrigações do empregado

Usar o EPI apenas para a finalidade a que se destina • Responsabilizar-se por sua
guarda e conservação
Comunicar ao empregador as alterações que o torne impróprio para uso • Substituí-lo
imediatamente, quando danificado ou extraviado • Comunicar ao MTE toda irregularidade
observada no EPI adquirido

Classificação
Equipamentos de uso permanente:
É o equipamento cujas circunstâncias de uso são exigidas pela natureza do trabalho e
é de utilização exclusiva do usuário.
Equipamentos de uso temporário:
É o equipamento que o usuário recebe por empréstimo para trabalhos específicos.

Tipos de EPI de acordo com a parte do corpo a proteger.

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

Proteção para a Cabeça

Capacete de Segurança – Tem a finalidade de proteger a cabeça do usuário contra


impactos, contra choque elétrico e contra os efeitos dos raios solares.

Proteção dos Olhos


Óculos de Segurança – Tem a finalidade de proteger os olhos contra impacto de
partículas volantes, líquidos agressivos, metais em fusão e ação de radiações perigosas.

Proteção da Face e máscara de solda


Protetor Facial – Tem a finalidade de resguardar o rosto, as orelhas e o pescoço contra
impactos leves, salpicadas químicas, metal em fusão e irradiações caloríficas.

Proteção dos Ouvidos


Protetor Auricular tipo Concha ou de inserção – Tem a finalidade de proteger o ouvido
contra ruídos nocivos. Toda pessoa exposta durante períodos longos a níveis de ruído
superiores a 80 decibéis, deve usar proteção auditiva.

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

Proteção Respiratória
Respiradores e Máscaras com filtro químico – Tem a finalidade de proteger as vias
respiratórias contra agentes ambientais prejudiciais à saúde, tais como poeiras, gases e
vapores tóxicos.

Proteção do Tronco
Aventais – Tem a finalidade de proteger o tronco contra agentes agressivos. Serviços
de corte e solda, agentes abrasivos, transporte de peças usinadas, cozinha, etc.

Proteção dos Braços


Mangas – Têm a finalidade de proteger os braços contra agentes agressivos, tais como
metais em fusão, usinagem e esmerilhamento de peças, calor irradiado, riscos de corte, etc.

Creme protetor para a pele

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
Proteção das Mãos
Luvas – Têm a finalidade de proteger as mãos contra lesão provocada por materiais
escoriantes, abrasivos, cortantes, perfurantes, produtos químicos, materiais aquecidos, choque
elétrico, radiações, frio e agentes biológicos.
Luva isolante de borracha
Luva de cobertura para proteção da luva isolante de borracha
Luva de proteção em raspa e vaqueta
Luva de proteção em vaqueta
Luva de proteção tipo condutiva
Luva de proteção em borracha nitrílica
Luva de proteção em PVC (hexanol)

Proteção das Pernas


Perneiras – Tem a finalidade de proteger as pernas, contra riscos de origem mecânica,
térmica ou radiações perigosas.
Perneira de segurança

Proteção dos Pés


Calçado de Segurança – Têm a finalidade de proteger os pés contra riscos de origem
mecânica, agentes químicos agressivos, riscos de origem elétrica, etc.
Calçado de proteção tipo bota de borracha (cano longo)
Calçado de proteção tipo condutivo
Calçado de proteção tipo botina de couro

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

Calçado de proteção tipo bota de couro (cano médio)


Calçado de proteção tipo bota de couro (cano longo)

Proteções Especiais
Roupas Especiais – As roupas têm a finalidade de proteger contra exposição a agentes
químicos, absorvíveis pela pele, vias respiratórias e digestivas.
Blusão em tecido impermeável
Calça em tecido impermeáveL

Vestimenta de proteção tipo apicultor

Vestimenta de proteção tipo condutiva

Colete de sinalização refletivo

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

Colete salva-vidas (aquático)

Os equipamentos especiais - têm a finalidade de proteção em serviços em espaços


confinados, deslocamentos verticais e horizontais em alturas.
Cinturão de segurança tipo pára-quedista

Talabarte de segurança tipo regulável


Talabarte de segurança tipo Y com absorvedor de energia

Dispositivo trava-quedas

Proteção para a pele


Creme protetor solar (SEM C.A)

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

Reuniões e Campanhas de Segurança


As reuniões de segurança são realizadas periodicamente com a participação de
supervisores, líderes, encarregados, facilitadores de segurança, Técnicos e Engenheiros de
segurança, membros da CIPA e outros trabalhadores. Quando bem organizada e objetiva,
podem em muito auxiliar na prevenção de acidentes.
As campanhas promocionais de segurança têm por finalidade divulgar conhecimentos
e auxiliar a educação de segurança, aumentando os conhecimentos acerca da mesma. O
propósito é o de despertar a consciência da necessidade de eliminar acidentes e criar uma
atitude vigilante que permita reconhecer e corrigir condições e práticas que pode provocar
acidentes. Elas devem atrair a atenção, despertar interesse, converter e conduzir a ação.

Procedimento Operacional (PO)


Quando começamos a trabalhar em uma empresa, tomamos conhecimento do nosso
cargo, o local de execução das atividades, os instrumentos utilizados, os equipamentos e seu
funcionamento. Recebemos várias informações operacionais e de segurança, tais como:
procedimentos, normas, condutas, tudo isso para termos uma clareza e definição da linha de
ações. Depois disto, é preciso saber o que fazer, onde, como e quando fazer.
Devemos ter em mãos um roteiro de seqüência de execução para cada tarefa, onde
encontramos a descrição de cada fase de execução, as responsabilidades definidas, os
instrumentos e as ferramentas especificadas.
Contudo, ocorre que aprendemos o modo de executar o trabalho por meio de outras
pessoas, correndo-se o risco, portanto, de haver subjetividade nas explicações, daí a
necessidade de um “Padrão Operacional”. Esse padrão nada mais é do que a resultante da
fusão do manual de operação e da análise de risco, porém, mais completo.
Com o PO, ganhamos uma notável economia de tempo, a adequada utilização de
ferramentas, máquinas e equipamentos, a redução dos riscos de acidentes e de consumo de
matérias primas.

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
Exercicío de fixação (1,0):

1 – Faça o layout e o mapa de risco das ala de aula.

2 – Para realizar uma atividade de soldagem, quais EPI’s é recomendado para o


funcionário?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
Legislações e Normas.

Todas as questões referentes à Segurança do Trabalho no Brasil são regidas por leis e
normas que periodicamente sofrem alterações e, por isso, devem ser objeto de constante
atualização.
A seguir são descrias sucintamente algumas dessas normas, que são exigências dos
órgãos competentes, principalmente o Ministério do Trabalho e Emprego – MTE.
Portaria do MTE nº 3.214, 08 de junho de 1978 - “Aprova as Normas
Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho,
relativas a Segurança e Medicina do Trabalho”

NR1 - Disposições Gerais.


Estabelece que as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho,
são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da
administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário,
que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, bem como o
campo de aplicação, no que couber, aos trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que
lhes tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais.
Definindo para fins de aplicação das Normas Regulamentadoras – NR:
empregador, a empresa individual ou coletiva que, assumindo os riscos da atividade
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Equiparam-se ao
empregador os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações
recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitem trabalhadores como
empregados;
empregado, a pessoa física que presta serviços de natureza não-eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário;
empresa, o estabelecimento ou conjunto de estabelecimentos, canteiros de obras,
frentes de trabalho, locais de trabalho e outras, constituindo a organização de que se utiliza o
empregador para atingir seus objetivos;
estabelecimento, cada uma das unidades da empresa, funcionando em lugares
diferentes, tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina, depósito, laboratório;
setor de serviço, a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no
mesmo estabelecimento;
canteiro de obra, a área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações
de apoio à construção, demolição ou reparo de uma obra;
frente de trabalho, a área de trabalho móvel temporária, onde se desenvolvem
operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra;
local de trabalho, a área onde são executados os trabalhos.

Estabelecendo ainda que: “Sempre que uma ou mais empresas, tendo embora, cada
uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, controle ou administração e
outra, construindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão,
para efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras – NR, solidariamente responsáveis a
empresa principal e cada uma das subordinadas”.

NR4 - Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho –


SESMT Portaria 3214/78.
As empresas privadas e públicas, que possuam empregados regidos pela CLT –
Consolidação das Leis do Trabalho, devem manter obrigatoriamente o SESMT, com a
finalidade de promover a saúde e proteger a integridade física do trabalhador no local do
trabalho.
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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
O dimensionamento do SESMT é feito a partir do quadro constante na referida norma,
sendo em função do número de trabalhadores da empresa e do grau de risco da mesma.
Os profissionais que compõem o SESMT são: Engenheiros de Segurança do Trabalho,
Técnicos de Segurança do Trabalho, Médicos do Trabalho, Enfermeiros do Trabalho e
Auxiliares de Enfermagem do Trabalho.
As atribuições do SESMT são as mais abrangentes, em matéria de Segurança e
Medicina do Trabalho, conforme a especialização do componente.
NR5 – CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –– Portaria 3214/78.
A CIPA deve ser composta por representantes da empresa (por nomeação) e dos
empregados (por eleição), de acordo com o quadro constante na NR5 e terão mandato de um
ano. O número de componentes é em função do número de trabalhadores a empresa e do grau
de risco da mesma. As empresas que não se enquadrem no referido quadro, deverão nomear
um designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta norma.
O objetivo é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a
tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da
saúde do trabalhador.
A CIPA tem várias atribuições, sendo uma delas a elaboração do Mapa de Riscos,
onde identificará os riscos ambientais presentes no processo de trabalho.
O outro aspecto importante é que todos os seus membros titulares e suplentes,
deverão participar de curso de prevenção de acidentes, promovido pela empresa.

NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO.


Aplicação.
A NR7 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de
todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados.

Objetivo.

Promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

Diretrizes.
O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no
campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais NR.
Deverá considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de
trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação
entre sua saúde e o trabalho.
Deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à
saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da
existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.

Desenvolvimento.
O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos:
admissional;
periódico;
de retorno ao trabalho;
de mudança de função; m)demissional.

NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.


Aspecto Legal.
Capítulo V do Título II da CLT.
Decreto nº 1.254, de 29/09/94 - Regulamenta a Convenção OIT nº 155 - Segurança e
Saúde dos Trabalhadores e o Meio Ambiente de Trabalho.
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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
Decreto nº93.413, de 15/10/86 - Regulamenta a Convenção OIT nº148 - Proteção dos
trabalhadores contra os riscos profissionais devidos contaminação do ar, ao ruído e às
vibrações no local de trabalho.
Portaria MTb/SSST nº25, de 29/12/94 - Altera o texto da NR 9 e cria o PPRA.

Riscos Ambientais.
Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e
biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração
ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
Agentes Físicos.
Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar
expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas
extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infra-som e o ultra-som.

Agentes Químicos.

Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam


penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas,
gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser
absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
Agentes Biológicos.
Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas,
protozoários, vírus, entre outros.
O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no
campo da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado
com o disposto nas demais NR, em especial com o Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional - PCMSO previsto na NR-7.
O PPRA é um programa de riscos ambientais constituído de uma série de ações
contínuas, tendo como objetivo a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores,
através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de
riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho.
A NR9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do PPRA, por
parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados.
O documento-base, previsto na estrutura do PPRA, deve estar à disposição da
fiscalização, ele possui o cronograma de ações que é um roteiro das principais atividades a
serem implementadas para atingir as metas do programa.
As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da
empresa, sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos trabalhadores,
discutido na CIPA, sendo sua abrangência e profundidade dependentes das características dos
riscos e das necessidades de controle.
A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA poderão ser
feitas pelo SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam
capazes de desenvolver o disposto nesta NR.
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas:
antecipação e reconhecimentos dos riscos;
estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
monitoramento da exposição aos riscos;
registro e divulgação dos dados.
Antecipação. Esta etapa envolve:
A análise de projetos de novas instalações;
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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
Métodos ou processos de trabalho ou de modificação das já existentes;

O objetivo é a identificação dos riscos potenciais e a introdução das medidas de


proteção para sua redução ou eliminação.

Reconhecimento.

Esta etapa envolve a identificação dos riscos existentes nos ambientes de trabalho.
São informações necessárias nesta etapa, que deverão estar contidas nos seguintes
itens:
a sua identificação.
a determinação e localização das possíveis fontes geradoras;
a identificação d possíveis trajetórias e meios de propagação;
identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos ao
risco;
caracterização das atividades e do tipo de exposição;
a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento
da saúde decorrentes do trabalho;
possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados;
a descrição das medidas de controle já existentes.

Avaliação dos Riscos.


A avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que necessária para:
comprovar o controle da exposição ou a inexistência dos riscos identificados na etapa
de reconhecimento;
dimensionar a exposição dos trabalhadores
subsidiar o equacionamento das medidas de controle.

Medidas de Controle.
Envolve a adoção de medidas necessárias e suficientes para a eliminação ou redução
dos riscos ambientais;
O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva deverá
obedecer à seguinte hierarquia:
medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à
saúde;
medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de
trabalho;
medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de
trabalho.
Quando comprovado pelo empregador ou instituição a inviabilidade técnica da adoção
de medidas de proteção coletiva ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em
fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou
emergencial, deverão ser adotadas outras medidas, obedecendo-se à seguinte hierarquia:
medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
utilização de equipamento de proteção individual - EPI.
No âmbito do PPRA a utilização de EPI deverá considerar além das normas em vigor,
no mínimo:
seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o trabalhador está exposto e à
atividade exercida, considerando-se a eficiência necessária para o controle da exposição ao
risco e o conforto oferecido segundo avaliação do trabalhador usuário;

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua correta utilização e


orientação sobre as limitações de proteção que o EPI oferece;
estabelecimento de normas ou procedimento para promover o fornecimento, o uso, a
guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI, visando garantir as
condições de proteção originalmente estabelecidas;
caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores, com a respectiva
identificação dos EPI’s utilizados para os riscos ambientais.

NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.


Objetivo.

“Esta Norma Regulamentadora estabelece os requisitos e condições mínimas


objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em
instalações elétricas e serviços com eletricidade”.

Aplicação.
“Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo
as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e
quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se as normas técnicas
oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas
internacionais cabíveis.”

Medidas de Controle.
Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser adotadas medidas
preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais, mediante técnicas de
análise de risco, de forma a garantir a segurança e a saúde no trabalho.
As medidas adotadas devem integrar-se as demais iniciativas da empresa; obriga as
empresas a manter esquemas unifilares atualizados, especificações de sistema de aterramento
e dispositivos de proteção.
O subitem 10.2.4, estabelece que: “Os estabelecimentos com carga instalada superior
a 75 kW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas.
O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser organizado e mantido atualizado pelo
empregador ou pessoa formalmente designada pela empresa, devendo permanecer à
disposição dos trabalhadores envolvidos nas instalações e serviços em eletricidade.
As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente, a desenergização
elétrica, na sua impossibilidade, o emprego de tensão de segurança.
Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva forem
tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem ser adotados
equipamentos de proteção individual específicos e adequados às atividades desenvolvidas, em
atendimento ao disposto na NR 6.

Segurança em Instalações Elétricas Desenergizadas.

Cabe observar a diferença entre Instalação elétrica desligada e instalação elétrica


desenergizada. A desenergização é um conjunto de ações de controle, coordenadas e
sequencial, que estabelece em um trecho ou ponto de trabalho, a ausência de tensão nas
partes condutoras do circuito durante todo o período de intervenção, tendo em vista a
segurança dos trabalhadores envolvidos. Enquanto o desligamento encontra-se associado a
ação de seccionamento, que não elimina o risco da energização.
No subitem 10.5.1 diz a norma:
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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas
mediante a procedimentos apropriados e as que obedecem a seguinte sequência:
seccionamento;
impedimento de reenergização;
constatação da ausência de tensão;
instalação de aterramento temporário;
proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada;
instalação da sinalização de impedimento de reenergização.
E o subitem 10.5.4, estabelece que: Os serviços a serem executados em instalações
elétricas desligadas, mas com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão,
devem atender ao que estabelece o disposto no item 10.6. Segurança em Instalações Elétricas
Energizadas

Segurança em Instalações Elétricas Energizadas.


As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 Volts em
corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente contínua somente podem ser realizadas
por trabalhadores que atendam ao que estabelece o item 10.8 desta Norma.
As operações elementares como ligar e desligar circuitos elétricos, realizadas em baixa
tensão, com materiais e equipamentos elétricos em perfeito estado de conservação, adequados
para operação, podem ser realizadas por qualquer pessoa não advertida.
De acordo com o item 19 Glossário: Pessoa Advertida: pessoa informada ou com
conhecimento suficiente para evitar os perigos da eletricidade.

Habilitação, qualificação, capacitação e autorização dos trabalhadores.


Trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão de curso específico na área
elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino.
Profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente qualificado e com registro
no competente conselho de classe.
Trabalhador capacitado aquele que atenda às seguintes condições, simultaneamente:
receba capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional habilitado e
autorizado; e
trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado.
De acordo com o subitem 10.8.3.1: A capacitação só terá validade para a empresa que
o capacitou e nas condições estabelecidas pelo profissional habilitado e autorizado responsável
pela capacitação.
A norma estabelece também que: São considerados autorizados os trabalhadores
qualificados ou capacitados e os profissionais habilitados, com anuência formal da empresa. A
empresa deve estabelecer sistema de identificação que permita a qualquer tempo conhecer a
abrangência da autorização de cada trabalhador.

Treinamento NR10.
Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem possuir
treinamento específico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia elétrica e as
principais medidas de prevenção de acidentes em instalações elétricas, de acordo com o
estabelecido no Anexo II da NR10.
Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que ocorrer alguma
das situações a seguir:
troca de função ou mudança de empresa;
retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a três meses;
modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos, processos e
organização do trabalho.
Os trabalhadores com atividades não relacionadas às instalações elétricas
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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
desenvolvidas em zona livre e na vizinhança da zona controlada, conforme define esta NR,
devem ser instruídos formalmente com conhecimentos que permitam identificar e avaliar seus
possíveis riscos e adotar as precauções cabíveis.

Proteção contra incêndio e explosão.


As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem ser dotadas de
proteção contra incêndio e explosão, conforme dispõe a NR 23 – Proteção Contra Incêndios.
Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em
instalações elétricas de ambientes com atmosferas potencialmente explosivas devem ser
avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.

Procedimento de Trabalho.
Definido no glossário item 20.
Descrição do passo-a-passo da tarefa com medidas de controle.
Descrição do objetivo, campo de aplicação, competência e responsabilidades, base
técnica, medidas de controle e orientações finais. Ordens de serviço que citem as medidas de
controle o os procedimentos.
Responsável pelo serviço.

Situações de Emergência.
As ações de emergência que envolvam as instalações ou serviços com eletricidade
devem constar do plano de emergência da empresa.
Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a executar o resgate e prestar
primeiros socorros a acidentados, especialmente por meio de reanimação cardio-respiratória.
A empresa deve possuir métodos de resgate padronizados e adequados às suas
atividades, disponibilizando os meios para a sua aplicação.

Disposições Finais.
Os trabalhadores devem interromper suas tarefas exercendo o direito de recusa,
sempre que constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde
ou a de outras pessoas.
Na ocorrência do não cumprimento das normas constantes nesta NR, o MTE adotará
as providências estabelecidas na NR 3.
A documentação prevista nesta NR deve estar, permanentemente, à disposição das
autoridades competentes.

NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.


Esta Norma Regulamentadora e seus anexos definem referências técnicas, princípios
fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos
trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do
trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e
ainda à sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em
todas as atividades econômicas.
Entende-se como fase de utilização a construção, transporte, montagem, instalação,
ajuste, operação, limpeza, manutenção, inspeção, desativação e desmonte da máquina ou
equipamento.

Instalações e Dispositivos Elétricos


Devem ser aterrados, conforme as normas técnicas oficiais vigentes, as instalações,
carcaças, invólucros, blindagens ou partes condutoras das máquinas e equipamentos que não
façam parte dos circuitos elétricos, mas que possam ficar sob tensão.
As instalações elétricas das máquinas e equipamentos que estejam ou possam estar
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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
em contato direto ou indireto com água ou agentes corrosivos devem ser projetadas com meios
e dispositivos que garantam sua blindagem, estanqueidade, isolamento e aterramento, de
modo a prevenir a ocorrência de acidentes.
Os condutores de alimentação elétrica das máquinas e equipamentos devem atender
aos seguintes requisitos mínimos de segurança:
oferecer resistência mecânica compatível com a sua utilização;
possuir proteção contra a possibilidade de rompimento mecânico, de contatos
abrasivos e de contato com lubrificantes, combustíveis e calor;
localização de forma que nenhum segmento fique em contato com as partes móveis ou
cantos vivos;
w) facilitar e não impedir o trânsito de pessoas e materiais ou a operação das
máquinas;
não oferecer quaisquer outros tipos de riscos na sua localização; e
ser constituídos de materiais que não propaguem o fogo, ou seja, autoextinguíveis, e
não emitirem substâncias tóxicas em caso de aquecimento.
Os quadros de energia das máquinas e equipamentos devem atender aos seguintes
requisitos mínimos de segurança:
possuir porta de acesso, mantida permanentemente fechada;
possuir sinalização quanto ao perigo de choque elétrico e restrição de acesso por
pessoas não autorizadas;
ser mantidos em bom estado de conservação, limpos e livres de objetos e ferramentas;
possuir proteção e identificação dos circuitos; e
atender ao grau de proteção adequado em função do ambiente de uso.
São proibidas nas máquinas e equipamentos:
a utilização de chave geral como dispositivo de partida e parada;
a utilização de chaves tipo faca nos circuitos elétricos; e
a existência de partes energizadas expostas de circuitos que utilizam energia elétrica

Dispositivos de partida, acionamento e parada.


Os dispositivos de partida, acionamento e parada das máquinas devem ser projetados,
selecionados e instalados de modo que:
não se localizem em suas zonas perigosas;
possam ser acionados ou desligados em caso de emergência por outra pessoa que
não seja o operador;
impeçam acionamento ou desligamento involuntário pelo operador ou por qualquer
outra forma acidental;
não acarretem riscos adicionais; e
não possam ser burlados

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
Exercicío de fixação (1,0):

1 – Para que serve as NR’s?


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

2 – Quais NR’s são aplicaveis para a atividade de mecânico industrial?


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

3 – Qual o papel da NR – 12 na segurança do mecânico industrial?


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

4 – Você foi contratado para trabalhar na manutenção de corrêas transportadoras


de minerio qual a principal NR que se aplica nessa atividade?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

5 – Cite 1 NR que se aplica a todas as atividades.


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
NR17 – Ergonomia.
Objetivo.
Estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente.
As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e
descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de
trabalho e à própria organização do trabalho.

Análise Ergonômica do Trabalho.


Avalia a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, devendo abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido
na NR 17.

Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.


Como transporte manual de cargas a norma designa, todo transporte no qual o peso da
carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a
deposição da carga.
Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um
trabalhador

cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança


Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as
leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho
que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes.
Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual
de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para
os homens, para não comprometer a sua saúde ou a sua segurança.

Mobiliário e Postos de Trabalho.


Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho
deve ser planejado ou adaptado para esta posição.
Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas,
escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura,
visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos:
z) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de
atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento;
aa)ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;
bb) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e
movimentação adequados dos segmentos corporais.
Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos
estabelecidos na norma, os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem ter
posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados
entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das características e
peculiaridades do trabalho a ser executado.
Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos
mínimos de conforto:
altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;
características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
borda frontal arredondada;
encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.
Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da
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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao
comprimento da perna do trabalhador.
Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser
colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os
trabalhadores durante as pausas.

Equipamentos dos postos de trabalho.


Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou
mecanografia deve:
ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado
proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação frequente do
pescoço e fadiga visual;

ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a
utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento.
Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de
vídeo devem observar o seguinte:

condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à


iluminação do ambiente protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de
visibilidade ao trabalhador;
o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo
de acordo com as tarefas a serem executadas;
a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as
distâncias olho-tela, olho teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais;
serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.

Condições ambientais de trabalho.


Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação
intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de
desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes
condições de conforto:
níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR10152, norma brasileira
registrada no INMETRO;
índice de temperatura efetiva entre 20oC (vinte) e 23ºC (vinte e três graus centígrados);
velocidade do ar não superior a ,75m/s;
umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta)por cento.
Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial,
geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.
A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.
A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar
ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
Organização do Trabalho.
A organização do trabalho, para efeito desta norma, deve levar em consideração, no
mínimo:
as normas de produção;
o modo operatório;
a exigência de tempo;
a determinação do conteúdo de tempo;
o ritmo de trabalho;
O conteúdo das tarefas.
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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor

NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.


Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece diretrizes de ordem administrativa, de
planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de
controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio
ambiente de trabalho na Indústria da Construção.
Consideram-se atividades da Indústria da Construção as constantes do Quadro I,
Código da Atividade Específica, da NR4 e as atividades e serviços de demolição, reparo,
pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral, de qualquer número de pavimentos ou
tipo de construção, inclusive manutenção de obras de urbanização e paisagismo.
É vedado o ingresso ou a permanência de trabalhadores no canteiro de obras, sem que
estejam assegurados pelas medidas previstas nesta NR e compatíveis com a fase da obra.

Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção –


PCMAT.
São obrigatórios a elaboração e o cumprimento do PCMAT nos estabelecimentos com
20(vinte) trabalhadores ou mais, contemplando os aspectos desta NR e outros dispositivos
complementares de segurança.

Área de Vivência.
Os canteiros de obras devem dispor de: cc) instalações sanitárias;
dd) vestiário; ee) alojamento;
ff) local de refeições;
gg) cozinha, quando houver preparo de refeições; hh) lavanderia;
ii) área de lazer;
jj) ambulatório, quando se tratar de frentes de trabalho com 50 (cinquenta) ou mais
trabalhadores.

Instalações Elétricas.
Quando não for possível desligar o circuito elétrico, o serviço somente poderá ser
executado após terem sido adotadas as medidas de proteção complementares, sendo
obrigatório o uso de ferramentas apropriadas e equipamentos de proteção individual.
As emendas e derivações dos condutores devem ser executadas de modo que
assegurem a resistência mecânica e contato elétrico adequado.
Os condutores devem ter isolamento adequado, não sendo permitido obstruir a
circulação de materiais e pessoas.
Os circuitos elétricos devem ser protegidos contra impactos mecânicos, umidade e
agentes corrosivos.
Sempre que a fiação de um circuito provisório se tornar inoperante ou dispensável,
deve ser retirada pelo eletricista responsável.
As redes de alta-tensão devem ser instaladas de modo a evitar contatos acidentais com
veículos, equipamentos e trabalhadores em circulação, só podendo ser instaladas pela
concessionária.
Equipamentos de Proteção Individual.
O cinto de segurança tipo abdominal somente deve ser utilizado em serviços de
eletricidade e em situações em que funcione como limitador de movimentação.
O cinto de segurança tipo pára-quedista deve ser utilizado em atividades a mais de
2,00m (dois metros) de altura do piso, nas quais haja risco de queda do trabalhador.

NR 23 - Proteção Contra Incêndios


Todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios, em
conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis.
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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
O empregador deve providenciar para todos os trabalhadores informações sobre: kk)
utilização dos equipamentos de combate ao incêndio;
ll) procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança; mm)
dispositivos de alarme existentes.
Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas de
modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e
segurança, em caso de emergência.
As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio
de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída.
Nenhuma saída de emergência deverá ser fechada à chave ou presa durante a jornada
de trabalho.
As saídas de emergência podem ser equipadas com dispositivos de travamento que
permitam fácil abertura do interior do estabelecimento.

NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaço Confinados.


Objetivo
Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de
espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos
existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que
interagem direta ou indiretamente nestes espaços.
Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana
contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é
insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento
de oxigênio.

Gestão de segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados.


A norma estabelece, entre as responsabilidades do empregador, a implementação da
gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços confinados, por medidas técnicas de
prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, de forma a garantir
permanentemente ambientes com condições adequadas de trabalho; A gestão de segurança e
saúde deve ser planejada, programada, implementada e avaliada, incluindo medidas técnicas
de prevenção, medidas administrativas e medidas pessoais e capacitação para trabalho em
espaços confinados

Medidas Técnicas de Prevenção.


identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de pessoas
não autorizadas;
antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados;
proceder à avaliação e controle dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e
mecânicos;
prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem;
implementar medidas necessárias para eliminação ou controle dos riscos atmosféricos
em espaços confinados;
avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de trabalhadores, para
verificar se o seu interior é seguro;
manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante toda a realização dos
trabalhos, monitorando, ventilando, purgando, lavando ou inertizando o espaço confinado;
monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados nas áreas onde os
trabalhadores autorizados estiverem desempenhando as suas tarefas, para verificar se as
condições de acesso e permanência são seguras;
proibir a ventilação com oxigênio puro;
testar os equipamentos de medição antes de cada utilização; e
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Introdução a Segurança do Trabalho Profª Naum Victor
utilizar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro, provido de alarme,
calibrado e protegido contra emissões eletromagnéticas ou interferências de radiofrequência.

Medidas Administrativas.
manter cadastro atualizado de todos os espaços confinados, inclusive dos desativados,
e respectivos riscos;
definir medidas para isolar, sinalizar, controlar ou eliminar os riscos do espaço
confinado;
manter sinalização permanente junto à entrada do espaço confinado, conforme o
Anexo I da presente norma;
implementar procedimento para trabalho em espaço confinado;
adaptar o modelo de Permissão de Entrada e Trabalho, previsto no Anexo II desta NR,
às peculiaridades da empresa e dos seus espaços confinados;
preencher, assinar e datar, em três vias, a Permissão de Entrada e Trabalho antes do
ingresso de trabalhadores em espaços confinados;
possuir um sistema de controle que permita a rastreabilidade da Permissão de Entrada
e Trabalho;
entregar para um dos trabalhadores autorizados e aoVigia cópia da Permissão de
Entrada e Trabalho;
encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho quando as operações forem completadas,
quando ocorrer uma condição não prevista ou quando houver pausa ou interrupção dos
trabalhos;
manter arquivados os procedimentos e Permissões de Entrada e Trabalho por cinco
anos;
disponibilizar os procedimentos e Permissão de Entrada e Trabalho para o
conhecimento dos trabalhadores autorizados, seus representantes e fiscalização do trabalho;
designar as pessoas que participarão das operações de entrada, identificando os
deveres de cada trabalhador e providenciando a capacitação requerida;
estabelecer procedimentos de supervisão dos trabalhos no exterior e no interior dos
espaços confinados;
assegurar que o acesso ao espaço confinado somente seja
iniciado com acompanhamento e autorização de supervisão capacitada;
garantir que todos os trabalhadores sejam informados dos riscos e medidas de controle
existentes no local de trabalho; e
implementar um Programa de Proteção Respiratória de acordo com a análise de risco,
considerando o local, a complexidade e o tipo de trabalho a ser desenvolvido.
A Permissão de Entrada e Trabalho é válida somente para cada entrada.
Nos estabelecimentos onde houver espaços confinados devem ser observadas, de
forma complementar a presente NR, os seguintes atos normativos: NBR 14606 – Postos de
Serviço
Entrada em Espaço Confinado; e NBR 14787 – Espaço Confinado – Prevenção de
Acidentes, Procedimentos e Medidas de Proteção, bem como suas alterações posteriores.
O procedimento para trabalho deve contemplar, no mínimo: objetivo, campo de
aplicação, base técnica, responsabilidades, competências, preparação, emissão, uso e
cancelamento da Permissão de Entrada e Trabalho, capacitação para os trabalhadores, análise
de risco e medidas de controle.
Os procedimentos para trabalho em espaços confinados e a Permissão de Entrada e
Trabalho devem ser avaliados no mínimo uma vez ao ano e revisados sempre que houver
alteração dos riscos, com a participação do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do
Trabalho - SESMT e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA.

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Medidas Pessoais.
Todo trabalhador designado para trabalhos em espaços confinados deve ser submetido
a exames médicos específicos para a função que irá desempenhar, conforme estabelecem as
NRs 07 e 31, incluindo os fatores de riscos psicossociais com a emissão do respectivo
Atestado de Saúde Ocupacional - ASO.
Capacitar todos os trabalhadores envolvidos, direta ou indiretamente com os espaços
confinados, sobre seus direitos, deveres, riscos e medidas de controle, conforme previsto nesta
norma.
O número de trabalhadores envolvidos na execução dos trabalhos em espaços
confinados deve ser determinado conforme a análise de risco.
É vedada a realização de qualquer trabalho em espaços confinados de forma individual
ou isolada.
O Supervisor de Entrada deve desempenhar as seguintes funções:
emitir a Permissão de Entrada e Trabalho antes do início das atividades;
executar os testes, conferir os equipamentos e os procedimentos contidos na
Permissão de Entrada e Trabalho;
assegurar que os serviços de emergência e salvamento estejam disponíveis e que os
meios para acioná-los estejam operantes;
cancelar os procedimentos de entrada e trabalho quando necessário; e
encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho após o término dos serviços.
O Vigia deve desempenhar a as seguintes funções:
manter continuamente a contagem precisa do número de trabalhadores autorizados no
espaço confinado e assegurar que todos saiam ao término da atividade;
permanecer fora do espaço confinado, junto à entrada, em contato permanente com os
trabalhadores autorizados;
adotar os procedimentos de emergência, acionando a equipe de salvamento, pública
ou privada, quando necessário;
operar os movimentadores de pessoas; e
ordenar o abandono do espaço confinado sempre que reconhecer algum sinal de
alarme, perigo, sintoma, queixa, condição proibida, acidente, situação não prevista ou quando
não puder desempenhar efetivamente suas tarefas, nem ser substituído por outro Vigia.

Emergência e Salvamento.
O empregador deve elaborar e implementar procedimentos de emergência e resgate
adequados aos espaços confinados.
O pessoal responsável pela execução das medidas de salvamento deve possuir
aptidão física e mental compatível com a atividade a desempenhar.
A capacitação da equipe de salvamento deve contemplar todos os possíveis cenários
de acidentes identificados na análise de risco.

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ANEXO I – Sinalização

ANEXO III – Glossário.


Condição IPVS: Qualquer condição que coloque um risco imediato de morte ou que
possa resultar em efeitos à saúde irreversíveis ou imediatamente severos ou que possa resultar
em dano ocular, irritação ou outras condições que possam impedir a saída de um espaço
confinado. – Deficiência de Oxigênio: atmosfera contendo menos de 20,9 % de oxigênio em
volume na pressão atmosférica normal, a não ser que a redução do percentual seja
devidamente monitorada e controlada.
Gestão de segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados: conjunto de
medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e coletivas necessárias para garantir
o trabalho seguro em espaços confinados.
Oxigênio puro: atmosfera contendo somente oxigênio (100 %).
Permissão de Entrada e Trabalho (PET): documento escrito contendo o conjunto de
medidas de controle visando à entrada e desenvolvimento de trabalho seguro, além de
medidas de emergência e resgate em espaços confinados.
Proficiência: competência, aptidão, capacitação e habilidade aliadas à experiência.
–Supervisor de Entrada: pessoa capacitada para operar a permissão de entrada com
responsabilidade para preencher e assinar a Permissão de Entrada e Trabalho (PET) para o
desenvolvimento de entrada e trabalho seguro no interior de espaços confinados.
–Trabalhador autorizado: trabalhador capacitado para entrar no espaço confinado,
ciente dos seus direitos e deveres e com conhecimento dos riscos e das medidas de controle
existentes.
Vigia: trabalhador designado para permanecer fora do espaço confinado e que é
responsável pelo acompanhamento, comunicação e ordem de abandono para os
trabalhadores.

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Exercicío de fixação (1,0):

1 – A NR de Ergônomia se aplica a atividade de mecânico industrial?


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

2 – A NR de espaço confinado de aplica a atividade de mecânico industrial e explique


porque?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

3 – Quando é considerado espaço confinado?


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

4 – A NR 35 se aplica a atividade de mecânico industrial?


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

5 – A camara frigorifica de processamento de Carne precisa de manutenção e o


mecânico industrial foi realizar a manutenção, qual NR se aplica na atividade?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

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Referencias

Atlas, equipe. Segurança e Medicina do Trabalho. 70ª Ed. São Paulo: Atlas, 2012.

BARROS, Alice Monteiro de. CURSO DE DIREITO DE TRABALHO. 7ª Ed. São Paulo:
LTr, 2011.

BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. Normas Regulamentadoras de Segurança


e Saúde no Trabalho. Normas Regulamentadoras. Disponível em: www.mte.gov.br/.

BRASIL. Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Altera o Capítulo V do Título II da


CLT, (Arts. 154 a 201), relativo à Segurança e Medicina do Trabalho.

BRASIL. Lei nº 12.740, de 8 de dezembro de 1912. Altera o art. 193 da CLT, aprovada
pelo Decreto –Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, a fim de redefinir os critérios para
caracterização das atividades ou operações perigosas, e revoga a Lei nº7.369, de 20 de
setembro de 1985.

CURIA, Luiz Roberto; CÉSPEDES, Lívia; NICOLETTI, Juliana. CLT Saraiva e


Constituição Federal. 39ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

DE PAULA, Ricardo Guimarães. CARACTERIZAÇÃO TÉCNICO-JURÍDICA DA


INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE E SUA APLICAÇÃO NA GESTÃO DE
SEGURANÇA EM PEDREIRAS. 2008, 165 f. Tese (Mestrado em Engenharia) -Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.

RUPPENTHAL, Janis Elisa. Gerenciamento de Risco. Universidade Federal de Santa


Maria, Colégio Técnico Industrial. Santa Maria – RS.

WEBSTER, Marcelo Fontanella. UM MODELO DE MELHORIA CONTÍNUA APLICADA


À REDUÇÃO DE RISCOS NO AMBIENTE DE TRABALHO. 2001, 164 f. Tese (Mestrado em
Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC,
Florianópolis, SC.

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