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A Estética da Recepção: o Leitor


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na economia da Obra e da História
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e
Jefferson Cleiton de Souza 1
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resumo:   O presente trabalho tem por objetivo discutir como a estética da recepção, de Hans Robert
Jauss, articulou a noção de leitor ao sistema literário, notadamente no- que se refere à sua posição na eco-
la investi do pe
para, mais recentemente, culminar com a investigação as, passan (Stanley Fish)
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nomia de uma obra, bem como o seutudopapel
empírica sobre a leitura (David S. Miall),
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de Jauss empírica Iser em O Fictício
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tura do te m a investigação
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gação da ente, culm
recentem
para, mais
comunicação artística e recepção.
palavras-chave:  Estética da recepção, Jauss, leitor implícito e explícito.
abstract:  The aim of this paper is to discuss how Hans Robert Jauss, the creator of the aesthetics of
reception, has introduced the category of the reader into the literary studies especially when it comes
to the importance of the reader to the understanding of the text, and to the history of a society and its
literary system or, in other words to the way the formal elements of a literary work are organized and
Há exatos 45 anos Hans Robert Jauss
apresentava a conferência
how they are related to aesthetic, ethic and moral evaluations. To do so, it is necessary to analyze how the
conceptions of implied and actual reader, as well as of aesthetic experience, relate to questions of history,
artistic communication and reception.     
erência conf
sentava a

Há exatos
keywords
anos Hans
45
Robert
:  Aesthetics of reception, Jauss, implied reader and actual reader.
Jauss apre

passando
pela inve
stig Até a década de 1960, os centros acadêmicos alemães mantinham uma tradição de
suscita ação da form
a co
a leitura
(Wolfgan mo a estrutur
pesquisas pautadas no historicismo e na filologia. Entretanto, a crise epistemológica
g Iser e a
Umbert do texto literár
o Eco), io

enfrentada por essas duas disciplinas, aliada à democratização do ensino superior ale-
mão e à crescente influência do estruturalismo francês nesses estabelecimentos de en-
passando pela investigação
da forma como a estrutura
sino, forçou as universidades da Alemanha Ocidental a buscar novas soluções para mo-
do texto literário suscita
a leitura (Wolfgang Iser e
Umberto Eco),
dernizar os estudos literários. Nesse contexto de mudanças estruturais, foi fundada, em
1966, a Universidade de Constança, concebida dentro de um espírito inovador no qual
eminentes professores abdicaram de suas autonomias departamentais da área da lin-
guagem para pensar de forma interdisciplinar os estudos literários. Essa configuração
estimulou as pesquisas em torno da tradução do russo, possibilitando aos pesquisado-
res alemães o acesso aos textos do formalismo russo e do estruturalismo tcheco, bem
isso sem mencionarmos os rudimentos de uma
“antropologia literária” proposta pelo próprio Iser em

como os estudos interdisciplinares acerca da Hermenêutica e da Poética.


O Fictício e O Imaginário e que decorre diretamente de
sua investigação sobre a leitura da literatura.

Naquele mesmo ano, marcado pela reforma universitária alemã, Hans Robert Jauss foi
convidado pelo professor Gerhard Hess a integrar o corpo docente daquele novo centro
acadêmico. Na Universidade de Constança, Jauss encontrou um ambiente propício para
o o qu
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a ser um a leitura.
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repensar a pertinência do método historiográfico de análise literária de herança lanso-
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niana, que estava relegado à ilustração da burguesia culta e aos currículos das escolas
de pers
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secundárias alemãs, como ele mesmo declara em sua conferência de 1967, intitulada A Dessa
estud indagação
o d
do te s sobre a le e Jauss so
história da literatura como provocação à teoria da literatura. Em suma, suas investiga-
Dessa indagação de Jauss sobre a relação entre literatura e história por meio das reações do
público, os estudos sobre a leitura assumiram feições diversas,
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Jefferson Cleiton de Souza é mestre em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Pernam- . Fictíc e is rec o Eco ve s
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buco – Recife. Contato: jefferson.literatura@uol.com.br


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9 SOUZA, Jefferson Cleiton de. A estética da recepção: o leitor na economia da obra e da história

ções ambicionavam restabelecer o encontro da literatura com a história, ou melhor, da


sociedade com o sentido das obras literárias, contudo sem aderir à orientação mecani-
Há exat
cista da relação entre obra de arte e história, tal como foi pensada por Lanson.
os 45 an
Diante de tal panorama, Jauss propôs um método de investigação literária que visava,
é e por os Hans
qu Robe
viria a se e alguém estu rt Jauss aprese
r uma da da ntav
s mudan a história liter a a conferên
cia “O qu
literária ças de perspe ária?”, inaugu
por um lado, dar uma resposta negativa tanto ao marxismo da Alemanha Oriental quanto
contem
porâne
ctiva si
a: os es
ra
gnificativ ndo o que
tudos so a na crítica
e

bre a le
aos estudos imanentistas do Estruturalismo francês e, por outro lado, revitalizar a histori-
itura.

cidade nos estudos literários. Essa proposta culminou na criação da estética da recepção,
método de investigação literária que manteve um profícuo diálogo com a hermenêutica do pela in
vesti-
para, mais recentemente, culminar com a investigação as, passan (Stanley Fish)
es divers
de base fenomenológica e histórica do filósofo alemão Hans-Georg Gadamer, ex-professor
empírica sobre a leitura (David S. Miall),
s sobre a
leitura as su m iram feiçõ
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na leitu ra da literatura
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atura.
os estudo pel das co tos de uma “antro e a leitura da liter
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de Jauss, assim como com o estruturalismo tcheco, tributário também, de certo modo, da
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r meio da cionarmos mente de sua inve
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e a relação erário suscita a bre a leitu tício e O Imaginá
corrente filosófica fundada por Husserl. Tal orientação, por sua vez, evidenciou o avanço
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forma co pelo próp
gação da ente, cu
recentem
para, mais
da teoria de Jauss: aproximar os estudos da história da literatura das teorias que se ocu-
pavam com a promoção do sentido, como a hermenêutica e a fenomenologia.
Assim, através das traduções e dos debates em torno dos textos tchecos, realizados
pelo grupo de Constança, o mentor da estética da recepção entrou em contato com as
ideias de Roman Ingarden, filosófo polonês de orientação fenomenológica, que influen-
ciou profundamente os estruturalistas tchecos, sobretudo Mukarovsky e Vodicka. De
Há exatos 45 anos Hans Robert Jauss
apresentava a conferência
acordo com Gloria Vergara:

Segundo Pozuelo Yvancos, o que Jan Mukarovsky e seu discípulo Felix Vodicka fize-
ência
a a confer
resentav
rt Jauss ap
Há exatos
45 anos Ha
ns Robe ram no Círculo de Praga foi potencializar o método de Ingarden ao subtraí-lo de seu a-
-historicismo e individualismo e submergi-lo no processo histórico-coletivo [...]. Muka-
passando
pela inve
stig
suscita ação da form
rovsky fala de um fenômeno de concretização movediço e variante que atualiza uma
a leitura a co
(Wolfgan mo a estrutur
g Iser e a
série de normas de caráter social. (VERGARA 2007, p.118-119, tradução nossa)
Umbert do texto literár
o Eco), io

Em face disso, o círculo linguístico de Praga contribuiu para o projeto de Jauss na


passando pela investigação
da forma como a estrutura
medida em que Mukarovsky, assim como Ingarden, diferiu o objeto artístico do objeto
do texto literário suscita
a leitura (Wolfgang Iser e
Umberto Eco),
estético. Para esses dois últimos estudiosos, enquanto o primeiro objeto era um artefa-
to, o segundo era um produto da “recepção”. No entanto, apesar de ambos salvaguarda-
rem, em seus respectivos estudos, a ontologia da obra e afastarem-se de uma concep-
ção essencialmente subjetivista da experiência estética, Mukarovsky, fiel aos princípios
do estruturalismo tcheco, avançou em relação às ideias de Ingarden quando compre-
endeu a obra de arte literária em uma relação sistêmica com os fenômenos sociais.
isso sem mencionarmos os rudimentos de uma
“antropologia literária” proposta pelo próprio Iser em

Essa resposta do estruturalista tcheco a tal impasse possibilitou aos estudos literários a
O Fictício e O Imaginário e que decorre diretamente de
sua investigação sobre a leitura da literatura.

consciência de que as estruturas da obra de arte literária estabelecem uma forte rela-
ção com as normas e valores introjetados por um corpo social.
Zilberman (1989) avalia que, a partir das ideias dos integrantes do círculo linguísti-
o o qu
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a das m
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a ser um a leitura.
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co de Praga, o valor estético deixa de se confundir com algo fixo e substancial para se
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é e por significa
“O que
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tornar histórico e dinâmico. Com essas inovações, as normas literárias passaram a ser
de pers
pectiva

consideradas a partir de uma “estabilidade precária”, já que, para Mukarovsky, nenhu- Dessa
estud indagação
o d
do te s sobre a le e Jauss so
ma obra literária assume por inteiro as convenções literárias de seu tempo, na medida
Dessa indagação de Jauss sobre a relação entre literatura e história por meio das reações do
público, os estudos sobre a leitura assumiram feições diversas,
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a leit ra da lite
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na leit literário itura assu re a relaç
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em que elas se originam da dialética entre aceitação e ruptura. De fato, Mukarovsky pelo
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), pela stigação d reações d

io e O nc io n e n
Imag armos os temente,
incorporou às suas reflexões um importante estudo relacionado à evolução das formas a form o púb
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passando pela investigação ação onven


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da forma como a estrutura (Sta nl g e m ções


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literárias ao longo da história, desenvolvido pelo formalista Tynianov. Para esse russo,
os gêneros não se desenvolvem de forma autônoma através dos séculos, mas os seus
Há exat
“traços”, a encenação de sua linguagem e os seus componentes extralinguísticos, modi-
os 45 an
ficam-se na economia das transições dos sistemas literários (TYNIANOV, 1973).
é e por os Hans
qu Robe
viria a se e alguém estu rt Jauss aprese
r uma da da ntav
s mudan a história liter a a conferên
cia “O qu
literária ças de perspe ária?”, inaugu
Por seu turno, Felix Vodicka, discípulo de Mukarovsky, contribuiu decisivamente
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a: os es
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gnificativ ndo o que
tudos so a na crítica
e

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para o método de Jauss, pois ele pensou de forma mais sistemática a posição do público
itura.

no sistema literário. Diferentemente de Roman Ingarden, que entendia as concretiza-


ções voltadas para o preenchimento das lacunas e indeterminações das narrativas pelo do pela in
vesti-
para, mais recentemente, culminar com a investigação as, passan (Stanley Fish)
es divers
leitor, Vodicka as redimensionou para os códigos e normas literários e extraliterários
empírica sobre a leitura (David S. Miall),
s sobre a
leitura as su m iram feiçõ
nvenções
na leitu ra da literatura
pologia lit
erária” prop osta
atura.
os estudo pel das co tos de uma “antro e a leitura da liter
público, ção do pa en br
pressupostos pelo público. Assim, ele estruturou uma concepção de leitor imerso num
aç õe s do inve stiga os ru di m ga çã o so
s re Eco), pela sti
r meio da cionarmos mente de sua inve
stória po e Umberto sem men ta
atura e hi ra (Wolfgang Iser avid S. Miall), isso que decorre dire
entre liter leitu ra (D rio e
e a relação erário suscita a bre a leitu tício e O Imaginá
mundo de experiências literárias, que, consequentemente, o familiarizava com as con-
us s so br lit ric a so
dagação
de Ja
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xto o empí O Fic
Dessa in mo a estru lminar com a in
vestigaçã rio Iser em
forma co pelo próp
gação da ente, cu
recentem
para, mais
venções, códigos, normas e valores artísticos de uma determinada época histórica.
Nesse sentido, o estruturalista tcheco não concebe o público apenas como uma estrutura
do texto, mas como um agente ao qual o texto se dirige e de quem reclama apreensão, inter-
pretação, validação e avaliação. Com isso, ele ambicionou criar uma história da repercussão
das obras literárias que teria como ponto de aferição as reações do público face à recepção
de obras. Ele propôs o plano piloto de um estudo da história literária baseada no consumo da
Há exatos 45 anos Hans Robert Jauss
apresentava a conferência
obra pelo público, pois, para ele, tal investigação pressupunha os seguintes objetivos:

1. A reconstituição da norma literária e o conjunto de exigências literárias do pe-


ência
a a confer
resentav
rt Jauss ap
Há exatos
45 anos Ha
ns Robe ríodo em questão;
2. A reconstituição da literatura do período em questão, isto é, a série de obras
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pela inve
stig
suscita ação da form
que são o objeto de avaliação, e a descrição da hierarquia de valores literários
a leitura a co
(Wolfgan mo a estrutur
g Iser e a
Umbert do texto literár
o Eco), io do período;
3. O estudo da concretização de obras literárias (atuais e anteriores), isto é, o es-
tudo da obra particular em que a encontramos, segundo a concepção (especial-
passando pela investigação
da forma como a estrutura
mente em sua concretização pela crítica);
do texto literário suscita
a leitura (Wolfgang Iser e
Umberto Eco),
4. O estudo dos efeitos da obra nas esferas literárias e extraliterárias. (VODICKA,
1978, p.301)

Foi, portanto, relacionando esse plano piloto de Felix Vodicka com a concepção de
história dos efeitos (Wirkungsgeschichte), de Gadamer, sensível à historicidade da com-
preensão e do sentido, que Jauss erigiu uma história da literatura centrada nos efeitos
isso sem mencionarmos os rudimentos de uma
“antropologia literária” proposta pelo próprio Iser em

ético-estéticos das obras sobre variadas épocas históricas.


O Fictício e O Imaginário e que decorre diretamente de
sua investigação sobre a leitura da literatura.

Para tanto, a metodologia de estudos de Jauss (2002), que visa à análise da experiên-
cia leitora do público, bem como a acolhida das obras literárias nos variados contextos
históricos, pressupunha dois momentos na análise do fenômeno da recepção literária: o
o o qu
e viria
a das m
u-
a ser um a leitura.
s sobre
ra nd es tu do
augu nea: os
do efeito, momento condicionado pela estrutura (leitor implícito) e o da recepção pro-
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qu e al ti
é e por significa
“O que
danças
priamente dito, condicionado pelo público, isto é, pelos seus horizontes de expectativa.
de pers
pectiva

Tal pressuposto evidencia que, para a orientação teórica da estética da recepção, o Dessa
estud indagação
o d
do te s sobre a le e Jauss so
público constrói os sentidos e o valor das obras condicionados tanto pelos horizontes
Dessa indagação de Jauss sobre a relação entre literatura e história por meio das reações do
público, os estudos sobre a leitura assumiram feições diversas,
xto
u
a leit ra da lite
suscit
b
na leit literário itura assu re a relaç
mir ão
a a le am feiçõ entre lite
ura (D ra it e ra
avid S tura (Stan ura (Wolf s diversas, tura e h
internos das obras quanto pelos seus contextos históricos. Por causa dessa noção, Jauss, pelo
da lite
própri
o
.
. Miall
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), pela stigação d reações d

io e O nc io n e n
Imag armos os temente,
sugestionado pela dialética socrática de Gadamer, asseverava que o princípio metodo- a form o púb
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decorr s de u m a in p est
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do texto literário suscita stigaç p


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a leitura (Wolfgang Iser e co nv en b re a leit


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Umberto Eco), ura


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pela in
Ja
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9 SOUZA, Jefferson Cleiton de. A estética da recepção: o leitor na economia da obra e da história

lógico da estética da recepção de reconstituir os horizontes de expectativas em que as


obras foram criadas e recebidas possibilitava aos analistas da literatura tanto a recupe-
Há exat
ração das perguntas latentes que essas obras responderam provisoriamente face ao seu
os 45 an
contexto de produção quanto das respostas dadas a elas na historicidade de seus efeitos.
é e por os Hans
qu Robe
viria a se e alguém estu rt Jauss aprese
r uma da da ntav
s mudan a história liter a a conferên
cia “O qu
literária ças de perspe ária?”, inaugu
Para Jauss, esse conhecimento revelaria o impacto das obras ao longo de sua re-
contem
porâne
ctiva si
a: os es
ra
gnificativ ndo o que
tudos so a na crítica
e

bre a le
cepção histórica e as produções de sentidos, o que demonstra a sua concordância com
itura.

Hans-Georg Gadamer, pois, para ambos, não existe uma interpretação unívoca, e sim
interpretações equívocas. Em outras palavras, o compreender-interpretar estaria in- do pela in
vesti-
para, mais recentemente, culminar com a investigação as, passan (Stanley Fish)
es divers
timamente relacionado ao devir histórico, isto é, ao acontecimento e evento. Por esse
empírica sobre a leitura (David S. Miall),
s sobre a
leitura as su m iram feiçõ
nvenções
na leitu ra da literatura
pologia lit
erária” prop osta
atura.
os estudo pel das co tos de uma “antro e a leitura da liter
público, ção do pa en br
motivo, na esteira do autor de Verdade e método, Jauss desloca a noção da verdade do
aç õe s do inve stiga os ru di m ga çã o so
s re Eco), pela sti
r meio da cionarmos mente de sua inve
stória po e Umberto sem men ta
atura e hi ra (Wolfgang Iser avid S. Miall), isso que decorre dire
entre liter leitu ra (D rio e
e a relação erário suscita a bre a leitu tício e O Imaginá
sentido para o poder da dialética socrática, isto é, para a relação dialógica, baseada na
us s so br lit ric a so
dagação
de Ja
tura do te
xto o empí O Fic
Dessa in mo a estru lminar com a in
vestigaçã rio Iser em
forma co pelo próp
gação da ente, cu
recentem
para, mais
pergunta-resposta, entre o público e o texto.
Essa ideia de interação proposta por Jauss exigiu, além da categoria do leitor im-
plícito – fundada por Roman Ingarden e potencializada por Wolfgang Iser –, um novo
conceito de leitor que estabelecesse uma ponte entre as estruturas do texto e o mun-
do sócio-histórico em que a obra é acolhida. A estética da recepção batizou esse novo
conceito de leitor de explícito. Robson Coelho Tinoco, em seu livro Leitor real e teoria
Há exatos 45 anos Hans Robert Jauss
apresentava a conferência
da recepção, esclarece que o leitor explícito pode ser identificado como um indivíduo
sócio-histórico que absorve determinada criação artística com as suas qualidades e
defeitos, sendo o responsável pela recepção da obra propriamente dita, com as suas
erência
ava a conf
s apresent

Há exatos
características ético-estéticas (TINOCO, 2010).
45 anos Hans
Ro bert Jaus

É justamente essa categoria, o leitor explícito, a responsável por atribuir valores es-
passando
pela inve
stig téticos às obras e por arregimentá-las aos dilemas éticos e morais vivenciados por uma
suscita ação da form
a co
a leitura
(Wolfgan mo a estrutur
determinada sociedade de leitores, ou seja, atualizá-las ao seu mundo histórico. Nesse
g Iser e a
Umbert do texto literár
o Eco), io

sentido, poderíamos afirmar que a incorporação da dimensão ética aos estudos da lei-
tura foi uma das maiores contribuições de Jauss a essa área de estudo.
passando pela investigação
da forma como a estrutura
Embora Vodicka (1978) já possuísse uma aguçada consciência sobre os efeitos da obra de
do texto literário suscita
a leitura (Wolfgang Iser e
Umberto Eco),
arte na esfera extraliterária – como a relação de identificação do público com as personagens
de ficção, a influência das personagens na estilização de tipos sociais de uma dada época e do
impacto moral que determinadas obras causam numa sociedade –, relegou tais estudos ao
escopo das ciências históricas. No entanto, Jauss, por sua vez, sem se afastar dos fenômenos
eminentemente literários, buscou ultrapassar esse impasse através de um estudo sensível
à relação dialética entre as configurações da obra, os dilemas sociais de seu contexto de
isso sem mencionarmos os rudimentos de uma
“antropologia literária” proposta pelo próprio Iser em

produção e de recepção e a acolhida e o valor que os leitores explícitos lhe conferem. O que
O Fictício e O Imaginário e que decorre diretamente de
sua investigação sobre a leitura da literatura.

significa dizer que a teoria de Jauss, ao relacionar a experiência estética a uma propedêutica
da reflexão ética, aproxima o mundo da obra do mundo da práxis dos leitores.
Por isso, Jauss deposita na reação dos leitores explícitos e no sistema literário a fonte
o o qu
e viria
a das m
u-
a ser um a leitura.
s sobre
ra nd es tu do
augu nea: os
de pesquisa do analista da estética da recepção. Nesse sentido, a análise da experiência
gu
da a hi
stória
ém estu va na crítica
literár
ia?”, in
literár
ia cont
emporâ

qu e al ti
é e por significa
“O que
danças
estética do leitor, que, segundo Jauss, abarca a dimensão histórica do público leitor,
de pers
pectiva

só pode ser resgatada, historicamente, num sistema de referência objetivo de códigos Dessa
estud indagação
o d
do te s sobre a le e Jauss so
literários, já que a noção de leitores dessa teoria corresponde a um sujeito de pré-com-
Dessa indagação de Jauss sobre a relação entre literatura e história por meio das reações do
público, os estudos sobre a leitura assumiram feições diversas,
xto
u
a leit ra da lite
suscit
b
na leit literário itura assu re a relaç
mir ão
a a le am feiçõ entre lite
ura (D ra it e ra
avid S tura (Stan ura (Wolf s diversas, tura e h
preensão, no qual estão introjetadas normas e valores estéticos que o habilitam a res- pelo
da lite
própri
o
.
. Miall
),
Fictíc
ley Fi
sh
e
gang
Ise passa
n
ratura Iser em O isso sem m ) para, ma r e Umbert do pela in r meio da
is rec o Eco
istóri
a po
ve s
), pela stigação d reações d

io e O nc io n e n
Imag armos os temente,
ponder aos apelos da mudança do sistema literário. Portanto, essa reação, ou sintoma a form o púb
ex apre

inário ru cu invest li
e que dimento lminar co igação do a como a co, os
at se
os n

decorr s de u m a in p est
e dire sh) ma “an vestig apel das c rutura
45 tav

passando pela investigação ação onven


ey Fitamente tropolo
an a a

da forma como a estrutura (Sta nl g e m ções


atura de su ia pír
os co

da liter a inve literária” ica sobre


leitura
Ha nf

do texto literário suscita stigaç p


ções na ão so roposta
ns erê

a leitura (Wolfgang Iser e co nv en b re a leit


pel das
Ro nc

Umberto Eco), ura


ão do pa
be ia

vestigaç
rt

pela in
Ja
ssu

55
9 SOUZA, Jefferson Cleiton de. A estética da recepção: o leitor na economia da obra e da história

primário da interpretação, deve ser levado em consideração, incondicionalmente, pelo


analista da teoria da recepção. Desse modo, Jauss conseguiu aclarar, cada vez mais, as
Há exat
nuances que envolvem as reações do público ao se debruçar sobre a relação entre o
os 45 an
prazer e a comunicação artística. Para tal fim, ele empreendeu uma revisão crítica acer-
é e por os Hans
qu Robe
viria a se e alguém estu rt Jauss aprese
r uma da da ntav
s mudan a história liter a a conferên
cia “O qu
literária ças de perspe ária?”, inaugu
ca das reflexões estéticas de Aristóteles, de Kant e dos estudos dos formalistas russos,
contem
porâne
ctiva si
a: os es
ra
gnificativ ndo o que
tudos so a na crítica
e

bre a le
no que se refere à percepção estética. Dessa forma, as investigações de Hans Robert
itura.

Jauss começam pela experiência estética. Segundo ele:


vesti-
do pela in
para, mais recentemente, culminar com a investigação as, passan (Stanley Fish)
es divers
empírica sobre a leitura (David S. Miall),
A diferença fenomenológica entre compreensão e discernimento, entre a experiência pri-
s sobre a
leitura as su m iram feiçõ
nvenções
na leitu ra da literatura
pologia lit
erária” prop osta
atura.
os estudo pel das co tos de uma “antro e a leitura da liter
õe s do público, ve stiga ção do pa ru di m en çã o so br
aç in ga
mária e o ato da reflexão, com que a consciência se volta para a significação e para a cons-
stória po
r meio da
s re
e Umberto
Eco), pela
sem men
atura e hi ra (Wolfgang Iser avid S. Miall), isso que decorre dire
os
cionarmos mente de sua inve
ta
sti

entre liter leitu ra (D rio e


s so bre a relação erário suscita a a so bre a leitu tício e O Imaginá
Dessa in
dagação
forma co
de Ja us
tura do te
xto
mo a estru lminar com a in
lit
vestigaçã
o empí
tituição de sua experiência, retorna, pela recepção dos textos e dos objetos estéticos, como
ric
pelo próp
rio Iser em
O Fic

gação da ente, cu
recentem
para, mais
diferenciação entre o ato de recepção dos textos e dos objetos estéticos, como diferenciação
entre o ato de recepção e o de interpretação do significado de uma obra; menos ainda, pela
reconstrução da intenção de seu autor. A experiência primária de uma obra de arte realiza-se
na sintonia com (Einstellungauf) seu efeito estético, isto é, na compreensão fruidora e na frui-
ção compreensiva. Uma interpretação que ignorasse esta experiência estética primeira seria
Há exatos 45 anos Hans Robert Jauss
própria da presunção do filólogo que cultivasse o engano de supor que o texto fora feito, não
apresentava a conferência
para o leitor, mas sim, especialmente, para ser interpretado. (JAUSS, 2002, p.69)

Assim, ao propor essa plataforma de estudos voltada para a comunicação e o efeito


erência
ava a conf
s apresent

Há exatos
estético da obra de arte literária, esse teórico estava, de certo modo, colocando em
45 anos Hans
Ro bert Jaus

xeque a tradição da filologia alemã e o ensino de literatura na Alemanha. Jauss, ao


passando
pela inve
stig articular as categorias aristotélicas da poeisis (produção da obra de arte), katharsis (co-
suscita ação da form
a co
a leitura
(Wolfgan mo a estrutur
municação artística) e asthesis (prazer estético da percepção) à noção kantiana de juízo
g Iser e a
Umbert do texto literár
o Eco), io

estético e ao conceito de desfamiliarização e desautomatização do formalismo russo,


constituiu um campo teórico fecundo para que os estudiosos pudessem aprofundar as
passando pela investigação
da forma como a estrutura
reflexões em torno da experiência estética. Tais categorias possibilitaram a Jauss ver-
do texto literário suscita
a leitura (Wolfgang Iser e
Umberto Eco),
ticalizar as discussões em torno da retórica do texto, originalmente introduzidas por
Aristóteles e Górgias, que foram fundamentais para que se desenvolvesse, nos estudos
literários, uma maior compreensão sobre as economias estabelecidas entre os estrata-
gemas das obras e as expectativas de um determinado público leitor.
A emersão dessas categorias e conceitos estéticos, desvelados e problematizados
por Jauss, favoreceu, na segunda metade do século XX, um amplo debate em torno da
isso sem mencionarmos os rudimentos de uma
“antropologia literária” proposta pelo próprio Iser em

problemática da comunicação artística.


O Fictício e O Imaginário e que decorre diretamente de
sua investigação sobre a leitura da literatura.

Dessa forma, em pleno prestígio da teoria estética da vanguarda artística e da difusão


da cultura de massa, a noção de comunicação estética propagada por Jauss foi, em parte,
de encontro à teoria estética de Theodor Adorno, filósofo da escola de Frankfurt. Esse
o o qu
e viria
a das m
u-
a ser um a leitura.
s sobre
ra nd es tu do
augu nea: os
último instituiu uma teoria estética da negatividade, na qual os princípios de autonomia
gu
da a hi
stória
ém estu va na crítica
literár
ia?”, in
literár
ia cont
emporâ

qu e al ti
é e por significa
“O que
danças
da arte, da refletividade estética e transgressão artística e do status quo foram tomados
de pers
pectiva

como indício de arte autêntica. Para Adorno (2008), a questão do prazer e da identifica- Dessa
estud indagação
o d
do te s sobre a le e Jauss so
ção narrativa na experiência artística moderna estava condicionada à manipulação do
Dessa indagação de Jauss sobre a relação entre literatura e história por meio das reações do
público, os estudos sobre a leitura assumiram feições diversas,
xto
u
a leit ra da lite
suscit
b
na leit literário itura assu re a relaç
mir ão
a a le am feiçõ entre lite
ura (D ra it e ra
avid S tura (Stan ura (Wolf s diversas, tura e h
comportamento consumista promovida pela indústria cultural e a seu poder alienante. pelo
da lite
própri
o
.
. Miall
),
Fictíc
ley Fi
sh
e
gang
Ise passa
n
ratura Iser em O isso sem m ) para, ma r e Umbert do pela in r meio da
is rec o Eco
istóri
a po
ve s
), pela stigação d reações d

io e O nc io n e n
Imag armos os temente, a form o púb
ex apre

inário ru cu invest li
e que dimento lminar co igação do a como a co, os
at se
os n

decorr s de u m a in p est
e dire sh) ma “an vestig apel das c rutura
45 tav

passando pela investigação ação onven


ey Fitamente tropolo
an a a

da forma como a estrutura (Sta nl g e m ções


atura de su ia pír
os co

da liter a inve literária” ica sobre


leitura
Ha nf

do texto literário suscita stigaç p


ções na ão so roposta
ns erê

a leitura (Wolfgang Iser e co nv en b re a leit


pel das
Ro nc

Umberto Eco), ura


ão do pa
be ia

vestigaç
rt

pela in
Ja
ssu

56
9 SOUZA, Jefferson Cleiton de. A estética da recepção: o leitor na economia da obra e da história

Advém desse conflito teórico travado com Adorno a dificuldade enfrentada por Jauss
para reabilitar a noção de uma experiência estética pautada no prazer e na identifi-
Há exat
cação estética. Primeiramente, porque para o autor de A história da literatura como
os 45 an
provocação à teoria literária não era só a negatividade, isto é, a transgressão às normas
é e por os Hans
qu Robe
viria a se e alguém estu rt Jauss aprese
r uma da da ntav
s mudan a história liter a a conferên
cia “O qu
literária ças de perspe ária?”, inaugu
literárias, perceptivas, artísticas e sociais que tinha o poder de promover mudanças de
contem
porâne
ctiva si
a: os es
ra
gnificativ ndo o que
tudos so a na crítica
e

bre a le
horizontes dos leitores e emancipá-los, mas também o caráter afirmativo da arte – o
itura.

seu poder de comunicar os padrões dominantes da cultura. Essa crítica revela a oposi-
ção de Jauss em relação à noção de que a emancipação do leitor só seria possível me- do pela in
vesti-
para, mais recentemente, culminar com a investigação as, passan (Stanley Fish)
es divers
diada pela arte ascética e monódica, como são, nesse sentido, paradigmáticos a pintura
empírica sobre a leitura (David S. Miall),
s sobre a
leitura as su m iram feiçõ
nvenções
na leitu ra da literatura
pologia lit
erária” prop osta
atura.
os estudo pel das co tos de uma “antro e a leitura da liter
público, ção do pa en br
de Jackson Pollock e o romance de Samuel Beckett. aç õe s do inve stiga os ru di m ga çã o so
s re Eco), pela sti
r meio da cionarmos mente de sua inve
stória po e Umberto sem men ta
atura e hi ra (Wolfgang Iser avid S. Miall), isso que decorre dire
entre liter leitu ra (D rio e
e a relação erário suscita a bre a leitu tício e O Imaginá
Claramente, esse posiciomento de Jauss reflete a sua preocupação de pensar arte
us s so br lit ric a so
dagação
de Ja
tura do te
xto o empí O Fic
Dessa in mo a estru lminar com a in
vestigaçã rio Iser em
forma co pelo próp
gação da ente, cu
recentem
para, mais
na economia da dinâmica social, assim como a partir de uma perspectiva que abarque
tanto a análise sincrônica quanto a diacrônica. De acordo com a sua tese, as artes de
vanguarda, após o seu período de impacto, acabam ao longo do tempo se tornando um
horizonte afirmativo para o público à medida que se tornam clássicas:

Há exatos 45 anos Hans Robert Jauss


Jauss afirma que o clássico seria, desta forma, o paradigma perfeito da transforma-
apresentava a conferência
ção da negatividade em função afirmativa: através da tradição, a negatividade progressiva
transforma-se em positividade progressiva. Com efeito, ele argumenta que a própria qua-
lidade de ser clássico pressupõe uma segunda mudança no horizonte de interpretação, a
ência
a a confer
resentav
rt Jauss ap
Há exatos
45 anos Ha
ns Robe qual oblitera a negatividade latente do antigo horizonte. A negatividade original da obra
tornada clássica esconde-se, por efeito da tradição, atrás de uma aparente obviedade in-
passando
pela inve
stig
suscita ação da form
questionável, a qual poderia, por sua vez, revesti-la de aspectos semelhantes aos produtos
a leitura a co
(Wolfgan mo a estrutur
g Iser e a
da indústria cultural. Deve-se admitir, no entanto, que abordar as chamadas “obras-pri-
Umbert do texto literár
o Eco), io

mas” por via de uma suposta afirmação do status quo é perder de vista a originária relação
de tensão causada pelo texto e seu respectivo tempo histórico. (MIRANDA, 2007, p. 46)
passando pela investigação
da forma como a estrutura
do texto literário suscita
a leitura (Wolfgang Iser e
Umberto Eco),
Nesse sentido, infere-se que, para Jauss, as obras de arte, que estão imersas na his-
toricidade, sempre nos “ensinam” algo na medida em que, para além de seu poder de
impacto, põe-nos em contato com os nossos horizontes de expectativas, desvelando
nosso mundo por meio das latências das obras.
Assim, a teoria proposta por Jauss buscou se ocupar com o destino da obra, com o seu
poder comunicativo e as suas formas de recepção ao longo da história. Equivale a dizer
isso sem mencionarmos os rudimentos de uma
“antropologia literária” proposta pelo próprio Iser em

que tanto o caráter transgressor da obra e sua repercussão como a forma como ela foi
O Fictício e O Imaginário e que decorre diretamente de
sua investigação sobre a leitura da literatura.

cultivada e apropriada pelo público interessam ao pesquisador do fenômeno da recepção.


Jauss desenvolveu dois estudos paradigmáticos que ilustram bem as preocupações
que devem inquietar as pesquisas em torno do fenômeno recepcional. O primeiro es-
o o qu
e viria
a das m
u-
a ser um a leitura.
s sobre
ra nd es tu do
augu nea: os
tudo concentra-se na análise da repercussão que a obra Madame Bovary, de Gustave
gu
da a hi
stória
ém estu va na crítica
literár
ia?”, in
literár
ia cont
emporâ

qu e al ti
é e por significa
“O que
danças
Flaubert, causou no momento de seu aparecimento no século XIX. Segundo Jauss, o es-
de pers
pectiva

cândalo social presente na obra de Flaubert visava “arrancar o leitor de Madame Bovary Dessa
estud indagação
o d
do te s sobre a le e Jauss so
da certeza de seu juízo moral” (1994, p.56). Para ele, do ponto de vista metodológico da
Dessa indagação de Jauss sobre a relação entre literatura e história por meio das reações do
público, os estudos sobre a leitura assumiram feições diversas,
xto
u
a leit ra da lite
suscit
b
na leit literário itura assu re a relaç
mir ão
a a le am feiçõ entre lite
ura (D ra it e ra
avid S tura (Stan ura (Wolf s diversas, tura e h
teoria da recepção, o analista da literatura só pode resgatar o impacto das obras através pelo
da lite
própri
o
.
. Miall
),
Fictíc
ley Fi
sh
e
gang
Ise passa
n
ratura Iser em O isso sem m ) para, ma r e Umbert do pela in r meio da
is rec o Eco
istóri
a po
ve s
), pela stigação d reações d

io e O nc io n e n
Imag armos os temente,
do próprio sistema literário, no qual as tramas entre as pré-concepções dos leitores e a form o púb
ex apre

inário ru cu invest li
e que dimento lminar co igação do a como a co, os
at se
os n

decorr s de u m a in p est
e dire sh) ma “an vestig apel das c rutura
45 tav

passando pela investigação ação onven


ey Fitamente tropolo
an a a

da forma como a estrutura (Sta nl g e m ções


atura de su ia pír
os co

da liter a inve literária” ica sobre


leitura
Ha nf

do texto literário suscita stigaç p


ções na ão so roposta
ns erê

a leitura (Wolfgang Iser e co nv en b re a leit


pel das
Ro nc

Umberto Eco), ura


ão do pa
be ia

vestigaç
rt

pela in
Ja
ssu

57
9 SOUZA, Jefferson Cleiton de. A estética da recepção: o leitor na economia da obra e da história

as normas vigentes da literatura e do mundo histórico urdem as experiências literárias.


Por isso, conclui que não existe o grau zero da leitura, pois todos os leitores têm certa
Há exat
familiarização com as normas literárias vigentes de sua época, o que lhes permite reex-
os 45 an
perienciar ou romper com os seus códigos.
é e por os Hans
qu Robe
viria a se e alguém estu rt Jauss aprese
r uma da da ntav
s mudan a história liter a a conferên
cia “O qu
literária ças de perspe ária?”, inaugu
Desse modo, a derrocada da segurança do juízo moral da sociedade francesa, através
contem
porâne
ctiva si
a: os es
ra
gnificativ ndo o que
tudos so a na crítica
e

bre a le
do romance de Flaubert, dá-se, primeiramente, pelo tipo de narrativa adotado, uma nar-
itura.

rativa impassível, que possibilita ao leitor perceber as coisas de um modo diferente; e, em


segundo lugar, pela solução narrativa adotada pelo autor de Madame Bovary, que não se do pela in
vesti-
para, mais recentemente, culminar com a investigação as, passan (Stanley Fish)
es divers
concilia com a harmonia da instituição familiar. Entretanto, mostra-nos Jauss, para ilustrar
empírica sobre a leitura (David S. Miall),
s sobre a
leitura as su m iram feiçõ
nvenções
na leitu ra da literatura
pologia lit
erária” prop osta
atura.
os estudo pel das co tos de uma “antro e a leitura da liter
público, ção do pa en br
sua tese, que a negatividade da ficção de Flaubert, ao longo do tempo, foi se incorporando
aç õe s do inve stiga os ru di m ga çã o so
s re Eco), pela sti
r meio da cionarmos mente de sua inve
stória po e Umberto sem men ta
atura e hi ra (Wolfgang Iser avid S. Miall), isso que decorre dire
entre liter leitu ra (D rio e
e a relação erário suscita a bre a leitu tício e O Imaginá
aos horizontes de leitura, tornando os seus valores estéticos consagrados pelo público. Isso
us s so br lit ric a so
dagação
de Ja
tura do te
xto o empí O Fic
Dessa in mo a estru lminar com a in
vestigaçã rio Iser em
forma co pelo próp
gação da ente, cu
recentem
para, mais
nos leva a inferir que toda “positividade progressiva” se dá quando o que estava latente no
social encontra as formas literárias responsáveis por estabelecerem a comunicação entre
a cultura e arte, ainda que o seu público original não esteja suficientemente familiarizado.
O segundo estudo de Jauss objetivou, como nos lembra Zilberman (1989), compreender
como a tragédia Ifigênia em Táuride, de autoria de Goethe, tornou-se ao longo dos tem-
pos uma leitura compulsória e desinteressante nas escolas. Desafio que animou Jauss a
Há exatos 45 anos Hans Robert Jauss
apresentava a conferência
percorrer a história da recepção desse clássico da literatura alemã, sob a orientação do
horizonte da pergunta e da resposta, fato que revela a sua rejeição aos estudos direcio-
nados à gênese do sentido da obra. Apoiando-se na investigação de obras que se utiliza-
erência
ava a conf
s apresent

Há exatos
ram do mito clássico de Ifigênia, como Racine e o próprio Goethe, Jauss percebeu que as
45 anos Hans
Ro bert Jaus

soluções narrativas dadas por cada um desses autores traziam implícita uma cosmovisão
passando
pela inve
stig estética e histórica: Racine, pautado num racionalismo do século XVII, preferiu conduzir a
suscita ação da form
a co
a leitura
(Wolfgan mo a estrutur
sua tragédia para o conflito entre o arbítrio divino e a impotência humana, já Goethe, um
g Iser e a
Umbert do texto literár
o Eco), io

iluminista de propensões românticas, optou por exaltar o triunfo da subjetividade contra


a dependência mítica. Esse fato evidencia como as poéticas dialogam com os valores cul-
passando pela investigação
da forma como a estrutura
turais, a fim de refratar o seu tempo e comunicar algo ao seu público.
do texto literário suscita
a leitura (Wolfgang Iser e
Umberto Eco),
No entanto, do ponto de vista recepcional, a obra de Goethe, que comunica um sistema
de valores, no século XIX, passou a ser cultivada e valorada como numa categoria de beleza
atemporal, tornando-a estéril para as futuras gerações. Fato que explica o motivo da falência
do modelo historiográfico do ensino de literatura tanto nas escolas da década de 1960 como,
de modo geral, nas de hoje – o escamoteamento do poder comunicativo das obras artísticas.
Diante desses exemplos paradigmáticos percebe-se que os eixos de estudos abertos
isso sem mencionarmos os rudimentos de uma
“antropologia literária” proposta pelo próprio Iser em

pela teoria da recepção possibilitaram aos estudos literários arregimentar para as suas
O Fictício e O Imaginário e que decorre diretamente de
sua investigação sobre a leitura da literatura.

pautas de preocupação o fenômeno da recepção, categoria do sistema literário que, du-


rante muitos anos, fora relegada ao esquecimento das análises literárias. Esse fenôme-
no possibilitou aos pesquisadores investigar de forma mais sistemática as tramas que
o o qu
e viria
a das m
u-
a ser um a leitura.
s sobre
ra nd es tu do
augu nea: os
inter-relacionam poéticas, culturas e mundos da práxis tanto do contexto de produção
gu
da a hi
stória
ém estu va na crítica
literár
ia?”, in
literár
ia cont
emporâ

qu e al ti
é e por significa
“O que
danças
de determinadas obras como de sua comunidade de leitores ao longo do tempo. Tal
de pers
pectiva

possibilidade aclarou a compreensão em torno dos aspectos que envolvem o sistema Dessa
estud indagação
o d
do te s sobre a le e Jauss so
de valores que se agregam às obras e o destino social que lhes é conferido, assim como
Dessa indagação de Jauss sobre a relação entre literatura e história por meio das reações do
público, os estudos sobre a leitura assumiram feições diversas,
xto
u
a leit ra da lite
suscit
b
na leit literário itura assu re a relaç
mir ão
a a le am feiçõ entre lite
ura (D ra it e ra
avid S tura (Stan ura (Wolf s diversas, tura e h
elucidou o poder que determinadas obras possuem de denunciar, aludir e desrecalcar pelo
da lite
própri
o
.
. Miall
),
Fictíc
ley Fi
sh
e
gang
Ise passa
n
ratura Iser em O isso sem m ) para, ma r e Umbert do pela in r meio da
is rec o Eco
istóri
a po
ve s
), pela stigação d reações d

io e O nc io n e n
Imag armos os temente,
os padrões de comportamentos de uma sociedade de leitores historicamente situada. a form o púb
ex apre

inário ru cu invest li
e que dimento lminar co igação do a como a co, os
at se
os n

decorr s de u m a in p est
e dire sh) ma “an vestig apel das c rutura
45 tav

passando pela investigação ação onven


ey Fitamente tropolo
an a a

da forma como a estrutura (Sta nl g e m ções


atura de su ia pír
os co

da liter a inve literária” ica sobre


leitura
Ha nf

do texto literário suscita stigaç p


ções na ão so roposta
ns erê

a leitura (Wolfgang Iser e co nv en b re a leit


pel das
Ro nc

Umberto Eco), ura


ão do pa
be ia

vestigaç
rt

pela in
Ja
ssu

58
9 SOUZA, Jefferson Cleiton de. A estética da recepção: o leitor na economia da obra e da história

Entretanto, influentes comentadores de Jauss, como Antoine Compagnon e Terry


Eagleton, apontam certa limitação às investigações desenvolvidas pela estética da re-
Há exat
cepção. O primeiro, em O Demônio da teoria, e o segundo, em Teoria da literatura: uma
os 45 an
introdução, advertem que o problema epistemológico das teorias do leitor de base fe-
é e por os Hans
qu Robe
viria a se e alguém estu rt Jauss aprese
r uma da da ntav
s mudan a história liter a a conferên
cia “O qu
literária ças de perspe ária?”, inaugu
nomenológica – como é o caso da de Jauss – é que esse leitor é um pressuposto da con-
contem
porâne
ctiva si
a: os es
ra
gnificativ ndo o que
tudos so a na crítica
e

bre a le
cretização, isto é, que ele não é um ser de carne osso. De fato, essa é uma condição sine
itura.

qua non para o desenvolvimento das pesquisas em torno da recepção, pois tal noção
de leitor foi pensada para além de um empirismo, uma vez que a sua concepção nasce do pela in
vesti-
para, mais recentemente, culminar com a investigação as, passan (Stanley Fish)
es divers
amalgamada à ideia de objeto artístico.
empírica sobre a leitura (David S. Miall),
s sobre a
leitura as su m iram feiçõ
nvenções
na leitu ra da literatura
pologia lit
erária” prop osta
atura.
os estudo pel das co tos de uma “antro e a leitura da liter
público, ção do pa en br
Nesse sentido, Roman Ingarden, em diálogo com Husserl, como já vimos, foi o gran-
aç õe s do inve stiga os ru di m ga çã o so
s re Eco), pela sti
r meio da cionarmos mente de sua inve
stória po e Umberto sem men ta
atura e hi ra (Wolfgang Iser avid S. Miall), isso que decorre dire
entre liter leitu ra (D rio e
e a relação erário suscita a bre a leitu tício e O Imaginá
de responsável por transformar o leitor numa peça constitutiva do objeto estético. Por
us s so br lit ric a so
dagação
de Ja
tura do te
xto o empí O Fic
Dessa in mo a estru lminar com a in
vestigaçã rio Iser em
forma co pelo próp
gação da ente, cu
recentem
para, mais
sua vez, Jauss reoxigena os debates em torno da leitura ao conceber a visada do leitor
trespassador, isto é, o leitor explícito, que translada o mundo da obra para os seus dile-
mas históricos, por meio do impacto, ou do restabelecimento, ou das manifestações de
determinados temas latentes em certas obras por uma dada sociedade, bem como pelas
avaliações críticas dos leitores especializados. Posicionamento teórico que evidencia o
desejo das teorias do leitor fenomenológico de não pensar a leitura fora de uma arroja-
Há exatos 45 anos Hans Robert Jauss
apresentava a conferência
da reflexão estética e de uma estabilidade fenomênica.
Desse modo, ao se conceber o leitor na economia da obra literária e da História,
como atesta a estética da recepção, o estudioso da literatura pode ter sempre como
erência
ava a conf
s apresent

Há exatos
pontos de análise concreta a retórica das obras, que explicita os estratagemas de efeitos
45 anos Hans
Ro bert Jaus

e tipos de comunicação intencionados, assim como um sistema de valores que dialo-


passando
pela inve
stig gam com o mundo da cultura. Essa concepção nos ajuda a compreender as reações e
suscita ação da form
a co
a leitura
(Wolfgan mo a estrutur
as avaliações estéticas dadas às obras e as discussões éticas que surgem em torno do
g Iser e a
Umbert do texto literár
o Eco), io

conflito das fabulações. Fato que nos exige estabelecer um profícuo diálogo com todos
os documentos da cultura que envolvem as obras em estudos, desde o ensaio crítico,
passando pela investigação
da forma como a estrutura
correspondências entre autores, questões judiciais envolvendo a recepção de obras,
do texto literário suscita
a leitura (Wolfgang Iser e
Umberto Eco),
censura, etc. Em síntese, as obras da visada do pesquisador da teoria da recepção são
todas aquelas obras lidas e cultivadas por uma comunidade de leitores.
No entanto, vislumbra-se também outra possibilidade de estudo dentro da estética
da recepção pautada nas inter-relações das soluções poéticas dada a uma determinada
obra. Em seu estudo sobre Ifigênia, de Goethe, Jauss considera o trabalho de tradução
de uma determinada obra para outro contexto cultural de extrema pertinência para se
isso sem mencionarmos os rudimentos de uma
“antropologia literária” proposta pelo próprio Iser em

garantir a comunicabilidade da obra, desde que a tal tradução seja capaz de responder
O Fictício e O Imaginário e que decorre diretamente de
sua investigação sobre a leitura da literatura.

à insatisfação deixada pela obra traduzida. Essa noção, a nosso ver, coaduna-se perfei-
tamente com os estudos intersemióticos, sobretudo no que diz respeito à relação dia-
lógica estabelecida entre a literatura e o cinema, através da qual temos acompanhado
o o qu
e viria
a das m
u-
a ser um a leitura.
s sobre
ra nd es tu do
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9 SOUZA, Jefferson Cleiton de. A estética da recepção: o leitor na economia da obra e da história

Refêrencias Bibliográficas

Há exat
ADORNO, Theodor. Teoria Estética. Rio de Janeiro: Edições 70, 2008.
os 45 an
COMPAGNON, Antoine. O Demônio da teoria: literatura e senso comum. Belo Horizonte:
é e por os Hans
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viria a se e alguém estu rt Jauss aprese
r uma da da ntav
s mudan a história liter a a conferên
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UFMG, 2006.
contem
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ra
gnificativ ndo o que
tudos so a na crítica
e

bre a le
EAGLETON, Terry. Teoria da literatura: uma Introdução. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
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lo: Ática, 1994. do pela in
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es divers
______. O prazer estético e as experiências fundamentais da poiesis, aisthesis e katharsis.
empírica sobre a leitura (David S. Miall),
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público, ção do pa en br
In: LIMA, Luiz Costa. (Org.). A literatura e o leitor: textos de estética da recepção. Rio
aç õe s do inve stiga os ru di m ga çã o so
s re Eco), pela sti
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______. A estética da recepção colocações gerais. In: LIMA, Luiz Costa. A literatura e o
leitor: textos de estética da recepção. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
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nea, segundo H. R. Jauss. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Universidade Federal
de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007.
SOUZA, Jefferson Cleiton de. A nova hermenêutica e a teoria da recepção em Jauss e Ri-
Há exatos 45 anos Hans Robert Jauss
apresentava a conferência
coeur. Dissertação (Mestrado em Letras). Universidade Federal de Pernambuco, 2011.
TINOCO, Robson Coelho. Leitor real e teoria da recepção. São Paulo: Horizonte, 2010.
TYNIANOV, Juri. Da evolução literária. In: TOLEDO, Dionísio. Teoria da literatura: forma-
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s apresent

Há exatos
45listas russos. Porto Alegre: Globo, 1973.
anos Hans
Ro bert Jaus

VERGARA, Gloria. La experiencia estética en el pensamiento de Roman Ingarden. Cul-


passando
pela inve
stig tura: International Journal of Philosophy of culture and Axiology, [Romania], v. 8,
suscita ação da form
a co
a leitura
(Wolfgan mo a estrutur
p.117-136, ago. 2007. Disponível em: <http://www.international-journal-of-axiology.
g Iser e a
Umbert do texto literár
o Eco), io

net/articole/nr8/art09.pdf>. Acesso em 03 mar. 2010.


VODICKA, Felix. A história da repercussão das obras literárias. In: TOLEDO, Dionísio. cír-
passando pela investigação
da forma como a estrutura
culo linguístico de Praga: estruturalismo e semiologia. Porto Alegre: Globo, 1978.
do texto literário suscita
a leitura (Wolfgang Iser e
Umberto Eco),
ZILBERMAN, Regina. Estética da recepção e história da literatura. São Paulo: Ática, 1989.

isso sem mencionarmos os rudimentos de uma


“antropologia literária” proposta pelo próprio Iser em
O Fictício e O Imaginário e que decorre diretamente de
sua investigação sobre a leitura da literatura.

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Artigo recebido em:  20 ago. 2012
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qu e al ti
é e por significa
“O que
danças
Artigo aceito em:  09 out. 2012
de pers
pectiva

Referência eletrônica:  SOUZA, Jefferson Cleiton de. A estética da recepção: o leitor na economia da Dessa
estud indagação
o d
do te s sobre a le e Jauss so
obra e da história. Revista Criação & Crítica, n. 9, p. 52-60, nov. 2012. Disponível em: <http://www.revistas.
Dessa indagação de Jauss sobre a relação entre literatura e história por meio das reações do
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na leit literário itura assu re a relaç
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público, os estudos sobre a leitura assumiram feições diversas, a leit ra da lite a a le am feiçõ entre lite
ura (D ra it e ra
pelo avid S tura (Stan ura (Wolf s diversas, tura e h
usp.br/criacaoecritica>. Acesso em dd mmm aaaa. da lite
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