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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO D A EDUC AÇ ÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA INFORMAÇÃO –
ICHI

O QUE É ARTE?*

Flávio Augusto Braga de Pinho1

Nesta atividade, pretende-se trazer breves reflexões acerca da Introdução


do livro “A história da arte” de Ernst Hans Josef Gombrich a partir das principais
ideias do célebre historiador da arte. Noutras palavras, busca-se entender “o que é
arte” enquanto se elucida e se pensa sobre a visão de Gombrich.
São várias interessantes ideias inseridas pelo teórico austríaco. Uma que
é central, e que, pela lógica, permeia não apenas a introdução, mas também toda a
obra, é que não existe Arte (com o “A”). Isso significa que não existe padrão, não
existe regra fixa para designar uma expressão humana de sentimentos, pois não se
trata de um substantivo próprio, trata-se da substância do artista. Daí:

A verdade é que é impossível estabelecer regras desse gênero, pois


nunca se pode saber de antemão que efeito o artista pretenderá
realizar. Pode até querer introduzir uma nota estrídula, dissonante, se
porventura sentir que isso estaria certo. Como não existem regras para
nos dizer quando um quadro ou uma estátua está correto, é
usualmente impossível explicar com palavras exatamente por que
sentimos que é uma grande obra de arte.2

Tendo essa ideia central como premissa, o autor, enquanto debate os


motivos comuns de não se atribuir o qualitativo “arte” a umas e outras obras
(humanas) – “há razões erradas para não se gostar de uma obra de arte” – , discorre
na introdução o que se pretende estudar nas artes, ou, no caso, na história das artes.
Assim, argumenta e descontrói eventuais preconcepções do que se
entende por belo, complexidade ou simplicidade, certo ou errado, a questão da
representação (parecer ou não com o real, e, afinal, o que é real?). Isto é, o autor
alerta para o preconceito e demonstra que existe relativismo, subjetividade, da

* Atividade proposta no curso da disciplina História da Arte, ofertada pela FURG, e ministrada pela
Professora doutora Ivana M. N. Lopes, durante o 2º semestre de 2016, entregue em 06/09/2016.
1 Flávio Augusto Braga de Pinho é graduando do quarto período no curso de Bacharelado em História

da FURG – Universidade Federal do Rio Grande.


2
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1979, p. 12.
1
importância da adequação ao buscar compreender as ideias do artista, a produção
humana e significado para o artista no seu tempo e espaço.
Claramente, não se pode julgar uma obra sem procurar entender a ideia,
intenção e execução do artista, tampouco deixar de observar o sentido, afinal, é a
substância do artista que está sob análise, a expressão do mesmo, e ela deve ser
valorizada.
Em meio às reflexões, o próprio Gombrich sintetiza em um parágrafo a
intenção dele:

[...] examinarei a história da arte, que é a história da construção, da


feitura de quadros e da realização de estátuas. Penso que conhecer
algo dessa história ajuda-nos a compreender por que os artistas
trabalham de uma determinada maneira ou visam certos efeitos. É,
sobretudo, um excelente modo de exercitarmos os nossos olhos para
as características particulares das obras de arte e, por conseguinte,
de aumentarmos a nossa sensibilidade para os mais sutis matizes de
diferença. Talvez seja o único modo de se aprender a desfrutar uma
obra de arte per se.3

Portanto, arte não se define, arte se busca sentir através de expressões de


outrem os significados e sentimentos da humanidade.

3
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1979, p. 13.
2
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.

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