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Sambucus australis

Nome Científico: Sambucus australis Cham. & Schltdl.


Família: Adoxaceae
Nomes Populares: sabugueiro, acapora, sabugueirinho, sabugueiro-negro,
sabugueiro-preto, mata-febre
Sinonímia Botânica: Sambucus pentagynia Larrañaga
Descrição: Arbusto ramificado ou pequena árvore (3 a 5 m, raramente mais),
de copa rala e irregular. Possui tronco de até 25 cm de diâmetro, com casca
externa acinzentada, profundamente fissurada.
As folhas são compostas, estipuladas, opostas, imparipinadas, medem de 15 a
30 cm de comprimento e possuem de 5 a 13 folíolos. Os folíolos,
membranáceos e glabros, são ovalado-lanceolados, com ápice acuminado e
medem de 1 a 3 cm de largura por 5 a 9 cm de comprimento.
As flores, brancas e pequenas, com cerca de 0,5 a 1 cm de diâmetro, são
dispostas em amplas cimeiras corimbosas terminais, com cerca de 30 cm de
comprimento. São unissexuadas, diclamídeas, pentâmeras ou tetrâmeras e
actinomorfas. Os frutos são drupas globosas, de coloração preta e brilhante,
com 5 a 8 mm de diâmetro.
Esta espécie é comumente confundida com o sabugueiro europeu (Sambucus
nigra L.), cultivado aqui no Brasil. Se distingue pela maior quantidade de
folíolos e pela ausência de dentes marginais nas sépalas.

Fenologia: A floração ocorre de setembro a dezembro e a frutificação de


novembro a março.

Utilização: É indicada principalmente como coadjuvante no tratamento dos


estados gripais e contra a catapora, também nas dores de origem reumática,
constipação intestinal, laringite, bronquite e diabetes mellitus. Tem ação
diurética, inseticida e cicatrizante. Em uso externo, age nas eripselas,
queimaduras e hemorróidas. A infusão das flores com açúcar queimado é um
remédio caseiro recomendado contra a tosse. As partes utilizadas são as
cascas, folhas, raízes e flores. Com doses elevadas, principalmente folhas e
raízes, pode provocar irritação intestinal e gástrica. Os frutos verdes são
tóxicos. Recomenda-se que sejam usadas preferencialmente as flores, por
possuírem menor índice de toxicidade.
Os frutos, pequenos e de sabor agridoce, podem ser consumidos in-natura ou
usados em geléias e xaropes. As flores servem para enfeitar saladas e doces,
bem como para aromatizar compotas e saladas.
Ecologia e Propagação: Espécie decídua ou semidecídua, pioneira, heliófita e
seletiva higrófita. Multiplica-se por sementes e por estacas. A estaquia é o
método mais fácil e rápido para propagação, onde na primavera são retiradas
estacas com 15 a 20 cm das partes mais novas da planta adulta e colocadas
para enraizar em recipientes plásticos. As mudas devem ser levadas ao campo
assim que estiverem enraizadas e o solo úmido. Crescimento rápido.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre principalmente na região sul,


aparece porém, do Ceará ao Rio Grande do Sul, nos domínios do Bioma Mata
Atlântica. Há registro também no Amazonas.

Anacardium occidentale
Nome Científico: Anacardium occidentale L.
Família: Anacardiaceae
Nomes Populares: caju, cajueiro, acaju, acajaíba, acajuíba, caju-comum,
cajueiro-comum, cajuil, caju-manso, cajuzeiro, ocaju
Sinonímia Botânica: Acajuba occidentalis (L.) Gaertn., Cassuvium
pomiferum Lam., Anacardium amilcarianum Machado, Anacardium
kuhlmannianum Machado, Anacardium othonianum Rizzini, Anacardium
rondonianum Machado
Descrição: Árvore de grande porte, de 8 a 20 m de altura, com copa bastante
variável. O tronco, geralmente curto e tortuoso, de até 50 cm de diâmetro,
possui casca externa acinzentada e deiscente em placas.
Suas folhas são simples, alterno-espiraladas, subcoriáceas ou coriáceas,
glabras, concolores, ovaladas ou obovaladas, curto-pecioladas ou sésseis,
róseo-avermelhadas quando jovens e medem de 6 a 12 cm de largura por 10 a
20 cm de comprimento. Apresentam ápice arredondado, base aguda, margem
inteira, nervuras proeminentes na face abaxial e domáceas nas axilas das
nervuras secundárias.
As flores, masculinas ou hermafroditas, apresentam 5 pétalas livres, coloração
rósea ou vinácea e agrupam-se em panículas terminais.
O pseudofruto, suculento e carnoso, geralmente é confundido com o fruto.
Também chamado de pedúnculo ou pedicelo super desenvolvido, varia em
relação ao tamanho (até 18 cm), peso (até 200g), formato (piriforme, cardióide,
etc) e cor (desde amarelo, laranja até vináceo). O fruto verdadeiro, a castanha,
é um aquênio reniforme de até 3 cm.

Fenologia: A floração ocorre de junho a novembro e a frutificação de setembro


a fevereiro.
Utilização: A madeira, leve, resistente e de longa durabilidade natural, é
utilizada na construção civil, carpintaria, marcenaria, caixotaria, cabos de
ferramentas e como lenha e carvão.
O verdadeiro fruto, a castanha, é comercializado e exportado para diversos
países, sendo empregado como tira-gosto, no preparo de bolos, doces,
bombons, chocolates e sorvetes. O pseudofruto, rico em vitamina C, é usado
na alimentação de animais, muito apreciado in natura pelo homem e
transformado em diversos produtos, como sucos, sorvetes, licores e doces. A
árvore é muito cultivada nas regiões tropicais do Brasil, como frutífera,
ornamental e para sombreamento.

Ecologia e Propagação: Espécie heliófita, decídua e pioneira a secundária


inicial. Propagação via sementes e de forma assexuada, através de partes
vegetativas da planta, como gemas e estacas. Para propagar via sementes, os
frutos devem ser colhido direto na árvore quando amadurecerem. Os frutos
verdadeiros precisam ser separados manualmente do pseudofruto e a quebra
de dormência é feita através da imersão em água por 48 hrs, trocando-se a
água a cada 8 horas. A semeadura deve ser feita em recipientes individuais,
com substrato organo-arenoso, semi-sombreado e irrigação diária. Taxa de
germinação moderada e emergência em aproximadamente 30 dias.
Crescimento lento.

Distribuição Geográfica: Sua distribuição natural é confundida pela dispersão


por cultivo. Ocorre no Brasil espontaneamente nas regiões Norte e Nordeste.

Lithrea brasiliensis
Nome Científico: Lithrea brasiliensis Marchand
Família: Anacardiaceae
Nomes Populares: bugreiro, chá-de-bugre, erva-de-bugre, pau-de-bugre,
aroeira-brava, aroeira
Sinonímia Botânica: Ehretia venulosaSpreng. Ex Eng. In Mart., Lithraea
australiensis Engl., Lithraea brasiliensis Marchand, Lithraea verrucosa Miers ex
Engl. In DC
Descrição: Árvore inerme de 4 a 20 m de altura, com tronco tortuoso de até 50
cm de diâmetro. A casca externa é áspera, deiscente em placas e a interna
fibrosa de coloração rosada.
Suas folhas são simples, alternas, subcoriáceas a coriáceas, oblongas a
obovadas, de margem inteira e ondulada, ápice agudo e apiculado, glabras em
ambas as faces e medem de 1,5 a 3 cm de largura por 6 a 8 cm de
comprimento.
As flores, actinomorfas, diclamídeas e com ovário súpero, apresentam
coloração amarelo-esverdeada, medem cerca de 3 a 4 mm de diâmetro e
agrupam-se em panículas terminais e axilares de 2 a 4 cm de comprimento.
Os frutos são drupas globosas, de 3 a 5 mm de diâmetro, com epicarpo
papiráceo quebradiço de coloração acastanhada.
Essa espécie é comumente confundida com Lithraea molleoides, da qual
distingue-se por ter folhas simples.

Fenologia: A floração ocorre de setembro e outubro e a frutificação de


dezembro a fevereiro, mas ficam mais tempo presos na árvore.

Utilização: A madeira, moderadamente pesada, resistente e bastante durável,


é uma das mais indicadas para postes, palanques e mourões. Serve para lenha
e carvão, mas cabe ressaltar que durante a queima são liberadas substâncias
voláteis que podem causar reações alérgicas em pessoas suscetíveis. O
contato direto com as folhas e o pólen no ar também podem desencadear tal
reação.
Da casca, rica em tanino, faz-se tinta para tecido e o cozimento é empregados
na medicina popular para controlar fortes diarréias. É também usada como
fonte de terebintina.
Indicada para recuperação de áreas degradadas. As flores são melíferas.

Ecologia e Propagação: Árvore perenifólia, normalmente pioneira, heliófita ou


de luz difusa.
A propagação é feita por sementes. A colheita dos frutos deve ser realizada
diretamente na árvore quando estiverem maduros e isso fica evidente quando o
epicarpo fica quebradiço. Os frutos precisam ser plantados, como se fossem
sementes, em canteiro com substrato organo-argiloso e transplantados para
recipiente individual quando atingirem 6 cm de altura. Taxa de germinação
baixa e emergência em até 60 dias. Crescimento rápido.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente de Minas Gerais e


Mato Grosso até o Rio Grande do Sul. Na região Sul é comum na mata de
araucária, nos capões dos campos e nas restingas.
Lithrea molleoides
Nome Científico: Lithrea molleoides (Vell.) Engl.
Família: Anacardiaceae
Nomes Populares: aroeira-branca, aroeirinha, bugreiro, chá-de-bugre, erva-
de-bugre, pau-de-bugre, aroeira-brava, aroeira
Sinonímia Botânica: Lithraea aroeirinhaMarchand ex Warm., Lithraea
gilliesiiGriseb., Lithrea molleoides (Vell.) Engl., Lithraea
molleoides var. lorentzianaHieron. ex Lillo, Lithraea ternifolia (Gillies ex Hook. &
Arn.) F.A. Barkley, Lithrea ternifolia Brkl. & Rom., Schinus brasiliensis March.
ex Cabrera, Schinus molleoides Vell., Schinus leucocarpusMart., Rhus
claussenia Turcz.
Descrição: Árvore inerme, de 4 a 12 m de altura, com tronco de até 40 cm de
diâmetro, geralmente curto e tortuoso. A casca externa é áspera, deiscente em
pequenas placas, de coloração pardacenta e a interna fibrosa, de coloração
rosada.
Suas folhas são compostas, alternas, membranáceas, imparipinadas, com
ráquis alado e 3 a 5 folíolos sésseis (raramente 7). Os folíolos, oblongos a
oblongo-lanceolados, possuem ápice agudo, base aguda, margem lisa, nervura
central levemente proeminente em ambas as faces e medem de 1,5 a 2,5 cm
de largura por 5 a 8 cm de comprimento.
As flores, actinomorfas, diclamídeas e com ovário súpero, são amarelo-
esverdeada, de até 3 mm de diâmetro e dispostas em pequenas panículas
axilares.
Os frutos são drupas globosas, de coloração castanho-claro, com até 5 mm de
diâmetro. Cada drupa possui uma única semente negra e estriada.

Fenologia: A floração ocorre de agosto a outubro e a frutificação de novembro


a fevereiro, mas ficam mais tempo presos na árvore.

Utilização: A madeira, pesada e dura, é empregada na construção civil,


marcenaria, tornearia, também como postes, palanques e mourões, bem como
para lenha e carvão.
A casca é rica em tanino e o cozimento das mesmas é usado na fabricação de
sabão caseiro. Na medicina popular, é indicada contra diarréia, afecções das
vias urinárias e respiratórias, possui propriedades estimulantes, diuréticas,
depurativa e febrífuga.
Devido seu pequeno porte e por suas raízes não danificarem as calçadas,
presta-se para arborização urbana. As flores são melíferas.
Deve-se tomar muito cuidado com essa planta, pois trata-se de uma espécie
altamente alérgica às pessoas com predisposição aos seus efeitos, podendo
produzir edema e eritrema em contato com a pele. Ela é a responsável pelos
casos mais graves das dermatites fitogênicas.

Ecologia e Propagação: Espécie pioneira, perenifólia, heliófita e não


demonstra preferência por tipo de solo. A propagação é feita via sementes. A
colheita dos frutos deve ser realizada diretamente na árvore quando estiverem
maduros. Os frutos precisam ser plantados, como se fossem sementes,
diretamente nos canteiros e transplantados para recipiente individual quando
atingirem 6 cm de altura. Taxa de germinação alta e emergência em até 15
dias. Crescimento rápido.

Distribuição Geográfica: No Brasil Ocorre naturalmente da Bahia e Mato


Grosso até o Rio Grande do Sul, principalmente em regiões mais altas.

Myracrodruon urundeuva
Nome Científico: Myracrodruon urundeuva Allemão
Família: Anacardiaceae
Nomes Populares: aroeira, aroeira-do-sertão, aroeira-do-campo, urundeúva,
urindeúba, arendiúva, aroeira-preta, aroeira-do-cerrado, aroeira-legítima,
aroeira-d’água, gibatão, gibão
Sinonímia Botânica: Astronium urundeuva (Allemão) Engl., Astronium
urundeuva var. candollei (Engl.) Mattick
Descrição: Árvore com 6 a 20 m de altura na Caatinga e no Cerrado, podendo
chegar até 30 m na Floresta Estacional Semidecidual. Possui tronco de até 1 m
de diâmetro, com casca externa pardo-acinzentada, fissurada e deiscente com
placas nos indivíduos adultos, e quase lisa e lenticelada em indivíduos jovens.
A casca interna é avermelhada.
Suas folhas são alternas, compostas, imparipinadas, de até 25 cm de
comprimento, com 5 a 7 pares de folíolos. Os folíolos são glabros ou pubérulos
em ambas as faces, opostos ou subopostos, membranáceos, concolores,
elípticos a ovados, com base assimétrica a obtusa, ápice agudo a mucronado,
margem inteira a serreada e medem de 1,5 a 3 cm de largura por 4 a 7 cm de
comprimento.
As flores, diclinas, pentâmeras, actinomorfas e de coloração creme, agrupam-
se em panículas com 10 a 18 cm de comprimento.
Os frutos são drupas globosas (aquênios), com sépalas persistentes e
ampliadas de até 7 mm, que os tornam alados.
Fenologia: A floração ocorre de julho a setembro e a frutificação de setembro
a outubro.

Utilização: A madeira, pesada, dura e de grande durabilidade mesmo quando


exposta, é muito usada na construção civil, marcenaria de luxo, tornearia em
obras externas, como vigamentos de pontes, pinguelas, dormentes, postes,
mourões, palanques para cercas. Fornece carvão e lenha de boa qualidade.
A entrecasca possui propriedades anti-inflamatórias, adstringentes,
antialérgicas e cicatrizantes. As raízes são usadas no tratamento de
reumatismo e as folhas indicadas para o tratamento de úlceras.
A casca fornece tanino, que é empregado no curtimento de couros. As flores
são apícolas.
Seu cultivo é indicado na arborização urbana, mas deve ser usada com
cautela, pois causa alergia em pessoas suscetíveis.

Ecologia e Propagação: Espécie decídua, heliófita, secundária e seletiva


xerófita. Propagação via sementes e dispersão anemocórica.
Os frutos devem ser colhidos diretamente na árvore quando estiverem
plenamente maduros, que coincide com o início da dispersão. As
infrutescências precisam ser cortadas inteiras e dispostas para secar sobre
uma lona. A remoção das sépalas persistentes é feita através de esfregaço e a
semeadura em canteiro, com substrato organo-arenoso, semi-sombreado e
irrigação diária. Transplatar para recipientes individuais quando as mudas
atingirem 6 cm de altura. Taxa de germinação alta e emergência em até 15
dias. Crescimento lento a moderado.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do Maranhão e Mato


Grosso até o norte do Paraná. Habita preferencialmente a Caatinga e o
Cerrado, mas aparece também na Floresta Estacional e no Pantanal.

Schinus lentiscifolia
Nome Científico: Schinus lentiscifolia Marchand
Família: Anacardiaceae
Nomes Populares: aroeira-mansa, aroeira-do-campo, aroeira-dos-pampas,
aroeirinha-da-campanha, aroeira-preta, aroeira-cinzenta, aroeira-do-rio-grande,
aroeirinha
Sinonímia Botânica: Schinus lentiscifoliusMarchand, Schinus
weinmannifolius Engl.
Descrição: Arbusto ou árvore de até 9 m de altura, com copa globosa. O
tronco é geralmente retorcido, de até 40 cm de diâmetro, com casca externa
lisa, esverdeada, deiscente em lâminas e a interna fibrosa, de coloração
amarelada.
Suas folhas são compostas, geralmente imparipinadas, com 5 a 7 cm de
largura por 5 a 12 cm de comprimento, contendo 6 a 15 folíolos. Os folíolos são
glabros, coriáceos, sésseis, opostos ou subopostos, linear-lanceolados,
geralmente com base assimétrica ou obtusa, ápice agudo-mucronado e
margem inteira.
As flores, unissexuadas, actinomorfas e diclamídeas, são de coloração branco-
amarelada e dispostas em panículas axilares e terminais de até 12 cm de
comprimento.
Os frutos são drupas globosas, lisas, de 4 a 6 mm de diâmetro, com coloração
verde a rosada no início da maturação, mudando para castanho-claro.

Fenologia: A floração ocorre de novembro a dezembro e a frutificação


de janeiro a fevereiro, mas como outras aroeiras, os frutos permacem presos
na árvore por mais algum tempo.

Utilização: A madeira, muito dura e resistente, é utilizada como palanques de


cerca, lenha e carvão.
Apresentam potencial ornamental, pois sua copa cinza-prateada lhe garante
aspecto peculiar. Recomendada inclusive para arborização urbana e pequenos
espaços.
Tem sido utilizada na medicina popular como antiséptica e antimicrobiana, bem
como para tratar leucorréia, úlceras, feridas, inflamação do útero e infecções do
trato urinário, e ainda, para aliviar os sintomas de artrite reumatóide. Apresenta
atividade antimicrobiana comprovada.
Indicada para recuperação de áreas degradadas por mineração, pois trata-se
de uma espécie naturalmente metalófita, com capacidade de acumular altas
concentrações de metais pesados em seus tecidos.

Ecologia e Propagação: Espécie heliófita, pioneira, seletiva xerófita e


metalófita.
Propaga-se por sementes. Os frutos maduros, devem ser semeados como se
fossem sementes, diretamente nos canteiros e transplantados para recipientes
individuais quando atingirem 5 cm de altura. Taxa de germinação baixa e
emergência em até 45 dias. Crescimento lento.
Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do Mato Grosso do
Sul e Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul. Habita preferencialmente regiões
de altitude, sendo mais frequente em Santa Catarina nos capões dos Campos
de Cima da Serra e no Rio Grande do Sul, tanto nos capões dos campos,
quanto nos Pampas Gaúchos e Serras do Sudeste.

Schinus molle
Nome Científico: Schinus
molle L.
Família: Anacardiaceae
Nomes Populares: aroeira-salsa, chorãozinho, aroeirinha, aroeira-mansa,
bugreirinho, bugreiro, aroeira-chorão, aroeira-folha-de-salsa, aroeirinha,
aroeira-piriquita
Sinonímia Botânica: Schinus angustifoliusSessé & Moc., Schinus
areira L., Schinus molle var. areira (L.) DC., Schinus
bituminosus Salisb., Schinus huiganMolina, Schinus molle var. huigan (Molina)
Marchand, Schinus molle var. areira (L.) DC., Schinus
molle var. argentifoliusMarchand, Schinus molle var. huyngan(Molina) March.,
Schinus occidentalisSessé & Moc.
Descrição: Árvore perenifólia de até 20 m de altura. Possui casca externa
rugosa, deiscente em pequenas placas irregulares e casca interna rosada de
textura fibrosa.
Suas folhas são compostas, geralmente imparipinadas, medem de 5 a 12 cm
de largura por até 20 cm de comprimento e possuem de 9 a 25 folíolos. Os
folíolos apresentam limbo linear-lanceolado, com margem serreada, ápice
agudo e medem cerca 0,5 a 1 cm de largura por 3 a 8 cm de comprimento.
As flores, pequenas e amareladas, são unissexuadas, pentâmeras,
actinomorfas e diclamídeas. Agrupam-se em panículas terminais ou axilares de
até 40 cm de comprimento.
Os frutos são drupas globosas, de até 6 mm de diâmetro, com epicarpo
papiráceo-quebradiço, liso e de coloração marron quando maduros.

Fenologia: A floração ocorre de setembro a novembro e a frutificação de


dezembro a março.

Utilização: A madeira, resistente e de excelente durabilidade, é usada na


construção civil, tornearia, obras hidráulicas e apreciada para confecção de
palanques e mourões.
É uma das espécies mais utilizadas na arborização urbana no sul do Brasil.
Presta-se para o paisagismo em geral, pois sua copa, com ramificação
pendente e delicada folhagem, torna-a muito ornamental.
Possui óleo essencial com efeito fungicida comprovado, sendo uma das
alternativas para reduzir o uso de agrotóxicos. Também usada como fonte de
terebintina e tanino. Na medicina popular é usada como adstringente,
antidiarréica, anti-inflamatória, antirreumática, balsâmica, cicatrizante,
antiúlcera, emenagoga e tônica.
Os frutos são utilizados para o preparo de uma bebida alcoólica e quando
transformados em pó, tornam-se um tipo de pimenta, uma especiaria que pode
ser utilizada como condimento em carnes, peixes e outros pratos. É melífera e
os frutos são muito consumidos pelos pássaros. Indicada para recuperação de
áreas degradadas.

Ecologia e Propagação: Espécie perenifólia, pioneira e heliófita. A


propagação é feita por sementes. A semeadura deve ser realizada da mesma
forma que as outras espécies do mesmo gênero, contudo prefere substrato
arenoso.Taxa de germinação em torno de 50% e emergência em
aproximadamente 30 dias. Crescimento rápido.

Distribuição Geográfica: Sua ocorrência natural só pode ser confirmada em


Santa Catarina, na depressão do Rio Uruguai em Floresta Estacional
Semidecidual, e no Rio Grande do Sul, na Depressão Central em Floresta
Estacional Decidual e na região do Pampa Gaúcho.

Schinus terebinthifolia
Nome Científico: Schinus terebinthifolia Raddi
Família: Anacardiaceae
Nomes Populares: aroeira-vermelha, aroeira-pimenteira, aroeira-pimenta,
aroeira-mansa, aroeira-da-praia, aroeira-da-restinga, aroeira-do-campo,
aroeira-do-paraná, coração-de-bugre, aroeira-do-sertão, aroeira-branca,
aroeira-do-brejo
Sinonímia Botânica: Sarcotheca bahiensisTurcz., Schinus antiarthriticus Mart.
ex Marchand, Schinus mellisi Engl., Schinus mucronulatus Mart., Schinus
terebinthifolius Raddi, Schinus
terebinthifolius var. damazianus Beauverd, Schinus
terebinthifolius var. raddianus Engl.
Descrição: Arbusto ou árvore de até 12 m de altura. Possui tronco geralmente
curto e tortuoso, de até 60 cm de diâmetro, com casca externa de coloração
acinzentada, marcada por fissuras longitudinais estreitas, e casca interna de
coloração rosada e textura fibrosa.
Suas folhas são compostas, alternas, imparipinadas, com ráquis e pecíolo
alado, medem até 18 cm de comprimento e possuem de 7 a 11 folíolos. Os
folíolos são sésseis, oblongo-elípticos a obovalados, com ápice agudo, base
assimétrica, consistência geralmente membranácea, nervura central
proeminente na face abaxial, margem inteira a serreada e medem de 1 a 3 cm
de largura por 2,5 a 6 cm de comprimento.
As flores, pentâmeras e unissexuada, são branco-amareladas, glabras e
reunidas em densas panículas terminais.
Os frutos são drupas globosas, com epicarpo liso, papiráceo-quebradiço e de
coloração vermelho-brilhante na maturação.

Fenologia: A floração ocorre de setembro a dezembro e a frutificação de


dezembro a junho.

Utilização: A madeira, com densidade e durabilidade elevada, é transformada


em esteios, mourões, lenha e carvão.
Da casca, produz-se tinta para tecidos. O chá dos ramos e folhas é utilizado no
tratamento de doenças das vias respiratórias e urinárias, usadas também como
estimulante dos órgãos digestivos, contra moléstias da pele e debilidade dos
membros em geral.
É comum algumas pessoas apresentarem alergia dessa planta, contudo em
menor grau quando comparada com a aroeira-braba (Lithrea spp.).
Os frutos moídos servem como pimenta e para ornamentação de pratos
culinários. A árvore é usada na arborização de ruas e indicada para
recuperação de áreas degradadas.

Ecologia e Propagação: Espécie heliófita, perenifólia, seletiva higrófita e


pioneira agressiva. Ocupa rapidamente ambientes secundários. Sua
propagação é via sementes e a semeadura assemelha-se as demais aroeiras,
mas essa prefere substrato argiloso. Taxa de germinação em torno de 50% e
emergência em aproximadamente 20 dias. Crescimento rápido. Cabe ressaltar
que propaga-se também por estaquia.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do Maranhão ao Rio


Grande do Sul. Habita praticamente todas as formações florestais, tanto na
caatinga, quanto nas florestas úmidas tropicais. Na Florida (EUA), tornou-se
invasora em áreas com solo encharcado, sendo hoje proibido seu cultivo.
Spondias tuberosa
Nome Científico: Spondias
tuberosa Arruda
Família: Anacardiaceae
Nomes Populares: umbuzeiro, umbú, imbú, ambu, imbuzeiro, jique
Sinonímia Botânica: Spondias purpurea L.
Descrição: Árvore de pequeno porte, de até 7 m de altura, com copa baixa,
ampla e umbeliforme. Possui tronco geralmente curto, tortuoso e retorcido, com
até 50 cm de diâmetro, com casca externa rugosa, acinzentada e deiscente em
placas.
Suas folhas são compostas, alternas, geralmente imparipinadas, com 5 a 9
folíolos distribuídos numa ráquis de 8 a 20 cm de comprimento. Os folíolos são
papiráceos, glabros ou glabrescentes, opostos, ovalados a elípticos, com
margem inteira, base arredondada ou cuneada, ápice curto-acuminado e
medem de 2 a 4 cm de largura por 3,5 a 7 cm de comprimento.
As flores são actinomorfas, diclamídeas, esbranquiçadas, pouco vistosas e
medem cerca de 6 mm de diâmetro. Agrupam-se em panículas multifloras
terminais, de 10 a 15 cm de comprimento.
Os frutos são drupas globosas, ovóides ou oblongas, de 2 a 4 cm de diâmetro,
de coloração amarelo-esverdeado quando maduros, com polpa agridoce,
contendo uma semente.

Fenologia: A floração ocorre de agosto a novembro, no início do período das


chuvas, e a frutificação de outubro a janeiro.

Utilização: A madeira, leve, macia e de baixa durabilidade, é usada localmente


em obras internas e rurais.
Os frutos, ricos em vitamina C e com sabor agridoce característico, são
consumidos in natura e utilizados como ingrediente na famosa umbuzada, uma
iguaria preparada a partir do cozimento do umbu, misturado com leite e açúcar,
muito apreciada no Nordeste do Brasil. Seus frutos são vendidos no comércio
local, na beira das estradas que cortam o sertão nordestino e beneficiados em
mini fábricas, usados na produção da polpa, preparo de sorvetes, geléias e
doces. Os frutos são também aproveitados para alimentação de bovinos,
eqüinos e caprinos.
As raízes, em formato de batatas, armazenam água nos longos períodos de
estiagem e são usadas como alimento para humanos e animais, apresentando
um sabor adocicado. O suco da raiz é indicado na medicina popular contra o
escorbuto (carência de vitamina C) e diarréias. As folhas também são
aproveitadas como alimento.
A árvore produz ótima sombra e as flores são melíferas, muito visitadas por
abelhas.

Ecologia e Propagação: Espécie heliófita, decídua e xerófita. Propagação


sexuada via sementes e assexuada via estacas de ramos ou raízes. Dispersão
barocórica e zoocórica.
Para propagar via semente, os frutos devem ser colhidos diretamente na árvore
quando amadurecerem ou recolhidos do chão após sua queda espontânea. Em
seguida, indica-se despolpá-los em água corrente, armazená-los por 3 meses
em local fresco e ventilado, e só então, semeá-los em canteiros com substrato
arenoso, a pleno sol e irrigação a cada 2 dias. O transplantio para recipientes
individuais deve acontecer quando as mudas atingirem 10 cm de altura. Taxa
de germinação alta e emergência em até 20 dias. Crescimento considerado
rápido.

Distribuição Geográfica: Espécie endêmica do Brasil, onde ocorre do


Maranhão até o norte de Minas Gerais. É uma planta típica da caatinga
nordestina.

Annona coriacea
Nome Científico: Annona
coriacea Mart.
Família: Annonaceae
Nomes Populares: araticum, araticum-liso, ata, fruta-do-conde, cabeça-de-
negro, araticum-do-campo, marolinho, araticum-graúdo, araticum-dos-grandes,
marôlo
Sinonímia Botânica: Annona geraensis Barb. Rodr.
Descrição: Arbusto ou árvore pequena, de até 6 m de altura, com tronco
geralmente curto e tortuoso, de até 25 cm de diâmetro. Possui casca externa
áspera a rugosa, acinzentada e relativamente fina.
Suas folhas são simples, alterno-dísticas, coriáceas, sem estípulas, ovaladas
ou orbiculares, discolores, glabras na face adaxial, pubescentes e com
domácias axilares na face abaxial. Apresentam margem lisa, base e ápice
geralmente tendendo a cordado, pecíolo de até 5 mm e medem de 4 a 12 cm
de largura por até 16 cm de comprimento.
As flores, solitárias, bissexuadas e diclamídeas, possuem 3 sépalas e 6 pétalas
livres, carnosas, de coloração amarela ou amarelo-alaranjado.
Os frutos são compostos, bacáceos, verdes, medem de 8 a 25 cm de
comprimento e contêm em seu interior inúmeras sementes elípticas de até 1,5
cm.

Fenologia: A floração ocorre de novembro a janeiro e a frutificação de


dezembro a fevereiro.

Utilização: A madeira, leve, macia e baixa durabilidade natural, é usada


apenas na confecção de pequenos objetos.
Os frutos, perfumados e muito doces, são excelentes para o consumo in-
natura.
Na medicina popular, as folhas, cascas e sementes, são utilizadas por via oral
como antidiarréica, estomática e antirreumática. Na forma de cataplasma, as
folhas são usadas em furúnculos e úlceras. As folhas apresentam propriedades
analgésicas e anti-inflamatórias comprovadas, confirmando suas
potencialidades para fins terapêuticos.
Seu plantio é recomentado em pomares e áreas degradadas. Não é indicada
para arborização de ruas, principalmente por causa da queda de seus frutos
quando amadurecem.

Ecologia e Propagação: Espécie heliófita ou de luz difusa, pioneira ou


secundária inicial, decídua e seletiva xerófita. Propagação via sementes e
dispersão barocórica e zoocórica.
Os frutos devem ser recolhidos do chão após a queda espontânea ou colhidos
direto na árvore quando amadurecerem. Em seguida, separar as sementes dos
frutos e colocá-las em sacos plásticos até iniciar a decomposição da polpa,
para facilitar a posterior remoção em água corrente. Para acelerar a
germinação, é indicado escarificação mecânica com uma lixa e subsequente
imersão em ácido giberélico por 36 horas, na concentração de 1,0 g por litro de
água. A semeadura deve ser feita em canteiro ou recipientes individuais, com
substrato organo-arenoso, semi-sombreado e irrigação diária. Com
escarificação e imersão em ácido, a taxa de germinação fica acima de 60%.
Emergência em aproximadamente 100 dias. Crescimento lento.

Distribuição Geográfica: Ocorre no Brasil de forma natural do Pará até o


Paraná. Habita preferencialmente o Cerrado, em áreas secas, arenosas e bem
drenadas. Aparece também na Floresta Estacional Decidual, na Caatinga e no
Pantanal.
Annona crassiflora
Nome Científico: Annona
crassiflora Mart.
Família: Annonaceae
Nomes Populares: marolo, maroleiro, araticum, fruta-do-conde, araticum-
cortiça, cortiça, araticum-graúdo, ata, pinha, araticum-do-campo, cabeça-de-
negro
Sinonímia Botânica: Annona macrocarpa Barb.Rodr.
Descrição: Árvore pequena, de até 8 metros de altura, com tronco geralmente
curto e tortuoso, de até 30 cm de diâmetro. Possui casca externa beje ou
acinzentada, espessa, fissurada e com cristas sinuosas. Apresenta flores,
ramos e folhas jovens ferrugíneas.
Suas folhas são simples, alternas, pecioladas (2 a 6 mm), cartáceas a
coriáceas, discolores, com ápice arredondado a obtuso, base arredondada,
obtusa ou subcordada, margem lisa e medem de 3 a 10 cm de largura por 5 a
16 cm de comprimento.
As flores, bissexuadas, actinomorfas e com ovário súpero, possuem 3 sépatas,
6 pétalas livres e numerosos estames. São 3 pétalas maiores dispostas
externamente e 3 menores internas, com coloração interna creme-amarelada e
externa verde ferrugínea, consistência carnosa e medem cerca de 4 cm de
comprimento.
Os frutos são compostos, subglobosos, estrobiliformes, verde-amarronzados,
medem facilmente mais de 12 cm de diâmetro e pesam mais 1 kg, contendo
inúmeras sementes castanho-claro, com aproximadamente 1,5 cm de
comprimento.

Fenologia: A floração ocorre de setembro a janeiro e a frutificação de outubro


a abril.

Utilização: A madeira, leve e pouco durável, tem utilização limitada à


confecção de pequenos objetos e caixotaria.
Os frutos apresentam aroma bastante forte e são muito apreciados pelo
homemin natura ou em iguarias regionais, como sucos, geléias e doces. A
espécie contribui com a economia local, durante a frutificação, em todo o
Cerrado. Sorveterias já produzem sorvetes e picolés de sua polpa.
Na medicina popular, a infusão das folhas e das sementes moídas, é
empregada como antidiarréica, antifúngica, antimicrobiana e para induzir a
menstruação. É muito procurada devido propriedades antioxidantes, que
ajudam a prevenir doenças degenerativas.
A casca é usada como bóia de redes de pesca. As sementes ainda servem
como inseticida.

Ecologia e Propagação: Espécie heliófita, decídua e seletiva xerófita.


Propagação via sementes. Dispersão barocórica e zoocórica.
Os frutos devem ser recolhidos do chão após a queda espontânea. Em
seguida, separar as sementes dos frutos e colocá-las em sacos plásticos até
iniciar a decomposição da polpa, para facilitar a posterior remoção em água
corrente. Para homogeneizar e acelerar a germinação, é indicado escarificação
mecânica com imersão em ácido giberélico. A semeadura deve ser feita em
canteiro ou recipientes individuais, com substrato organo-arenoso, semi-
sombreado e irrigação diária. Taxa de germinação acima de 60% com
escarificação. Emergência em aproximadamente 90 dias. Crescimento
moderado.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do Pará ao Paraná,


ao longo de todo o Cerrado. Habita preferencialmente formações abertas, em
solos arenosos e bem drenados.

Annona neosalicifolia
Nome Científico: Annona neosalicifolia H.Rainer
Família: Annonaceae
Nomes Populares: ariticum, araticum, ariticum-amarelo, cortiça, cortiça-lisa,
cortiça-amarela, quaresma, ariticum-de-campo, embira, embira-amarela,
embira-vermeha, ariticum-da-folha-estreita, ariticum-folha-de-salgueiro,
ariticum-chorão
Sinonímia Botânica: Rollinia salicifolia Schltdl.
Descrição: Árvore de até 18 m, com copa globosa e tronco com casca pouco
áspera, fibrosa e de coloração acinzentada.
Suas folhas são simples, alterno-dísticas, papiráceas a subcoriáceas e com
pecíolo sulcado de até 1,5 cm. A lâmina foliar, elíptica a oblongo-elíptica, com
base cuneada e ápice agudo a acuminado, mede de 3 a 6 cm de largura por
até 13 cm de comprimento e comumente apresenta galhas alongadas em sua
superfície.
As flores, bissexuadas e diclamídeas, são verde-amareladas, com 3 pétalas
carnosas e medem cerca de 3 cm de diâmetro.
Os frutos são compostos, globosos, com coloração amarela e manchas
escuras, superfície rugosa, aréolas salientes, polpa fortemente presa à
superfície da semente e medem de 3 a 6 cm de diâmetro.
Fenologia: A floração ocorre de outubro a dezembro a frutificação de fevereiro
a abril.

Utilização: A madeira, leve e de baixa durabilidade natural, presta-se apenas


para caixotaria leve e confecção de pequenos objetos. Produz lenha e carvão
de baixa qualidade.
Seus frutos, com polpa doce e muito apreciada, são consumidos in natura e
também atraem pássaros e outros animais.
A casca dos ramos e do tronco, fibrosas e resistentes, são usadas na
confecção de cordas artesanais. As sementes são utilizadas no combate de
piolhos.
Na medicina popular, o decocto das folhas, para uso interno é indicado no
combate a disenterias, e para uso externo, em banhos quentes, é útil contra o
reumatismo.

Ecologia e Propagação: Espécie heliófita, pioneira ou secundária inicial e


mesófita. Propagação via sementes e por brotamento de raízes. Dispersão
barocórica e zoocórica.
Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore assim que amadurecerem
ou recolhidos do chão após a queda espontânea. Em seguida, deixá-los em
sacos plásticos até iniciar a decomposição, para facilitar a posterior remoção
da polpa em água corrente, utilizando uma peneira. Para homogeneizar e
acelerar a germinação, é indicado escarificação mecânica com imersão em
água por 24 horas. A semeadura deve ser feita em canteiro com substrato
organo-argiloso, semi-sombreado e irrigação diária. Taxa de germinação
moderada e emergência em aproximadamente 30 dias. Crescimento
moderado.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente de Minas Gerais e


Mato Grosso do Sul até o Rio Grande do Sul, dispersa em diversas formações
florestais. É encontrada com maior facilidade no Rio Grande do Sul,
principalmente nas regiões do Alto Uruguai, Planalto Médio e na Depressão
Central.

Xylopia aromatica
ome Científico: Xylopia aromatica (Lam.) Mart.
Família: Annonaceae
Nomes Populares: pindaíba, embira, embira-branca, pimenta-de-macaco,
pimenta-de-negro
Sinonímia Botânica: Uvaria aromaticaLam., Xylopia grandiflora A.St.-Hil.
Descrição: Árvore pequena, de até 8 m de altura, geralmente com folhagem
esparsa e pendente. Possui tronco reto, com até 25 cm de diâmetro, casca
externa áspera, fissurada, castanho-acinzentada e deiscente em pequenas
placas irregulares.
As folhas são simples, alterno-dísticas, lanceoladas, cartáceas, pecioladas,
tomentosas em ambas as faces e medem até 18 cm de comprimento.
As flores, monoclinas, bissexuadas, trímeras e subsesséis, possuem 6 pétalas
brancas carnosas e 3 sépalas triangulares vermelhas. São solitárias e
dispostas nas axilas das folhas.
Os frutos são apocárpicos, deiscentes e polifoliculares. Os folículos são
pedicelados, glabros, geralmente polispérmico (com 1 a 9 sementes) e medem
de 8 a 25 mm de comprimento. Quando maduros são fortemente aromáticos e
apresentam endocarpo avermelhado, com epicarpo verde-amarelado.

Fenologia: A floração ocorre de setembro a dezembro e a frutificação de abril


a julho.

Utilização: A madeira, leve e de pouca durabilidade natural, é usada para


construções rurais, principalmente pela população mais pobre, para fazer
caibros de telhados, forros, etc, daí o nome de “pindaíba”.
Os frutos e sementes moídas são usadas como condimento sucedâneo da
pimenta-do-reino. Podem ser conservados no vinagre ou na cachaça.
Na medicina popular, os frutos macerados com água são usados para tratar
vermes, febre e gases intestinais. A infusão dos frutos é dita como tônico e
afrodisíaco. É usada também no controle da diabetes mellitus e da obesidade,
assim como em casos inflamatórios.
Da casca dos ramos e do tronco, são extraídas fibras usadas na confecção de
cordas artesanais. De suas flores cantarófilas, extrai-se óleo aromático para
perfumaria.
Devido suas características morfológicas peculiares, como o formato da copa e
a beleza das flores, é indicada para o paisagismo em geral. É rústica e presta-
se para recuperação de áreas degradadas, mesmo em solo pobre e seco.

Ecologia e Propagação: Espécie pioneira, heliófita e semidecídua.


Propagação via sementes e dispersão principalmente ornitocórica.
Os frutos devem ser colhidos direto na árvore quando amadurecerem, que fica
evidente quando começam a abrir e expor o endocarpo avermelhado. Em
seguida, colocá-los em sacos plásticos até iniciar a decomposição da polpa,
para facilitar a posterior separação das sementes. Para acelerar a germinação,
é indicado escarificação mecânica com uma lixa. A semeadura precisa ser feita
em canteiros, com substrato arenoso, semi-sombreado e irrigação diária. Taxa
de germinação baixa e emergência em aproximadamente 60 dias. Crescimento
lento a moderado.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente de Roraima até o


norte do Paraná. É encontrada principalmente no Cerrado, mas aparece
também em outras formações, inclusive há registros em matas ciliares de solo
argiloso na Floresta Estacional e na Região Amazônica.

Aspidosperma australe
Nome Científico: Aspidosperma australe Müll. Arg.
Família: Apocynaceae
Nomes Populares: guatambú, guatambú-amarelo, pequiá, peroba, peroba-
d’água, peroba-amarela, peroba-tambu
Sinonímia Botânica: Aspidosperma argenteum Müll. Arg., Aspidosperma
australe var. erythroxylum Hassl., Aspidosperma
australe var. estrellenseHassl., Aspidosperma
australe var. longepetiolatum Hassl., Aspidosperma
missionum Speg., Aspidosperma occidentale Malme, Aspidosperma
quirandy Hassl., Aspidosperma quirandyvar. campestre Hassl., Aspidosperma
quirandy var. silvaticum Hassl., Macaglia australis (Müll. Arg.) Kuntze
Descrição: Árvore lactescente de até 20 m de altura, com copa alta, globosa e
de coloração verde-escura. Possui tronco geralmente reto, de até 60 cm de
diâmetro, com casca externa acinzentada, áspera em indivíduos mais jovens e
fissurada nos mais velhos.
Suas folhas são simples, alterno-espiraladas, subcoriáceas, levemente
discolores, longo-pecioladas (até 4 cm), lanceoladas a elíptico-lanceoladas,
com ápice e base aguda, margem ondulada, glabras em ambas as faces e
medem de 2 a 4 cm de largura por até 12 cm de comprimento. As folhas
freqüentemente apresentam galhas.
As flores, pentâmeras, hermafroditas e verde-amareladas, agrupam-se em
inflorescências corimbosas subapicais.
Os frutos são folículos deiscentes, achatados, lenticelados, de até 6 cm de
comprimento, contendo de 6 a 10 sementes.
Fenologia: Floresce de setembro a dezembro e frutifica de julho a setembro.

Utilização: A madeira, pesada, dura e de longa durabilidade especialmente


fora do contato com o solo, é usada principalmente na construção civil, naval,
marcenaria de luxo e tornearia. Presta-se também para laminação, fornecendo
chapas para placas e compensados de ótima qualidade.
Sua casca contém tanino e um corante amarelo, que são usados
respectivamente no curtume e no tingimento de tecidos e lãs.
Na medicina popular, o decocto da entrecasca e das folhas, é indicado para
lavagem de ferimento, pois é considerado antimicrobiano, anti-inflamatório e
cicatrizante. O chá das folhas é preconizado como estomáquico, redutor da
pressão arterial e usado no tratamento do diabetes.
Seu cultivo é indicado na arborização paisagística e em plantios mistos de
enriquecimento na vegetação secundária.

Ecologia e Propagação: Planta heliófita, semidecídua, secundária e longeva.


Propagação via sementes e estacas. Dispersão principalmente anemocórica.
Os frutos precisam ser colhidos direto na árvore quando iniciarem a abertura
espontânea. Após a colheita, os frutos devem ser deixados em local seco e
ventilado para completar a abertura. A liberação completa das sementes é feita
agitando os frutos. A semeadura é realizada diretamente em recipientes
individuais, com substrato organo-argiloso, semi-sombreados e com irrigação
diária. Taxa de germinação alta e emergência em aproximadamente 30 dias.
Crescimento lento a moderado.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do Mato Grosso e


Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. É encontrada com mais facilidade na
região Sul, na Floresta Estacional das bacias do Alto Uruguai e Paraná, e na
região Centro-oeste, no Pantanal Matogrosense.

Rauvolfia sellowii
Nome Científico: Rauvolfia sellowii Müll. Arg.
Família: Apocynaceae
Nomes Populares: pra-tudo, pau-pra-tudo, casca-d’anta, café-de-anta,
jasmim, jasmim-graúdo, pau-de-anta, marmelinho-de-macaco, pau-de-gancho,
jasmim-leiteiro, quina, mata-olho
Sinonímia Botânica: Aspidosperma pseudoquina Hassl., Aspidosperma
spegazzinii Molfino ex T. Mey., Aspidosperma spegazzinii Molfino ex T.Mey.
Descrição: Árvore lactescente de médio porte, de 5 a 12 m de altura, com
copa globosa ou caliciforme, com folhagem brilhante, de coloração verde-
escura. Possui tronco geralmente reto e cilíndrico, de até 50 cm de diâmetro,
com casca externa pardo-acinzentada e fissurada longitudinalmente.
As folhas são simples, verticiladas (até 4 por nó), glabras em ambas as faces,
membranáceas a cartáceas, oblongo-ovaladas a oblongo-elípticas, pecioladas
(até 2 cm), com ápice agudo a acuminado, base aguda ou atenuada e medem
de 2 a 8 cm de largura por até 34 cm de comprimento.
As flores, hermafroditas e diclamídeas, agrupam-se em umbelas compostas,
axilares ou terminais, de até 20 cm de comprimento. Apresentam cálice
coroado esverdeado, corola branco-amarelada afunilada, de até 5 mm de
comprimento.
Os frutos são drupas elípticas, apocárpicas, lisas, glabras, de cor negra e polpa
oleoso-suculenta quando maduras, medindo de 6 a 8 mm de largura por 1 a 1,4
cm de comprimento, contendo uma única semente achatada e rugosa.

Fenologia: A floração ocorre de setembro a novembro e a frutificação de


dezembro a abril.

Utilização: A madeira, leve, macia e de baixa durabilidade natural, é utilizada


na forma de tabuados leves, forros, caixotaria e para confecção de pequenos
objetos.
As cascas são usadas popularmente para reduzir os níveis de glicose e
colesterol sanguíneo, possuindo também atividades antioxidantes e contra
doenças estomacais. As raizes são indicadas no tratamento da hipertensão e
da malária.
Os frutos suculentos são muito procurados pela avifauna e, embora pequenos,
podem ser consumidos in natura ou aproveitados na forma de geléias, sorvetes
e doces.
Seu plantio é recomendado na recuperação de áreas degradadas, abrangendo
matas ciliares de preservação permanente, e na arborização urbana, inclusive
sob fiação elétrica.

Ecologia e Propagação: Espécie semidecídua, heliófita ou de luz difusa,


secundária e seletiva higrófita. Propagação via sementes e dispersão
principalmente ornitocórica.
A colheita dos frutos deve ser realizada quando iniciarem a queda espontânea
ou recolhidos do chão após sua queda. Em seguida, é indicado deixá-los na
sombra, acomodados em saco plásticos, até iniciarem a decomposição. A
despolpa é feita manualmente em água corrente, dentro de uma peneira. A
semeadura é feita em canteiros ou recipientes individuais, semi-sombreados,
com substrato organo-argiloso e irrigação diária. Taxa de germinação alta e
emergência em até 60 dias. Crescimento rápido.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do sul da Bahia e


Minas Gerais até a região do Alto Uruguai, no norte do Rio Grande do Sul. É
encontrada principalmente na Floresta Estacional Semidecidual,
preferencialmente em áreas úmidas e matas de encosta.

Tabernaemontana catharinensis
Nome Científico: Tabernaemontana catharinensis A. DC.
Família: Apocynaceae
Nomes Populares: jasmim-catavento, cata-vento, jasmim, jasmim-leiteiro,
sapirangui, leiteiro, leiteira, burra-leiteira, cobrina, fruto-de-cobra, jasmim-
pipoca, pau-de-leite
Sinonímia Botânica: Peschiera acuminata(Müll. Arg.) Miers, Peschiera
affinis (Müll. Arg.) Miers, Peschiera albidiflora Miers, Peschiera australis (Müll.
Arg.) Miers, Peschiera catharinensis (A. DC.) Miers, Peschiera hilariana (Müll.
Arg.) Miers, Tabernaemontana acuminata Müll. Arg., Tabernaemontana
affinis Müll. Arg., Tabernaemontana australis Müll. Arg., Tabernaemontana
hilariana Müll. Arg., Tabernaemontana hybrida Hand.-Mazz., Tabernaemontana
salicifolia Hand.-Mazz.
Descrição: Arvoreta ou árvore lactescente, de até 10 m de altura, com tronco
irregular com até 40 cm de diâmetro. A casca externa é acinzentada, pouco
áspera e lenticelada em indivíduos jovens, grossa e rugosa em adultos.
Suas folhas são opostas, congestas no ápice dos ramos ou distribuídas ao
longo, glabras ou pubérulas, cartáceas a coriáceas, elípticas a lanceoladas,
com ápice acuminado a cuspidado, base atenuada, margem inteira, face
adaxial brilhante e pecíolo canaliculado de até 16 mm de comprimento. Medem
geralmente de 1,6 a 4,2 cm de largura por 6,5 a 15 cm de comprimento.
As flores, pentâmeras, actinomorfas e diclamídeas, apresentam pétalas
brancas em formato de hélice e agrupam-se em inflorescências cimosas,
multifloras e terminais.
Os frutos são folículos opostos, amarelo-esverdeados, muricados, levemente
recurvados e medem até 5 cm de comprimento. As sementes são glabras,
estriadas, de coloração preta e envoltas por arilo vermelho-alaranjado.

Fenologia: A floração ocorre de outubro a dezembro e a frutificação de abril a


junho.
Utilização: A madeira, leve, fraca e de baixa durabilidade natural, é usada em
construções rurais e marcenaria leve.
Espécie com grande potencial ornamental, pode ser utilizada no paisagismo
em geral e na arborização urbana, inclusive sob fiação elétrica, pois
normalmente não ultrapassa os 7 m de altura. É indicada também para
recuperação de áreas degradadas.
Na medicina popular, o exsudado é indicado como uma alternativa no
tratamento de acidentes ofídicos, calmante em dor de dente e para o
tratamento de verrugas. A maceração da casca com água é considerada
antimicrobiana e usada para lavar ferimentos.

Ecologia e Propagação: Espécie perenifólia, heliófita, pioneira e seletiva


higrófita. Propagação via sementes e por brotação de raízes.
Para propagar via sementes, os frutos devem ser colhidos direto na árvore,
assim que iniciarem a abertura espontânea. Em seguida, os frutos precisam
ficar na sombra para completarem a abertura e facilitar a separação das
sementes. O ideal é lavar as sementes em água corrente, dentro de uma
peneira fina, para remover o arilo que as envolve. A semeadura é feita logo em
seguida, em canteiros ou recipientes individuais, com substrato organo-
argiloso, a pleno sol e irrigação diária. Taxa de germinação alta e emergência
em aproximadamente 45 dias. Crescimento rápido. Propaga-se facilmente por
brotação ou estaquia de raízes.

Distribuição Geográfica:No Brasil ocorre naturalmente do Maranhão ao Rio


Grande do Sul. Regenera preferencialmente em áreas como boa luminosidade,
como formações secundárias, bordas ou clareiras na floresta. É encontrada em
diversas formações vegetacionais, principalmente na Floresta Ombrófila Densa
Atlântica e na Floresta Estacional Semidecidual da bacia do Rio Paraná.

Ilex brevicuspis
Nome Científico: Ilex brevicuspis Reissek
Família: Aquifoliaceae
Nomes Populares: congonha, voadeira, caúna, caúna-da-serra, caúna-da-
mata, sete-sangrias, mico, orelha-de-mico
Sinonímia Botânica: Ilex caaguazuensisLoes.
Descrição: Árvore de grande porte, de até 25 m de altura, com copa
geralmente alongada, de folhagem rala e coloração verde-escura. Possui
tronco de até 80 cm de diâmetro, normalmente reto e cilíndrico, com casca
externa quase lisa, pulverulenta e com estrias transversais, e casca interna
amarelada, de textura arenosa.
Suas folhas são simples, alternas, membranáceas a cartáceas, elípticas a
ovaladas, raramente obovaladas, com margem inteira ou dentes esparsos no
terço apical, base cuneada a obtusa, ápice agudo, cuspidado ou mucronado,
pecíolo com até 12 mm e lâmina de 1 a 2,5 cm de largura por 2,5 a 7,5 cm de
comprimento.
As flores, brancas ou amareladas, pouco vistosas, actinomorfas e hipóginas,
agrupam-se em fascículos de dicásios ou em dicásios isolados, com pedúnculo
com até 14 mm e pedicelo de até 5 mm.
Os frutos são bagas globosas, glabras, vermelhas quando maduras, medindo
até 5 mm de diâmetro e contendo 2 a 4 sementes estriadas, com cerca de 3
mm.

Fenologia: A floração ocorre de outubro a dezembro a a frutificação de janeiro


a março.

Utilização: A madeira, moderadamente pesada, macia e baixa durabilidade


natural, é considerada fácil de trabalhar e de boa qualidade quando mantida
em ambiente seco. É usada na carpintaria em geral, caixotaria, confecção de
cabos para ferramentas, lenha, carvão e apresenta potencial para laminação.
Na medicina popular, o chá das folhas é indicado como estimulante, diurético e
estomático. As folhas são usadas como adulterante da Erva-Mate.
A árvore, devido suas características ornamentais, é indicada para o
paisagismo.

Ecologia e Propagação: Espécie perenifólia, de luz difusa, secundária,


longeva e seletiva higrófita. Propagação via sementes. Dispersão barocórica e
principalmente ornitocórica.
Os frutos devem ser colhidos quando iniciarem a queda espontânea. Após a
colheita, deixá-los amontoados para decompor a polpa e facilitar a posterior
limpeza das sementes em água corrente, dentro de uma peneira. Depois disso,
deve passar por um período de 3 a 6 meses em estratificação, para completar
a maturação fisiológica e amolecer o tegumento. A semeadura precisa ser feita
em canteiros semi-sombreados, com substrato organo-argiloso e irrigação
diária. O transplantio é feito quando as mudas atingirem 6 cm de altura. Taxa
de germinação em torno de 50% e emergência entre 30 a 120 dias,
dependendo do tempo que ficou na estratificação. Crescimento moderado.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente de Minas Gerais ao


Rio Grande do Sul. É encontrada quase que exclusivamente no planalto,
especialmente na Floresta Ombrófila Mista, nos três estados sulinos. Como
menor frequência, aparece nas demais formações do Bioma Mata Atlântica.
Ilex paraguariensis
Nome Científico: Ilex paraguariensis A. St.-Hil.
Família: Aquifoliaceae
Nomes Populares: erva-mate, erveira, erva, mate, erva-congonha, chá-mate,
chá-mate-verdadeiro, chá-do-paraguai, erva-do-paraguai, chá-dos-jesuítas,
chá-das-missões, mate-do-paraguai, congonha-das-missões, congonheira,
mate-legítimo, mate-verdadeiro
Sinonímia Botânica: Ilex curitibensis Miers, Ilex domestica Reiss., Ilex
mate A.St.Hil.
Descrição: Árvore dióica de 4 a 15 m de altura, com copa densa e perenifólia.
O tronco de até 40 cm de diâmetro, possui casca externa coloração
acinzentada, áspera a rugosa, com lenticelas e deiscência pulverulenta, e
interna branco-amarelada, de textura fibrosa.
Suas folhas são simples, alternas, cartáceas ou sub-coriáceas, oblongas a
obovadas e medem de 3 a 5 cm de largura por 8 a 10 cm de comprimento.
Apresentam base aguda, ápice ligeiramente obtuso, margem crenada, pecíolo
relativamente curto, um tanto retorcido e medindo até 10 mm de comprimento.
As flores, pequenas, alvas, unissexuadas e axilares, dispõem-se nas
extremidades dos ramos. As flores masculinas agrupam-se em dicásios e as
femininas em fascículos.
Os frutos são bagas globosas, pequenas, vermelhas na maturidade, medindo
de 6 a 8 mm de diâmetro. O fruto possui 4 a 8 sementes pequenas, duras e
estriadas.

Fenologia: A floração ocorre de setembro a dezembro e a frutificação de


janeiro a março.

Utilização: Na medicina popular, as folhas são usadas na forma de chás, com


propriedades estimulantes, diuréticas, estomáticas e sudoríficas. Contém um
componente chamado nieroxina, que é um anti-inflamatório do sistema
urogenital, atuando também contra a obesidade nos regimes de
emagrecimento.
A erva-mate é tônico cardíaco, pois provoca vaso-dilatação, ocasionando a
redução da pressão arterial, por isso, é indicada também no tratamento da
asteriosclerose. É uma planta rica em Mg, Ca, K, seus efeitos são notáveis no
sistema circulatório. Possui certo grau de cafeína, que atua em casos de
cólicas renais, neurastenias, depressões nervosas e fadigas cerebrais em
geral.
Ecologia e Propagação: Espécie perenifólia, ciófita, secundário tardia ou
clímax e tolerante a solos de baixa fertilidade, desde que profundos e não
compactados. Propagação via sementes. Dispersão barocórica e
principalmente ornitocórica.
Os frutos devem ser colhidos quando iniciarem a queda espontânea. Após
colhidos, deixá-los amontoados para iniciar a decomposição e facilitar a
posterior limpeza das sementes. Depois disso, precisam passar por um período
de 3 a 6 meses em estratificação, para completar a maturação fisiológica e
aumentar a taxa de germinação. A semeadura deve ser feita em canteiros
sombreados, com substrato organo-argiloso e irrigação diária. Taxa de
germinação em torno de 50% e emergência entre 15 a 120 dias, dependendo
do tempo que ficou na estratificação. Crescimento moderado.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre do Mato Grosso e sul da Bahia até


o Rio Grande do Sul, principalmente nas matas de altitude acompanhando a
ocorrência da Araucaria angustifolia.

Schefflera macrocarpa
Nome Científico: Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin
Família: Araliaceae
Nomes Populares: mandiocão-do-cerrado, mandioquiro-do-cerrado,
mandioca-brava, mandiocão-do-campo, mandioquinha, mandiocão, pau-de-
mandioca, verga-d’anta
Sinonímia Botânica: Panax macrocarpusCham. & Schltdl., Didymopanax
macrocarpum (Cham. & Schltdl.) Seem.
Descrição: Arbusto ou árvore de até 9 m de altura, com copa globosa e
folhagem verde-clara, decumbente na frutificação. Possui tronco de até 40 cm
de diâmentro, geralmente reto e cilíndrico, com casca externa finamente
fissurada e dividida em pequenas placas irregulares.
Suas folhas são compostas, digitadas, coriáceas, longo-pecioladas (até 40 cm)
e com 5 a 9 folíolos. Os folíolos são elípticos a oblongos, com peciólulo de até
4,5 cm, ápice arredondado a obtuso, base obtusa a subcordada, margem
inteira e lâmina geralmente de até 5,5 cm de largura por 13,5 cm de
comprimento, podendo alcançar 9 cm de largura e 22 cm de comprimento. São
nitidamente discolores, verde-brilhantes, glabros ou vilosos próximo a nervura
principal na face adaxial e branco ou pardo-tomentosos na abaxial.
As flores, amareladas, pouco vistosas, diclamídeas, actinomorfas e
bissexuadas, medem cerca de 4 mm de comprimento e agrupam-se em
panículas terminais longo-pedunculadas, de até 25 cm de comprimento.
Os frutos são drupas subglobosas, carnosas, arroxeadas quando maduras,
geralmente bilobadas (raro trilobadas), medindo de 8 a 15 mm de largura por
4,5 a 7,5 mm de comprimento e contendo 1 a 3 sementes.

Fenologia: A floração ocorre de dezembro a março e a frutificação de agosto a


novembro.

Utilização: A madeira, considerada leve e de baixa durabilidade natural


quando exposta, é empregada na marcenaria em geral, bem como para lenha
e carvão.
É uma espécie elegante e com grande potencial ornamental, indicada no
paisagismo em geral, inclusive para arborização urbana sob fiação elétrica.
Presta-se também para recuperação de áreas degradadas.
As flores são apícolas e os frutos servem de alimento à fauna. Na medicina
popular, é preconizada como analgésica.

Ecologia e Propagação: Espécie semidecídua, pioneira, heliófita e seletiva


xerófita. Propagação via sementes. Dispersão barocórica e zoocórica
(principalmente ornitocórica).
As infrutescências devem ser colhidas diretamente da árvore assim que
adquirirem coloração arroxeada. Em seguida, os frutos precisam ser retirados
das infrutescências, colocados em sacos plásticos e acomodados na sombra
até iniciar a decomposição da polpa. Então, os frutos macerados dentro de
uma peneira em água corrente, para separar as sementes. Como tratamento
pré-germinativo, é indicado a imersão em água quente por 5 minutos, seguida
de embebição em água na temperatura ambiente por mais 48 horas. A
semeadura é feita em canteiro com substrato areno-argiloso, a pleno sol e
irrigação diária. Taxa de germinação moderada e emergência em até 90 dias.
Crescimento rápido.

Distribuição Geográfica: É endêmica do Brasil, ocorre naturalmente do Mato


Grosso e Bahia até São Paulo. Apresenta ampla distribuição em diversas
formações do Cerrado.

Araucaria angustifolia
Nome Científico: Araucaria angustifolia (Bertoloni) Otto Kuntze.
Família: Araucariaceae
Nomes Populares: pinheiro-brasileiro, pinheiro-do-paraná, pinheiro-das-
missões, pinheiro-do-brasil, pinheiro-são-josé, curiuva, grimpeiro, pinheiro-de-
grimpa, pinheiro-caiuvá, pinheiro-macaco, pinheiro-araucaria, pinheiro-de-grinfa
Sinonímia Botânica: Araucaria brasilianaA. Rich., Araucaria brasiliensis A.
Rich., Araucaria brasiliensis Lamb. ex Loudon, Araucaria dioica (Vell.)
Stellfeld, Araucaria elegans Carrière, Araucaria ridolfianaPi.Savi, Araucaria
saviana Parl., Columbea brasiliana (A.Rich.) Carrière, Columbea
angustifolia Bertol., Pinus dioicaVell.
Descrição: Árvore dióica, com 15 a 50 m de altura, tronco retilíneo e cilíndrico
de até 250 cm de diâmetro. Possui casca externa grossa, com até 10 cm de
espessura, rugosa e de cor marrom-arroxeada, e casca interna uniforme,
coloração branco-amarelada.
A copa do pinheiro sofre alterações ao longo de sua vida, da forma cônica ou
piramidal na fase juvenil, passa à ter copa umbeliforme na fase adulta. Ainda
na fase adulta, modifica-se para caliciforme, terminando assim na fase senil.
Suas folhas são simples, espiraladas, lanceoladas, coriáceas, agudíssimo-
pungentes e medem de 0,5 a 1 cm de largura por 3 a 6 cm de comprimento.
As plantas femininas produzem cones (pinhas) globosos, de até 30 cm de
diâmetro, que quando maduro chegam a pesar mais de 4 Kg e mais de 150
sementes. As plantas masculinas formam cones cilíndricos, alongados, com
escamas coriáceas e medem 2 a 4 cm de diâmetro por até 22 cm de
comprimento.

Fenologia: A produção de pólen nos indivíduos masculinos concentra-se de


setembro a dezembro e a maturação das pinhas concentra-se de abril a junho.

Utilização: A madeira, macia e pouco durável, é indicada na construção civil,


movelaria, carpintaria, marcenaria, laminação, fabricação de lápis, palitos de
fósforos e celulose. Os nós da madeira apresentam alto poder calorífico,
servindo como combustível. Já foi largamente usado nas caldeiras de
locomotivas e de embarcações.
Na medicina popular o chá das folhas é indicado nos casos de bronquite,
asma, tosses, catarro, debilidade orgânica, problemas nos rins e também
possui ação diurética. Da resina, faz-se xarope para bronquite e doenças
pulmonares. A infusão da casca mergulhada em álcool é empregada para tratar
cobreiro, reumatismo, varizes e distensões musculares.
O pinhão, muito apreciado pelo homem, é comercializado em mercados e na
beira das estradas. No estado do Paraná é comum alimentar porcos
domésticos com pinhões.
Ecologia e Propagação: Espécie perenifólia, heliófila e considerada pioneira.
Na natureza, a gralha-azul ajuda a fazer seu plantio, pois esconde as sementes
no solo para consumí-las futuramente e esquece de algumas, que acabam
germinando.
Para o plantio, as sementes precisam ser colhidas quando iniciarem a queda
espontânea ou recolhidas do chão. Deve-se enterrar o pinhão inclinado com a
ponta virada para baixo, diretamente em recipientes individuais, semi-
sombreados e com substrato organo-argiloso. Taxa de germinação alta e
emergência em 30 a 90 dias. Crescimento rápido.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre de Minas Gerais até o Rio Grande


do Sul, caracterizando e nomeando a Mata dos Pinhais. Aparece nos planaltos,
em regiões acima de 500 m de altitude.

Acrocomia aculeata
Nome Científico: Acrocomia aculeata(Jacq.) Lodd. ex Mart.
Família: Arecaceae
Nomes Populares: macaúba, macauveira, bocaiúva, chiclete-de-baiano, coco-
baboso, coco-de-catarro, coco-de-espinho, macacauba, macaiba, macaibeira,
macajuba, macaúva, mucaia, mucaja, mucajaba
Sinonímia Botânica: Acrocomia antiguana L.H. Bailey, Acrocomia
cubensis Lodd. ex H. Wendl., Acrocomia fusiformis (Sw.) Sweet, Acrocomia
glaucophylla Drude, Acrocomia lasiospatha Mart., Acrocomia media O.F.
Cook, Acrocomia mexicanaKarw. ex Mart., Acrocomia microcarpaBarb.
Rodr., Acrocomia minor Lodd. ex G. Don, Acrocomia odorata Barb.
Rodr.,Acrocomia spinosa (Mill.) H.E. Moore, Cocos aculeata Jacq., Cocos
fusiformis Sw., Palma spinosa Mill.
Descrição: Palmeira de 8 a 20 m de altura, com estipe único e cilíndrico, de
até 50 cm de diâmetro, comumente coberto pelas bases dos pecíolos, que
ficam aderidas por vários anos. Pode apresentar acúleos ao longo do estipe,
pecíolo, folhas, folíolos e inflorescência.
Suas folhas são compostas, pinadas, plumosas, espiraladas, medem de 2 a 4
m de comprimento e possuem cerca de 260 folíolos. Os folíolos são estreitos,
linear-lanceolados, verde-escuros na face adaxial e mais pálidos na abaxial,
distribuídos em vários planos.
As flores, de coloração amarelo-claro, agrupam-se em longas inflorescências
interfoliares, com 50 a 130 cm de comprimento, protegidas por espata de
acúleos castanhos. São unissexuadas e ambos os sexos aparecem na mesma
inflorescência, sendo que as femininas nascem na base da raquila e as
masculinas na parte superior.
Os frutos são globosos, lisos, com epicarpo lenhoso marron-amarelado,
mesocarpo fibroso-mucilaginoso amarelado e endocarpo duro, medem de 2,5 a
5 cm de diâmetro.

Fenologia: Floresce principalmente em novembro e a frutificação de setembro


a fevereiro.

Utilização: O produto retirado do caule, resistente e de longa durabilidade, tem


a mesma finalidade da madeira, usada principalmente como mourões e
estacas, também em construções rurais, como ripas, caibros e assoalhos.
Fornece palmito para alimentação humana.
As folhas são utilizadas na alimentação de animais, para cobertura de casas e
outras construções rurais, e ainda, fornecem fibras para a confecção de redes,
cordas, cestos, etc.
Os frutos são consumidos in natura, a polpa pode ser aproveitada na
fabricação de sorvetes, sucos e licores, ou ainda, usada para extração de um
óleo utilizado como alimento ou combustível.

Ecologia e Propagação: Espécie heliófita ou de luz difusa, perenifólia e


seletiva xerófita. Propagação via sementes. Dispersão barocórica e
principalmente zoocórica.
A colheita dos frutos deve ser feita direto na árvore quando amadurecerem ou
recolhidos do chão após a queda natural. Em seguida, precisa ser despolpados
e as sementes escarificadas com uma lixa, removendo-se o tegumento na
região do hilo, para acelerar o processo de germinação. Devem ser semeadas
em recipientes individuais, com substrato arenoso, semi-sombreado e irrigação
diária. Taxa de germinação moderada e emergência em torno de 280 dias.
Crescimento lento.

Distribuição Geográfica: Ocorre naturalmente em quase todo o Brasil, mas


aparece com maior abundância em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul, amplamente dispersa no Cerrado e na Floresta
Estacional Semidecidual.

Cocos nucifera
Nome Científico: Cocos nucifera L.
Família: Arecaceae
Nomes Populares: coco, coqueiro, coqueiro-da-bahia, coco-do-bahia,
coqueiro-da-praia
Sinonímia Botânica: Calappa nucifera (L.) Kuntze, Cocos indica Royle, Cocos
nanaGriff., Palma cocos Mill.
Descrição: Palmeira de até 20 m de altura, com estique único, cilíndrico e
marcado por cicatrizes peciolares transversais.
Suas folhas são compostas, pinadas, de 3 a 5 m de comprimento e possuem
200 a 300 folíolos. Os folíolos são estreitos, linear-lanceolados, distribuídos no
mesmo plano na ráquis e medem de 60 a 130 cm de comprimento
As flores, esbranquiçadas e unissexuadas, agrupam-se em inflorescência
andróginas, do tipo panícula axilar, protegidas por brácteas do tipo espata, que
se abre em aproximadamente 4 meses após seu surgimento.
Os frutos são drupas globosas ou ovóides, com epicarpo liso, fino e cor verde a
amarelo-alaranjado, mesocarpo espesso, seco e fibroso, endocarpo ósseo com
3 poros de germinação e albúmen inicialmente líquido (água-de-coco),
posteriormente branco e endurecido (polpa).

Fenologia: A floração ocorre em maior intensidade de janeiro a abril. A


frutificação é observada durante todo o ano, com frutos em diferentes estágios
de desenvolvimento num mesmo cacho.

Utilização: É considerara a palmeira de maior relevância do mundo, devido


principalmente a importância econômica dos frutos, que são amplamente
consumidos de várias formas em inúmeros países. É cultivada no paisagismo
de cidades em toda a costa litorânea.
A cavidade do fruto contêm a famosa “água-de-coco”, que é amplamente
consumida nos dias quentes do verão como bebida tônica e refrescante,
comumente comercializada nas cidades praianas na forma de “coco-verde”. A
polpa é consumida in-natura e largamente aproveitada na forma de “coco-
ralado”, utilizada na preparação de inúmeros pratos culinários.
Na medicina popular, o “leite-de-coco” é indicado para gripes, resfriados e
pneumonias virais, pois possui ação antiviral comprovada. Também é usado no
tratamento de hepatites. A água, rica em potássio e sais minerais, substitui o
soro fisiológico em casos de desidratação.
Outras partes da planta originam vários outros produtos e subprodutos de larga
utilização.

Ecologia e Propagação: Espécie pioneira, heliófita e halófita. Propagação fácil


via sementes. Dispersão barocórica e através das correntes marítimas.
Os frutos precisam ser colhidos direto da árvore quando estiverem
completamente secos e semeados diretamente, como se fossem sementes, em
canteiros com sulcos espaçados em 50 cm e com 30 cm de profundidade.
Devem ser dispostos um ao lado do outro, na posição vertical, com o
pedúnculo voltado para cima. Posteriormente, indica-se cobrir ⅔ da altura do
fruto com substrato organo-arenoso e o terço superior com palha ou casca de
arroz. Irrigação diária. Taxa de germinação alta e germinação em
aproximadamente 30 dias.

Distribuição Geográfica: É discutível seu centro de dispersão natural.


Estudos filogenéticos recentes reforçam que seja uma planta nativa da costa
atlântica do nordeste brasileiro.

Mauritia flexuosa
Nome Científico: Mauritia flexuosa L.f.
Família: Arecaceae
Nomes Populares: buriti, coqueiro-buriti, palmeira-buriti, buritizeiro, miriti,
muriti, moritio, muritim, muruti, palmeira-do-brejo, carandá-guaçu, carandaí-
guaçu
Sinonímia Botânica: Mauritia minor Burret, Mauritia sagus Schult. f., Mauritia
setigera Griseb. & H. Wendl. ex Griseb., Mauritia sphaerocarpa Burret, Mauritia
viniferaMart., Saguerus americanus H. Wendl., Mauritia
flexuosa var. venezuelanaSteyerm.
Descrição: Palmeira de 3 a 30 m de altura, com estipe único, retilíneo,
marcado por anéis uniformemente espaçados, medindo até 80 cm de diâmetro.
Suas folhas são compostas, espiraladas, costapalmadas, de 2 a 6 m de
comprimento, com pecíolo de até 4 m e lâmina dividida em 50 a 250
segmentos. Cada segmento mede cerca de 5 cm de largura por 1 a 2 m de
comprimento.
As flores, amareladas e aromáticas, surgem em inflorescências interfoliares de
até 2,5 m de comprimento, com ramificações primárias pêndulas e numerosas
raquilas.
Os frutos são elíptico-oblongos e medem 3,5 a 5,5 cm de comprimento.
Apresentam epicarpo formado por escamas rombóides, coloração castanho-
avermelhado, mesocarpo alaranjado ou avermelhado, espesso e oleoso, e
endocarpo esponjoso.

Fenologia: Floresce de abril a agosto e os frutos amadurecem de dezembro a


março.
Utilização: Produz frutos ricos em vitamina A, B e C, cálcio, ferro e proteínas,
que podem ser consumidos in-natura ou aproveitados na forma de sucos,
sorvetes, vinhos, doces ou desidratados. A polpa, depois de fermentada, se
transforma em vinho.
O óleo avermelhado extraído dos frutos, rico em caroteno, é usado na medicina
popular como vermífugo, cicatrizante e energético natural. É também
empregado na indústria cosmética, alimentícia e para amaciar e envernizar
couro.
As folhas produzem fibra, considerada de qualidade, que é aproveitada tanto
para cobertura de casas e ranchos, quanto pelos artesãos na confecção de
bolsas, tapetes, toalhas, brinquedos, bijuterias, redes, cordas, etc.
O talo das folhas é usado na fabricação de móveis, que se destacam pela
durabilidade e leveza. Fornece ainda palmito comestível, material lenhoso para
construções, fécula e seiva.

Ecologia e Propagação: Espécie perenifólia, heliófita, longeva e higrófita.


Propagação via sementes e dispersão barocórica, zoocórica e principalmente
hidrocórica.
Os frutos precisam ser colhidos direto na árvore quando amadurecerem ou
recolhidos do chão logo após a queda espontânea. Em seguida, despolpá-los
manualmente e as sementes deixadas de molho durante 30 dias, trocando a
água todos os dias. Então, devem ser semeadas em recipientes individuais,
com substrato arenoso, a pleno sol e irrigados duas vezes por dia. Taxa de
germinação alta e emergência em torno de 90 dias. Crescimento lento.

Distribuição Geográfica: Ocorre naturalmente no Brasil da região Norte até


São Paulo. Habita preferencialmente solos arenosos, brejosos e mal drenados,
uma importante fitofisionomia do Cerrado. Aparace também em outros
domínios, como no Pantanal, Caatinga e na Floresta Ombrófila Densa na bacia
Amazônica, sempre às margens de rios e igarapés.

Syagrus coronata
Nome Científico: Syagrus coronata (Mart.) Becc.
Família: Arecaceae
Nomes Populares: licuri, icuri, adicuri, ouricuri, alicuri, aricuí, aricuri, aracuri,
butiá, butiazeiro, coco-cabeçudo, coqueiro-cabeçudo, iricuri, licurizeiro, nicuri,
uricuri, urucuriiba, nicuri-de-caboclo, butiá, butiazeiro, cabeçudo, dicori,
coqueiro-aracuri
Sinonímia Botânica: Arecastrum romanzoffianum var. ensifolium (Drude)
Becc., Cocos botryophora var. ensifoliaDrude, Cocos coronata Mart., Cocos
coronata var. todari Becc., Cocos quinquefaria Barb. Rodr., Glaziova
treubiana Becc., Syagrus coronata var. todari (Becc.) Becc., Syagrus
treubiana (Becc.) Becc.
Descrição: Palmeira monóica de 3 a 10 m de altura, com estipe único e ereto,
de até 30 cm de diâmetro, comumente coberto ou ainda marcado pelas bases
dos pecíolos.
Suas folhas são compostas, pinadas, dispostas em cinco fileiras helicoidais,
medem aproximadamente 3 m de comprimento e possuem até 280 folíolos. Os
folíolos são estreitos, linear-lanceolados, verde-escuros na face adaxial,
esbranquiçados na face abaxial e distribuídos em vários planos ao longo da
ráquis.
As flores, amareladas e unissexuadas, agrupam-se em longas inflorescências
interfoliares e são protegidas por uma bráctea lenhosa (espata) de até 1 m de
comprimento. As flores masculinas possuem 6 estames e as femininas, mais
curtas, apresentam ovário súpero, tricarpelar e trilocular, com um óvulo em
cada lóculo.
Os frutos são drupas globosas ou elíptico-oblongas, lisas, com fino epicarpo
alaranjado e manchas amarronzadas, mesocarpo fibro-carnoso e endocarpo
duro. Medem cerca de 2 cm de comprimento.

Fenologia: A floração ocorre de outubro a fevereiro e a frutificação


praticamente o ano todo.

Utilização: Os frutos, com polpa suculenta e doce, são apreciados in natura e


empregados na alimentação animal. As amêndoas são utilizadas para
fabricação de cocadas e sabão. Permitem também a extração de um óleo
vegetal empregado na culinária regional. A água do fruto verde é usada
localmente como um colírio natural, para problemas na visão.
As folhas são empregadas na confecção de artesanatos, utensílios domésticos,
como bolsas, chapéus, esteiras e vassouras, e ainda, fornecem cera. É uma
planta extremamente ornamental, principalmente na fase jovem e com
potencial para o cultivo em vasos.

Ecologia e Propagação: Espécie geralmente pioneira, heliófita, perenifólia e


seletiva xerófita. Propagação via sementes. Dispersão barocórica e
principalmente zoocórica.
Os frutos precisam ser colhidos direto na árvore quando amadurecerem ou
recolhidos do chão após a queda natural. Indica-se remover a polpa e então
deixar as sementes mergulhadas em água por 30 dias (trocar água
diariamente). A semeadura deve ocorrer em canteiros com substrato arenoso,
semi-sombreado e irrigação diária. A repicagem para recipiente individuais é
feita quando as mudas atingirem 8 cm de altura. Taxa de germinação baixa e
emergência em aproximadamente 120 dias. Crescimento lento.

Distribuição Geográfica: É endêmica do nordeste do Brasil, onde ocorre de


Pernambuco até Minas Gerais. Habita prefencialmente solos secos e
cascalhentos, inclusive sobre afloramentos rochosos, nas região áridas e
semiáridas da Caatinga.

Syagrus romanzoffiana
Nome Científico: Syagrus romanzoffiana(Cham.) Glassman
Família: Arecaceae
Nomes Populares: jerivá, jarivá, gerivá, jeribá, coquinho, palmeira, baba-de-
boi, coco-de-babão
Sinonímia Botânica: Arecastrum romanzoffianum (Cham.) Becc., Arecastrum
romanzoffianum subvar. minus Becc., Arecastrum
romanzoffianum var. australe (Mart.) Becc., Arecastrum
romanzoffianum var. genuinum Becc., Arecastrum
romanzoffianum var. micropindo Becc., Cocos acrocomioides Drude, Cocos
arechavaletana Barb. Rodr., Cocos australis Mart., Cocos datil Drude &
Griseb., Cocos geriba Barb. Rodr., Cocos martiana Drude & Glaz. ex
Drude, Cocos romanzoffiana Cham.
Descrição: Árvore monóica de 7 a 18 m de altura, com estipe único,
comumente anelado, de até 60 cm de diâmetro.
Suas folhas são compostas, pinadas, plumosas, espiraladas, medem de 2 a 5
m de comprimento e possuem até 500 folíolos. Os folíolos são estreitos,
pêndulos, linear-lanceolados, verde-escuros na face adaxial, mais pálidos na
abaxial e irregularmente distribuídos em vários planos ao longo da ráquis.
As flores, de coloração creme-amarelada, agrupam-se em longas
inflorescências interfoliares de até 1,8 m de comprimento, protegidas por um
tegumento acanoado.
Os frutos são drupas, globosas, elíptico-oblongas ou ovaladas, lisas, com fino
epicarpo amarelo-alaranjado, mesocarpo fibro-carnoso e endocarpo duro,
medindo de 2 a 4 cm de comprimento.

Fenologia: A floração ocorre quase o ano inteiro, com maior intensidade entre
setembro e março e a frutificação principalmente entre novembro e janeiro.
Utilização: O produto retirado do caule, é moderadamente pesado, resistente e
de longa durabilidade, tem a mesma finalidade da madeira, usada em
construções rurais, como ripas, caibros e assoalhos. A casca é usada para
confecção de calhas e telhados.
As folhas são usadas para cobertura de casebres, estábulos e servem como
alimento para bovinos, eqüinos e caprinos na época da seca. A espécie é
indicada para o paisagismo em geral, arborização urbana e reflorestamentos
em áreas degradadas de preservação permanente.
Os frutos possuem polpa carnosa, adocicada e de sabor agradável, por isso
são muito apreciados in natura. São ricos em carboidratos e avidamente
consumidos por uma grande diversidade de aves e mamíferos. A árvore
também fornece palmito para alimentação humana. Indicada na medicina
popular como diurética, antidiarréica e contra o amarelão.

Ecologia e Propagação: Espécie heliófita ou de luz difusa, perenifólia,


indiferente quanto a umidade e o tipo de solo. Propagação via sementes.
Dispersão barocórica e principalmente zoocórica.
A colheita dos frutos deve ser feita direto na árvore quando amadurecerem ou
recolhidos do chão após a queda natural. Não é necessário remover a polpa.
Os frutos precisam ser semeados, como se fossem sementes, em recipientes
individuais, com substrato organo-arenoso, semi-sombreado e com irrigação
duas vezes por dia. Taxa de germinação moderada a alta e emergência em até
150 dias. Crescimento moderado.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente da Bahia, Goiás e


Mato Grosso do Sul até o Rio Grande do Sul, em praticamente todas as
formações florestais.

Moquiniastrum polymorphum
Nome Científico: Moquiniastrum polymorphum (Less.) G. Sancho
Família: Asteraceae
Nomes Populares: cambará, camará, cambará-do-mato, cambará-guaçu,
cambará-pérola candeia, camba-de-folha-grande
Sinonímia Botânica: Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera , Spadonia
polymorpha Less., Moquinia polymorpha(Less.) A. DC., Gochnatia
malmei Cabrera, Baccharis lessingiana DC.
Descrição: Árvore de até 10 m de altura, com copa acinzentada e tronco
tortuoso de até 80 cm de diâmetro. A casca externa grossa, suberosa,
profundamente fissurada e a interna fibrosa, de coloração preta.
Suas folhas são simples, alternas, ovaladas a elíptico-lanceoladas,
subcoriáceas, branco-tomentosas na face abaxial, com ápice agudo, base
aguda a arredondada e medem de 4 a 6 cm de largura por até 18 cm de
comprimento.
As flores, hermafroditas, branco-amareladas e capitulares, agrupam-se em
densas panículas dispostas nas axilas das folhas terminais.
Os frutos são aquênios, do tipo cipsela, com papilho branco-envelhecido e
medem de 6 a 12 mm de comprimento.

Fenologia: A floração ocorre de outubro a janeiro e frutificação de janeiro a


abril.

Utilização: A madeira, moderadamente pesada, compacta, dura e muito


resistente às intempéries, é aproveitada para mourões, palanques, cabos de
ferramentas, na construção civil e naval. No passado, sua madeira foi muito
procurada para fabricação de rodas d’água, por ficar muitos anos na água e
não apodrecer. Nos dias de hoje, é utilizada na confecção de telhados para
casas e prédios.
As folhas e a casca, sob infusão, possuem aplicações na medicina popular
como expectorante, emoliente e contra afecções bronco-pulmonares. Possui
atividade antibacteriana e anti-inflamatória comprovada.
A árvore é usada como ornamental, principalmente pela cor prateada de sua
folhagem. Adapta-se a solos pobres, por isso é indicada também na
recuperação de áreas degradas.
As flores possuem um acentuado cheiro de mel e são muito visitadas por
abelhas. Fornecem um mel, conhecido como mel de cambará, que é muito
apreciado pelo seu aroma e sabor.

Ecologia e Propagação: Espécie semidecídua, heliófita, pioneira e seletiva


xerófita. Propagação via sementes e dispersão anemocórica.
Os frutos (infrutescências) devem ser colhidos diretamente da árvore quando
iniciarem a queda espontânea. Em seguida, as infrutescências ficam expostas
ao sol sobre uma lona, para secagem e liberação das sementes. Durante a
secagem, é indicado cobrir a lona com uma peneira, para evitar que as
sementes sejam levadas pelo vento. A semeadura precisa ser feita em
canteiro com substrato organo-arenoso, a pleno sol e irrigado delicadamente
todos os dias. Transplantar as mudas para recipientes individuais quando
atingirem 5 cm de altura. Taxa de germinação baixa e emergência em até 30
dias. Crescimento lento.
Distribuição Geográfica: Ocorre naturalmente no Brasil de Pernambuco,
Goiás e Mato Grosso do Sul até o Rio Grande do Sul, principalmente na
Floresta Estacional Semidecidual e no Cerrado, mas aparece também nas
Florestas Ombrófilas.

Piptocarpha regnellii
Nome Científico: Piptocarpha regnellii (Sch. Bip.) Cabrera
Família: Asteraceae
Nomes Populares: vassourãozinho, vassourão, vassoura, vassourão-preto
Sinonímia Botânica: Carphobolus regnellii Sch. Bip., Carphobolus
regnellii var. subintegrifolia Sch. Bip., Carphobolus semiserrulatus Sch.
Bip., Piptocarpha axillaris var. minor Baker, Piptocarpha graciellae Cabrera
Descrição: Arvoreta ou árvore de 2 a 10 m de altura, com tronco de até 25 cm
de diâmetro, casca externa áspera e lenticelada em indivíduos jovens, e
rugosa e finamente fissurada em adultos. A casca interna apresenta coloração
preta.
Suas folhas são simples, opostas, elíptica a estreito-elípticas, coriáceas,
pecioladas (até 1 cm), com ápice agudo, base cuneada, margem lisa ou
serreada, face adaxial glabra e face abaxial amarelo-ferrugínea ou branco-
tomentosa, medem de 1 a 3 cm de largura por 4,5 a 10 cm de comprimento.
As flores, pequenas e hermafroditas, agrupam-se em capítulos sésseis, sendo
geralmente 4 a 10 capítulos por axila.
Os frutos são cipselas, pubérulas, estriadas, angulosas e paleáceas, com cerca
de 5 mm de comprimento, dotada de papilho branco e persistente, sendo as
cerdas de até 4 mm.
Piptocarpha regnellii pode ser confudida com Piptocarpha axillaris, da qual
difere por possuir folhas opostas a subopostas.

Fenologia: A floração ocorre de julho a setembro e a frutificação de agosto a


outubro.

Utilização: A madeira, leve, pouco resistente e de baixa durabilidade natural,


pelas pequenas dimensões e baixa qualidade, usada apenas localmente em
obras rurais, como estacas temporárias para fixação de hortaliças e para lenha
e carvão.
Suas flores são perfumadas e adocicadas, frequentemente visitadas por
diversas espécies de abelhas.
Pode ser utilizada para arborização urbana, inclusive sob fiação elétrica.
Presta-se para recuperação de áreas degradadas, pois é uma espécie rústica e
importante na sucessão secundária natural das florestas.

Ecologia e Propagação: Espécie perenifólia, heliófita, pioneira e mesófita.


Propagação via sementes e dispersão anemocórica.
Os capítulos precisam ser colhidos diretamente da árvore quando iniciarem a
liberação espontânea dos frutos. Em seguida, os capítulos são
deixados expostos ao sol sobre uma lona, protegidos do vento, para secar e
facilitar a posterior separação dos frutos (sipselas). Os frutos são semeados,
como se fossem sementes (pois a separação da verdadeira semente é muito
difícil), em canteiro com substrato organo-argiloso, a pleno sol e irrigado
delicadamente todos os dias. Transplantar as mudas para recipientes
individuais quando atingirem 6 cm de altura. Taxa de germinação baixa e
emergência em até 45 dias. Crescimento rápido.

Distribuição Geográfica: Planta endêmica do Brasil, onde ocorre


naturalmente de Minas Gerais até Santa Catarina. É característica da Floresta
Ombrófila Mista e habita normalmente formações secundárias, orla de florestas
e beira de estradas. Há registros também na Floresta Ombrófila Densa
Atlântica, sempre em áreas de maior altitude.

Piptocarpha rotundifolia
Nome Científico: Piptocarpha rotundifolia(Less.) Baker
Família: Asteraceae
Nomes Populares: candeia, paratudo, infalível, cambará, cambará-do-cerrado,
vassourão, cambará-do-campo, vassourão-do-cerrado, coração-de-negro,
canela-podre
Sinonímia Botânica: Carphobolus rotundifolius (Less.) Sch. Bip., Vanillosma
firmum Mart. ex Sch. Bip., Vernonia rotundifolia Less.
Descrição: Arbusto ou árvore de até 8 m de altura, com copa geralmente
paucifoliada e tendendo à globosa. O tronco, curto e tortuoso, de até 25 cm de
diâmetro, apresenta casca externa grossa e fissurada longitudinalmente.
Suas folhas são simples, alternas, coriáceas, pecioladas (até 3 cm), elípticas,
oblongas ou arredondadas, com ápice e base bastante variáveis, margem lisa
e levemente ondulada, face adaxial glabra e face abaxial pardo-tomentosa ou
cinéreo-tomentosa, medem de 2,5 a 7 cm de largura por até 12 cm de
comprimento.
As flores, pequenas, alvacentas, amareladas ou arroxeadas, dispõem-se em
capítulos subsésseis, sendo 3 a 6 capítulos por axila.
Os frutos são cipselas de até 1 cm de comprimento, dotadas de papilho rígido,
cinza-amarelado e persistente, com cerdas de até 5 mm.

Fenologia: A floração ocorre de outubro a fevereiro e a frutificação de março a


agosto.

Utilização: A madeira, moderadamente pesada e medianamente resistente as


intempéries, é usada em pequenas obras de carpintaria, marcenaria e
tornearia. É mais procurada para obras externas, como palanques, mourões e
estacas, e ainda, fornece lenha e carvão considerado de boa qualidade.
Na medicina popular, o chá das folhas e flores indicado no tratamento contra a
sífilis, diarréia, fraqueza e problemas gastrointestinais. O decocto da
entrecasca é usado para lavar feridas. As cascas são ricas em tanino e foram
muito usadas no curtume.
É uma espécie que não pode faltar em plantios para recuperação de áreas
degradadas nos cerrados. As flores produzem néctar e pólen em abundância.

Ecologia e Propagação: Espécie decídua ou semidecídua, heliófita, pioneira e


seletiva xerófita. Propagação via sementes ou estaquia e dispersão
anemocórica.
Os capítulos devem ser colhidos diretamente da árvore quando iniciarem a
liberação espontânea dos frutos. Em seguida, os capítulos ficam expostos ao
sol sobre uma lona, protegidos do vento, para secar e facilitar a posterior
separação dos frutos (sipselas). Os frutos precisam ser semeados, como se
fossem sementes, em canteiro com substrato argilo-arenoso, a pleno sol e
irrigado delicadamente todos os dias. Repicar as mudas para recipientes
individuais quando atingirem 6 cm de altura. Taxa de germinação baixa e
emergência em até 45 dias. Crescimento rápido a moderado, dependendo da
fertilidade do solo.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do Acre, Mato Grosso


e Bahia até o Paraná. Habita formações do bioma Cerrado, preferencialmente
áreas com vegetação secundária, sendo particularmente frequente no Planalto
Central.

Raulinoreitzia leptophlebia
Nome Científico: Raulinoreitzia leptophlebia (B.L.Rob.) R.M.King & H.Rob.
Família: Asteraceae
Nomes Populares: vassourão-de-brinco, vassourão-chorão, vassourão-moúdo
Sinonímia Botânica: Symphyopappus leptophlebius B.L. Rob., Eupatorium
leptophlebium (B. L. Rob.) Steyerm.
Descrição: Arbusto ou pequena árvore, de 3 a 12 m de altura, com copa rala e
ramificação decumbente. Possui tronco de até 25 cm de diâmetro, com casca
externa fissurada, de coloração acinzentada e casca interna preta, de textura
curto-fibrosa.
Suas folhas são simples, opostas, cartáceas, discolores, lanceoladas a falcado-
lanceoladas, com ápice acuminado e base aguda ou assimétrica. Medem de
1,5 a 3 cm de largura por até 10 cm de comprimento e possuem 2 nervuras
secundárias evidentes saindo próximo da base, formando nervuras
subtriplinérvias.
Suas flores agrupam-se em capítulos esbranquiçados, sendo 5 flores por
capítulo, dispostas em longas panículas pendentes, terminais ou axilares, de
até 30 cm de comprimento.
Os frutos são aquênios, do tipo cipsela, com papilho branco e medem
aproximadamente 4 mm de comprimento.

Fenologia: A floração ocorre de janeiro a março e a frutificação de março a


abril.

Utilização: A madeira, macia e pouco durável, e pouco aproveitada devido às


pequenas dimensões. É usada localmente em obras internas e serve como
lenha, mas com baixo poder calorífico.
Apresenta elevado potencial ornamental, podendo ser utilizada na arborização
urbana, inclusive em ruas estreitas e sob fiação elétrica.
Por ser uma planta rústica, seu plantio é indicado para recomposição de áreas
degradadas de preservação permanente.

Ecologia e Propagação: Espécie perenifólia, heliófita, pioneira e seletiva


higrófita. Propagação via sementes e dispersão anemocórica.
Os frutos (aquênios) devem ser colhidos diretamente da árvore quando
iniciarem a queda espontânea. Em seguida, deixar as infrutescências no sol
sobre uma lona para secagem e liberação das sementes. Durante a secagem,
indica cobrir a lona com uma peneira, para evitar que as sementes sejam
levadas pelo vento. A semeadura é feita em canteiro com substrato organo-
argiloso, a pleno sol e irrigado delicadamente todos os dias. Transplantar as
mudas para recipientes individuais quando atingirem 6 cm de altura. Taxa de
germinação geralmente baixa e emergência em até 30 dias. Crescimento
rápido.
Distribuição Geográfica: Ocorre no Brasil de forma natural de Goiás e Minas
Gerais até Santa Catarina.Encontrada exclusivamente em áreas de vegetação
alterada e na orla de florestas. Habita preferencialmente a Floresta Ombrófila
Mista no sul do Brasil, a Floresta Ombrófila Densa no estado de São Paulo e o
Cerrado no Planalto Central.

Vernonanthura discolor
Nome Científico: Vernonanthura discolor(Spreng.) H. Rob.
Família: Asteraceae
Nomes Populares: vassourão-preto, vassourão, vassourão-graúdo, cinzeiro,
vassourão-da-folha-graúda, vassourão-do-graúdo, pau-touchinho, vassourão-
da-folha-larga, canela-tatu, vassourão-cambará, cambará-guaçu, assa-peixe-
de-folha-larga
Sinonímia Botânica: Eupatorium discolorSpreng., Vanillosma cinerea Mart. ex
Baker, Vernonia discolor (Spreng.) Less.
Descrição: Árvore de 10 a 20 m de altura e tronco de até 60 cm de diâmetro.
Apresenta casca externa acinzentada, marcada por fissuras longitudinais e
casca interna de coloração preta. Os ramos jovens e as inflorescências são
branco-tomentosas.
Suas folhas são simples, alternas, lanceoladas ou elíptico-lanceoladas,
subcoriáceas, com pecíolo de 1,5 a 3 cm e medem de 3 a 6,5 cm de largura
por 10 a 24 cm de comprimento. Apresentam ápice agudo a acuminado, base
aguda a atenuada, margem inteira e são notavelmente discolores, verde-
escuras na face adaxial e branco-tomentosas na abaxial.
As flores, pequenas e hermafroditas, agrupam-se em capítulos (10 a 12 flores),
dispostos em panículas escorpiódes de até 30 cm de comprimento.
Os frutos são cipselas, pubescentes e estriadas, de até 5 mm, com papilho
branco e persistente.

Fenologia: A floração ocorre de julho a setembro e a frutificação de setembro


a novembro.

Utilização: A madeira, leve, fácil de cortar e de baixa durabilidade natural, é


indicada para confecção de cochos, brinquedos, artefatos de madeira, salto de
calçados, cepas de tamancos e caixotaria.
Pode ser utilizada para arborização urbana, mas em áreas amplas. Presta-se
para recuperação de áreas degradadas, pois é uma espécie importante na
sucessão natural das florestas onde habita.
Na medicina popular, a infusão das folhas e da entrecasca, é indicada para
combater distúrbios estomacais e intestinais.

Ecologia e Propagação: Espécie decídua ou semidecídua, heliófita, pioneira e


seletiva higrófita. Propagação via sementes e dispersão anemocórica.
As infrutescências são colhidas inteiras, diretamente da árvore quando
iniciarem a liberação espontânea dos frutos. Em seguida, precisa ficar expostas
ao sol sobre uma lona, protegidas do vento, para secagem e liberação das
sementes. A semeadura é feita em canteiro com substrato organo-arenoso, a
pleno sol e irrigado delicadamente todos os dias. Transplantar as mudas para
recipientes individuais quando atingirem 5 cm de altura. Taxa de germinação
baixa e emergência em até 30 dias. Crescimento rápido.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre da Bahia até o Rio Grande do Sul, é


uma espécie característica de florestas de altitude.
É encontrada na Floresta Estacional Semidecidual, Ombrófila Mista, Ombrofila
Densa e na Mata Nebular. Mais frequente na floresta com araucárias, onde
habita clareiras na floresta ou áreas que já sofreram pressão antrópica,
preferencialmente vales e encostas úmidas.

Vernonanthura divaricata
Nome Científico: Vernonanthura divaricata(Spreng.) H. Rob.
Família: Asteraceae
Nomes Populares: vassourão, vassourão-branco, vassourão-amarelo, casa-
preta, vassourão-da-mata, pau-de-fumo, assapeixe-vermelho, cuvitinga,
cambará-açu
Sinonímia Botânica: Conyza divaricataSpreng., Vernonanthura diffusa (Less.)
H. Rob., Vernonia approximata Less., Vernonia diffusa Less., Vernonia
diffusavar. macrocephala Hieron.
Descrição: Árvore de até 25 m de altura, dotada de copa pouco densa, alta e
tendendo a globosa. Possui tronco de 20 a 50 cm de diâmetro, com casca
externa lisa ou pouco áspera, lenticelada, indeiscente e de coloração cinza-
claro. Os ramos são cilíndricos, levemente estriados e pubérulos.
Suas folhas são simples, alternas, membranáceas, pecioladas (até 2,3 cm),
elípticas, lanceoladas ou oblongo-lanceoladas, com ápice agudo, base aguda
ou obtusa e medem até 7 cm de largura por 8 a 16 cm de comprimento. São
pouco discolores, ásperas e estrigosas na face adaxial, vilosas e com nervuras
amareladas proeminentes na face abaxial.
As flores, cremes ou alvacentas, pequenas e hermafroditas, agrupam-se em
capítulos curto-pedunculados, que por sua vez, reúnem-se em panículas
terminais.
Os frutos são cipselas, setosas e estriadas, de até 5 mm, com papilho alvo.
Vernonanthura divaricata é comumente é confundida com V. discolor, da qual
se diferencia pela casca externa praticamente lisa e pela ausência de tomento
branco na face abaxial. É erroneamente citada na região sul do Brasil, como
sendo V. petiolaris.

Fenologia: A floração ocorre de julho a setembro e a frutificação de setembro


a novembro.

Utilização: A madeira, leve, macia e de baixa durabilidade natural, presta-se


para confecção de brinquedos, artefatos de madeira, salto de calçados, cepas
de tamancos e caixotaria.
As flores exalam perfume adocicado e são visitadas por abelhas, indicando
potencial melífero.
É uma espécie rústica e de rápido crescimento, excelente para plantios
heterogêneos destinados à recuperação de áreas degradadas. É utilizada com
sucesso no sombreamento de cafezais e estão sendo realizados estudos sobre
a utilização desta espécie no sombreamento da Erva-Mate.

Ecologia e Propagação: Espécie decídua, heliófila e pioneira. Propagação via


sementes e dispersão anemocórica.
As infrutescências colhidas inteiras, diretamente da árvore quando iniciarem a
liberação espontânea dos frutos. Em seguida, ficam expostas ao sol sobre uma
lona, protegidas do vento, para secagem e liberação das sementes. A
semeadura precisa ser feita em canteiros com substrato organo-argiloso, a
pleno sol e irrigação delicada diária. Transplantar as plântulas para recipientes
individuais quando atingirem 5 cm de altura. Taxa de germinação baixa e
emergência em até 30 dias. Crescimento rápido.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente da Bahia até Santa


Catarina. Habita principalmente orla de florestas, clareiras e formações
antropizadas, especialmente nas Florestas Ombrófila Densa e Mista.
Encontrada tanto em formações associadas a cursos d’água, quanto em áreas
sem influência aluvial.
Cybistax antisyphilitica
Nome Científico: Cybistax antisyphilitica(Mart.) Mart.
Família: Bignoniaceae
Nomes Populares: ipê-verde, ipê-cascudo, pé-de-anta, caroba-de-flor-verde,
caroba-do-campo, carobinha-verde, cinco-chagas, fava-de-aranha, ipê-
mandioca, ipê-mirim
Sinonímia Botânica: Bignonia antisyphilitica Mart., Bignonia
quinquefolia Vell., Bignonia rivularis DC., Bignonia viridiflora Lodd., Cybistax
coriaceaCorr.Mello ex Stellfeld, Cybistax intermedia Corr. Méllo, Cybistax
quinquefolia (Vell.) J.F.Macbr., Cybistax sprucei K.Schum., Cybistax
subtomentosaK.Schum., Cybistax tinctoria (Spruce) Tittel, Yangua
tinctoria Spruce
Descrição: Árvore de até 18 m de altura, com copa alongada e estreita. Possui
tronco de 10 a 40 cm de diâmetro, com casca externa grossa e profundamente
fissurada.
As folhas são compostas, digitadas, longo-pecíolo (até 25 cm) e com 5 a 7
folíolos. Os folíolos são elípticos a obovalados, concolores, levemente
pubérulos, com ápice agudo-acuminado, base aguda, margem inteira e medem
de 2 a 5 cm de largura por 5 a 20 cm de comprimento.
Suas flores são pentâmeras, diclamídeas, com cálice coroado e pontudo,
corola campanulada de coloração verde, medem de 3 a 6 cm de comprimento
por até 2,6 cm diâmetro e agrupam-se em panículas terminais.
Os frutos são sílicas elípticas, estriadas, lenhosas, de 3,5 a 6 cm de largura por
10 a 20 cm de comprimento, sobre pedúnculo de até 12 cm. As sementes são
aladas e achatadas.

Fenologia: A floração ocorre de novembro a fevereiro e a frutificação de março


a setembro.

Utilização: A madeira, moderadamente leve e de baixa durabilidade quando


exposta, é utilizada na marcenaria, caixotaria e em obras internas.
Devido a sua arquitetura peculiar e delicada floração verde, é indicada para o
paisagismo em geral, inclusive em espaços reduzidos.
Também recomendada em plantios mistos destinados à recomposição de
áreas degradadas de preservação permanente.
O extrato de ipê-verde possui eficácia comprovada contra a larva do
mosquito Aedes aegypti, que é o principal transmissor da dengue. Na medicina
popular, a casca e folhas servem para tratar infecções urinárias, blenorragia e
sífilis.
Ecologia e Propagação: Espécie decídua, heliófita ou ciófita, pioneira a
secundária tardia e seletiva xerófita. Propagação via sementes e dispersão
anemocórica.
Para propagar via sementes é necessário colher os frutos logo que iniciarem a
abertura espontânea. Em seguida, deixá-los secando no sol, mas protegidos do
vento, para terminar a abertura e liberação das sementes. A semeadura deve
ser feita em canteiros com substrato organo-arenoso, a pleno sol e com
irrigação a cada 2 dias. O transplantio para recipientes individuais ocorre
quando as mudas atingirem 6 cm de altura. Taxa de germinação alta e
emergência em até 30 dias. Crescimento lento.

Distribuição Geográfica: Ocorre no Brasil de forma natural do Pará e Ceará


até o Rio Grande do Sul. Preferencialmente na Floresta Estacional
Semidecidual e no Cerrado, onde costuma habitar áreas mais abertas e beira
de estradas. Na Floresta Ombrófila Mista regenera no subosque, com maior
intolerância a luminosidade direta.

Handroanthus chrysotrichus
Nome Científico: Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex A. DC.) Mattos
Família: Bignoniaceae
Nomes Populares: ipê-de-morro, ipê-amarelo, ipê-amarelo-cascudo, aipê, ipê-
tabaco, ipê-de-ouro, pau-d’arco, pau-d’arco-amarelo, pratudo
Sinonímia Botânica: Tabebuia chrysotricha (Mart. ex A. DC.)
Standl., Gelseminum chrysotrichum (Mart. ex A. DC.) Kuntze, Tecoma
chrysotricha Mart. ex A. DC., Tecoma chrysotricha var. obtusata(A. DC.)
Bureau & K. Schum. ex Mart., Tecoma flavescens (Vell.) Mart. ex A.
DC., Tecoma grandis Kraenzl., Tecoma obtusata A. DC., Tecoma ochracea var.
denudata Cham.
Descrição: Árvore com cerca de 10 m de altura quando cultivada (podendo
atingir 20 m na floresta). O tronco, de até 40 cm de diâmetro, possui casca
externa, grossa, pardo-acinzentada e fissurada. Os ramos novos e pecíolos
apresentam densa pilosidade cor de ouro velho.
Suas folhas são opostas, digitadas e com 5 folíolos. Os folíolos são geralmente
obovados, coriáceos, ásperos, pubescentes em ambas as faces e medem de 2
a 4 cm de largura por até 10 cm de comprimento.
As flores, zigomorfas, diclamídeas e hipóginas, apresentam corola amarela,
campanulada com garganta ornada de traços vermelhos e cálice com pêlos
densos. Agrupam-se em panículas terminais.
Os frutos são cápsulas septicidas, ferrugíneas, de 15 a 30 cm de comprimento,
contendo inúmeras sementes aladas.

Fenologia: A floração ocorre de agosto a setembro, com a planta desfolhada e


a frutificação de setembro a novembro.

Utilização: A madeira, moderadamente pesada, dura e muito resistente ao


tempo, é muito valorizada nos dias atuais e empregada principalmente na
construção civil, tanto para obras internas, quanto externas. Presta-se para
assoalhos, parquês, portas, janelas, rodapés, estruturas de pontes, palanques,
mourões, etc.
Pela belíssima florada e pelo pequeno porte, é muito usada na arborização de
cidades. Aparentemente é a espécie de ipê-amarelo mais cultivada em praças
e ruas, sendo empregada com sucesso sob fiação elétrica. Seu plantio também
é indicado para recuperação de áreas degradadas.
Na medicina popular, o decocto da casca é indicado contra anemia,
verminoses e para amenizar a ressaca causada pelo exagerado consumo de
bebidas alcoólicas. Suas flores são melíferas.

Ecologia e Propagação: Espécie secundária, heliófita e decídua. Propagação


via sementes e dispersão anemocórica.
Para propagar via sementes, é necessário colher os frutos logo que iniciarem a
abertura espontânea. O ideal é colher as sílicas fechadas, pois as sementes
com maior teor de água apresentam melhores taxas de germinação. Nesse
caso, deve abrir os frutos manualmente e separar as sementes. A semeadura
precisa ser feita logo em seguida, em canteiros ou recipientes individuais, com
substrato organo-arenoso, a pleno sol e irrigação diária. Taxa de germinação
alta e emergência em aproximadamente 15 dias. Crescimento rápido.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente da Paraíba até Santa


Catarina, na Floresta Ombrófila Densa da encosta atlântica. É encontrada
regenerando principalmente em formações secundárias.

Handroanthus heptaphyllus
Nome Científico: Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Mattos
Família: Bignoniaceae
Nomes Populares: ipê-roxo, ipê-rosa, ipê-rosa-de-sete-folhas, pau d’arco-
roxo, ipê-roxo-de-sete-folhas, ipê-de-flor-roxa, ipê-piranga, ipê-preto, ipê-uva,
pau-d’arco-rosa
Sinonímia Botânica: Bignonia heptaphylla Vell., Handroanthus eximius (Miq.)
Mattos, Tabebuia eximia (Miq.) Sandwith, Tabebuia heptaphylla (Vell.)
Toledo, Tabebuia ipe (Mart. ex K.Schum.) Standl., Tecoma
curialis Saldanha, Tecoma eximiaMiq., Tecoma ipe Mart. ex K.Schum., Tecoma
ipe var. desinens Sprague
Descrição: Árvore de até 30 m de altura, com copa ampla e tendendo a
globosa. Possui tronco levemente tortuoso e cilíndrico, de até 150 cm de
diâmetro, com casca externa fissurada longitudinalmente, de coloração pardo-
acinzentada e deiscente em placas.
Suas folhas são compostas, opostas, digitadas, longamente pecioladas (até 8
cm) e com 5 ou 7 folíolos. Os folíolos são ovalados, oblongos ou elípticos,
verde-escuros, subcoriáceos, glabros, com base obtusa a cuneada, ápice
agudo a acuminado, margem serreada e medem de 2 a 5 cm de largura por até
12 cm de comprimento.
As flores, zigomorfas, diclamídeas e hipóginas, de até 8 cm de comprimento,
agrupam-se em panículas terminais multifloras. Apresentam cálice de tubo
verde, com indumento amarelado e lóbulos violáceos. A corola é campanulada
com 5 lobos, de coloração rosada ou violácea e garganta amarelada.
O fruto são cápsulas septicidas, semelhantes à legumes, estreitas e compridas,
de até 50 cm de comprimento, contendo inúmeras sementes aladas.

Fenologia: A floração ocorre de junho a setembro e a frutificação de setembro


a novembro.

Utilização: A madeira, pesada, com alta resistência mecânica e de longa


durabilidade natural, é usada no mobiliário de luxo, construção civil e naval.
Muito procurada para obras externas, como dormentes, postes, eixos de roda,
etc.
É ornamental e seu cultivo é indicado em áreas amplas, não devendo ser
plantada sob fiação elétrica. Presta-se para plantios de enriquecimento, tanto
em áreas de preservação permanente, quanto para fins comerciais.
Na medicina tem efeito comprovado no tratamento de inflamações da pele e
mucosas. É antimicrobiana, antineoplásica e anti-inflamatória. Indicada como
anticancerígena, antirreumática e antianêmica, usada ainda no tratamento de
gripes e como depurativa do sangue. No Rio Grande do Sul, na medicina
campeira, o decocto da entrecasca é indicado como cicatrizante, analgésico e
para consolidar fraturas ósseas.
Da casca é extraído um corante usado para tingir algodão e seda. As flores são
melíferas.
Ecologia e Propagação: Espécie ciófita na fase juvenil, decídua,
mesohigrófita, secundária e longeva. Propagação via sementes e dispersão
anemocórica.
Para propagar via sementes é necessário colher os frutos logo que iniciarem a
abertura espontânea. A semeadura é feita logo em seguida, nos recipientes
individuais com substrato organo-argiloso, semi-sombreados e com irrigação
diária. Taxa de germinação alta e emergência em aproximadamente 15 dias.
Crescimento moderado.

Distribuição Geográfica: Ocorre no Brasil de forma natural do sul da Bahia e


Mato Grosso ao Rio Grande do Sul. Habita preferencialmente as Florestas
Estacionais das bacias do rios Paraná e Uruguai, e a Floresta Ombrófila Densa
Atlântica, até aproximadamente 800 m de altitude.

Handroanthus umbellatus
Nome Científico: Handroanthus umbellatus (Sond.) Mattos
Família: Bignoniaceae
Nomes Populares: ipê-do-brejo, ipê-amarelo-do-brejo, ipê-de-várzea, pau-
d’arco-amarelo, ipê-amarelo, ipê-de-rio
Sinonímia Botânica: Tabebuia umbellata(Sond.) Sandwith, Tabebuia
umbellata var. lanceolata (Bureau & K. Schum.) Toledo, Tecoma
umbellata Sond., Tecoma umbellata var. lanceolata Bureau & K. Schum.
Descrição: Árvore de grande porte, de 10 a 20 m de altura, com copa
alargada e na forma de uma pirâmide invertida quando isolada. Possui tronco
de até 40 cm de diâmetro, com casca externa fissurada, pardo-acinzentada,
comumente coberta por líquens.
Suas folhas são compostas, oposto-cruzadas, digitadas, com pecíolo de até 8
cm de comprimento e geralmente com 5 folíolos. Os folíolos são obovalados,
discolores, subcoriáceos, com margem inteira e domácias nas axilas na
inserção das nervuras secundárias.
As flores, zigomorfas, diclamídeas e pentâmeras, possuem corola
campanulada amarela com garganta de traços vermelhos, cálice coroado
pouco pubescente e agrupam-se em panículas tirsóides terminais.
Os frutos são cápsulas septicidas, cilíndricas e muito longas, de até 50 cm de
comprimento e contendo inúmeras sementes com ala transparente, em alguns
casos oriundas de plantas apomíticas.
Fenologia: A floração ocorre de julho a setembro e a frutificação de setembro
a novembro.

Utilização: A madeira, pesada, dura e de longa durabilidade mesmo quando


exposta, é indicada principalmente para obras externas, como pontes,
palanques, mourões e cercas.
Extremamente ornamental quando em flor, indicada no paisagismo em geral.
Contudo, é menos cultivada que outras espécies de ipê-amarelo, pois
apresenta um crescimento mais lento. Presta-se para recuperação de
formações ciliares degradadas.
Na medicina popular, o decocto da entrecasca é usado para lavagem de
ferimentos, tido como cicatrizante e anti-inflamatório.

Ecologia e Propagação: Espécie decídua, heliófita, pioneira a secundária


inicial e seletiva higrófita. Propagação via sementes e dispersão anemocórica.
Para propagar via sementes, é necessário colher os frutos logo que os
primeiros iniciarem a abertura espontânea. Em seguida, deixá-los secando no
sol para terminar a abertura e deiscência das sementes. A semeadura deve ser
feita logo em seguida, em recipientes individuais ou canteiros com substrato
rico em matéria orgânica, semi-sombreados e com irrigação 2 vezes por dia. A
repicagem, quando a semeadura for em canteiros, deve ocorrer quando as
mudas atingirem 5 cm de altura. Taxa de germinação alta e emergência em até
20 dias. Crescimento considerado lento.

Distribuição Geográfica: É endêmica do Brasil, onde ocorre naturalmente na


Bahia até o Rio Grande do Sul. Habita principalmente áreas inundáveis e
várzeas da Floresta Ombrófila Densa Atlântica, mas é encontrada também, nas
mesmas condições, na Floresta Estacional Semidecidual da bacia do rio
Paraná e no Cerrado.

Handroanthus albus
Nome Científico: Handroanthus albus (Cham.) Mattos
Família: Bignoniaceae
Nomes Populares: ipê-amarelo, aipê, ipê, ipê-amarelo-de-folha-branca, ipê-
mandioca, ipê-pardo, ipê-mamona, ipê-da-serra, ipê-vacariano, ipezeiro, pau-
d’arco amarelo, ipê-tabaco
Sinonímia Botânica: Tabebuia alba(Cham.) Sandwith, Tecoma alba Cham.
Descrição: Árvore de até 30 m de altura, com copa alongada, de folhagem
prateada. Possui tronco cilíndrico, levemente tortuoso, de até 70 cm de
diâmetro, com casca externa fissurada, de coloração castanho-acinzentada.
Suas folhas são compostas, opostas-cruzadas, de consistência cartácea a
coriácea, com pecíolo de 2,5 a 8 cm de comprimento e 5 a 7 folíolos. Os
folíolos possuem ápice agudo, base arredondada, margem serreada e medem
de 4 a 9 cm de largura por até18 cm de comprimento. Quando jovens são
densamente pilosos em ambas as faces, e quando adultos são glabros na face
adaxial e denso tomentosos, prateados ou esbranquiçados na face abaxial.
As flores, hermafroditas, pentâmeras e diclamídeas, apresentam cálice
densamente piloso e corola campanulada, irregular, amarela, com 8 a 10 cm de
comprimento por até 4 cm diâmetro. Agrupam-se em panículas terminais
amplas, de 10 a 20 cm de comprimento.
Os frutos são cápsulas bivalvares cilíndricas, do tipo síliqua, revestida por
tomento de coloração amarelada, medindo 15 a 35 cm de comprimento e
contendo muitas sementes aladas de até 3 cm de comprimento.

Fenologia: A floração aparece antes do surgimento das folhas, entre os meses


de julho a outubro e a frutificação de novembro a janeiro.

Utilização: A madeira, pesada, resistente e grande durabilidade, tem elevado


valor comercial na marcenaria e carpintaria em geral, sendo usada para
assoalhos, tacos de parquê, tabuados, portas, janelas, lambris, móveis de luxo,
eixo de carroças, moendas de cana, etc. É muito procurada para obras
externas, como pontes, postes, dormentes e mourões.
É uma espécie extremamente ornamental, tanto pela exuberante floração,
quanto pela bela folhagem prateada. É muito utilizada no paisagismo e
arborização em geral.
Na medicina popular, a infusão da casca é indicada como diurética e suas
folhas são usadas como adstringente, nas inflamações da mucosa bucal e da
garganta.
As flores são melíferas e podem ser consumidas cruas ou utilizadas para
ornamentação de pratos culinários.

Ecologia e Propagação: Espécie secundária inicial, heliófita e decídua.


Propagação via sementes e dispersão anemocórica.
Para propagar via sementes, é necessário colher os frutos logo que iniciarem a
abertura espontânea. Em seguida, deixá-los secando no sol para terminar a
abertura e liberação das sementes. A semeadura deve ser feita em canteiros
ou recipientes individuais com substrato organo-argiloso, a pleno sol e com
irrigação diária. Taxa de germinação alta e emergência em aproximadamente
15 dias. Crescimento moderado a rápido.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente de Minas Gerais até o


Rio Grande do Sul. É encontrada em regiões de altitude, principalmente nas
florestas Estacional Semidecidual, Ombrófila Mista e Ombrófila Densa
Montana.

Jacaranda cuspidifolia
Nome Científico: Jacaranda cuspidifolia Mart.
Família: Bignoniaceae
Nomes Populares: caroba, carobão, carobinha, carobeira, jacarandá,
bolacheira, jacarandá-de-minas, jacarandá-roxo, pau-de-colher, jacarandá-
branco, jacarandá-preto
Sinonímia Botânica: Jacaranda chapadensis Barb. Rodr., Jacaranda
cuspidifolia Kuntze, Jacaranda cuspidifoliavar. calycina Bureau
Descrição: Árvore de grande porte, com até 30 m de altura, com copa baixa,
rala e globosa. Apresenta tronco geralmente curto, de até 60 cm de diâmetro,
com casca externa pardo-acinzentada, fissurada e deiscente em placas finas e
irregulares. A casca interna amarelada.
Suas folhas são compostas, opostas, bipinadas, medem de 20 a 50 cm de
comprimento, possuem 8 a 13 pares de pinas de 10 a 20 cm, até 31 foliólulos e
raquíola alada. Os folíolulos são membranáceos, glabros, levemente
discolores, estreito-elípticos a lanceolados, com base assimétrica, ápice agudo
a apiculado e medem cerca de 5 mm de largura por 1,5 cm de comprimento.
As flores, diclamídeas, hermafroditas, pentâmeras, zigomorfas e com ovário
súpero, apresentam corola campanulada, de cor roxa ou roxo-azulado, com
lobos desiguais e medem até 5 cm de comprimento. Agrupam-se em panículas
cimosas, com até 18 cm de comprimento.
Os frutos são cápsulas septicidas, orbiculares, achatadas, lenhosas, com
margem ondulada ou deformada, medindo de 7 a 10 cm de largura por 6 a 9
cm de comprimento e contendo numerosas sementes aladas.

Fenologia: A floração ocorre em setembro e outubro e a frutificação de janeiro


a abril.
Utilização: A madeira, leve, macia e moderadamente durável, é empregada na
construção civil, carpintaria e marcenaria, inclusive na confecção de móveis
vergados e peças torneadas. Serve também como lenha e carvão.
Pode ser utilizada na arborização urbana e paisagismo em geral,
principalmente devido a beleza de sua floração arroxeada. Pode ser
aproveitada também para plantios mistos, visando a recuperação de áreas
degradadas de preservação permanente.
A raiz apresenta propriedades inseticidas e medicinais, é usada
respectivamente no tratamento de sarna e como depurativa e antidisentérica. O
decoto da madeira, casca e folha é empregado como antitérmico.

Ecologia e Propagação: Espécie heliófita, pioneira, decídua e seletiva


xerófita. Propagação via sementes e dispersão anemocórica.
Para propagar via sementes, é necessário colher os frutos logo que iniciarem a
abertura espontânea. Em seguida, deixá-los secando no sol para terminarem a
abertura e liberação das sementes. A semeadura pode ser feita sem nenhum
tratamento pré-germinativo, em canteiro com substrato organo-argiloso, semi-
sombreado e com irrigação diária. O transplantio para recipientes individuais
deve ocorre quando as mudas atingirem 6 cm de altura. Taxa de germinação
alta e emergência em até 30 dias. Crescimento moderado.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do Mato Grosso,


Goiás e Bahia até o norte do Paraná. Habita preferencialmente a Floresta
Estacional Semidecidual da bacia do Rio Paraná, mas aparece também no
Cerrado e no Pantanal.

Jacaranda micrantha
Nome Científico: Jacaranda micrantha Cham.
Família: Bignoniaceae
Nomes Populares: carobinha, caroba, carobão, carova
Sinonímia Botânica: Jacaranda intermedia Sond.
Descrição: Árvore de grande porte, com ate 30 m de altura, copa rala e
tendendo a globosa. Possui tronco geralmente tortuoso, de até 80 cm de
diâmetro, casca externa fissurada, acinzentada, deiscente em placas finas e
irregulares e, casca interna de cor amarelada, com estrias marrom, de textura
fibrosa.
Suas folhas são compostas, opostas, bipinadas, imparipinadas, medem de 50 a
80 cm de comprimento, possuem 4 a 10 pares de pinas de 20 a 30 cm de
comprimento e até 21 foliólulos. Os folíolulos são membranáceos, glabros,
elípticos a oblongo-elípticos, com base assimétrica, ápice agudo a acuminado e
medem de 0,7 a 2,5 cm de largura por 4 a 7 cm de comprimento.
As flores, diclamídeas, hermafroditas, pentâmeras e zigomorfas, apresentam
corola campanulada, de coloração lilás-azulada ou arroxeada e medem até 7
cm de comprimento. Agrupam-se em panículas cimosas de até 20 cm de
comprimento.
Os frutos são cápsulas septicidas orbiculares, lenhosas, com margem bastante
ondulada, de até 7 cm de comprimento, contendo numerosas sementes aladas.
É facilmente confundida com Jacaranda puberula, da qual diferencia por ter
maior porte e apresentar fruto com margem ondulada.

Fenologia: A floração ocorre de setembro a novembro e a frutificação de


dezembro a fevereiro.

Utilização: A madeira, leve, maleável e de baixa durabilidade quando exposta,


é utilizada na carpintaria, marcenaria e construção civil. Empregada na
confecção de móveis, caixotaria, instrumentos musicais, forros, tabuados leves
e serve também como lenha e carvão.
É uma espécie ornamental, devido sua exuberante floração, indicada para
arborização em áreas amplas e para plantio de recuperação de áreas
degradadas, inclusive em matas ciliares sem inundação.
Na medicina popular, a infusão das folhas é recomendada como
antiblenorrágica, antissifilítica e depurativa do sangue. A casca é indicada por
apresentar propriedades antirreumáticas, diaforéticas, contra doenças de pele
e problemas de garganta.

Ecologia e Propagação: Espécie decídua, heliófita, secundária inicial e


mesohigrófita. Propagação via sementes e dispersão anemocórica.
Para propagar via sementes, é necessário colher os frutos logo que iniciarem a
abertura espontânea. Em seguida, deixá-los secando no sol para terminar a
abertura e liberação das sementes. A semeadura deve ser feita em canteiros
com substrato organo-argiloso, semi-sombreados e com irrigação diária. O
transplantio para recipientes individuais deve ocorre quando as mudas
atingirem 6 cm de altura. Taxa de germinação alta e emergência em até 30
dias. Crescimento moderado a rápido.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre de Minas Gerais até o Rio Grande


do Sul, nos domínios da Mata Atlântica e no Cerrado, onde é rara. É
encontrada principalmente na orla de florestas e em formações secundárias,
como capoeiras e capoeirões.
Tabebuia aurea
Nome Científico: Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. f. ex S.
Moore
Família: Bignoniaceae
Nomes Populares: craibeira, pratudo, para-tudo, caraiberia, caroba-do-campo,
cinco-em-rama, cinco-folhas-do-campo, ipê-amarelo-craibeira, ipê-amarelo-do-
cerrado, pau-d’arco
Sinonímia Botânica: Bignonia aurea Silva Manso, Bignonia
squamellulosa DC., Couralia caraiba (Mart.) Corr.Méllo ex
Stellfeld, Gelseminum caraiba (Mart.) Kuntze, Handroanthus caraiba (Mart.)
Mattos, Handroanthus leucophloeus (Mart. ex DC.) Mattos, Tabebuia
argentea(Bureau & K.Schum.) Britton, Tabebuia caraiba (Mart.)
Bureau, Tabebuia suberosa Rusby, Tecoma argentea Bureau &
K.Schum., Tecoma caraiba Mart., Tecoma leucophlaeos Mart. ex DC., Tecoma
squamellulosa DC., Tecoma trichocalycina DC., Tecoma aurea (Silva Manso)
DC.
Descrição: Árvore de até 8 m de altura no cerrado, podendo alcançar até 20 m
em áreas mais úmidas, apresenta tronco cilíndrico de até 40 cm de diâmetro,
com casca externa grossa e fissurada.
Suas folhas são compostas, digitadas, sustentadas por pecíolo de até 15 cm e
com 3 a 7 folíolos. Os folíolos são levemente discolores, glabros, elípticos a
oblongo-elípticos e medem de 3 a 6 cm de largura por até 30 cm de
comprimento.
As flores, pentâmeras e diclamídeas, apresentam cálice coroado vináceo,
corola campanulada amarela e agrupam-se em panículas terminais.
Os frutos são cápsulas septicidas, com pedúnculo de até 6 cm e medem de 2 a
4 cm de largura por 10 a 24 cm de comprimento.

Fenologia: A floração ocorre de agosto a outubro e a frutificação de setembro


a novembro.

Utilização: A madeira, moderadamente pesada, flexível, dura e de baixa


durabilidade quando exposta, é considerada de qualidade e utilizada
principalmente em obras internas na construção civil, marcenaria, confecção de
cabos de ferramentas e vassouras, peças curvadas e flexíveis.
Ornamental, usada na arborização urbana e no paisagismo em geral. Seu
cultivo é recomendado inclusive em áreas de baixa pluviosidade. É símbolo do
Estado de Alagoas.
O nome popular “para-tudo”, deve-se ao fato que a espécie é considerada um
“santo remédio” para os pantaneiros, que a utilizam para problemas no
estômago, vermes, diabetes, inflamações e febres. As folhas tostadas podem
ser usadas como estimulante e podem substituir a Ilex paraguariensis no
preparo do mate. As flores, de sabor levemente amargo, são comestíveis e
podem ser utilizadas na ornamentação de pratos culinários. A casca fornece
fibra para cordas e corante para tinturas. Espécie melífera.

Ecologia e Propagação: Espécie heliófita, perenifólia ou decídua e seletiva


higrófita ou seletiva xerófita (xerófita e decídua no cerrado). Propagação via
sementes e dispersão anemocórica.
Para propagar via sementes é necessário colher os frutos logo que iniciarem a
abertura espontânea. A semeadura deve ser feita logo em seguida, em
canteiros ou recipientes individuais com substrato organo-arenoso, a pleno sol
e irrigação diária. Taxa de germinação alta e emergência em até 30 dias.
Crescimento lento.

Distribuição Geográfica: Apresenta ampla distribuição no Brasil, onde ocorre


naturalmente da região Amazônica e Nordeste até as disjunções de Cerrado no
Paraná. É comum às margens dos rios temporários no semi-árido nordestino e
nas várzeas úmidas do Pantanal, onde comumente forma agrupamentos
homogêneos, conhecidos no Pantanal de Miranda como “paratudais”. Ocorre
também esparsadamente no Cerrado.

Tabebuia cassinoides
Nome Científico: Tabebuia cassinoides (Lam.) DC.
Família: Bignoniaceae
Nomes Populares: caxeta, caixeta, pau-d’arco, pau-caixeta, pau-paraíba, pau-
de-tamanco, tabebuia, tabebuia-do-brejo, tamancão, tamanqueira, pau-de-
viola, malacaxeta, corticeira
Sinonímia Botânica: Bignonia cassinoidesLam., Bignonia
obtusifolia Lam., Bignonia tabebuya Vell., Bignonia uliginosa Gomes, Bignonia
uliginosa Gomes, Catalpa cassinoides (Lam.) Spreng., Spathodea
magnolioides Cham., Tabebuia leucantha Gómez ex Saldanha, Tabebuia
magnolioides (Cham.) Miers, Tabebuia uliginosa (Gomes) A. DC., Tabebuia
uliginosa (Gomes) DC., Tecoma uliginosaMart. ex DC.
Descrição: Árvore de 6 a 18 m de altura, com copa de ramificação esparsa,
irregular e comumente com muitas epífitas. Possui tronco de até 50 cm de
diâmetro, com casca externa acinzentada, áspera e lenticelada em indivíduos
jovens, rugosa e pouco lenticelada em adultos.
Suas folhas são simples, coriáceas, glabras, oblongas a obovadas, com ápice
arredondado, base cuneada e medem 3 a 7 cm de largura por 12 a 22 cm de
comprimento.
As flores, zigomorfas, diclamídeas e hermafroditas, de até 8 cm de
comprimento, agrupam-se em racemos terminais curtos. Apresentam cálice
verde, com lóbulos pardo-esverdeados e corola branca, campanulada e com 5
lobos irregulares.
O fruto são cápsulas septicidas e estriadas, de até 35 cm de comprimento,
contendo inúmeras sementes aladas.

Fenologia: A floração ocorre de julho a dezembro e a frutificação de outubro a


março.

Utilização: A madeira, leve, macia e de longa durabilidade quando conservada


em ambiente seco, é considerada uma das melhores madeiras do mundo para
produção de lápis e própria para marcenaria fina. É empregada também na
confecção de tamancos, instrumentos musicais, palitos de fósforo, brinquedos,
gamelas, artefatos leves, etc.
As raízes, brancas e porosas, são usadas para fabricação de bóias, palmilhas
e afiadores de navalha.
Na medicina popular, o chá das folhas e a entrecasca, é recomendada como
analgésico, anti-inflamatório e contra micoses dérmicas.
Possui potencial ornamental, embora não apresente crescimento rápido.
Presta-se para recuperação ou enriquecimento de áreas paludosas.

Ecologia e Propagação: Espécie perenifólia ou semidecídua, heliófita,


pioneira e higrófita. Propagação via sementes, rebrota e estaquia. Dispersão
anemocórica e hidrocórica.
Para propagar via sementes é necessário colher os frutos logo que iniciarem a
abertura espontânea. Em seguida deixá-los no sol para completar a abertura e
liberação das sementes. A semeadura deve ser feita logo em seguida, em
canteiros ou recipientes individuais, com substrato rico em matéria orgânica,
semi-sombreados e irrigação diária. Taxa de germinação alta e emergência em
aproximadamente 20 dias. Crescimento moderado.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente da Bahia até o norte


de Santa Catarina. Habita terrenos brejosos e alagados na costa litorânea,
preferencialmente em áreas que apresentam variação na lâmina d’água nas
depressões dos cordões arenosos. Em São Paulo, no Vale do Ribeira, são
encontrados os maiores remanescentes de “caixetais” no Brasil.
Tabebuia roseoalba
Nome Científico: Tabebuia roseoalba(Ridl.) Sandwith
Família: Bignoniaceae
Nomes Populares: ipê-branco, ipê-branco-do-cerrado, ipê-do-cerrado, pau-
d’arco, planta-do-mel, pau-d’arco-do-branco
Sinonímia Botânica: Bignonia roseo-albaRidl., Handroanthus
odontodiscus (Bureau & K.Schum.) Mattos, Handroanthus piutinga (Pilg.)
Mattos, Sparattosperma neurocalyx Bureau & K.Schum., Tabebuia
odontodiscus (Bureau & K.Schum.) Toledo, Tabebuia papyrophloios (Bureau &
K.Schum.) Melch., Tabebuia piutinga(Pilg.) Sandwith, Tecoma
mattogrossensisKraenzl., Tecoma odontodiscus Bureau & K.Schum., Tecoma
papyrophloios Bureau & K.Schum., Tecoma piutinga Pilg., Tecoma
schumanni Kraenzl., Handroanthus roseo-albus (Ridl.) Mattos
Descrição: Árvore de 5 a 18 m de altura, com tronco reto e cilíndrico de até 60
cm de diâmetro. Possui casca externa grossa e fissurada, e casca interna
fibrosa e amarelada. Os ramos jovens são pilosos.
Suas folhas são compostas, trifolioladas, longo-pecioladas, com folíolos
ovalados ou oval-oblongos, levemente pubescentes em ambas as faces,
concolores e medem de 3 a 7 cm de largura por até 15 cm de comprimento.
As flores, zigomorfas, diclamídeas e bissexuadas, medem de 4 a 6 cm de
comprimento e agrupam-se em panículas terminais multifloras. Apresentam
cálice acastanhado com indumento alvacento, corola campanulada de
coloração branca ou levemente rosada e garganta de traços amarelados.
Os frutos são cápsulas septicidas, finas e compridas, contendo numerosas
sementes membranáceas e aladas.

Fenologia: A floração ocorre principalmente em setembro, com a planta ainda


desprovida de sua folhagem. A frutificação ocorre de outubro a janeiro.

Utilização: A madeira, moderadamente pesada, de boa resistência mecânica e


lonha durabilidade quando conservada em ambiente seco, é usada
principalmente na construção civil, como assoalhos, vigamentos e
acabamentos internos.
Trata-se de um ipê muito apreciado por sua beleza e floração. É indicada para
o paisagismo e arborização em geral, inclusive em ruas e avenidas sob fiação
elétrica.
Pode ser empregada na recuperação de áreas degradadas em solo seco e
pedregoso, em regiões livres de geadas.
Ecologia e Propagação: Espécie decídua, heliófita e seletiva xerófita.
Propagação via sementes e dispersão anemocórica.
Para propagar via sementes é necessário colher os frutos logo que iniciarem a
abertura espontânea. Em seguida, deixá-los expostos ao sol para completarem
a abertura, afim de facilitar a separação das sementes. A semeadura deve ser
feita logo em seguida, em canteiros com substrato organo-argiloso, a pleno sol
e com irrigação diária. O transplantio para recipientes individuais é feito quando
as mudas atingirem 6 cm de altura. Taxa de germinação moderada e
emergência em até 30 dias. Crescimento rápido.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do Pará até São


Paulo. Encontrada com mais facilidade próximo ao Pantanal Mato-grossense,
habitando as Florestas Estacionais Semideciduais na bacia do rio Paraguai. É
esparsamente encontrada também no Cerrado e na Caatinga.

Cordia americana
Nome Científico: Cordia americana (L.) Gottschling & J.S.Mill.
Família: Boraginaceae
Nomes Populares: guajuvira, guaiuvira, guajuvira-branca, guajuvira-preta,
guiabira, guaiuíra, guarapuvira, guajibira, guarapovira, guativira, guaibi, guaiabi,
guaiabi-branco, guaiaibira, guatuvira
Sinonímia Botânica: Cordia patagonulaAiton, Patagonula
americana L., Patagonula americana var. glabra Cham., Patagonula
americana var. hirsuta Fresen. in Mart., Patagonula
australis Salisb., Patagonula glabra Miers, Patagonula tweediana Miers
Descrição: Árvore de grande porte, de até 25 m de altura, com tronco de até 1
m de diâmetro, geralmente curto, acanelado e com rebrotas ou ramificação
próximas da base quando cresce isolada. Apresenta casca externa pardo-
acinzeantada, finamente fissurada e deiscente em pequenas placas. A casca
interna é amarelada e com estrias mais escuras.
Suas folhas são simples, alterno-espiraladas, elípticas a oblongo-elípticas,
subcoriáceas, glabras, pouco discolores, curto-pecioladas, com ápice cuneado
a obtuso, base aguda a atenuada e medem de 1 a 3 cm de largura por 3 a 8
cm de comprimento.
As flores, pentâmeras, hermafroditas, brancas ou amareladas e com cerca de 6
mm de diâmetro, agrupam-se em panículas terminais.
Os frutos são drupas (pseudosâmaras), com cálice persistente e semelhante a
uma hélice, com 4 a 6 mm de comprimento.
Fenologia: A floração ocorre de setembro a novembro e a frutificação de
novembro a dezembro.

Utilização: A madeira, pesada, dura e resistente, é recomendada para


construção civil, como vigas, caibros, ripas, tacos e tabuado em geral, em
obras externas como mourões, palanques, estacas, dormentes e carrocerias.
Recomendada também para movelaria de luxo, peças curvadas, cabos de
ferramentas, peças torneada, fôrmas para calçados, celulose e papel, e ainda,
fornece lenha e carvão de qualidade. Os índios usavam para confecção de
arcos.
Apresenta potencial paisagístico para áreas amplas e pode ser usada em
plantios destinados à recuperação de áreas degradadas de preservação
permanente.
É indicada na medicina popular no tratamento de feridas ou doenças de pele.

Ecologia e Propagação: Espécie semidecídua, heliófita ou de luz difusa,


longeva e considerada pioneira, com características de secundária.
Propagação via sementes e dispersão barocórica, mas principalmente
anemocórica.
Para propagar é necessário colher os frutos direto na árvore quando adquirirem
coloração marrom-claro. Indica-se cortar delicadamente as pontas dos ramos
com as infrutescências inteiras ou estender uma lona sob a árvore e balançar
os galhos para desprender os frutos. As sépalas que rodeiam os frutos podem
ser removidas por maceração. A semeadura é feita em canteiros, com
substrato organo-argiloso, semi-sombreado e irrigação diária. A repicagem
deve acontecer quando as mudas atingirem 6 cm de altura. Taxa de
germinação alta e emergência em 20 a 40 dias. Crescimento moderado.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente de Minas Gerais ao


Rio Grande do Sul. É encontrada principalmente nas Florestas Estacionais, em
vegetação secundária.

Cordia glazioviana
Nome Científico: Cordia glazioviana(Taub.) Gottschling & J.S. Mill.
Família: Boraginaceae
Nomes Populares: pau-branco, pau-branco-louro, louro-branco, frei-jorge,
freijó, pau-de-velha, guiada, pau-guiada
Sinonímia Botânica: Auxemma glazioviana Taub., Cordia crenatifolia Rizzini
Descrição: Árvore com até 16 m de altura, com copa frondosa e tendendo a
globosa. Possui tronco de até 60 cm de diâmetro, com casca externa de
coloração esbranquiçada, áspera e com lenticelas verrucosas.
Suas folhas são simples alterno-espiraladas, obovadas ou oblongas, coriáceas,
ásperas na face adaxial, pubescentes na face abaxial, levemente discolores,
com pecíolo de até 2,5 cm, ápice obtuso a arredondado, base cuneada a
obtusa e medem de 2 a 6 cm de largura por até 15 cm de comprimento.
As flores, pentâmeras, actinomorfas, hermafroditas, alvas e perfumadas,
agrupam-se em densas panículas tirsiformes de até 25 cm de comprimento.
Os frutos são drupas secas, de coloração marrom-clara, com cálice persistente
concrescido, lhe dando aspecto de um balão inflado, medindo de 3 a 5 cm de
comprimento.
Pode ser confundida com Cordia oncocalyx, uma espécie que ocorre no
extremo nordeste do Brasil, da qual se diferencia por apresentar frutos e flores
menores.

Fenologia: A floração ocorre de julho a setembro e a frutificação de setembro


a novembro.

Utilização: A madeira, pesada, resistente e de grande durabilidade natural, é


empregada principalmente na construção civil, como vigas, caibros, caixilhos,
assoalhos e tabuados em geral. É utilizada também na marcenaria, tornearia e
em obras externas, como palanques, mourões, estacas e instrumentos
agrícolas. Fornece lenha e carvão de boa qualidade.
É uma espécie muito ornamental, pode ser usada com sucesso na arborização
e no paisagismo em geral. Presta-se também para recuperação de áreas
degradadas, através do plantio misto associado com espécies pioneiras.
Na medicina popular, o cozimento da entrecasca é considerado adstringente e
cicatrizante, usado para lavar cortes e feridas.

Ecologia e Propagação: Espécie perenifólia, heliófita, secundária inicial e


seletiva xerófita. Propagação via sementes. Dispersão barocórica e
principalmente anemocórica.
Para propagar é necessário colher os frutos direto na árvore quando adquirirem
coloração marrom-claro e iniciam a queda espontânea. Indica-se cortar
delicadamente as pontas dos ramos com as infrutescências inteiras, depois
separar os frutos e então remover manualmente o cálice persistente que os
envolve. Os frutos, podem ser semeados, como se fossem sementes, em
canteiros com substrato organo-arenoso, a pleno sol e irrigação diária. A
repicagem acontece quando as mudas atingirem 6 cm de altura. Taxa de
geminação baixa e emergência em até 90 dias. Crescimento moderado.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente na Bahia até o norte


de Minas Gerais. É encontrada principalmente na Caatinga, especialmente no
Vale do Rio São Francisco.

Cordia sellowiana
Nome Científico: Cordia sellowiana Cham.
Família: Boraginaceae
Nomes Populares: mata fome, juretê, jureté, capitão-do-mato, chá-de-bugre,
louro-mole, louro, catuteiro-branco, freijó-branco, uruá, grão-de-galo
Sinonímia Botânica: Cordia brachypoda DC., Cordia obscura Cham., Cordia
opacaRusby, Gerascanthus sellowianus (Cham.) Borhidi, Lithocardium
sellowianum(Cham.) Kuntze
Descrição: Árvore de pequeno a médio porte, de 5 a 18 m de altura, com copa
densa, globosa e com as terminações dos ramos decumbentes. Possui tronco
geralmente reto e cilíndrico, com casca externa acinzentada, fissurada e
deiscente em placas estreitas.
Suas folhas são simples, alternas, ásperas, deltóides, ovaladas a ovalado-
lanceoladas, discolores, verde-escuras e brilhantes na face adaxial, mais claras
e velutino-tomentosas na face abaxial. Apresentam ápice acuminado, base
obtusa ou arredondada, pecíolo curto de até 2 cm e lâmina de 4 a 10 cm de
largura por até 16 cm de comprimento.
As flores, amareladas e pouco vistosas, agrupam-se em inflorescências
cimosas de até 15 cm de comprimento, cobertas por tomento esbranquiçado.
Os frutos são drupas globosas, com epicarpo membranáceo, liso, brilhante e
de coloração amarelada a acastanhada, cálice persistente, campanulado e
pentadenteado, e mesocarpo suculento e mucilaginoso.

Fenologia: A floração ocorre de junho a setembro a e a frutificação de


setembro a janeiro.

Utilização: A madeira, leve, mole e de baixa durabilidade natural, é utilizada na


carpintaria, marcenaria e caixotaria.
Os frutos são procurados pela fauna e podem ser consumidos in natura ou
aproveitado para fazer um doce semelhante a goiabada.
Na medicina popular, os frutos são utilizados na elaboração de xaropes com
propriedades expectorante, demulcente, para acalmar tosses e aliviar
irritações. São ainda empregados como adstringente, vermífugo e diurético.
É considerada uma espécie ornamental e indicada para arborização urbana. As
flores são apícolas e seu plantio não pode faltar na recuperação de áreas
degradadas com objetivo de preservação permanente.

Ecologia e Propagação: Espécie semidecídua, heliófita e pioneira.


Propagação via sementes e dispersão zoocórica.
Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore, assim que adquirirem
coloração amarelada. Depois disso, é indicado deixá-los em sacos plásticos até
iniciarem a decomposição, para facilitar a posterior remoção da polpa em água
corrente dentro de uma peneira. A semeadura e feita em canteiro, com
substrato organo-argiloso, a pleno sol e irrigação diária. Taxa de germinação
moderada e emergência entre 20 e 35 dias. Crescimento rápido.

Distribuição Geográfica: Ocorre naturalmente no Brasil das regiões Norte e


Nordeste até Santa Catarina. Habita preferencialmente a Floresta Estacional
Semidecidual, mas ocorre também em outras formações do Complexo
Atlântico, Cerrado, Caatinga e Amazônia. Nos estados de Mato Grosso do Sul,
São Paulo e Minais Gerais, é uma espécie comum nas margens de estradas e
rodovias.

Cordia superba
Nome Científico: Cordia superba Cham.
Família: Boraginaceae
Nomes Populares: babosa-branca, acoará-muru, árvore-de-ranho, baba-de-
boi, carapiá , grão-de-galo, grão-de-porco, jagoará-muru, jangada-do-campo ,
tajaçu-carapiá, crista-de-galo
Sinonímia Botânica: Gerascanthus superbus (Cham.) Borhidi, Cordia
superba var. cuneata Cham., Cordia superba var. elliptica Cham., Cordia
blanchetti DC., Cordia atrofusca Taub., Cordia ipomoeaeflora Hook.
Descrição: Árvore de até 10 m de altura, com copa densa e frondosa. Possui
tronco de até 40 cm de diâmetro, com casca externa fissurada
longitudinalmente, de cor pardo-acinzentada e deiscência em pequenas placas.
Suas folhas são simples, alternas, coriáceas, elípticas a ovaladas, com pecíolo
de até 2 cm, ápice agudo, base atenuada e medem 4 a 7,5 cm de largura por
até 24 cm de comprimento. Apresentam nervuras impressas na face adaxial e
proeminentes e pilosas na abaxial.
As flores, diclamídeas, bissexuadas e pentâmeras, possuem corola
campanulada, branca e vistosa, cálice pubérulo e esverdeado, e agrupam-se
em cimeiras terminais de até 18 cm.
Os frutos são drupas globosas, medindo de 1 a 2,5 cm de diâmetro, com
epicarpo liso de coloração creme e mesocarpo hialino e mucilaginoso.

Fenologia: A floração ocorre predominantemente de outubro a janeiro e a


frutificação de janeiro a março, embora floresça e frutifique em outras épocas.

Utilização: A madeira, pesada, resistente e moderadamente durável, é


indicada para confecção de carroças, marcenaria e carpintaria. É usada
também em obras internas, como caibros, vigas e ripas.
Os frutos, com polpa suculenta, de sabor doce e adstringente, podem ser
consumidos in-natura, embora não sejam muito apreciados, são avidamente
procurados por diversas espécies de pássaros.
Na medicina popular, os frutos são considerados emolientes e utilizados na
fabricação de xaropes expectorantes.
Árvore de pequeno porte, elegante e ornamental, utilizada com sucesso no
paisagismo em geral e na arborização urbana sob fiação elétrica. Presta-se
para plantios mistos em áreas de preservação permanente, adaptando-se bem
inclusive em solos secos.

Ecologia e Propagação: Espécie semidecídua, de luz difusa, secundária e


seletiva higrófita. Propagação via sementes e dispersão barocórica e zoocórica.
Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore assim que amadurecerem
ou inciarem a queda espontânea. Então, é indicado deixá-los em sacos
plásticos até iniciarem a decomposição, para facilitar a posterior remoção da
polpa em água corrente dentro de uma peneira. A semeadura é feita em
canteiro semi-sombreado, com substrato organo-argiloso e irrigação diária.
Taxa de germinação baixa e emergência em aproximadamente 45 dias.
Crescimento moderado a rápido.

Distribuição Geográfica: Espécie endêmica do Brasil, onde ocorre do


Maranhão até o norte do Paraná. É encontrada, geralmente em baixa
densidade, na Floresta Ombrófila Densa Atlântica e no interior do país, tanto na
Floresta Estacional Semidecidual, quanto no Cerrado. Habita preferencialmente
matas úmidas, situadas às margens de rios e córregos.
Cordia trichotoma
Nome Científico: Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud.
Família: Boraginaceae
Nomes Populares: louro-pardo, frei-jorge, freijó, louro, ajuí, canela-batata,
canela-louro, canela-parda, cascudinho, claraíba-parda, folha larga, frei jorge,
freijó, frejó, ipê louro, ipê de tabaco, jurutê, louro-amarelo, louro-0amargoso,
louro-batata, louro branco
Sinonímia Botânica: Cordiada trichotoma Vell., Cordia
asterophora Fresen., Cordia chamissoniana Steud., Cordia excelsa(Mart.) A.
DC., Cordia frondosa Schott, Cordia hassleriana Chodat, Cordia
hypoleuca DC., Cordia tomentosa Cham. & Schltdl., Gerascanthus
excelsus Mart., Gerascanthus trichotomus (Vell.) M. Kuhlm. & Mattos
Descrição: Árvore de grande porte, de até 35 m de altura, com tronco reto e
cilíndrico de até 1 m de diâmetro, revestido por casca externa acinzentada,
grossa e com fissuras longitudinais.
Suas folhas são simples, alternas ou alterno-espiraladas, subcoriáceas,
ásperas, pilosas em ambas as faces e discolores, com coloração verde-claro
na face adaxial e alvacenta ou pardo-ferrugínea na face abaxial. Apresentam
lâmina oblonga, elíptica ou obovada, ápice acuminado, base variável e medem
de 3 a 8 cm de largura por até 17 cm de comprimento.
As flores, pentâmeras, perfumadas, são brancas e depois pardas,
permanecendo presas na plantas (marscescentes) e agrupam-se em panículas
terminais vistosas de 14 a 20 cm de comprimento.
Os frutos são drupas, com cálice persistente e medem até 2 cm de
comprimento.

Fenologia: A floração ocorre de março a junho e a frutificação de maio a


agosto

Utilização: A madeira, pesada, fácil de trabalhar, flexível e de grande


durabilidade quando conservada em local seco, é considerada madeira de
primeira qualidade e utilizada na fabricação de móveis finos, portas e janelas,
peças torneadas de excelente qualidade, revestimento de interiores, tonéis,
barcos, carrocerias, vagões, hélices, peças envergadas, etc.
É uma espécie indicada no paisagismo em áreas amplas, em reflorestamentos
com fins econômicos e para recuperação de áreas degradadas de preservação
permanente.
A casca da raiz é empregada na medicina popular como adstringente.
Ecologia e Propagação: Espécie decídua, heliófita, seletiva xerófita, longeva e
considerada pioneira, mas com características de secundária. Propagação via
sementes. Dispersão barocórica e principalmente anemocórica.
Para propagar é necessário colher os frutos direto na árvore quando iniciarem
a dispersão espontânea. Indica-se cortar as pontas dos ramos com as
infrutescências inteiras, então sacudir esses ramos sobre uma lona para
desprender os frutos. As sépalas persistentes no frutos podem ser removidas
por maceração. A semeadura é feita em canteiros com substrato organo-
argiloso, a pleno sol e irrigação diária. A repicagem para recipientes individuais
deve acontecer quando as mudas atingirem 6 cm de altura. Taxa de
germinação alta e emergência em até 90 dias. Crescimento moderado.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do Maranhão e Mato


Grosso até o Rio Grande do Sul. É encontrada principalmente em formações
secundárias na Floresta Estacional Semidecidual e na Floresta Ombrófila
Densa, mas aparece esparsadamente também no Cerrado, Amazônia e
Caatinga. É particularmente frequente na região sul do Brasil, na Floresta
Estacional da bacia do Alto Uruguai.

Cereus jamacaru
Nome Científico: Cereus jamacaru DC.
Família: Cactaceae
Nomes Populares: mandacaru, jamacurú, jumucurú-tuna, cacto, candelabro,
pytaia-de-árvore, pytaia-arbórea, mandacaru-de-boi, mandacaru-facheiro,
mandacaru-de-faixo, cardeiro
Sinonímia Botânica: Cereus goiasensis(F.Ritter) P.J.Braun, Piptanthocereus
goiasensis F.Ritter
Descrição: Cacto colunar de até 15 m de altura, com copa bastante
ramificada, na forma de um candelabro. Possui tronco geralmente curto e
quase cilíndrico, de 30 a 60 cm de diâmetro, coloração pardo-acinzentada, com
aréolas de até 2,5 cm de diâmetro, contendo inúmeros espinhos divergentes e
aciculares com até 8 cm de comprimento, e que por vezes, se desprendem
naturalmente.
Apresenta ramos verdes, do tipo cladódio, estrelados em corte transversal
(com 4 a 8 costelas), que crescem irregularmente ou de forma ascendente,
medem de 10 a 30 cm de diâmetro por até 4 m de comprimento e apresentam
espinhos aréolares de até 15 cm de comprimento.As flores, brancas e vistosas,
surgem acima das aréolas e medem até 28 cm de diâmetro.
Os frutos são bagas ovóides, vermelhas, carnosas, de polpa branca, contendo
inúmeras sementes pequenas e pretas. Medem de 3 a 12 cm de largura por 5 a
15 cm de comprimento.
Fenologia: A floração ocorre de outubro a janeiro e frutificação de fevereiro a
julho.

Utilização: O lenho, macio, leve e pouco durável, é usado localmente para


confecção de portas, janelas, telhados, embalagens leves e aeromodelos.
Os ramos do mandacaru, após a retirada dos espinhos, são utilizados como
forragem, nos períodos de seca prolongada, para alimentação de bovinos,
caprinos e equinos.
Os frutos, de polpa gelatinosa e saborosa, são apreciados in natura e
aproveitados para produção de uma bebida fermentada, doces e geléias, e
ainda, apresentam grande potencial de aproveitamento industrial, mas pouco
explorado aqui no Brasil.
É uma planta extremamente decorativa e utilizada como ornamental. Pode ser
cultivada em renques, como cerca viva e presta-se também para a restauração
de áreas degradadas.
A raiz é indicada no tratamento de infecções e problemas renais,
principalmente para pedras nos rins, febres e falta de menstruação. A casca é
usada como diurético e, na forma de xaropadas, no tratamento das tosses,
bronquites e úlceras gástricas. Estudos recente comprovaram sua ação
antimicrobiana.

Ecologia e Propagação: Espécie pioneira, heliófita e xerófita, que sobrevive


às secas devido à sua grande capacidade de captação e retenção de água.
Propagação via sementes ou por estacas. Dispersão principalmente zoocórica.
Para propagar via estacas, é indicado cortar os cladódios em pedaços,
preferencialmente nas articulações e enterrá-los inteiros. Para propagar via
sementes, os frutos devem ser colhidos e as sementes logo semeadas em
canteiro com substrato organo-arenoso, a pleno sol e irrigação diária. Taxa de
germinação baixa e emergência em até 80 dias. Crescimento lento.

Distribuição Geográfica: Ocorre naturalmente no Brasil, preferencialmente na


Caatinga, no sertão nordestino. Cresce em diversos solos, principalmente os
piçarrentos e menos secos.

Kielmeyera coriacea
Nome Científico: Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc.
Família: Calophyllaceae
Nomes Populares: pau-santo, folha-santa, pau-de-santo, pau-de-são-josé,
saco-de-boi, gordinha, boizinho
Sinonímia Botânica: Kielmeyera amplexicaulis S. Moore, Kielmeyera
falcataCambess., Kielmeyera oblonga Pohl, Martinieria arborea Vell.
Descrição: Arvoreta ou pequena árvore de até 8 m de altura, de copa
alongada, tronco tortuoso e casca externa suberosa acinzentada. Apresenta
látex amarelado abundante.
Suas folhas são simples, alterno-espiraladas, coriáceas, glabras, sésseis,
oblanceoladas, obovaladas ou elípticas, com ápice arredondado, base aguda e
medem de 3 a 8 cm de largura por 10 a 16 cm de comprimento.
As flores, actinomorfas e diclamídeas, apresentam 5 pétalas grandes brancas,
numerosos estames amarelos e agrupam-se em panículas ou racemos
terminais curtos.
Os frutos são cápsulas septicidas trivalvares, rugosas, lenhosas, de coloração
castanha e medem até 18 cm de comprimento. As sementes são
membranáceas, planas, aladas, medindo cerca 2,5 cm de largura por 6 cm de
comprimento.

Fenologia: A floração ocorre de outubro a janeiro e a frutificação de setembro


a dezembro.

Utilização: A madeira, leve, mole e pouco durável, presta-se para caixotaria e


confecção de objetos leves, como brinquedos, gamelas e pequenos utensílios.
A casca fortemente suberificada, é utilizada como uma fonte de cortiça, citada
como a mais importante fornecedora de cortiça do cerrado. É tida como
sucedânea do carvalho (Quercus suber), principal matéria-prima para
fabricação de placas de revestimento acústico, térmico e decorativo. Devido
sua abundância natural e elevado rendimento na produção de cortiça, essa
espécie apresenta potencial de exploração comercial, contudo seu crescimento
lento desincentiva sua utilização em larga escala.
Na medicina popular, é utilizada como tônica, emoliente, cercaricida, e ainda,
produz uma resina usada contra dor de dente.
Seu plantio é indicado no paisagismo em geral e em reflorestamentos mistos
em áreas degradadas em solos secos e pobres.

Ecologia e Propagação: Espécie semidecídua, heliófita a ciófita, pioneira ou


secundária e seletiva xerófita. Propagação via sementes e micropropagação
vegetativa in vitro.Dispersão natural principalmente anemocórica.
Para propagar via sementes é necessário colher os frutos logo que iniciarem a
abertura espontânea. Em seguida, deixá-los secando no sol para terminarem a
abertura e liberação das sementes, sempre tomando cuidado para que não
sejam levadas pelo vento. A semeadura deve ser feita em recipientes
individuais, com substrato arenoso e irrigação diária. Taxa de germinação
moderada a alta e emergência em aproximadamente 15 dias. Crescimento
lento.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do Amazonas e Pará


até o Paraná. É considerada uma espécie típica do Cerrado brasileiro e habita
tanto áreas abertas e perturbadas, quanto formações primárias.

Kielmeyera rubriflora
Nome Científico: Kielmeyera rubriflora Cambess.
Família: Calophyllaceae
Nomes Populares: para-tudo, pra-tudo, rosa-do-campo, rosa-do-cerrado, pau-
santo, pau-santo-rosa, pau-rosado
Descrição: Arbusto ou pequena árvore lactescente, de até 6 metros de altura,
com copa baixa e alargada. Possui tronco curto, tortuoso, comumente
ramificado desde a base, com casca externa suberosa, fissurada e deiscente
em lâminas.
Suas folhas são simples, alterno-espiraladas, congestas no ápice dos ramos,
subcoriáceas, glabras, espatuladas, sésseis ou curtamente pecioladas (até 10
mm), com margem lisa, ápice arredondado, base cuneada e medem de 2,5 a 4
cm de largura por até 12 cm de comprimento.
As flores, vistosas, actinomorfas e diclamídeas, apresentam corola pentâmera,
dialipétala e rosada ou avermelhada, numerosos estames amarelos e
agrupam-se em racemos paucifloros terminais ou axilares.
Os frutos são cápsulas septicidas trivalvares, elípticas, ásperas, de coloração
marrom-esverdeada e medem até 12 cm de comprimento. As sementes são
membranáceas, planas, aladas e medem cerca 1,5 cm de largura por 3,5 cm
de comprimento.

Fenologia: A floração ocorre de março a junho e a frutificação de agosto a


outubro.

Utilização: A madeira, moderadamente pesada, macia e pouco durável, é


usada apenas para confecção de pequenos objetos, carvão e lenha.
Na medicina popular, o chá da casca é usado no tratamento da
esquistossomose, leishimania, malária e infecções por bactérias e fungos, e
ainda, fornece uma resina usada contra dor de dente. Sua atividade antifúngica
já foi comprovada cientificamente.
Apresenta elevado potencial ornamental, devido sua vistosa e exuberante
floração, pode ser empregada no paisagismo em geral. Contudo, seu cultivo é
praticamente inexistente, pois sua propagação é difícil e seu crescimento é
lento.

Ecologia e Propagação: Espécie decídua, heliófita, secundária e seletiva


xerófita. Propagação via sementes. Dispersão barocórica e principalmente
anemocórica.
Os frutos precisam ser coletados diretamente na árvore logo que iniciarem a
abertura espontânea. Em seguida, deixá-los secando no sol para terminarem a
abertura e liberação das sementes, sempre tomando cuidado para que não
sejam levadas pelo vento. A semeadura deve ser feita logo em seguida, em
canteiros com substrato organo-arenoso, a pleno sol e irrigação diária. Taxa de
germinação baixa e emergência em aproximadamente 15 dias. Crescimento
lento.

Distribuição Geográfica: Ocorre naturalmente no Brasil do Pará e Rondônia


até São Paulo, sendo encontrada ocasionalmente nos domínios do Cerrado.

Trema micrantha
Nome Científico: Trema micrantha (L.) Blume
Família: Cannabaceae
Nomes Populares: pau-pólvora, grandiúva, crendiúva, crendiúba, candiúba,
grindiúba, orinduíba, piriquiteira, taleira, motamba, mutamba, tamanqueiro,
gurindiva, granjuva, seriúva
Sinonímia Botânica: Celtis canescensDecne., Celtis canescens Kunth, Celtis
lima Sw., Celtis macrophylla Kunth, Celtis micrantha (L.) Sw., Celtis
schiedeanaSchltdl., Rhamnus micrantha L., Sponia canescens (Kunth)
Decne., Sponia chichilea Planch., Sponia crassifoliaLiebm., Sponia
grisea Liebm., Sponia macrophylla (Kunth) Decne., Sponia micrantha (L.)
Decne., Sponia peruvianaKlotzsch, Sponia schiedeana (Schltdl.)
Planch., Trema canescens (Kunth) Blume
Descrição: Árvore de até 15 m de altura, com copa globosa e de coloraçao
verde-clara, muito característica. Possui tronco de até 40 cm de diâmetro, com
casca externa pouco áspera, lenticelada, de coloração castanho-acinzentado e
superficialmente fissurada em indivíduos adultos.
Suas folhas são simples, alternas, cartáceas, trinérvias, lanceoladas, ovaladas
ou oblongo-lanceoladas e extremamente ásperas. Apresentam ápice
acuminado, base assimétrica ou cordada, margem serreada e medem 3 a 6 cm
de largura por até 16 cm de comprimento.
As flores, pentâmeras, hermafroditas ou unissexuadas e verde-amareladas,
medem até 4 mm de diâmetro e agrupam-se em panículas axilares.
Os frutos são drupas globosas, lisas e alaranjadas, de até 3 mm de diâmetro.

Fenologia: A floração ocorre de outubro a janeiro e a frutificação de junho a


agosto.

Utilização: A madeira, leve, fraca e pouco durável em ambiente externo,


presta-se para carpintaria, marcenaria e caixotaria. É produtora de carvão, o
qual era antigamente utilizado na fabricação da pólvora, daí a origem de seu
principal nome popular “pau-pólvora”.
A casca, do tronco e dos galhos, é bastante fibrosa, é usada para confecção de
cestos e cordas artesanais. As folhas, saborosas e ricas em cálcio, têm valor
forrageiro, estimulando a produção de leite no período de inverno. Na medicina
popular, o chá das folhas é utilizadas como adstringente, antissifilítico,
antirreumático e como cicatrizante.
É uma espécie indicada no paisagismo e recuperação de áreas degradadas.
Seus frutos são procurados por pássaros e as flores muito visitadas por
abelhas.

Ecologia e Propagação: Espécie heliófila, pioneira, seletiva xerófita e


semidecídua. Propagação via sementes e estaquia. Dispersão principalmente
ornitocórica.
Para propagar via sementes, os frutos devem ser colhidos diretamente da
árvore quando iniciarem a queda espontânea, cortando os ramos onde ficam
presas as infrutescências. Em seguida, separar as infrutescências dos ramos e
deixá-las no sol, sobre uma lona para secagem e liberação completa das
sementes. Para a quebra de dormência, as sementes precisa ser aquecidas
em água quente (50° C) por 5 minutos. A semeadura é realizada em canteiro
com substrato organo-argiloso, a pleno sol e irrigação diária. Transplantar as
mudas para recipiente individual quando atingirem 5 cm de altura. Taxa de
germinação baixa e emergência em torno de 90 dias. Crescimento rápido.

Distribuição Geográfica: Ocorre naturalmente em todo Brasil, em diversas


formações florestais. Aparece no estágio inicial de regeneração das florestas
em quase todo o Brasil, com grande capacidade em ocupar lugares alterados.
Citronella engleriana
Nome Científico: Citronella engleriana (Loes.) R.A. Howard
Família: Cardiopteridaceae
Nomes Populares: congonha-da-serra, congonha-serrana, pau-de-corvo
Sinonímia Botânica: Villaresia englerianaLoes.
Descrição: Arbusto ou arvoreta, de 3 a 6 m de altura, com tronco de até 20 cm
de diâmetro, casca externa rugosa, de coloração acinzentada e comumente
coberta de líquens. Os ramos jovens são verde-amarelados, glabros e
cilíndricos.
Suas folhas são simples, alterno-dísticas, sem estípulas, cartáceas, glabras em
ambas as faces, elípticas, oblongo-elípticas ou obovaladas e medem de 2 a 4
cm de largura por 6 a 8 cm de comprimento. São discolores, verde-escuras na
face adaxial e verde-claras na abaxial, com pecíolo canaliculado de até 7 mm
de comprimento, comumente com domácias dispostas nas axilas das nervuras
secundárias, ápice agudo a arredondado, base cuneada, margem inteira e
revoluta.
As flores, creme-esverdeadas, actinomorfas, diclamídeas e pentâmeras,
agrupam-se em curtas panículas cimosas axilares, terminais ou subterminais.
Os frutos são drupas globosas, lisas, inicialmente esverdeadas e roxo-
enegrecidas na maturidade, com polpa suculenta, medindo cerca de 1 cm de
diâmetro.

Fenologia: A floração ocorre de outubro a janeiro e a frutificação de fevereiro a


maio.

Utilização: A madeira, moderadamente pesada, de características mecânicas


baixas e de pouca durabilidade natural quando exposta, não possui utilização
relevante, principalmente devido as pequenas dimensões do tronco.

Ecologia e Propagação: Espécie perenifólia, secundária e de luz difusa.


Propagação via sementes e dispersão autocórica e zoocórica.
Os frutos precisam ser colhidos diretamente da árvore assim que
amadurecerem ou inciarem a queda espontânea. Então, é indicado deixá-los
em sacos plásticos até iniciarem a decomposição, para facilitar a posterior
remoção da polpa em água corrente dentro de uma peneira. A semeadura deve
ser feita em canteiros semi-sombreados, com substrato organo-argiloso e
irrigação diária. Taxa de germinação baixa e emergência em até 180 dias.
Crescimento lento.
Distribuição Geográfica: É uma espécie endêmica do Brasil, que ocorre nos
Estados do Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, habitando as Florestas
Ombrófila Densa e Mista.
No Rio de Janeiro e no Paraná, há registros dessa espécie nas cadeias
montanhosas na Floresta Ombrófila Densa da Serra do Mar, em altitudes
elevadas e próximo de tabuleiros. Em Santa Catarina, é encontrada na mata
nebular da Serra Geral, em área de Floresta Ombrófila Mista.

Citronella paniculata
Nome Científico: Citronella paniculata(Mart.) R.A. Howard
Família: Cardiopteridaceae
Nomes Populares: congonha, pau-de-corvo, pau-de-sapo, falsa-erva, falsa-
congonheira, congonha-verdadeira
Sinonímia Botânica: Citronella paraguariensis (Hassl.) R.A. Howard, Leonia
paniculata Mart., Leretia paniculata(Mart.) Miq., Villaresia paniculata (Mart.)
Miers, Villaresia ramiflora Miers, Villaresia
virescens Miers, Villaresia paniculata var. intermedia Hassl., Villaresia
paraguariensis Hassl.
Descrição: Árvore de até 16 m de altura, com tronco cilíndrico, de 20 a 50 cm
de diâmetro, casca externa grossa, pardo-acinzentada e com fissuras
longitudinais.
Suas folhas são simples, alterno-dísticas, sem estípulas, cartáceas a coriáceas,
elípticas ou oblongo-elípticas, com domácias dispostas nas axilas das nervuras
secundárias, pecíolo canaliculado de até 1,5 cm, 5 ou 6 pares de nervuras
secundárias, margem inteira e ondulada, proximalmente revoluta, ápice agudo
a arredondado, base atenuada e medem de 3 a 7 cm de largura por 7 a 16 cm
de comprimento.
As flores, brancas ou creme-esverdeadas, actinomorfas, diclamídeas e
pentâmeras, agrupam-se em panículas cimosas axilares, com cerca de 5 cm
de comprimento, dispostas nas extremidades dos ramos.
Os frutos são drupas elípticas, lisas, inicialmente esverdeadas e roxo-
enegrecidas na maturidade, com polpa doce e suculenta, medindo cerca de 18
mm de comprimento.
Pode ser confundida com Citronella gongonha, da qual se diferencia por
apresentar margem inteira, sem ápice espinhoso.

Fenologia: A floração ocorre de julho a setembro e a frutificação de novembro


a fevereiro.
Utilização: A madeira, moderadamente pesada, macia e de baixa durabilidade,
é usada apenas localmente em construções rústicas e indicada para confecção
de embalagens.
Os frutos, de polpa levemente adocicada, são avidamente consumidos pela
avifauna. Na medicina popular, o chá das folhas é considerado tônico.
Apresenta potencial ornamental, podendo ser utilizada no paisagismo de
parques e praças. Presta-se para plantios heterogêneos destinados à
recuperação de matas ciliares, embora seu crescimento seja considerado lento.

Ecologia e Propagação: Espécie perenifólia, secundária, de luz difusa ou


ciófita e seletiva higrófita. Propagação via semente e dispersão principalmente
zoocórica.
Para propagar, é necessário colher os frutos diretamente da árvore assim que
amadurecerem ou inciarem a queda espontânea. Então, é indicado deixá-los
em sacos plásticos até iniciarem a decomposição, para facilitar a posterior
remoção da polpa em água corrente dentro de uma peneira. A semeadura deve
ser feita em canteiros sombreados, com substrato organo-argiloso e irrigação
diária. Taxa de germinação baixa e emergência em aproximadamente 120 dias.
Crescimento lento.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente de Pernambuco ao


Rio Grande do Sul, especialmente nas Florestas Ombrófilas e na Floresta
Estacional Semidecidual, em altitudes mais elevadas.

Vasconcellea quercifolia
Nome Científico: Vasconcellea quercifolia A.St.-Hil.
Família: Caricaceae
Nomes Populares: mamão-do-mato, mamoeiro-do-mato, mamãozinho-do-
mato, mamãozinho, momoeirinho, iaracatiá, jaracatiá, jaracatiá-sem-espinho,
mamoeiro-do-campo, mamão-macho
Sinonímia Botânica: Carica quercifolia (St. Hil.) Hieron., Carica
bonplandiana Hort., Papaya quercifolia Baill., Carica bonplandiiHort. ex
Solms, Carica lanceolata (A. DC.) Solms, Papaya lanceolata (A. DC.)
Kuntze, Papaya quercifolia (A. St.-Hil.) Kuntze, Vasconcellea hastata (Brign.)
Caruel, Vasconcellea lanceolata A. DC., Vasconcellea quercifolia A. St.-Hil.,
Descrição: Arbusto ou pequena árvore inerme, lactescente e dióica, de 3 a 8
m de altura, com copa rala e irregular. Possui tronco engrossado na base, de
até 40 cm de diâmetro, com casca externa acinzentada, bastante lenticelada na
fase juvenil e marcada por cicatrizes foliares.
Suas folhas são simples, alternas, membranáceas, glabras em ambas as faces,
pecioladas (até 12 cm), com margem profundamente lobada ou hastada,
raramente inteira, ápice acuminado, truncado ou arredondado, base auriculada
ou cordada e medem de 6 a 12 cm de largura por até 40 cm de comprimento.
As flores, amarelo-esverdeadas e unissexuadas, medem até 1 cm de
comprimento e surgem em inflorescências distintas. As masculinas agrupam-
se em cimas ou racemos axilares e as femininas são solitárias ou dispostas em
racemos axilares paucifloros.
Os frutos são bagas piriformes, angulosas, glabras, medem de 3 a 8 cm de
comprimento e contêm numerosas sementes tuberculadas. Apresentam listras
esbranquiçadas no sentido longitudinal quando imaturos, ficando de cor
amarelo-alaranjado quando maduros.

Fenologia: A floração ocorre de outubro a janeiro e a frutificação de novembro


a março.

Utilização: Possui lenho macio e esbranquiçado, desprovido de valor


comercial. A parte interna do tronco, ralada, substitui o coco-da-Bahia (Cocus
nucifera) na preparação de doces caseiros.
Os frutos são saborosos no consumo in-natura e ricos em papaína, que auxilia
no processo de digestão das proteínas e gorduras. Os frutos devem ser
consumidos com cautela, devido seu potencial laxativo. As sementes possuem
propriedades vermífugas. O chá das folhas e frutos é empregado na medicina
popular como poderoso regulador das funções intestinais e no combate da
arteriosclerose.
Seu plantio é indicado na recuperação e enriquecimento de áreas degradadas.
Merece ser mais difundida e cultivada em pomares, inclusive com fins
econômicos.

Ecologia e Propagação: Espécie decídua, heliófita, pioneira e seletiva


higrófita. Propagação via sementes ou estaquia e dispersão zoocórica.
Os frutos precisam ser colhidos diretamente da planta assim que
amadurecerem, que fica evidente quando adquirem coloração amarelo-
alaranjado. Depois disso, deixá-los em sacos plásticos até iniciarem a
decomposição, para facilitar a posterior remoção da polpa em água corrente
dentro de uma peneira. A semeadura deve ser feita em canteiro com substrato
organo-argiloso, semi-sombreado e irrigado diariamente. Taxa de germinação
acima de 50% e emergência em até 15 dias. Crescimento rápido.
Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre de Sergipe até o Rio Grande do
Sul, principalmente na Floresta Estacional Semidecidual nas bacias dos rios
Paraná e Uruguai. Cresce em margens de rios, bordas de florestas,
especialmente as de encosta e ao longo de estradas, com maior dispersão nos
três estados sulinos.

Caryocar coriaceum
Nome Científico: Caryocar coriaceum Wittm.
Família: Caryocaraceae
Nomes Populares: pequi, piqui, perequeim, periquim, pequiá, piquiá, pequi-
branco, pequi-liso, piqui-da-serra, piqui-brabo, piqui-do-arrisco
Descrição: Árvore de até 15 m de altura, dotada de copa baixa e alargada.
Apresenta geralmente tronco curto e tortuoso, de até 60 cm de diâmetro, com
casca externa grossa, fissurada, de coloração acinzentada e deiscente em
placas irregulares.
Suas folhas são compostas, trifolioladas, opostas e com pecíolo de
aproximadamente 4 cm. Os folíolos são geralmente obovalados, com ápice
obtuso, base assimétrica, margem crenada, glabros e medem de 3 a 6 cm de
largura por até 12 cm de comprimento.
As flores, hermafroditas, polistêmones, longopediceladas e dispostas em
racemos terminais, possuem sépalas geralmente avermelhadas, corola
composta por cinco pétalas branco-amareladas e numerosos e vistosos
estames.
Os frutos são drupas depresso-globosas, com epicarpo coriáceo esverdeado,
mesocarpo carnoso amarelo e endocarpo menos espinescente que
em Caryocar brasiliense.

Fenologia: A floração ocorre de outubro a janeiro e frutificação de dezembro a


fevereiro.

Utilização: A madeira, moderadamente pesada, resistente e de boa


durabilidade, é utilizada principalmente na marcenaria e construção civil.
Os caroços do pequi (com a polpa), possuem grande aceitação na culinária
regional, sendo consumidos principalmente cozidos com arroz, frango e outros
pratos. A polpa é utilizada para extração caseira ou industrial de óleo, e ainda,
para fabricação de ração de animais, licores, sorvetes e picolés.
Na medicina popular, o óleo é indicado no tratamento de gripes, infecções
broncopulmonares, inflamações e contra dores musculares e reumáticas.
A exploração do pequi é basicamente extrativista e a comercialização
representa fonte significativa de renda para várias famílias, tornando esta
atividade de grande importância socioeconômica, gerando renda e emprego às
comunidades nordestinas.
O congelamento é uma alternativa viável para manutenção das características
organolépticas e nutricionais dos caroços, mantendo-os aproveitáveis por
vários meses.

Ecologia e Propagação: Espécie perenifólia, heliófita, longeva e seletiva


xerófita. Propagação via sementes e dispersão zoocórica.
Para propagar via sementes, os frutos precisam ser recolhidos do chão após a
queda espontânea. Devem ser abertos manualmente para a retirada dos
caroços, e então, como tratamento pré-germinativo, precisam ser mergulhados
por 48 horas em ácido giberélico, escarificados com lixa ou trincados e
mergulhados em água por 72 hrs. A semeadura deve ser realizada em
recipientes individuais, a pleno sol, com substrato organo-arenoso e irrigação
diária. Não tolera repicagem. Taxa de germinação moderada e emergência em
até 90 dias. Crescimento lento.

Distribuição Geográfica: Ocorre naturalmente no Brasil nas regiões Norte e


Nordeste, especialmente no meio norte do Nordeste brasileiro. Habita o
Cerrado e as transições do Cerrado para a Caatinga e da Amazônia para a
Caatinga, inclusive em formações serranas e chapadas, com afloramentos
rochosos.

Caryocar brasiliense
Nome Científico: Caryocar brasiliense Cambess.
Família: Caryocaraceae
Nomes Populares: pequi, piqui, pequiá, piquiá, piquiá-verdadeiro, piquiá-
bravo, pequiá-pedra, amêndoa-de-espinho, grão-de-cavalo, pequerim, suari,
petiá
Descrição: Árvore de até 12 m de altura, dotada de copa baixa, alargada e
com ramos grossos. Possui tronco tortuoso, geralmente curto, de 30 a 80 cm
de diâmetro, com casca externa suberosa, fissurada e de coloração
acinzentada.
Suas folhas são compostas, trifolioladas, opostas e longo-pecioladas (até 20
cm). Os folíolos são obovalados a largamente elípticos, com ápice obtuso, base
variável, margem serreada ou crenada, recobertos por pilosidade alvacenta,
principalmente na face abaxial e sobre as nervuras proeminentes, e medem de
4 a 15 cm de largura por até 20 cm de comprimento.
As flores, hermafroditas, polistêmones, longopediceladas, com cálice
esverdeado, corola branco-amarelada, numerosos e vistosos estames, medem
até 8 cm de diâmetro e são dispostas em racemos terminais.
Os frutos são drupas depresso-globosas, com epicarpo coriáceo marrom-
esverdeado, mesocarpo carnoso amarelo-vivo e endocarpo geralmente
bastante espinescente.

Fenologia: A floração ocorre de agosto a novembro e a floração de outubro a


fevereiro.

Utilização: A madeira, moderadamente pesada, resistente e de boa


durabilidade, é utilizada na construção civil, naval, xilografia e peças talhadas.
Os caroços do pequi, recobertos por sua polpa amarelo-vivo (mesocarpo), são
conhecidos como o “ouro do cerrado”. É notório o valor econômico, nutricional
e cultural do pequizeiro para as populações do cerrado, que aproveitam seus
frutos de várias formas. São cozidos no arroz (famoso “Arroz com Pequi”, prato
típico de Goiás), no frango, peixe e outras carnes, macarrão, leite, etc. A polpa
é utilizada no preparo de doces, sorvetes, manteiga e licores. A exploração dos
frutos/sementes é basicamente extrativista, seu consumo regional e sua
comercialização realizada principalmente em feiras livres e à beira das
estradas que cortam os cerrados do Brasil Central. Contudo, já existem
iniciativas, de indústrias farmacêuticas, alimentícias e de extração de óleo, para
o aproveitamento dos frutos em larga escala.
Na medicina popular, o óleo é empregado como afrodisíaco e no tratamento de
problemas respiratórios. As folhas são tidas como adstringente e estimulante
do fígado.

Ecologia e Propagação: Espécie semidecídua, heliófita, pioneira ou


secundária, longeva e seletiva xerófita. Propagação via sementes e dispersão
zoocórica.
Para propagar via sementes, os frutos precisam ser recolhidos do chão após a
queda espontânea. Em seguida, devem ser abertos manualmente para a
retirada dos caroços, que então, como tratamento pré-germinativo, precisam
ser mergulhados por 48 horas em ácido giberélico, escarificados com lixa ou
trincados e mergulhadas em água por 72 hrs. Devem ser semeados em
recipientes individuais, a pleno sol, com substrato organo-arenoso e irrigação
diária. Taxa de germinação moderada e emergência em até 60 dias.
Crescimento lento.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do Pará ao Paraná,


principalmente no Cerrado do Brasil Central.
Couepia grandiflora
Nome Científico: Couepia grandiflora (Mart. & Zucc.) Benth. ex Hook. f.
Família: Chrysobalanaceae
Nomes Populares: oiti-de-ema, oiti, fruta-de-ema, oiti-do-sertão, oiti-do-
cerrado, angelim-dos-morcegos, angelim-branco, algelim-bravo, angelim-brabo,
oiticica, uiti, genciana
Sinonímia Botânica: Couepia formosanaTaub., Couepia
suberosa Pilg., Moquilea grandiflora Mart. & Zucc.
Descrição: Arvoreta ou pequena árvore de até 7 metros de altura, com copa
baixa e globosa. Possui tronco curto e tortuoso, de até 40 cm de diâmetro, com
casca externa grossa, fissurada e deiscente em placas irregulares.
Suas folhas são simples, alternas, discolores, coriáceas, oblongas a
estreitamente obovadas, com estípulas caducas, margem ondulada, pecíolo
cilíndrico de até 1 cm, ápice arredondado ou curto-acuminado, base
geralmente obtusa, face adaxial glabra e face abaxial pubescente. Medem de 4
a 8 cm de largura por até 18 cm de comprimento e apresentam até 16 pares de
nervuras secundárias proeminentes na face abaxial.
As flores, relativamente grandes, vistosas e com numerosos estames de filetes
ultrapassando os lobos do cálice, possuem pedicelo de 2 a 4 mm de
comprimento, 5 pétalas brancas e medem até 2 cm de diâmetro.
Os frutos são drupas elípticas ou ovóides, com epicarpo rugoso, amarelo e
glabro, mesocarpo farináceo e endocarpo fibroso, medem cerca de 4 cm de
comprimento e contêm uma única semente.

Fenologia: A floração ocorre de setembro a dezembro e a frutificação de


novembro a abril.

Utilização: A madeira, moderadamente pesada, resistente e durável, é usada


principalmente em obras externas, como palanques, mourões, dormentes e
peças hidráulicas. Presta-se para construção civil, naval, carpintaria em geral, e
ainda, fornece lenha e carvão considerado de boa qualidade.
O extrato dos frutos apresentam atividades antibacteriana, antioxidante e
citotoxicidade comprovada.
A espécie apresenta potencial ornamental, podendo ser empregada na
arborização urbana e no paisagismo em geral, embora tenha o crescimento
considerado lento. É indicada para formação de sistemas agroflorestais.
Os frutos podem ser consumidos in-natura, mas não são muito apreciados. As
sementes também são comestíveis e as flores apícolas.

Ecologia e Propagação: Espécie heliófita, secundária, decídua e seletiva


xerófita. Propagação via sementes. Dispersão barocórica e zoocórica.
Os frutos devem ser colhidos diretamente na árvore quando amadurecerem ou
recolhidos do chão após queda espontânea. Em seguida, semeados, como se
fossem sementes, em canteiros com substrato organo-arenoso, a pleno sol e
irrigação diária.Taxa de germinação baixa e emergência em até 60 dias.
Crescimento lento a moderado.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do Maranhão e


Rondônia até a região de Jaguariaíva no Paraná. É encontrada esparsamente
nos domínios do Cerrado, principalmente os do Planalto Central.

Couepia uiti
Nome Científico: Couepia uiti (Mart. & Zucc.) Benth. ex Hook. f.
Família: Chrysobalanaceae
Nomes Populares: pateira, pateiro, oiti-do-banhado, oiti-do-mato, oiti-do-brejo,
oiti-do-pantanal, marmelada, marmelo-bravo, angelim-do-brejo
Sinonímia Botânica: Couepia dahlgrenii Standl., Couepia martiana Hook.
f., Couepia paraguariensis Hassl., Moquilea uiti Mart. & Zucc.
Descrição: Arbusto ou pequena árvore de 3 a 6 m de altura, com copa larga e
baixa. Possui tronco normalmente muito ramificada desde a base, com casca
externa de coloração castanho-claro. No Pantanal Mato-Grossense é comum
crescendo em touceiras de aproximadamente 5 m de diâmetro. Apresenta
ramos jovens albo-tomentosos.
Suas folhas são simples, alternas ou alterno-espiraladas, coriáceas, oblongas
ou obovado-oblongas, nitidamente discolores, verde-escuras, brilhantes e
rugosas na face adaxial e albo-tomentosas na abaxial. Possuem estípulas
decíduas, ápice agudo a acuminado, base geralmente obtusa ou subcordada e
medem cerca de 3 cm de largura por 5 cm de comprimento.
As flores, bissexuadas, diclamídeas, dialipétalas e polistêmones, apresentam
cálice verde, corola e estames brancos. Agrupam-se em panículas ou racemos
terminais de até 12 cm de comprimento.
Os frutos são drupas ovóides, com epicarpo verrucoso, verde enegrecido na
maturação e endocarpo fibroso.
Fenologia: A floração ocorre de setembro a dezembro e a frutificação de
março a junho.

Utilização: A madeira, pesada, resistente e de moderada durabilidade, devido


as pequenas dimensões é usada apenas localmente na forma de palanques de
cerca.
As flores são melíferas. As sementes possuem tanino e apresentam atividade
antioxidante.
Na medicina popular, o chá da casca é indicado contra gastrites, úlceras
gástricas e como anti-inflamatório.
É indicada para recuperação e enriquecimento de florestas ribeirinhas,
inclusive em áreas de inundação temporária. Seus frutos são consumidos por
animais, inclusive por peixes.

Ecologia e Propagação: Espécie heliófita, pioneira e seletiva higrófita.


Propagação via sementes. Dispersão barocórica, hidrocórica e zoocórica.
Os frutos precisam ser colhidos diretamente na árvore quando amadurecerem
ou recolhidos do chão após a queda espontânea. Em seguida, devem ser
semeados, como se fossem sementes, em canteiros com substrato arenoso, a
pleno sol e irrigação diária.Taxa de germinação alta e emergência em até 30
dias. Crescimento moderado.

Distribuição Geográfica: Ocorre de forma natural na margem de rios e em


áreas alagáveis em praticamente todo o Brasil, exceto na região Sul. É
encontrada com mais facilidade no Pantanal e na bacia do rio São Francisco, e
esparsamente nas demais regiões. É particularmente abundante no Pantanal
Sul na região de Corumbá, crescendo principalmente em campos arenosos de
inundação e em matas ciliares de rios e córregos. Comumente forma
populações homogêneas, dominando grandes áreas, conhecidas como
“pateiral”.

Terminalia argentea
Nome Científico: Terminalia argentea Mart
Família: Combretaceae
Nomes Populares: capitão-do-mato, capitão, pau-capitão, capitão-do-campo,
pau-de-bicho
Sinonímia Botânica: Myrobalanus argentea Kuntze, Myrobalanus
biscutella(Eichler) Kuntze, Terminalia biscutellaEichler, Terminalia festinata S.
Moore, Terminalia modesta Eichler, Terminalia sericea Burch. ex
DC., Terminalia sericea Cambess., Terminalia subsericea Eichler
Descrição: Árvore de 5 a 15 m de altura, com tronco reto ou levemente
tortuoso, cilíndrico, de até 50 cm de diâmetro, com casca externa pardo-
enegrecida, moderadamente espessa e deiscente em pequenas placas.
Suas folhas são simples, congestas no ápice dos ramos, subcoriáceas,
elípticas a ovaladas, pecioladas (até 2 cm), com margem inteira e ondulada,
ápice agudo ou acuminado, base cuneada e medem até 16 cm de
comprimento. As folhas novas são avermelhadas e argênteo-tomentosas.
As flores, pequenas, amarelas ou amarelo-esverdeadas e actinomorfas,
agrupam-se em espigas capituliformes axilares de até 4 cm de comprimento,
aglomeradas no ápice dos ramos sem folhas.
Os frutos são sâmaras transversalmente oblongas, de 2 a 6 cm de largura, com
ápice emarginado, base cordada, epicarpo fino de cor castanha e expandido
lateralmente formando alas, endocarpo espesso e lenhoso, contendo uma
única semente fusiforme, marron-clara, de aproximadamente 1 cm de
comprimento.

Fenologia: A floração ocorre em agosto e setembro e a frutificação em junho e


julho, mas permanecem presos na árvore por mais alguns meses.

Utilização: A madeira, moderadamente pesada, dura e medianamente


resistente às intempéries, é usada na construção civil, marcenaria, obras
externas, carvão e lenha. A cinza resultante de sua queima é útil para curtir
couro e utilizada como ingrediente para sabão caseiro.
Na medicina popular, a casca é utilizada na composição de xaropes contra
tosses e resfriados. A entrecasca e a resina, adstringentes, são usadas contra
aftas e tumores.
Planta rústica, indicada para recuperação de áreas degradadas de preservação
permanente. É Melífera.

Ecologia e Propagação: Espécie decídua, pioneira ou secundária inicial,


heliófita e seletiva xerófita. Propagação via sementes e dispersão anemocórica.
Para propagar via sementes é necessário colher os frutos direto na árvore
quando estiverem bem maduros, que fica evidente quando adquirem coloração
paleácea. Os frutos devem ser semeados, como se fossem sementes, em
canteiros a pleno sol, com substrato organo-arenoso e irrigação diária. Repicar
para recipientes individuais quando as mudas atingirem 6 cm de altura. Taxa
de germinação moderada e emergência em até 60 dias. Crescimento
moderado.
Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do Pára até as
disjunções de Cerrado no Paraná. Habita principalmente o Cerrado do Planalto
Central e as zonas de ecótono com as Florestas Estacionais das bacias dos rio
Paraná e Paraguai. É particularmente frequente nas florestas próximas ao
Pantanal Mato-grossense. É considerada indicadora de solo rico em cálcio.

Lamanonia cuneata
Nome Científico: Lamanonia cuneata (Cambess.) Kuntze
Família: Cunoniaceae
Nomes Populares: guaraperê, guaperê, guaraperê-do-campo, açoita-cavalo-
do-campo, açoita-cavalo-miúdo
Sinonímia Botânica: Belangera cuneataCambess.
Descrição: Arbusto ou pequena árvore, de até 6 m de altura, dotada de copa
baixa e alargada. Possui tronco de até 20 cm de diâmetro, comumente
ramificado, com casca externa pardo-acinzentada, fissurada longitudinalmente,
deiscente em pequenas placas e casca interna curto-fibrosa, de coloração
rosada.
Suas folhas são compostas, trifolioladas, opostas, estipuladas e
longopecioladas (até 5 cm). Os folíolos são subcoriáceos, glabros, geralmente
elípticos, com ápice agudo, base atenuada, margem serreada, domácias
pilosas na inserção de quase todas as nervuras secundárias e medem de 2 a 4
cm de largura por até 12 cm de comprimento.
As flores, branco-amareladas, perfumadas, bissexuadas e monoclamídeas,
dispõem-se em racemos terminais e axilares de até 15 cm de comprimento.
Os frutos são cápsulas, de cor acastanhada, com cerca de 4 mm de largura e 7
mm de comprimento, contendo inúmeras sementes minúsculas.

Fenologia: A floração ocorre de novembro a janeiro e a frutificação de maio a


agosto.

Utilização: A madeira, moderadamente pesada, resistente e medianamente


durável, é considerada apropriada para confecção de cabos de ferramentas
agrícolas, relhos e chicotes.
Na medicina popular, o decocto da casca é tido como cicatrizante e usado para
lavar feridas e úlceras.
Pode ser utilizada na recuperação de áreas degradadas de preservação
permanente, especialmente em florestas ciliares. As flores são melíferas.
Ecologia e Propagação: Espécie decídua, heliófita e seletiva higrófita.
Propagação via semente e dispersão anemocórica e hidrocórica.
Para propagar via semente, é necessário colher os frutos logo que iniciarem a
abertura espontânea. Em seguida, deixá-los secando no sol para terminarem a
abertura e liberação das sementes. A semeadura deve ser realizada em
canteiros, com substrato rico em matéria orgânica, semi-sombreados e com
delicada irrigação duas vezes por dia. O transplantio para recipientes
individuais precisa ser feito quando as mudas atingirem 6 cm de altura. Taxa de
germinação baixa e emergência em até 30 dias. Crescimento lento.

Distribuição Geográfica: Ocorre no Brasil de forma natural de Goiás e Minas


Gerais até Santa Catarina, habitando os domínios da Mata Atlântica, em
regiões de altitude. Na região sul do Brasil é encontrada com mais facilidade no
Paraná, em áreas de afloramentos rochosos nos campos nativos (Estepe
Gramíneo-Lenhosa), especialmente nas margens de rios e cursos d’água.

Curatella americana
Nome Científico: Curatella americana L.
Família: Dilleniaceae
Nomes Populares: lixeira, lixa, cajueiro-brabo, cajueiro-brabo-do-campo,
cajueiro-do-mato, sambaíba, ambaíba-de-minas-gerais, sambaíba-do-rio-são-
francisco, caimbé, cambarba, craibeira, penteeira, marajoara
Sinonímia Botânica: Curatella americanavar. pentagyna Donn. Sm., Curatella
cambaiba A. St.-Hil., Curatella grisebachiana Eichler
Descrição: Arbusto ou árvore de até 10 m de altura, com copa tendendo a
globosa e tronco curto e tortuoso, de até 50 cm de diâmetro, dotado de casca
externa suberosa, acinzentada e deiscente em lâminas.
Suas folhas são simples, alternas, elípticas, oblongas ou largamente ovaladas,
coriáceas, muito ásperas, pouco discolores, curto-pecioladas (até 1,5 cm), com
tricomas de sílica na face adaxial, ápice arredondado ou obtuso, base
geralmente obtusa e decurrente, margem levemente serreada e medem de 3,5
a 12 cm de largura por 10 a 22 cm de comprimento.
As flores, com ovário súpero, 4 ou 5 pétalas alvas e estames muito persistentes
nos frutos, medem cerca de 5 mm e agrupam-se em tirsos curtos ou racemos
axilares.
Os frutos são cápsulas septicidas, com valvas internamente vermelhas,
contendo de 3 a 5 sementes, recobertas por arilo alvo e carnoso.
Fenologia: A floração ocorre de junho a agosto e a frutificação de setembro a
dezembro.

Utilização: A madeira, pesada, compacta e de grande durabilidade, é ideal


para marcenaria, usada também na tornearia, carpintaria, bem como para
lenha e carvão.
Na medicina popular, é indicada contra artrites, diabetes, pressão alta, tosses,
bronquites e resfriados. A casca, rica em tanino, tem propriedades cicatrizantes
e serve para curtir couros.
Os frutos são muito apreciados pela avifauna e as flores avidamente visitadas
por diversas espécies de abelhas. As folhas podem ser usadas como lixa.
Apresenta potencial em absorver partículas de ouro em regiões próximas de
depósitos auríferos.
É uma espécie ornamental, pode ser utilizada com sucesso no paisagismo em
geral, entretanto, tem crescimento considerado lento.

Ecologia e Propagação: Espécie decídua ou semidecídua, heliófita, pioneira e


geralmente seletiva xerófita. Propagação via semente e estacas. Dispersão
autocórica e zoocórica.
Para propagar via sementes é necessário colher os frutos diretamente na
árvore, cortando-se as infrutescência inteiras, logo que iniciarem a abertura
espontânea, que fica evidente quando as valvas se abrem exibindo a parte
interna vermelha. Após a colheita, deixá-los ao sol para completarem a
abertura e liberação das sementes. Em seguida, a semeadura deve ser feita
em canteiro com substrato organo-arenoso, a pleno sol e irrigação diária.
Transplantar para recipientes individuais quando atingirem 5 cm de altura. Taxa
de germinação em torno de 30% e emergência em 30 dias.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente de Roraima até São


Paulo. É característica e habita preferencialmente o Cerrado, em solos secos.
Porém, é encontrada penetrando em outros domínios fitogeográficos, como na
Mata Atlântica, Caatinga e Amazônia, inclusive em áreas temporariamente
alagadas.

Crinodendron brasiliense
Nome Científico: Crinodendron brasiliense Reitz & L.B.Sm.
Família: Elaeocarpaceae
Nomes Populares: cinzeiro-pataguá, árvore-de-brinco
Descrição: Arbusto ou arvoreta, de 1,5 a 5 m de altura, com tronco de até 15
cm de diâmetro. Apresenta casca externa castanho-escura, com manchas
esbranquiçadas e interna fibrosa, de coloração castanho-amarelada.
Suas folhas são simples, alterno-espiraladas, dispostas nas extremidades dos
galhos e medem de 0,7 a 1,5 cm de largura por 2 a 3,5 cm de comprimento.
São discolores, verde-escuras na face adaxial e verde mais claras na abaxial,
obovadas, curto pecioladas, apresentam margem crenada e revoluta, base
cuneada, ápice obtuso e são praticamente glabras, exceto ao longo da
nervação e nas axilas das nervuras laterais.
As flores, pouco vistosas, hermafroditas, com ovário trilocular e pedúnculo de
até 2,2 cm de comprimento, possuem geralmente 6 pétalas brancas de 2 mm
de largura por 5 mm comprimento.
Os frutos são cápsulas tri-aladas, glabras, de coloração marrom, com 1,5 a 2
cm de largura por 1 a 2 cm de comprimento. As sementes são elípticas a
ovaladas e medem cerca de 2 mm de largura por 5 mm de comprimento.

Fenologia: A floração ocorre de novembro a janeiro e a frutificação de


fevereiro a abril, mas as cápsulas abertas permanecem presas nos ramos por
mais algum tempo.

Utilização: A madeira, moderadamente pesada e dura, torna-se desprezível


devido as pequenas dimensões do tronco.
É ornamental, seu cultivo em vasos e pequenos jardins merece ser investigado
e difundido. As flores são visitadas por abelhas, indicando potencial melífero.

Ecologia e Propagação: Espécie decídua, heliófita e comporta-se como


pioneira. Propagação via sementes e dispersão autocórica.
Os frutos precisam ser colhidos diretamente na planta assim que iniciarem a
abertura espontânea. Em seguida, deixá-los no sol para completar a abertura e
liberação das sementes. A semeadura deve ser feita em canteiros com
substrato rico em matéria orgânica, a pleno sol e irrigação diária. Taxa de
germinação baixa e o crescimento em campo é moderado.

Distribuição Geográfica: É uma espécie endêmica do Brasil, ocorre em Santa


Catarina. É encontrada próximo das escarpas da Serra Geral, tanto na Mata
Nebular (Floresta Ombrófila Mista Altomontana), quanto nos Campos de
Altitude.
Sapium glandulosum
Nome Científico: Sapium glandulosum (L.) Morong
Família: Euphorbiaceae
Nomes Populares: leiteiro, pau-leiteiro, pau-de-leite, leiteiro-da-folha-graúda,
pau-de-leite, leiteiro-mata-olho, leiterão, pela-cavalo, mata-olho
Sinonímia Botânica: Omphalea glandulata Vell., Sapium
aubletianum (Müll.Arg.) Huber, Sapium aucuparium Jacq., Sapium
biglandulosum (L.) Müll.Arg., Sapium claussenianum (Müll.Arg.) Huber, Sapium
cremostachyum (Baill.) I.M.Johnst., Sapium glandulatum (Vell.) Pax, Sapium
haematospermum var. saltense O’Donell & Lourteig, Sapium
klotzchianum (Müll.Arg.) Huber, Sapium marginatum Müll.Arg., Sapium
marginatum var. lanceolatumMüll.Arg., Sapium occidentale (Müll.Arg.)
Huber, Stillingia aucuparia (Jacq.) Oken, Stillingia biglandulosa (L.) Baill.
Descrição: Arvore inerme e lactescente, de 5 a 20 m de altura, possui copa
globosa, com folhas geralmente pendentes dispostas nas pontas dos ramos.
Apresenta tronco cilíndrico, geralmente reto, com casca externa finamente
fissurada, de coloração acinzentada e casca interna amarelada, de textura
curto-fibrosa.
Suas folhas são simples, alterno-espiraladas, glabras, membranáceas,
lanceoladas a oblongo-lanceoladas e medem de 2 a 6 cm de largura por 7 a 16
cm de comprimento. Apresentam ápice acuminado, base atenuada, margem
levemente serreada e pecíolo de até 15 mm de comprimento, com 2 glândulas
eretas no ápice.
As flores, pequenas, amarelas, apétalas e actinomorfas, são dispostas em
espigas terminais de 8 a 16 cm de comprimento. As flores masculinas
concentram-se no ápice das inflorescências e as femininas na base.
Os frutos são cápsulas globosas, tricocas, de coloração avermelhada, medem
de 8 a 10 mm de diâmetro e possuem 3 sementes com arilo vermelho.

Fenologia: A floração ocorre de setembro a dezembro e a frutificação de


janeiro a maio.

Utilização: A madeira, branca, leve e de baixa durabilidade quando exposta, é


usada apenas para caixotaria, artefatos indígenas e como lenha.
O exsudado é considerado cáustico e produz irritação quando em contato com
olhos e mucosas. Pode ser usada como fonte alternativa de látex.
Na medicina popular, o chá das sementes é indicado como poderoso purgativo,
devendo ser consumido em doses fracas.
A espécie possui potencial para o paisagismo de grandes áreas e na
recuperação de áreas degradadas, especialmente na mata de araucária,
inclusive em matas ciliares.

Ecologia e Propagação: Espécie decídua, heliófita ou de luz difusa e seletiva


higrófila. Propagação via sementes e dispersão autocórica e ornitocórica.
Para propagar, inicialmente é necessário inicialmente colher os frutos quando
iniciarem a abertura espontânea. Após a colheita, acomodá-los no sol para
completarem a abertura e liberação das sementes. A semeadura deve ser feita
direto em canteiro, com substrato organo-arenoso, semi-sombreado e irrigação
diária. Precisam ser transplantados para recipientes individuais quando
atingirem 5 cm de altura. Taxa de germinação baixa e emergência em até 45
dias. Crescimento rápido.

Distribuição Geográfica: Ocorre em todo o Brasil, sendo encontrada em


diversas formações florestais, principalmente em clareiras e no sub-bosque na
Floresta Ombrófila Mista.

Sapium haematospermum
Nome Científico: Sapium haematospermum Müll. Arg
Família: Euphorbiaceae
Nomes Populares: leiteiro, leiteira, pau-leiteiro, toropi, sarã, sarã-de-leite,
leiteiro-chorão, carrapateira, fruto-de-gambá, fruto-de-cachorro, mata-ratos,
curupí, pega-pega, burra-leiteira
Sinonímia Botânica: Excoecaria marginata var. stenophylla (Müll.Arg.)
Müll.Arg., Excoecaria tijucensis Müll.Arg., Sapium
biglandulosum var. longifolium Müll.Arg., Sapium
biglandulosum var. stenophyllumMüll.Arg., Sapium gibertii Hemsl., Sapium
linearifolium Hemsl., Sapium longifolium (Müll.Arg.) Huber, Sapium
marginatum var. stenophyllum Müll.Arg., Sapium rojasii H.Lév., Sapium
squarrosum Klotzsch ex Pax, Sapium stenophyllum (Müll.Arg.) Huber, Sapium
tijucense Huber, Stillingia salicifolia Klotzsch ex Baill., Excoecaria
haematosperma (Müll.Arg.) Müll.Arg.
Descrição: Arvore inerme e lactescente, de 4 a 12 m de altura, com copa
irregular, baixa e ramificações pendentes. Possui tronco cilíndrico, curto e
tortuoso, de até 50 cm de diâmetro, com casca externa grossa, fissurada
longitudinalmente, de coloração cinza-enegrecido e casca interna amarelada.
Suas folhas são simples, alterno-espiraladas, glabras, subcoriáceas, estreito-
lanceoladas, com ápice e base agudas, margem crenulada e pecíolo de até 18
mm de comprimento, geralmente com 2 glândulas arredondadas e sésseis no
ápice. Medem de 1 a 2,5 cm de largura por 5 a 20 cm de comprimento.
As flores, pequenas, amarelas, apétalas e perfumadas, são dispostas em
espigas terminais de 8 a 14 cm de comprimento.
Os frutos são cápsulas globosas, de cor verde, aproximadamente 10 mm de
diâmetro e contendo até 4 sementes com arilo vermelho em seu interior.

Fenologia: A floração ocorre de agosto a dezembro e a frutificação de


dezembro a março.

Utilização: A madeira, leve, macia e de baixa durabilidade natural, é usada na


fabricação de caixotes, cepas de tamancos e carpintaria.
O látex é empregado no tratamento de verrugas e utilizado na fabricação
caseira de um tipo de borracha, considerada sucedânea da seringueira (Hevea
brasiliensis).
As sementes são usadas como veneno para ratos, mas prontamente
disseminada pela avifauna sem que haja intoxicação. As flores são melíferas.
Seu plantio é indicado para recuperação de florestas ciliares, para o
paisagismo em parques, áreas amplas e composição de cercas-vivas.

Ecologia e Propagação: Espécie decídua, heliófita, pioneira ou de luz difusa e


seletiva higrófita. Propagação via sementes e facilmente através de estaquia.
Dispersão autocórica, hidrocórica e zoocórica.
Para propagar via sementes, é necessário inicialmente colher os frutos quando
iniciarem a abertura espontânea. Após a colheita, colocá-los no sol para
completarem a abertura e liberação das sementes. A semeadura deve ser feita
logo em seguida, em canteiro com substrato organo-arenoso, semi-sombreado
e irrigação diária. As mudas precisam ser transplantadas para recipientes
individuais quando atingirem 5 cm de altura. Taxa de germinação moderada e
emergência em até 45 dias. Crescimento rápido.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do Mato Grosso e


Goiás até o Rio Grande do Sul, principalmente nas Florestas Estacionais das
bacias dos rios Paraná e Uruguai, e no Pantanal. Habita preferencialmente
planícies de inundação, várzeas e margens de rios.

Mabea fistulifera
Nome Científico: Mabea fistulifera Mart.
Família: Euphorbiaceae
Nomes Populares: canudo-de-pito, canudeiro, canudo-de-cachimbo,
mamoninha, mamoninha-do-mato, mamona-do-mato
Sinonímia Botânica: Mabea fistulifera Benth.
Descrição: Árvore monóica e lactescente, de até 15 m de altura, dotada de
copa globosa e ramos pendentes, ocos e com pilosidade ferrugínea na fase
jovem. Possui tronco de até 50 cm de diâmetro, com casca externa pardo-
acinzentada, estriada em indivíduos jovens e fissurada em adultos.
Suas folhas são simples, alternas, elípticas a oblongo-elípticas, estipuladas,
pecioladas (até 2 cm), verde-escuras e brilhantes na face adaxial, verde-
amareladas e com uma faixa ferrugínea junto à nervura central na face abaxial,
margem serreada, ápice acuminado, base aguda a obtusa e medem de 2 a 5
cm de largura por até 16 cm de comprimento.
As flores agrupam-se em inflorescências pendentes, paniculiformes e
terminais, funcionalmente hermafroditas, com flores masculinas apicais, mais
numerosas, e flores femininas na base.
Os frutos são cápsulas tricocas, subglobosas, com epicarpo lenhoso,
ferrugíneo e levemente trisulcado, de 1 a 2 cm de diâmetro, contendo
normalmente 3 sementes oblongas, com carúncula, medindo 4 a 6 mm de
largura por até 9 mm de comprimento.

Fenologia: A floração ocorre de fevereiro a maio e a frutificação de setembro a


outubro.

Utilização: A madeira, moderadamente pesada e durável, é usada para


carpintaria em geral.
A produção de pólen e néctar dessa espécie representa uma importante fonte
alimentar para insetos, morcegos, gambás e aves, como fonte alternativa de
alimento durante a estação seca, uma fase em que a disponibilidade de outros
alimentos pode estar escassa.
Das sementes é possível extrair óleo essencial com potencial para produção de
biodisel, considerado de qualidade, que pode ser utilizado com sucesso em
misturas com o diesel mineral. Na medicina popular, as inflorescências são
preconizadas como anti-inflamatório.
Seu plantio é indicado na recuperação de áreas degradadas de preservação
permanente, bem como para formação de sistemas agroflorestais.

Ecologia e Propagação: Espécie semidecídua, heliófita, seletiva xerófita e


pioneira. Propagação via sementes. Dispersão zoocórica, mas principalmente
autocórica.
Para propagar via sementes, é necessário inicialmente colher os frutos quando
iniciarem a explosão espontânea. Em seguida, colocá-los ao sol para
completarem a abertura e liberação das sementes. A semeadura pode ser feita
direto em canteiro com substrato organo-argiloso, a pleno sol e irrigação diária.
Necessitam ser transplantados para recipientes individuais quando atingirem 5
cm de altura. Taxa de germinação baixa e emergência em até 45 dias.
Crescimento moderado.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do Amapá e


Amazonas até o norte do Paraná, principalmente no Cerrado e em áreas de
transição com a Floresta Estacional Semidecidual. É encontrada com mais
frequência nas regiões Sudeste e Centro-oeste, habitando principalmente
bordas de florestas, beira de estradas e formações antropizadas.

Croton floribundus
Nome Científico: Croton floribundus Spreng.
Família: Euphorbiaceae
Nomes Populares: capixingui, tapixingui, capexingui, velame, capoeira-preta,
lixeira, sangra-d’água, sangue-de-dragão, sangue-de-drago, velame
Sinonímia Botânica: Croton maracayuensis Chodat & Hassl.
Descrição: Árvore lactescente de até 15 m de altura, dotada de copa
normalmente rala e irregular. Apresenta tronco de até 50 cm de diâmentro, com
casca externa acinzentada, áspera ou rugosa, lenticelada e escamosa. A casca
interna é amarelo-esverdeada e quando ferida exsuda pouco látex aquoso,
levemente avermelhado ou incolor, de sabor adstringente.
Suas folhas são simples, alternas, elípticas ou elíptico-lanceoladas,
cartáceas, pecioladas (até 3 cm), densamente pubescente, prateadas e com
nervuras proeminentes na face abaxial, apresentam margem inteira, ápice
agudo, base obtusa ou arredondada e medem de 4 a 7 cm de largura por até
18 cm de comprimento.
As flores, unissexuadas e amareladas, agrupam-se em racemos terminais
pendentes de até 30 cm de comprimento, sendo as flores masculinas apicais e
femininas basais.
Os frutos são cápsulas tricocas, inicialmente esverdeadas e verde-amareladas
quando maduras, contendo sementes lisas, oblongas e com carúnculo.

Fenologia: A floração ocorre de outubro a novembro e a frutificação de janeiro


a fevereiro.
Utilização: A madeira, moderadamente pesada e de baixa durabilidade
natural, é usada para a caixotaria, confecção de objetos leves, chapas, móveis
de segunda linha e para tabuados de uso interno em geral.
Na medicina popular, é indicada como anti-inflamatória e antimicrobiana, usada
contra diárreias e outros problemas digestivos, além de servir para lavar
feridas.
Suas flores são melíferas e atraem diversas espécies de abelhas. Seu plantio é
indicado para recuperação de áreas degradadas.

Ecologia e Propagação: Espécie semidecídua ou decídua, heliófita e pioneira.


Propagação via sementes. Dispersão ornitocórica, barocórica, mas
principalmente autocórica.
Para propagar via sementes, é necessário inicialmente colher os frutos quando
iniciarem a explosão espontânea. Após a colheita, colocá-los no sol para
completarem a abertura e liberação das sementes. Para quebrar a dormência e
homogeneizar a germinação, indica-se um choque térmico nas sementes, com
imersão em água ao ponto de ebulição e submersão durante mais 10 minutos
fora do aquecimento. A semeadura deve ser feita em canteiro, com substrato
organo-argiloso, a pleno sol e irrigação diária. Transplantar para recipientes
individuais quando as mudas atingirem 5 cm de altura. Taxa de germinação
baixa a moderada e emergência em até 45 dias. Crescimento rápido.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do Maranhão, Mato


Grosso e Acre até o Paraná. É encontrada preferencialmente em formações
secundárias e borda de florestas, sobre solos argilosos, formando algumas
vezes populações numerosas. Apresenta ampla distribuição na região Sudeste,
especialmente em São Paulo, sendo particularmente frequente na Floresta
Estacional Semidecidual da bacia do Rio Paraná.

Croton urucurana
Nome Científico: Croton urucurana Baill.
Família: Euphorbiaceae
Nomes Populares: sangra-d’água, sangue-de-drago, urucurana, capixingui,
tapixingui
Sinonímia Botânica: Croton paulinianusMüll.Arg., Oxydectes
pauliniana (Müll.Arg.) Kuntze, Croton draconoides Müll.Arg., Oxydectes
urucurana (Baill.) Kuntze
Descrição: Árvore lactescente de 7 a 14 m de altura, dotada de copa rala e
irregular, tronco cilíndrico de até 40 cm de diâmentro, com casca externa fina,
lenticelada, pouco áspera, de cor acinzentada e casca interna de cor
amarelada, que quando ferida exsuda látex aquoso, claro-avermelhado, de
sabor adstringente.
Suas folhas são simples, alternas, cordadas ou oval-lanceoladas,
membranáceas, longopecioladas (até 12 cm), glandulosas na inserção do
pecíolo, com margem inteira, ápice agudo ou acuminado, base obtusa a
cordada, densamente pubescentes, prateadas e com nervuras proeminentes
na face abaxial e ásperas, com nervuras impressas na face adaxial. Medem de
5 a 12 cm de largura por até 20 cm de comprimento. As folhas velhas são
alaranjadas.
As flores são branco-amareladas e agrupam-se em racemos terminais
pendentes de até 40 cm de comprimento.
Os frutos são cápsulas tricocas, recobertas por pilosidade ferrugínea, contendo
normalmente uma semente, globosa e estriada.

Fenologia: A floração ocorre de dezembro a maio e a frutificação de março a


agosto.

Utilização: A madeira, moderadamente pesada, dura e resistente, é própria


para a confecção de canoas, obras hidráulicas e externas. Presta-se também
para marcenaria e carpintaria.
É bastante conhecida por suas propriedades analgésicas, anti-inflamatória,
anti-hemorrágica, antirreumática, antimicrobiana e anticancerígena. O látex é
particularmente aplicado sobre ferimentos, com objetivo de estancar o
sangramento, acelerar a cicatrização e eliminar infecções. O chá da casca é
indicado para curar problemas do sistema digestivo.
Espécie nectarífera e melífera, muito atrativa para beija-flores e inúmeros
insetos. As sementes são consumidas por pássaros. Seu plantio é indicado
para recuperação de áreas degradadas, para sombreamento de espécies mais
tardias, inclusive em matas ciliares e terrenos brejosos. Serve para arborização
urbana em geral.

Ecologia e Propagação: Espécie decídua, heliófita, pioneira e seletiva


higrófita. Propagação via sementes. Dispersão ornitocórica, hidrocórica e
autocórica.
Para propagar via sementes, é necessário inicialmente colher os frutos quando
iniciarem a explosão espontânea. Após a colheita, precisam ser colocados ao
sol para completarem a abertura e liberação das sementes. A semeadura deve
ser feita em canteiro com substrato organo-argiloso, sem tratamento pré-
germinativo, a pleno sol e com irrigação diária. Transplantar para recipientes
individuais quando as plântulas atingirem 5 cm de altura. Taxa de germinação
alta e emergência em até 45 dias. Crescimento rápido.
Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente do Amazonas e
Maranhão até o Rio Grande do Sul. É encontrada principalmente na Floresta
Estacional Semidecidual, mas aparece em diversas formações florestais,
habitando principalmente florestas ribeirinhas e formações secundárias,
formando algumas vezes populações homogêneas.

Cnidoscolus bahianus
Nome Científico: Cnidoscolus bahianus (Ule) Pax & K. Hoffm.
Família: Euphorbiaceae
Nomes Populares: faveleira, favela, favelinha-branca, favela-branca, favela-
brava, favela-de-galinha, favelo-figo
Sinonímia Botânica: Jatropha bahiana Ule, Jatropha
bahiana var. rupestris Ule
Descrição: Arbusto ou pequena árvore espinhenta e lactescente, de até 7 m
de altura, dotada de copa rala e tendendo a corimbiforme. Possui tronco curto,
de até 25 cm de diâmetro, com casca externa castanho-acinzentada. Os ramos
apresentam tricomas urticantes aculeiformes.
Suas folhas são simples, alterno-espiraladas, palmatilobadas (com 3 a 5 lobos)
ou às vezes inteiras e ovaladas, cartáceas, estipuladas, pecioladas (até 7 cm),
com glândulas dispostas geralmente em dois conjuntos no ápice do pecíolo,
tricomas urticantes aculeiformes em ambas as faces, base cordada, margem
sinuosa e denteada, terminando em pequenos espinhos, e medem de 6 a 16
cm de largura por comprimento semelhante.
As flores, unissexuadas, pentâmeras e de coloração branca, agrupam-se em
dicásios subterminais e terminais, de até 7 cm de comprimento.
Os frutos são cápsulas loculicidas e tricocas, globosas, ovaladas ou elípticas,
geralmente recobertas de tricomas urticantes e quando imaturas comumente
são esbranquiçadas. Medem de 7 a 14 mm de largura por até 18 mm de
comprimento e contêm 3 sementes oblongas, de coloração castanho-claro,
com máculas mais escura e carúncula esbranquiçada.

Fenologia: A floração ocorre de março a junho e a frutificação de abril a julho.

Utilização: A madeira, leve, macia e pouco resistente em ambiente externo,


devido as pequenas dimensões disponíveis, é apenas usada localmente em
construções rurais e para lenha e carvão.
As folhas e os ramos novos apresentam potencial forrageiro, as flores são
melíferas e as sementes oleaginosas.
Seu plantio é indicado na recuperação de áreas degradadas, pois é
considerada rústica, de rápido crescimento e adaptada a solos secos.

Ecologia e Propagação: Espécie decídua, heliófita, pioneira e seletiva


xerófita. Propagação via sementes e dispersão autocórica e zoocórica.
Para propagar, é necessário colher os frutos logo que iniciarem a abertura
espontânea. Em seguida, deixá-los secando no sol para terminarem a abertura
e liberação das sementes. A semeadura deve ser feita em canteiros com
substrato argilo-arenoso, a pleno sol e irrigação diária. O transplantio para
recipientes individuais precisa ser feito quando as plântulas atingirem 6 cm de
altura. Taxa de germinação alta e emergência em até 30 dias. Crescimento
rápido.

Distribuição Geográfica: Ocorre naturalmente na região Nordeste do Brasil,


adentrando até o norte de Minas Gerais e com alguns registros esparsos em
Goiás e no Mato Grosso. É encontrada principalmente na Caatinga, sobre solo
argilo-arenoso.

Alchornea sidifolia
Nome Científico: Alchornea sidifolia Müll. Arg.
Família: Euphorbiaceae
Nomes Populares: tapiá, tapiá-guaçu, tapiá-mirim, tanheiro, tanheiro-de-folha-
redonda, tanheiro-gay, tanheiro-peludo, tamanqueiro, iricurana, canela-raposa
Sinonímia Botânica: Alchornea columnularis Müll. Arg., Alchornea
pycnogyne Müll. Arg., Alchornea sidifolia fo. eusidifolia Pax & K.
Hoffm., Alchornea sidifolia fo. intermedia Pax & K. Hoffm., Alchornea
sidifolia fo. pycnogyne (Müll. Arg.) Pax & K. Hoffm., Alchornea sidifoliaKlotzsch
Descrição: Árvore dióica de grande porte, até 30 m de altura, dotada de copa
densa e larga. Possui tronco de até 1 m de diâmetro, normalmente tortuoso,
com casca externa lenticelada, de coloração acinzentada. Os ramos jovens e
as inflorescências apresentam indumento denso-velutino.
Suas folhas são simples, cartáceas, suborbiculares ou obovadas, longo-
pecioladas (até 14 cm), com glândulas na base, 3 nervuras principais, margem
levemente glandulosa-denteada e revoluta, ápice agudo a obtuso e base
truncada ou levemente cordada. Apresentam indumento denso-velutino na face
abaxial, são glabrescentes na face adaxial e medem de 6 a 12 de largura por 8
a 18 cm de comprimento.
As flores masculinas, com estames de até 2 mm, pedicelos de 0,5 a 1 mm e
indumento denso-velutino, formam glomérulos multiflorais e reúnem-se em
panículas axilares de até 30 cm de comprimento. As flores femininas são
sésseis e agrupam-se em espigas axilares de até 25 cm de comprimento.
Os frutos são cápsulas tricocas, elípticas e pilosas, de até 1 cm de diâmetro,
com sementes ovais a globosas, enegrecidas, rugosas e recobertas por
sarcotesta (arilo) vermelha, levemente muricada.

Fenologia: A floração ocorre de outubro a dezembro e a frutificação de


dezembro a fevereiro.

Utilização: A madeira, leve, macia e de baixa durabilidade quando exposta,


não é indicada para obras externas, mas é indicada para carpintaria, como
tabuados internos, caixotaria leve, cepas de tamanco, etc.
Por ser uma espécie rústica, é indicada na recuperação de áreas degradadas.
Presta-se também para o paisagismo rural e de áreas amplas.

Ecologia e Propagação: Espécie semidecídua, heliófita, pioneira ou


secundária inicial e seletiva higrófita. Propagação via sementes e dispersão
barocórica e ornitocórica.
Para propagar via sementes, é necessário inicialmente colher os frutos quando
iniciarem a abertura espontânea. Após a colheita, devem ficar dispostos ao sol
para completarem a abertura e liberação das sementes. A semeadura deve ser
feita em canteiro com substrato organo-argiloso, a pleno sol e irrigação diária.
Transplantar para recipientes individuais quando as plântulas atingirem 6 cm de
altura. Taxa de germinação moderada e emergência em até 60 dias.
Crescimento considerado rápido.

Distribuição Geográfica: No Brasil ocorre naturalmente de Minas Gerais até o


Rio Grande do Sul. Habita preferencialmente a Floresta Ombrófila Densa,
sendo encontrada principalmente nas margens de rios e planícies aluviais, mas
aparece também nas Florestas Estacionais e esporadicamente na Floresta
Ombrófila Mista, em altitudes abaixo de 1000 m.

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