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Tanatologia Forense

Tanatologia Forense
• Do grego “thanatus” = morte e logia = estudo, estudo da morte e seus fenômenos;
• Na Grécia Antiga, em sua mitologia, entende-se que Tânatos (Thanatos), filho de Nix (noite) e Érebro (escuridão do mundo inferior) era irmão gêmeo de Hípnos. Thanatos era a personificação da morte, que nascido
em 21 de agosto, tinha essa data como o dia preferido para arrebatar as vidas enquanto Hípnos era a personificação do sono.
• Ramo da medicina legal que analisa a morte e os fenômenos a ela relacionados.
• Ciência que analisa desde o exame do local, da vítima (cadáver) e demais circunstâncias que envolveram a morte como a identificação do cadáver, o mecanismo e causa da morte, diagnóstico diferencial quanto ao tipo
de morte, por acidente, suicídio ou natural, os exames complementares, informações clínico assistenciais que anteveem a morte.
• Ciência multidisciplinar e complexa; envolve informações policiais, clínicas, sociais, relatos de fatos, análises do perito médico,
• Considerar todo o processo que levou à parada dos sinais vitais, avaliando-se o tempo, lugar, fenômenos post-mortem para a adequada interpretação e apoio à investigação criminal.
• É a parte da Medicina Legal que estuda a morte e as suas repercussões na esfera jurídico-social. A morte, na sua acepção mais simples, consiste na cessação total e irreversível das funções vitais.
• 4 a 10% das necropsias tem causa da morte indeterminada, mesmo depois de realizada a perícia médico legal.
• Impossível fazer um diagnóstico diferencial médico-legal .
• Serve de auxílio em decisões judiciais e pareceres policiais;
• História
• Em 1846, a Academia de Ciências de Paris - morte significava a ausência de respiração, de circulação e de batimentos cardíacos.
• Paul Brouardel, - coração não sustenta a vida sozinho. Uma pessoa decapitada pode ter batimentos cardíacos por uma hora, o que não quer dizer que ela esteja viva.
• 1950 - critérios para definir o fim da vida - acontece quando as células do cérebro param totalmente de funcionar e desligam o tronco encefálico que controla funções automáticas, como a respiração e a circulação.
• Primeira definição de morte - ausência de circulação e respiração
• Se o coração parar de bater, a circulação é interrompida na mesma hora. Nos 3 primeiros minutos, a recuperação é quase certa porque o organismo tem reserva de oxigênio e nutrientes
• Depois de 5 minutos, pode haver danos permanentes como perda da fala ou de movimentos;
Divisões
• 1. Tanatolegislação, é o conjunto de normas legais concernentes à morte e ao cadáver,
principalmente pelo fato da morte ser um fenômeno intimamente ligado ao direito.
• 2. Tanatosemiologia, que busca aprofundar o conhecimento dos sinais ou fenômenos cadavéricos
ocorridos.
• 3. Tanatodiagnóstico, que visa o estudo do conjunto de sinais biológicos e propedêuticos que
permitem afirmar o estado de morte real.
• 4. Tanatoscopia também chamada de tanatopsia ou necropsia, exame detalhado de observação
do cadáver, verificando e analisando as possíveis realidades da causa morte.
• 5. Tanatopraxia ou tanatoconservação, analisa uma série de técnicas para garantir as
características gerais do cadáver durante a avaliação pericial e,
• 6. Maquiagem cadavérica.
• 7. Cronotanatognose, aprofunda o saber sobre o tempo da morte, ou seja, meios de identificar
quanto tempo se passou da morte de acordo com os sinais do cadáver e,
• 8. Tanatoquímica – fenômenos químicos realcionados a morte;
• 9. Causa Jurídica da morte;
• 10. Necropapiloscopia – identificação da identidade do cadáver;
1. TANATOLESGILAÇÃO
• Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM) de acordo com a Lei no 3.268/1957, de 30 de setembro de 1957 e a Resolução 1480/97, regulamentada pelo Decreto no 44.045,
de 19 de julho de 1958, morte é a parada total e irreversível das funções encefálicas.
• Exames Clínicos para o coma irreversível com a reatividade inespecífica, dolorosa e vegetativa, de causa definida. Ausência de reflexos corneano, oculoencefálico, oculovestibular
e do vômito. Positividade do teste de apneia.
• Exames Clínicos para o coma irreversível com EEG plano por 30 min., com intervalo de 24h (exceto crianças, casos de uso de drogas como depressoras do SNC, distúrbios
metabólicos ou endócrinos); ausência de reflexos cefálicos como hipotonia e midríase; ausência de respiração espontânea; estruturas vitais do encéfalo lesadas irreversivelmente.
• Excluem-se dos critérios acima, os casos de intoxicações metabólicas, intoxicações por drogas ou hipotermia);
• Exame Complementar: ausência das atividades bioelétrica ou metabólica cerebrais ou da perfusão encefálica (isso em pessoas com mais de 2 anos).
• Período de observação desse estado clínico = no mínimo, 6 horas.
• L 8.501/92 - Dispõe sobre a utilização de cadáver não reclamado, para fins de estudos ou pesquisas científica
• RESOLUÇÃO CFM nº 1.480/97 - Sobre o diagnóstico de morte para fins de transplante de órgãos
• L 9.434/97 - Remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento
• DEC. 2.268/97 - Regulamenta a Lei nº 9.434/97 - Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fim de transplante e tratamento
• CCB:
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a
data provável do falecimento.
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente
mortos.
• CPP Art. 162. A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele
prazo, o que declararão no auto.
1. TANATOLEGISLAÇÃO
• Certidão de óbito contem o local e a causa da morte, o dia e a hora da morte.
• O dia e hora da morte - direito dos herdeiros e legatário de sucederem o morto, e cessam os direitos e obrigações do morto.
• Código Civil artigo 7º - morte presumida - mesmo quando não há certeza, declare-se a morte de alguém, onde as circunstâncias levam a crer em sua morte;
• “se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida”, o juiz poderá, em uma sentença, declarar que a pessoa está morta e fixar a data da morte e a lei
tratará o caso como se a morte tivesse ocorrido na data declarada na sentença.
• Depois de encerradas as buscas oficiais ou desistir de procurá-lo antes que as autoridades encerrem as buscas), o juiz se informará baseado nas opiniões das autoridades e
especialistas, pois a família não necessariamente tem o conhecimento técnico necessário.
• A declaração de morte presumida, só pode ser pedida depois “de esgotadas as buscas e averiguações”. A partir da declaração de encerramento de buscas os interessados podem
pedir a declaração da morte presumida.
• Declaração de óbito
• História
• Até o final do século XIX, cada país possuía um modelo diferente de atestado de óbito,
• Organização de Saúde da Liga das Nações criou modelo internacional, e a partir de 1950 passou a ser utilizado por todos os países.
• O Brasil em 1976, adotou uma Declaração de Óbito padronizada em todo o território nacional com base o modelo internacional de atestado de óbito.
• A certidão de óbito - documento público emitido por um Cartório de Registro Civil, cujo conteúdo é extraído daquilo que foi registrado no livro de assentamento presente no
cartório.
• No Brasil em dois formatos: em breve relato, que traz os dados principais inscritos no livro de assentamento ou em inteiro teor, que reproduz tudo o que foi escrito no livro.
• A Declaração de Óbito ou atestado de óbito é o documento médico que declara o término da vida de um indivíduo, apontando também as causas que ocasionaram a morte.
1. TANATOLESGILAÇÃO
• A Declaração de Óbito é um documento público, padronizado, impresso pelo Ministério da Saúde e de distribuição gratuita. Cada formulário possui 3 vias.
• 1ª via (branca) para fins estatísticos
• 2ª via (amarela) entregue aos familiares para possibilitar o registro em cartório e o sepultamento (a Secretaria Municipal de Saúde retira a 1ª via depois no cartório),
• 3ª via (rosa) deve ser retida e armazenada pelo estabelecimento de saúde, pelo serviço de verificação de óbitos ou pelo IML.

• A Declaração de Óbito deve ser preenchida para todos os óbitos, inclusive os fetais, independente do local de ocorrência (estabelecimentos de saúde, domicílios ou outros locais).

• O óbito é considerado fetal quando a duração da gestação é igual ou superior a 20 semanas, ou peso do feto é igual ou superior a 25 cm. Em qualquer dos casos deve haver
emissão de DO.
• A descrição das causas de morte - definida como "a doença ou lesão que iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram diretamente à morte, ou as
circunstâncias do acidente ou violência que produziram a lesão fatal) (OMS, 1996).
• Cadáveres e Ensino
• Século XIX – enterro em túmulos de ferro, com caixões duplos ou triplos, blindados com concreto ou repletos de travas para evitar o roubo.
• Em 1828, os ingleses Burke e Hare foram acuados de assassinar pelo menos 15 pessoas para vendê-las a um anatomista.
• Na legislação brasileira, existem três formas de doação de cadáveres para as instituições de ensino:
• - a doação em vida (através de documentação registrada em cartório),
• -a doação pela família e
• - a doação de cadáveres não reclamados no prazo de 30 dias (indigentes e pacientes psiquiátricos);

"O cadáver não reclamado junto às autoridades públicas no prazo de trinta dias poderá ser utilizado pelas escolas de Medicina" (artigo 2° da lei 8501/92).
• Conflitos éticos, morais, sociais e legais - problemas como a escassa disponibilidade de corpos, uma vez que a maioria das famílias deseja enterrar seu ente por questões de
ordem religiosa ou mesmo por considerar indigno o não sepultamento.
• Devido à escassez, afloraram contravenções do tipo roubo de cadáveres, existindo relatos muito antigos neste sentido.
1. TANATOLESGILAÇÃO
• CPP. Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e
responderão aos quesitos formulados.
• CPP. Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade policial providenciará para que em dia
previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.
• Parágrafo Único: O administrador do cemitério público ou particular indicará o lugar o lugar da sepultura, sob pena de
desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de se encontrar o cadáver em lugar não
destinado a exumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará o auto.
• CPP. Art. 164. Os cadáveres serão, sempre que possível, fotografados na posição em que forem encontrados.
• CPP. Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame
provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados.
• CPP. Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto
de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquisição de testemunhas, lavrando-se auto de
reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.
• Parágrafo Único: Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os objetos encontrados que possam ser úteis
para a identificação do cadáver.
• CP. Art. 210. Violar ou profanar sepultura ou urna funerária: Pena - reclusão, de um a três anos e multa.
• CP. Art. 211. Destruir, ou subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: Pena - reclusão, de um a três anos e multa.
• CP. Art. 212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: Pena - reclusão de um a três anos e multa.
1. TANATOLESGILAÇÃO
• Normalmente os cadáveres são liberados com base na legislação em vigor desde a década de 1940: Art° 166 - “Havendo dúvida
sobre a identificação do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou
REPARTIÇÃO CONGÊNERE ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no qual se
descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações”.
• Lei no 8.501, de 30 de novembro de 1992, dispõe sobre a utilização de cadáver não reclamado, para fi ns de estudos ou pesquisas
científi cas e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ Leis/L8501.htm>
• Lei no 9.434, de 04 de fevereiro de 1997, Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fi ns de
transplante e tratamento e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ LEIS/L9434.htm>
• Lei das Contravenções Penais. Art. 67 – Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3688.htm>
• Decreto Federal 20.931, 11 de janeiro de 1932. Regula e fi scaliza o exercício da medicina, da odontologia, da medicina veterinária
e das profi ssões de farmacêutico, parteira e enfermeira, no Brasil, e estabelece penas. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/D20931.htm> Alterado anexo IV por Decreto de 12/07/1991.
• <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/DNN/Anterior%20a%202000/1991/ Dnn195.htm>
• Lei no 6.126 30.06.75. Altera a Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, que dispõe sobre os registros públicos. Disponível em:
<http://www010.dataprev. gov.br/sislex/paginas/42/1975/6216.htm>
• Código de Ética Médica. Disponível em: <http://www.portalmedico.org.br/ novocodigo/integra.asp>
2. TANATOSEMIOLOGIA
• Diagnóstico de Morte Clínica - coma irreversível com reatividade inespecífica, dolorosa e vegetativa, de causa definida.
• Ausência de reflexos corneanos, oculoencefálico, oculovestibular e do vômito.
• Positividade do teste de apneia.
• Coma irreversível com EEG plano por 30 min., com intervalo de 24h (exceto crianças, casos de uso de drogas como depressoras
do Sistema Nervosos Central (SNC), distúrbios metabólicos ou endócrinos);
• Ausência de reflexos cefálicos como hipotonia e midríase;
• Ausência de respiração espontânea;
• Estruturas vitais do encéfalo lesadas irreversivelmente. Excluem-se dos critérios acima, os casos de intoxicações metabólicas,
intoxicações por drogas ou hipotermia;
• Diagnóstico de Morte Complementar: ausência das atividades bioelétrica ou metabólica cerebrais ou da perfusão encefálica em
pessoas com mais de 2 anos. Observação desse estado clínico deverá ser de, no mínimo, 6 horas e registradas as observações.
2. TANATOSEMIOLOGIA
• Tipos de mortes:
• Morte encefálica;
• Morte natural – é aquela que resulta de uma patologia, pois é natural que um dia se morra.
• Morte violenta – é a que resulta de ato praticado por outra pessoa(homicídio), ou por si mesma (suicídio), ou em razão de
acidentes, sempre existindo responsabilidade penal a ser apurada.
• Morte suspeita: após investigação das circunstâncias em que o óbito ocorreu e de seu local, suspeita-se de que a causa tenha
sido violenta, e não natural.
• Morte real;
• Morte aparente - Entendida como um estado do organismo no qual as funções vitais se reduziram à um mínimo tal que dão a
impressão errônea da morte.
• Morte Catastrófica: é toda morte violenta de origem natural ou provocada.
• Morte Materna: morte de uma mulher durante uma gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação,
independente da duração ou localização da gravidez.
• Morte Fetal: morte de um produto da concepção antes da expulsão ou da extração completa do corpo da mãe, independente da
duração da gravidez.
• Morte presumida: identificada pela ausência ou desaparecimento de uma pessoa, logo após, identificada a morte encefálica ou
em países onde há pena de morte, com o agendamento do ato letal.
2. TANATOSEMIOLOGIA
• Análise e descrição dos fenômenos pós mortem ou fenômenos
cadavéricos.
• Classificação dos fenômenos cadavéricos:
• 1a. Abióticos Imediatos – Imobilidade, inconsciência, insensibilidade;
• 1b. Abióticos Mediatos – Paradas cardio-circulatória e respiratória;
• 1c. Abióticos Consecutivos ou Tardios – rigidez, cadavérica,
resfriamento, livores e hipóstases, mancha verde abdominal.
• 2a. Transformativos destrutivos – autólise, putrefação e maceração,
• 2b. Transformativos conservadores - mumificação e saponificação
3. TANATODIAGNÓSTICO
• Inspeção e descrição do diagnóstico dos sinais cadavéricos
especificados na Tanatosemiologia;
• Estabelece a realidade da morte e a causa médico legal e jurídica da
morte; natureza da lesões; local dos ferimentos; intensidade das
lesões; condições físicas das vítimas, e idade das vítimas.
• Exames auxiliares: analises de auscuta, palpação, E.C.G., E.E.G., Provas
de Icard, Raio X do Tórax, Arteriografia, Cintilografia, Tomografia,
Gotas de Éter ou Chama de Vela, Cardiopunção.
4. Tanatoscopia ou Necrópsia Forense
• Tanatoscopia, necrópsia, necroscopia, necrotomoscopia médico legal,
• Realizada nos casos de morte violenta (acidente, suicídio, homicídio);
• Objetivo: busca evidenciar a causa mortis do ponto de vista médico, auxiliando na determinação da natureza
jurídica da morte e informações sobre suas circunstâncias.
• Necrópsia cml: quando não houve morte natural ou com diagnóstico clínico improvável ou incerto; casos de
morte suspeita ou de morte violenta.
• Necrópsia clínica - realizada quando indicativa de necessidade. Importante haver o termo de consentimento
assinado por familiares e será arquivado junto ao processo clínico.
• Técnica: Tempo da inspeção externa: Descrição das vestes, sinais de morte; Descrição dos objetos, tempo de
morte; Elementos de identificação, inspeção das lesões; Compleição física, inspeção das cavidades.
• » Tempo da inspeção interna: Cavidade craniana, Órgão do pescoço, Cavidade torácica e abdominal,
Cavidades acessórias, Cavidade vertebral. As incisões das partes moles e as aberturas das estruturas ósseas
visam permitir a observação em loco e registro de alterações morfológicas, patológicas ou traumáticas;
• Pode-se retirar e cortar as peças para observação de forma individualizada com registro dos achados
relevantes;
• Coletar fluídos corporais e/ou vísceras e seus conteúdos para a realização de exames complementares,
desde de que justificado, pode ser realizado.
• Após a análise as vísceras devem ser devolvidas e feita as incisões necessárias.
4. Tanatoscopia ou Necrópsia Forense
• Meios auxiliares ao diagnóstico:
• » Exames de DNA.
• » Estudos metabólicos (usado nos casos de morte súbita infantil).
• » Exame bacteriológico (sangue, urina, LCR, outro).
• » Exame bioquímico (humor vítreo).
• » Exame de lesões por armas e ou instrumentos.
• » Exame de peças de vestuário (pesquisas de resíduo de disparo de arma de fogo, esperma, sangue, etc.)
• » Exame de instrumentos e projéteis alojados.
• » Exame histológico.
• » Exame necropapiloscópico;
• » Exames toxicológicos (alcoolemia, drogas de abuso, medicamentos, praguicidas, monóxido de carbono, SPA, etc).
• » Pesquisa de diatomáceas.
• » Pesquisa de esperma em cavidade oral, vaginal, anal, outra.
• » Pesquisa de resíduos de disparo de arma de fogo.
• » Raios X.
4. Tanatoscopia ou Necrópsia Forense
• Instrumental - Facas, bisturis, tesouras, pinças, balanças; recipientes para colheita de amostras, porta agulha,
agulhas, fios para sutura, aventais, luvas, máscaras, óculos dentre outros.
• Exumação - ato de retirar o cadáver da terra; desenterramento do cadáver com a finalidade de atender aos
recursos da justiça (cíveis ou médico legais) para a averiguação da exata causa de morte que talvez não
tenha sido clara no momento da autopsia inicial. Têm caráter judicial.
• Exumações administrativas: mudar a sepultura dentro de um mesmo cemitério; remover esqueleto para o
ossuário; retirar do cadáver ou restos esqueletais para cremação; translado dos restos humanos para outro
cemitério ou para o estrangeiro; trocar de urna funerária; recuperar jóias ou documentos.
• Os despojos poderam ser removidos para fins de translado, cremação, etc.
• Exumação judicial: inumações clandestinas em locais não autorizados; inumações em locais autorizados,
sem certidão de óbito; inumações cuja certidão de óbito não contemple de forma plena os dados exigidos
nesta; dúvidas quanto à identidade do morto; inumação em casos de morte violenta sem necropsia prévia;
necropsia incompleta ou parcial; erro, omissão ou contradição no exame necroscópico; falsa necropsia ou
simulação de necropsia, com descrição apenas das lesões externas; omissão nos procedimentos técnicos
detectados no laudo pericial; diagnóstico incompleto, insuficiente ou errado no laudo pericial; declaração de
óbito com diagnóstico impreciso, ocorrendo dúvidas quanto ao mecanismo da causa da morte; diagnóstico
baseado em alteração macroscópica sem lastro anatomopatológico; reconhecimento especial de
determinada lesão; recolhimento de determinado material tegumentar ou visceral.
4. Tanatoscopia ou Necrópsia Forense
• Laudo Necroscópico:
• 1. Identificação Cadavérica - processo sistemático e comparativo;
• » Histórico: informações sociais, policiais, relatos de vítimas, testemunhas, prontuário médico, etc.
• Dados obtidos do estudo pós-mortem;
• Dados ante-mortem do indivíduo obtidos através de histórico médicos, bancos de dados ou familiares;
• » Identificação: descrição dos sinais relativos à identificação do cadáver: sexo, idade, peso, altura, cor dos cabelos, cor da
íris, arcada dentária, tatuagens, sinais particulares, anomalias; bigode e barba para homens, vestes: descrever
detalhadamente, se despir deve referir no laudo.
• Métodos complementares de identificação: estudo radiológico do cadáver, o estudo odontológico, impressões digitais e
necropapiloscópicas e técnicas de genética forense (DNA).
• Estabelecer a identidade do falecido quando: existem dúvidas sobre a documentação; cadáveres em avançado estado de
decomposição ou esqueletizados, casos de grandes catástrofes ou cadáveres com grandes traumatismos.
• 2. Investigação das circunstâncias da morte – Traumatologia, Patologias, Circunstancias;
• 3. Exames Cadavéricos Externos e Internos: cabeça, pescoço, tórax, abdome, região dorso-lombar, região perineal,
membros. As três cavidades devem ser exploradas, as lesões descritas e os ferimentos mortais apontados. Importante
fundamentar a causa imediata da morte, antecedentes, achados de autópsia e estudos complementares.
4. Tanatoscopia ou Necrópsia Forense
• Laudo Necroscópico:
• 4. Exames Complementares
• a. Exames toxicológicos: análises de diferentes toxicantes; Amostra mais adequada, no cadáver é o sangue periférico (femoral ou subclávia) em quantidade
suficiente (20 ml). Conservantes: oxalato de potássio - anticoagulante e fluoreto de sódio. Outras amostras de eleição: urina, conteúdo estomacal e o humor
vítreo.
• b. Exames bioquímicos: soro, líquido cefalorraquídeo ou pericárdico, humor vítreo; determinar a causa e a data da morte.
• c. Exames histopatológicos
• d. Exames radiológicos: suspeita de abuso infantil, embolia gasosa, cadáveres não identificados, ferimentos por arma de fogo, mortes por explosões e
suspeita de pneumotórax.
• e. Exames hemogenéticos: eleição da amostra idônea dependerá do estado de conservação do cadáver; sangue com anticoagulante como EDTA (ácido
etilendiaminotetraacético), ossos, dentes, músculos, etc;
• Manipulação e envio de amostras forense: norma de referência - Ordem Ministerial de 8 de novembro de 1996, de acordo com o recomendado pelo
Instituto Nacional de Toxicologia.
• Cadeia de custódia: documento escrito, formal, onde estarão descritas os diferentes responsáveis por coleta, manipulação e conservação da amostra até a
chegada ao laboratório ( cadeia de custódia externa) e mesmos procedimentos nos laboratórios garantia de confiabilidade e rastreio da amostra periciada.
Possibilidade de ser defensável em juízo.
• » Discussão: exposição técnica, embasada em achados, norteando a conclusão.
• » Conclusões: transmite a opinião pericial final.
• Todo o procedimento seguido na necrópsia médico-legal formará o documento médico-legal, descritos e documentados com ajuda de esquemas e
fotografias, caso seja necessário e resultados dos estudos complementares.
• Descreve as diferentes hipóteses sobre o mecanismo e alcance das lesões, a etiologia médico legal, a data do óbito, etc.
• Transmite a certeza do exame.
4. Tanatoscopia ou Necrópsia Forense
• Destinação do cadáver:
• » Inumação simples;
• » Inumação após necropsia (clínica ou medico legal);
• » Inumação após embalsamamento;
• » Utilização no estudo e na pesquisa científica;
• » Destruição;
• » Ossários;
• » Cremação (1.000 a 1.200°C / 1-2 h).
• » Imersão.
5. Tanatopraxia ou Tanatoconservação
• Preocupação com a conservação do cadáver sempre foi observada – destino dos restos mortais de entes
queridos;
• Conceito - Aplicação de técnicas de higienização e conservação através de produtos químicos em cadáveres
visando a desinfecção e retardar o processo biológico de decomposição, ser velado e enterrado, preservando a
imagem e a dignidade do cadáver e familiares;
• Estudo dos cuidados e tratamento dispensado ao cadáver com finalidade de conservação; Técnica utilizada
para minimizar os efeitos de marcas de enfermidades e acidentes;
• Casos de congelamento: câmaras frigoríficas com temperatura entre +5°C a -20°C.
• Embalsamento: - por formolização (Aldeido Fórmico (Formol 4 a 5 l) ou método espanhol (serragem, carvão
vegetal, Naftalina e Cânfora);
• Indicado em casos de velamentos prolongados; casos de sepultamento com mais de 12 horas após o ocorrido;
transportes do cadáver para grandes distancias; velado e enterrado fora do local de onde ocorreu o óbito;
transporte terrestre; translados nacionais e internacionais.Aumenta a segurança do translado (impedir
extravasamento de líquidos);
• incisão na artéria femoral; retirada do excesso de tecido adiposo e inserção de formol. A circulação arterial
póstuma espalhará através d o corpo. Lavagem do cadáver com detergente. Rosto, barriga, pernas, cabelo,
mãos. Tamponamento com algodão são colocados no nariz e garganta com uma pinça para que não extravase
sangue ou outro fluido. Suturar boca. Vestir o cadáver; Maquiagem; Ornamentação. Destinação de resíduos.
Tanatopraxia
• Doenças degenerativas, mudança de tecidos pós-mortem, mutilações ou destruição de partes
visíveis – aplicação de restauração facial primária ou reconstrução artificial da parte perdida de
face ou crânio por modelagem com cera.
• Importante observar o descarte do material coletado – deve-se enquadrar no Plano de
Gerenciamento de Resíduos de Saúde, já que os mesmos podem prejudicar a saúde do
trabalhador , dos recursos naturais e de saúde pública ( Res. 33 de 25/02/2003 da ANVISA).
• Normas devem estabelecer as etapas para os resíduos de Saúde :
- manejo, minimização, segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno,
armazenamento temporário, tratamento, coleta, transporte externo e correta destinação. A
destinação final, contempla um solo previamente preparado para receber estes resíduos,
obedecendo critérios de construção e operação em órgãos ambientais competentes.
• Estrutura física mínima ou ambiente de preparação cadavérica: Circulação restrita de pessoas e
equipamentos de modo a não interferir na rotina de controle e manutenção do risco de ou
contaminação: Área restrita – local onde será feita a Tanatopraxia e sala de reparação ou
reconstrução facial; controle de circulação de pessoas e equipamentos. Área semi-restrita, Sala de
Ornamentação. Área de circulação de familiares; não restrita.
Tanatopraxia
Tanatopraxia
Biossegurança: conjunto de processos funcionais e operacionais para estabelecer
medidas de controle de infecções a equipe e usuários do serviço.
Riscos Laborais - Exposição do profissional ao cadáver, acidentes, exposição a
fatores biológicos, físicos, químicos e psicossociais. Vacinaçãoadequada ( hepatite e
Tétano).
Uso de EPI: luvas, máscaras, toucas e protetor de calçados descartáveis, luvas de
cano médio,roupas apropriadas, óculos de proteção, avental impermeável, botas
de PVC.
Necromaquilagem, Reparação facial
secundária ou Maquiagem Cadavérica.
• Técnica utilizada para minimizar os efeitos pós-mortem e devolver aparência e tons cutâneos naturais.
• Observação da anatomia facial e corporal para harmonização e embelezamento dos cadáveres;
• Aplicação cosmética corretiva de produtos que possam dar características naturais de coloração da pele
e aplicação de prótese para dar volume a lábios e olhos, se necessário.
• Preparação das partes do corpo que ficam expostas durante o velório - rosto, braços e mãos.
• Permite conservação e preservação; melhorar a aparência; minimizar imperfeições;
• Técnicas de Camuflagem – produtos com textura mais densa do que os comuns e formulação com
melhor cobertura das imperfeições da pele. Aplicação de cores que neutralizam outras;
• Manutenção de características fisiognomônicas, assimetrias, traços naturais, etc.
• Técnicas de sutura invisível para oclusão labial.
Necromaquiagem
• Utilização de produtos cosméticos comuns: loção demaquilante, creme de limpeza, loção
adstringente, creme vitaminado para auxílio na aplicação de pancake, maquiagem
compacta como corretivos e bases, pó facial;
• Cuidados estéticos com cabelos: aplicação de gel ou spray adequados.
• Cuidados com as mãos, aplicação dos mesmos cosméticos, limpeza de unhas, cutículas,
base e esmalte.
• Base: função de cobertura, esconder ou corrigir irregularidades;
• Formulações com Dióxido de Titanio oferece melhor cobertura;
• Pós faciais: formulação com silicato de magnésio hidratado (talco) e altas quantidades de
pigmentos de cobertura;
• Spray fixador: manter a camuflagem por mais tempo;
• Massa reparadora: pequenos reparos ou reconstruções;
• Corretivo em pós: matizar o tom da pele.
Necromaquiagem
7. Cronotanatognose
• Do grego = estudo do tempo da morte.
• Estuda os meios de determinação do tempo transcorrido entre a morte e o exame necroscópico fazendo, por exemplo, a
determinada estimativa do tempo transcorrido. Os sinais e fases característicos pos-mortem ao longo do tempo até
completa decomposição.
• Estudo dos procedimentos que determinam a data, início e término da morte.
• Compreendem a observação de modificações e fenômenos que se instalam progressivamente no cadáver, bem como
exames complementares que permitem datar, com relativa precisão dentro de uma faixa temporal, o momento do óbito.
• Dependem de variáveis como: caracteristicas individuais, meio ambiente e tipo de morte.
• Quanto maior o tempo entre o óbito e o exame, maior será a dificuldade na determinação precisa do lapso transcorrido,
em horas ou dias, desde o decesso.
• Comoriência: morte de duas ou mais pessoas em um mesmo momento (evento/tempo); é uma figura jurídica e não um
conceito médico-legal, criada para dar cabo de situações ambíguas nas quais, em decorrência um mesmo evento
infortunístico, duas ou mais pessoas que têm nexos familiares, jurídicos ou comerciais que implicam em problemas de
Direito Civil e, principalmente de herança, morrem.
• Premoriência: comprovação da morte de uma ou mais pessoas em momentos distintos. É a ordem cronológica dos óbitos
das diversas vítimas em um mesmo evento. De regra, nestes casos, é de extrema importância tentar determinar a
seqüência dos óbitos, notadamente por problemas patrimoniais, de herança.
Tanatoquímica
• Estudo das transformações químicas da degradação de biomoléculas essenciais a partir do
processo metabólico degenerativo, com a utilização de metodologia e técnicas bioquímicas no
estudo do cadáver com finalidade forense, que apontaram uma correta análise do Intervalo Post-
Mortem.
• A degradação ou degeneração de lipídios, ácidos graxos, proteínas, hormônios, antígenos
creatinina, glicose e uréia.
• A través do esgotamento energético das células e a interrupção da circulação, meios anaerobios
acidificados serão ricos para o cultivo de bactérias.
• Degradação proteica, a proteólisis; poderá ou não ser enzimática (proteasas); ruptura do enlace
peptídico, formando diversos peptidos, peptonas, formadas por polipéptidos de diversos
tamanhos, distintos; como producto de proteólisis teremos os aminoácidos, que serão
degradados em gáses (como CO2, metano, amoniaco e ácido sulfídrico).
• Metionina e cisteína e os radicais tióis tem odores desagradaveis.
• A descarboxilação de aminoácidos dá lugar a diversas aminas como a lisina da cadaverina que
com a ornitina, forma a putrescina, responsável pelo característico aroma de podre.
TANATOQUÍMICA
• As primeras proteólisis ocorreram no trato gastrointestinal e no pâncreas, depois cérebro, fígado e rins.
• Os carbohidratos sofreram degradação em presencia ou não de oxígenio. Em condições aerobicas, fungos e
algunas bacterias decompõem açúcares em ácidos glucurónico, cítrico e oxálico;
• Em condições anaerobicas onde as bacterias formam ácidos láctico, acético e butírico, encarregados de
proporcionar acidez do medio característico de um cadáver.
• Outros produtos da fermentação são diversos alcooes, acetona e gases como metano e dióxido de carbono.
• Liídios e gorduras, as lipasas atuam rápidamente após a muerte para liberar ácidos graxos do glicerol dos
triglicéridos. Tais ácidos podem formar sal com sódio e potássio e ainda íons presentes no solo como cálcio e
magnésio formando sabão, as adipoceras. Estas são o produto da hidrólise deácidos graxos por ação de
bacterias em condições anaerobicas.
• Para que isto ocorra, deve-se salientar a influencia da presença de oxigenio: sem oxígenio bacterias
anaerobicas farão a hidrogenação para formar ácidos saturados. Com oxígeno, se produz oxidação.
• Os ácidos nucleicos serão degradados a fosfato, pentosas e bases nitrogenadas.
• Bases nitrogenadas seguiram o ciclo do nitrógeno, que dependerá da presencia de bacterias nitrificantes e
desnitrificantes, como no caso das proteínas.
7. Cronotanatognose
• Esfriamento: convecção, condução, irradiação e evaporação - à razão de 1,0 ºC a 1,5 ºC por hora.

• Variáveis: Arejamento do local, temperatura do corpo no momento do óbito, estado nutricional, camada de panículo adiposo, vestes que cobrem o cadáver
etc.

Rigidez cadavérica ou Rigor mortis - Utilizada para avaliar o tempo transcorrido desde o óbito. A rigidez se inicia logo após a morte, atingindo o
seu total desenvolvimento até a 15ª hora e depois desaparece lentamente. Acaba quando os fenômenos destrutivos, de putrefação, se
instalam; surge na mandíbula depois da 2a hora; em seguida nuca (2 a 4h); nos membros (4 a 6h) e nos músculos do tórax (6 a 8h).

Manchas de hipóstase ou Livor mortis - Começam aparecer sob a forma de um pontilhado cujos elementos coalescem para formar placas de cor
variável, dentro das nuanças vermelho-arroxeadas. Regra: 1. Quanto ao aparecimento - surgem na primeira meia hora, após o óbito, mas
apenas se tornam evidentes entre a 2ª e 3ª horas, sendo que podem não aparecer nas regiões de compressão. 2. Quanto à fixação - não
mudam de localização quando se muda a posição do cadáver, após decorridas 6 a 15 horas. Livores cadavéricos: São difíceis de observar: 1.
nas pessoas melanodermas; 2. quando o óbito ocorre em condições de anemia aguda após hemorragias maciças; 3. podem ser observadas
em vida, na fase agônica ou terminal, em pessoas extremamente debilitadas e com hipotensão arterial.

Alterações oculares: Midríase (dilatação pupilar); tela viscosa da córnea (tela albuminosa da córnea); segmentação da coluna sangüínea dos
vasos oculares, e perda da turgência dos globos oculares. Tonometria ocular oferece uma margem de erro de apenas uma hora, quando o
estudo é realizado nas primeiras 24 horas

Conteúdo Gástrico: depende de muitas variáveis; digestão completa no estômago em torno de 4 a 7h.
Cronotanatognose
• Perda de peso - cadáveres perdem em média 8g/Kg/dia.
• Algidez: esfriamento das extremidades do corpo, com sensação de frio intenso e tendência ao colapso, mesmo quando a temperatura
central permanece normal. Nas primeiras 3h a queda de temperatura do cadáver é de meio grau (0,5°) por hora; a partir da quarta hora
é de 1° por hora.
• Livores de hipóstase: surgem em geral 2 a 3h após a morte, fixando-se definitivamente em torno de 8 a 10h post mortem. Sangue
obedecendo leis físicas, da ação da gravidade e, através de vasos comunicantes, veias que ligam as veias profundas às superficiais,
acumulam-se nas veias mais próximas do solo. Como não há circulação sanguínea o sangue vai se acumulando nas partes mais baixas,
logo vai se tornando visível através da pele, machas arroxeadas. Corpo em decúbito dorsal - sangue acumulado no dorso. Se for um
enforcado, o sangue acumulado nos pés.
• Cronologia: 10 minutos pos-mortem: pontilhado hemorrágico na pele; 1 hora - os livores são bem visíveis; 8 a 12 horas - os livores
tornam-se fixos, mesmo que se vire o corpo eles não mudarão de posição, pois o sangue contido no interior das veias, pouco a pouco
infiltra-se nos tecidos.
• A coloração dos livores ajuda a identificar a causa da morte:
• » Normal - arroxeado.
• » Róseo carmim – intoxicação por monóxido de carbono.
• » Róseo claro – morte por afogamento.
• » Vermelho - intoxicação por ácido cianídrico.
• » Escuro - asfixias em geral.
• » Azul ardósia - intoxicação por produtos metahemoglobinizantes.
7. Cronotanatognose
• Putrefação: avanço do processo putrefativo na cronotanatognose:
• Período cromático - Mancha verde abdominal, entre a 18ª e 36ª horas, e sulfometa-hemoglobina confere cor verde
enegrecida ao corpo todo até o fim da primeira semana. Tem início na fossa ilíaca direita, região do apêndice. O ceco -
segmento intestinal de maior proporção, mais distendido e mais próximo a parede abdominal, tem maior concentração
de gases e bactérias. Aparecerá em todo o corpo depois do 3º ao 5º dia e sua tonalidade se acentua cada vez mais , dando
uma coloração verde-enegrecida ao corpo. Variação de temperatura = regiões de clima quente a putrefação instala-se
rapidamente. Ação de bactérias intestinais transformando a hemoglobina (vermelha) em sulfoemoglobina (verde).
Exceção: nos casos de afogamento, ela aparece no tórax.
• Período enfisematoso - Inicia por volta da 24ª hora; formação de gases pútridos : no 1° dia - gases não inflamáveis (CO2,
gás carbônico); do 2º ao 4° dia - gases inflamáveis ( Carbono e Hidrogênio) e a partir do 5º dia - gases não inflamáveis
(Nitrogênio e Nitrato de Amônio). Circulação póstuma de Brouardel, aparecem entre as 48 e 72 horas.
• Cristais de sangue putrefeito (Westenhoffer Rocha): aparecem após 3º dias e permanecem até o 35º dia depois da morte.
• Crioscopia do sangue: ponto de congelamento do sangue. Valor normal: O,57°C.
• Crescimento dos pelos da barba: crescem 0,021 mm/hora.
• Conteúdo estomacal: digestão completa no estômago em torno de 4 a 7h.
7. Cronotanatognose
• Putrefação: o avanço do processo putrefativo na cronotanatognose:
• Período coliquativo: Início no final da 1ª semana e se prolonga conforme o local em que se encontra o cadáver.
• Período de esqueletização: Começa entre a 3ª e 4ª semanas, podendo ocorrer muito mais rapidamente nos cadáveres
expostos.
• Maceração: apenas em casos de morte fetal recente; evolução do processo de maceração. Estágios: Grau 0 - pele
de aspecto bolhoso e tempo de óbito de menos de oito horas; Grau 1 - início do descolamento da epiderme
e, tempo de morte entre 8 e 24 horas; Grau 2 - grandes áreas de descolamento cutâneo e ocorrência de
derrames sero-sanguinolentos avermelhados nas cavidades serosas, óbito de mais de 24 horas. Grau 3 -
derrames das cavidades serosas turvos e o fígado assumir coloração amarelo-marronzada, uma cronologia
de morte em torno de 48 horas.
• Premoriência: Difícil observação; avaliação global do quadro; conclusão diagnóstica, diferente gravidade dos
ferimentos; mais fortes prevalecem sobre os mais fracos e os mais jovens sobre os mais idosos.
7. Cronotanatognose
• » Entomofauna cadavérica:
• 1a Legião: Dipteros, Muscina stabulans (8 a 15 dias);
• 2a Legião: Lucila coesar (15 a 20 dias);
• 3a Legião: Dermester lardarins (20 a 30 dias/3a 6 meses);
• 4a Legião: Pyophila patasionis. Depois da fermentação;
• 5a Legião: Tyreophora Cyrophila. Na liquefação;
• 6a Legião: Uropoda nummularia. Absorvem os humores;
• 7a Legião: Aglossa cuprealis (12 a 24 meses);
• 8a Legião: Tenebrio Obscurus (3 anos após a morte).
• 0 minuto – Por término da ação do SNC, não serão mais liberados neurotransmissores e contração muscular cessa e o cadáver torna-se flácido.
• 5 minutos - O corpo deixa de responder a estímulos externos. Não há mais respiração nem batimentos cardíacos.
• 1 hora – Total parada circulatória. Formação de coágulos das veias e artérias. Através do fenômeno da gravidade, há depósito em regiões mais
próximas ao chão.
• 2 horas – Ausência de metabolismo ou calor. A temperatura corpórea sofre declínio: 1°C por hora até entrar em equilíbrio com o meio
ambiente em que se encontra.
• 3 horas – Rigidez cadavérica por finalizar as reservas de ATP muscular. Primeiramente a face, os ombros, braços e tórax.
• De 5 a 8 horas – Reservas de oxigênio finalizadas promovem necrose das paredes dos vasos, principalmente nos capilares. Ocorrerá a
hipóstase: dispersão do sangue que, por capilaridade sai dos vasos e impregna os tecidos vizinhos.
• 8 horas - O corpo continua a enrijecer. Contração dos músculos das pernas, dos dedos do cadáver tornando-os levemente fechados e os
joelhos, dobrados.
• 12 horas –Evaporação de líquidos e retração tecidual. Afundamento dos olhos, escurecimento dos lábios, aparente crescimento de pelos e
unhas parecem crescer - mas é a pele que se retraiu.
• 24 horas – Perda de massa corpórea por evaporação de água. Influencia direta da temperatura ambiente e exposição ou não aos raios solares.
• 2 dias – Liberação de gases por ação bacteriana que faz com que o corpo inche e tenha odor característico por decomposição proteica;
extravasamento de líquido dos orifícios nasais ou da boca, resultado do rompimento dos alvéolos pulmonares,
• 3 dias – Flacidez corpórea instalada por início de decomposição dos tecidos musculares. A ordem é a mesma do endurecimento: primeiro a
cabeça, depois braços e tronco e, por fim, as pernas.
• Mais de 7 dias – Por ação da temperatura ambiente alta e da umidade, o tecido adiposo corpóreo em decomposição reage com sais de
potássio presentes no solo tornando - o macio, untuoso e escorregadio: é a saponificação. Próxima etapa haverá o desaparecimento total da
musculatura até restarem apenas os ossos.
9. Causas jurídicas da morte
• Natureza da lesões;
• Local dos ferimentos;
• Intensidade das lesões;
• Condições físicas das vítimas, e
• Idade das vítimas.
9. Causas jurídicas da morte
• Homicídio
• É a eliminação voluntária ou involuntária da vida de uma pessoa, por ação ou omissão de uma outra pessoa. É a violenta
ocisão do homem praticada por outro homem.
• Código Penal Brasileiro artigos 121 a 128, crimes contra a pessoa e no capítulo dos crimes contra a vida.
• Podem ser:
• » Culposo: quando o agente não quis o resultado morte, nem assumir o risco de sua produção, mas causou o evento por
sua conduta imprudente, negligente ou imperita.
• » Doloso: o agente quis, com sua conduta, causar o resultado morte, ou assumiu o risco de produzi-la (podendo o dolo
ser direto ou indireto).
• » Simples: fundamental enunciado no Art. 121 do CP sem qualquer elemento que possa reduzir ou aumentar a
quantidade penal ali estabelecida.
• » Privilegiado: derivado autorizador da especial redução da pena (l/3 a 1/6), quando o agente comete o crime impelido
por motivo de relevante valor social ou moral, ou o domínio de violenta emoção, logo em seguida injusta provocação da
vítima.
• » Qualificado: derivado autorizador de uma sanção penal mais grave. Nos termos do § 2º do Art. 121 do CP, mediante
paga, ou promessa de recompensa, ou motivo torpe, por motivo fútil, emprego de veneno.
• Conforme visto na legislação, inúmeros são os meios pelos quais pode ocorrer um homicídio, dentre eles temos os diretos,
quando utilizado pessoalmente pelo agente para consecução de seu objetivo ou indiretos, quando acarretam a morte sem
a participação pessoal do agente, que apenas propicia o evento fatal.
9. Causas jurídicas da morte
• Suicídio, autoquiria e autocídio

• É o ato mediante o qual uma pessoa, livre e conscientemente, suprime a própria vida.
• As leis de contravenções penais punem quem motivar, induzir; incutir, persuadir, fazem nascer a
ideia, estimular a ideia já existente, aplaudir, ou mesmo ofertar o material como arma, a corda, o
veneno o suicídio.
• Existem essas pessoas, que são chamadas de “figuras”, são consideradas qualificadoras do ato.
• Vários são os motivos que provocam esse desejo de instigar o suicídio do próximo, dentre eles o
próprio egoístico, inveja, levar vantagem com a morte do outro, dentre outros.
• Diversos fatores o originam: sociais, psicológicos e familiares.
• A legislação brasileira tem por escopo e por política criminal a não punição do suicida, no sentido
de demonstrar solidariedade àquele indivíduo, que tem em mente a intenção de ceifar a própria
vida. Contudo, o Código Penal é claro na questão de aplicar a reprimenda penal para aqueles que
induzem, instigam e prestam auxílio para a vítima (suicida) (artigo 122).
9. Causas jurídicas da morte
• Suicídio, autoquiria e autocídio

• Sujeitos:
• » Ativo - qualquer pessoa penalmente imputável.
• » Passivo - qualquer pessoa, desde que seja capaz de praticar o suicídio com vontade livre, não viciada.
• Elemento subjetivo: Dolo genérico - vontade de induzir, instigar ou auxiliar;
• Qualificação doutrinária: crime comum, material, plurisubsistente,
• Consumação: resultado morte ou lesão corporal grave.
• Tentativa: não admite a tentativa.
• Dentre os meios comuns desta ação destacam-se:
• » Envenenamento.
• » Precipitação.
• » Fogo.
• » Arma de fogo.
• » Afogamento.
• » Arma branca .
• » Enforcamento .
9. Causas jurídicas da morte
• Acidentes:
• Acidentes evitáveis – aquele em que se deixou de fazer tudo que
razoavelmente poderia ter-se feito para evita-lo;
• Acidentes não evitáveis – esgotando-se todas as medidas para preveni-lo
veio a acontecer.
• 1. Acidentes Laborais;
• 2. Acidentes de transito: Os acidentes de trânsito, em sua grande maioria,
são causados por excesso de velocidade, estado de embriaguez do
condutor, imperícia, imprudência, negligência, por desrespeito aos limites
impostos pelas leis que geralmente são desconhecidos pelos condutores de
veículos.

10. Causas da morte - Traumatologia
1 .Energias de ordem química:
• Mortes de ordem química são caracterizadas pelo efeito nocivo de um agente químico ao organismo levando à fatalidade = Toxicologia = ciência que estuda e explica esses fenômenos.
• Agente tóxico é a substância química capaz de produzir um efeito nocivo por meio de sua interação com o organismo = Substancia quando absorvida, determina a morte e/ou coloque em
perigo a vida ou altere profundamente a saúde do indivíduo. Toda substância tem seu grau de toxicidade, que é a capacidade inerente ao potencial de um agente químico de produzir um
efeito nocivo após interação com o organismo.
• Intoxicação é um conjunto de sinais e sintomas que evidenciam o efeito nocivo produzido pela interação entre um agente químico e o organismo.
• As mortes por agentes químicas podem ter origem acidental, suicídio, em casos judiciais como pena de morte (envenenamento judicial); overdoses (vícios), crimes dolosos e/ou culposos,
até como arma de guerra, como usado em muitas guerras mundiais.
• As substâncias químicas podem ser líquidas, gasosas, sólidas ou voláteis.
• As manifestações dependerão da dose, tempo de exposição e efeito como síndromes gastrointestinais, renais, hepáticas, polineuríticas, respiratórias e/ou encefalopáticas. Na perícia, o
diagnóstico deste tipo de morte deve estar ligado aos critérios do anátomo patológico, histórico, dentre as próprias características do cadáver.
• A autópsia pode ser imediata, após uma situação de intoxicação, os procedimentos ou tardia, há normalmente limitações técnicas importantes e os resultados dos exames
complementares podem estar condicionados pelo tipo de tóxico em questão, pelo grau de decomposição cadavérica e até pelas condições de enterramento. Há sempre necessidade de
afastar outro tipo de mortes violentas, demonstrando a existência ou não de lesões justificativas.
• A coleta do histórico visa fazer um diagnóstico diferencial médico legal p.e. se o cadáver é uma criança, a chance de ter sido um acidente por ingestão oral de substância química é maior; se
a suspeita é suicídio, deve-se considerar a ingestão de medicamentos, por isso, deve-se ser detalhista em analisar os elementos disponíveis no exame do local por forma a fundamentar o
diagnóstico diferencial.
• Detalhes importantes: a hora que foi encontrada a vítima; hora a que foi vista pela última vez; quem a descobriu; existência de embalagens de produtos que possam ter sido utilizados;
existência de sinais de consumo de substâncias por via endovenosa; tóxicos que possam ter sido utilizados; medicamento; produtos agro-químicos; drogas de abuso; objetos encontrados
próximos à vítima; integridade física; disposição do corpo; existência de sinais de violência; existência de carta ou bilhete de despedida; história clínica, antecedentes psiquiátricos;
tentativas anteriores de suicídio (datas, métodos); ideação suicida; outros detalhes relevantess e possa estar relacionado com o caso.
• Posição de encontro do cadáver; deslocada da posição em que foi encontrada; quem o fez; por qual motivo; existência de sinais positivos de morte; cor da face, congestão, palidez,
existência de vestígios de vômito na face, nas roupas ou na periferia do cadáver, existência de lesões por ação de produtos cáusticos (comissuras labiais, lábios, face); existência ou não de
outros ferimentos, em que localização, de que tipo.
• Enviar juntamente com o cadáver, se encontrados, tóxicos que possam ter sido utilizados, restos do produto suspeito contido em copos, garrafas ou outros contentores, devem ser rolhados
ou tapados de forma a não perder o conteúdo no transporte até ao laboratório, embalagens de medicamentos (em sacos de papel), seringas com agulhas devidamente protegidas (em
contentores plásticos para evitar o risco de picada acidental), restos de vômito em que haja suspeita de haver um produto tóxico, colocados em contentor plás tico devidamente rolhado e
etiquetado, carta ou bilhete de despedia ou có pia de registros clínicos (nomeadamente do foro psiquiátrico).
10. Causas da morte - Traumatologia
• 2. Energias de origem físico química - Asfixias
• No Código Penal Brasileiro (CPB), artigo 61, inciso II, letra “d”, diz que o emprego da asfixia como meio de produzir a morte constitui circunstância agravante do crime, pela crueldade de que se reveste este recurso.
• Asfixia como a suspensão da função respiratória por qualquer causa que se oponha à troca gasosa, nos pulmões, entre o sangue e o ar ambiente.
• Dos sinais no exame externo temos:
• » arrefecimento da pele (cutis anserina);
• » maceração da pele (muito evidente nas mãos e pés);
• » depósito de areias, algas, lama na superfície corporal;
• » “cogumelo de espuma” recobre a boca e fossas nasais - escoriações no dorso das mãos e membros inferiores;
• » livores mais tênues que o habitual - livores róseos;
• Do exame interno: sinais gerais de asfixia- » presença de corpos estranhos na via aérea e digestiva; pulmões muito distendidos, com congestão muito marcada e saí da abundante; de líquido de edema nas seccões de
corte - » congestão generalizada dos órgãos; » sangue fluido e escuro; » sufusões hemorrágicas pleurais, epicárdicas.
• fraturas ósseas (hioide), cogumelo espumoso, fraturas de cartilagens, resfriamento demorado, luxações de vértebras, rigidez precoce, equimoses subserosa da pleura (Tardieu), sulco no pescoço, pulmões congestos e
edemaciados, putrefação mais rápida, manchas de Paltauf, midríase.
• Existem alguns meios auxiliares de diagnóstico da asfixia, dentre eles: » histologia (do pulmão); » pesquisa de diatomáceas; » exame toxicológico; » ponderar os exames a pedir em função do estado de decomposição
cadavérica e da informação disponível sobre o caso (álcool, drogas de abuso, medicamentos, insecticidas etc.)
• Do diagnóstico diferencial médico-legal: » suicídio (normalmente associado à precipitação de lugar elevado para meio líquido, por exemplo, lançar-se da ponte; » acidente (mais frequente); » homicídio (raro).
• A necropsia em situações de asfixias mecânicas por constrição do pescoço deve considerar os mecanismos de morte associados por constrição extrínseca do pescoço como: » mecanismo vascular (comprometimento
da irrigação cerebral por obstrução das carótidas e/ou jugulares e/ou das artérias vertebrais); » mecanismo asfíxico (comprometimento da entrada de ar por obstrução da via aérea a nível da orofaringe e raramente
por obstrução do lúmen da traqueia por compressão por laço); » por inibição vagal; » por lesão vertebro-medular.
• constrição no pescoço, deve-se avaliar: laço acionado pelo peso da vítima = Enforcamento; Laço acionado por força externa = Estrangulamento ou mãos do agressor = Esganadura;
• Avaliar obstrução de vias aéreas = Sufocação Direta; Mau funcionamento da Caixa Torácica = Sufocação indireta.
10. Causas da morte - Traumatologia
• 2. 2. Energias de origem físico química - Sufocação
• A sufocação direta é a modalidade de asfixia mecânica produzida pelo impedimento da passagem do ar respiratório por meio direto ou indireto; oclusão dos orifícios ou dos condutos respiratórios.

• Sufocação por oclusão da boca e das fossas nasais ou por oclusão dos orifícios da faringe e da laringe por corpos estranhos. A morte sobrevém pelo fato de não poder entrar ar pela boca e narinas e/ou pelas
vias respiratórias altas. Há um obstáculo à entrada de ar que condiciona o aparecimento de uma asfixia que é mortal.
• Principais causas de sufocação: » oclusão da boca e fossas nasais (mão, fita adesiva, papel, saco plástico etc.); » entrada de corpos estranhos nas vias aéreas (bolo alimentar, vários objetos); » confinamento
(espaço reduzido dispondo de uma quantidade de oxigênio limitada); » soterramento; » compressão toracoabdominal (por dispositivo mecânico, por corpo sólido).
• Das lesões externas: presença de marcas ungueais em redor dos orifícios nasais nos casos de sufocação pelas mãos, faltando, no entanto, quando o agressor usa objetos moles, como, por exemplo, lençóis,
vestes, travesseiros etc. Poderá o objeto estar presente na árvore respiratória, causador da sufocação. O pontilhado escaliniforme apresenta-se na face e no pescoço, acompanhado de cor violácea da face e
congestão ocular.
• Das lesões internas: há uma espuma da traqueia e da laringe, petéquias pulmonares internas e frequentes, enfisema e congestão pulmonares, petéquias do pericárdio e do pericrânio, congestão das meninges
e do encéfalo.
• O diagnóstico pericial deve ser feito de acordo com a realidade da sufocação, lesões externas e internas e de preferência prova testemunhal.

• A oclusão direta das narinas e da boca pode ser:


• » Acidental: ocorre em recém-nascidos que, dormindo com as mães, são sufocados por estas ou por panos que se encontram sobre o leito. Nos adultos, o acidente poderá resultar de ataques epilépticos,
síncopes, embriaguez etc., caindo a vítima sobre o leito, com o rosto fortemente apoiado contra o travesseiro, ou contra panos que impeçam a respiração.

• Criminosa: mais comum em recém-nascidos, mas pode ser encontrada também em adultos.
• » Suicida: o paciente coloca sobre o corpo e a cabeça cobertores, panos etc., até asfixiar-se.

• Oclusão direta dos orifícios da faringe e laringe:


• » Criminosa: poderá ser produzida pela introdução, na boca, de tampões de panos, dedos, papel ou qualquer outro objeto. É comum no infanticídio, podendo ser encontrada nos adultos.
• » Acidental: é a modalidade mais frequente. Surge especialmente entre crianças, que colocam botões, bolinhas de gude, pedaços de carne e outros corpos estranhos dentro da boca. Os recém-nascidos
podem sufocar-se com líquido amniótico e restos de membranas. Entre adultos, esse tipo de morte é ainda encontrado nos que ingerem fragmentos grandes de alimentos sem as devidas cautelas.
• » Suicida: é tipo raro de suicídio, mas a literatura relata casos de indivíduos que se mataram introduzindo na garganta panos ou objetos.
10. Causas da morte - Traumatologia
• 2. Energias de origem físico química - Enforcamento
• É a asfixia mecânica em que existe impedimento à livre entrada e saída do ar no aparelho respiratório por uma constrição no pescoço feita por laço, o qual é acionado pelo peso
da própria vítima.
• É a suspensão, completa ou incompleta, do corpo em ponto fixo, por meio de um lac o que constringe o pescoço, determinando a morte imediata por inibição ou perturbações de
ordem asfíxica, circulatória e nervosa que, em regra, sã o rapidamente mortais (CARLOS LOPES - 1977).
• Suspensão completa – quando não há apoio de nenhuma parte do corpo.
• Suspensão incompleta – quando alguma parte do corpo se encontra apoiada.
• Dos sinais externos: sulco onde a lesão é observada no pescoço, ao nível do hábito externo, após a retirada do laço.
• Laço é o material colocado à volta do pescoço para produzir a sua constrição.
• Quanto à natureza do laço os mais típicos são: gravata, lençol, toalha, cinta, fio de arame, ramos de árvore (cipó).
• » Duro: do tipo corda de nylon, de sisal, arame etc., - fundo do sulco se apresenta escoriado, desidratado, normalmente de cor mais escura que a pele, e muitas vezes com a
impressão da textura do laço empregue.
• » Mole: provocado por laço do tipo lençol, peça de vestuário etc., em que o fundo do sulco se apresenta por vezes de difícil visualização , podendo resumir-se a bordalete de
sufussões hemorrágicas acima e abaixo do laço.
• » Misto: provocado por laço do tipo corda de nylon, de sisal, arame etc., e em que há interposição de corpos moles do tipo pano, peça de vestuário, toalha, jornais etc., - sulco
apresenta características de sulco mole e zonas com características de sulco duro.
• Quanto ao nó: corrediço, frouxo, situado adiante, atrás ou em ambos os lados.
• Sob o ponto de suspensão: prego, batente da porta, porta entre aberta, ramo de árvore e quanto ao modo de suspensão do laço pode ser completa e incompleta.
• » Enforcamento típico – enforcamento em que o nó do laço se encontra na região occipital.
• » Enforcamento atípico - enforcamento em que o nó do laço se encontra em qualquer posição exceto na região occipital.
10. Causas da morte - Traumatologia
• Fenômenos que ocorrem durante o enforcamento
• » Dor local - » Interrupção da circulação cerebral: zumbido, calor na cabeça, sopros no ouvido, perda da consciência.
• » Fenômenos respiratórios (anoxemia, hipercapneia, convulsões).
• » Parada respiratória e cardíaca (morte).
• » Local: dor, afonia, disfagia, fenômeno de congestão pulmonar.
• » Gerais: convulsões, perturbações da consciência, amnésia e paralisia da bexiga.
• O tempo necessário para morte varia de acordo com as condições de cada caso. Em média é de 5 a 10 minutos.
• Os tipos de sulco quanto ao número de voltas em torno do pescoço: » Único (uma só volta em torno do pescoço); » Duplo (duas voltas em torno do pescoço); » Múltiplo (várias voltas em torno do
pescoço).
• Existe ainda uma diferença entre os sulcos em relação à disposição em torno do pescoço (direção do sulco):
• » sulco ascendente;
• » quando o nó está situado na nuca - o sulco oblíqua de diante para trás (o mais frequente);
• » quando o nó está situado no mento - o sulco oblíqua de trás para diante;
• » quando o nó está noutra posição que não a nuca ou o mento - o sulco oblíqua da direita para a esquerda ou da esquerda para a direita conforme o nó se situe do lado esquerdo ou do lado direito;
• » sulco descendente;
• » excepcionalmente;
• » suspensão incompleta com a cabeça num plano inferior ao resto do corpo;
• » implica um exame muito cuidadoso do local e das circunstâncias da morte;
• » sulcos aproximadamente perpendiculares ao maior eixo do pescoço (horizontais) raros, suspensão incompleta, praticamente em decúbito dorsal ou ventral implica um exame muito cuidadoso do
local e das circunstâncias da morte e diagnóstico diferencial com estrangulamento.
10. Causas da morte - Traumatologia
• Tipos de sulco em relação ao perímetro do pescoço: » sulco completo (observa-se em todo o perímetro do pescoço, sem qualquer interrupção); » sulco incompleto (há zonas do pescoço em que o sulco não se observa).

• No exame do cadáver, externamente, os principais achados são: » Aspecto do cadáver: cabeça inclinada para o lado do nó, rosto branco ou cianótico, boca e narina com espuma, língua e olhos procedentes. No
enforcamento completo, os membros inferiores estão suspensos, e os superiores, colados ao corpo, com os punhos cerrados mais ou menos fortemente.

• » Lesões externas: sulco conste geral / único ou mais de 1 ascendente, se interrompe no lugar do nó. Este sulco pode estar ausente em situações especiais como nas suspensões de curta duração, nos laços excessivamente
moles ou quando é introduzido, entre o laço e o pescoço, um corpo mole. » Congestão crânio-facial (enforcado azul) / palidez da face (enforcado branco). » Sufusões hemorrágicas nas conjuntivas. » Máscara equimótica. »
Protusão da língua entre as arcadas dentárias, ponta da língua de tonalidade escura. » Espuma sanguinolenta na boca e fossas nasais. » Sulco (características); normalmente está acima da cartilagem laríngea. Livores nas
extremidades dos membros (caso o cadáver não tenha sido mobilizado antes dos livores se fixarem). » Escoriações no dorso das mãos ou membros inferiores.

• » Sinal de Ponsold: livores cadavéricos, em placas, por cima e por baixo das bordas dos sulcos. » Sinal de Thoinot: zona violácea ao nível das bordas do sulco. » Sinal de Azevedo Neves: livores puntiformes por cima e por
baixo das bordas do sulco. » Sinal de Neyding: infiltrações hemorrágicas puntiformes no fundo do sulco. » Sinal de Ambroise Paré: pele enrugada e escoriada do fundo do sulco. » Sinal de Lesser: vesículas sanguinolentas no
fundo do sulco. » Sinal de Bonnet: marcas da trama do laço.

• No exame interno tem-se: » Lesões da parte profunda da pele e da tela subcutânea do pescoço (sufusões hemorrágicas e equimoses, por exemplo). » Lesões dos vasos: Sinal de Amussat (secção transversal da túnica íntima
da artéria carótida comum ao nível de sua bifurcação). » Sinal de Etienne Martin (desgarramento da túnica externa). » Sinal de Friedberg (sufusão hemorrágica da túnica externa da artéria carótida). » Lesão do aparelho
laríngeo (fraturas da cartilagem tireoide e da cricoide, bem como do osso hioide). » Lesões da coluna vertebral (fraturas ou luxações de vertebras cervicais). » Infiltração sanguínea das partes moles (subcutâneas e
aponevróticas) subjacentes ao sulco. » Lesões da íntima das carótidas (lesões de Amussat). » Equimose retrofaríngea (de Brouardel). » Fraturas do aparelho laríngeo, do osso hioide. » Espuma na laringe e na traqueia. »
Lesões raquidianas (rupturas de ligamentos, fraturas, fratura-luxação etc.); são raras.

• » Sinais gerais de asfixia: » Congestão generalizada dos órgãos. » Sangue fluido e escuro. » Sufusões hemorrágicas pleurais, epicárdicas.

• » Musculares: infiltração hemorrágica dos músculos cervicais (sinal de Hoffmann-Haberda), rotura transversal e hemorragia do músculo tiro-hioideo (Sinal de Lesser). » Cartilagens e ossos: hioide ─ fratura do corpo (sinal de
MorgagniValsalva-Orfila-Roemmer); tireoide. » Fratura das apófises superiores (sinal de Hoffmann); fratura do corpo (sinal de Helwig); e cricoide ─ fratura do corpo (sinal de MorgagniValsalva-Deprez). » Ligamentos: ruptura
dos ligamentos cricoideo e tireoideo (sinal de Bonnet).

• » Vasculares: carótida comum - ruptura da túnica íntima em sentido transversal abaixo da bifurcação (sinal de Amussat-Divergie-Hoffmann); infiltração hemorrágica da túnica adventícia (sinal de Friedberg); carótidas internas
e externas ─ ruptura das túnicas adventícias (sinal de Lesser); jugulares interna e externa ─ ruptura da túnica interna (sinal de Ziemke).

• » Vertebrais: fratura da apófise odontoide do axis (sinal de Morgagni). Fratura do corpo de C1 e C2 (sinal de Morgagni); luxação da segunda vértebra cervical (sinal de Ambroise Paré). » Faríngeo: equimose retrofaríngea
(sinal de Brouardel-Vibert-Descoust). » Laríngeo: ruptura das cordas vocais (sinal de Bonnet).

• Neurológicos: ruptura da bainha mielínica da bainha do reto (sinal de Dotto

• Podem ser encontrados sinais a distância, nas asfixias em geral, como congestão polivisceral, sangue fluido e escuro, pulmões distendidos, equimoses viscerais e espuma sanguinolenta na traqueia e brônquios.
10. Causas da morte - Traumatologia
• Mecanismo da morte por enforcamento
• Segundo Hoffmann - Morte por asfixia mecânica; morte por obstrução da circulação (obstrução ao nível das
carótidas acarretando perturbações cerebrais pela anóxia) e a morte por inibição devido à compressão dos
elementos nervosos do pescoço: a compressão seria principalmente sobre o nervo vago.
• O diagnóstico é feito principalmente na identificação do sulco característico ao nível do pescoço,
identificação dos fenômenos relacionados com a asfixia, bem como, da posição do cadáver; somando-se a
isto, convém estudar e analisar a presença das alterações externas e internas já citadas anteriormente.
• Em relação ao prognóstico, os fenômenos apresentados durante o enforcamento:
• » Período inicial: começa quando o corpo, abandonado e sob a ação do seu próprio peso, leva, pela
constricção do pescoço, à sensação de calor, zumbidos, sensações luminosas na vista e perda da consciência
produzidos pela interrupção da circulação cerebral.
• » Segundo período: caracteriza-se pelas convulsões e excitação do corpo proveniente dos fenômenos
respiratórios, pela impossibilidade de entrada e saída de ar, diminuindo o oxigênio e aumentando o gás
carbônico; associa-se a estes fenômenos a pressão do feixe vasculo-nervoso do pescoço, comprimindo o
nervo vago.
• » Terceiro período: surgem os sinais de morte aparente, até o aparecimento da morte real, com cessação da
respiração e da circulação.
10. Causas da morte - Traumatologia
• 2. Energias de origem físico química - Estrangulamento
• É a asfixia mecânica que ocorre uma constricção do pescoço, que causa embaraço à livre entrada de ar no aparelho respiratório, feito por meio de um laço acionado pela
força muscular da própria vítima ou estranho.
• Os mecanismos de morte são idênticos ao do enforcamento, há predominância do mecanismo asfíxico, no entanto pode ocorrer morte por mecanismo de inibição vagal.
• Há ocorrência da morte: » pelo impedimento da penetração do ar nas vias aéreas; » por morte circulatória devido à compressão dos grandes vasos do pescoço, que
conduzem para o cérebro; » por morte nervosa por mecanismo reflexo (inibição vagal). Pode, eventualmente, haver suspensão da vítima se houver uma desproporção
física enorme entre esta e o agressor (ex.: a vítima é uma criança e o agressor é um adulto corpulento).
• Dos achados no exame externo: » congestão crânio-facial / palidez da face; » sufusões hemorrágicas nas conjuntivas; » máscara equimótica; » sulco; » normalmente é
completo, de direcção horizontal, isto é, dispõe-se perpendicularmente ao maior eixo do pescoço; » pode eventualmente ser ascendente ou descendente; »
normalmente está abaixo da cartilagem laríngea.
• Dos achados internos: » infiltração sanguínea das partes moles subjacentes ao sulco; » equimose retrofaríngea (de Brouardel); » fraturas do aparelho laríngeo; » do osso
hioide; » da cartilagem tiroideia; » sinais gerais de asfixia; congestão generalizada dos orgãos; » sangue fluido e escuro; » sufusões hemorrágicas pleurais, epicárdicas.
• Das lesões externas: sulco é o elemento capital da sintomatologia externa. Tem sede, em geral, na laringe. Direção é horizontal. Raramente se apergaminha, como ocorre
no enforcamento, pois, após a morte cessa em geral a força constritiva, que concorre para a escoriação da pele e o aparecimento desse fenômeno.
• Este sulco é completo, abrangendo todo o pescoço e reproduz o número de voltas que o laço deu, a presença de nós etc. Sua profundidade é uniforme e os bordos
apresentam cor violácea, que contrasta com a palidez do fundo.
• » a face dos estrangulados é quase sempre tumefeita, vultuosa e violácea;
• » a língua geralmente faz saliência exteriormente, sendo encontrada entre os dentes;
• » a boca pode apresentar espuma esbranquiçada ou branco-sanguinolenta, bem como as narinas;
• » equimoses de pequenas dimensões na face, nas conjuntivas, pescoço e face anterior do tórax;
• » otorragia com ou sem ruptura de membrana timpânica.
10. Causas da morte - Traumatologia
• Das lesões internas: » infiltração hemorrágica em tela subcutânea e musculatura subjacente ao sulco; » lesões da laringe são excepcionais; » lesões
das artérias carótidas manifestam-se, macroscopicamente, na túnica íntima, pelos sinais de Amussat e Lesser (rupturas transversais) e, na túnica
adventícia, pelos sinais de Friedberg (infiltração hemorrágica) e de Etienne Martin (ruptura transversal); » rupturas musculares; » fraturas e luxações
de vértebras cervicais (V e VI de preferência). O diagnóstico tem permanecido no plano macroscópico da necrópsia através dos sinais gerais de asfixias
em particular, do estudo do pescoço.
• O diagnóstico orienta-se pela presença do sulco, impondo-se fazer diagnóstico diferencial com o sulco do enforcamento.
• » Presença do sulco: sua direção, número de voltas, profundidade, aspecto. » Disposição da hipóstase. » Diferenças com sulcos naturais dos obesos
e fetos. » Inexistência de reação vital.
• Da natureza jurídica tem-se o homicídio, infanticídio, acidente ou acidente do trabalho, suicídio, execução judiciária, tortura. Quanto a esta última,
cite-se o “garrote vil” ou torniquete. A forma mais rudimentar é a que emprega uma corda que vai sendo torcida até que sobrevenha a morte por
asfixia.
• O suicídio é raro, mas pode ocorrer, seja por garrote, por peso amarrado num laço e lançado pela janela, ou ainda qualquer artifício imaginado pelo
suicida.
• Da perícia, no caso do estrangulamento, esta assume modalidade essencialmente penal. É feita normalmente em cadáveres.
• Segue os mesmos critérios das demais perícias:
• » Identificação do morto.
• » Quantidade, tipo e sede das lesões.
• No estrangulamento, normalmente, nota-se a presença do sulco, circundando o pescoço. Sulco que pode ser único ou parcialmente duplo. Além
disso, encontram-se outras manifestações decorrentes do mecanismo de lesão. A identificação é feita seguindo-se a propedêutica semiológica contida
no exame necroscópico.
• O instrumento ou meio que produziram a lesão deve ser levado em consideração, normalmente, utiliza-se um laço ou algo que o valha.
10. Causas da morte - Traumatologia
• 2. Energias de origem físico química - Esganadura
• É a constrição da região anterior do pescoço pelas mãos, em que impede a passagem de ar atmosférico pelas vias respiratórias até
os pulmões. É sempre homicida. É impossível a forma suicida ou acidental.
• Na esganadura, o mecanismo de morte se deve principalmente à asfixia pela obturação da glote, graças à projeção da base da
língua sobre a porção posterior da faringe.
• É importante também os efeitos decorrentes da compressão nervosa do pescoço, levando ao fenômeno de inibição. A obliteração
vascular é de interesse insignificante.
• Os sintomas são desconhecidos, a vítima cai logo em estado de inconsciência a morte leva de 15 a 20 minutos.
• Dos mecanismos de morte é idêntico ao do estrangulamento, há predominância do mecanismo asfíxico, no entanto pode ocorrer
morte por mecanismo de inibição vagal.
• Ao exame externo: » congestão crânio-facial / palidez da face; » sufusões hemorrágicas nas conjuntivas; » máscara equimótica; »
ausência de sulco; » estigmas ungueais (escoriações de configuração semilunar (típico), ou lineares (por deslizamento das unhas
na pele), dispostas em várias direções em torno do pescoço, resultantes da ação das unhas); » equimoses; » escoriações no
pescoço e/ou face.
• Ao exame interno: » infiltração sanguínea das partes moles subjacentes aos estigmas ungueais (tecido celular subcutâneo e
músculos); » equimose retrofaríngea (de Brouardel); » fraturas do aparelho laríngeo; » do osso hioide; » da cartilagem tiroideia;
» sinais gerais de asfixia; » congestão generalizada dos órgãos; » sangue fluido e escuro; » sufusões hemorrágicas pleurais,
epicárdicas.
10. Causas da morte - Traumatologia
• Das lesões externas : » lesões externas a distância: cianose ou palidez da face, congestão das conjuntivas, às vezes com
exolftalmia, petéquias na face e no pescoço, constituindo o pontilhado escarlatiniforme de Lacassagne;
• lesões externas locais: as mais importantes são as produzidas pela unha do agressor, teoricamente de forma semilunar,
apergaminhadas, de tonalidade pardo-amareladas conhecidas com estigmas ou marcas ungueais. Pode também ter a forma de
rastros escoriativos. Se o criminoso é destro, aparecem essas marcas em maior quantidade no lado esquerdo do pescoço da
vítima. Em alguns casos, podem surgir escoriações de várias dimensões e sentidos, devido às reações da vítima ao defenderse.
Finalmente, as marcas ungueais podem estar ausentes se o agente conduziu a constrição do pescoço protegido por objetos
(vestes, por exemplo).
• Das lesões internas locais: » infiltrações hemorrágicas das estruturas profundas do pescoço; » lesões do aparelho laríngeo por
fraturas da cartilagem tireoide e cricoide e do osso hioide; » lesões de vasos do pescoço (marcas de França).
• Das lesões internas a distância: Apresentam as mesmas características das asfixias em geral.
• O diagnóstico deve considerar a realidade da asfixia, pesquisando os sinais comuns desta, e em seguida observar a existência de
lesões externas na face anterior e lateral do pescoço, tais como: lesões deixadas pelos dedos do agressor, escoriações produzidas
pelas unhas, sinais de luta, o encontro de lesões internas como: hemorragias na espessura dos músculos e tecidos do pescoço,
fratura da laringe, osso hioide, lesões nas carótidas, jugulares e nervos do pescoço. Observamos também a existência de outros
traumatismos que podem estar presentes no indivíduo, como os crimes sexuais.
• Analisar a prova testemunhal, inexistência de outra causa morte, fenômenos inibitórios e elementos para identificação do autor.
• O prognóstico depende do tempo de asfixia e das lesões das estruturas cervicais. A morte pode ser rápida por inibição ou durar
cerca de 4 a 5 minutos pela anoxia.
10. Causas da morte - Traumatologia
• A esganadura suicida não é admitida como possível. O único caso, de que há referência, é o de um alienado e, assim mesmo, é posto em dúvida. A
forma de acidente também não é tida como possível. A esganadura é sempre um homicídio, e daí o grande valor que adquire seu diagnóstico,
permitindo alertar imediatamente as autoridades na busca do criminoso.
• A perícia diante de um caso de esganadura deve inicialmente fazer o diagnóstico de morte, a identificação do indivíduo e em seguida procurar e
relatar os sinais de asfixia, as lesões externas e internas já comentadas. Deve ser lembrado que a morte por esganadura nem sempre está só, podendo
vir acompanhada de outros tipos de traumatismos, roubos e crimes sexuais. Como a esganadura é sempre um homicídio, deve-se estar atento a
elementos que possam identificar o autor da violência como as marcas das unhas, impressões digitais, fragmentos de cabelos e vestes. Por fim, deve
ser lembrado que a esganadura no adulto tem que haver uma desproporção de forças entre o agressor e a vítima, sendo por isso observada
principalmente em crianças, mulheres e velhos.
• O que importa registrar por quem se desloca ao local da ocorrência é a hora a que foi encontrada; hora a que foi vista pela última vez; quem a
descobriu; existência ou não de estigmas ungueais no pescoço, objetos na periferia do cadáver, integridade e disposição, com ou sem sinais de ter
havido violência, tóxicos que possam ter sido utilizados nomeadamente a existência de sinais de consumo de substâncias por via endovenosa e tudo o
que pareça ser relevante e possa estar relacionado com o caso.
• Pesquisar: se a vítima foi deslocada da posição em que foi encontrada; quem o fez, porque motivo, existência de sinais positivos de morte, cor da
face, congestão, palidez, projeção ou não da língua entre as arcadas dentárias, sufusões hemorrágicas nas conjuntivas, existência ou não de “máscara
equimótica”, existência de estigmas ungueais / distribuição no pescoço / orientação em relação ao maior eixo do pescoço, existência de lesões de
defesa (mãos, antebraços), existência ou não de outros ferimentos, em que localização, de que tipo, sinais de arrastamento.
• O que importa preservar, colher e enviar com o cadáver é proteger as mãos com sacos de papel (proteção de pelos, cabelos, material subungueal,
manchas de sangue ou outras que possam existir), tóxicos que possam ter sido utilizados e todos os vestígios que pareçam estar relacionados com o
caso.
• Enforcamento – quase sempre corresponde a uma situação de suicídio / poderá ter um caráter acidental (enforcamento sexual) ou mesmo homicida.
• Esganadura – quase sempre corresponde a uma situação de homicídio. Estrangulamento – quase sempre corresponde a uma situação de homicídio /
em casos raros pode corresponder a um suicídio ou acidente.
10. Causas da morte - Traumatologia
• 2. Energias de origem físico química - Afogamento

• É a asfixia mecânica, produzida pela penetração de um meio líquido nas vias respiratórias impedindo a passagem de ar até os pulmões. Havendo a submersão, ocorre a morte na sequência das seguintes fases:

• Existe a fase de defesa, onde há surpresa ou inspiração inicial, dispneia de submersão e a fase de resistência caracterizada por apneia, inspiração profunda e a fase de exaustão com perda da consciência, insensibilidade,
convulsão seguida de morte.

• Das lesões externas: » hipotermia; » pele anserina; » retração do mamilo, escroto e do pênis; » maceração da epiderme; » tonalidade vermelha dos livores cadavéricos; » cogumelo de espuma; » erosão dos dedos; »
presença de corpos estranhos sob as unhas; » equimoses da face e das conjuntivas; » mancha verde de putrefação (tórax); » lesões “pos mortem” produzidas por animais aquáticos.

• Das lesões internas: » presença de líquidos nas vias respiratórias; » presença de corpos estranhos no líquido das vias respiratórias; » lesões dos pulmões: aumentados, distendidos, enfisema aquoso e equimoses;

• » sinal de Brouardel = enfisema aquoso sub pleural (esponja molhada); » manchas de Tardieu = equimose sub pleural (raras); » manchas de Paltauf = Hemorragias subpleurais (equimoses vermelho claro com 2 ou mais cm
de diâmetro, devido à ruptura das paredes alveolares); » diluição do sangue (hidremia); » crioscopia: aumentada (água doce) e diminuída (água salgada); » sinal de Wydler = presença de espuma, líquido e sólido no
estômago; » sinal de Niles = hemorragia temporal; » sinal de Vargas Alvarado = hemorragia etimoidal; » sinal de Etienne Martin = congestão hepática; » equimoses nos músculos e pescoço.

• O diagnóstico do afogamento torna-se possível pelo exame externo e interno do cadáver e pelos exames complementares.

• A presença de lesões “intravitam” e “post mortem” concorrem para o diagnóstico diferencial entre o afogado verdadeiro e a simulação de afogamento, assim como a causa jurídica da morte.

• O afogado pode ser vítima de acidente, suicídio, homicídio e raramente infanticídio.

• Quando se suspeita de morte por afogamento, várias questões devem ser esclarecidas: » Se houve o afogamento (causa jurídica da morte). » Determinação do tempo de morte.
10. Causas da morte - Traumatologia
• 2. Energias de origem físico química - Soterramento
• É a asfixia que se realiza pela permanência do indivíduo num meio sólido ou semissólido, de modo que as substâncias aí contidas penetram na árvore respiratória, impedindo a entrada
de ar e produzindo a morte.
• A causa da morte no soterramento varia, donde, mais do que nunca, minucioso cuidado se faz necessário no exame da vítima, para explicar o mecanismo da morte. Pode ser, em
primeiro lugar, pela penetração dos corpos estranhos, em que ficou soterrada, na árvore respiratória, produzindo, então, asfixia mecânica por mudança do meio gasoso em sólido. Outra
modalidade de causa mortis está na asfixia por confinamento, ficando a vítima num espaço restrito, com ar insuficiente, cujo quimismo se transforma pela respiração, e, ainda, com
excesso de vapor de água e de calor.
• As lesões são aquelas consequentes ao traumatismo externo torácico, de preferência, como sejam fraturas costais, hemorrágicas, compressões pulmonares, cardíacas etc., e as internas
na necroscopia, são lesões ligadas à ação das substâncias estranhas nas vias respiratórias ou digestivas, de localização mais ou menos profunda e produzidas em vida, naturalmente.
Depois, aquelas em rigor asfíxicas, denotando o impedimento respiratório.
• O diagnóstico se faz pela existência da substância pulverulenta nas vias respiratórias, sendo indispensável excluir a possibilidade de sua penetração post mortem, em outras causas de
morte. Para isso, tem importância a penetração profunda das referidas substâncias nas vias respiratórias com indícios de reação vital e, também, a sua penetração nas vias digestivas, nos
movimentos de deglutição.
• Na morte, por um processo de asfixia mecânica, por mudança do meio gasoso em sólido ou por confinamento, há que considerar a influência de alguns fatores importantes.
• Em primeiro lugar, a facilidade do meio em desagregar-se, de sorte a penetrar com facilidade até o alveário respiratório, nos movimentos de inspiração.
• Depois, a espessura da camada sob a qual a vítima ficou soterrada. Em igualdade de condições, é obvio que, quanto mais espessa a camada, maior o dano. Outro fator de monta é o grau
de porosidade do meio. Quanto mais poroso, mais fácil o acesso de ar e, daí, menor o perigo. Em conexão com esta porosidade, está a espessura dos grãos constitutivos do meio de
soterramento. Maiores estes, mais fácil o acesso de ar. E ainda, infl uindo na porosidade, está a umidade: úmido o meio, mais difi cilmente permitirá a passagem do ar.
• Finalmente, é fator que não pode ser desprezado a natureza tóxica do meio. O soterramento por substâncias tóxicas como a cal, por exemplo, em igualdade de condições, será muito
mais nocivo do que se esta toxicidade não existir.
• Pode ser acidente, e, com relativa frequência, acidente de trabalho; pode ser também homicídio (praticado em geral em casos em que a vítima não pode se defender ou em casos de
infanticídio). O estudo de reações vitais e o grau de penetração profunda da substância nas vias respiratórias fala a favor de soterramento em vida.
• O diagnóstico é fi rmado pela existência da substância nociva nas vias respiratórias, com o complemento auxiliar da sua perquirição nas vias digestivas. As várias lesões idôneas para
caracterizar a espécie devem esclarecer a sua realização em vida. É conveniente que o perito se lembre de que nem sempre, na morte por soterramento, o êxito se deve a uma asfi xia
mecânica. Traumatismos outros (fraturas ósseas, rupturas viscerais, hemorragias, bloqueio cardíaco), podem ser responsabilizados.
10. Causas da morte - Traumatologia
• 2. Energias de origem físico química - Confinamento
• É a asfixia causada pela permanência do indivíduo num ambiente restrito e/ou fechado, sem condições de renovação do ar respirável, sendo
consumido o oxigênio pouco a pouco e o gás carbônico acumulado gradativamente.
• Na respiração normal, exige-se um ambiente externo contendo ar respirável, com oxigênio em quantidade aproximada de 21%. Quando no ar
atmosférico o oxigênio atinge 7% surgem distúrbios relativamente graves, sobrevivido à morte, se esta taxa é em torno de 3%.
• No confinamento há uma diminuição progressiva do suprimento de oxigênio ao organismo concomitante aumento do teor de anidro carbônico no
sangue (hipercapneia) simultaneamente, o ar satura-se de vapor d’água, dificultando a eliminação deste pelos pulmões e pela transpiração, o que
contribui consideravelmente para que se instale a asfixia.
• Das lesões externas: » Manchas de hipóstases são precoces, abundantes e de tonalidade escura. » Cianose de Face é o sinal mais frequente. »
Equimose de pele são arredondadas e de pequenas dimensões, não ultrapassando a uma lentilha, formando agrupamento em determinadas regiões,
principalmente na face, tórax e pescoço, tomando tonalidade mais escura nas partes de declive. » Equimoses de mucosas são encontradas mais
frequentemente na conjuntiva palpebral e ocular, nos lábios e mais raramente na mucosa nasal.
• Das lesões internas: » Equimoses Viscerais (manchas de Tardieu). » Congestão polivisceral. » Distensão e edemas dos pulmões. » Sangue escuro e
líquido (fluidez).
• É necessário que se entenda que não existe nenhum sinal, que isoladamente, seja de capital importância no diagnóstico das asfixias mecânicas.
Portanto, deve-se ter um critério baseado na somação das lesões estudadas, associando-se sinais e o estudo das circunstâncias do acontecimento.
• Geralmente tem êxito letal. Quando o indivíduo é salvo temos as mesmas complicações gerais da maioria das asfixias.
• A morte por confinamento pode advir de acidente e raramente homicídio e suicídio.
• No geral, a perícia não encontra sinais característicos neste gênero de morte.
• Só excepcionalmente constatam-se aqueles comuns à síndrome asfíxica.
10. Causas da morte - Traumatologia
• 3. Energias de origem mecânica - morte por arma branca
• Arma branca é um instrumento lesivo manejado com a mão , a qual atua sobre o corpo humano por meio de gume e/ou de
ponta (extremidade pontiaguda).
• Tipos de armas – conjunto de instrumentos muito variáveis (facas, canivetes, navalhas, espadas, punhais, picadores de gelo,
tesouras, chave de parafusos etc.); deve-se referir que alguns sã o instrumentos de ocasiã o (fragmentos de vidro, folhas
metá licas etc.).
• Respostas a dar numa autópsia de uma vítima por arma branca: » características da arma; » recolher elementos de forma
a provar que a arma problema esteve implicada naquela morte; » posição da vítima /agressor; » causa da morte; »
diagnóstico diferencial mé dico-legal.
• Classificação das lesões produzidas por arma branca: » perfurantes; » cortantes; » corto-perfurantes; » corto-contusas;
» perfuro-contundentes.
• Os instrumentos perfurantes são os que em regra “produzem lesões em que a profundidade é maior do que a extensão
superficial”.
• Instrumentos/armas que as produzem, instrumentos cilíndrico-cônicos, compridos, de seção circular ou elíptica e
extremidade pontiaguda (exemplo agulhas, pregos, flechas, lanças, floretes, picadores de gelo entre outros).
• Mecanismo de ação: há uma concentração da força viva numa superfície muito limitada (na extremidade), penetram nos
tecidos atuando como uma cunha, afastando lateralmente os tecidos.
• Características gerais das lesões produzidas por estes instrumentos: » orifício de entrada ou orifícios de entrada (ex.: garfo,
tesoura, ancinho) ─ canal de penetração; » eventualmente orifício de saída.
10. Causas da morte - Traumatologia
• Ferimentos por instrumentos cortantes
• Os instrumentos cortantes são os que, em regra, “produzem lesões que são
mais compridas do que profundas”.
• Instrumentos / armas que as produzem: instrumento constituído por uma
lámina (metálica), fina, de seção triangular que atua por ação do gume
(facas, navalhas, bisturís).
• Mecanismo de ação: » por simples pressão; » por pressão e deslizamento.
• Características gerais das lesões produzidas por estes instrumentos: »
solução de continuidade de bordos nítidos e retos e extremidades
angulosas (“ferida incisa”); » lesões monocortantes, bicortantes ou
pluricortantes; » mais profundas no centro do que nas extremidades; »
com cauda (escoriação superficial no início e/ou no fim da lesão) –
ferimentos angulosos ou em zig-zag quando atinge uma prega.
10. Causas da morte - Traumatologia
• Lesões produzidas por instrumentos corto-perfurantes
• Instrumentos/armas que as produzem ─ instrumento constituído por
uma lâmina (metálica), fina, de seção triangular que atua por ação do
gume (facas, navalhas, punhais, floretes, tesouras de pontas afiadas)
e ao mesmo tempo perfura os tecidos acabando por lesar várias
estruturas ao longo do seu trajeto.
• Mecanismo de ação: Os instrumentos corto-perfurantes ou perfuro-
cortantes são os que em regra “produzem lesões que reúnem as
características dos ferimentos produzidos por instrumentos cortantes
e por instrumentos perfurantes”
10. Causas da morte - Traumatologia
• Lesões produzidas por instrumentos corto-contundentes
• Instrumentos/armas que as produzem ─ instrumento constituído por
uma lâmina (metálica), fina, de seção triangular que atua por ação do
gume (machados, sabres, foices, catanas, sacholas, enxadas etc.).
• Mecanismo de ação: os instrumentos corto-contundentes são os que
em regra “produzem lesões que reúnem as características dos
ferimentos produzidos por instrumentos cortantes e por
instrumentos contundentes”.
• Atuam ao mesmo tempo por ação do peso e por ação de um gume
cortante.
3. Energias de origem mecânica
• Lesões produzidas por instrumentos perfuro-contundentes
• Instrumentos/armas que as produzem ─ instrumento constituído por
uma lâmina (metálica), fina, de seção cilíndrica ou triangular, a qual
perfura os tecidos e produz em simultâneo contusão dos bordos
(ponteira de guarda-chuva, dentes de ancinho etc.).
• Mecanismo de ação: atuam ao mesmo tempo como objetos
perfurantes e como objetos contundentes.
10. Causas da morte - Traumatologia
• Meios auxiliares de diagnóstico: » radiologia do segmento corporal atingido -
procura de fragmentos do instrumento; » exame do objeto (tipo, dimensões,
vestígios) ─ colheita de sangue do cadáver para DNA; » exame de pelos e cabelos; »
vestígios subungueais ─ exame toxicológico.
• Diagnóstico diferencial médico-legal em ferimentos por arma branca
• Homicídio por arma branca: » as roupas não são afastadas; » golpes múltiplos,
graves em diversas partes do corpo; » lesões de defesa; » face palmar das mãos; »
bordo interno dos antebraços;
• Suicídio por arma branca: » afasta as roupas (normalmente); » zonas de eleição
(pré-cordial); » lesões em regiões que a vitíma pode alcançar ─ lesões de hesitação;
» seção de vasos (radial, carótidas etc.); » degolação / suicídio; » lesões de
hesitação (junto ao ponto de início); » sangue na parte anterior da roupa (vítima de
pé em frente a um espelho); » sangue na mão que manejou a arma.
10. Causas da morte - Traumatologia
• O que importa registrar por quem se desloca ao local da ocorrência: »
hora a que foi encontrada; » hora a que foi vista pela última vez; »
quem a descobriu; » existência ou não de arma com a vítima; » a
quem pertence a arma; » da vítima; » de familiar (quem?); » origem
desconhecida; » característica da arma, » tipo (navalha, faca de
cozinha, punhal etc.); » lâmina; » gume(s); » número; » tipo (com
serrilhas, sem serrilhas); » comprimento; » localização da arma; »
empunhada; » mão direita / mão esquerda - caída junto do cadáver;
» onde; » a que distância; » existência de marcas de embate da arma
nas paredes, mobiliário, pavimentos, outros; » objetos na periferia
do cadáver;
10. Necropapiloscopia
• Papiloscopia: ciência que trata da identificação humana por meio das papilas dérmicas. (Papilla =
papila e Scopêin = examinar).
• Necropapiloscia, como a parte da papiloscopia que trata da identificação de cadáveres a partir
das papilas dérmicas.
• Papilas são pequenas saliências de natureza neuro-vascular, situadas na parte externa
(superficial) da derme, estando os seus ápices reproduzidos pelos relevos observáveis na
epiderme.
• Na região palmar, nas extremidades digitais ou na região plantar, a pele oferece uma infinidade
de saliências que são denominadas de “Cristas Papilares” ou “Linhas Papilares”; os intervalos ou
depressões que as separam chamam-se “Sulcos lnterpapilares”. As “linhas papilares” geralmente
se apresentam quebradas, bifurcadas, interrompidas, etc., particularidades estas que têm o nome
de “pontos característicos”, elementos individualizadores das impressões papilares.
• É justamente nestas minúcias que os necropapiloscopistas se baseiam para assegurar que o
cadáver em questão é realmente a pessoa supostamente apresentada pela família, tendo sempre
como padrão de confronto, os registros oficiais dos Institutos de Identificação do País ou
equivalentes.
10. Necropapiloscopia
• Objetivos: Identificar corpos com segurança e certeza; Evitar troca de
cadáveres; Dar uma resposta rápida para os familiares das vítimas,
corpos de identidade ignorada; Desastre de Massa.
5 fases do luto - Girafa
• Negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Conheça as 5 fases do luto
• Fase 1) Negação: Seria uma defesa psíquica que faz com que o indivíduo acaba negando o
problema, tenta encontrar algum jeito de não entrar em contato com a realidade seja da morte
de um ente querido ou da perda de emprego. É comum a pessoa também não querer falar sobre
o assunto.
• Fase 2) Raiva: Nessa fase o indivíduo se revolta com o mundo, se sente injustiçada e não se
conforma por estar passando por isso.
• Fase 3) Barganha: Essa é fase que o indivíduo começa a negociar, começando com si mesmo,
acaba querendo dizer que será uma pessoa melhor se sair daquela situação, faz promessas a
Deus. É como o discurso “Vou ser uma pessoa melhor, serei mais gentil e simpático com as
pessoas, irei ter uma vida saudável.”
• Fase 4) Depressão: Já nessa fase a pessoa se retira para seu mundo interno, se isolando,
melancólica e se sentindo impotente diante da situação.
• Fase 5) Aceitação: É o estágio em que o indivíduo não tem desespero e consegue enxergar a
realidade como realmente é, ficando pronto pra enfrentar a perda ou a morte.

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