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br Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● HISTOLOGIA

HISTOLOGIA 2016
Arlindo Ugulino Netto.

APARELHO REPRODUTOR FEMININO

O sistema reprodutor feminino é constituído pelos órgãos reprodutores internos: dois ovários, dois oviductos, o
útero e a vagina; e pela genitália externa: clitóris, grandes e pequenos lábios.
Os órgãos reprodutores femininos desenvolvem-se durante a puberdade sob estímulo dos hormônios
gonadotróficos, caracterizando a menarca (primeira menstruação), que até então estão em repouso.
O fim da vida reprodutora feminina é chamado de menopausa.

OVÁRIOS
O ovário é coberto pelo epitélio germinativo e está dividido em córtex e medula. Abaixo do epitélio está
localizada a túnica albugínea, formada de tecido conjuntivo denso não modelado. Ele está preso ao ligamento largo do
útero pelo mesovário.
 Região cortical: presença dos folículos (primordial, secundário e de Graaf).
 Região Medular: grande concentração de vasos sanguíneos.
 Epitélio Germinativo: do tipo simples cúbico que reveste externamente o ovário.
 Túnica Albugínea: tecido conjuntivo repleto de fibroblastos

OBS: As células foliculares não se originam do epitélio germinativo como antes se pensava.

FOLICULOS OVARIANOS
Passam por quatro estágios de desenvolvimento: primordial, primário, secundário e de Graaf. O desenvolvimento
dos folículos primários não depende do FSH. A diferenciação e proliferação das células foliculares são induzidas por
fatores locais, ainda não caracterizados. A partir do folículo secundário, estão sob influência do FSH.
 Folículos primordiais: são constituídos por uma camada de células
foliculares achatadas que envolvem o ovócito primário, que está
parado na prófase I da meiose, desde o nascimento, sob influência
do OMI (Inibidor da Maturação do Ovócito). As células foliculares
prendem-se umas as outras pelos desmossomos, e estão
separadas do tecido conjuntivo por uma lâmina basal.

 Folículos primários: há dois tipos de folículos primários: o


unilamelar e multilamelar. Quando as células foliculares
apresentam-se cuboides em uma única camada é denominada
unilamelar (unilaminar), em contrapartida, quando as células
foliculares proliferam-se formando mais de uma camada, é
denominada multilamelar (multilaminar), que são também
comumente chamadas células da granulosa. Durante este estágio é
formado uma substância amorfa, composta por glicoproteínas zp1,
zp2 e zp3, formando a Zona Pelúcida, que separa o ovócito das
células foliculares.

 Folículos secundários: os folículos secundários são semelhantes


aos primários, exceto pela presença do antro, que abriga o líquido
folicular responsável pela nutrição. A proliferação dos folículos
secundários depende diretamente do FSH. O fluido folicular possui
progesterona, estradiol, inibina e ativina, que regulam a liberação de
LH e FSH. As células que envolve o antro, juntamente com este,
formam o cumulus oofurus. Neste folículo, a camada de células
que envolve o ovócito I (recoberto pela zona pelúcida) é a corona
radiata.

 Folículos de Graaf (Maduro): a proliferação das células granulosas


e a formação do liquido folicular continuada forma o folículo maduro
(ou de Graaf), projetando o ovócito I para a periferia do folículo,
ainda envolvido pelo cumulus oofurus.

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OBS: Conceitos importantes:


 Ovulação: a secreção de estrógeno pelo folículo de
Graaf inibe a liberação de FSH por feedback negativo
e eleva repentinamente a secreção de LH. Com a
secreção do LH, a meiose interrompida se completa
formando o ovócito II e o primeiro corpo polar (que
será degenerado por falta de citoplasma).
O ovócito II entra em meiose II e é interrompida na
metáfase. O pico de LH causa uma abertura entre a
cavidade peritoneal e o antro do folículo de Graaf,
levando a ovulação (o ovócito secundário é liberado
junto com a corona radiata).
As fimbrias do oviduto varrerão o ovócito II para
dentro da luz da tuba (região do infundíbulo) a fim de
ser fertilizado na região da ampola.
Após a liberação do ovócito II, as células da teca
externa e internas permanecem no ovário formando
uma ferida.

 Folículo Atrésico: somente um folículo sofre ovulação. Os outros que ainda estão em desenvolvimento sofrem
atresia, sendo estes fagocitados por macrófagos.

 Corpo Hemorrágico: é formado por um coágulo de sangue central no antro do folículo maduro resultado da
ovulação.

 Corpo Lúteo: formado, depois do corpo hemorrágico sob ação do LH (converte o corpo hemorrágico em lúteo –
luteinização), pelo resto do folículo maduro. É uma glândula endócrina temporária que sustenta o endométrio.

 Corpo Albicans: quando não ocorre a fertilização, o corpo lúteo é invadido por fibroblastos e é fibrosado e
deixa de funcionar, formando o Corpo Albicans. Caso haja a fertilização, o hCG impedirá a cicatrização do
corpo lúteo, o qual assumirá a produção de progesterona durante o inicio (3 primeiros meses) da gravidez,
sustentando o endométrio.

OVIDUTOS
Agem como um conduto para os espermatozoides atingirem o ovócito e conduzir o ovo fertilizado para o útero.
Eles se dividem em quatro regiões e recoberto por três camadas.
 Infundíbulo: localizado na extremidade aberta para o ovário. Possui projeções, as fimbrias, que capturam o
ovócito II.
 Ampola: região dilatada onde geralmente ocorre a fertilização.
 Istmo: porção longa entre a ampola e o útero.
 Região Intramural: extremidade que se abre na luz do útero.

PAREDE DOS OVIDUTOS


 Mucosa: está localizado em todas as quatro regiões do oviduto, formado por epitélio colunar simples que são
mais altas no infundíbulo e à medida que se aproximam do útero vão se tornando mais baixas. É constituído por
dois tipos de célula: células encavilha (não-ciliadas), que possuem função secretora que criam um ambiente
nutritivo e protetor para os espermatozoides em seu trajeto até o ovócito II auxiliando em sua capacitação; e as
células ciliadas, que com os seus batimentos, auxiliam a condução de espermatozoide até o ovócito secundário
e a condução do óvulo fecundado à cavidade uterina.
 Muscular: é constituída pelas camadas circular interna e longitudinal externa de músculo liso. Os espaços entre
os feixes musculares são preenchidos por tecido conjuntivo frouxo.
 Serosa: formada de epitélio simples pavimentoso. Entre a camada serosa e a camada muscular, existem muitos
vasos sanguíneos e fibras nervosas autônomas.

ÚTERO
Órgão muscular constituído por fundo (base arredondada), corpo (porção larga na qual se abrem os ovidutos) e
cérvice (ou colo, porção circular estreita que se abre na vagina). Este órgão está localizado na linha média da pelve,
preso a cavidade abdominal pelo ligamento largo e ligamento redondo.

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FUNDO E CORPO
O corpo e o fundo são constituídos pelo endométrio, miométrio e por uma adventícia ou por uma serosa.
 Endométrio: é o revestimento mucoso do útero, constituído por epitélio colunar simples e pela lâmina própria.
Possui células colunares secretoras não-ciliadas e células ciliadas, enquanto a lamina própria contém glândulas
tubulosas. A lâmina própria é formada por tecido conjuntivo denso não modelado. O endométrio é constituído por
duas camadas:
o Camada funcional: vascularizada por artérias helicoidais e artérias retas. Camada que descama
mensalmente na menstruação.
o Camada basal: situada abaixo da camada funcional e é responsável por sua regeneração após cada
ciclo menstrual.
 Miométrio: constituído pelas camadas longitudinal interna, média circular (ricamente vascularizada) e a
longitudinal externa de músculos lisos. O processo de contração uterina durante o parto é causado por ações
hormonais: (1) influência do hormônio corticotrófico (estimulam a produção de prostaglandinas); (2) hipófise
posterior libera ocitocina (estimula a contração).
 Serosa ou Adventícia do Útero: a área retroperitoneal do útero está recoberto por uma adventícia que é tecido
conjuntivo sem revestimento epitelial. O fundo a porção posterior estão recobertos por uma serosa.

Endometriose: presença de tecido endometrial na pelve ou na cavidade peritoneal. Pode causar dismenorreia
ou até mesmo infertilidade no período menstrual.
 Teoria da Regurgitação: propõe que o fluxo menstrual escapa do útero pelas tubas uterinas e
penetram na cavidade peritoneal.
 Teoria Metaplásica: sugere que as células epiteliais do peritônio se diferenciem em células
endometriais.
 Teoria da disseminação vascular (linfática): células endometriais entram em canais vasculares
(linfáticos) durante a menstruação e são distribuídas pelo sistema vascular sanguíneo.
A hemorragia proveniente deste tecido pode causar dores intensas, e pode levar a esterilidade.

CÉRVICE (COLO DO UTERO)


Extremidade terminal do útero e projeta-se para dentro da vagina. É revestido por epitélio colunar simples e na
região onde o cérvice faz protrusão na vagina está coberto por epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado.
A mucosa cervical contém glândulas cervicais ramificadas, que têm sua viscosidade influenciada pela
progesterona.

Carcinoma Cervical: é um dos cânceres mais comuns nas mulheres. Apesar de ser raro em mulheres virgens e
mulheres que não deram à luz. A incidência aumenta se a mulher tiver vários parceiros sexuais. Origina no
epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado do cérvice, sendo chamado de carcinoma in situ.
Técnica Papanicolau: instrumento diagnóstico para detecção do câncer cervical. É realizado aspirando fluido
cervical da vagina ou a raspagem diretamente da cérvice. Depois é preparado uma lamina histologia e
examinado.

CICLO MENSTRUAL
Está dividido em: fase menstrual, proliferativa e secretora.
Fase menstrual (do dia É caracterizada pela descamação da camada funcional do endométrio (menstruação),
1 ao dia 4) caracterizando o inicio do ciclo.
Esta fase ocorre devido à regressão do corpo lúteo que cessa a secreção de progesterona e
estrogênio. Com isso, o endométrio deixa de ser estimulado a permanecer, causando a
interrupção de oxigênio e nutrientes, levando a necrose da camada funcional.
Na menstruação, é liberado cerca de 35mL de sangue.
Fase proliferativa ou Caracterizada pela renovação da camada funcional do endométrio pela camada basal.
folicular (do dia 4 ao Acompanha a fase folicular e o desenvolvimento dos folículos ovarianos.
dia 14) A camada funcional cresce, e há a proliferação de glândulas, estroma e artérias espiraladas
que dão a capacidade secretora do endométrio, possibilitando a implantação.
Fase secretora ou Caracterizado pelo espessamento do endométrio e da secreção do glicogênio acumulado
luteínica (do dia 15 ao pelas glândulas. Tem inicio após a ovulação.
dia 28)

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FERTILIZAÇÃO
A fertilização (a fusão do espermatozoide com o ovócito II) ocorre na ampola da tuba uterina. Nesse processo, a
molécula zp3 da zona pré-lúcida liga-se a proteínas receptoras do espermatozoide, causando a reação acrossômica
(liberação de enzimas, como a acrosina, que degeneram a zona pelúcida), possibilitando a entrada do espermatozoide
em direção ao ovócito.
A entrada do espermatozoide causa a reação cortical que impede que mais um espermatozoide fecunde óvulo
(polispermia). Então com a entrada do espermatozoide ocorre a indução do ovócito para completar a meiose II formando
o segundo corpo polar e o oócito. O pró-núcleo feminino funde-se com o pró-núcleo masculino, formando o zigoto, que
será transportado até a cavidade uterina.

IMPLANTAÇÃO
É o processo que ocorre quando o blastocisto se aloja no endométrio do útero. Nessa fase, o blastocisto passa
por uma série de modificações (formação do trofoblasto, embrioblasto) que o torna capaz de se implantar na parede
uterina. Em síntese, ocorrem as seguintes etapas:
 O blastômero será dividido em duas partes:
 Uma delgada camada celular externa: trofoblasto que formará a parte embrionária da placenta
 Um grupo de blastômeros localizados centralmente: a massa celular interna que dará origem ao
embrião: embrioblasto.
 O embrioblasto se projeta para a cavidade blastocística e o trofoblasto forma a parede do blastocisto.
 Após o blastocisto permanecer livre e suspenso nas secreções uterinas por cerca de dois dias, a zona pelúcida
degenera e gradualmente desaparece o que garante ao blastocisto um rápido crescimento.
 Ocorre o aumento de tamanho do blastocisto e sua nutrição é feita pelas glândulas uterinas.
 Cerca de 6 dias após a fertilização o blastocisto adere ao epitélio endometrial.
 O trofoblasto começa a proliferar e se diferencia:
 Uma camada interna de citotrofoblasto.
 Uma massa externa de sinciciotrofoblasto.
 Em torno de 6 dias, os prolongamentos digitiformes do sinciciotrofoblasto se estendem para o epitélio
endometrial
 No fim da primeira semana, o blastocisto está superficialmente implantado na camada compacta do endométrio
e obtém sua nutrição dos tecidos maternos.
 O sinciciotrofoblasto (altamente invasivo) produz enzimas que erodem os tecidos maternos possibilitando ao
blastocisto implantar-se dentro do endométrio.
 Em torno de 7 dias, uma camada de células, o hipoblasto, surge na superfície do embrioblasto voltada para a
cavidade blastocística
 Delaminação do embrioblasto.

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PLACENTA
A placenta é um tecido vascular derivado do endométrio uterino, altamente vascularizado pelo
sincíciotrofoblasto. Possui função endócrina, secretando hCG, tireotrofina coriônica, progesterona, estrógeno,
somatotrofina coriônica.

VAGINA
É uma bainha fibromuscular constituída por três camadas: mucosa, muscular e adventícia. Possui de 8 a 9
centímetros de comprimento.
A luz da vagina é revestida por epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado. A lâmina própria da vagina
é constituída por tecido conjuntivo frouxo fibroelástico contendo um rico suprimento vascular na parte mais profunda.
A camada muscular é constituída por células musculares lisas externamente longitudinais e internamente
circulares.
A camada adventícia é formada por tecido conjuntivo denso fibroelástico.

GENITÁLIA EXTERNA (VULVA OU PUDENDO)


Constituída pelos grandes lábios (duas pregas contendo tecido adiposo e uma camada de músculo liso),
pequenos lábios (duas pregas mediais constituídas por tecido conjuntivo esponjoso, contendo fibras elásticas). A fenda
entre os grandes e pequenos lábios é denominada rima. A fenda entre os pequenos lábios direito e esquerdo constitui o
vestíbulo.
As glândulas vestibulares menores estão situadas acima do óstio da vagina e secretam um liquido lubrificante
escorregadio para tornar a copula mais confortável. As glândulas vestibulares maiores estão situadas abaixo do óstio da
vagina.
O clitóris é coberto por epitélio pavimentoso estratificado que possui dois corpos eréteis. A extremidade visível é
chamada de glande clitoridiana.

GLÂNDULAS MAMÁRIAS
São glândulas túbulo alveolares compostas constituídas de 15 a 20 lóbulos que se irradiam do mamilo e
estão separados dos outros por tecido conjuntivo e adiposo.
A secreção de estrógeno e progesterona pelo ovário e de prolactina pela hipófise, desenvolve lóbulos e ductos
terminais.

GLANDULAS MAMÁRIAS EM REPOUSO ou NÃO SECRETORAS


Os alvéolos não estão desenvolvidos na glândula mamária em repouso, e acontece na mulher não grávida.

GLANDULAS MAMÁRIAS LACTANTES ou ATIVAS


Durante a gravidez, as porções terminais dos ductos se ramificam, crescem e formam unidades secretoras
denominadas alvéolos. Elas são ativadas por picos de estrógeno e progesterona durante a gravidez.
Após o nascimento, a prolactina ativa a secreção de leite (secreção apócrina). A ocitocina, que estimula a ejeção
do leite, pode ter sua secreção estimulada apenas pela sucção no mamilo.

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