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Contabilidade:
“É a ciência que estuda a formação e variação do Patrimônio”;
“É a ciência que estuda, registra e controla o Patrimônio das Entidades com fins
lucrativos ou não”;
“É Instrumento de informações para a tomada de decisões dentro e fora da
empresa”.
É uma ciência social aplicada, com metodologia especialmente concebida para
captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações
patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente, seja este pessoa de Direito
Público, tais como estado, Município, União e Autarquia.
A Contabilidade é um sistema de informação e avaliação que registra os
eventos que alteram o patrimônio de uma entidade, destinado a prover seus usuários
com demonstrações e análises de natureza patrimonial, econômica e financeira.
Objeto da Contabilidade
O objeto da Contabilidade é o patrimônio das entidades. Para a Contabilidade,
património é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade.
Objectivo da contabilidade
O objectivo principal da contabilidade é fornecer informação;
Económica e Financeira, das empresas para tomada de decisões.
A informação Económica é fornecida da demonstração de resultados. Nesta óptica pode-
se analisar a capacidade da empresa gerar lucros.
A informação financeira é representada no balanço, onde se pode analisar a capacidade
da empresa honrar as suas obrigações a curto, médio e a longo prazo,
Sendo um país em forte desenvolvimento, esta foi a decisão certa para mostrar
que estão abertos ao mundo e dispersos por todo ele. Principalmente pretende-se com
este novo sistema contabilístico melhorar a qualidade da informação contida nas DFs
que, assentes num plano de cerca de treze anos, se encontravam claramente
desajustadas, bem como permitir a comparabilidade desta informação no espaço global.
Com este decreto houve inevitavelmente algumas práticas que foram alteradas
face aquilo que se vinha até então a verificar. Esse é um ponto essencial da análise que
se segue: perceber o que havia antes do PGC e entender aquilo que existe presentemente
resultado da aproximação às normas internacionais.
O novo PGC trouxe alterações profundas ao que havia à data em vigor para a
contabilidade das empresas angolanas, que estava publicado no Decreto nº 70/89, de 23
de Dezembro. Como já referido, essas alterações visaram ir ao encontro das normas
internacionais que, em 2001, eram aquelas que o IASC havia desenvolvido. Sendo
assim, Angola passou desde esse ano a refletir nas suas práticas contabilísticas
empresariais algumas orientações sugeridas por aquele organismo, com vista à
aproximação à harmonização internacional.
Uma dessas alterações foi a direção do foco das DFs, ou seja, os utilizadores da
informação contabilística e financeira. Estas, devido ao crescimento das EMN e do IDE.
No século passado, serviu por outro lado como forte instrumento de controle nos
países que adotaram regimes políticos com economia controlada pelo governo de forma
centralizada. Hoje, o método tem aplicação a qualquer tipo de pessoa, física ou jurídica,
com finalidades lucrativas ou não, que tenha necessidade de exercer atividades
econômicas para alcançar suas finalidades, mesmo que tais atividades econômicas não
sejam atividades-fim.
Finalidade da Contabilidade
A Contabilidade tem como finalidade fornecer informações aos seus usuários,
por meio do registro, controle e interpretação dos eventos que alteram, qualitativa e
quantitativamente, o patrimônio das entidades. As informações fornecidas pela
Contabilidade permitem a realização de controle e planejamento. O controle é o
processo pelo qual a alta administração verifica se as diretrizes e políticas por ela
definidas e ou pelos sócios da entidade estão sendo seguidas. O planejamento é o
processo pelo qual a alta administração e os sócios da entidade decidem quais ações
serão tomadas para o futuro, considerando um segmento ou toda a empresa.
Usuários da Contabilidade
As informações geradas pela Contabilidade podem ser objeto de análise de
grande variedade de usuários, internos ou externos às entidades, com interesses,
conhecimentos e objetivos diversos. Os usuários podem apresentar interesses variados,
razão pela qual as informações contábeis devem ser suficientes para a adequada
avaliação da situação patrimonial e financeira, e das mutações sofridas pelo patrimônio.
Os principais usuários da Contabilidade são: Sócios ou proprietários (usuários
internos) avaliam o desempenho da administração e a rentabilidade de seus
investimentos; Investidores (usuários externos) – avaliam os riscos e oportunidades de
negócios;
Fornecedores (usuários externos) – avaliam as condições financeiras da empresa
e, assim, podem decidir se irão fornecer mercadorias e serviços;
Clientes (usuários externos) – avaliam se os fornecedores poderão ser os
parceiros ideais;
Empregados (usuários internos) – avaliam a continuidade da empresa, a
capacidade de pagar salários, oportunidades e condições de negociar salários, se a
participação nos lucros foi devidamente calculada etc.;
Governo (usuário externo) – importante usuário das informações contábeis, pois,
principalmente, verifica se a empresa está em dia com suas obrigações tributárias; .
Instituições financeiras (usuários externos) – avaliam se a entidade tem capacidade
financeira e patrimonial para realizar operações de crédito;
Concorrentes (usuários externos) – avaliam a capacidade financeira e de
negócios de uma entidade concorrente;
Administradores (usuários internos) – são os que demandam por informações
contábeis com maior frequência e profundidade. As informações contábeis subsidiam a
tomada de decisões e permitem avaliar as atividades da entidade.
Aplicação da Contabilidade
Portanto, são vários os usuários da Contabilidade, externos ou internos às
entidades, com necessidades e objetivos diferentes ao analisarem as informações
contábeis. Um usuário pode necessitar de informações contábeis que permitam avaliar o
desempenho da administração, outro podem necessitar de informações que permitam
avaliar a regularidade fiscal e tributária da entidade, outro de informações que permitam
avaliar os riscos de se emprestar ou aportar recursos em uma entidade.
Assim, tendo em vista que os usuários buscam informações diferentes, a
Contabilidade pode ser dividida em ramos, considerando a natureza e finalidade das
informações geradas. De forma geral, a Contabilidade aplicada a todas as empresas é
denominada Contabilidade Geral ou Contabilidade Financeira e baseia-se nos Princípios
de Contabilidade e nas normas que regem a Contabilidade Societária. Com o objetivo de
gerar informações mais específicas a determinados usuários, a Contabilidade pode ser
segmentada em Contabilidade Gerencial (normalmente destinada aos usuários internos),
Contabilidade Fiscal (o Governo é seu principal usuário) entre outras especializações.
TÉCNICAS CONTABILISTICAS
A Contabilidade estuda e controla o patrimônio das entidades por meio das
técnicas contabilísticas, que podem ser assim apresentadas:
Escrituração Os eventos que alteram o patrimônio das entidades e que,
consequentemente, são captados, estudados e avaliados pela Contabilidade devem ser
registrados. A escrituração é o registro desses eventos em livros (impressos ou
eletrônicos) apropriados, revestidos de formalidades intrínsecas e extrínsecas que
assegurem a confiabilidade e tempestividade dos fatos contábeis. Estudaremos mais
detalhadamente a escrituração contábil em capítulo específico.
Demonstrações financeiras
Demonstrações contabilísticas: é o conjunto de demonstrativos e quadros
técnicos padronizados por normas contábeis, com informações extraídas dos livros e
documentos que compõem o sistema contábil de uma entidade. As demonstrações
financeiras têm como objetivo evidenciar a situação patrimonial e financeira de uma
entidade. Também estudaremos mais detalhadamente as demonstrações financeiras em
capítulo específico.
Análise das demonstrações financeiras (análise de balanço) Consiste na
aplicação e cálculo de índices e coeficientes nas informações consignadas nas
demonstrações financeiras de uma entidade, com vistas a avaliar a sua situação
econômica, financeira e patrimonial.
Após o trabalho contabilístico efetuado é necessário passar à construção dos
quadros e mapas resumo que contêm a informação financeira sintetizada. Estes mapas
são as DF, que têm por objetivo representar a situação financeira de uma entidade.
Permite avaliar o seu prazo médio de recebimento, nível de endividamento e o
desempenho económico da empresa num dado momento, bem como alterações na
posição financeira, necessidade de capital de giro, liquidez e etc. (Rodrigues, 2010).
São estes mapas que contêm a informação que será divulgada publicamente e
usada por uma larga variedade de utilizadores.
Para uso interno, esta informação terá especial interesse para os órgãos de gestão
da própria entidade. Para estes, a informação representa um resumo do desempenho e
daquilo que é a empresa. Esta informação pode ajudar no planeamento de períodos
futuros ou mesmo para controlo do desempenho e avaliação dos desvios face ao
previsto. Por outro lado, esta será o input de informação necessário a uma correta e boa
análise financeira. Com esta informação detalhada será possível calcular uma
quantidade, tão variada quanto se queira, de indicadores econômico-financeiros que
permitirão avaliar inúmeros parâmetros da empresa, a curto e a longo prazo (Neves,
2012).
Para uso externo, a informação será pertinente para um grupo de utilizadores
bastante mais diversificado. Estes podem ser investidores anónimos, financiadores,
clientes, os próprios colaboradores ou o Estado.
Para os investidores esta informação pode dar indicações do retorno da empresa
e fornecer pistas sobre a viabilidade de investir naquela empresa. Para os financiadores
e outros credores, pode indicar a capacidade da empresa pagar e por isso condicionar a
decisão de emprestar. No que toca aos colaboradores, pode dar indicação da capacidade
da empresa em proporcionar um emprego estável a longo prazo e, quanto aos clientes,
pode indicar se a empresa continuará a operar sem colocar em causa possíveis
compromissos. Para além destes, também o Estado e o público em geral podem
consultar e usar pessoalmente estes dados. O primeiro maioritariamente para fins fiscais
e o segundo para uma variedade enorme de situações quer sejam elas com fins
académicos, pessoais ou profissionais (Neves, 2012).
Das DF que necessariamente são apresentadas pelas empresas, destacam-se neste
trabalho, o Balanço, DR e o Fluxo de Caixa. É sobre estas que incidirá a análise
seguinte, desta forma, mais úteis para os utilizadores da informação financeira.
O Balanço
Nabais e Nabais (2010, p. 64), cita que o Balanço “É um quadro que contém
informação referente a determinada data, acerca dos recursos (Activo) que a empresa
utiliza e da forma como estão a ser financiados pelos titulares da empresa (Capital
próprio) e por terceiros (Passivo). O Balanço deve evidenciar as contas que são
movimentadas na razão e nos diários de caixa, clientes, fornecedores e outros”. A
elaboração do balanço é obrigatória para Angola e para outros países.
O Balanço no PGCA apresenta as rubricas do activo organizadas pelo grau
decrescente de disponibilidade e do passivo pelo grau crescente de exigibilidade. O
capital próprio no PGCA apresenta 4 itens apenas, O mesmo acontece com o Passivo
não corrente.
PATRIMÔNIO
Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma determinada
entidade.
Os bens e direitos de uma entidade, que correspondem à parte “boa”,
denominam-se activo na Contabilidade. Já as obrigações (dívidas) de uma entidade, que
correspondem à parte “ruim”, denominam-se passivo na Contabilidade. A diferença
entre o activo e o passivo de uma entidade denomina-se patrimônio líquido.
Activo Representa os direitos que a entidade possui junto a terceiros e os bens
pertencentes a ela. O ativo também pode ser denominado patrimônio bruto e
corresponde às aplicações de recursos de uma entidade. Ativo é um recurso controlado
pela entidade como resultado de transações passadas ou eventos passados e do qual se
espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade. As entidades
normalmente obtêm ativos comprando-os ou produzindo-os, mas outras transações ou
eventos podem gerar ativos, por exemplo: um imóvel recebido do governo como parte
de um programa para fomentar o crescimento econômico da região onde se localiza a
entidade ou a descoberta de jazidas minerais. Transações ou eventos previstos para
ocorrer no futuro não podem resultar, por si mesmos, no reconhecimento de ativos; por
isso, por exemplo, a intenção de adquirir estoques não atende, por si só, à definição de
um ativo.
Bens Contabilmente, tudo aquilo que é útil à entidade e pode ser representado
monetariamente é denominado bem. Os bens podem ser classificados de diversas
formas. De acordo com sua natureza e finalidade, os bens podem ser assim
classificados:
Quanto à natureza:
Bens tangíveis: Bens corpóreos, que têm forma física, palpáveis. Exemplos:
veículos, máquinas, edificações, mercadorias, dinheiro etc.;
Bens intangíveis: Bens incorpóreos, que não têm forma física. Exemplos:
marcas, patentes, softwares, direitos autorais etc.
Quanto à finalidade:
Bens numerários: Bens que representam disponibilidades em dinheiro. Esses
bens são registrados na conta Caixa.
Bens de venda: ativos que pertencem à entidade e que há a intenção de sua
venda. Normalmente, os bens de venda são aqueles registrados na conta Estoque, como
matéria-prima, mercadorias, produtos em elaboração, produtos acabados.
Bens de uso: Bens que pertencem à entidade, mas que não há intenção de venda.
Esses bens têm como finalidade gerar benefícios para a empresa mediante o seu uso,
mas não mediante sua venda. Exemplos: bens registrados no ativo imobilizado
(máquinas, edificações, veículos, hardwares, imóveis, terrenos etc.) e no ativo intangível
(marcas, patentes, softwares, direitos autorais etc.);
Bens de renda: Bens que pertencem à entidade e que geram benefícios mediante
sua valorização ou locação. Exemplos: participações societárias em outras empresas,
imóveis para locação etc.
Direitos Contabilmente, direitos representam o poder de receber ou de
compensar alguma coisa em benefício da própria entidade. Representam créditos da
entidade junto a terceiros (governo, empregados, empresas etc.). Direitos representam
recursos da entidade em posse de terceiros. Assim, se a entidade tem direito a receber
algo, há um terceiro que tem a obrigação correspondente. Exemplos de contas contábeis
do ativo que representam direitos:
Clientes ou Duplicatas a receber: registra o direito de receber determinado valor
por venda de ativos ou por prestação de serviços para recebimento a prazo;
Adiantamento de salários: registra o direito de a entidade compensar o valor
adiantado a empregado quando ocorrer o posterior pagamento do salário;
Tributos a recuperar: registra o direito que a entidade possui de compensar o
valor do tributo pago a maior ou pago antecipadamente.
Duplicata é um título de crédito emitido pelo credor em uma transação de
compra e venda de mercadorias ou de prestação de serviços. A entidade vendedora ou
prestadora do serviço emite uma duplicata para cobrança da mercadoria vendida ou do
serviço prestado, a qual deverá ser aceita pelo comprador (devedor). Assim:
Duplicata emitida = vendedor (direito, ativo);
Duplicata aceita = devedor (obrigação, passivo). Nota promissória é um título de
crédito emitido pelo devedor em favor de determinada pessoa, com o objetivo de
representar uma promessa de pagamento. Assim:
Nota promissória emitida = devedor (obrigação, passivo);
Nota promissória aceita = credor (direito, ativo).
O sacador da duplicata é o emitente, ou seja, o credor. O sacado da duplicata é o
comprador, ou seja, o devedor.
Na nota promissória, o sacado é o emitente, ou seja, o devedor. Já o beneficiário
é o credor.
PASSIVO
Representa as obrigações (dívidas) da entidade para com terceiros. As contas do
passivo representam recursos de terceiros em posse da entidade. O passivo também
pode ser denominado passivo exigível ou capital de terceiros e corresponde às origens
de recursos de uma entidade. Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada
de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos
capazes de gerar benefícios econômicos. Uma característica essencial para a existência
de um passivo é que a entidade tenha uma obrigação presente. Assim, por exemplo, a
aquisição a prazo de mercadorias ou de serviços resulta em contas a pagar, e a obtenção
de um empréstimo resulta na obrigação de liquidá-lo. São exemplos de contas do
passivo:
Fornecedores ou Duplicatas a pagar: registra a obrigação da entidade de pagar
determinado valor por compras ou contratação de serviços a prazo;
Empréstimos e financiamentos obtidos;
Provisões passivas – 13º salário, de férias, de contingências etc.;
Notas promissórias a pagar (ou emitidas)
Tributos a recolher (ou a pagar); Salários a pagar.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Conforme dito anteriormente, patrimônio líquido (pl) é a diferença entre o
activo e o passivo de uma entidade, ou seja, é o valor residual dos ativos da entidade
depois de deduzidos todos os seus passivos. O patrimônio líquido pode também ser
denominado riqueza líquida, capital próprio, passivo não exigível, situação líquida.
Também corresponde, juntamente com o passivo, às origens de recursos. No
patrimônio líquido são registrados os recursos aportados pelos sócios, o resultado do
exercício (lucro ou prejuízo), as reservas resultantes de apropriações de lucros (Reservas
de lucros) e as reservas para manutenção do capital (Reservas de capital). As contas que
compõem o patrimônio líquido serão apresentadas de forma detalhada em capítulo
específico.
Passivo=400.000
Activo=500.000
Patrimônio líquido=100.000
patrimônio líquido sempre terá o valor da diferença entre o valor do ativo e o valor do passivo.
patrimônio:
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Princípios contabilísticos
Princípio da continuidade
Presume- se que a empresa continua as suas atividades, não tendo intenção nem
necessidade de entrar em liquidação ou de reduzir significativamente a sua atividade.
Princípio da consistência
Princípio da prudência
Princípio da materialidade
Fiscalidade
O estado necessita, para tal, de receitas que resultam dos impostos pagos pelos
contribuintes, segundo leis estabelecidas
Assim, atendemos a necessidade à definição de Imposto:
Impostos é a prestação pecuniária, definitiva e unilateral, estabelecida por lei, favor de
uma pessoa colectiva de Direito Público, para a realização de fins públicos.
Podemos classificar os impostos em:
Impostos Directos;
Impostos Indirectos.
Impostos Directos- aqueles cujos pressupostos correspondem à verificação ou
identificação concreta do contribuinte, o qual está dotado de património colectável ou
aufere rendimento tributável.
É o caso do:
Imposto Sobre o Rendimento do Trabalho;
Imposto sobre sucessões e doações;
Imposto Industrial;
SISA.
Impostos Indirectos – Aqueles que surgem com a ocorrência de certas despesas
ou aquisições de bens para o consumo ou fruição.
Neste caso destacamos:
Imposto de Selo;
Imposto de Consumo.
Impostos Proporcionais- Neste caso, a taxa é fixa. O imposto aumenta
proporcionalmente à matéria colectável.
Aqui destaca-se:
Imposto Industrial;
Imposto Predial Urbano.
Impostos progressivos- Nestes impostos a taxa aumenta a medida que cresce a
matéria coletável. Assim, o imposto aumenta mais que proporcionalmente, face ao
aumento da matéria colectável.
É o exemplo do:
Imposto sobre as sucessões e doações;
Imposto sobre o Rendimento do Trabalho.
O sistema fiscal angolano
A doutrina apresenta três grandes tipos de sistemas fiscais, que podem agrupar-
se segundo critérios que atendem quer ao grau de desenvolvimento quer ao sistema
socioeconómico. Assim, como bem nos ensina Sousa Franco, "existem os sistemas
fiscais das economias capitalistas desenvolvidas, das economias subdesenvolvidas e os
sistemas fiscais socialistas coletivistas".
São características dos sistemas das economias desenvolvidas de mercado a
pressão fiscal alta, elevada eficiência do sistema fiscal, elevado rendimento da
administração financeira e a complexidade do sistema fiscal. Os sistemas fiscais das
economias subdesenvolvidas caracterizam-se por um fraco rendimento, preponderância
dos impostos indiretos, peso excessivo da fiscalidade externa (em muitos países, e
particularmente entre os exportadores de matérias-primas, regista-se uma tendência para
fazer as receitas públicas dependerem quase totalmente das receitas de exportação, com
todas as vulnerabilidades que tal circunstância provoca) e má administração financeira.
De facto, normalmente existe nestes países uma administração pouco eficiente, por
vezes pesada em efetivos, ao que acresce muitas vezes a circunstância de as próprias
leis fiscais herdadas de situações coloniais serem inadequadas às estruturas económicas
e às necessárias políticas de desenvolvimento. Além disso, são sistemas com pessoal
técnico pouco especializado.
Finalmente, temos os sistemas fiscais das economias socialistas coletivistas, que
reúnem as seguintes características: são sistemas ligeiros, a fiscalidade está ao serviço
da planificação, predominam os impostos indiretos e são sistemas relativamente
simples. Já para Pierre Beltrame, Richard Musgrave e Manuel Henrique de Freitas
Pereira, existe outra classificação, que divide os sistemas fiscais em sistemas fiscais dos
países industrializados e sistemas fiscais dos países em desenvolvimento.
Podemos facilmente encontrar o sistema fiscal angolano. Nos sistemas fiscais
dos países industrializados, o nível de fiscalidade é medido pela relação entre receitas
fiscais e produto interno bruto. O sistema fiscal é constituído por vários impostos, cujo
peso no total se encontra relativamente repartido entre eles. Nestes sistemas, o imposto
sobre o rendimento das pessoas singulares assume grande importância, pelo facto de o
nível de industrialização e o fenómeno do urbanismo permitirem a existência de um
elevado volume de população activa trabalhando por conta de outrem e criando
importantes fluxos de aplicações de capitais. Do ponto de vista técnico e de
organização, são sistemas com certo grau de sofisticação. Já no outro prisma, nos
sistemas fiscais dos países em vias de desenvolvimento, o nível de fiscalização é baixo e
a estrutura fiscal assenta em grande medida nos impostos indiretos e sobretudo nos
impostos relacionados com o comércio externo, em especial a exportação. A
organização da administração fiscal é incipiente e a legislação fiscal, muitas vezes,
herdada do tempo colonial. Para os Professores Saldanha Sanches e João Gama, “a
importância da lei fundamental no domínio fiscal é incontestável, mesmo em Estados
dotados de constituições que não se debruçam especificamente sobre aspetos
económicos e fiscais. A partir dos seus princípios, como o da igualdade ou da
legalidade, é possível extrair todo um programa fiscal.
Angola é um Estado com uma Constituição pouco interventiva na área fiscal”. A
Constituição da República Popular de Angola consagrava uma orientação
socioeconómica de natureza socialista. A atual Constituição prevê, no art. 101º, uma
rotura com o sistema anterior, o que veio culminar numa melhoria do sistema, que só
não foi mais acentuada pelos seguintes fatores: ineficiência da administração fiscal, pela
ausência de técnicos qualificados, forte dependência do setor petrolífero e diamantífero
e um mercado informal muito forte.
a) Incidência- É a caracterização em abstracto dos elementos constitutivos da
obrigação do imposto.
A incidência pode ser:
Pessoal ou Subjectiva – Determinação das categorias de sujeitos a impostos com
diferentes tratamentos fiscais.
Real ou objectiva- Definição dos bens ou elementos do património que servem de base
á determinação do imposto a pagar.
b) Lançamento – operações que permitem identificar o contribuinte e determinar a
matéria colectável.
c) Liquidação – Determinação do montante do imposto pela aplicação á matéria
colectável.
d) Cobrança – Operações de pagamento do imposto
e) Contríbuinte – Pessoa, singular ou colectiva, em relação à qual se devem
verificar os elementos factuais do pressupostos do imposto e que é visada pela
lei como devendo sofrer um certo desfalque patrimonial a título de imposto.
TIPOS DE IMPOSTOS
Imposto sobre o Rendimento do trabalho;
Contribuição para segurança social;
Imposto de consumo;
O imposto do selo;
Imposto Industrial;
Imposto sobre a aplicação de capitais;
Imposto predial Urbano;
Imposto sobre o Rendimento;
Imposto sobre a Produção de petróleo ou Royalty;
Imposto sobre o Rendimento do Petróleo;
Imposto de transacção do petróleo.
Isenções
Estão dispensados do pagamento deste imposto:
a) Os agentes das missões diplomáticas e consulares e consulares, sempre que haja
reprocidade;
b) O pessoal ao serviço de organizações internacionais, depois de aprovado pela
AGT;
c) O pessoal ao serviço das ONTG, depois de aprovado pela AGT;
d) Os deficientes físicos e mutilados de guerra com invalidez igual ou superior a
50%;
e) Os cidadão nacionais com idade superior a 60 anos pelo trabalho por conta de
outrem;
f) Antigos combatentes, deficientes de guerra e familiares de combatente tombado
ou perecido, decorrente da actidade dos Grupos A e B;
g) Singulares que prestem serviço militar e paramilitar, mas apenas aqueles
derivados dessa prestação.
Grupo A
Determinação da Matéria colectável
A matéria colectável é constituído por todas as remunerações em dinheiro ou em
espécie, de natureza contratual ou não contratual, periódicas ou ocasionais, fixas ou
variáveis, independentemente da sua proveniência, local, moeda, forma estipulada
para o seu cálculo e pagamento, auferidas pelos trabalhadores por conta de outrem.
A determinação da matéria colectável faz-se pelas deduções à retribuição global pela
ordem seguinte:
a) As contribuições obrigatórias para segurança social;
b) As componentes remuneratórias não sujeitas ou isentas.
Não é aceite a transferência do encargo fiscal do trabalhador para a entidade
patronal, não podendo ser atribuído ao trabalhador rendimento líquido superior ao valor
do contrato, a título de remuneração.
Grupo B
O rendimento colectável destes contribuintes será 70% dos rendimentos pagos
entidades com contabilidade organizada.
Liquidação
Assim, a liquidação do imposto sobre os rendimentos aos trabalhadores por conta
própria é efectuada pela entidade pagadora desses rendimentos, por retenção na fonte
sobre 70% do valor pago, ou seja 10,50 (70% * 15%).
Taxas
A taxa do imposto do Grupo B é de 15%.
Cobrança
O imposto devido pela atribuição destes rendimentos deve ser entregue pela
entidade pagadora até ao fim do mês seguinte ao do respectivo pagamento, na repartição
fiscal competente.
Contribuição para segurança social
Caracterização
As contribuições para o sistema de segurança social estão definidas nos decretos
38/08, de 19 de junho, e 42/08, de 03 de julho.
Incidência Real ou Objectiva
Constituem base de incidência as remunerações devidas aos trabalhadores por conta
de outrem, nomeadamente:
a) O vencimento base;
b) A retribuição por trabalho por turnos e noturno com carácter regular;
c) A retribuição correspondente ao período de suspensão de trabalho com perda de
salário como acção disciplinar;
d) A indemnização por despedimento sem justa causa;
e) A quantia paga ao trabalhador em cumprimento de acordo de cessação de
trabalho;
f) A participação nos lucros da empresa;
g) O subsídio de regime de disponibilidade com caráter regular.
Incidência Pessoal ou Subjectiva
É obrigatório a inscrição dos trabalhadores e das respectivas entidades
empregadoras e dos trabalhadores por canta própria.
Isenções
Os estrangeiros residentes que exerçam a actividade por conta própria são excluídos
deste regime dede que provem o seu enquadramento em regime de protecção obrigatória
de outro país.
Taxas
as taxas de contribuição são:
a) 8% para as entidades empregadoras;
b) 3% para trabalhadores por conta de outrem;
Liquidação
A entidade empregadora tem de entregar mensalmente a folha de remunerações até as
10ª.dia subsequente àquele a que se refere o pagamento da remuneração, á entidade
gestora da Protecção Social Obrigatória.
Cobrança
O pagamento das contribuições deve ser efectuado até ao 10º. Dia do mês seguinte
àquele a que disserem respeito.
As entidades ou contribuintes que não cumpram com os prazos para o pagamento das
contribuições estão sujeitos a:
a) Multas de uma a seis vezes o salário médio mensal praticado na empresa.
b) Juros de mora à taxa mensal de 2,5%
Imposto de consumo
A compreensão da problemática deste imposto pressupõe um conhecimento
mínimo do seu funcionamento, das técnicas, dos efeitos económicos, sobretudo no
plano nacional, Saldanha Sanches e João da Gama, ob. cit., pág. 20. das questões
administrativas, da forma como ele se aplica e dos desafios que deixa à administração
fiscal, aos contribuintes e outros operadores.
Para o Professor Xavier Basto, "a expressão tributação do consumo cobre uma
larga gama de tributos, de natureza diversa, não sendo fácil abranger tão vasto e
diversificado conjunto com uma definição por compreensão totalmente satisfatória.
Corre-se sempre o risco, com essa definição, de excluir espécies que pertencem ao
conjunto e de incluir outras que dele não fazem parte. Com todas as cautelas devidas
quando se formulam definições deste tipo, poderá dizer-se que os impostos de consumo
são aqueles que se pagam no contexto da utilização de bens e serviços no país onde são
consumidos". A OCDE, na sua classificação decimal para efeitos de estatísticas fiscais,
coloca os impostos de consumo no grupo ou classe 5000 da lista, intitulada "Impostos
sobre bens e serviços". Ainda segundo Xavier Basto, na classe 5000, há que distinguir
entre os tributos que incidem sobre os próprios bens e serviços, e designadamente sobre
a sua aquisição (“taxes on goods and services themselves”, na expressão de um estudo
recente), e aqueles que cobram pelo uso de bens. Os primeiros incorporam-se no preço
dos bens e atingem o consumidor (imediata ou mediatamente) aquando da respetiva
aquisição; os segundos são cobrados pelo uso de bens, pelo facto da sua propriedade, ou
pelo exercício de determinadas atividades.
As isenções
As isenções estão previstas no artigo 4º do Regulamento do Imposto de
Consumo. Sendo assim, estão isentos de imposto de consumo: (art. 4º)
a) os bens exportados, quando a exportação seja feita pelo próprio produtor ou entidades
vocacionadas para o efeito, reconhecida nos termos previstos na lei;
b) os bens importados pelas representações diplomáticas e consulares, quando haja
reciprocidade de tratamento;
c) os bens manufaturados em resultado de atividades desenvolvidas por processos
artesanais;
d) as matérias-primas e os materiais subsidiários, incorporados no processo de fabrico,
os bens de equipamento e peças sobressalentes, desde que devidamente certificados
pelos Ministérios de tutela, com declaração de exclusividade (alterado por Decreto nº
29/02) de 21 de maio);
e) os animais destinados à procriação, mediante informação dos serviços de veterinária,
na qual sejam considerados como podendo contribuir para o melhoramento e progresso
da produção nacional;
f) os materiais subsidiários referidos na alínea d) serão objeto de relação discriminada, a
ser aprovada por decreto executivo dos Ministros da Indústria e das Finanças (alterado
por Decreto nº 29/02, de 21 de maio). Para se considerar que uma atividade é exercida
nos moldes artesanais, esta deve preencher os requisitos do art. 4º nº 2.
Obrigações dos sujeitos passivos No regulamento, podemos encontrar várias
obrigações às quais os sujeitos passivos de imposto estão vinculados, nomeadamente
obrigações declarativas, de faturação, contabilísticas e de pagamento. No art. 5º nº 1,
está previsto que o sujeito passivo deve apresentar na repartição fiscal da sua área, até
ao último dia de cada mês, uma declaração em duplicado, conforme modelo D, em que
proceda à liquidação do imposto de consumo devido relativamente ao volume de
operações tributáveis realizadas no mês anterior. Havendo ou não operações tributáveis,
a declaração citada anteriormente deverá ser sempre apresentada, tal como se vê no art.
5º nº 2.
Os sujeitos passivos referidos na alínea a) do art. 2º apresentarão um mapa, em
duplicado, onde conste os elementos referidos no nº 2 do art. 18º. Verificando-se a falta
de entrega da declaração prevista no nº 1 do art. 5º deste diploma, a fixação do valor
base para liquidação será feita pelo chefe de repartição fiscal competente para a
recepção da mesma, dando lugar a uma determinação oficiosa do imposto, como está
previsto no art. 6º nº 1. A mesma entidade procederá também a retificação das
declarações quando, com fundamento, considere que nelas figura um imposto inferior
ou uma redução superior ao devido, como se vê no art. 6º nº 2.
Aplicação da lei no tempo (art. 8º) Como está previsto no art. 8º, o imposto é
devido e torna-se exigível: a) na produção, no momento em que os bens são colocados à
disposição do adquirente; b) nas importações, no momento do desembaraço
alfandegário; c) na arrematação ou venda, no momento em que tais atos são praticados;
d) no consumo de água, energia, no momento da sua liquidação; e) nos serviços
previstos nas alíneas e) a q ) do nº 1 do art. 1º, no momento da sua liquidação (alterado
pelo Decreto Legislativo Presidencial nº 7/11, de 30 de Novembro).
Base de cálculo do imposto (art. 9º) O valor tributável sujeito a imposto será: a)
para os bens produzidos no país, o preço do custo à porta do armazém; b) para os bens
importados, o seu valor aduaneiro; c) nas arrematações ou vendas, o valor por que
tiverem sido efetuadas;
Determinação da matéria colectável
O valor tributável sujeito a imposto é:
a) O preço de custo para os bens produzidos no país;
b) O valor aduaneiro para os bens produzidos no país;
c) O valor por que tiverem sido efetuadas as arrematações ou vendas;
d) O preço pago pelos serviços previstos na incidência objectiva.
Considera-se preço de custo para os bens produzidos no país, os custos incorridos com a
produção, incluindo matérias-primas e produtos incorporados, mão-de-obra, tecnologia
e outros bens ou serviços necessários à produção.
Exigibilidade do imposto
O imposto é devido e torna-se exigível:
a) Na produção, no momento em que os bens são postos à disposição dos
adquirentes;
b) Nas impostações, no momento de desembaraço alfandegário;
c) Na arrematação ou venda, no momento em que tais actos sejam praticados;
d) Na prestação de serviço, no momento do efectivo pagamento da factura.
Liquidação
A liquidação do imposto cabe:
a) Aos produtores, nos casos dos bens produzidos no país;
b) Aos serviços aduaneiros, no caso da importação de bens;
c) Aos serviços que realizar a arrematação ou venda;
d) Às entidades residentes que contratem serviços a não residentes;
e) À repartição fiscal nos restantes casos.
Taxas
A taxa geral prevista para o imposto de consumo é de 10%.
Com ecepção dos bens que se encontram listados nos anexos 1,2 e 3.
O IMPOSTO DO SELO
O imposto do selo está regulado no Decreto Legislativo Presidencial nº 6/11 de
30 de dezembro, trata-se de uma matéria que já sofreu constantes revisões. Em países
como Portugal, tem sido discutida a manutenção ou abolição do imposto do selo, mas
este imposto tem resistido, por duas grandes razões: a primeira prende-se com a
relevante receita gerada pelo imposto do selo, e a segunda razão é a circunstância de
existirem manifestações de capacidade contributiva, consideradas relevantes pelo
legislador fiscal, que não estão abrangidas por outros impostos vigentes91. Em Angola,
infelizmente, ainda não tivemos esse debate, o que faz com que o legislador mantenha o
imposto. O imposto do selo angolano é um exemplo muito rudimentar de imposto sobre
as transações. Assim, o imposto do selo vai atingir, por exemplo, aberturas de crédito,
operações bancárias, emissões de cheques, constituições de sociedades etc.93. A relação
jurídica tributária, no caso em concreto, é constituída pela realização dos atos praticados
nos termos do art. 5º.
Incidência Real ou objectiva
Assim, segundo o art. 1º do Código do Imposto do Selo, objetivamente, o
imposto incide sobre todos os atos, contratos, documentos, títulos, livros, papéis,
operações e outros factos previstos na Tabela anexa a este Código, ou em leis especiais,
salvas as isenções aí previstas.
Incidência Pessoal ou Subjectiva
. Quanto a incidência subjetiva, são sujeitos passivos do imposto, nos termos do
art. 2º, os sujeitos aí previstos desde a alínea a) até a alínea l). Revela o legislador fiscal
pouca simplicidade e racionalização do imposto, esta é sem sombra de dúvidas uma das
questões que se coloca a este tributo.
Encargo do imposto O imposto constitui encargo dos titulares do interesse
económico, tal como está previsto no art. 3º. O imposto do selo incide sobre todos os
fatores e operações previstas ocorridos em território nacional, como dispõe o art. 4º, e
outras operações realizadas no estrangeiro, segundo o art. 4º nº 2.
Isenções
São muito numerosas as isenções de imposto do selo. As subjetivas, como as que
beneficiam o Estado e outros organismos, ainda que personalizados, excluídas as
empresas públicas tal como está previsto no art. 6º e as demais isenções previstas no art.
6º nº 2 e 3. Sempre que haja lugar a qualquer isenção, deve averbar-se no documento ou
título a disposição legal que a prevê (art. 7º).
Liquidação
a) É efectuada por meio de guia;
b) Compete aos sujeitos passivos referidos anteriormente;
c) Tratando-se de imposto devido por operações de crédito ou garantias prestadas
por várias instituições pode ser efectuada por qualquer uma das instituições, sem
prejuízo da responsabilidade, de cada uma delas em caso de incumprimento;
d) É efectuada pela Alfandega nas operações aduaneiras e pago até ao dia 15 do
mês seguinte;
e) Deve ser mencionada nos documento, ou seja, o valor do imposto e a data;
f) É feita e entregue pelas entidades residentes em Angola e que contratem
entidades não residentes, nas situações em que compete aqueles o dever de
liquidar;
g) É efectuada no momento do pagamento da prestação, nos contratos em que o
Estado seja parte, excepto nas empresas públicas e depositado nos cofres do
Estado até ao dia 15 do mês seguinte.
Taxas
As taxas aplicáveis no imposto do selo são muito numerosas e diversificadas.
Assim, temos:
Taxa percentual: 1%
Cobrança
O imposto do Selo é pago:
a) Mediante a apresentação do documento d liquidação de imposto;
b) Até ao final do mês seguinte àquele em que a obrigação tributária se tenha
constituído.
Obrigações Contabilísticas
Os contribuintes com contabilidade organizada nos termos do Plano Geral de
Contabilidade devem fazer um registo das operações e actos, de modo a possibilitar a
verificação do9 imposto selo liquidado, da seguinte forma:
a) O valor das operações e dos actos realizados sujeitos a impostos;
b) O valor das operações e dos actos realizados isentos;
c) O valor do imposto liquidado;
d) O valor do imposto compesado.
A documentação de suporte deve ser guardada durante 5 anos.
Garantias e obrigações dos sujeitos passivos
Se, depois de efetuada a liquidação do imposto, for anulada a operação, reduzido
o seu valor tributável em consequência de quaisquer factos de que tenha resultado
imposto liquidado e pago superior ao devido, as entidades referidas no art. 13º podem
efetuar a compensação do mesmo até à concorrência das liquidações e entregas
seguintes relativas ao mesmo artigo da tabela (art. 17º). Os sujeitos passivos ou os seus
representantes legais são obrigados a apresentar anualmente declaração discriminativa
do imposto do selo, assim como a dispor de contabilidade nos termos do Plano Geral de
Contabilidade (arts.19º e 20º nº 1).
Imposto Industrial
Lei 19/14 De 22 de Outubro
A aprovação do código do imposto Industrial visa proceder à actualização deste
imposto, cuja disciplina tributária vigente não permite, actualmente, responder à
complexidade das operações dos seus sujeito passivos, tão pouco permite uma relação
tributária justa e eficiente entre a administração tributária e os contribuintes.
A presente Lei comporta inovações que visam iniciar um novo paradigma no
tratamento fiscal dos rendimentos derivados de operações comerciais ou industriais e
por outro, aportar formalidade económica a essas mesmas operações, sem que seja
totalmente diluído o quadro regulamentar actual do imposto, assegurando-se assim uma
transição mais prudente para modelos de tributação mais evoluídos, a implementar no
futuro.
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos das
disposições combinadas da alínea b) do artigo 161º. Da alínea o) do nº. 1 do artigo 165º.
E da alínea d) do nº. 2 do artigo 166º. Todos da constituição da República de Angola, a
seguinte:
Incidência
O imposto industrial incide sobre os lucros imputáveis ao exercício de qualquer
actividade de natureza comercial ou industrial, ainda que acidentais.
É considerado sempre de natureza comercial ou industrial para feito do presente
código
A actividade de exploração agrícola, aquícola, avícola, pecuária, psicatória e silvícola:
a) A actividade de mediação, agência ou representação na realização de
contratos de qualquer natureza;
b) O exercício de actividade reguladas pela entidade de supervisão de seguros,
entidade de supervisão de jogo, pelo Banco Nacional de Angola e pela
Comissão do Mercado de Capitais;
c) A actividade das sociedades cujo objectivo consista na mera gestão de uma
carteira de imóveis, de participações sociais ou título;
d) A actividade das fundações, fundos autónomos, cooperativas e associações
de beneficência.
Taxa
Para os prédios:
a) Arrendados; a taxa é de 25%. Mas não pode have4r imposto a pagar inferior a
1% do valor patrimonial.
b) Não arrendados; será:
Cobrança
O contribuinte que fez a retenção na fonte tem de entregar nos cofres do estado,
até ao dia 30 do mês seguinte, o valor retido.