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ACÓRDÃO
Documento: 1618616 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/08/2017 Página 2 de 9
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 1.442.975 - PR (2014/0060842-0)
RELATOR : MINISTRO PAULO DE TARSO SANSEVERINO
RECORRENTE : L K
REPR. POR : HJL
ADVOGADO : ROQUE SÉRGIO D'ANDRÉA - PR024755
RECORRIDO : KHK
ADVOGADO : ANDRÉ PORTUGAL CEZAR - PR029771
RELATÓRIO
É o relatório.
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Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 1.442.975 - PR (2014/0060842-0)
VOTO
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Superior Tribunal de Justiça
Essa norma de vedação à sentença ilíquida atende aos princípios da
efetividade e da celeridade do processo, pois permite que a parte vencedora da
demanda busque desde logo satisfação de seu direito, sem as delongas do
procedimento de liquidação de sentença.
O novo Código de Processo Civil deu realce ainda maior a esse norma, ao
estabelecer a obrigação de se o juiz proferir sentença líquida ainda que o pedido
seja genérico (não apenas quando o pedido for "certo"), conforme se verifica no
art. 491, abaixo transcrito:
Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que
formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão
da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o
termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros,
se for o caso, salvo quando:
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Nos termos do caput do art. 491 do Novo CPC, ainda que formulado
pedido genérico de pagar quantia, a decisão definirá desde logo a
extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de
juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização
dos juros. Fica clara a opção do legislador pela sentença líquida, que
deve ser tentada mesmo quando o pedido do autor é genérico.
(Comentários ao Novo Código de Processo Civil. Salvador: Ed.
JusPodivm, 2016, p. 817)
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Porém, no curso da demanda revisional, o Tribunal de origem deferiu o
pedido de antecipação da tutela recursal para estabelecer um valor ilíquido de
pensão alimentícia, correspondente a 30% dos rendimentos que vierem a ser
comprovados no curso do processo.
Esse provimento do Tribunal de origem, além de contrariar a aludida
regra processual acerca da liquidez das sentenças, atentou contra o interesse da
menor alimentanda, pois a pensão alimentícia foi alterada de um valor fixo,
passível de imediata execução, para um valor ilíquido, a ser determinado no
curso da demanda revisional, impedindo a imediata execução.
É de rigor, portanto, o provimento do recurso especial para anular o
acórdão recorrido, para que outro seja proferido, estabelecendo em valor
líquido o montante da pensão alimentícia.
Com base no poder geral de cautela, reviso o valor da pensão alimentícia
para dois salários mínimos, sem prejuízo da revisão para outro valor pelas
instâncias de cognição plena.
Destarte, o recurso especial merece ser provido.
Ante o exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso
especial para anular o acórdão recorrido, determinando-se que o agravo
de instrumento seja submetido a novo julgamento, no qual se estabeleça
um valor líquido para a pensão alimentícia, em caso de provimento, como
se entender de direito.
Fixa-se, provisoriamente, o valor da pensão em dois salários mínimos,
com base no poder geral de cautela, sem prejuízo da revisão para outro valor
pelas instâncias de cognição plena.
Restam assim prejudicadas as demais questões suscitadas no apelo nobre.
É o voto.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
TERCEIRA TURMA
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Terceira Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso especial, nos termos do
voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Ricardo Villas Bôas Cueva, Marco Aurélio Bellizze (Presidente),
Moura Ribeiro e Nancy Andrighi votaram com o Sr. Ministro Relator.
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