VI SRST – SEMINÁRIO DE REDES E SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES
INSTITUTO NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES – INATEL
ISSN 2358-1913
JULHO DE 2017
Estudo e Simulação de Diferentes Tipos de
Interferidores em Sistemas de Comunicação Digital
Rodrigo Luiz Valim1, André dos Anjos2
Abstract - The present work has as main objective to infer
about the types of interferers in digital communication systems,
with simulation of interferences by blocking signals using
VissimCom software. Another focus of the paper is a study of
drones and their use in illicit activities, as well as forms of
electronic attack against such technologies. Finally, a final
opinion is presented on the technological demands of the
Brazilian Army for operational actions of Electronic Warfare in
a Law and Order Guarantee scenario, in order to foster the
development of innovative solutions to companies and institutions
nationals education.
Index Terms – Interferers, Jamming, Drones, Electronic
Warfare.
Resumo - O presente trabalho tem como objetivo principal
inferir sobre diferentes tipos de interferidores em sistemas de
comunicação digital, com simulação de interferências por sinais
de bloqueio utilizando o software VissimCom. Outro enfoque do
trabalho é um estudo sobre “Drones” e sua utilização em
atividades ilícitas, bem como as formas de ataque eletrônico
contra essas tecnologias. Por fim, é apresentado um parecer final
sobre as demandas tecnológicas do Exército Brasileiro para ações
operacionais de Guerra Eletrônica em um cenário de Garantia
da Lei e da Ordem (GLO), a fim de fomentar a elaboração de
soluções inovadoras junto às empresas e instituições de ensino
nacionais.
Palavras chave – Interferidores, Bloqueio, Drones, Guerra
Eletrônica.
I. INTRODUÇÃO
A história mostra que os avanços tecnológicos estiveram
sempre presentes na evolução das estratégias militares, sendo
fundamentais na estruturação e organização das Forças
Armadas. A era da informação, iniciada entre as décadas de
30 e 40, permitiu uma verdadeira revolução no combate
moderno. Inovações como a criação dos computadores,
internet, telefonia móvel, fibra ótica, microeletrônica, satélites
e muitas outras, promovem atualmente a troca de informações
instantâneas a um baixo custo [1].
O ambiente de avanços tecnológicos trouxe também
desafios globais, que se refletem no uso dessas tecnologias
tanto para o bem quanto para o mal. Telefones celulares,
tablets, relógios digitais estão cada vez mais populares e
interconectados, promovendo a interação entre as pessoas e a
difusão do conhecimento. Contudo, apesar de serem
extremamente importantes para a evolução da humanidade,
esses dispositivos são utilizados em presídios, atentados
terroristas, narcotráficos e diversas ações criminosas.
___________
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Nacional de
Telecomunicações, como parte dos requisitos para a obtenção do Certificado
de Pós-Graduação em Engenharia de Redes e Sistemas de Telecomunicações.
Orientador: Prof. André do Anjos. Trabalho aprovado em julho/2017.
No campo militar, uma maneira sutil de combate, a Guerra
de Informação, que é basicamente tecnológica, ainda é um
conceito em evolução. Entretanto, é possível perceber a
utilização do ciberespaço para afetar a economia e as
operações militares estratégicas, bem como infligir danos nas
infraestruturas de informação nacional de um país-alvo [2].
Essa nova configuração proporcionou ao país um aumento
nos investimentos em tecnologia, recursos humanos e no
desenvolvimento de novos produtos voltados para a defesa.
Baseado no modelo de inovação da “Tríplice Hélice”,
preconizado por Etzkowitz (1994).
Tal modelo preconiza que Governo-Universidade-Empresa
estabeleçam múltiplas relações recíprocas, em diferentes
estágios do processo de geração e disseminação do
conhecimento, cuja cada hélice é uma esfera institucional
independente trabalhando em cooperação e interdependência
com as demais esferas, através de fluxos de conhecimento [3].
Com isso, diversas empresas, instituições de ensino e
órgãos governamentais de defesa e segurança trabalham juntos
na formulação de soluções que possam atender as
necessidades do país, bem como promover a indústria de
defesa nacional, principalmente nos últimos anos, em que o
Brasil sediou eventos de repercussões mundiais, como os
Jogos Mundiais Militares (2011), Jornada Mundial da
Juventude (2013), Copa das Confederações (2013), Copa do
Mundo de Futebol (2014) e Olimpíadas (2016).
No sentido de promover a segurança desses eventos,
diversas ameaças foram levantadas. Dentre elas, enquadrou-se
o uso de tecnologias digitais no comando de organizações
criminosas, cujas ordens são transmitidas principalmente de
presídios e comunidades de difícil acesso.
Outra preocupação foi o emprego de celulares, tablets ou
qualquer dispositivo capaz de emitir um sinal para o
acionamento de artefatos explosivos em locais de grande
circulação de pessoas, incluindo a utilização de “Drones”, que
será abordado mais amplamente no decorrer deste artigo.
Nessas situações é necessário justamente inviabilizar o
estabelecimento de enlaces de comunicação. Para esta
finalidade, pode-se utilizar o conceito de um dispositivo
denominado bloqueador (Jammer), o qual, genericamente, tem
como função inserir um sinal interferente no espectro para
degradação da qualidade do sinal no receptor do sistema alvo.
Os dispositivos bloqueadores são amplamente utilizados em
aplicações de Guerra Eletrônica, principalmente em situações
onde é necessária a efetivação da Garantia da Lei e da Ordem
(GLO). O desenvolvimento desses dispositivos é uma das
ações de interesse do Exército Brasileiro [4].
Esse trabalho tem como objetivo realizar um estudo dos
diferentes tipos de interferidores em sistemas de comunicação
digital, em especial o interferidor do tipo bloqueio, analisando pessoas e trajetórias utilizadas por outras aeronaves. O
o comportamento dos sinais interferentes por meio do DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo)
software VISSIMCom7.0. considera infraestruturas críticas as redes elétricas, usinas
Antecedendo tal objetivo, como motivação ao estudo de hidrelétricas, termelétricas e nucleares, redes de abastecimento
interferidores, foi selecionada dentre todas as ameaças de água ou gás, barragens, represas ou de vigilância da
levantadas durante os grandes eventos realizados no Brasil nos navegação aérea, entre outras.
últimos anos, a utilização de “Drones” para atividades ilícitas. O uso de “Drones” para lazer e hobby segue as regras
Essa abordagem é considerada relevante já que são válidas para o aeromodelismo. A Tabela 1 sintetiza as regras
equipamentos que utilizam a tecnologia de comunicação para o voo de “Drones” no Brasil.
digital e o combate ao mau uso dessa tecnologia por meio de
interferidores é uma necessidade atual das forças de segurança TABELA I
e defesa nacional. REGRAS PARA VOOS DE DRONES NO BRASIL
Ao final, como conclusão, espera-se criar um entendimento
técnico inicial sobre os interferidores, o bom e o mau uso da
tecnologia exemplificado na utilização dos “Drones”,
direcionando o conceito de interferência intencional às
demandas operacionais militares contra a utilização de
“Drones” em atividades ilícitas, fomentando assim o estudo DRONES DE ATÉ 2 DRONES DE 2 KG A DRONES DE MAIS
para o desenvolvimento de soluções para atuação contra essa KG 25 KG DE 25 KG
utilização no contexto das ações de Guerra Eletrônica em Ficar a 30 metros de Ficar a 30 metros de
operações de GLO. pessoas e prédios e a pessoas e prédios e a
120 m do solo 120 m do solo
O restante do artigo está organizado da seguinte maneira: A
Voar com velocidade Voar com velocidade
seção 2, apresenta um estudo sobre o mau uso da tecnologia máxima de 55 Km/h máxima de 110 Km/h Realizado em espaço
de “Drones”. A seção 3, foco principal do trabalho, aborda um Não se distanciar mais Não se distanciar mais aéreo segregado e
estudo sobre interferidores. Na seção 4 são mostradas as de 300 m do piloto de 500 m do piloto somente com
simulações de interferências utilizando o software Não fazer acrobacias Não fazer acrobacias autorização especial
VissimCom. Por fim, na Seção 5 é apresentada a conclusão Operar só de dia Operar só de dia da Aeronáutica
final do presente trabalho. Não chegar a 5,5 Km Não chegar a 9,5 Km
de aeroportos e rotas de aeroportos e rotas
de aviões e de aviões e
II. MOTIVAÇÃO PARA O ESTUDO: A NECESSIDADE helicópteros helicópteros
DO USO DE INTERFERIDORES CONTRA “DRONES” Fonte: DECEA
PELO EXERCITO BRASILEIRO
Diante disso, podemos identificar algumas atividades
O termo “Drone”, originado nos Estados Unidos da consideradas ameaçadoras a ordem pública e a defesa
América (EUA), que vem se difundindo mundo afora, para nacional, retratando o mau uso destas tecnologias, as quais
caracterizar todo e qualquer objeto voador não tripulado, seja serão explanadas a seguir.
ele de qualquer propósito (profissional, recreativo, militar, A ameaça à segurança imposta por indivíduos fazendo mal-
comercial etc.), origem ou característica. Ou seja, é um termo uso dos “Drones” é séria, seja com propósitos criminais ou
genérico, sem amparo técnico ou definição na legislação. No terroristas [5]. Avanços na tecnologia comercial e militar estão
Brasil, esse termo é mais associado às plataformas menores rapidamente aumentando as capacidades desses equipamentos,
usadas para fins de lazer e filmagens aéreas. permitindo que executem ações comparáveis aos veículos
aéreos não tripulados (VANT) militares de alta performance a
A. Mau uso das aplicações dos “Drones” um custo e risco consideravelmente menor [6].
O emprego dos “Drones” para atividades ilegais por
A proliferação do uso de “Drones” tem impactado criminosos tem significativo potencial destrutivo, seja
diretamente na segurança pública, tanto civil quanto militar. O fornecendo consciência situacional sobre a infraestrutura de
tamanho reduzido, aliado a captura e envio de imagens em propriedades privadas ou áreas restritas, provendo dados sobre
tempo real, tornam o seu uso ideal para aquisição de as patrulhas de vigilância das fronteiras para as quadrilhas de
informações em áreas sensíveis, como unidades militares e tráfico de drogas, fluxo de mercadorias e até mesmo para
órgãos governamentais, tornando-se motivo de preocupação saber a localização das forças de segurança em perseguições
das autoridades. policiais.
Para operar “Drones” no Brasil, é preciso obter uma Nesse ramo de utilização dos “Drones” para delitos civis, o
autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) que não faltam são casos para justificar a preocupação dos
ou o Certificado de Autorização de Voo Experimental (Cave), órgãos de segurança pública. São usados para transporte de
que permite o uso de “Drones” apenas em operações celulares para presídios [7], monitoramento de residências
experimentais sem fins lucrativos e sobre áreas pouco para assalto [8], assalto a banco [9] e tráfico de drogas [10].
povoadas. Ainda a facilidade de acesso a essa tecnologia permite aos
São proibidos voos de “Drones” sobre infraestruturas terroristas utilizá-la para seus sórdidos propósitos, como
consideradas críticas, áreas de segurança, aglomerações de
noticiou a ZERO HORA “Grupos [...] como o Estado
Islâmico, sugerem a seus seguidores que [...] promovam
ataques terroristas durante a Olimpíada do Rio de Janeiro [...]
As técnicas indicadas vão desde o uso de “Drones” com
explosivos [...]” [11].
Assim, a utilização de “Drones” se torna atrativa por esses
fanáticos pela fácil mobilidade e capacidade de permear
indetectáveis os perímetros de segurança. Seu uso para
monitoração remota por câmeras de vídeo e sensores
instalados, além de sua capacidade de causar ataques sem a
necessidade de expor o operador ao risco, tornam a
concentração de muitas pessoas um alvo em potencial,
exigindo das forças armadas e de segurança controle máximo
de toda área utilizada, gerenciando as atividades em solo e
atentos às ameaças que possam vir pelo ar.
Outro importante problema causado pelos “Drones”
atualmente é sua utilização próxima aos aeroportos. Assim,
mesmo que não intencionalmente, a invasão de espaço aéreo
por aeronaves não autorizadas representa sério risco à vida de
todos embarcados em aeronaves, pois há probabilidade de que
esses equipamentos invasores se choquem contra uma
aeronave durante o pouso ou a decolagem, podendo causar
danos que levem a queda delas [12].
B. Ações de defesa do Exército anti-drones em Op GLO
Embora os “Drones” sejam pequenos, entende-se que o mau
uso desses dispositivos podem causar grandes estragos e por
isso precisam ser bloqueados com uma certa distância de
segurança, já que sua detecção pelos sistemas de segurança
atuais é improvável, tornando-se indetectáveis pelos radares
convencionais utilizados pelas Forças Armadas Brasileiras,
representando assim um risco à segurança.
Nessas situações é necessário justamente inviabilizar o
estabelecimento de enlaces de comunicação entre o piloto e o
equipamento. Para esta finalidade, pode-se utilizar o conceito
de um dispositivo bloqueador, o qual, genericamente, tem
como função inserir um sinal interferente no espectro para
degradação da qualidade do sinal no receptor do sistema.
No Exército as ações com dispositivos emissores de
interferências intencionais enquadram-se como Medidas de
Ataque Eletrônico (MAE) e visam inviabilizar o
estabelecimento de enlaces de comunicação em determinadas
frequências.
Existem vários modelos de “Drones” no mercado
atualmente. Um dos mais procurados é o Phantom 4 da
empresa DJI [13].
O modelo Phantom 4, possui a opção de modulação BPSK
[14], modulação esta que será utilizada na análise da
interferência pelo software VissimCom na seção 4 do
presente trabalho. Esse equipamento faz uso de técnicas de
proteção do sinal rádio controlador, como o espalhamento
espectral por salto de frequência [15].
A fim de fazer frente a essas tecnologias, medidas de ataque
eletrônico são empregadas por meio de interferidores
desenvolvidos para defesa. Dentre elas, podemos citar os
bloqueios por banda larga e por varredura, sendo esse último
talvez o mais indicado (requer um estudo mais aprofundado)
no combate a “Drones”, haja vista concentrar o máximo de
energia em uma única frequência desde que esteja aliada a
uma velocidade de varredura muito superior a velocidade do
salto da frequência do alvo.
Os dispositivos bloqueadores são amplamente utilizados em
aplicações de Guerra Eletrônica, principalmente em situações
onde é necessária a efetivação da GLO.
No contexto dos grandes eventos, houve uma atenção
especial quanto ao uso de “Drones” em locais de grande
circulação de pessoas, como por exemplo nos estádios de
futebol, havendo a necessidade de adquirir equipamentos que
fossem capazes de realizar o bloqueio dos mesmos.
Dessa forma, O 1º Batalhão de Guerra Eletrônica do
Exército Brasileiro abriu um processo licitatório e adquiriu um
equipamento bloqueador da empresa IACIT capaz de realizar
o combate eletrônico aos “Drones” [16].
A solução RCIEDBlocker (Figura 1) desenvolvida pela
IACIT, cuja especificação técnica está representada na tabela
II, foi utilizada com enorme sucesso pelo Exército Brasileiro
durante os Jogos Olímpicos Rio 2016 para a proteção contra
ameaças de “Drones”.
Totalmente integrada com sensores para detecção,
identificação e rastreio através de sensores acústicos, sensores
de RF, radares e câmeras capazes de detectar e identificar as
ameaças [17].
Fig 1. Bloqueador adquirido pelo Exército Brasileiro
TABELA II
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DO RCIEDBLOCKER
Especificações Técnicas
Modos de operação e tipos de Usuários
Modos de operação suportados
Via IHM/”Manual” através de
chaves no painel frontal
Básico: capaz de ativar e desativar
Tipos de usuários suportados Avançado: capaz de criar, ativar e
desativar novas configurações
Dimensões correspondente a 01 módulo com 06 canais (até 03 módulos são
requeridos)
Altura 340 mm
Largura 475 mm
Profundidade 680 mm
Seção de Transmissão
Até 18 canais (3 módulos) ao longo
Faixa de frequência da faixa de comunicação (20 – 6000
MHz)
 Cada canal possui uma potência de
Potência de saída saída de 10W a 100W, dependendo
da sua faixa de frequência
Geral
Configuração e Monitoração Padrão Ethernet
Controle digital da potência
transmitida
Operação e Manutenção
Controle digital dos parâmetros de
varredura
Capacidade de realizar auto testes
(BIT – Built in Test)
Monitoração de alimentação interna
Alarmes/Indicações
5 VCC / 12 VCC / 28 VCC
Alimentação
Tensão primária 12 VCC
4500 W (para a solução completa de
Consumo de potência (CC)
3 módulos)
Fonte: IACIT
Como podemos observar, os meios tecnológicos, em
especial a utilização de “Drones”, podem ser utilizados tanto
para emprego em atividades inovadoras de negócios e lazer
como para fins ilícitos que ameaçam a segurança pública e
defesa nacional.
O crescimento desse setor tem sido observado pelas
autoridades competentes, no sentido de se precaver dos riscos
inerentes a má utilização dessas tecnologias.
Para o Exército, que vem sendo cada vez mais empregado
em Operações de GLO, é imprescindível o desenvolvimento
de soluções que se mostrem eficazes no combate ao uso dos
“Drones” utilizados em ações criminosas.
Por se tratar de equipamentos que utilizam o espectro
eletromagnético, o desenvolvimento de interferidores tornam-
se armas eficientes nas ações anti-drones, pois não causam
efeitos colaterais que possam colocar em risco a integridade de
pessoas inocentes ou ultrapassar os preceitos legais aos
direitos individuais.
Para tanto, o entendimento sobre interferidores, o qual
passaremos a abordar nas seções seguintes, é o início para
criação de projetos no âmbito da sociedade acadêmica e das
empresas nacionais, a fim de serem explorados pelos órgãos
de segurança e defesa, identificando nessas soluções
inovadoras alternativas para o combate ao mau uso da
tecnologia, como foi o caso dos “Drones” estudado nesta
seção.
III. ESTUDO SOBRE INTERFERIDORES
A interferência é um dos grandes problemas presentes nos
sistemas de telecomunicações. De forma geral, a interferência
pode ser vista como sendo um sinal indesejado dentro da faixa
de operação de um determinado sistema de comunicação.
Como bem sabemos, a qualidade de um sistema de
telecomunicação está diretamente ligada à relação entre a
potência de sinal desejado e potência de ruído + interferências
(SINR – Signal to Interference plus Noise Ratio) captada pelo
receptor dentro da banda de transmissão.
Desta maneira, qualquer que seja o tipo da interferência, ter-
se-á uma redução dessa relação e, consequentemente, uma
degradação na qualidade da comunicação [18].
Há três tipos básicos de interferência: interferência de
radiofrequência (RF), interferência elétrica e intermodulação.
A interferência de RF é causada por transmissores de rádio e
TV, equipamentos de comunicação, sistemas de televisão a
cabo e outros tipos de equipamentos que geram energia de
radiofrequência como parte de sua operação.
A interferência elétrica é causada por computadores e
equipamentos digitais, equipamentos elétricos pesados,
sistemas de iluminação, dispositivos elétricos defeituosos, etc.
A intermodulação (IMD) é um tipo de interferência causada
pelo próprio sistema de transmissão devido à não linearidade
de seus componentes. Como exemplo de componente
degradantes podemos citar os amplificadores de potência.
A Figura 2 ilustra uma situação em que um rádio primário
está sob influência de várias interferências e tem o seu sinal
desejado corrompido por sinais gerados pelos interferentes.
Fig. 2. Interferência em sistemas de telecomunicações.
Este trabalho irá se concentrar na interferência do tipo
radiofrequência (RF), logicamente causada por sinais de RF na
mesma frequência de operação do sistema interferido ou em
frequências próximas.
Os sinais interferentes podem ser transmitidos
intencionalmente ou não intencionalmente. Não é necessário
que o sinal interferente esteja exatamente na mesma
frequência do sistema sem fio para causar problemas.
Sinais de RF com potência elevada que estejam próximos à
frequência de um determinado sistema sem fio podem afetar a
sua operação, degradando a qualidade da comunicação.
As interferências não intencionais podem ser caracterizadas
como aquelas causadas por erros sistêmicos, por falha na
construção de um determinado equipamento (como por
exemplo contatos de solda defeituosos) ou por outros tipos de
serviços que inserem no espectro algum tipo de energia
eletromagnética espúria.
As interferências intencionais são aquelas geradas de forma
proposital, a fim de inviabilizar o estabelecimento de enlaces
de comunicação em determinadas frequências. Genericamente,
essas interferências intencionais são denominadas de
"Contramedidas Eletrônicas (CME)" ou Ataque eletrônico
(AE).
Geralmente o AE consiste de três tipos:
1. Bloqueio (Jamming): caracteriza-se pela irradiação
intencional de energia eletromagnética com o objetivo de
degradar a qualidade do sinal a ser recebido pelo receptor de
um sistema de comunicação.
2. Despistamento (Deceptive): caracteriza-se pela
irradiação de sinais falsos para enganar o receptor interferido.
3. Energia Direcionada (Direct Energy): caracteriza-se
pela inserção de altos níveis de potência no sistema
interferido.
Neste artigo serão abordados apenas os sinais interferentes
intencionais do tipo bloqueio (Jamming). As estratégias mais
comuns para aplicação do conceito de bloqueio sobre um
sistema de telecomunicação são: Bloqueio com ruído (Noise
Jamming), Bloqueio por tom (Tone Jamming), Bloqueio por
varredura (Swept Jamming), bloqueio por pulso (Pulse
Jamming) e Bloqueio seguidor (Follower Jamming).
Para todas as análises de bloqueio vamos considerar que o
espectro eletromagnético esteja subdividido em canais, que
podem ou não estar sendo utilizados por determinado sistema,
conforme ilustrado na Figura 3.
Fig. 3. Espectro Eletromagnético subdividido em canais.
A amplitude destacada na Figura 2 refere-se à densidade
espectral de potência, e sua unidade é apresentada comumente
em [Watt/Hz] ou [dBm/Hz.].
A. Bloqueio com ruído
No bloqueio com ruído a portadora do sinal de bloqueio é
modulada com um sinal de ruído aleatório ou pseudo
aleatório. A intenção é perturbar a comunicação através da
inserção desse ruído dentro do receptor do sistema a ser
interferido.
Normalmente, esse ruído que é inserido no espectro para
causar a interferência é um ruído branco, que possui
distribuição de probabilidade gaussiana. A Figura 4 ilustra um
sinal de ruído branco no domínio do tempo (a) e um exemplo
de implementação de bloqueador do tipo ruído (b).
Fig. 4. Representação gráfica do ruído branco (a) e exemplo de gerador por
ruído (b).
O bloqueio com ruído pode ser realizado de três formas, no
que diz respeito à ocupação do espectro:
B. Bloqueio com ruído em banda larga (Broadband Noise
Jamming -BBN)
No bloqueio BBN, que também recebe as denominações de
bloqueio com ruído em banda completa e bloqueio com ruído
em barreira, o sinal de bloqueio é irradiado em todo o espectro
de frequências, cobrindo assim, vários canais de frequências
simultaneamente, podendo inclusive atingir canais de
comunicação intermediários de outros sistemas que não se
deseje interferir na ocasião.
Esse tipo de bloqueio deve ser usado quando os parâmetros
de frequência do sistema (frequência central e largura de
banda) não são conhecidos ou conhecidos de forma imprecisa.
A Figura 5 ilustra o espectro de um bloqueio BBN.
Fig. 5. Espectro do bloqueio BBN.
A principal limitação do bloqueio BBN é que em virtude do
espalhamento do sinal de bloqueio por uma larga banda de
frequências, o valor da densidade espectral de potência
interferente é baixo, quando comparado, por exemplo, com um
sinal de mesma potência e largura de banda menor.
Como a potência interferente está diluída em todo o
espectro de frequência, a potência “observada” pelo alvo pode
não ser suficiente para interromper sua operação.
C. Bloqueio com ruído em parte da banda (Partial-Band
Noise Jamming -PBN)
No bloqueio PBN o sinal de bloqueio é inserido em
múltiplos (mas não todos) canais do espectro utilizados pelo
sistema a ser interferido. Esses canais podem ou não ser
contínuos. A Figura 6 apresenta um exemplo de espectro PBN
para canais contínuos (a) e alternados (b).
Fig. 6. Espectro do bloqueio PBN para (a) canais contínuos e (b) canais
alternados.
A vantagem desse tipo de bloqueio é que ele aumenta a
densidade espectral de potência para uma mesma potência
transmitida, se comparado com o caso BBN, e assim será mais
prejudicial ao alvo, caso ele esteja em um dos canais
interferidos. No entanto, como desvantagem, podemos estar
em uma situação em que o alvo opera em um dos canais que
não foi interferido pelo bloqueador em questão e, desta forma,
não será afetado.
D. Bloqueio com ruído em banda estreita (Narrow-Band
Noise -NBN)
No bloqueio NBN o sinal de bloqueio é inserido em um
único canal do sistema. O espectro deste tipo de bloqueio é
apresentado na Figura 7.
Fig. 7. Espectro do bloqueio NBN.
Uma característica deste tipo de bloqueio é o maior valor de
densidade espectral de potência em virtude da largura de
banda estreita do sinal de bloqueio, quando comparado, por
exemplo, ao bloqueio BBN.
Essa característica pode ser importante quando o objetivo é
atuar somente sobre um canal específico de um determinado
sistema. Neste tipo de bloqueio é necessário o conhecimento
exato do canal em que o alvo opera, caso contrário,
dificilmente o bloqueio será feito com êxito.
E. Bloqueio por Tom (Tone Jamming)
No bloqueio por tom, um ou mais sinais de tons são
estrategicamente inseridos no espectro para provocar a
condição de bloqueio. A posição espectral e a quantidade de
tons inseridos terão influência no desempenho do bloqueio.
Esse tipo de bloqueio pode ser implementado com tom
simples ou múltiplos tons. A Figura 8 mostra um sinal de
bloqueio do tipo tom no domínio do tempo (a) e um exemplo
de bloqueador do tipo tom (b).
Fig. 8. Sinal de bloqueio do tipo tom no tempo (a) e exemplo de bloqueador
do tipo tom (b).
F. Bloqueio por tom simples
Neste tipo de bloqueio, um sinal de tom é inserido de forma
contínua em uma única frequência do espectro utilizado pelo
sistema a ser interferido, sendo classificado como tom simples
de "onda contínua" (continuous wave - cw). O espectro do
bloqueio por tom simples está ilustrado na Figura 9.
Fig 9. Espectro do bloqueio por tom simples.
O bloqueio por tom simples também recebe a denominação
de bloqueio pontual (spot jamming). A grande vantagem deste
método de bloqueio é a alta densidade espectral interferente do
sinal gerado e a facilidade de implementação, visto que para
viabilizar seu funcionamento basta que se tenha um oscilador
na frequência desejada e um amplificador de RF.
Para a operação com sucesso desse tipo de bloqueio, é
necessário direcioná-lo para a posição espectral central de
operação do sistema alvo.
G. Bloqueio por tons múltiplos
Neste tipo de bloqueio, múltiplos tons de onda contínua são
inseridos no espectro de interesse de forma aleatória ou em
frequências específicas. Quando os tons são inseridos em
canais consecutivos, ele é chamado de bloqueio em pente
(comb jamming). Um exemplo de espectro do bloqueio por
tons múltiplos é apresentado na Figura 10.
Fig 10. Espectro do bloqueio por tons múltiplos.
Caso o canal do alvo não seja conhecido, a probabilidade de
atingir a condição de bloqueio com este tipo de técnica
aumenta se comparado com a técnica por tom simples.
Como desvantagem podemos citar a redução da densidade
espectral interferente de cada tom (se comparado ao tom
simples) e uma maior complexidade de implementação, uma
vez que para implementar tal bloqueador é necessário utilizar
vários (N) osciladores, conforme exemplificado na Figura 8
(b).
H. Bloqueio com Varredura (Swept Jamming)
No bloqueio com varredura um sinal relativamente de
banda estreita é varrido, no tempo, ao longo da banda de
frequências de interesse. A cada instante de tempo, somente
uma frequência central específica e uma região estreita em
torno dessa frequência estão ocupadas com o sinal de
bloqueio.
Em função da presença do sinal de varredura, esse processo
se repete ao longo da banda de frequências, cujo valor de sua
largura, vai depender do ajuste da amplitude do sinal do
oscilador controlado por tensão, traduzido do termo em inglês
“voltage controlled oscillator” (VCO). Esse método permite
uma alta densidade espectral de potência do sinal de bloqueio
na forma de banda estreita por um curto intervalo de tempo.
A Figura 11 ilustra o espectro do bloqueio do tipo
varredura, no caso em questão implementado através da
varredura do espectro ao longo do tempo com um tom.
Fig 11. Espectro do bloqueio tipo varredura (neste caso implementado com
tom).
Se o alvo for um sistema de faixa estreita, essa técnica
nunca interromperá indeterminadamente sua comunicação. O
sistema alvo só estará em condição de bloqueio quando o sinal
interferente estiver “passando” pelas faixas de frequências
pertencentes ao canal do alvo.
I. Bloqueio por Pulso (Pulse Jamming)
No bloqueio por pulso o sinal de bloqueio é inserido no
espectro de interesse em forma de pulsos intermitentes, cuja
duração é definida pelo ciclo de atividade do dispositivo
bloqueador implementado com esta técnica.
A grande vantagem desta técnica é que ela proporciona um
nível médio de potência menor que as outras técnicas
discutidas até o momento e pode ser tão eficiente para
inviabilizar uma comunicação quanto as técnicas já
apresentadas até o momento.
Analisando de outra forma, também podemos concluir que
para uma mesma potência de transmissão essa técnica
proporciona, em seus intervalos de atividade, uma densidade
espectral interferente maior se comparado à sua versão não
pulsada, causando dessa forma mais dano a comunicação do
alvo nesses períodos.
Como desvantagem, o alvo pode ter sua comunicação
reestabelecida nos intervalos de inatividade do bloqueador. O
bloqueio por pulso pode ser implementado tanto com tom
como com ruído.
J. Bloqueio Seguidor (Follower Jamming)
No bloqueio seguidor inicialmente é realizado
sensoriamento espectral, visando localizar a frequência em
que o sistema alvo está realizando sua transmissão. Caso o
alvo seja localizado espectralmente, o bloqueador gera um
sinal de bloqueio na mesma frequência, sinal este que pode ser
tanto do tipo tom quanto do tipo ruído (ambos já estudados).
Este tipo de bloqueador é adequado para atuar em sistemas
que alteram sua posição espectral dinamicamente, dos quais
podemos citar o sistema com espalhamento espectral por salto
em frequência (FHSS-Frequency Hopping Spread Spectrum).
No entanto, quanto mais rápido o sistema a ser interferido
alterar sua posição espectral, mais dificuldade este tipo de
bloqueador terá para conseguir degradar/inviabilizar essa
comunicação. A Figura 12 apresenta um cenário em que
bloqueador seguidor está em operação.
Como desvantagem dessa técnica de bloqueio podemos
citar a maior complexidade de implementação, se comparado
aos outros métodos de bloqueios já discutidos, uma vez que
necessitará de um hardware dedicado adicional para a captura
e processamento do sinal de RF em seu processo de
sensoriamento espectral.
Fig. 12. Cenário em que ocorre o bloqueio seguidor.
Em resumo, não existe um bloqueador ideal que atenda a
todos os cenários com desempenho de bloqueio ótimo. Para
cada cenário especifico devemos fazer uma análise visando
escolher o melhor método a ser adotado.
Três informações privilegiadas sobre o sistema alvo podem
determinar o sucesso do bloqueio, são elas: faixa de
frequência que o sistema a ser interferido opera, banda
ocupada pelo sistema interferido e relação SINR (Signal to
Interference plus Noise Ratio) mínima que o sistema necessita
para operar adequadamente.
De posse dessas informações privilegiadas, podemos
selecionar o melhor tipo de bloqueio e garantir que, de fato,
ele irá bloquear o sistema alvo.
No entanto, na maioria das vezes, não dispomos de todas
essas informações e, nestes casos, como já dito, o que deve ser
feito é uma análise caso a caso, para tentar estimar qual o
melhor tipo de bloqueio deverá ser utilizado em determinada
situação.
IV. SIMULAÇÕES DE UM SISTEMA DE
COMUNICAÇÃO DIGITAL SOB A INFLUÊNCIA DE
VÁRIOS TIPOS DE INTERFERIDORES – VISSIMCOM
O principal intuito da simulação desenvolvida foi o de
melhor entender as principais características dos diferentes
tipos de bloqueadores, vislumbrando estimar o seu impacto em
um sistema de comunicação convencional real.
A simulação em questão foi desenvolvida utilizando o
software VISSIMCOM 7.0 e o seu diagrama em blocos está
apresentado na Figura 13.
Fig. 13. Simulação desenvolvida no software VISSIMCOM 7.0.

A. Sistema de comunicação analisado 3. Jammer Power: a potência do sinal interferente pode ser
alterada por este parâmetro da simulação.
O sistema analisado pela simulação do VISSIMCOM 7.0 é Os parâmetros de transmissão utilizados nas análises
composto basicamente por um gerador de bits aleatório apresentadas neste artigo estão descritos na Tabela III.
(Random data bits), um modulador BPSK (BPSK Modulator),
um canal de comunicação AWGN (AWGN Channel), um TABELA III
PARÂMETROS DO SISTEMA TRANSMISSÃO
demodulador BPSK (BPSK Demodulator) e um gerador de
interferências (Jammer), conforme explicitado na Figura 14. Modulação BPSK
Taxa de transmissão 1 [bps]
Banda (Lóbulo principal) 2 [Hz]
Frequência central da portadora 10 [Hz]
Potência de Transmissão 1 [Watt]
Energia média de bit de transmissão (Eb) 1 [Joule]
Atenuação no canal de comunicação 0 [dB]

Apesar de aparentemente os parâmetros destacados na

Fig. 14. Sistema de Transmissão e Recepção sob influência de interferência.
Os componentes destacados em azul são configuráveis:
1. AWGN channel: é possível habilitar ou desabilitar o
ruído AWGN na simulação. Caso este ruído esteja habilitado o
usuário deve configurar também a relação Eb/No (Energia
média de bit/Densidade espectral de ruído AWGN) da
simulação.
2. Jammer: neste bloco é possível selecionar os seguintes
tipos de interferidores: bloqueio por tom simples, bloqueio por
tons múltiplos, bloqueio por ruído (NBN), bloqueio por
varredura, bloqueio por pulso com ruído e bloqueio por pulso
com tom.
Tabela III parecerem puramente teóricos, os resultados
alcançados neste artigo podem ser facilmente estendidos para
sistemas de transmissão com taxas mais elevadas e maior
largura de banda, sem que haja qualquer perda de
generalidade.
Por meio da utilização da simulação desenvolvida é
possível realizar as seguintes análises:
1. Verificar as constelações de transmissão e recepção.
2. Visualizar as potências do sinal transmitido e do sinal
interferente.
3. Visualizar o espectro do sinal transmitido e do sinal
interferente.
4. Visualizar o sinal interferente no domínio do tempo.
5. Verificar a taxa de erro de bit (BER) do sistema sob
análise.
 comparação, foram gerados considerando uma potência
B. Componente Jammer interferente de 2 [Watts].

O componente “Jammer” é a contribuição mais relevante da

simulação desenvolvida, merecendo destaque a apresentação
da implementação de cada um dos seis tipos de interferidores
disponíveis no dispositivo. A Figura 15 apresenta a estrutura
interna do componente “Jammer”.
Na sequência é descrito como cada interferência foi
implementada. Todos os gráficos temporais e espectrais
apresentados nas subseções seguintes, para efeito de

Fig. 15. Estrutura interna do componente “Jammer”.

 C. Tom Simples

A interferência do tipo tom simples foi implementada a

partir da geração de um sinal cossenoidal de frequência 10 Hz
(a mesma frequência da portadora do sistema de transmissão).
O sinal no domínio do tempo e o espectro resultante dessa
interferência estão apresentados nas Figuras 16 e 17,
respectivamente.

Fig 19. Espectro em amarelo é resultante do bloqueio do tipo tons múltiplos.

Ao compararmos as Figuras 17 e 19 é possível verificar

uma redução na densidade espectral de pico de 18 [dBm/Hz],
no caso com tom simples (Figura 17), para cerca de 15
Fig. 16. Parcela do sinal no domínio do tempo do bloqueio por tom simples.
[dBm/Hz], no caso de tons múltiplos (Figura 18).
Essa redução se deu devido ao fato de a potência de
transmissão utilizada para geração da interferência, nos dois
casos, ter sido a mesma.

E. Bloqueio com ruído

O bloqueio do tipo ruído implementado foi o NBN. Para

realizar tal implementação, um sinal gaussiano foi filtrado por
um filtro passa baixa de frequência de corte 1 Hz e,
posteriormente, o sinal resultante desta filtragem foi
transladado para a frequência central do sistema de
transmissão alvo (10 Hz).
O sinal interferente no domínio do tempo e o espectro
resultante desta implementação são apresentados nas Figuras
20 e 21, respectivamente.
Fig. 17. Espectro em amarelo é resultante do bloqueio por tom simples.

D. Tons Múltiplos

Para implementar o bloqueio do tipo tons múltiplos, foram

utilizados três sinais cossenoidais de frequências 10, 15 e 20
Hz somados. A potência do sinal resultante foi normalizada
para proporcionar uma mesma potência de transmissão das
demais técnicas implementadas.
O sinal no domínio do tempo e o espectro resultante dessa
interferência são mostrados nas Figuras 18 e 19,
respectivamente. Fig 20. Sinal no domínio do tempo do bloqueio com ruído NBN.

Fig. 18. Parcela do sinal no domínio do tempo do bloqueio por tons múltiplos.

Fig. 21. Espectro em amarelo é resultante do bloqueio do tipo ruído NBN.

 F. Bloqueio por varredura
O bloqueio por varredura foi implementado utilizando um
oscilador controlado por tensão (VCO) com ganho de 5
Hz/Volt. Na entrada deste VCO é injetada uma onda periódica
dente de serra de amplitude de pico igual a 10 Volts.
Sendo assim, o bloqueio por varredura irá varrer de forma
contínua e circular a faixa de 0 a 50 Hz. As Figuras 22 e 23
ilustram o bloqueio por varredura no domínio do tempo e seu
o espectro no instante em que o sinal está passando pelas
frequências próximas de 25 Hz.
Fig. 22. Sinal no domínio do tempo do bloqueio por varredura.
Fig. 23. Espectro em amarelo é resultante do bloqueio por varredura.
Conforme já explicado, este tipo de bloqueio apenas será
danoso ao sistema interferido nos instantes em que sua posição
espectral coincidir com a do sistema alvo.
No caso instantâneo visualizado na Figura 23 o espectro
interferente se deslocava em uma região que não coincidia
com a banda do lóbulo principal do sinal a ser interferido
(sinal em verde), portanto, nessa situação instantânea, não
estaria prejudicando o alvo.
G. Bloqueio por pulso com ruído
O bloqueio por pulso com ruído foi implementado
utilizando praticamente a mesma estrutura do bloqueio por
ruído NBN. A única diferença é a existência de um circuito
extra de ativação/desativação da interferência, configurado na
simulação para ativar a interferência em 50% do tempo de
simulação.
O espectro resultante deste tipo de bloqueio é similar ao do
bloqueio do tipo ruído NBN, apresentado na Figura 21, no
entanto, hora ele estará presente (quando circuito estiver
ativado) e hora estará ausente (quando circuito estiver
desativado).
As Figuras 24 e 25 ilustram o sinal do bloqueio por pulso
com ruído no domínio do tempo com ativação de 50% e o seu
espectro resultante em um momento de atividade.
Fig. 24. Bloqueio por pulso do tipo ruído NBN.
Fig. 25. Espectro do bloqueio por pulso com ruído NBN em um instante de
atividade (espectro em amarelo).
Comparado as Figuras 20 e 21 (bloqueio por ruído NBN)
com as Figuras 24 e 25 (versão pulsada do bloqueio por ruído
NBN) é possível verificar que nos instantes de atividade da
técnica pulsada, ela opera com maiores valores de amplitude
no domínio do tempo, o que consequentemente conduz a
valores mais elevados de densidade espectral interferente.
No entanto, vale relembrar também que, como
desvantagem, a técnica pulsada não interfere no alvo nos
instantes de inatividade de seu circuito interno.
H. Bloqueio por pulso com tom
Por fim, o último bloqueio implementado no componente
“Jammer” foi o bloqueio por pulso com tom, que tem a
mesma estrutura do bloqueador do tipo tom simples
adicionado de um circuito de ativação/desativação da
interferência, também configurado para ativar a interferência
apenas em 50% do tempo total simulado.
Quando este sinal interferente estiver ativado, o seu
espectro será similar ao do bloqueio por tom simples,
apresentado na Figura 17. As Figuras 26 e 27 ilustram o sinal
do bloqueio por pulso com tom no domínio do tempo com
ativação de 50% e o seu respectivo espectro em um momento
de atividade.

Fig. 26. Bloqueio por pulso com tom.
Fig. 27. Espectro do bloqueio por pulso com tom em um instante de atividade
(espectro em amarelo).
Perceba que, no instante de atividade, a técnica de bloqueio
por pulso com tom proporciona valores de amplitudes no
domínio do tempo maiores que a técnica por tom simples
(conclusão tirada a partir da comparação das Figuras 16 e 26).
Se compararmos o espectro de ambas as técnicas, fica
evidente o aumento da densidade espectral interferente de
pico, que passou de 18 [dBm/Hz], no caso com tom simples
(Figura 17), para cerca de 22 [dBm/Hz] na versão pulsada
(Figura 27).
Portanto, nos instantes de atividade, a técnica pulsada será
mais danosa à comunicação do alvo. Vale relembrar que em
50% do tempo de simulação a técnica pulsada opera em modo
desativado, não provocando qualquer degradação no sistema
alvo.
I. Comparação de desempenho dos bloqueadores
Os diversos tipos de bloqueio implementados em simulação
foram testados a fim de verificar qual tipo de bloqueio
proporcionaria a maior degradação na comunicação do sistema
alvo, ou seja, a maior taxa de erro de bit. Os parâmetros de
transmissão utilizados nestes testes já foram previamente
apresentados na Tabela III.
Os testes inicialmente foram conduzidos na ausência de
ruído AWGN, objetivando verificar apenas a influência do
sinal interferente na degradação da comunicação. A potência
de transmissão do sistema a ser interferido foi mantida fixa em
1 [Watt] e a potência interferente foi variada para os valores
0.5, 1, e 2 [Watts].
O resultado de desempenho em termos de taxa de erro de bit
(BER) obtido para cada tipo de bloqueio está sintetizado na
Tabela IV (ausência de ruído AWGN). Os valores destacados
em verde na tabela correspondem à BER obtida pelo bloqueio
de maior sucesso para cada potência avaliada.
TABELA IV
RESULTADO DA BER PARA OS DIFERENTES TIPOS DE
INTERFERIDORES DESCONSIDERANDO O RUÍDO AWGN PARA
VÁRIOS VALORES DE POTÊNCIA INTERFERENTE
Tipo de 0.5 [Watt] 1 [Watt] 2 [Watts]
Bloqueio/Potência
Interferente
Tom simples 15.2E-3 96.0E-3 245.1E-3
Múltiplos Tons 1.0E-4 4.3E-3 36.4E-3
Ruído NBN 2.0E-3 11.4E-3 44.0E-3
Varredura 1.0E-4 1.6E-3 4.1E-3
Pulso com ruído 6.2E-3 21.4E-3 53.7E-3
Pulso com tom 50.1E-3 123.6E-3 170.1E-3
Em todos os três cenários de potência interferentes
avaliados (0.5, 1 e 2 [Watts]) os dois melhores interferidores
foram os bloqueios por pulso com tom e o bloqueio por tom
simples. Analisando os resultados apresentados na Tabela IV e
utilizando todos os demais recursos disponíveis na simulação
desenvolvida, podemos tirar as seguintes conclusões:
1. Os bloqueios com tons, sejam eles de tons simples ou
pulsados, proporcionaram o melhor desempenho de bloqueio,
uma vez que concentraram toda sua potência em uma faixa de
frequências reduzida, localizada exatamente no centro da
banda do sistema alvo, resultando em uma alta densidade
espectral interferente captada pelo alvo.
2. O bloqueio por múltiplos tons obteve o segundo pior
desempenho de bloqueio. Isso ocorreu devido ao fato de sua
potência interferente ter sido diluída em três tons (10, 15 e 20
Hz), onde apenas um destes coincidiu com a posição espectral
central do alvo. A densidade espectral interferente que afetou
o alvo ficou reduzida em três vezes se comparado ao cenário
com tom simples, explicando assim o seu desempenho
inferior.
3. O bloqueio por varredura proporcionou o pior
desempenho em termos de bloqueio. Como o sinal de
varredura se deslocou ciclicamente de forma contínua na faixa
de 0 a 50 Hz, considerando que a banda do sinal alvo era de 2
Hz (lóbulo principal de 9-11 Hz), a interferência deste
bloqueio, apesar de possuir uma alta densidade espectral, só
coincidiu com o alvo em cerca de 1/25 (4%) de todo o tempo
de simulação, justificando assim o seu mau desempenho. Este
tipo de bloqueio é mais adequado quando não se sabe
exatamente a posição espectral do alvo, ou em um cenário
onde o alvo altera sua posição espectral dinamicamente.
4. Técnicas pulsadas proporcionam uma maior densidade
espectral interferente instantânea quando estão ativas, se
comparado com suas equivalentes técnicas não pulsadas. Em
cenários onde temos disponível uma baixa potência
interferente, a utilização de técnicas pulsadas aumentará a
probabilidade de prejudicarmos a comunicação no período de
atividade de tal bloqueio.
Visando verificar se o ruído AWGN influenciaria na
determinação de melhor bloqueio, os testes realizados
anteriormente foram replicados, nesta ocasião considerando
um ruído AWGN de densidade espectral 0.1 [Watt/Hz].
Para obtenção de tal valor de densidade espectral, através da
simulação, foi necessário apenas habilitar o componente
“AWGN channel” e selecionar uma relação Eb/No de 10 [dB],
valor bem comum encontrado em receptores práticos.
O resultado de desempenho em termos de taxa de erro de bit
(BER) obtido para cada tipo de bloqueio está sintetizado na
Tabela V (presença de ruído AWGN).
TABELA V
RESULTADO DA BER PARA OS DIFERENTES TIPOS DE
INTERFERIDORES CONSIDERANDO O RUÍDO AWGN [0.1 WATT/HZ]
PARA VÁRIOS VALORES DE POTÊNCIA INTERFERENTE
Tipo de 0.5 [Watt] 1 [Watt] 2 [Watts]
Bloqueio/Potência
Interferente
Tom simples 16.5E-3 96.4E-3 247.1E-3
Múltiplos Tons 1.3E-4 5.3E-3 37.1E-3
Ruído NBN 2.3E-3 12.0E-3 44.3E-3
Varredura 1.2E-4 1.8E-3 4.8E-3
Pulso com ruído 6.25E-3 22.4E-3 54.1E-3
Pulso com tom 50.2E-3 125.3E-3 171.3E-3
Analisando os resultados apresentados na Tabela V e,
novamente, utilizando todos os demais recursos disponíveis na
simulação desenvolvida, podemos tirar as seguintes
conclusões:
1. A presença do ruído AWGN, intrínseco dos sistemas de
comunicação digital, provocou um aumento de BER em todas
as situações avaliadas, no entanto, esse aumento foi
praticamente desprezível. O que ocorreu devido ao fato da
densidade espectral do ruído AWGN ser praticamente
desprezível se comparada à densidade espectral interferente
considerada na simulação.
2. As conclusões obtidas nos testes onde o ruído AWGN
foi desconsiderado podem ser estendidas para cenários mais
práticos, onde o ruído térmico está presente.
Vale ressaltar que a simulação realizada para todos os testes
apresentados neste artigo considerou um sistema de
transmissão BPSK espectralmente estático.
Com os avanços tecnológicos atuais, diversos equipamentos
de comunicação dispõem de sistemas de proteção do sinal,
como salto de frequência, espalhamento espectral e
controlador automático de potência, requerendo assim, o
desenvolvimento de métodos de bloqueios mais complexos
para eficiência dos interferidores.
Software que possa realizar as simulações desses cenários,
como o VISSIMCOM, podem ser ferramentas importantes no
planejamento das ações de interferência e aquisições desses
interferidores pelos órgãos governamentais de segurança e
defesa.
V. CONCLUSÃO
De forma geral, o presente trabalho apresentou um estudo
teórico e simulado do conceito de geração de interferência
intencional sobre sistemas que utilizam o espaço livre como
meio de transmissão.
Demonstrou por meio da abordagem sobre os “Drones” que
o bom uso da tecnologia pode ser um aliado ao
desenvolvimento e a inovação, contudo seu mau uso pode ser
um risco a segurança e a defesa da nação.
O trabalho possibilitou a realização das seguintes ações:
1. Abordagem conceitual da utilização de “Drones” de
forma ilícita, considerando ainda as ações do Exército no
combate ao mau uso dessas tecnologias, por meio de
equipamentos interferidores.
2. Abordagem teórica sobre os tipos de perturbações
sofridas por um sinal em sistemas de telecomunicações
digitais, com destaque para a interferência intencional e
formas de ataque eletrônico do tipo bloqueio e respectivos
conceitos.
3. Simulação dos principais tipos de bloqueio, interferindo
em um sistema de comunicação convencional através da
utilização do software VissimCom 7.0.
Acredita-se, portanto, que este trabalho proporcionou
algumas contribuições aos meios acadêmico e profissional, no
sentido de evidenciar alguns conceitos relevantes sobre a
interferência intencional.
A simulação realizada, mesmo que de forma simplificada,
teve como propósito indicar para futuros trabalhos de pesquisa
e desenvolvimento, a criação de novas ferramentas que
possam ser uteis aos órgãos de segurança e defesa no
planejamento das aquisições de interferidores por meio de
simulações que retratem a eficiência desses equipamentos e os
efeitos desejados no sinal interferido.
Além disso, no estudo sobre “Drones”, procurou-se
evidenciar as mazelas do uso irresponsável das tecnologias
atuais, apresentando uma demanda crescente nas ações de
Guerra Eletrônica, principalmente em ações do Exército de
GLO, com o objetivo de incentivar a pesquisa e o
desenvolvimento de soluções, no emprego do conceito de
interferência no combate, pela comunidade acadêmica e
empresarial.
Assim, as sugestões para trabalhos futuros são as seguintes:
1. Testar os principais tipos de interferência por meio de
software de simulação, considerando como sinal a ser
interferido os parâmetros dos “Drones”.
2. Sugerir formas eficientes de medidas de ataque
eletrônica contra ações indesejadas de “Drones”.
3. Implementar um dispositivo bloqueador considerando os
efeitos de acoplamento dos sinais e das antenas (quando for o
caso), para a condição de operação dos “Drones”.
4. Testar o dispositivo implementado em outros sistemas.
5. Avançar os estudos sobre a condição de geração de
interferência sobre canais específicos de determinados
sistemas.
6. Dar sequência à abordagem teórica sobre as formas
possíveis de implementação de Medidas de Ataque Eletrônico
do tipo bloqueio.
7. Fazer uma análise comparativa dos resultados da ação
do bloqueio em diferentes tipos de modulação.
 VI. REFERÊNCIAS
André Antônio dos Anjo nasceu em Formiga, MG, em 20 de junho de 1986.
Mestre em Telecomunicações pelo Instituto Nacional de Telecomunicações,
[1] Brito L. V. Coronel. A evolução tecnológica militar na Era da Dez/2012, na área de sensoriamento espectral aplicado à rádios cognitivos.
Informação, 2010. Possui graduação em Engenharia Elétrica com enfâse em Telecomunicações,
[2] THOMAS, T. L. A Mente não tem Proteção. Military Review, Fort
também pelo Instituto Nacional de Telecomunicações, jul/2009. Atualmente
Leavenworth, 3º Qtm, 1998. está finalizando o seu doutorado na Unicamp. No Inatel, faz pesquisas
[3] Gomes M. A. S., Coelho T. T., Gonçalo C. R. Tríplice Hélice: a Relação
relacionadas com rádios cognitivos e atua como Engenheiro Especialista em
Universidade-Empresa em Busca da Inovação, 2016
Sistemas no Inatel Competence Center, desenvolvendo projetos ligados às
[4] Toscano R. S. Bloqueador de Múltiplas Frequências: Concepção do telecomunicações, TV digital, Processamento digital de Sinais, dentre outros.
Sistema e Estudo de Caso para Terminais IS-95, 2006
Também atua como professor de disciplinas dos cursos de pós-graduação do
[5] BIRMINGHAM POLICY COMMISSION. The security impact of drones:
Inatel. Possui sólidos conhecimentos em dispositivos lógicos programáveis
challenges and opportunities for the UK. Birmingham, UK: University of Birmingham,
2014. (FPGA, CPLD) e linguagem VHDL.
[6] ABATTI, James M. Small Power: The Role of Micro and Small UAVs
in the Future. Montgomery, AL: Air University, 2005.
[7] Correio 24 horas. PACHECO, Clarissa. Drone que levava 19 celulares
para presídio de Eunápolis é abatido por PM.. Disponível em:
<http://www.correio24horas.com.br/detalhe/bahia/noticia/drone-que-levava-
celulares-para-presidio-de-eunapolis-e-abatido-no-
r/?cHash=8e060076f270dd1a8e2d3ec31c27457a>. Acesso em: 28 Ago 16.
[8] G1. Drone era usado antes de roubos a condomínios de luxo, diz polícia.
Disponível em: <http://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2016/03/drone-
era-usado-antes-de-roubos-condominios-de-luxo-diz-policia.html.>. Acesso em: 26 Ago
16.
[9] Hora 1. NIELSEN, Patrícia. Polícia prende quadrilha de assalto a banco no CE
que tinha até um drone.
Disponível em: <http://g1.globo.com/hora1/noticia/2015/08/policia-prende-quadrilha-de-
assalto-banco-no-ce-que-tinha-ate-um-drone.html.>. Acesso em: 26 ago. 2016.
[10] G1. SOARES, Denise. Policiais acham drone usado para entrega de
drogas em cadeia de MT. Disponível em: <http://g1.globo.com/mato-
grosso/noticia/2015/05/policiais-acham-drone-usado-para-entrega-de-drogas-
em-cadeia-de-mt.html.>. Acesso em: 26 Ago 16.
[11] Zero Hora Notícias. Estado Islâmico sugere ataques com drones e
veneno nos Jogos Olímpicos do Rio.
Disponível em: <http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2016/07/estado-
islamico-sugere-ataques-com-drones-e-veneno-nos-jogos-olimpicos-do-rio-
6764906.html>. Acesso em: 26 Ago 16.
[12] Agência Lusa. Drones estão se tornando ameaça real para aviação
civil, alerta associação.
Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2016-
02/drones-estao-se-tornando-ameaca-real-para-aviacao-civil-alerta>. Acesso
em: 26 Ago. 16.
[13] Dronecentral. Top 5 melhores drones à venda 2017. Disponível em:
<http://dronecentral.com.br/melhores-drones-a-venda>. Acesso em: 27 Maio
17.
[14] ANATEL. Certificado de homologação da ANATEL – Phantom 4.
Disponível em: <https://fccid.io/ANATEL/01816-16-06517>. Acesso em: 27
Maio 17.
[15] DT7&DR16 RC System. Disponível em: <https://www.dji.com/dt7-
dr16-rc-system>. Acesso em: 27 Maio 17.
[16] Piloto Policial. BENI, Eduardo Alexandre. IACIT faz demonstração de
sistema bloqueador de drones adquirido pelo Exército. Disponível em:
<http://www.pilotopolicial.com.br/iacit-faz-demonstracao-de-sistema-
bloqueador-de-drones-adquirido-pelo-exercito>. Acesso em: 27 Maio 17.
[17] Defesanet. IACIT Jammers são destaques. Disponível em:
<http://www.defesanet.com.br/laad2017/noticia/25335/IACIT----Jammers-
sao-destaque> Acesso em: 29 Abr 17.
[18] ANJOS, A. A. Interferência em Sistemas de Comunicação Digital –
EX007. Santa Rita do Sapucaí, MG. INATEL. 2016.

Rodrigo Luiz Valim nasceu em Jardim, MS, em 03 de setembro de 1979.

Possui os títulos: Bacharel em Ciências Militares (AMAN, 2002), Pós-
Graduado em Ciências Militares (ESAO, 2011), Pós-Graduado em Básico de
Guerra Eletrônica (CIGE, 2013), Especialista em Inteligência do Sinal (CIGE
2014), MBA em Gerenciamento de Projetos (FGV 2016). De 2003 a 2016
desempenhou funções inerentes ao Oficial de Comunicações. No período de
2005 a 2007 foi instrutor na Escola de Sargentos das Armas. Em 2014 foi
adjunto do Oficial de Comunicações e integrante da célula de comando e
controle do Centro de Controle de Defesa de Área de Recife por ocasião da
Copa do Mundo de Futebol. Em 2016 foi nomeado comandante da 12ª
Companhia de Comunicações Mecanizada, sediada em Alegrete, RS, função
que exerce atualmente. Suas pesquisas incluem aspectos gerais sobre o
emprego das comunicações e da guerra eletrônica nos sistemas táticos e
estratégicos de comunicações do Exército Brasileiro.