Professional Documents
Culture Documents
ANIMAL
NUTRIÇÃO ANIMAL
EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA DA NUTRIÇÃO
A Ciência da Nutrição integra conhecimentos bioquímicos e fisiológicos, relacionando o
organismo animal com o suprimento alimentar de suas células.
O desenvolvimento da Nutrição teve a contribuição de outras ciências básicas.
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA PRODUÇÃO ANIMAL
A moderna indústria de produção animal baseia-se nos seguintes pilares:
GENÉTICA
HIGIENE- MANEJO (SANIDADE)
ALIMENTAÇÃO (NUTRIÇÃO)
NUTRIÇÃO: estudo dos processos que envolvem a ingestão, digestão e absorção dos nutrientes
dos alimentos pelos animais para sua manutenção, crescimento, reparo do organismo, produção e
reprodução.
FINALIDADES DA UTILIZAÇÃO DOS NUTRIENTES
- Reparar os tecidos corporais que sofrem um desgaste de forma natural;
- Formar tecidos novos (músculos, ossos, pele, etc) quando o animal esta em crescimento;
- Produzir energia.
DIGESTÃO: compreende os processos químicos e físicos que são responsáveis pela
transformação do alimento em seus nutrientes e os mecanismos de transporte até o intestino
delgado.
ABSORÇÃO: envolve os processos químicos e físicos relacionados com o transporte de
nutrientes pela membrana do intestino e seu transporte até a circulação sanguínea ou linfática.
EXCREÇÃO: é a eliminação das partes dos alimentos não absorvidos ou dos resultados das
reações metabólicas.
ALIMENTO: é todo ingrediente presente na dieta que pode ser ingerido pelo animal, e parcial ou
completamente digerido, absorvido e assimilado, contribuindo assim para a manutenção e
produção dos animais. É tudo o que é possível de ser consumido com um fim nutricional. Os
alimentos não são completos, sempre há falta de um ou mais nutrientes (exceto leite para e o ovo
quando o pinto é embrião).
IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO DE ANIMAIS
- Animais fornecem nutrientes essenciais
- Animais produzem proteína de qualidade superior a dos vegetais
- Utilizam forragens como alimento, bem como, aproveitam nitrogênio não proteico e
subprodutos alimentares.
- Os produtos de origem animal tem maior preferencia pelos consumidores.
- Apresentam alta produção em pequenas áreas (suínos, peixes, aves).
GLOSSÁRIO DE NUTRIÇÃO
ALIMENTO: é toda matéria suscetível de ser transformada e aproveitada pelos animais,
sustentando-lhe a vida, a saúde, a reprodução e a produção.
NUTRIENTE: é o componente do alimento, representando uma entidade química, que entra no
metabolismo celular e concorre para manutenção da vida.
ALIMENTAÇÃO: refere-se à ingestão ou a administração de alimentos.
CONVERSÃO ALIMENTAR: capacidade do animal de converter a ração ingerida em uma
unidade de peso animal.
C.A.= Consumo de Alimento
Ganho de Peso
Suínos: 1,8 a 2,6 : 1
Aves de Corte: 1,8 : 1
Bovinos de Corte: 5,3 : 1
Tilápia: 1: 1
EFICIÊNCIA ALIMENTAR: quantidade do produto animal obtida por uma quantidade unitária
de alimento.
E.A= Ganho de Peso x 100
Consumo de alimento
DIETA: indica os componentes de uma ração, ou seja, é o ingrediente ou mistura de ingredientes,
incluindo água, a qual é ingerida pelos animais.
DIETA BASAL: uma dieta comum utilizada em experimento animal, à qual é adicionada uma(s)
substância(s) experimental(ais).
EXIGÊNCIA NUTRICIONAL: quantidade de cada nutriente, requerida por determinada
espécie e categoria animal, para que, sua manutenção, produção e reprodução sejam eficientes.
DIGESTIBILIDADE: é o coeficiente de absorção de um nutriente, sendo em geral expresso
como porcentagem do foi retido em relação ao que foi ingerido.
GANHO MÉDIO DIÁRIO: média diária de incremento de ganho de um animal.
METABOLISMO: conjunto das atividades celulares em um organismo
- Catabolismo: degradação ou redução de substâncias complexas em substâncias mais simples
pelas células vivas (metabolismo destrutivo).
- Anabolismo: conversão de substâncias simples em substâncias mais complexas pelas células
vivas (metabolismo construtivo).
RAÇÃO: quantidade total de alimento fornecido e consumido por um animal num período de 24
horas.
PRINCIPAIS NUTRIENTES
PROTEÍNAS: compostas de aminoácidos que seriam: Alanina, Arginina, Ácido Aspártico, Ácido
Glutâmico, Citrulina, Cistina, Cisteína, Fenilalanina, Glicina, Histidina, Hidróxi-Prolina,
Isoleucina, Leucina, Metionina, Ornitina, Prolina, Taurina, Tirosina, Treonina, Triptofano,
Valina.
CARBOIDRATOS: Amido, Celulose, Hemicelulose, Lignina, Açúcares Simples (Dissacarídeos e
Monossacarídeos- Sacarose, Lactose, Celobiose, Frutose, Manose, Galactose, etc.)
LIPÍDEOS: ácidos graxos e ácidos graxos essenciais → oleico→ linoleico→ linolênico→ ácido
araquidônico
VITAMINAS: - Lipossolúveis (A, D, E, K)
- Hidrossolúveis (Complexo de B)
Vitamina B1 (tiamina)
Vitamina B2 (riboflavina)
Vitamina B3 (niacina)
Vitamina B5 (ácido pantotênico)
Vitamina B6 (piridoxina)
Vitamina B7 (biotina)
Vitamina B9 (ácido fólico)
Vitamina B12 (cobalamina)
Ácido Ascórbico- Vitamina C
MINERAIS: - Macrominerais (Ca, P, Mg, Na, Cl, S, K)
- Microminerais (Cu, I, Fe, Mn, Sl, Zn, F, Mb, Ni, V, Cr, etc.)
ÁGUA
ÁGUA
- MASTIGAÇÃO: tem função de fragmentação dos alimentos para facilitar a deglutição dos mesmos
Carnívoros: cortam e trituram o alimento
Herbívoros: moem e trituram
Ruminantes: apresentam 2 mastigações (1ª rápida, após a apreensão dos alimentos, e 2ª demorada)
- DEGLUTIÇÃO: os alimentos após passarem pela trituração e serem insalivados, eles são deglutidos
*Amilase Salivar (ou ptialina): enzima presente na saliva de alguns animais (importante na degradação de
carboidratos), sendo ausente em carnívoros (cães e gatos) e ruminantes
TIPOS DE DIGESTÃO
- CARNÍVOROS E ONÍVOROS (MONOGÁSTRICOS): Digestão Enzimática
- HERBÍVOROS: Digestão Enzimática e Microbiana (ceco e cólon)
- RUMINANTES: Digestão Microbiana e Enzimática
SUCO GÁSTRICO: é produzido na região fúndica do estômago, no abomaso dos ruminantes e no proventrículo das
aves. A digestão se inicia pela presença do alimento no estômago que desencadeia as secreções estomacais. Os
alimentos são heterogêneos, as secreções gástricas são liberadas de formas diferentes. Compreende: HCl,
Pepsinogênio, Amilase Gástrica e Mucina.
1) HCl: ácido clorídrico (secretado por células parietais gástricas).
Funções: - mantem baixo o pH estomacal (pH entre 2,0, ideal para a ação da pepsina)
- aumenta a solubilidade dos minerais
- ativa a pepsina (na forma de pepsinogênio)
- estimula a secreção de Secretina (responsável pela secreção do suco pancreático)
- ponte de ação antisséptica
- desnaturação das proteínas dos alimentos
2) Mucina: secretada por células mucoides da parede intestinal. Alta viscosidade (260x), aderindo ao epitélio e aos
alimentos.
Funções: - lubrificação e proteção do epitélio gástrico e do início do duodeno
- absorve a pepsina e neutraliza o HCl
3) Pepsina: secretada como Pepsinogênio (forma inativa) pelas células peptídicas (glândulas principais da região
fúndica do estômago)
Funções: - ativada pelo HCl, tem pH ideal de ação entre 1,5 a 2,5
- degrada proteínas em polipeptídeos
Pepsinogênio: mamíferos lactentes não produzem pepsinogênio, mas sim Quimosina (ou Renina).
*Até a 3ª semana de idade, quando a produção de renina cessa e inicia-se a produção de pepsinogênio.
*A renina é a enzima responsável pela coagulação do leite e digestão da caseína (quebra entre a fenilalanina e a
metiosina)
4) Lipase Gástrica: em geral atua sobre as gorduras de baixo ponto de fusão e já emulsionados (hidrólise). A ação
sobre as gorduras é mais eficaz pela lipase pancreática. Pouca importância quando comparada à pancreática
(importante para animais lactentes porque o leite é rico em gorduras que são hidrolisadas no estômago)
5) Lipase ou Quimosina: secretada na forma inativa (ativada pelo HCl). Presente no suco digestivo de ruminantes
lactentes (bezerros). Responsável pela coagulação do leite e digestão da caseína.
6) Catepsina: ação proteolítica, em faixa de pH 3 a 5
SUCO PANCREÁTICO: produzido pelas ilhotas de Langerhans ligadas ao Duodeno pelo ducto pancreático e
ampola de Vater. É responsável pela presença de quase todas as enzimas necessárias à degradação completa dos
alimentos.
Possui 2 estímulos: nervoso e humoral (secretina). São 2 os tipos de secreção:
- Secreção Alcalina: presença de pH ácido do quimo na entrada do duodeno libera secretina que estimula o pâncreas a
produzir uma secreção rica em íons bicarbonato e pobre em enzimas.
- Secreção Enzimática: a presença de polipeptídios e alimento na luz duodenal libera a colecistocinina-
pancreozimina (CCK) que estimula o pâncreas a secretar zimógenos (precursores enzimáticos ou formas inativas das
enzimas) e enzimas.
A secreção pancreática é induzida pelos hormônios secretina e colecistocinina (CCK)
Hormônio Secretina: produzido pela mucosa duodenal, estimulada pelo HCl proveniente do estômago
- Estimula o pâncreas a produzir bicarbonato e poucas enzimas
Hormônio Colecistocinina: produzido pela mucosa duodenal
- Estimula a secreção de enzimas pelo pâncreas
4 tipos de substratos que são degradadas:
- Proteína: tripsina, quimiotripsina e carboxipeptidase
- Carboidratos: amilase pancreática
- Lipídeos: lipase pancreática, colesterolesterase e lecitinases A e B (lecitase)
- Ácidos Nucléicos: polinucleotidases, nucleosidades e fosfatases
1) Enzimas Proteolíticas
a) Tripsina: pH 8 a 9. Hidrólise de proteínas (polipeptídeos e alguns aas). É uma endopeptidase, atacando os
aminoácidos no meio da molécula de proteína, podendo libera-las ou apenas quebrar as moléculas em partes
menores
b) Quimiotripsina (endopeptidase): ação similar a tripsina. Atua na coagulação do leite similarmente a renina
c) Carboxipeptidase (exopeptidase): pH entre 7,5. Atua sobre a ligação peptídica dos aminoácidos. Produtos da
proteína e amido são absorvidos por via venosa das vilosidades intestinais e transportados ao fígado.
As enzimas proteolíticas são ativadas, inicialmente, pela enteroquinase. A partir dai, a tripsina ativa as outras.
TRIPSINOGÊNIO ===E=N=T=E=R=O=Q=U=I=N=A=S=E===> TRIPSINA
QUIMOTRIPSINOGÊNIO ===T=R=I=P=S=I=N=A===> QUIMOTRIPSINA
2) Amilase Pancreática: atua em pH de 6,5 a 7,2. É mais ativa que a amilase salivar, converte amido em maltose
3) Lipase Pancreática: atua nos lipídeos (gorduras) convertendo em di ou monoglicerídeos ou dando ácidos graxos e
glicerol, que são absorvido pelos vasos linfáticos das vilosidades intestinais e destinados ao coração. Atua em pH
de 7 a 8 e sua ação é aumentada através da emulsificação (deixam mais fáceis de serem quebrados) dos lipídeos
pelos sais biliares (3 a 4x)
4) Colesterolesterase e Lecitase (Lecitinases A e B): hidrolisam os ésteres de colesterol. A Lecitinase A hidrolisa a
ligação Ácido Graxo-Lecitina, liberando Lisolecitina-AG livre. A Lecitinase B hidrolisa a Lisolecitina, liberando a
Glicerofosforolina- AG livre.
SUCO BILIAR: pH alcalino, composição varia com a espécie. Os componentes principais são os ácidos biliares e
bilirrubina. É secretado pelos hepatócitos (fígado) e estocado na vesícula biliar (ausente nos cavalos e rudimentar nos
coelhos)
*Animais com vesícula → diretamente para o duodeno ou armazenada na vesícula biliares nos intervalos entre as
refeições
* Animais sem vesícula → fluxo constante para o duodeno
- A bile de animais sem vesícula é mais fluída do que aquela contida na vesícula (xaroposa)
- Líquido límpido, de sabor amargo e cor amarela esverdeada
- Função de digerir gorduras e captar nutrientes ao passarem pelo intestino
- Atua na digestão e absorção
- Tem ação emulificante
Funções: Ativação da lipase pancreática (eficiência em 3 a 4x). Veículo de excreção de substâncias tóxicas drenadas
pelo fígado. Neutralização do Quimo. Atua na emulsificação (dispersão em meio aquoso) dos lipídeos no tubo
digestivo, facilitando a ação da enzima lipase pancreática, o transporte e a absorção de lipídeos. Sais biliares tem ação
hidrópica, isto é, aumentam a solubilidade de ácidos graxos em água
Bilirrubina: sem função digestiva, apenas confere cor à bile → bilirrubina (forma reduzida) é vermelha , e a biliverdina
(forma oxidada) é verde
GLICOGENÓLISE
Representa a quebra do glicogênio muscular ou hepático, com a liberação de unidade de glicose, pela ação do glucagon
(produzido no pâncreas). Ocorre em jejum ou estresse.
GLICOGÊNESE
Recuperação dos pequenos depósitos de glicogênio muscular e hepático, a partir da glicose-6-P
GLICONEOGÊNESE
É a formação de glicose ou mesmo glicogênio, a partir de compostos que não são carboidratos. (Ex.: aminoácidos do
Ciclo de Krebs)
CICLO DE KREBS
Atua na rota final da oxidação dos CHO’s e produzirá ATP.
LIPOGÊNESE
Formação de lipídeos. Uma dieta, por exemplo, rica em carboidratos estimula a lipogênese, por aumentar a ação da
lipoproteína lipase (LPL).
Já o exercício físico diminui a concentração plasmática de insulina, diminuindo o estímulo para lipogênese, além de
consumir energia.
LIPÓLISE
Processo de mobilização dos Ácidos Graxos (degradação de gordura).
Esse processo se dá com a quebra dos triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol
CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS
Para facilitar o estudo dos alimentos, classificamo-los segundo a sua composição e valor nutritivo
VOLUMOSO: são alimentos com pelo menos 25% de FDN. Baixo valor energético.
- Secos: fenos, palhas, outros
- Úmidos (aquosos): silagens, forragens verdes, pastos, raízes, tubérculos
CONCENTRADOS:
- Energéticos (< 20% PB): cereais e seus subprodutos em geral
- Proteicos (> 20% PB)
- de origem vegetal (20 a 50% de PB)
- de origem animal (34 a 82% de PB)
OUTROS: suplementos vitamínicos, minerais e aditivos
ALIMENTOS VOLUMOSOS: baixa concentração de nutrientes; em geral usados para ruminantes e herbívoros, já que o
animal terá de ingerir uma quantidade grande de alimento para satisfazer suas necessidades nutricionais. Possuem mais de
18% de fibra bruta
- Volumosos Secos: são aqueles que têm menos de 25% de água e portanto mais de 18% de fibra bruta.
Ex.: fenos, palhadas ou restos de culturas (soja, arroz, milho, trigo, etc.)
São base da alimentação nos trópicos (forma de reduzir custos, fonte de energia potencial e mineral e sazonalidade de
produção). Grande participação na alimentação (bovino de leite- 58,7%; bovino de corte – 84,5%; caprinos – 93,8%)
Funcionalidade do Trato Digestório:
Estimula o desenvolvimento nos bezerros
Mantem a função ruminal
Constitui substrato para os Microrganismos
Interfere na dinâmica do conteúdo alimentar
Fatores que Interferem na Qualidade
Maturidade da espécie vegetal
Fertilidade do solo
Manejo de produção
Características climáticas
Método de colheita e armazenamento
Forma de utilização
ALIMENTOS CONCENTRADOS: tem alta concentração de nutrientes, em geral usados para monogástricos, que tem
mais eficiência na utilização. Tem menos de 18% de fibra bruta e menos de 25% de água. Dividem-se em 2 grupos de
acordo com seu conteúdo proteico.
- Concentrados Energéticos: menos de 20 % de PB. São usados na alimentação animal, principalmente como fonte de
energia por serem ricos em carboidratos solúveis e/ou gordura.
Ex: grãos de cerais (milho, sorgo, trigo, aveia), gorduras, melaço em pó, polpa cítrica, raspa de
mandioca, casca de soja, etc.
- Concentrados Proteicos: são alimentos concentrados com mais de 18% de PB. São usados na alimentação animal
principalmente como fonte de proteína. Dependendo da origem da proteína eles são divididos em dois grupos.
- Origem vegetal: são geralmente subprodutos da extração de óleo das sementes de
plantas oleaginosas (ex. farelo de soja, de algodão, de amendoim, etc.) ou da extração do amido de
sementes de cereais (glúten de milho, de arroz, de trigo, etc).
- Origem animal: são geralmente subprodutos do abate ou processamento de animais ou
seus produtos. Ex. Farinha de carne, de vísceras, de peixe, Leite em pó, ovo em pó, etc.
CONCENTRADOS ENERGÉTICOS
Usados na alimentação como fonte de energia, ricos em carboidratos ou gorduras, com baixo teor de fibra.
MILHO EM GRÃO
É o concentrado energético mais empregado na alimentação animal. O valor energético do milho
deve-se ao seu elevado teor de amido (70-80%); possui alta digestibilidade, associada com o teor
de óleo (4%) e ao baixo teor de fibra bruta (2%) e a matéria mineral (1,2%).
O milho é relativamente pobre em proteína (7 a 9%). O milho não tem nenhuma toxina endógena,
sendo porém, muito passível a contaminação com pesticidas e micotoxinas.
AVEIA EM GRÃO
Muito utilizado para equinos e ruminantes, pelo alto teor de fibra de qualidade, energia e proteína.
A digestibilidade do amido é de 90%. É fornecido em flocos ou integral. A dieta só com grão de
aveia, pode vir acarretar cólica. Para matrizes suínas, a aveia pode substituir em até 50% o miho.
- Subprodutos:
Casca de Aveia: altos teores de FDN e FDA, lignina (7%), baixo teor de proteína (6%),
pobre em aminoácidos, usada como cama para vacas leiteiras. Não é oferecida como volumoso.
Resíduos de Moinho (Pó de Aveia): proteínas (8%), rico em amido (25%), pobre em fibras (22%)
Farelo de Aveia: alimento nobre da alimentação humana, rico em proteína (15- 20%), rico em energia, não é um
ingrediente de ração devido o custo elevado.
SORGO EM GRÃO
É um cereal muito usado como alternativa ao milho na alimentação animal por apresentar uma composição nutricional
próxima a do milho. O sorgo tem entre 9 e 12% de proteína bruta, 3% de gordura, 2,5% de fibra bruta e 2% de cinzas e
cerca de 70 a 75% de amido. A proteína do sorgo é de pior qualidade
O Grão de Sorgo contém uma toxina endógena, o TANINO.
O principal problema que o tanino causa, quando presente no sorgo, é a complexação com proteínas, o que afeta a
digestibilidade e modifica a palatabilidade (sabor adstringente).
O grão de sorgo é recomendado para vacas leiteiras e suínos, substituindo até 100% do
milho, devendo ser fornecido de forma triturada. No caso de aves, recomenda-se
substituir até 50% do milho da ração e adicionar pigmentante para a coloração da carcaça
e gema do ovo.
- Coprodutos:
Farelo de Sorgo
Sorgo Cervejeiro
Couves Maltados de Sorgo
Grãos de Destilaria seco e solúveis
Farelo e Farinha de Glúten de Sorgo
Gérmen de Sorgo (torta de sorgo)
TRIGO
Bastante utilizado na alimentação humana. Deve ser utilizado na alimentação quando o
preço estiver acessível. Normalmente o trigo utilizado na alimentação animal é o de
qualidade inferior (triguilho) ou subprodutos.
Possui 18% de proteínas, alta digestibilidade, deficiente em leucina, alanina e treonina
- Coprodutos:
Trigo em grão
Farelo de trigo
Gérmen de trigo e Óleo de gérmen
Destilados de trigo
Grãos de Cervejaria
Pastagem de trigo e Palha de trigo
- Subprodutos:
Triguilho: é composto por grãos quebrados, chocos, pequenos, sementes de outras plantas e outras impurezas que
são obtidas após a limpeza do trigo. PB mais elevada que o grão entre 12 e 16%. Pode vir contaminado com
sementes de plantas tóxicas, o que limita sua utilização.
Farelo de Trigo: é o produto do processamento do trigo, sendo mais grosseiro, composto de
pericarpo e partículas finas de gérmen, elevada palatabilidade e digestibilidade. Ótima fonte
proteica (14-19%), apresenta quantidade excessiva de fósforo (pode provocar cálculo urinário
em machos), proteína de melhor qualidade que a do milho, em excesso, pode provocar efeito
laxativo.
Farelo de Trigo Comercial: pode-se compor até 30% do concentrado de ruminantes. Alto teor
de fibra, alto teor de proteína (14 a 18%). Bastante usado para suínos adultos e matrizes. Inclusão máxima de
25% para suínos e aves, pois provoca efeito laxativo quando em excesso.
Bezerros: 10% da dieta total
Vacas Leiteiras: 20% da dieta total
Bovinos de Corte: 25% da dieta total
Farelo de Gérmen de Trigo: consiste no gérmen e pequenas partículas resultantes do processamento do grão
integral para obtenção de farinha.
GRÃO DE ARROZ
Assim como o trigo, tem grande potencial no uso humano, tornando caro para o uso animal. Após
a remoção da casca, seu teor proteico sobe para 8%, se tornando também um excelente alimento,
pois o amido do arroz é um dos de mais fácil digestibilidade.
- Subprodutos:
Quirera de Arroz: é eficaz quanto o grão de arroz, sendo mais usado na alimentação animal que na humana. Tem
cerca de 8 a 9% de PB, 2% de gordura e 1% de FB. A quantidade de amido é grande, quase se igualando ao do
milho, podendo substituí-lo parcialmente na alimentação de aves e suínos. Níveis muito alto, podem causar fezes
moles e úmidas nas aves e suínos.
Farelo de Arroz: possui cerca de 13% de PB, 13 a 15% de gordura e cerca de 4 a 6% de FB, pobre em cálcio e
rico em fósforo e em vitaminas do complexo B. Contudo, é um alimento de difícil conservação.
MANDIOCA
Por ser uma raiz de alto valor energético, possuem sais minerais (cálcio, ferro e fósforo) e
vitaminas do complexo b, além das suas folhas ricas em proteína. Sendo muito apreciada pelos
humanos e animais. Constituída principalmente por hidratos de carbono (carboidratos), contendo
assim grande quantidade de amido e polissacarídeos, além das suas folhas contêm um teor altíssimo de proteínas,
minerais e vitaminas. Possui compostos cianogênicos, que são toxinas endógenas.
BATATA DOCE
A batata doce é uma das formas mais baratas para animais e beneficia o meio ambiente fonte de
energia. A batata não utilizada é transformada em farelo ou em farinha. A farinha da bata doce,
armazenada em condições boas condições dura até dois anos. O preparo passa pelo processo de
trituração, secagem ao sol, moagem e embalagem em sacos plásticos. O farelo deve ser acrescido de
minerais aminoácidos e vitaminas. A batata doce possui inibidores de tripsina, que a incorporação desses inibidores nas
dietas contendo proteína pré-digerida ou aminoácidos livres produzia atraso no crescimento, além de reduzindo a
digestibilidade dos nutrientes e da energia.
NOZES
As nozes verdadeiras apresentam quantidades consideráveis de lipídeos e proteínas, e, em
decorrência disso, constituem boas fontes energéticas, além da vitamina a, vitamina b1 (tiamina),
vitamina b2, fósforo, cálcio, sódio e magnésio.
AMENDOIM
Aflatoxinas uma toxina exógena presente no amendoim, sua maior incidência se dá quando o
amendoim é batido, ensacado e armazenado com umidade elevada e quando reumedece depois de
estar seco. Essa toxina também pode ser encontrada em muitos outros produtos, tais como, milho
e outros cereais, sementes oleaginosas, nozes, produtos cárneos curados. Seu alto consumo pode
levar o animal à morte, porque causa alterações irreversíveis, e é resultante da ingestão de doses
geralmente elevadas.
CANOLA
É usado frequentemente na alimentação balanceada para animais em todo mundo, possuem proteína
bruta, sendo uma ótima fonte para alimentação animal.
GIRASSOL
Fonte de óleo vegetal mais consumida, os seus subprodutos são: casca e farelo. O gossipol é o principal fator
antinutricional, podendo causar infertilidade em touros entre outros fatores, além de lesões cardíacas e hepáticas
ALGODÃO
As sementes são aproveitadas para extração do óleo alimentício, de cujo processo resulta o farelo de algodão, que
representa a segunda fonte mais importante de proteína disponível para alimentação animal. Devido à sazonalidade de sua
produção, deve ser armazenado em lugar limpo, seco. Sua utilização inteira apresenta melhores resultados que na forma
moída ou triturada. Possui gossipol em sua composição.
FARELO DE AMENDOIM
Rico em proteínas, alta palatabilidade, digestibilidade, porém pobre em alguns aminoácidos, e possui
aflatoxina em sua composição química.
FARINHA DE PEIXE
É obtido de cortes e/ou partes de peixes de várias espécies (cabeças, rabo, pele, vísceras, barbatanas). Não deve conter
mais do que 10% de umidade e o teor de NaCl deve ser indicado. É um produto proteico que
proporciona uma fonte concentrada de proteína de alta qualidade e gorduras ricas em ácidos gordos
omega-3 DHA e EPA, compostos indispensáveis para o rápido crescimento dos animais. Não é muito
utilizada devido à dificuldade de estocagem e falta de informação e divulgação do produto.
- TOXINAS ENDÓGENAS: são toxinas que fazem parte do alimento, ou seja, elas são um constituinte natural do
alimento. De acordo com a sua estrutura química, estes compostos são classificados como:
PROTEICOS:
Inibidores de tripsina: presentes no grão de soja
Hemaglutininas: presentes nas leguminosas
Anti-vitamínicos: tiaminases – presentes em peixes crus
GLICOSÍDEOS
Compostos Cianogênicos: presentes na mandioca (linamarina)
Oligossacarídeos: presentes no grão de soja
FENÓLICOS
Gossipol: presente no farelo e semente de algodão
Taninos: presente no grão de sorgo
Hemaglutinas: alterações frequentes produzidas em animais experimentais após a aplicação de injeção, são: surgimento
de inflamação intensa com destruição das células do epitélio, edema, hiperemia, hemorragia em tecidos linfáticos,
degeneração gordurosa, necrose do fígado e lesões do miocárdio e sistema vascular.
Inibidores de Tripsina: os efeitos nocivos dos inibidores de proteases em animais por alimentos como leguminosas cruas
são complexos. Muitos estudos com monogástricos tem contribuído aos efeitos deletéricos, principalmente alterações
metabólicas do pâncreas (aumento da secreção enzimática, hipertrofia e hiperplasia), redução da taxa de crescimento, a
presença de inibidores de tripsina na alimentação a base de leguminosas.
Compostos cianogênicos: presentes na mandioca (linamarina e lotaustralina), cuja ingestão pode determinar a produção
endógena de cianeto, que pode causar danos neurológicos importantes
Oligossacarídeos: presentes no grão de soja (rafinose, estaquiose) – flatulência
Gossipol: presente no farelo e semente de algodão, diminui a digestibilidade da proteína e a disponibilidade da lisina.
Seus efeitos são mais acentuados nos animais mais jovens e os suínos são mais sensíveis do que as aves
Taninos: presente no grão de sorgo; taninos condensados, geralmente, não são absorvidos no trato digestivo dos animais,
provavelmente devido ao seu alto peso molecular, assim seu efeito é restrito apenas ao aparelho digestivo (inibição de
algumas enzimas presentes no sistema digestivo, diminuindo assim, a absorção dos nutrientes através da parede
intestinal). A peletização pode ser uma prática para reduzir o efeito antinutricional causado pelos taninos da ração a base
de sorgo. O uso de calor dissipa 57% da fração ativa do tanino. O uso de amônia diluída, carbonato de potássio ou óxido
de cálcio tem mostrado reduzir a quantidade detectável de tanino no sorgo entre 80 a 90%
- TOXINAS EXÓGENAS: não fazem parte da composição normal do alimento, e estão presentes em geral devido a
alguma fonte de contaminação externa
Micotoxinas: toxinas produzidas por fungos que crescem no alimento (alflatoxina, fumosina, etc.)
Pesticidas: inseticidas, fungicidas, herbicidas, etc.
MÉTODO DE BALANCEAMENTO
- Resultado é dado pela subtração do teor de proteína no ingrediente pelo teor de proteína desejada, na diagonal
- Para obter-se uma mistura com 100 partes, realiza-se regra de 3
- Faz-se a PROVA, calculando a porcentagem do teor de proteína do ingrediente pela porcentagem do ingrediente em 100
partes do alimento