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NUTRIÇÃO

ANIMAL
NUTRIÇÃO ANIMAL
EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA DA NUTRIÇÃO
 A Ciência da Nutrição integra conhecimentos bioquímicos e fisiológicos, relacionando o
organismo animal com o suprimento alimentar de suas células.
 O desenvolvimento da Nutrição teve a contribuição de outras ciências básicas.
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA PRODUÇÃO ANIMAL
A moderna indústria de produção animal baseia-se nos seguintes pilares:
 GENÉTICA
 HIGIENE- MANEJO (SANIDADE)
 ALIMENTAÇÃO (NUTRIÇÃO)
NUTRIÇÃO: estudo dos processos que envolvem a ingestão, digestão e absorção dos nutrientes
dos alimentos pelos animais para sua manutenção, crescimento, reparo do organismo, produção e
reprodução.
FINALIDADES DA UTILIZAÇÃO DOS NUTRIENTES
- Reparar os tecidos corporais que sofrem um desgaste de forma natural;
- Formar tecidos novos (músculos, ossos, pele, etc) quando o animal esta em crescimento;
- Produzir energia.
DIGESTÃO: compreende os processos químicos e físicos que são responsáveis pela
transformação do alimento em seus nutrientes e os mecanismos de transporte até o intestino
delgado.
ABSORÇÃO: envolve os processos químicos e físicos relacionados com o transporte de
nutrientes pela membrana do intestino e seu transporte até a circulação sanguínea ou linfática.
EXCREÇÃO: é a eliminação das partes dos alimentos não absorvidos ou dos resultados das
reações metabólicas.

O nutricionista, ao elaborar um regime alimentar, tem de pensar em termos de nutrientes, em vez


de pensar nos alimentos que o integram.
A escolha dos alimentos é igualmente orientada pelas considerações de ordem econômica,
possibilidade de restabelecimento e custos de alimentos, que podem prejudicar a produção e a
distribuição dos alimentos.
Devemos lembrar que o animal doméstico preferencialmente deve ser um transformador de
alimentos não utilizáveis ou dificilmente utilizáveis pelo homem.

ALIMENTO: é todo ingrediente presente na dieta que pode ser ingerido pelo animal, e parcial ou
completamente digerido, absorvido e assimilado, contribuindo assim para a manutenção e
produção dos animais. É tudo o que é possível de ser consumido com um fim nutricional. Os
alimentos não são completos, sempre há falta de um ou mais nutrientes (exceto leite para e o ovo
quando o pinto é embrião).
IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO DE ANIMAIS
- Animais fornecem nutrientes essenciais
- Animais produzem proteína de qualidade superior a dos vegetais
- Utilizam forragens como alimento, bem como, aproveitam nitrogênio não proteico e
subprodutos alimentares.
- Os produtos de origem animal tem maior preferencia pelos consumidores.
- Apresentam alta produção em pequenas áreas (suínos, peixes, aves).
GLOSSÁRIO DE NUTRIÇÃO
ALIMENTO: é toda matéria suscetível de ser transformada e aproveitada pelos animais,
sustentando-lhe a vida, a saúde, a reprodução e a produção.
NUTRIENTE: é o componente do alimento, representando uma entidade química, que entra no
metabolismo celular e concorre para manutenção da vida.
ALIMENTAÇÃO: refere-se à ingestão ou a administração de alimentos.
CONVERSÃO ALIMENTAR: capacidade do animal de converter a ração ingerida em uma
unidade de peso animal.
C.A.= Consumo de Alimento
Ganho de Peso
 Suínos: 1,8 a 2,6 : 1
 Aves de Corte: 1,8 : 1
 Bovinos de Corte: 5,3 : 1
 Tilápia: 1: 1
EFICIÊNCIA ALIMENTAR: quantidade do produto animal obtida por uma quantidade unitária
de alimento.
E.A= Ganho de Peso x 100
Consumo de alimento
DIETA: indica os componentes de uma ração, ou seja, é o ingrediente ou mistura de ingredientes,
incluindo água, a qual é ingerida pelos animais.
DIETA BASAL: uma dieta comum utilizada em experimento animal, à qual é adicionada uma(s)
substância(s) experimental(ais).
EXIGÊNCIA NUTRICIONAL: quantidade de cada nutriente, requerida por determinada
espécie e categoria animal, para que, sua manutenção, produção e reprodução sejam eficientes.
DIGESTIBILIDADE: é o coeficiente de absorção de um nutriente, sendo em geral expresso
como porcentagem do foi retido em relação ao que foi ingerido.
GANHO MÉDIO DIÁRIO: média diária de incremento de ganho de um animal.
METABOLISMO: conjunto das atividades celulares em um organismo
- Catabolismo: degradação ou redução de substâncias complexas em substâncias mais simples
pelas células vivas (metabolismo destrutivo).
- Anabolismo: conversão de substâncias simples em substâncias mais complexas pelas células
vivas (metabolismo construtivo).
RAÇÃO: quantidade total de alimento fornecido e consumido por um animal num período de 24
horas.

PRINCIPAIS NUTRIENTES
PROTEÍNAS: compostas de aminoácidos que seriam: Alanina, Arginina, Ácido Aspártico, Ácido
Glutâmico, Citrulina, Cistina, Cisteína, Fenilalanina, Glicina, Histidina, Hidróxi-Prolina,
Isoleucina, Leucina, Metionina, Ornitina, Prolina, Taurina, Tirosina, Treonina, Triptofano,
Valina.
CARBOIDRATOS: Amido, Celulose, Hemicelulose, Lignina, Açúcares Simples (Dissacarídeos e
Monossacarídeos- Sacarose, Lactose, Celobiose, Frutose, Manose, Galactose, etc.)
LIPÍDEOS: ácidos graxos e ácidos graxos essenciais → oleico→ linoleico→ linolênico→ ácido
araquidônico
VITAMINAS: - Lipossolúveis (A, D, E, K)
- Hidrossolúveis (Complexo de B)
 Vitamina B1 (tiamina)
 Vitamina B2 (riboflavina)
 Vitamina B3 (niacina)
 Vitamina B5 (ácido pantotênico)
 Vitamina B6 (piridoxina)
 Vitamina B7 (biotina)
 Vitamina B9 (ácido fólico)
 Vitamina B12 (cobalamina)
 Ácido Ascórbico- Vitamina C
MINERAIS: - Macrominerais (Ca, P, Mg, Na, Cl, S, K)
- Microminerais (Cu, I, Fe, Mn, Sl, Zn, F, Mb, Ni, V, Cr, etc.)
ÁGUA
ÁGUA

A água pode ser considerada o nutriente mais crítico. A


privação de água ao animal é mais grave do que a falta de
carboidratos, proteínas e outros nutrientes. Constituinte
essencial para a estrutura das células, além de ser o meio das
reações químicas do metabolismo. O animal pode perder
praticamente toda a gordura corporal, metade das suas
proteínas orgânicas e aproximadamente 40 % do seu peso vivo
e manter-se vivo, no entanto, se perder mais de 10% de água,
ocorrerá transtornos que acarretam na morte.

CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES GERAIS DA ÁGUA


- Água é um nutriente
- É o maior constituinte do corpo de todos os animais
- Dos 100% de água presente no organismo: 65% intracelular, 35% extracelular
- Pode-se sobreviver 50 dias sem comer, mas perece após 4 dias sem água, em média
- Exerce ação lubrificante e de proteção das articulações
- Dissolve a maioria das substâncias ingeridas ou produzidas (eliminar toxinas)
- Transporte de substâncias orgânicas (principalmente O2)
- Regula a temperatura corporal
- É o constituinte principal dos líquidos orgânicos:
 Sinovial: articulações e bainha de tendões
 Humor Aquoso: preenche o espaço existente entre a córnea e a íris
 Cefalorraquidiano: age como um amortecedor para o córtex cerebral e medula espinal
 Amniótico: fluido que envolve o embrião, preenchendo a bolsa amniótica- proteção
FONTES DE ÁGUA
- ÁGUA DE BEBIDA: principal fonte de água para os animais, devendo ser limpa e livre de
contaminações.
- ÁGUA METABÓLICA: refere-se à água formada durante o processo de oxidação dos H2
contidos nas moléculas de proteínas, carboidratos e gorduras a nível de metabolismo orgânico;
responde por 5 a 10% das necessidades diárias de mantença dos animais.
Demonstração da Produção de Água Metabólica
C6H12O6 + O2 → 6 CO2 + 6 H2O + energia
Pesos moleculares: glicose = 180
6 H20 = 108
Água Metabólica (%) = 108 x 100 = 60 %
180
- ÁGUA COLOIDAL: representa a água presa nos alimentos. Os alimentos suculentos possuem
alto teor de água que contribui para o atendimento das necessidades diárias do animal

FATORES QUE AFETAM A INGESTÃO DE ÁGUA


- TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA DO AR: o aumento da temperatura ambiente
leva a um incremento no consumo de água.
- FUNÇÃO FISIOLÓGICA: porcas em lactação exigem mais água do que as gestantes e estas,
mais do que leitões em crescimento (vacas em lactação x vacas secas)
- ESPÉCIE ANIMAL: as aves exigem menor quantidade de água do que os mamíferos em
percentagem do peso vivo.
- IDADE DO ANIMAL: o consumo de água aumenta com a idade, porém, decresce em relação
ao peso vivo. Animal jovem tem taxa mais rápida de renovação de água.
- CONSUMO DE MATÉRIA SECA: consumo de água é diretamente relacionado com a
ingestão de MS
- FATORES DIETÉTICOS
 Altos níveis de conteúdo de água nos alimentos reduz a ingestão da mesma
 Dietas contendo altos níveis de sal aumentam o consumo de água
 Dietas ricas em proteínas aumentam a ingestão de água
- ATIVIDADE FÍSICA: aumentam a necessidade para que a evaporação produza resfriamento
- QUALIDADE DA ÁGUA
 Uma água de boa qualidade deve ter menos de 2500 mg/L de sólidos dissolvidos
 Água contendo acima de 1 g/L de sulfatos pode causar diarreia
 Níveis de 100 a 200 ppm de nitratos são potencialmente tóxicos

PERDA DE ÁGUA DO CORPO ANIMAL


- FEZES
 Varia com a espécie: algumas espécies produzem fezes muito secas (camelos, ovinos)
 Diarreia: resulta em severa perda de água
- URINA
 12 g de H2O para excretar 1g de proteína ingerida
 40 g de H2O para excretar 1g de minerais ingeridos
- PULMÕES
 O ar expirado é saturado de H2O
- PELE
 Perspiração: perda insensível; ocorre em todos os animais
 Sudoração: não ocorre em todos os animais
NECESSIDADE DE ÁGUA
Bovinos de Corte: - novilhos com mais de 2 anos: 45 L/cab/dia
- 8 a 9 litros/100 kg/peso vivo
- 3 a 8 litros/kg de MS/dia
Bovinos de Leite: - vacas leiteiras: 3 a 4 litros/kg de leite/dia
- 40 a 140 litros/cab/dia
FÊMEAS:
CATEGORIA CONSUMO L/cab/dia DESVIO-PADRÃO
Vacas em lactação 62,5 15,6
Vacas e novilhas no final da gestação 50,9 12,9
Vacas secas/Novilhas gestantes 45,0 12,9
Novilhas em idade de inseminação 48,8 14,4
Fêmeas desmamadas até IA 29,8 7,2
Bezerras lactantes (em baias) 1,0 0,4
Bezerras lactantes (a pasto) 11,2 3,0
MACHOS:
CLASSE ANIMAL TEMPERATURA ÁGUA INGERIDA (L)
Bezerros até 6 semanas - 6,5
Bovinos acima de 100 kg Até 10º C 3,5
Bovinos acima de 100 kg 10 a 15º C 3,6
Bovinos acima de 100 kg 15 a 20º C 4,0 - 4,2
Bovinos acima de 100 kg 20 a 27º C 4,5 – 4,8
Bovinos acima de 100 kg Acima de 27º C 5,6

Ovinos: - em pastagens: 3,5 a 4 L/cab/dia (clima temperado)


- em estábulo: 2 L de água/kg de MS consumida
- ovelhas em lactação: 2 L de água/kg de MS consumida
Equinos: - adultos: 30 a 45 L/cab/dia ou 2 a 3 L/MS ingerida/dia
- éguas em lactação: 57 L/dia
- animais em trabalho: 58 a 80 L/dia
Suínos: - leitões em terminação: 7 L/100 kg/dia
- marrãs em lactação: 14 a 32 L/dia
- leitões em crescimento: 20 L/100 kg/dia
CONSUMO DE ÁGUA PELOS SUÍNOS
CATEGORIA ANIMAL LITROS/DIA
Fêmeas em lactação 18-32
Fêmeas em gestação 14-22
Reprodutor 12-14
Animais em Recria 5-8
Animais em Creche 1,5-3,0
Levados em terminação 8-12

Coelhos: - adultos: 0,25 L/dia


- fêmeas pouco antes do parto: 1 L
- fêmeas com 8 láparos: 1 a 1,25 L
Aves:
CONSUMO DE ÁGUA PELAS AVES
CATEGORIA PERÍODO CONSUMO
Frango de Corte Até 8 semanas 1,6-1,8 L/kg de ração
Frango de Corte Até 16 semanas 2,4 L/kg de ração
Frangas 16 a 22 semanas 166 ml/dia
Poedeiras 90 % postura 306 ml/dia
Sistemas De Fornecimento De Água Para Os Animais E Redução De Desperdício
- A produção animal sustentável não compreende que os animais tenham livre acesso às fontes naturais
- Animais criados a pasto em sistemas de produção extensivo devem ser restringidos quanto ao acesso à cursos de
águas, fontes e lagoas.
- Independente da espécie animal: fornecimento de água deverá ser em bebedouros, com vazão adequada a espécie e
idade animal
- Os bebedouros devem ser dispostos de maneira a permitir o fácil acesso aos animais, como altura, vazão e pressão
corretamente reguladas
- Os bebedouros devem ser inspecionados diariamente e dependendo da espécie animal, isto deve ocorrer mais de
uma vez por dia
- Os bebedouros devem ser mantidos sempre limpos, especialmente os modelos tipo cocho ou concha que favorecem
o acúmulo na água de restos de ração favorecendo a manutenção e crescimento de microrganismo.
DIGESTÃO
SISTEMA DIGESTIVO
Os alimentos se apresentam em formas combinadas de macromoléculas que, para serem usadas pelo organismo,
precisam ser transformadas em formas menores e absorvíveis.
Digestão: conjunto de processos que os alimentos sofrem indo desde a ingestão, transformações ao longo do tubo
digestivo até a eliminação dos resíduos não absorvidos
O trato gastrointestinal é a passagem que vai da boca ao ânus, através do qual o alimento passa após ser consumido
e onde ele é submetido a vários processos digestivos.
Os vários órgãos, glândulas e outras estruturas envolvidas são concebidas para a procura, preensão, mastigação,
deglutição dos alimento e digestão, absorção e excreção dos nutrientes.

TERMOS ASSOCIADOS COM O ESTUDO DA DIGESTÃO ANIMAL


- Preensão: captação dos alimento ou da água
- Mastigação: redução das partículas alimentares, geralmente através da trituração
- Deglutição: ato de engolir
- Regurgitação: ato de levar os alimentos não digeridos do rúmen para a boca, através de movimentos
antiperistálticos, para que estes alimentos sejam novamente mastigados e posteriormente deglutidos
- Preensão dos Alimentos: varia conforme a espécie

PROCESSOS FÍSICOS NA DIGESTÃO


- PREENSÃO DO ALIMENTO: varia conforme a espécie
Cavalo: o cavalo capta a forragem com os lábios, prendendo o pasto com os incisivos e cortando-o através de um
movimento lateral da cabeça
Ruminantes: os ruminantes colhem o pasto com a língua (bovinos) ou com os lábios (ovino e caprino), leva a boca e
cortam através da pressão dos incisivos inferiores contra a almofada dental
Carnívoros: pegam os alimentos com os incisivos e molares e cortam ou arrancam pedaços. No caso de alimentação
pastosa temos maior participação da língua e dos lábios. Para a ingestão de líquido usam a língua
Suínos: utilizam o focinho para busca e preensão dos alimentos com os lábios e a língua, são introduzidos na boca. Os
líquidos são absorvidos por sucção, através do lábio inferior com o superior, por uma abertura
Aves: é feita com o bico, sendo os alimentos ingeridos e deglutidos através de movimentos bruscos da
cabeça, auxiliados pela força da gravidade

- MASTIGAÇÃO: tem função de fragmentação dos alimentos para facilitar a deglutição dos mesmos
 Carnívoros: cortam e trituram o alimento
 Herbívoros: moem e trituram
 Ruminantes: apresentam 2 mastigações (1ª rápida, após a apreensão dos alimentos, e 2ª demorada)
- DEGLUTIÇÃO: os alimentos após passarem pela trituração e serem insalivados, eles são deglutidos
*Amilase Salivar (ou ptialina): enzima presente na saliva de alguns animais (importante na degradação de
carboidratos), sendo ausente em carnívoros (cães e gatos) e ruminantes

FUNÇÕES DO TRATO GASTROINTESTINAL


a) Fornecer ao organismo de forma contínua água e nutrientes
b) Armazenar o alimento por um período de tempo
c) Preparar os alimentos para absorção de seus nutrientes
d) Absorção dos produtos da digestão
e) Eliminação dos produtos não digeridos

TIPOS DE DIGESTÃO
- CARNÍVOROS E ONÍVOROS (MONOGÁSTRICOS): Digestão Enzimática
- HERBÍVOROS: Digestão Enzimática e Microbiana (ceco e cólon)
- RUMINANTES: Digestão Microbiana e Enzimática

PARTICULARIDADES DO PROCESSO DIGESTIVO DOS MONOGÁSTRICOS


Suínos, Cavalos, Cão, Gato e Aves, estômago com um só compartimento.
- Os animais monogástricos, de um modo geral, não podem fazer uso adequado de alimentos fibrosos, exceto os
equinos e coelhos, que por meio de processos de fermentação produzidos pelas bactérias presentes no seu ceco e cólon
ao capazes de utilizar estes alimentos de forma satisfatória.

SISTEMA DIGESTIVO DOS SUÍNOS


- Boca: local onde ocorre a apreensão pelos lábio e dentes,
mastigação e começo da digestão enzimática, pela salivação
e ação da amilase salivar
- Esôfago: tubo que liga a cavidade oral ao estômago
- Estômago: armazena alimentos, quebra física dos alimentos
e secreção de suco digestivo (HCl, Pepsina e Renina). O
estômago possui um pH em torno de 2,0. O material que
deixa o estômago é denominado quimo
- Intestino Delgado:
 Duodeno: primeira seção, possui o pH baixo, recebe secreções do pâncreas, fígado (bile) e da parede
intestinal. É o sítio ativo da digestão.
 Jejuno: seção média, ativa na absorção dos alimentos
 Íleo: seção terminal, ativa na absorção dos alimentos
As paredes do intestino delgado são revestidas por uma série de projeções em forma de dedos de luva,
denominadas Vilosidades, que tem como função aumentar a superfície de absorção.
O pH intestinal é em torno de 6,0 a 7,0.
- Intestino Grosso:
 Ceco: primeira seção, tamanho variável nas diferentes espécies, pouco funcional no suíno
 Cólon: seção média- parte mais larga do intestino grosso
 Reto: última seção
Funções do Intestino Grosso: absorção de água, secreção de alguns minerais como o cálcio, armazenagem de
conteúdo não digerido do TGI, pequena fermentação bacteriana (síntese de algumas vitaminas
hidrossolúveis e K, alguma degradação bacteriana de alimentos fibrosos e síntese de algumas proteínas)

SISTEMA DIGESTIVO DE EQUINOS


- Boca: agentes de apreensão (dentes, lábio superior e língua). A secreção salivar é estimulada pelo roçar do
alimento na bochecha, chegando a produzir 30 a 50 L
- Esôfago: cavalo tem um esôfago entre 125 a 150 cm de
comprimento, situado no lado esquerdo do pescoço. Os
movimentos peristálticos são de uma única via, ou seja, só
ocorrem no sentido cranial-caudal, sendo difícil ao cavalo
regurgitar
- Estômago: apresenta estômago reduzido, alimentando-se
várias vezes por dia. Não possui movimentação regular
extensa, quanto as das outras espécies e ingesta em camadas,
podendo resultar em desordens digestivas do estômago.
- Intestino Delgado: semelhante aos suínos
- Intestino Grosso: responsável por grande capacidade do TGI (60%), se dividindo em Ceco, Cólon Maior,
Cólon Menor e Reto
 Ceco e Cólon Maior: ativa a flora bacteriana, similar ao do rúmen, faz degradação da celulose e
outros CHO (acético, propiônico, butirico). Há síntese bacteriana de vitaminas hidrossolúveis e de
proteína bacteriana
 Cólon Menor: absorção de água, pode ocorrer impactações, devido ao fato do IG estar usualmente
expandido com a ingesta
 Reto: última seção
*estômago pequeno, necessário ter cuidado com a quantidade de alimentação
*grande número de bactérias
*síntese de nutrientes
*ausência de vesícula biliar
*dificuldade de regurgitação

SISTEMA DIGESTIVO DAS AVES


- Boca: não tem dentes, mas tem glândulas salivares e língua. O bico capta
pequenas partículas de alimentos e reduz parcialmente o alimento para ser
deglutido. A saliva contém amilase salivar
- Esôfago: área dilatada (Papo ou Inglúvio), local onde o alimento é
Armazenado e umedecido. Há ação da amilase salivar
- Proventrículo: sítio de produção de suco gástrico (pepsina e HCl), com pH em
torno de 4. O bolo alimentar passa por ele rapidamente.
- Moela: atua na redução física dos alimentos ingeridos. O revestimento da
moela é uma dura secreção glandular. Nela, encontra-se areia e pedras que
auxiliam na moagem de sementes e grãos ingeridos. Nenhuma enzima é
secretada na moela, contudo o HCl e a Pepsina do Proventrículo atuam neste órgão
- Intestino Delgado: são encontradas varias enzimas, com excreção da lactase. O pH do intestino
delgado é ligeiramente ácido. A absorção dos nutrientes é semelhante ao que ocorre nos mamíferos.
- Cecos e Intestino Grosso: o TGI das aves contém dois sacos cegos que podem ser comparados ao
dos mamíferos. Ocorre a absorção de água e também alguma digestão de fibra e síntese de
vitaminas hidrossolúveis a nível de ceco, devido a fermentação bacteriana. O Intestino Grosso é
curto e desemboca na cloaca, onde é eliminado pelo ânus

SISTEMA DIGESTIVO DOS RUMINANTES


- Boca: só possuem dentes incisivos inferiores
que juntamente com uma almofada dental, atuam
em conjunção com os lábios e a língua na
preensão dos alimentos. Grande produção de
saliva (capacidade tampão-bicarbonato) mantendo
o pH do rúmen.
A produção de saliva é contínua, sendo maior
quando se alimenta ou rumina. Não contém
enzimas, mas funciona como uma fonte de
Nitrogênio (proveniente do metabolismo da
ureia), Fósforo e Sódio, que são utilizados pelos microrganismos ruminais. A saliva é altamente
tamponaria, o que auxilia a manutenção do pH apropriado do rúmen
- Estômago: Retículo, Rúmen, Omaso e Abomaso
- Retículo: abertura do esôfago é comum ao retículo e ao rúmen. As paredes do retículo são
recobertas com uma mucosa contendo muitas cristas semelhantes a favos de mel. Este arranjo da
parede retém materiais duros (arames, pregos, etc) e não permitem que eles prossigam através do
restante do TGI. As paredes não secretam enzimas. As funções do retículo são: mover o alimento
para dentro do rúmen ou para o interior do omaso e atua na regurgitação da ingesta durante a
ruminação.
- Rúmen: compartimento muscular grande e oco que ocupa quase que totalmente o lado esquerdo
da cavidade abdominal. As suas paredes (rúmen funcional) contém pequenas projeções em forma de
língua denominadas papilas (na forma de uma toalha felpuda). Essas paredes não secretam enzimas.
Contêm protozoários e principalmente bactérias (celulolíticas e aminolíticas). Ele tem funções de
armazenagem, embebição, mistura física e degradação, câmara de fermentação. Câmara de
Fermentação: o retículo-rúmen proporciona um ambiente ideal para a sobrevivência da flora
microbiana (bactérias e protozoários) e atividade da mesma. Caracteriza-se por ser úmido, quente,
anaeróbio, pH desejável, vários tipos de bactérias (25 a 50 milhões/ml do fluído ruminal.
Essa fermentação pré-gástrica resulta em:
 síntese bacteriana de vitaminas hidrossolúveis e vitamina K
 síntese bacteriana de aminoácidos e proteínas→ a bactéria combina o N da proteína dietética
ou nitrogênio não proteico + carboidratos (CHO)→ criando proteínas próprias
Posteriormente, essas bactérias são lançadas para fora do rúmen, sendo degradadas na porção
inferior do TGI do animal, servindo como fonte de aminoácidos para este animal.
Degradação de Alimentos Fibrosos (altos em celulose): bactérias liberam enzimas que rompem as
ligações da celulose e do amido. Na degradação de CHO da dieta das bactérias, liberam AGVs
(acético, propiônico e butirico). Esses AGVs são absorvidos através da parede ruminal e servem
como fonte de energia para os ruminantes, que quando absorvidos, caem na corrente sanguínea,
passam pelo fígado, são metabolizados e são direcionados para as células do organismo. O Ácido
Acético é o mais produzido. O tipo de AGV que será produzido depende da alimentação, se é mais
concentrada ou mais volumosa. O compartimento do rúmen é muito pouco desenvolvido ao
nascimento, mas torna-se funcional por volta das 6 a 8 semanas.
- Omaso: suas paredes não secretam enzimas, localiza-se a direita do rúmen e do retículo. Suas
funções são: redução das partículas da ingesta antes de entrar no abomaso e alguma absorção de
água, AGVs e minerais.
- Abomaso: estômago glandular/verdadeiro, paredes secretoras de enzimas, corresponde a região
glandular dos animais de estômago simples (estômago verdadeiro). Função semelhante ao estômago
monogástrico. Carboidratos não são degradados no abomaso, pois o pH é baixo.
- Intestino Delgado e Grosso: semelhantes em estrutura e função dos monogástricos.
*sulco esofagiano: via de passagem que vai da cárdia ao omaso, que pode fechar ou abrir,
direcionando o bolo alimentar diretamente do esôfago para o omaso ou para o rúmen e retículo;
funciona para permitir que o leite dos animais lactantes não passe pelo rúmen e retículo, desta
forma, se livra de sofrer fermentação
*ruminação: permite ao animal pegar a forragem e ingeri-la rapidamente, sendo a mastigação
completada mais tarde; inclui: regurgitação, remastigação, ressalivação e redeglutição
*a regurgitação ocorre através de um peristaltismo reverso, sendo o principal fator na
movimentação do material alimentar para a boca; bovinos ruminam em média 8 horas por dia; um
ciclo de ruminação dura 1 minuto para se processar, dos quais 3 a 4 segundos são para
regurgitação e deglutição.

NOÇÕES DE FISIOLOGIA DA DIGESTÃO


- O TGI e suas glândulas associadas servem para 3 funções fundamentais:
 Digestão
 Absorção
 Excreção
Fatores Responsáveis pelo funcionamento normal do TGI:
- Fatores mecânicos: preensão, mastigação, deglutição, motilidade gástrica e intestinal, e defecação
- Fatores secretórios: atividade das glândulas digestivas (salivares, gástricas, pâncreas e fígado)
- Fatores químicos: atividade de enzimas, ácidos e substâncias tamponantes (bicarbonatos, fosfatos,
sais biliares, etc)
- Fatores microbiológicos: processos fermentativos
- Fatores hormonais: hormônios produzidos nas diversas seções do TGI que controlam todo o
processo digestivo
SUCOS DIGESTIVOS
- SUCO GÁSTRICO
- SUCO PANCREÁTICO
- SUCO ENTÉRICO
 SUCO DUODENAL
 SUCO INTESTINAL
- BILE OU SUCO BILIAR
SALIVA: não é propriamente um suco digestivo. É a primeira secreção líquida que atua sobre os alimentos. É uma
secreção mista produzida pelas glândulas salivares (parótida). Sua função principal é fornecer água e mucina para a
formação do bolo alimentar, umedecendo e lubrificando os alimentos para facilitar a deglutição. Atua na digestão do
amido (algumas espécies) pela presença da amilase salivar. Dissolve partículas alimentares. Protege o organismo
contra agentes patogênicos (enzima antibacteriana). Ação anti-timpânica nos ruminantes (fosfato e carbonato),
favorecendo a manutenção do pH (acidose).
Sua secreção é aumentada por vários estímulos, por ação reflexa, tais como:
 tipo e cheiro de alimentos
 quantidade de água do alimento
 mastigação (roçagem na bochecha)
 presença de sais e ácidos na dieta
Tem pH de 8,4 em bovinos, 7,3 em suínos, 7,5 em cães e 7,6 em equinos
- Amilase Salivar: a amilase salivar ou ptialina esta presente na secreção salivar de alguns animais, atuando sobre o
amido, reduzindo-o para maltose. Ausente em cães, gatos e ruminantes.
Os ruminantes produzem uma grande quantidade de saliva, tendo esta uma grande capacidade tampão (Na2H3PO4 →
250 g/dia/bovinos)
*Capacidade Tampão: é a propriedade da saliva de manter seu pH constante a 6,9-7,0, graças aos seus tampões
mucinato/mucina, HCO3/H2CO3 e HPO-4/H2PO-4, que bloqueiam o excesso de ácidos e de bases
*Quantidade de saliva/dia dos bovinos: 50 a 150 L, tendo como principal função, proporcionar pH ideal para os
microrganismos do rúmen.

SUCO GÁSTRICO: é produzido na região fúndica do estômago, no abomaso dos ruminantes e no proventrículo das
aves. A digestão se inicia pela presença do alimento no estômago que desencadeia as secreções estomacais. Os
alimentos são heterogêneos, as secreções gástricas são liberadas de formas diferentes. Compreende: HCl,
Pepsinogênio, Amilase Gástrica e Mucina.
1) HCl: ácido clorídrico (secretado por células parietais gástricas).
Funções: - mantem baixo o pH estomacal (pH entre 2,0, ideal para a ação da pepsina)
- aumenta a solubilidade dos minerais
- ativa a pepsina (na forma de pepsinogênio)
- estimula a secreção de Secretina (responsável pela secreção do suco pancreático)
- ponte de ação antisséptica
- desnaturação das proteínas dos alimentos
2) Mucina: secretada por células mucoides da parede intestinal. Alta viscosidade (260x), aderindo ao epitélio e aos
alimentos.
Funções: - lubrificação e proteção do epitélio gástrico e do início do duodeno
- absorve a pepsina e neutraliza o HCl
3) Pepsina: secretada como Pepsinogênio (forma inativa) pelas células peptídicas (glândulas principais da região
fúndica do estômago)
Funções: - ativada pelo HCl, tem pH ideal de ação entre 1,5 a 2,5
- degrada proteínas em polipeptídeos
Pepsinogênio: mamíferos lactentes não produzem pepsinogênio, mas sim Quimosina (ou Renina).
*Até a 3ª semana de idade, quando a produção de renina cessa e inicia-se a produção de pepsinogênio.
*A renina é a enzima responsável pela coagulação do leite e digestão da caseína (quebra entre a fenilalanina e a
metiosina)
4) Lipase Gástrica: em geral atua sobre as gorduras de baixo ponto de fusão e já emulsionados (hidrólise). A ação
sobre as gorduras é mais eficaz pela lipase pancreática. Pouca importância quando comparada à pancreática
(importante para animais lactentes porque o leite é rico em gorduras que são hidrolisadas no estômago)
5) Lipase ou Quimosina: secretada na forma inativa (ativada pelo HCl). Presente no suco digestivo de ruminantes
lactentes (bezerros). Responsável pela coagulação do leite e digestão da caseína.
6) Catepsina: ação proteolítica, em faixa de pH 3 a 5

SUCO PANCREÁTICO: produzido pelas ilhotas de Langerhans ligadas ao Duodeno pelo ducto pancreático e
ampola de Vater. É responsável pela presença de quase todas as enzimas necessárias à degradação completa dos
alimentos.
Possui 2 estímulos: nervoso e humoral (secretina). São 2 os tipos de secreção:
- Secreção Alcalina: presença de pH ácido do quimo na entrada do duodeno libera secretina que estimula o pâncreas a
produzir uma secreção rica em íons bicarbonato e pobre em enzimas.
- Secreção Enzimática: a presença de polipeptídios e alimento na luz duodenal libera a colecistocinina-
pancreozimina (CCK) que estimula o pâncreas a secretar zimógenos (precursores enzimáticos ou formas inativas das
enzimas) e enzimas.
A secreção pancreática é induzida pelos hormônios secretina e colecistocinina (CCK)
 Hormônio Secretina: produzido pela mucosa duodenal, estimulada pelo HCl proveniente do estômago
- Estimula o pâncreas a produzir bicarbonato e poucas enzimas
 Hormônio Colecistocinina: produzido pela mucosa duodenal
- Estimula a secreção de enzimas pelo pâncreas
4 tipos de substratos que são degradadas:
- Proteína: tripsina, quimiotripsina e carboxipeptidase
- Carboidratos: amilase pancreática
- Lipídeos: lipase pancreática, colesterolesterase e lecitinases A e B (lecitase)
- Ácidos Nucléicos: polinucleotidases, nucleosidades e fosfatases
1) Enzimas Proteolíticas
a) Tripsina: pH 8 a 9. Hidrólise de proteínas (polipeptídeos e alguns aas). É uma endopeptidase, atacando os
aminoácidos no meio da molécula de proteína, podendo libera-las ou apenas quebrar as moléculas em partes
menores
b) Quimiotripsina (endopeptidase): ação similar a tripsina. Atua na coagulação do leite similarmente a renina
c) Carboxipeptidase (exopeptidase): pH entre 7,5. Atua sobre a ligação peptídica dos aminoácidos. Produtos da
proteína e amido são absorvidos por via venosa das vilosidades intestinais e transportados ao fígado.
As enzimas proteolíticas são ativadas, inicialmente, pela enteroquinase. A partir dai, a tripsina ativa as outras.
TRIPSINOGÊNIO ===E=N=T=E=R=O=Q=U=I=N=A=S=E===> TRIPSINA
QUIMOTRIPSINOGÊNIO ===T=R=I=P=S=I=N=A===> QUIMOTRIPSINA

2) Amilase Pancreática: atua em pH de 6,5 a 7,2. É mais ativa que a amilase salivar, converte amido em maltose
3) Lipase Pancreática: atua nos lipídeos (gorduras) convertendo em di ou monoglicerídeos ou dando ácidos graxos e
glicerol, que são absorvido pelos vasos linfáticos das vilosidades intestinais e destinados ao coração. Atua em pH
de 7 a 8 e sua ação é aumentada através da emulsificação (deixam mais fáceis de serem quebrados) dos lipídeos
pelos sais biliares (3 a 4x)
4) Colesterolesterase e Lecitase (Lecitinases A e B): hidrolisam os ésteres de colesterol. A Lecitinase A hidrolisa a
ligação Ácido Graxo-Lecitina, liberando Lisolecitina-AG livre. A Lecitinase B hidrolisa a Lisolecitina, liberando a
Glicerofosforolina- AG livre.

A SECREÇÃO ENZIMÁTICA É CONTROLADA POR HORMÔNIOS


- GASTRINA: atua no estômago, estimulando as células parietais para secretar o HCl (presença de proteínas)
- COLECISTOCININA (CCK): secretada pela mucosa do duodeno e jejuno. Estimula a secreção enzimática do
pâncreas, a motilidade do estômago e do intestino e a secreção biliar
- SECRETINA: auxilia a CCK na secreção do bicarbonato pelo pâncreas, elevando o pH intestinal para 7
SUCO ENTÉRICO: composto por 2 sucos.
a) Suco Duodenal: secretado pelas glândulas de Brünner, localizadas no duodeno. É rico em mucina e possui a
enteroquinase, enzima que ativa as proteinases tripsicas do suco pancreático e também é rico em amilase. É uma
secreção alcalina que age como lubrificante e protege a mucosa duodenal contra o HCl.
b) Suco Intestinal: secretado pelas glândulas de Lieberkühn (entre as vilosidades intestinais). Possui maltase, lipase e
sacarase extracelulares e fosfatases, nucleotidases e nucleosidases, que são intracelulares.
A secreção depende de substâncias alimentares, ação humoral (anticorpos) e hormonal (secretina do suco duodenal, e
enterocrinina, do suco intestinal).
Enzimas que completam a digestão dos carboidratos:
MALTASE => MALTOSE => 2 moléculas de GLICOSE
SACARASE ou INVERTASE => SACAROSE => 1 molécula de GLICOSE e 1 de FRUTOSE
LACTASE => LACTOSE => GLICOSE e GALACTOSE
LIPASE => Desdobra LÍPIDEOS em GLICEROL e ÁCIDOS GRAXOS

SUCO BILIAR: pH alcalino, composição varia com a espécie. Os componentes principais são os ácidos biliares e
bilirrubina. É secretado pelos hepatócitos (fígado) e estocado na vesícula biliar (ausente nos cavalos e rudimentar nos
coelhos)
*Animais com vesícula → diretamente para o duodeno ou armazenada na vesícula biliares nos intervalos entre as
refeições
* Animais sem vesícula → fluxo constante para o duodeno
- A bile de animais sem vesícula é mais fluída do que aquela contida na vesícula (xaroposa)
- Líquido límpido, de sabor amargo e cor amarela esverdeada
- Função de digerir gorduras e captar nutrientes ao passarem pelo intestino
- Atua na digestão e absorção
- Tem ação emulificante
Funções: Ativação da lipase pancreática (eficiência em 3 a 4x). Veículo de excreção de substâncias tóxicas drenadas
pelo fígado. Neutralização do Quimo. Atua na emulsificação (dispersão em meio aquoso) dos lipídeos no tubo
digestivo, facilitando a ação da enzima lipase pancreática, o transporte e a absorção de lipídeos. Sais biliares tem ação
hidrópica, isto é, aumentam a solubilidade de ácidos graxos em água
Bilirrubina: sem função digestiva, apenas confere cor à bile → bilirrubina (forma reduzida) é vermelha , e a biliverdina
(forma oxidada) é verde

CONTROLE HORMONAL DA DIGESTÃO


HORMÔNIO LOCAL DA PRODUÇÃO ÓRGÃO-ALVO FUNÇÃO
Gastrina Estômago Estômago Estimula a produção de suco gástrico
Secretina Intestino Pâncreas Estimula a liberação de bicarbonato
Colecistocinina (CCK) Intestino Pâncreas Estimula a liberação de bile pela vesícula
e a liberação de enzimas pelo pâncreas
Enterogastrona Intestino Estômago Inibe o peristaltismo estomacal
ENZIMAS DO SUCO DIGESTIVO
SUCO DIGESTIVO ENZIMAS SUBSTÂNCIAS PRODUTOS FINAIS
ATACADAS
Saliva - Ptialina (amilase salivar) - Amido-fécula Maltose
Suco Gástrico - Pepsina - Proteínas - Polieptídeos
- Catepsina - Caseínas - Paracaseinato de Cálcio
- Quimosina (renina) --------- -------------
- Lipase - Gorduras Neutras - Glicerol, Ácidos Graxos
Suco Pancreático - Amilase - Amido-fécula - Dextrina e Maltose
- Proteinases Tripsicas - Proteínas - Polipeptídeos e aa
(Tripsina, Quimiotripsina)
- Carboxipeptidase - Polipeptídeos - Dipeptídeos e aa
- Lipase - Gorduras Neutras - Álcoois (glicerol), esteróis, AG
- Colesterolesterase - Colesterol - Ésteres de colesterol
- Lecitase - Lecitina - AG, Glicerofosfato de colina
Suco Duodenal - Amilase - Amido - Maltose
- Enteroquinase ------- ----------
Suco Intestinal - Aminopeptidase - Polipeptídeos - Tri e Dipeptídeos
- Tripeptidase - Tripeptídeos - Dipeptídeos
- Dipeptidase - Dipeptídeos - Aminoácidos
- Polinucleotidase - Ácidos nucleicos - Nucleotídeos
- Nucleotidase - Nucleotídeos - Nucleosídeos e Ácido Fosfórico
- Nucleosidase - Nucleosídeos - Bases púricas e primidinas
- Maltase - Maltose - Glicose (2)
- Sacarease - Sacarose - Glicose e Frutose
- Lactase - Lactose - Galactose e Glicose
- Lipase - Gorduras - Glicerol e Ácidos Graxos
ROTAS METABÓLICAS
GLICÓLISE (VIA GLICOLÍTICA)
Oxidação da glicose a piruvato e lactato.
Esta rota é a maneira mais rápida de fornecimento de energia para o organismo (insulina).

GLICOGENÓLISE
Representa a quebra do glicogênio muscular ou hepático, com a liberação de unidade de glicose, pela ação do glucagon
(produzido no pâncreas). Ocorre em jejum ou estresse.

GLICOGÊNESE
Recuperação dos pequenos depósitos de glicogênio muscular e hepático, a partir da glicose-6-P

GLICONEOGÊNESE
É a formação de glicose ou mesmo glicogênio, a partir de compostos que não são carboidratos. (Ex.: aminoácidos do
Ciclo de Krebs)

CICLO DE KREBS
Atua na rota final da oxidação dos CHO’s e produzirá ATP.

LIPOGÊNESE
Formação de lipídeos. Uma dieta, por exemplo, rica em carboidratos estimula a lipogênese, por aumentar a ação da
lipoproteína lipase (LPL).
Já o exercício físico diminui a concentração plasmática de insulina, diminuindo o estímulo para lipogênese, além de
consumir energia.

LIPÓLISE
Processo de mobilização dos Ácidos Graxos (degradação de gordura).
Esse processo se dá com a quebra dos triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol
CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS
Para facilitar o estudo dos alimentos, classificamo-los segundo a sua composição e valor nutritivo

 VOLUMOSO: são alimentos com pelo menos 25% de FDN. Baixo valor energético.
- Secos: fenos, palhas, outros
- Úmidos (aquosos): silagens, forragens verdes, pastos, raízes, tubérculos
 CONCENTRADOS:
- Energéticos (< 20% PB): cereais e seus subprodutos em geral
- Proteicos (> 20% PB)
- de origem vegetal (20 a 50% de PB)
- de origem animal (34 a 82% de PB)
 OUTROS: suplementos vitamínicos, minerais e aditivos

ALIMENTOS VOLUMOSOS: baixa concentração de nutrientes; em geral usados para ruminantes e herbívoros, já que o
animal terá de ingerir uma quantidade grande de alimento para satisfazer suas necessidades nutricionais. Possuem mais de
18% de fibra bruta

- Volumosos Secos: são aqueles que têm menos de 25% de água e portanto mais de 18% de fibra bruta.
Ex.: fenos, palhadas ou restos de culturas (soja, arroz, milho, trigo, etc.)

- Volumosos Aquosos: são aqueles que têm mais de 25% de água


Ex.: forragens verdes, silagens, raízes, tubérculos, frutos

São base da alimentação nos trópicos (forma de reduzir custos, fonte de energia potencial e mineral e sazonalidade de
produção). Grande participação na alimentação (bovino de leite- 58,7%; bovino de corte – 84,5%; caprinos – 93,8%)
Funcionalidade do Trato Digestório:
 Estimula o desenvolvimento nos bezerros
 Mantem a função ruminal
 Constitui substrato para os Microrganismos
 Interfere na dinâmica do conteúdo alimentar
Fatores que Interferem na Qualidade
 Maturidade da espécie vegetal
 Fertilidade do solo
 Manejo de produção
 Características climáticas
 Método de colheita e armazenamento
 Forma de utilização

ALIMENTOS CONCENTRADOS: tem alta concentração de nutrientes, em geral usados para monogástricos, que tem
mais eficiência na utilização. Tem menos de 18% de fibra bruta e menos de 25% de água. Dividem-se em 2 grupos de
acordo com seu conteúdo proteico.

- Concentrados Energéticos: menos de 20 % de PB. São usados na alimentação animal, principalmente como fonte de
energia por serem ricos em carboidratos solúveis e/ou gordura.
Ex: grãos de cerais (milho, sorgo, trigo, aveia), gorduras, melaço em pó, polpa cítrica, raspa de
mandioca, casca de soja, etc.
- Concentrados Proteicos: são alimentos concentrados com mais de 18% de PB. São usados na alimentação animal
principalmente como fonte de proteína. Dependendo da origem da proteína eles são divididos em dois grupos.
- Origem vegetal: são geralmente subprodutos da extração de óleo das sementes de
plantas oleaginosas (ex. farelo de soja, de algodão, de amendoim, etc.) ou da extração do amido de
sementes de cereais (glúten de milho, de arroz, de trigo, etc).
- Origem animal: são geralmente subprodutos do abate ou processamento de animais ou
seus produtos. Ex. Farinha de carne, de vísceras, de peixe, Leite em pó, ovo em pó, etc.

CONCENTRADOS ENERGÉTICOS
Usados na alimentação como fonte de energia, ricos em carboidratos ou gorduras, com baixo teor de fibra.

MILHO EM GRÃO
É o concentrado energético mais empregado na alimentação animal. O valor energético do milho
deve-se ao seu elevado teor de amido (70-80%); possui alta digestibilidade, associada com o teor
de óleo (4%) e ao baixo teor de fibra bruta (2%) e a matéria mineral (1,2%).
O milho é relativamente pobre em proteína (7 a 9%). O milho não tem nenhuma toxina endógena,
sendo porém, muito passível a contaminação com pesticidas e micotoxinas.

AVEIA EM GRÃO
Muito utilizado para equinos e ruminantes, pelo alto teor de fibra de qualidade, energia e proteína.
A digestibilidade do amido é de 90%. É fornecido em flocos ou integral. A dieta só com grão de
aveia, pode vir acarretar cólica. Para matrizes suínas, a aveia pode substituir em até 50% o miho.
- Subprodutos:
 Casca de Aveia: altos teores de FDN e FDA, lignina (7%), baixo teor de proteína (6%),
pobre em aminoácidos, usada como cama para vacas leiteiras. Não é oferecida como volumoso.
 Resíduos de Moinho (Pó de Aveia): proteínas (8%), rico em amido (25%), pobre em fibras (22%)
 Farelo de Aveia: alimento nobre da alimentação humana, rico em proteína (15- 20%), rico em energia, não é um
ingrediente de ração devido o custo elevado.

SORGO EM GRÃO
É um cereal muito usado como alternativa ao milho na alimentação animal por apresentar uma composição nutricional
próxima a do milho. O sorgo tem entre 9 e 12% de proteína bruta, 3% de gordura, 2,5% de fibra bruta e 2% de cinzas e
cerca de 70 a 75% de amido. A proteína do sorgo é de pior qualidade
O Grão de Sorgo contém uma toxina endógena, o TANINO.
O principal problema que o tanino causa, quando presente no sorgo, é a complexação com proteínas, o que afeta a
digestibilidade e modifica a palatabilidade (sabor adstringente).
O grão de sorgo é recomendado para vacas leiteiras e suínos, substituindo até 100% do
milho, devendo ser fornecido de forma triturada. No caso de aves, recomenda-se
substituir até 50% do milho da ração e adicionar pigmentante para a coloração da carcaça
e gema do ovo.
- Coprodutos:
 Farelo de Sorgo
 Sorgo Cervejeiro
 Couves Maltados de Sorgo
 Grãos de Destilaria seco e solúveis
 Farelo e Farinha de Glúten de Sorgo
 Gérmen de Sorgo (torta de sorgo)
TRIGO
Bastante utilizado na alimentação humana. Deve ser utilizado na alimentação quando o
preço estiver acessível. Normalmente o trigo utilizado na alimentação animal é o de
qualidade inferior (triguilho) ou subprodutos.
Possui 18% de proteínas, alta digestibilidade, deficiente em leucina, alanina e treonina
- Coprodutos:
 Trigo em grão
 Farelo de trigo
 Gérmen de trigo e Óleo de gérmen
 Destilados de trigo
 Grãos de Cervejaria
 Pastagem de trigo e Palha de trigo

- Subprodutos:
 Triguilho: é composto por grãos quebrados, chocos, pequenos, sementes de outras plantas e outras impurezas que
são obtidas após a limpeza do trigo. PB mais elevada que o grão entre 12 e 16%. Pode vir contaminado com
sementes de plantas tóxicas, o que limita sua utilização.
 Farelo de Trigo: é o produto do processamento do trigo, sendo mais grosseiro, composto de
pericarpo e partículas finas de gérmen, elevada palatabilidade e digestibilidade. Ótima fonte
proteica (14-19%), apresenta quantidade excessiva de fósforo (pode provocar cálculo urinário
em machos), proteína de melhor qualidade que a do milho, em excesso, pode provocar efeito
laxativo.
 Farelo de Trigo Comercial: pode-se compor até 30% do concentrado de ruminantes. Alto teor
de fibra, alto teor de proteína (14 a 18%). Bastante usado para suínos adultos e matrizes. Inclusão máxima de
25% para suínos e aves, pois provoca efeito laxativo quando em excesso.
Bezerros: 10% da dieta total
Vacas Leiteiras: 20% da dieta total
Bovinos de Corte: 25% da dieta total
 Farelo de Gérmen de Trigo: consiste no gérmen e pequenas partículas resultantes do processamento do grão
integral para obtenção de farinha.

GRÃO DE ARROZ
Assim como o trigo, tem grande potencial no uso humano, tornando caro para o uso animal. Após
a remoção da casca, seu teor proteico sobe para 8%, se tornando também um excelente alimento,
pois o amido do arroz é um dos de mais fácil digestibilidade.
- Subprodutos:
 Quirera de Arroz: é eficaz quanto o grão de arroz, sendo mais usado na alimentação animal que na humana. Tem
cerca de 8 a 9% de PB, 2% de gordura e 1% de FB. A quantidade de amido é grande, quase se igualando ao do
milho, podendo substituí-lo parcialmente na alimentação de aves e suínos. Níveis muito alto, podem causar fezes
moles e úmidas nas aves e suínos.
 Farelo de Arroz: possui cerca de 13% de PB, 13 a 15% de gordura e cerca de 4 a 6% de FB, pobre em cálcio e
rico em fósforo e em vitaminas do complexo B. Contudo, é um alimento de difícil conservação.

MANDIOCA
Por ser uma raiz de alto valor energético, possuem sais minerais (cálcio, ferro e fósforo) e
vitaminas do complexo b, além das suas folhas ricas em proteína. Sendo muito apreciada pelos
humanos e animais. Constituída principalmente por hidratos de carbono (carboidratos), contendo
assim grande quantidade de amido e polissacarídeos, além das suas folhas contêm um teor altíssimo de proteínas,
minerais e vitaminas. Possui compostos cianogênicos, que são toxinas endógenas.

BATATA DOCE
A batata doce é uma das formas mais baratas para animais e beneficia o meio ambiente fonte de
energia. A batata não utilizada é transformada em farelo ou em farinha. A farinha da bata doce,
armazenada em condições boas condições dura até dois anos. O preparo passa pelo processo de
trituração, secagem ao sol, moagem e embalagem em sacos plásticos. O farelo deve ser acrescido de
minerais aminoácidos e vitaminas.  A batata doce possui inibidores de tripsina, que a incorporação desses inibidores nas
dietas contendo proteína pré-digerida ou aminoácidos livres produzia atraso no crescimento, além de reduzindo a
digestibilidade dos nutrientes e da energia.

NOZES
As nozes verdadeiras apresentam quantidades consideráveis de lipídeos e proteínas, e, em
decorrência disso, constituem boas fontes energéticas, além da vitamina a, vitamina b1 (tiamina),
vitamina b2, fósforo, cálcio, sódio e magnésio.

AMENDOIM
Aflatoxinas uma toxina exógena presente no amendoim, sua maior incidência se dá quando o
amendoim é batido, ensacado e armazenado com umidade elevada e quando reumedece depois de
estar seco. Essa toxina também pode ser encontrada em muitos outros produtos, tais como, milho
e outros cereais, sementes oleaginosas, nozes, produtos cárneos curados. Seu alto consumo pode
levar o animal à morte, porque causa alterações irreversíveis, e é resultante da ingestão de doses
geralmente elevadas.

CANOLA
É usado frequentemente na alimentação balanceada para animais em todo mundo, possuem proteína
bruta, sendo uma ótima fonte para alimentação animal.

CEVADA, CENTEIO E AVEIA


Estes cereais tem características nutritivas semelhantes. Possuem 6 a 10% de FB,
11 a 14% de PB e 2% de gordura. Possuem em sua composição carboidratos
complexos (beta-glucanos) que são polímeros de xilose, manose, glicose e
galactose. Pouco usado atualmente.

CONCENTRADOS PROTEICOS DE ORIGEM VEGETAL


GRÃO DE SOJA
Em média, a soja possui 40% de proteínas, 20% de lipídios, 5% de minerais e 34% de carboidratos, mas a soja não possui
amido. O grão de soja cru tem como limitações a presença de sojina (inibidor de tripsina), que causa
hipertrofia pancreática, reduzindo a digestão das proteínas alimentares. Todos estes fatores
antinutricionais são termolábeis e inativados se expostos a temperaturas elevadas.
Os principais fatores antinutricionais presentes na soja são: os Inibidores de Proteases que inibem as
enzimas digestivas tripsina e quimotripsina e as Lectinas ou Hemaglutininas, que promovem a
aglutinação dos glóbulos vermelhos.

GIRASSOL
Fonte de óleo vegetal mais consumida, os seus subprodutos são: casca e farelo. O gossipol é o principal fator
antinutricional, podendo causar infertilidade em touros entre outros fatores, além de lesões cardíacas e hepáticas
ALGODÃO
As sementes são aproveitadas para extração do óleo alimentício, de cujo processo resulta o farelo de algodão, que
representa a segunda fonte mais importante de proteína disponível para alimentação animal. Devido à sazonalidade de sua
produção, deve ser armazenado em lugar limpo, seco. Sua utilização inteira apresenta melhores resultados que na forma
moída ou triturada. Possui gossipol em sua composição.

FARELO DE AMENDOIM
Rico em proteínas, alta palatabilidade, digestibilidade, porém pobre em alguns aminoácidos, e possui
aflatoxina em sua composição química.

CONCENTRADOS PROTEICOS DE ORIGEM ANIMAL


FARINHA DE PENAS
É o produto resultante da cocção, sob pressão, de penas limpas e não decompostas, obtidas no abate das
aves, sendo permitida a participação do sangue desde que a sua inclusão não altere significativamente a
sua composição média. Em sua composição encontre-se aminoácidos: serina, arginina, leucina, glicina e
entre outros. Ela é rica em proteína bruta, que chega até 92% e constituída por queratina. É pouco
utilizada, pois possui baixa aceitabilidade (odor e palatabilidade).

FARINHA DE CARNE E OSSOS


Produto do processamento de todos os resíduos do abatedouro de mamíferos considerados impróprios
para o consumo humano. Possuem em média 38 a 44% de PB. Não são muito apreciados pelos
ruminantes e herbívoros, e é proibido para eles. Por outro lado, são muito apreciados pelos carnívoros.

FARINHA DE PEIXE
É obtido de cortes e/ou partes de peixes de várias espécies (cabeças, rabo, pele, vísceras, barbatanas). Não deve conter
mais do que 10% de umidade e o teor de NaCl deve ser indicado. É um produto proteico que
proporciona uma fonte concentrada de proteína de alta qualidade e gorduras ricas em ácidos gordos
omega-3 DHA e EPA, compostos indispensáveis para o rápido crescimento dos animais. Não é muito
utilizada devido à dificuldade de estocagem e falta de informação e divulgação do produto.

FATORES QUE AFETAM O VALOR NUTRITIVO DOS ALIMENTOS


1. Presença de Toxinas: às vezes um alimento com valor nutritivo potencial muito grande, quando fornecido para o
animal resulta num desempenho inferior ao esperado (ex.: uso de grão de soja crua na alimentação de
monogástricos; embora seja um alimento com potencial nutricional enorme, quando fornecido cru para
monogástricos sempre produz resultados de desempenho medíocre, principalmente em animais jovens).
2. Composição da Matéria Prima: no caso de alimentos que são subprodutos do processamento de algum outro
produto, a composição final do alimento e consequentemente seu valor nutritivo será influenciado pela qualidade
da matéria prima que irá dar origem ao alimento (ex.: farinha de peixe que é produzida com resíduos da indústria
de conserva de pescado terá uma grande variação na sua composição química dependendo de que tipos de
resíduos são empregados na sua fabricação, bem como, da quantidade de peixe integral impróprio para o
processamento que é misturado aos resíduos)
3. Processamento: existem várias formas de processar o alimento antes de incorporá-lo a alimentação, que
influenciam o seu valor nutritivo.
 Tratamento Térmico: o uso de calor no processamento de alimentos é um dilema. Alguns alimentos melhoram
o valor nutricional por aumentar a digestibilidade do amido e proteínas, ao mesmo tempo em que elimina
toxinas. Por outro lado, reduz o valor nutritivo por diminuir a digestibilidade de proteínas e destruir
aminoácidos e vitaminas
 Moagem: a moagem consiste em reduzir o tamanho de partículas dos alimentos, podendo melhorar o valor
nutritivo do alimento, principalmente para os animais que não conseguem mastigar bem os alimentos ou tem
dificuldade de digerir grãos inteiros. Sempre que possível, a moagem dos alimentos, principalmente dos grãos,
deve ser realizada o mais próximo possível do uso na alimentação do animal, pois ao romper a integridade das
células, a moagem expõe os nutrientes a ação de agentes (O2, luz, minerais,
umidades, etc.) que podem destruí-los, bem como dificultar o transporte e
armazenagem do alimento da fábrica.
 Peletização: processo inverso da moagem. Nesse processamento, o alimento que se
encontra na forma moída de farelo ou pó, passa por um processo de prensagem ou
aglomeração, associada a exposição ao calor, reagrupando as partículas moídas em
pedaços maiores
 Extrusão: é um processamento a que é submetido o alimento que consiste na
exposição do mesmo a alta temperatura, pressão, força de arraste, por curto período
de tempo, seguidos de uma mudança brusca de pressão. Esta associação de fatores
físicos, químicos e mecânicos a que é exposto o alimento, provoca alterações físicas e
químicas no mesmo, tornando-o mais digestível para o animal.

TOXINAS DOS ALIMENTOS


Alguns alimentos têm na sua composição compostos que influenciam o seu potencial nutritivo, isto é, embora um
alimento pareça de excelente valor nutricional, quando fornecido aos animais, este não se expressa num desempenho de
alto nível pelo animal. Estes compostos são denominados toxinas. As toxinas são classificados em 2 grupos:

- TOXINAS ENDÓGENAS: são toxinas que fazem parte do alimento, ou seja, elas são um constituinte natural do
alimento. De acordo com a sua estrutura química, estes compostos são classificados como:
PROTEICOS:
 Inibidores de tripsina: presentes no grão de soja
 Hemaglutininas: presentes nas leguminosas
 Anti-vitamínicos: tiaminases – presentes em peixes crus
GLICOSÍDEOS
 Compostos Cianogênicos: presentes na mandioca (linamarina)
 Oligossacarídeos: presentes no grão de soja
FENÓLICOS
 Gossipol: presente no farelo e semente de algodão
 Taninos: presente no grão de sorgo

Hemaglutinas: alterações frequentes produzidas em animais experimentais após a aplicação de injeção, são: surgimento
de inflamação intensa com destruição das células do epitélio, edema, hiperemia, hemorragia em tecidos linfáticos,
degeneração gordurosa, necrose do fígado e lesões do miocárdio e sistema vascular.
Inibidores de Tripsina: os efeitos nocivos dos inibidores de proteases em animais por alimentos como leguminosas cruas
são complexos. Muitos estudos com monogástricos tem contribuído aos efeitos deletéricos, principalmente alterações
metabólicas do pâncreas (aumento da secreção enzimática, hipertrofia e hiperplasia), redução da taxa de crescimento, a
presença de inibidores de tripsina na alimentação a base de leguminosas.

Compostos cianogênicos: presentes na mandioca (linamarina e lotaustralina), cuja ingestão pode determinar a produção
endógena de cianeto, que pode causar danos neurológicos importantes
Oligossacarídeos: presentes no grão de soja (rafinose, estaquiose) – flatulência
Gossipol: presente no farelo e semente de algodão, diminui a digestibilidade da proteína e a disponibilidade da lisina.
Seus efeitos são mais acentuados nos animais mais jovens e os suínos são mais sensíveis do que as aves
Taninos: presente no grão de sorgo; taninos condensados, geralmente, não são absorvidos no trato digestivo dos animais,
provavelmente devido ao seu alto peso molecular, assim seu efeito é restrito apenas ao aparelho digestivo (inibição de
algumas enzimas presentes no sistema digestivo, diminuindo assim, a absorção dos nutrientes através da parede
intestinal). A peletização pode ser uma prática para reduzir o efeito antinutricional causado pelos taninos da ração a base
de sorgo. O uso de calor dissipa 57% da fração ativa do tanino. O uso de amônia diluída, carbonato de potássio ou óxido
de cálcio tem mostrado reduzir a quantidade detectável de tanino no sorgo entre 80 a 90%

- TOXINAS EXÓGENAS: não fazem parte da composição normal do alimento, e estão presentes em geral devido a
alguma fonte de contaminação externa
Micotoxinas: toxinas produzidas por fungos que crescem no alimento (alflatoxina, fumosina, etc.)
Pesticidas: inseticidas, fungicidas, herbicidas, etc.

NOÇÕES DE CÁLCULO DE RAÇÃO PELO MÉTODO DO QUADRADO DE PEARSON


- É o mais simples e rápido
- Obter mistura de 2 alimentos e um nutriente
- Pode se obter até uma mistura com 3 alimentos e 2 nutrientes, desde que, um dos nutrientes tenha em um dos nutrientes
envolvidos, valor zero

MÉTODO DE BALANCEAMENTO

- Resultado é dado pela subtração do teor de proteína no ingrediente pelo teor de proteína desejada, na diagonal
- Para obter-se uma mistura com 100 partes, realiza-se regra de 3
- Faz-se a PROVA, calculando a porcentagem do teor de proteína do ingrediente pela porcentagem do ingrediente em 100
partes do alimento

MÉTODO ALGÉBRICO PARA FORMULAÇÃO DE RAÇÕES


- Montam-se 2 equações:
1. Total de Alimentos
2. Ajustar Nível Médio de Proteína, onde:
 x= milho (concentrado energético)  9% Equação 1: x + y= 100
 y= soja (concentrado proteico)  45% Equação 2: 0,09x + 0,45y = 22%
3. Substitui-se as letras pelos valores obtidos

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