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ISOLADA DE

MÓDULO 01
Compreensão e Interpretação
de Textos

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APRESENTAÇÃO

Olá, pessoal,

Estamos iniciando a Turma Isolada de Língua Portuguesa Professor Adeildo Júnior.


Trata-se de um curso modular, em que você irá estudar o Português com foco total em
concursos públicos. O curso se divide em 6 módulos, cada um com 2 meses de duração.

Neste primeiro módulo, iremos trabalhar com a compreensão e a interpretação de tex-


tos, e apresentaremos conceitos-chaves importantes para entendermos as análises que
serão realizadas, e servirão de suporte inclusive para outras provas, como as de Direito.

Trata-se de um conjunto de informações iniciais fundamentais, pois servem de suportes


a uma série raciocínios, que embasam as competências de leitura e interpretação de
textos.

Ao final desse estudo, você saberá o que é compreender e o que é interpretar um texto;
como identificar as ideias de um texto; como reconhecer informações explícitas e implí-
citas; como avaliar conclusões, inferências e deduções concebidas a partir da leitura
dos textos; como reconhecer erros de extrapolação, de redução e de contradição.

Atenção às explicações e bons estudos!

Professor Adeildo Júnior

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CONCEITOS-CHAVES INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
O primeiro objetivo de uma interpretação de um
TEXTO texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí,
localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações,
É um conjunto de ideias organizadas e relaciona- as argumentações, ou explicações, que levem ao esclare-
das entre si, formando um todo significativo capaz de pro- cimento das questões apresentadas na prova.
duzir interação comunicativa (capacidade de codificar e Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
decodificar). 1. Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais
de uma argumentação, de um processo, de uma época
CONTEXTO (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os
quais definem o tempo).
É um texto é constituído por diversas frases. Em 2. Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou
cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar- de diferenças entre as situações do texto.
se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições 3. Comentar – é relacionar o conteúdo apresentado com
para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa uma realidade, opinando a respeito.
interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o re- 4. Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundá-
lacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma rias em um só parágrafo.
frase for retirada de seu contexto original e analisada se- 5. Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras.
paradamente, poderá ter um significado diferente da-
quele inicial. Exemplo:

INTERTEXTO Título do texto Paráfrases


“O homem unido” A integração do mundo
Comumente, os textos apresentam referências di- A integração da humanidade
retas ou indiretas a outros autores através de citações. A união do homem
Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Homem + homem = mundo
A macharada se uniu (sátira)
COMPREENSÃO DE TEXTO
INTERTEXTUALIDADE
A base conceitual da interpretação de texto é a
compreensão. A etimologia, ainda que não seja um re- A Linguística Textual, disciplina que aborda os es-
curso confiável para estabelecer o significado das pala- tudos sobre o texto, tem se dedicado bastante à análise
vras, pode ser útil aqui, para mostrar a diferença entre de um de seus grandes temas: a intertextualidade.
compreender e interpretar. “Compreender” vem de duas A intertextualidade ocorre quando um texto está
palavras latinas: “cum”, que significa “junto” e “prehen- inserido em outro texto, podendo acontecer de maneira
dere” que significa “pegar”. Compreender é, portanto, implícita (sem citação expressa da fonte) ou explícita
“pegar junto”. Essa ideia de juntar é óbvia em uma das (quando há citação da fonte do intertexto). Muitos compo-
principais acepções do verbo compreender: ser composto sitores e escritores brasileiros utilizaram-se desse recurso,
de dois ou mais elementos, ou seja, abarcar, envolver, elaborando um texto novo a partir de um texto já existente,
abranger, incluir. os chamados textos fontes, considerados fundamentais
Compreender um texto escrito significa, por tudo em uma determinada cultura por fazerem parte da memó-
isso, extrair a informação necessária da maneira mais efi- ria coletiva de uma sociedade.
ciente possível. Por exemplo, aplicamos diferentes estra- Pensemos na estrutura da palavra intertextuali-
tégias de leitura quando olhamos a página de classifica- dade: o sufixo inter, de origem latina, refere-se a uma no-
dos de um jornal à procura de um tipo particular de apar- ção de relação, dependência. Dessa forma, podemos di-
tamento e quando cuidadosamente lemos um artigo cien- zer que a intertextualidade acontece quando os textos
tífico de especial interesse. Entretanto, localizar o classifi- conversam entre si, estabelecendo assim uma relação
cado relevante e compreender a nova informação contida dialógica, representada em citações, paródias ou pará-
no artigo demonstra que o objetivo de leitura foi alcan- frases. Sua importância é inquestionável para a leitura e
çado com sucesso. No primeiro caso, um leitor competente a produção de sentidos, pois realça o estudo da coerência
rapidamente rejeitará a informação irrelevante e encon- através do conhecimento declarativo ou através do conhe-
trará o que está procurando. No segundo caso, não é su- cimento construído a partir de nossas vivências.
ficiente entender a ideia geral do texto: uma compreensão Para conseguirmos perceber o intertexto e a poli-
mais detalhada é necessária. É, portanto, essencial levar fonia presente nas vozes do discurso, é necessária uma
estes elementos em consideração. ampla bagagem de leitura, o que permitirá a você, caro
leitor, ser capaz de realizar inferências e ligações entre
diferentes textos, seja na superfície, seja nas entrelinhas.

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Nesta seção, você encontrará diversos artigos relaciona- c) Contradição
dos com o tema, podendo, assim, aprimorar seus conhe-
cimentos. Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candi-
dato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, conse-
CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR quentemente, errando a questão.

Fazem-se necessários: OBSERVAÇÃO – Muitos pensam que há a ótica do escritor


a) Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros li- e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova
terários, estrutura do texto), leitura e prática; de concurso qualquer, o que deve ser levado em conside-
b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do ração é o que o AUTOR DIZ e nada mais.
texto) e semântico;
COESÃO – é o emprego de mecanismo de sintaxe que re-
OBSERVAÇÃO – Na Semântica (significado das pala- lacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre
vras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através
conotação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um
linguagem, entre outros. pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o
que se vai dizer e o que já foi dito.
c) Capacidade de observação e de síntese e
d) Capacidade de raciocínio. OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-
dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do
INTERPRETAR x COMPREENDER pronome oblíquo átono. Este depende da regência do
verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer
Interpretar significa Compreender significa também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
- Reconhecer o que o texto - Reconhecer o que o texto semântico, por isso a necessidade de adequação ao an-
permite dizer. diz, explícita ou implicita- tecedente.
- Explicar, comentar, julgar, mente.
tirar conclusões, deduzir. - Intelecção, entendimento,
atenção ao que realmente EXERCÍCIOS
Tipos de enunciados está escrito.
Através do texto, infere-se TEXTO 1
que… Tipos de enunciados:
É possível deduzir que… O texto diz que… A vírgula não foi feita para humilhar ninguém
O autor permite concluir É sugerido pelo autor que…
que… O narrador afirma... Era Borjalino Ferraz e perdeu o primeiro emprego
Qual é a intenção do autor Nas palavras do autor...
na Prefeitura de Macajuba por coisas de pontuação. Certa
ao afirmar que… Segundo o autor,...
vez, o diretor do Serviço de Obras chamou o amanuense
De acordo com o texto, é cor- Para o autor...
reta ou errada a afirma- Conclui-se / Deduz-se / In- para uma conversa de fim de expediente. E aconselhativo:
ção… fere-se na leitura do texto ─ Seu Borjalino, tenha cuidado com as vírgulas.
Conclui-se / Deduz-se / In- que... Desse jeito, o amigo acaba com o estoque e a comarca
fere-se da leitura do texto não tem dinheiro para comprar vírgulas novas.
que... Fez outros ofícios, semeou vírgulas empenadas
por todos os lados e foi despedido. Como era sujeito de
ERROS DE INTERPRETAÇÃO brio, tomou aulas de gramática, de modo a colocar as vír-
gulas em seus devidos lugares. Estudou e progrediu. Mais
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de do que isso, saiu das páginas da gramática, escrevendo
erros de interpretação. Os mais frequentes são: bonito, com rendilhados no estilo. Cravava vírgulas e cra-
ses como ourives crava as pedras. O que fazia o coletor
a) Extrapolação (viagem) federal Zozó Laranjeira apurar os óculos e dizer com orgu-
lho:
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias ─ Não tem como o Borjalino para uma vírgula e
que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do mesmo para uma crase. Nem o presidente da República!
tema quer pela imaginação. E assim, um porco espinho de vírgulas e crases,
Borjalino foi trabalhar, como escriturário, na Divisão de
b) Redução Rendas de São Miguel do Cupim. Ficou logo encarregado
dos ofícios, não só por ter prática de escrever como pela
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um fama de virgulista. Mas, com dois meses de caneta, era
aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de despedido. O encarregado das Rendas, funcionário sem
ideias, o que pode ser insuficiente para o total do enten- vírgulas e sem crases, foi franco:
dimento do tema desenvolvido. ─ Seu Borjalino, sua competência é demais para
repartição tão miúda. O amigo é um homem de instrução.

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É um dicionário. Quando o contribuinte recebe um ofício onam 12 cidades-sede para abrigarem os jogos. Em vir-
de sua lavra cuida que é ordem de prisão. O Coronel Bal- tude de a África do Sul não ser uma potência econômica,
duíno dos Santos quase teve um sopro no coração ao ler a FIFA permitiu a escolha de apenas nove cidades, sendo
uma peça saída de sua caneta. Pensou que fosse ofensa, que Johanesburgo terá dois estádios. As outras oito são:
pelo que passou um telegrama desaforado ao Senhor Go- Cidade do Cabo, Durban, Nelspruit, Polokwane, Rustem-
vernador do Estado. Veja bem! O Senhor Governador. burgo, Pretória, Bloemfontein e Port Elizabeth.
E por colocar bem as vírgulas e citar Nabucodono-
sor em ofício de pequena corretagem, o esplêndido
Borjalino foi colocado à disposição do olho da rua. Com
uma citação no Diário Oficial e duas gramáticas debaixo
do braço.

CARVALHO, José Cândido de. In: Os mágicos municipais. Obras do principal estádio, o Soccer City, duraram três anos
Rio de Janeiro. José Olympio, 198. p. 44-5.
O principal estádio do Mundial de 2010 é o Soccer
01. Com o trecho do 1º parágrafo “E aconselhativo:”, City (Cidade do Futebol, em português), que está locali-
percebe-se que zado em Johanesburgo. Ele foi construído em substituição
A) o chefe de Borjalino não tinha pretensões de prejudicá- ao antigo FNB Stadium, ampliando a capacidade de 88
lo. mil para 94.700 espectadores, tornando-se o maior do con-
B) o superior de Borjalino era membro pertencente ao con- tinente africano. As obras duraram três anos e custaram
selho da empresa. cerca de 800 milhões de reais.
C) Borjalino possuía um chefe autoritário e pouco conse- Historicamente, a localização do Soccer City é
lheiro. bastante importante. Foi no antigo estádio que, em 1990,
D) em tom áspero, o chefe se dirigia a Borjalino, repreen- Nelson Mandela fez o seu primeiro discurso após sair da
dendo-o em todos os seus atos. prisão. O outro estádio de Johanesburgo, o Ellis Park, per-
E) Borjalino era irreverente e pouco adepto aos conselhos tence a um time de rugby. Em 1995, o Ellis Park recebeu a
do chefe. final do mundial rugby, principal esporte do país, vencida
pela própria África do Sul e retratada por meio do filme
02. Através da passagem “Fez outros ofícios, semeou vír- Invictus, em 2009. Este evento foi muito importante para a
gulas empenadas por todos os lados...”, o autor demons- integração racial, pois atraiu torcedores negros para um
tra que esporte considerado de brancos.
A) de fato, Borjalino não era adepto ao uso dos sinais de
pontuação. 03. Nesta COPA 2010, a Fifa adotou uma postura dife-
B) Borjalino redigia ofícios, sem dar importância às nor- renciada em relação a outras copas mundiais que está
mas gramaticais da língua. declarada na alternativa
C) naquele momento da redação, Borjalino usou excessi- A) “Para a escolha, os 24 membros do Comitê Executivo
vamente as vírgulas. da FIFA (Federação Internacional de Futebol) analisaram
D) sempre redigia os ofícios utilizando, de forma escassa, aspectos, como turismo, segurança, estádios, infraestru-
os sinais de pontuação. tura, transporte, rede hoteleira, entre outros”.
E) Borjalino utilizava comedidamente os sinais de pontu- B) “Em virtude de a África do Sul não ser uma potência
ação. econômica, a FIFA permitiu a escolha de apenas nove ci-
dades, sendo que Johanesburgo terá dois estádios”.
TEXTO 2 C) “O principal estádio do Mundial de 2010 é o Soccer City
(Cidade do Futebol, em português), que está localizado
Entre 11 de junho e 11 de julho de 2010, pessoas do em Johanesburgo”.
mundo inteiro assistirão aos jogos da Copa do Mundo de D “Apesar de o torneio durar apenas um mês, os prepara-
Futebol. O evento será realizado pela primeira vez, no tivos demoram anos e exigem muito esforço, tanto físico
continente africano, tendo a África do Sul como país-sede. quanto financeiro”.
Apesar de o torneio durar apenas um mês, os preparativos E) “O evento será realizado pela primeira vez, no conti-
demoram anos e exigem muito esforço, tanto físico quanto nente africano, tendo a África do Sul como país -sede”.
financeiro.
A escolha da África do Sul foi anunciada em maio 04. Sobre os dois estádios localizados em Johanes-
de 2004, quando o país derrotou Marrocos por quatorze burgo, existe uma INFORMAÇÃO INCORRETA contida
votos contra dez. Para a escolha, os 24 membros do Co- em uma das alternativas abaixo. Assinale-a.
mitê Executivo da FIFA (Federação Internacional de Fute- A) O Soccer City foi o lugar onde Nelson Mandela proferiu
bol) analisaram aspectos, como turismo, segurança, está- seu primeiro discurso após a saída da prisão.
dios, infraestrutura, transporte, rede hoteleira, entre ou- B) O Soccer City é o estádio mundial mais importante da
tros. Geralmente, os países que organizam a Copa seleci- COPA 2010.
C) O Ellis Park é o maior estádio do continente africano.

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D) O Ellis Park pertence a um time de rugby. desenvolvem na obscuridade e de que as outras, sem as
E) O Soccer City substituiu o antigo FNB Stadium. enunciar, dependem.
Por isso, as enuncio, porque sei que, na sombra, se
05. Sobre o texto 2, existe em uma das alternativas desenvolve este trabalho humilde de Antônio, Francisco,
abaixo uma mensagem que NÃO se encontra nele de- João.
clarada. Assinale-a. (Cecília Meireles. Janela mágica. São Paulo, Moderna, 1983.)
A) Em 2004, a África do Sul foi escolhida como país -sede
para o mundial 2010, ao derrotar Marrocos por quatorze 06. Pela compreensão do texto, podemos inferir que
votos contra dez. I. os personagens que dão título ao texto são pessoas po-
B) É a primeira vez que a copa do futebol se realizará no bres que, desde a infância, enfrentam dificuldades para
continente africano. sobreviver.
C) Vários esforços, tanto físicos como financeiros, são dis- II. João, Francisco, Antônio mesmo entre mil dificuldades
pendidos para a realização da Copa Mundial. não são pessoas infames.
D) Para a realização da Copa Mundial 2010, o Comitê da III. os personagens, à noite, dormem sempre inquietos, em-
FIFA, formado por 21 membros, analisou, apenas, ques- bora nunca saibam se o despertar será perturbado por de-
tões ligadas à segurança e ao transporte. linquentes que moram no subúrbio.
E) Em 2009, o filme Invictus retratou a final mundial de IV. João, Francisco, Antônio são pontuais e responsáveis
rugby, realizada no ano de 1995. no trabalho, já que chegam muito cedo.
Somente está CORRETO o que se afirma em
A) I.
TEXTO 3 B) II.
C) I e II.
João, Francisco, Antônio D) I e III.
E) I e IV.
João, Francisco, Antônio põem-se a contar-me a
sua vida. Moram tão longe, no subúrbio, precisam sair tão 07. Sobre João, Francisco, Antônio, é INCORRETO afir-
cedo de casa para chegar pontualmente a seu serviço. Já mar que
viveram aglomerados num quarto, com mulher, filhos, a A) chegam pontualmente todos os dias ao trabalho.
boa sogra que os ajuda, o cão amigo à porta... A noite B) erguem suas residências modestas com suas próprias
deixa cair sobre eles o sono tranquilo dos justos. O sono mãos.
tranquilo que nunca se sabe se algum louco vem destruir, C) não perderam a humanidade nem a dignidade.
porque o noticiário dos jornais está repleto de aconteci- D) não exteriorizam tristeza por viver em meio às adversi-
mentos inexplicáveis e amargos. dades.
João, Francisco, Antônio vieram a este mundo, E) representam milhares de brasileiros que, sem tristezas
meu Deus, entre mil dificuldades. Mas cresceram, com os nem reclamações, sobrevivem.
pés descalços pelas ruas, como os imagino, e os prováveis
suspensórios - talvez de barbante - escorregando-lhes pe-
los ombros. É triste, eu sei, a pobreza, mas tenho visto ri- TEXTO 4
quezas muito mais tristes para os meus olhos, com vidas
frias, sem nenhuma participação do que existe, no mundo, Saímos, eu, Pharoux e Cortines, pelos corredores
de humano e de circunstante. (...) escuros do Lar Onze de Maio. Pharoux leva na mão o es-
João, Francisco, Antônio amam, casam, acham tilete de aço. Seu único olho brilha forte; ele está tenso,
que a vida é assim mesmo, que se vai melhorando aos mas tem um ar profissional de quem sabe o que fazer. Va-
poucos. Desejam ser pontuais, corretos, exatos no seu ser- mos para a outra ala, subimos um andar. O Lar está tran-
viço. É dura a vida, mas aceitam-na. Desde pequenos, so- quilo, mas se ouve o som das televisões funcionando. Su-
zinhos sentiram sua condição humana e, acima dela, uma bimos uma escadinha. É a torre do Diretor. Chegamos a
outra condição a que cada qual se dedica, por ver depois uma porta.
da vida a morte e sentir a responsabilidade de viver. É aqui, diz Pharoux.
João, Francisco, Antônio conversam comigo, vesti- Pharoux tira um arame do bolso, ajoelha-se. Du-
dos de macacão azul, com perneiras, lavando vidraças, rante um longo tempo enfia e tira o arame do buraco da
passando feltros no assoalho, consertando fechos de por- fechadura. Ouve-se o barulho da lingueta correndo no
tas. Não lhes sinto amargura. Relatam-se, descrevem as caixilho.
modestas construções que eles mesmos levantaram com Pharoux sorri. Vamos entrar. Mas a porta não
suas mãos, graças a pequenas economias, a algum favor, abre. Deve estar trancada por dentro.
a algum benefício. E não sabem com que amor os estou Num impulso bato na porta, com força.
escutando, como penso que este Brasil imenso não é feito Nada acontece.
só do que acontece em grandes proporções, mas destas Bato novamente.
pequenas, ininterruptas, perseverantes atividades que se Do lado de dentro ouvimos a voz irritada do Dire-
tor.

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O que é? para os índios. “Só o fato de a gente mostrar nossa cara,
Senhor Diretor, digo com voz meio abafada, uma como a gente vive hoje, já é uma grande mudança na
emergência. forma como as pessoas nos olham”, diz Alexandre Panka-
O Diretor abre a porta. Pharoux agarra-o, Cortines raru.
segura-o pelo pescoço, numa gravata. Pharoux pica com
o estilete o rosto do Diretor, fazendo brotar uma gota de Oliveira, Camila. Agência A Tarde. Jornal do Commercio. Caderno C.
28 de março de 2010. p.16.
sangue.

FONSECA, Rubem. O cobrador. In: OLIVEIRA, Clenir Bellezi de. 09. Após a leitura do texto, percebe-se que
Arte Literária Portugal Brasil. São Paulo: Moderna, s.d. p. 605. A) a autora buscou tecer comentários que, apenas, refle-
tissem o comportamento do índio face à era digital.
08. De acordo com o texto, assinale a alternativa cor- B) em diversas passagens, produz comparações entre di-
reta. versas tribos indígenas.
A) Duas realidades são apresentadas paralelamente, C) a pretensão da autora é a de transmitir ao leitor algu-
sendo a segunda detalhada pelo narrador à maneira de mas das mudanças vivenciadas pelo indígena no mundo
uma cena cinematográfica com recuos temporais iguais. moderno.
B) Duas realidades similares são apresentadas pelo nar- D) o índio é um ser dotado de espírito passivo, desprovido
rador; a primeira delas ocupa um espaço insignificante de sentimentos de ambição.
da narrativa em detrimento da segunda que ganha força E) a tecnologia é algo de pouca importância para o povo
narrativa. indígena.
C) Duas realidades são focadas pelo narrador; a primeira
mostra a situação de marginais dominados pela vin- 10. Segundo o texto, na atualidade, as aldeias indíge-
gança contra o sistema social, enquanto a segunda apre- nas têm vivenciado algumas transformações. Assinale
senta o poder sendo rechaçado. a alternativa que contém algumas delas mencionadas
D) Uma das realidades apresentadas pelo narrador no texto 5.
cresce em reflexão sobre o sistema carcerário, enquanto A) Residências de taipa, índios surfistas.
a outra perde força de narratividade devido à concisão de B) Telhados de amianto, fogueiras.
linguagem. C) Índios na escola, residências de taipa.
E) Uma das realidades do texto se omite a verdade sobre D) Urbanismo e inclusão digital.
a aplicação da justiça nos presídios; por sua vez, a outra E) Inclusão digital e fogueiras.
é apresentada em discurso direto livre tradicional.
11. Em relação ao site Índios On Line, é CORRETO afir-
mar que ele
TEXTO 5 A) denota um retrocesso para a vida indígena.
B) representa uma relevante conquista para o povo indí-
INCLUSÃO DIGITAL, PROGRAMA DE ÍNDIO gena.
CONECTADO À WEB C) precisa constantemente da presença de historiadores
e fotógrafos para se manter vivo.
ILHÉUS (Bahia) – Quem visitar a Aldeia de Itapoã D) é um meio de divulgar as mudanças ocorridas apenas
em Olivença, distrito de Ilhéus, cidade do sul da Bahia, lo- entre os índios Pankararu.
calizada a 465 quilômetros de Salvador, vai encontrar ín- E) revela aspectos indígenas concernentes ao século pas-
dios que frequentam escolas, surfam nas praias ilheenses sado.
e navegam na Internet. Se essa imagem não era possível
há alguns anos, hoje faz parte da realidade de grande TEXTO 6
parte das tribos indígenas.
Na aldeia de Itapoã, as residências são de taipa, O silêncio já se tornou para mim uma necessidade
mas os telhados, de amianto. Em vez de fogueiras, energia física espiritual. Inicialmente escolhi-o para aliviar-me da
elétrica. Não foi apenas o urbanismo e outras facilidades depressão. A seguir precisei de tempo para escrever. Após
do mundo moderno que invadiram as aldeias indígenas. havê-lo praticado por certo tempo, descobri, todavia, seu
Hoje, a inclusão digital também é realidade. valor espiritual. E de repente dei conta de que eram esses
Sete nações indígenas estão em processo de inclu- momentos em que melhor podia comunicar-me com Deus.
são digital por meio do site Índios On Line (www.in- Agora sinto-me como se tivesse sido feito para o silêncio.
dios.org.br), um portal de diálogo intercultural.
(Mahatma Gandhi)
O site Índios On Line é uma forma de fazer com
que o próprio índio seja o seu historiador, fotógrafo e seu
próprio jornalista”, afirma Jaborandy Yandé, índio tupi- 12. Gandhi fez uma significativa descoberta que está
nambá de Olivença e um dos coordenadores do projeto. contida em uma das alternativas abaixo. Assinale-a.
Para o gestor da rede, Alexandre Pankararu, do A) Em convívio com outras pessoas, poderia delas apren-
Estado de Pernambuco, o site é uma grande conquista der mais sobre a vida.

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B) A depressão é algo momentâneo que exige comunica- E) A localização de Suape permite a importação e expor-
ção plena com outras pessoas. tação de produtos a um montante de 160 portos no mundo
C) O silêncio impedia-o de crescer diante de Deus, porque inteiro.
deixava de conviver com os outros.
D) O valor das coisas depende da realidade de cada um. TEXTO 8
E) O valor espiritual do silêncio: através dele, percebeu
uma melhor comunicação com Deus. BRASIL, MOSTRA TUA CARA

13. Uma das alternativas contém uma mensagem que (...)


NÃO está declarada no texto 6. Assinale-a.
A) Gandhi vivenciava momentos depressivos. A parte que nos coube no latifúndio dessas rela-
B) Nos momentos de depressão, Gandhi buscava a com- ções foi um projeto econômico incapaz de integrar à cida-
panhia dos amigos para dialogar e aliviar o sofrimento. dania massas excluídas de um consumo ao menos de-
C) Em determinadas fases da depressão, Gandhi recorria cente. E a crença míope de que reduzir juros e corrigir
à escrita para aliviar a dor. câmbio poderia ser feito antes de se desorganizar o sis-
D) Gandhi percebeu o valor espiritual do silêncio como tema produtivo nacional; de que a integração crescente
um meio de se aproximar de Deus. do país ao mercado de economia mundial seria suficiente
E) Gandhi passou a reconhecer o silêncio como uma ne- para assegurar nosso desenvolvimento; de que o fata-
cessidade física espiritual. lismo histórico seria suficiente para nos converter em
grande potência.
TEXTO 7 Um pedaço do país crescentemente se integra na
economia e na cultura dos países ricos, enquanto o outro
Suape, ao contrário do que muita gente pensa, pedaço batalha pela sobrevivência diária. Somos ao
não é uma sigla. Ele remonta à língua dos índios Caetés mesmo tempo modernos e atrasados, ricos e carentes, au-
da tribo tupi-guarani da região, que usava a palavra para tossuficientes e dependentes. Pensar o futuro, por tudo
designar os “caminhos sinuosos” da região, atravessada isso, deveria ter como referência básica a inclusão. Inclu-
pelos rios Massangana, Ipojuca e Tatuoca. são tecnológica e econômica, é certo. Mas, também, so-
Os atrativos que fazem do porto algo viável para cial. Só que perdemos, como povo, o sentimento do cole-
os investidores nacionais e estrangeiros são inúmeros. A tivo. E o amanhã é incerto.
localização privilegiada permite às empresas escoarem e Nosso futuro tem como cenário um choque de rea-
receberem produtos através das rotas que levam a mais lismo nas sociais-democracias do primeiro mundo, a dete-
de 160 portos no mundo todo, sem falar nos investimentos rioração da economia socialista no segundo mundo, e o
em pesquisas, promovidas pelas universidades da região, fim do ciclo nacional-desenvolvimentista no terceiro
que buscam o desenvolvimento e a modernização da pro- mundo, sem que se saiba bem se caminharemos em dire-
dução. ção à consumação da globalização, a integrações regio-
Disponível no site www.pe360graus.globo.com nais, ou mesmo, a algum tipo de retorno aos nacionalis-
mos.
14. Segundo o texto, Chegamos a um novo tempo. E há razões para oti-
A) o termo Suape é uma sigla utilizada para denominar mismo. É preciso que a razão vença o preconceito. Que a
caminhos sinuosos. confiança no futuro vença a nostalgia do passado. Que o
B) a região de Suape se apresenta geograficamente fazer bem vença as (apenas) boas intenções. Que o ho-
plana, desprovida de acidentes geográficos relevantes. mem, barro trágico rareado de estrelas, reine imponente e
C) Suape é área imprópria a pesquisas e grandes inves- majestoso sobre o mercado, a força bruta, os pequenos in-
timentos. teresses e tudo o mais quanto exista neste vasto e insen-
D) as universidades próximas a Suape têm o propósito de sato mundo. Para todo o sempre. Amém.
desenvolver e modernizar a produção.
E) são insignificantes os atrativos existentes em Suape. FILHO, José Paulo Cavalcanti. In: Escritas Atemporais.
Ed.Bagaço. Recife, 200.p.1 Adaptado.
15. Assinale a alternativa que contém uma mensagem
NÃO contida no texto 7. 16. No trecho compreendendo A parte que nos coube até
A) A região de Suape era atravessada pelos rios Massan- E o amanhã é incerto,
gana, Ipojuca e Tatuoca. A) o autor se reporta a um passado e à rica herança dei-
B) Suape tem conexão com um contingente de 160 portos xada para toda a população brasileira.
do mundo inteiro. B) o autor aponta uma série de procedimentos que resul-
C) A região de Suape é alvo de interesse apenas para os tariam em benefícios ao país.
investidores estrangeiros. C) de linguagem vulgar, o texto agride o leitor, causando,
D) As universidades que cercam a região de Suape reali- até mesmo, repúdio.
zam diversas pesquisas na região. D) inexistem meios ou procedimentos que restaurem a
“saúde” do nosso país.

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E) há uma comparação entre o hoje e o futuro do país. 21. Para Shakespeare,
A) é rápida a percepção humana de que as amizades
17. No segundo trecho do texto 8, o autor declara são essenciais apenas durante uma determinada fase
A) a necessidade de haver inclusão como forma de proje- de nossas vidas.
tar um futuro otimista ao país. B) ao homem cabe delimitar o período de manter ou não
B) que o país não apresenta diferenças que ameaçam o as amizades em suas vidas.
progresso da nação. C) o essencial na vida não é o lado material, e sim, o hu-
C) que ao país falta organização e disciplina quanto à mano.
distribuição das tarefas. D) a velhice é o momento de resgatar os bens materiais
D) ser radicalmente contrário à inclusão social no país. que nos são preciosos.
E) que o sentimento de coletividade é transbordante em E) nem sempre nos apercebemos das pessoas que nos
todo o país. são gratas.

18. Com o último trecho, o autor nos transmite 22. Existe em uma das alternativas, uma ideia NÃO de-
A) a visão de um horizonte de cenários pessimistas e trá- clarada no texto 9. Assinale-a.
gicos a toda a nação. A) Para serem sólidas, as amizades precisam ser manti-
B) a importância de desacreditar em mudanças profícuas das a distância.
ao país. B) Com o tempo, entendemos que, mesmo distantes, as
C) que o tempo de nostalgia é algo que se perpetuará no amizades se mantêm.
futuro. C) Compreendemos quando amadurecemos que o tempo
D) a necessidade de não sermos solidários aos dirigentes é incapaz de separar amizades.
da nação. D) Na vida, o essencial são as pessoas que fazem parte
E) uma visão otimista para a realidade de vida dos brasi- de sua vida.
leiros. E) Os objetos e as coisas não são essenciais na sua vida.

19. Ainda no último trecho, percebe-se o quanto o autor


A) depreciou o homem em toda a sua essência. TEXTO 10
B) valorizou o homem como elemento vital promotor de
mudanças benéficas a todo o contexto nacional. A praga das mensagens indesejadas
C) repudiou o indivíduo, por julgá-lo incapaz de promover
mudanças. Quem quer que utilize o correio eletrônico ou na-
D) enfatizou as diferenças sociais e a impossibilidade de vegue na Internet sabe o quanto é irritante o recebimento
se viabilizarem mudanças. de mensagens não solicitadas, geralmente de caráter co-
E) enalteceu o homem e todo o seu potencial para desin- mercial, às vezes infestadas por programas maliciosos,
tegrar relações sociais. destinados à apropriação de dados para fins fraudulen-
tos. Pois agora essa praga se espalha pelos telefones ce-
20. Com o trecho “Chegamos a um novo tempo”, en- lulares. Spam, como é conhecida mundialmente essa prá-
tende-se que tica, provém do termo inglês span, que, na sua forma ver-
A) todo o cenário mantém-se inalterado. bal, tem o significado de ‘estender ao redor, propagar’. Os
B) o passado caminha atrelado ao presente, sem existi- internautas atribuem à expressão o sentido da emissão
rem mudanças. de mensagens comerciais em profusão, seja pelo correio
C) se trata de uma nova fase, numa perspectiva otimista. eletrônico (e-mail), seja pelos programas de comunicação
D) o futuro não vislumbra horizontes “azuis” à população instantânea, ou pela abertura automática de janelas nas
envolvida. páginas da teia de navegação (web), nos canais de con-
E) o tempo novo se preocupará em imitar sempre o tempo versação (chats) e nos celulares, por meio de mensagens
velho. de texto (sms).
TEXTO 9 Nos Estados Unidos, essa última modalidade de
spam, as mensagens indesejadas de texto para celulares,
começa a causar maior preocupação, pois, ao incoveni-
ente da perda de tempo com a abertura e a exclusão,
soma-se o prejuízo financeiro, já que algumas operadoras
cobram por sms recebido. O problema é que esse meio
passou a ser maciçamente usado para propaganda. Den-
tre os danos causados pelo recebimento maciço de men-
sagens indesejadas pelo ceclular contam-se, ainda, o ru-
ído decorrente de repetidos alarmes sonoros e o preenchi-
mento do espaço de armazenamento de dados no apare-
lho, causando, se atingido o limite máximo, o travamento
Disponível em: www.facebook.com.
de funções. É inegável, portanto, que essa prática dos

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emitentes de mensagens comerciais causa prejuízos aos IV. O Texto 10 é um bom exemplo de texto inconcluso, ou
destinatários e se reveste, pelo menos, de imprudência. seja, podemos perceber, nele, pistas explícitas de que ele
(...) terá uma continuação.
Mas o usuário do celular tem ao seu dispor o po-
der de acionar a Justiça para cobrar do emitente da men- Estão corretas:
sagem e da empresa de telefonia, em caso de recusa em A) I, II, III e IV.
bloquear o envio de mensagens comerciais não solicita- B) I e II, apenas.
das, a reparação de danos materiais e morais, estes pelo C) I e III, apenas.
sofrimento acarretado pelo recebimento de spam. (...) D) II e III, apenas.
Além disso, a Polícia Federal tem instaurado diversos in- E) II e IV, apenas.
quéritos para apurar a invasão de computadores para ob-
tenção de senhas e dados dos usuários com o intuito de 26. Assinale a alternativa que corresponde ao sentido
realizar saques em contas bancárias ou a utilização de do título do texto 10.
cartões de créditos clonados. A) As mensagens indesejadas são uma praga.
Já são dezenas de processos penais em curso, B) Há praga nas mensagens indesejadas.
com acusados presos, mas a prática continua se alas- C) É indesejado receber praga nas mensagens.
trando. O internauta pode colaborar na repressão desses D) Mensagens com praga são indesejáveis.
crimes, comunicando à autoridade policial o recebimento E) Nas mensagens, a praga é indesejada.
de mensagens suspeitas. O endereço eletrônico disponí-
vel para informação dessa natureza é o da Divisão de Co- “Além disso, a Polícia Federal tem instaurado di-
municação Social do DPF: dcs@dpf.gov.br versos inquéritos para apurar a invasão de computadores
para obtenção de senhas e dados dos usuários com o in-
Lázaro Guimarães. Diário de Pernambuco, tuito de realizar saques em contas bancárias ou a utiliza-
25 de maio de 2008, p. A15. Adaptado.
ção de cartões de créditos clonados.”
23. Do ponto de vista temático, o texto 10 aborda, priori-
tariamente: 27. A análise das relações lógico-semânticas desse tre-
A) as mais recentes novidades tecnológicas na área da cho nos permite afirmar corretamente que, nele, preva-
telefonia celular. lecem as relações de:
B) as ações que podem ser impetradas por internautas, A) causa.
na Polícia Federal. B) tempo.
C) o prejuízo financeiro e moral dos usuários de celulares, C) finalidade.
nos Estados Unidos. D) adição.
D) as medidas necessárias para os internautas nunca re- E) condição.
ceberem spams.
E) as consequências, para o usuário, do envio de mensa- “Quem quer que utilize o correio eletrônico ou na-
gens não desejadas. vegue na Internet sabe o quanto é irritante o recebimento
de mensagens não solicitadas”.
24. É correto afirmar que o texto 10 tem, como principais
funções: 28. Nesse trecho, o segmento destacado tem o mesmo
A) atestar e criticar. sentido de:
B) comentar e informar. A) se alguém deseja utilizar.
C) prescrever e ensinar. B) qualquer pessoa que utilize.
D) explicar e avaliar. C) quando alguém utiliza.
E) instruir e contestar. D) depois de utilizar.
E) ao se utilizar.
25. Acerca da organização geral do Texto 10, analise o
que se afirma a seguir. TEXTO 11
I. No primeiro parágrafo, o autor traça um panorama do
assunto a ser tratado, de maneira que o tema fica, aqui, Como não se tornar um spammer
claramente introduzido.
II. No segundo parágrafo, o autor introduz um ponto de Muitas pessoas, mesmo sem perceber, em algum
vista contrário ao que havia apresentado anteriormente, momento já enviaram uma corrente da sorte, uma lenda
para poder, em seguida, cotejar posicionamentos distin- urbana ou algo parecido. Para não se tornar um spam-
tos. mer, mesmo entre amigos, é importante respeitar algu-
III. Nos dois últimos parágrafos, o autor aponta caminhos mas dicas, como seguir as normas da etiqueta (Neti-
por meio dos quais os leitores podem defender-se em re- queta); procurar informações a respeito dos diversos e-
lação ao problema apresentado ao longo do texto. mails que você receber, para não correr o risco de reini-
ciar a propagação de lendas urbanas ou boatos; antes de
enviar um e-mail, refletir se seu conteúdo será útil ou de

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interesse do grupo para o qual pretende remetê-lo; não inimigas. No dia 24 de abril de 1646, munidas de paus,
usar listas de mala direta ou particulares de amigos de pedras, panelas, pimenta e água fervente, as mulheres de
terceiros para enviar propaganda ou quaisquer divulga- Tejucupapo venceram os holandeses que ameaçavam
ções pessoais e procurar refletir antes de repassar e-mails suas terras e famílias.
suspeitos, tais como: boatos, lendas urbanas e, até O episódio marcou a história brasileira como uma
mesmo, golpes. A regra geral é: na dúvida, não envie. das poucas batalhas a envolver a participação coletiva
de mulheres.
Disponível em: http://www.antispam.br. Administrativamente, o município é formado pelos
Acesso em 30-05-2008. Adaptado.
distritos sede, Pontas de Pedra e Tejucupapo, além dos
povoados de Frecheiras, Melões, Gambá, Ibeapicu, Barra
29. As informações dos Textos 10 e 11 nos ajudam a in- de Catuama, Atapuz, Carne de Vaca, São Lourenço e
ferir que ‘spammer’ significa: Carrapicho.
A) alguém que já enviou uma corrente da sorte, uma Anualmente, no dia 05 de maio, Goiana come-
lenda urbana ou algo parecido. mora a sua emancipação política. O padroeiro da cidade
B) um internauta que, com freqüência, recebe spam via é São Sebastião.
mensagens comerciais em profusão.
C) o usuário do celular que não sabe como acionar a Jus- (Fonte: http//www.ferias.tur.br/informações/5261/goiana-pe.html.
tiça, em caso de receber spam. Acesso em 03/07/2010)
D) alguém que, entre amigos, não costuma seguir as nor-
mas de etiqueta da Net. 31. “A Epopeia das Heroínas de Tejucopapo”, mencio-
E) alguém que envia spam em suas mensagens, ainda nada no primeiro parágrafo do texto 12, estabelece re-
que sem a intenção de fazê-lo. lações referenciais com os seguintes termos:
A) a Insurreição Pernambucana (parágrafo 2); o confronto
30. O Texto 11 nos permite concluir que, para não se tor- (parágrafo 4); o episódio da história brasileira (parágrafo
nar um spammer, uma pessoa deve ser, principalmente: 5).
A) tranquila. B) a Insurreição Pernambucana (parágrafo 2); a fúria dos
B) capacitada. inimigos (parágrafo 4); o episódio da história brasileira
C) respeitadora. (parágrafo 5).
D) prudente. C) a Insurreição Pernambucana (parágrafo 2); Maria Ca-
E) sensível. marão (parágrafo 4); o episódio da história brasileira (pa-
rágrafo 5).
TEXTO 12 D) a luta (parágrafo 3); o confronto (parágrafo 4); o episó-
dio da história brasileira (parágrafo 5).
HISTÓRIA DA CIDADE DE GOIANA E) a luta (parágrafo 3); a fúria dos inimigos (parágrafo 4);
o episódio da história brasileira (parágrafo 5).
Inicialmente habitado por índios Caetés e Poti-
guares, a fundação do município de Goiana é anterior a 32. O segundo parágrafo do texto 12 é marcado pelo tipo
1570. (...) Nela aconteceu a Epopeia das Heroínas de Te- textual:
jucupapo. A) argumentativo
Este último acontecimento teve início, em 1645, B) descritivo
quando invasores holandeses, ameaçados pela Insurrei- C) dialógico
ção Pernambucana, liderada por André Vidal de Negrei- D) injuntivo
ros, refugiaram-se no Forte Orange, em Itamaracá. (...) E) narrativo
Com a umidade do local, foram acometidos pelo escor-
buto, doença causada pela falta de vitamina C no orga- TEXTO 13
nismo.
A solução era ir até a Vila de Tejucupapo, em Goi- Mulher (Erasmo Carlos)
ana, onde os cajueiros da região, que eram utilizados Composição: Erasmocarlos – Narinha
como remédio para a doença, estavam em fase de frutifi-
cação. Comandados pelo Almirante Lichthant, cerca de Dizem que a mulher
600 holandeses partiram, pelo mar, em direção ao local. É o sexo frágil
Para se defenderem da invasão, os cem homens que ha- Mas que mentira
bitavam Tejucupapo montaram uma trincheira, levando Absurda!
mulheres e crianças para a luta. Eu que faço parte
Durante o confronto, 23 holandeses foram mortos, Da rotina de uma delas
despertando a fúria dos inimigos. Percebendo a superio- Sei que a força
ridade holandesa, Maria Camarão, de crucifixo em pu- Está com elas...
nho, percorreu a vila convocando as mulheres a pegarem
em armas e ajudarem os homens na luta contra as tropas Vejam como é forte
A que eu conheço

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Sua sapiência C) “ Quero uma mulher só minha” (terceira estrofe).
Não tem preço D) “O outro já reclama/ A sua mão” (quarta estrofe).
Satisfaz meu ego E) “Mulher! Mulher!/ Na escola/ Em que você foi/ Ensina/
Se fingindo submissa Jamais tirei um 10” (sexta estrofe).
Mas no fundo
Me enfeitiça... 35. As elipses constituem recursos muito utilizados com
a finalidade de não explicitar tudo que se quer dizer. No
Quando eu chego em casa enunciado “Vejam como é forte/ A que eu conheço”
À noitinha (texto 13), o termo elíptico é:
Quero uma mulher só minha A) força
Mas prá quem deu luz B) mentira
Não tem mais jeito C) mulher
Porque um filho D) rotina
Quer seu peito... E) sapiência

O outro já reclama 36. Os versos da música (texto 2) que melhor correspon-


A sua mão dem semanticamente ao fato de o autor reconhecer que
E o outro quer o amor não tem força suficiente para se igualar à mulher é:
Que ela tiver A) “Dizem que a mulher/ É o sexo frágil/ Mas que mentira/
Quatro homens Absurda!”
Dependentes e carentes B) “Na escola/ Em que você foi/ Ensinada/ Jamais tirei um
Da força da mulher... 10”
C) “Quatro homens dependentes e carentes da força da
Mulher! Mulher! mulher...”
Do barro D) “Sou forte/ Mas não chego/ A seus pés...”
De que você foi gerada E) “Sua sapiência/ Não tem preço”
Me veio inspiração
Prá decantar você 37. O gênero textual canção faz parte do acervo cultural
Nessa canção artístico da sociedade e se destina a uma determinada
função comunicativa. Nesse sentido, a letra musical da
Mulher! Mulher! canção de Erasmo Carlos (texto 13) comunica:
Na escola A) crítica social
Em que você foi B) curiosidade
Ensinada C) denúncia
Jamais tirei um 10 D) idealismo
Sou forte E) sentimento
Mas não chego
Aos seus pés... TEXTO 14

Retrato da indiferença
33. O diálogo entre os textos 12 e 13 implica uma relação
que retrata o forte perfil feminino, respectivamente, na: Com o foco dos debates sobre resíduos urbanos
A) atuação da mulher em Goiana x atuação da mulher centrado na reciclagem, pouca atenção se tem dado a ou-
na escola tra enorme - e perigosa - montanha de sujeira: os restos
B) atuação da mulher na Insurreição Pernambucana x de alimento que vão para a lixeira. Dados recentemente
atuação da mulher na composição da canção divulgados pela FAO, o órgão das Nações Unidas que
C) atuação da mulher na invasão holandesa x atuação trata de alimentação e agricultura, mostram que a cada
da mulher na relação matrimonial ano 1,3 bilhão de toneladas de comida, cerca de um terço
D) atuação da mulher na luta contra a doença x atuação de tudo o que se produz, são perdidas ou por manipula-
da mulher no ato de dar luz ção indevida, ou por ser jogadas fora.
E) atuação da mulher na luta territorial x atuação da mu- No Brasil, são mais de 25 milhões de toneladas de
lher na luta doméstica alimentos que vão parar no lixo todo ano, montante equi-
valente a 12 bilhões de reais e suficiente para alimentar
34. Com o uso do verbo no modo imperativo, o autor do 30 milhões de pessoas. Nos Estados Unidos, desperdiça-
texto 13 procura chamar a atenção dos interlocutores. se ainda mais: a EPA, agência de proteção do meio am-
Esse contato pode ser identificado no fragmento: biente, calcula que 30 milhões de toneladas de comida
A) “Dizem que a mulher/ É o sexo frágil” (primeira estrofe). sejam eliminadas – de longe a maior parcela dos resíduos
B) “ Vejam como é forte/ A que eu conheço” (segunda es- sólidos, em peso. Nas grandes cidades, os latões de res-
trofe). taurantes estão sempre lotados.

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Por mais espantosos que sejam os números ape- para São Paulo, onde viveu de pequenos bicos em várias
nas pelo desperdício, restos de comida têm outro efeito empresas.
deletério: lançados nos aterros, alimentos em geral se Sua vida mudou quando recebeu algumas má-
biodegradam, mas em contrapartida produzem gás me- quinas de costura como garantia de um empréstimo que
tano, um dos grandes responsáveis pelo efeito estufa (23 não fora pago por uma colega de trabalho. Thái passou
vezes mais danoso do que o gás carbônico). Uma ma- a fabricar bolsas. O negócio cresceu de tal forma que ele
neira simples de reverter o desperdício seria o encami- teve a ideia de produzir calçados a partir de pneus, seme-
nhamento dos restos aproveitáveis para comunidades ca- lhantes aos que eram usados pelos combatentes na
rentes, prática pouco usada. Outra é a compostagem, Guerra do Vietnã. Thái fundou a Goóc, que produz 300
como é chamado o conjunto de técnicas para transformar milhões de pares de sandália por ano usando 800000 qui-
resto de comida em adubo, também pouco praticada - nos los de pneus velhos, principalmente de caminhões. Em
Estados Unidos, a reciclagem de alimentos por este e ou- 2009, o faturamento da companhia foi de 30 milhões de
tros métodos é de 2% do lixo total. reais.
BARRUCHO, Luís Guilherme, Veja,
BYDLOWSKI, Lizia, Veja, edição especial Edição especial – Sustentabilidade, dez. 2011. Adaptado
– Sustentabilidade, dez. 2011. Adaptado.
40. A história acima, veiculada na revista Veja, tem
38. Após a leitura do texto 14, pode-se afirmar que ele: como finalidade:
1) expõe a indiferença pela destinação dos restos de ali- A) incentivar a vinda de vietnamitas para o Brasil.
mentos. B) estimular a reciclagem de pneus dos caminhões.
2) apresenta dados que comprovam o enorme desperdício C) recomendar o bom negócio da reciclagem de lixo.
de alimentos. D) mostrar o coreano como exemplo de empresário.
3) aponta o Brasil como o país mais esbanjador de ali- E) dar exemplo de negócio sustentável e muito rentável.
mentos.
4) sugere inusitadas soluções para reverter o desperdício 41. Após a leitura do texto, é correto afirmar que o asiá-
de alimentos. tico Thái Quang Nghiã:
5) apresenta o percentual de reciclagem de alimentos nos A) foi expulso de seu país por ter ideias comunistas.
Estados Unidos B) veio para o Brasil pensando ser empresário.
C) fabricou bolsas a partir de pneus de caminhão.
Está correto apenas o que se afirma em: D) mudou sua vida com um empréstimo de um colega.
A) 1, 2 e 4. E) tornou-se milionário com a reciclagem de pneus.
B) 2, 3 e 4.
C) 1, 2, 3 e 5. 42. A empresa criada pelo vietnamita é exemplo de de-
D) 1, 3, 4 e 5. senvolvimento:
E) 1, 2 e 5. A) confiável.
B) sustentável.
39. A expressão ”outro efeito deletério” (l.14), refere-se C) biodegradável.
à: D) responsável.
A) biodegradação dos alimentos. E) inviável.
B) produção de gás metano.
C) elevação do efeito estufa. 43. “(...)viveu de pequenos bicos (...)” é o mesmo que “vi-
D) transformação de alimentos em adubo. veu de...
E) nova técnica de reaproveitamento. A) favores.
B) caridade.
C) biscates.
TEXTO 15 D) préstimos.
E) Benefícios.
De náufrago a milionário da reciclagem

Quando o vietnamita Thái Quang Nghiã chegou TEXTO 16


ao Brasil, em fevereiro de 1979, não entendia nem falava
uma única palavra em português. Meses antes, ele fora O retorno dos brasileiros
resgatado em alto-mar no Sudeste Asiático por um navio
da Petrobras. Thái decidiu fugir de sua terra natal para Ao final do século XX, alterou-se o fluxo migratório
escapar da perseguição do governo comunista. "Falei mal no Brasil: ao invés de receber a força de trabalho dos imi-
do regime e fui parar no campo de concentração", diz. grantes (o que sempre ocorreu e possibilitou a formação
Com o exílio concedido pelo Brasil, o vietnamita abrigou- multiétnica do nosso povo), o País passou a exportar mão-
se em uma favela no Rio de Janeiro. Ele partiu logo depois de-obra. Na década de 80, por causa da recessão econô-

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mica, acompanhada de elevada inflação, poucas oportu- 45. No final do 1º §, lê-se: “até chegar nossa “diáspora”
nidades de trabalho e baixos salários, estima-se que 2,6 a cerca de 2% da população total.” Acerca do emprego
milhões de cidadãos emigraram, número que aumentou do termo destacado, é correto afirmar que:
gradualmente, até chegar nossa “diáspora” a cerca de A) o autor tem consciência de que o está utilizando em
2% da população total. contexto no qual ele normalmente não é utilizado; daí a
Em anos recentes, porém, com o crescimento da opção por empregá-lo entre aspas.
economia brasileira, aliado às crises que afetam os polos B) ele está sendo empregado com valor hiperbólico, para
de desenvolvimento mundial, o número de emigrantes expressar a ideia de “ponto máximo do desespero” a que
caiu significativamente. Assistimos, assim, a uma nova in- chegaram os brasileiros.
versão dos fluxos migratórios, caracterizada não apenas C) a escolha desse termo, cujo emprego se restringe aos
pelo retorno dos brasileiros, mas também pela entrada de judeus, indica que o autor é profundo conhecedor da his-
novos imigrantes que estão desembarcando no Brasil. tória desse povo.
A nacionalidade brasileira encontra-se dentre D) com ele, o autor pretendeu expressar a ideia de “quan-
aquelas que mais têm solicitado apoio do Programa de tidade máxima”. As aspas revelam que se trata de um es-
Retorno Voluntário da Organização Internacional para as trangeirismo.
Migrações (OIM). Geralmente, o projeto inicial dos emi- E) com esse termo, o autor pretendeu se referir ao estado
grantes brasileiros é o de ficar pouco tempo no exterior, de tristeza coletiva, consequência de um povo perder o
investir no Brasil e retornar logo que consigam fazer al- sentimento de nacionalidade.
guma poupança, conforme comprovam as remessas de
dinheiro. Enquanto a Europa e os EUA registram milhões 46. Em relação ao futuro, o autor demonstra otimismo,
de desempregados, o Brasil tem hoje taxas de desem- pois, segundo ele:
prego de aproximadamente 6%, consideradas próximas A) o Brasil tem plenas condições de empregar qualquer
do chamado pleno emprego. imigrante que aqui chegue, ainda que sem qualificação.
Por outro lado, segundo dados do Ministério da B) a previsão de que grandes eventos esportivos aconte-
Justiça, o número de estrangeiros em situação regular no çam em nosso país é o único fator capaz de aumentar a
Brasil aumentou em 52,4% no último semestre e continua entrada de imigrantes.
crescendo. Passou de 961 mil registros em 2010 para 1,466 C) as grandes remessas de dinheiro enviadas pelos bra-
milhão até junho de 2011. Parece um número elevado, sileiros que estão fora do País confirmam que a poupança
mas ainda é muito inferior à força de trabalho que o Brasil tende a se estabilizar.
pode absorver, tendo em vista a forte demanda de empre- D) as taxas de desemprego no Brasil são, atualmente, se-
sas brasileiras por profissionais de alta qualificação. melhantes às da Europa e dos EUA, as quais são consi-
Além dos aspectos econômicos, fatores políticos e deradas próximas do “pleno emprego”.
sociais relevantes, como a crescente visibilidade interna- E) diversos aspectos do Brasil, dentre os quais os políticos,
cional do País, os grandes eventos esportivos programa- os sociais e os econômicos, contribuem para incrementar
dos para os próximos anos, a tradição de receptividade e a imigração.
a plena democracia fazem do Brasil um país de portas
abertas para o imigrante. Como diz o Secretário Nacional
de Justiça, Paulo Abrão, "o Brasil tem tradição de recepti- TEXTO 16
vidade. Somos vistos como um país aberto, democrático,
receptivo. O Brasil sempre foi um país de imigração”.

Embaixador Luiz Henrique Fonseca. http://milao.itamaraty.gov.br/pt-


br/mensagens_do_consul-geral.xml. Acesso em 26/05/2012. Adaptado.

44. O texto 16 dá ao leitor uma visão clara, principal-


mente:
A) das consequências de uma formação multiétnica para
a nação brasileira.
B) das cidades brasileiras em que há mais oportunidades
de emprego.
C) das últimas mudanças ocorridas no movimento migra-
tório em nosso país.
D) de como se dá a valorização da nacionalidade brasi-
leira no exterior.
E) das consequências, para a nossa economia, de sermos (Imagem disponível em www.leonidantas.blogspot.com.
um país aberto à imigração. Acesso em 26/05/2012.)

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47. A resposta da mãe revela que ela não consegue per- 49. Acerca do texto, pode-se afirmar que é uma estru-
ceber, principalmente, que: tura predominantemente:
A) seu filho, como qualquer criança, tem necessidade de A) narrativa
socialização. B) descritiva
B) um direito básico de seu filho está sendo desrespei- C) instrucional
tado. D) dissertativa
C) seu filho demonstra um grande potencial para a escrita E) expositiva
literária.
D) depende inteiramente dela o processo de alfabetiza- 50. Quanto ao uso recorrente de construções na pri-
ção de seu filho. meira pessoa, é correto afirmar que:
E) o ensino público, no País, está carente de crianças que, A) empobrece o texto.
de fato, querem aprender. B) é inadequado ao gênero textual utilizado.
C) distancia o leitor da abordagem.
D) possibilita a inserção do leitor no texto.
TEXTO 17 E) desvia-se da norma padrão.

É à língua que recorremos sempre que buscamos 51. São conclusões autorizadas pelo texto 17, EXCETO:
o estabelecimento de um equilíbrio entre o meio social e A) Existem ressalvas, em relação à língua oral, pois a lín-
a nossa atividade: no diálogo com as pessoas que nos gua escrita destaca-se como elemento que identifica nos-
cercam na leitura do livro, do jornal, no acesso aos diver- sas particularidades nacionais.
sos meios de comunicação. Se quisermos, por exemplo, B) Pelo exercício da linguagem verbal, podemos neutrali-
alcançar um determinado momento do passado, é tam- zar as disparidades entre o coletivo e o particular.
bém à língua que apelamos: podemos ler um texto antigo C) Entre as funções atribuídas às línguas, merece desta-
(um relato sobre o mundo grego ou um romance de Ma- que a possibilidade de se poderem alcançar experiências
chado de Assis) sem abandonar nossa circunstância his- historicamente remotas.
tórica. É a língua, portanto, que nos permite esse cruza- D) O texto é explícito quanto à vinculação entre poder e
mento de experiências entre o hoje e o ontem. conhecimento linguístico.
Mas não é só aí que reside a importância da lín- E) Numa sociedade regulada pela escrita, o conheci-
gua: é ela que possibilita, no seu mais expressivo sentido, mento linguístico, além de ser um objetivo, é também uma
a identidade que assumimos ante os nossos atos e a necessidade.
nossa fala. É a língua, no nosso caso, a língua portu-
guesa, que nos faz brasileiros ou portugueses, ou africa-
nos. É ela que nos identifica, é ela que dá significado às TEXTO 18
nossas alegrias e tristezas: é ela, enfim, que nos reco-
nhece. Com fúria e raiva acuso o demagogo
Nesse rol de aspectos positivos envolvendo a lín- Que se promove à sombra da palavra
gua, acrescente-se que o conhecimento linguístico está E da palavra faz poder e jogo
associado ao poder. Numa sociedade em que a vida se E transforma as palavras em moeda
regula pela escrita, pelo livro, pelo cheque, pelo docu- Como se faz com o trigo e com a terra
mento, o domínio linguístico passa a ser não só um obje-
BREINER, S. de M. In: Rocha, R. e Flora, A. Escrever e
tivo, mas uma necessidade. É através da língua que se
criar... É só começar! São Paulo: FTD, 1966, p.31.
alcançam os objetivos pessoais e sociais, num caminho
que começa na escola e se expande para a vida. 53. O texto 18 tem como objetivo principal:
(SANTOS, V. In Mundo Jovem. p.6-7) A) emitir um julgamento de forma criativa.
B) informar acerca do valor das palavras.
48. O texto 17, tem como finalidade principal: C) explicitar uma opinião sobre a força das palavras.
A) Salientar a importância da cultura grega, sem conside- D) explicar o sentido das palavras.
rar as circunstâncias. E) instruir o leitor acerca do uso das palavras.
B) Enaltecer a função da escola na formação linguística,
principalmente, oral. 54. O texto 18 veicula uma ideia que:
C) Ressaltar as diferentes funções que os usos da língua A) valoriza as atitudes demagógicas.
falada ou escrita desempenham na vida das pessoas. B) ressalta o papel do demagogo.
D) Destacar a pluralidade linguística nos países de dife- C) enaltece a demagogia.
rentes continentes. D) despreza as estratégias demagógicas.
E) Mostrar a importância da escrita em livro, cheque e do- E) enfatiza positivamente
cumento.

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TEXTO 19 ou signos. Criou signos não verbais, como o desenho, a
dança, a pintura, e criou o signo verbal, a palavra.
O Brasil tem um número de alcoólatras estimados Os signos são organizados em códigos, e todo có-
em 15 milhões, o dobro da população da Suíça. Mas a digo criado para estabelecer comunicação entre as pes-
realidade pode ser ainda pior. Os médicos da Associação soas é linguagem. O código não é um conjunto qualquer
Brasileira de estudos de álcool e outras drogas, que se de signos, é um conjunto organizado, possui regras, é um
dedicam a estudar dependência química no Brasil, esti- sistema, por isso ele permite a comunicação, por isso é
mam que, na verdade, 10% dos 192 milhões de brasilei- linguagem. O homem criou dois tipos de código ou lingua-
ros, ou 19 milhões, tenham problemas graves com a be- gem: a linguagem não verbal, formada de signos não ver-
bida. O alcoolismo mata 32 mil pessoas, por ano Brasil, bais, e a linguagem verbal, formada de palavras.
está por trás de 60% das mortes no trânsito e 72% dos ho- A linguagem verbal é a mais utilizada pelo ho-
micídios. {...} Outra vertente estatística que preocupa os mem. É com a palavra que o homem explica os signos não
médicos está entre os jovens. Eles estão apreendendo a verbais como o desenho, a dança a pintura, as expressões
beber muito cedo. Uma pesquisa recente, realizada pela matemáticas, os sinais de trânsitos etc. É principalmente
Unifesp em São Paulo com 661 adolescentes, detectou com a palavra que o homem se comunica com o mundo
que 5% dos jovens entre 14 e 17 bebem uma vez por se- que o cerca, retorna fatos passados e elabora projetos fu-
mana ou mais e consomem cinco ou mais doses em cada turos.
ocasião..... (Adaptado de Paschoalim e Spadoto, p.20, 2008).

Revista Época, 12 de setembro de 2011/n* 695. 58. O Texto 20 tem o propósito textual de:
A) dar instruções.
55. Com relação às ideias apresentadas no texto, pode- B) apresentar uma opinião.
se afirmar que: C) narrar um acontecimento.
A) O problema com o álcool não é uma realidade no Bra- D) expor informações.
sil. E) descrever um fato.
B) O Brasil tem mais alcoólatras que a Suíça.
C) Os jovens fazem parte das estatísticas, em relação ao 59. Ao considerar o conteúdo textual, NÃO é pertinente
consumo do álcool. afirmar:
D) Os dados apresentados não são confiáveis, pois não A) a linguagem surgiu de uma necessidade humana.
são resultados de estudos. B) a linguagem está estritamente relacionada ao uso da
E) As pesquisas apontam os jovens como consumidores palavra.
eventuais de bebidas alcoólicas C) existem formas de representar a realidade, como os
signos.
56. O termo “detectou” pode ser substituído, sem com- D) a comunicação do homem com o mundo não se resume
prometer as ideias por: ao uso da palavra.
A) Estimou E) a linguagem vai além de um conjunto de códigos, é um
B) Possibilitou sistema.
C) Descobriu
D) Compreendeu 60. No que diz respeito à linguagem utilizada no texto,
E) Avaliou. pode-se afirmar que é:
A) informal
57. O texto veiculado na Revista “Época” é predominan- B) não padrão
temente: C) padrão formal
A) Descritivo D) rebuscada
B) Instrucional E) literária
C) Dialogal
D) Informativo
E) Dissertativo.

TEXTO 20

Conceitos Básicos - Linguagem

O homem precisa se comunicar. A comunicação é


a base da vida em sociedade. Dessa necessidade hu-
mana nasceu a linguagem.
Para se comunicar, o homem elaborou formas de
representação da realidade, recriou-a por meio de sinais

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