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INTRODUÇÃO

A indústria sempre teve associada a vertente humana, nem sempre tratada como

sua componente preponderante.

Até meados do século 20, as condições de trabalho nunca foram levadas em conta,

sendo sim importante a produtividade, mesmo que tal implicasse riscos de doença

ou mesmo à morte dos trabalhadores. Para tal contribuíam dois fatores, uma

mentalidade em que o valor da vida humana era pouco mais que desprezível e uma

total ausência por parte dos Estados de leis que protegessem o trabalhador.

Apenas a partir da década de 50 / 60, surgem as primeiras tentativas sérias de

integrar os trabalhadores em atividades devidamente adequadas às suas

capacidades.

Atualmente existe legislação que permite uma proteção eficaz de quem integra

Atividades industriais, ou outras , devendo a sua aplicação ser entendida como o

melhor meio de beneficiar simultaneamente as empresas e os Trabalhadores na

salvaguarda dos aspectos relacionados com as condições ambientais e de

segurança de cada posto de trabalho.

Na atualidade, em que certificações de Sistemas de Garantia da Qualidade e

ambientais ganham tanta importância, as medidas relativas à Higiene e Segurança

no Trabalho tardam em ser implementados pelo que o despertar de consciências é

fundamental.
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É precisamente este o objetivo principal deste curso, o de SENSIBILIZAR para as

questões da Higiene e Segurança no Trabalho.


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OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é mostrar a importância da higiene e a segurança do

Trabalho e que são duas atividades que estão intimamente relacionadas com o

objetivo de garantir condições de trabalho capazes de manter um nível de saúde dos

colaboradores e trabalhadores de uma empresa .

Segundo a O.M.S.- Organização Mundial de Saúde, a verificação de condições

de Higiene e Segurança consiste "num estado de bem-estar físico, mental e social

e não somente a ausência de doença e enfermidade ".

Mostrar que a higiene do trabalho propõe-se combater, de um ponto de vista não

médico, as doenças profissionais, identificando os fatores que podem afetar o

ambiente do trabalho e o trabalhador, visando eliminar ou reduzir os riscos

profissionais (condições inseguras de trabalho que podem afetar a saúde, segurança

e bem estar do trabalhador).

Mostrar que segurança do trabalho propõe-se combater, também de um ponto de

vista não médico, os acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras

do ambiente, quer educando os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas.

Mostrar que além disso, as condições de segurança, higiene e saúde no trabalho

constituem o fundamento material de qualquer programa de prevenção de riscos

profissionais e contribuem, na empresa, para o aumento da segurança, estudo,

avaliação e controle dos riscos de operação;

Higiene: Identificar e controlar as condições de trabalho que possam prejudicar a


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saúde do trabalhador.

Doença Profissional: Doença em que o trabalho é determinante para o seu

aparecimento. Competitividade com diminuição da sinistralidade.


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1 - HISTÓRIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO

O êxito de qualquer atividade empresarial é diretamente proporcional ao fato de

se manter a sua peça fundamental - o trabalhador - em condições ótimas de

saúde.

"A saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social, e não

somente a ausência de enfermidades".

Definição da Organização Mundial da Saúde. As atividades laborativas

Nasceram com o homem. Pela sua capacidade de raciocínio e pelo seu instinto

gregário, o homem conseguiu, através da história, criar uma tecnologia que

possibilitou sua existência no planeta. Uma revisão dos documentos históricos

relacionados à Segurança do Trabalho permitirá observar muitas referências a

riscos do tipo profissional mesclados aos propósitos do homem de lograr a sua

subsistência. Na antiguidade a quase totalidade dos trabalhos eram

desenvolvidos manualmente – uma prática que nós encontramos em muitos

trabalhos dos nossos dias.

Hipócrates em seus escritos que datam de quatro séculos antes de Cristo,

Fez menção à existência de moléstias entre mineiros e metalúrgicos. Plínio, o

Velho, que viveu antes do advento da era Cristã, descreveu diversas

moléstias do pulmão entre mineiros e envenenamento advindo do manuseio

de compostos de enxofre e zinco.

Galeno, que viveu no século II, fez várias referências a moléstias profissionais

entre trabalhadores das ilhas do mediterrâneo.

Agrícola e Paracelso investigaram doenças ocupacionais nos séculos XV e XVI.

Georgius Agrícola, em 1556, publicava o livro "De Re Metaliza", onde foram

Estudados diversos problemas relacionados à extração de minerais argentíferos


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e auríferos, e à fundição da prata e do ouro. Esta obra discute os acidentes do

trabalho e as doenças mais comuns entre os mineiros, dando destaque

à chamada "asma dos mineiros". A descrição dos sintomas e a rápida evolução

da doença parece indicar sem sombra de dúvida, tratarem de silicose.

Em 1697 surge a primeira monografia sobre as relações entre trabalho e doença

de autoria de Paracelso: "Von Der Birgsucht Und Anderen Heiten". São

numerosas as citações relacionando métodos de trabalho e substâncias

manuseadas com doenças. Destaca-se que em relação à intoxicação pelo

mercúrio, os principais sintomas dessa doença profissional foram por ele

assinalados.

Em 1700 era publicado na Itália, um livro que iria ter notável repercussão em

todo o mundo, tratava-se da obra "De Morbis Artificum Diatriba" de autoria do

médico Bernardino Ramazzini que, por esse motivo é cognominado o "Pai da

Medicina do Trabalho". Nessa importante obra, verdadeiro monumento da saúde

ocupacional, são descritas cerca de 100 profissões diversas e os riscos

específicos de cada uma. Um fato importante é que muitas dessas descrições

são baseadas nas próprias observações clínicas do autor o qual nunca esquecia

de perguntar ao seu paciente: "Qual a sua ocupação?".

Devido a escassez de mão de obra qualificada para a produção artesanal, o

gênio inventivo do ser humano encontrou na mecanização a solução do

problema.

Partindo da atividade predatória, evoluiu para a agricultura e pastoreio, alcançou

a fase do artesanato e atingiu a era industrial.

Entre 1760 e 1830, ocorreu na Inglaterra a Revolução Industrial, marco inicial da

moderna industrialização que teve a sua origem com o aparecimento da primeira


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máquina de fiar.

Até o advento das primeiras máquinas de fiação e tecelagem, o artesão fora

Dono dos seus meios de produção. O custo elevado das máquinas não mais

permitiu ao próprio artífice possuí-las. Desta maneira os capitalistas, antevendo

as possibilidades econômicas dos altos níveis de produção, decidiram adquiri-las

e empregar pessoas para fazê-las funcionar. Surgiram assim, as primeiras

fábricas de tecidos e, com elas, o Capital e o Trabalho.

Somente com a revolução industrial, é que o aldeão, descendente do troglodita,

começou a agrupar-se nas cidades. Deixou o risco de ser apanhado pelas garras

de uma fera, para aceitar o risco de ser apanhado pelas garras de uma máquina.

A introdução da máquina a vapor, sem sombra de dúvida, mudou integralmente o

quadro industrial. A indústria que não mais dependia de cursos d'água, veio para

as grandes cidades, onde era abundante a mão de obra.

Condições totalmente inóspitas de calor, ventilação e umidade eram

encontradas, pois as "modernas" fábricas nada mais eram que galpões

improvisados. As máquinas primitivas ofereciam toda a sorte de riscos, a as

conseqüências tornaram-se tão críticas que começou a haver clamores, inclusive

de órgãos governamentais, exigindo um mínimo de condições humanas para o

trabalho.

A improvisação das fábricas e a mão de obra constituída não só de homens, mas

também de mulheres e crianças, sem quaisquer restrições quanto ao estado de

saúde, desenvolvimento físico passaram a ser uma constante. Nos últimos

momentos do século XVIII, o parque industrial da Inglaterra passou por uma

série de transformações as quais, se de um lado proporcionaram melhoria

salarial dos trabalhadores, de outro lado, causaram problemas ocupacionais


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bastante sérios.

O trabalho em máquinas sem proteção; o trabalho executado em ambientes

fechados onde a ventilação era precária e o ruído atinge limites altíssimos; a

inexistência de limites de horas de trabalho; trouxeram como conseqüência

elevados índices de acidentes e de moléstias profissionais.

Na Inglaterra, França e Alemanha a Revolução Industrial causou um verdadeiro

massacre a inocentes e os que sobreviveram foram tirados da cama e arrastados

para um mundo de calor, gases, poeiras e outras condições adversas nas

fábricas e minas. Esses fatos logo se colocaram em evidência pelos altos índices

de mortalidade entre os trabalhadores e especialmente entre as crianças.

A sofisticação das máquinas, objetivando um produto final mais perfeito e em

maior quantidade, ocasionou o crescimento das taxas de acidentes e, também,

da gravidade desses acidentes.

Nessa época, a causa prevencionista ganhou um grande adepto: Charles

Dickens. Esse notável romancista inglês, através de críticas violentas, procurava

a todo custo condenar o tratamento impróprio que as crianças recebiam nas

indústrias britânicas.

Pouco a pouco, a legislação foi se modificando até chegar à teoria do risco

social: o acidente do trabalho é um risco inerente à atividade profissional

exercida em benefício de toda a comunidade, devendo esta, por conseguinte,

amparar a vítima do acidente.

No Brasil, podemos fixar por volta de 1930 a nossa revolução industrial e,

embora tivéssemos já a experiência de outros países, em menor escala, é bem

verdade, atravessamos os mesmos percalços, o que fez com que se falasse, em

1970, que o Brasil era o campeão mundial de acidentes do trabalho.


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Embora o assunto fosse pintado com cores muito sombrias, o quadro estatístico

de Acidentes no Brasil nos dá idéia de que era, de fato, lamentável a situação

que enfrentávamos. Ao mesmo tempo, pudemos vislumbrar um futuro mais

promissor, que só foi possível pelo esforço conjunto de toda nação:

trabalhadores, empresários, técnicos e governo.

Conceitos:

Segurança do Trabalho - É o conjunto de medidas técnicas, médicas e

educacionais, empregadas para prevenir acidentes, quer eliminando condições

inseguras do ambiente de trabalho, quer instruindo ou convencionando pessoas

na implantação de práticas preventivas.

Acidente do Trabalho - É o que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da

empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, que cause a

morte ou perda ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o

trabalho.

Acidente de Trajeto - Fica caracterizado como acidente de trabalho também

aquele que ocorre na ida ou na volta do trabalho ou no mesmo trajeto, quando o

trabalhador efetua as refeições em sua residência. Deixa de caracterizar-se o

acidente quando o trabalhador, por vontade própria, interrompa ou altere seu

trajeto normal.

Doença Ocupacional / Profissional - É a produzida ou desencadeada pelo

exercício do trabalho peculiar à determinada atividade e constante da respectiva

relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e o da Previdência

Social.

Ex: Saturnismo (intoxicação provocada pelo chumbo), Silicóse (sílica) e a LER


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(lesões por esforços repetitivos).

Doença do Trabalho - É a adquirida ou desencadeada em função de condições

especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente

(também constante da relação supracitada).

Ex: Disacusia (surdez) em trabalho realizado em local extremamente ruidoso.

Incidente - No conceito prevencionista é todo acidente sem lesão física, sendo

que esta conceituação permite a análise de todos os acidentes ocorridos, para

que possamos descobrir as verdadeiras causas e as conseqüentes medidas de

prevenção.

Causas do Acidente de Trabalho

Em um passado não muito distante, a responsabilidade do acidente do trabalho

era colocada nos trabalhadores, através dos atos inseguros, essa tendência

acabou criando uma "consciência culposa" nos mesmos, pois era comum a

negligência, o descuido, a facilitação e o excesso de confiança serem apontados

como causas dos acidentes. Atualmente com o avanço e a socialização das

técnicas prevencionista, o que queremos é apurar quais são as verdadeiras

causas e não os culpados pelos acidentes do trabalho, portanto, não é que não

exista o ato inseguro e a condição insegura, mas o que precisamos é

compreendê-los melhor.

Ato Inseguro - Toda forma incorreta de trabalhar, desrespeito às normas de

segurança, ou seja, ações conscientes ou inconscientes que possam causar

acidentes ou ferimentos.
Condição insegura - É a condição do ambiente de trabalho, que cause o

acidente ou contribua para sua ocorrência.

Fator pessoal de insegurança - É a causa relativa ao comportamento humano,


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que propicia a ocorrência de acidentes.

Ex: Doença na família, excesso de horas trabalhadas, problemas conjugais, etc.

Comunicação de Acidente de Trabalho - É o documento padronizado pelo INSS,

utilizado pela empresa para informar a Previdência Social, o acidente de

trabalho ou ocorrência de doença profissional no ambiente da empresa, de

forma a viabilizar para o empregado o auxílio-doença ou auxílio-acidente. Caso a

empresa não queira emitir a CAT o empregado poderá emiti-la, para isso ele

conta com o auxilio do seu sindicato. Caso o empregado tenha dúvidas no

preenchimento do formulário basta ler o Manual de Preenchimento da CAT

disponível no site da Previdência Social.

A C.A.T serve para:

Que o acidente seja legalmente reconhecido pelo INSS;

Que o trabalhador receba o auxílio acidente, se for o caso, bem como as

indenizações que gerar o acidente;

Que os serviços de saúde tenham informações sobre os acidentes e doenças e

possam direcionar ações para redução de acidentes de trabalho e doenças

profissionais e do trabalho;

Dar conhecimento aos serviços de fiscalização (Sindicato, DRT, INSS), que vão

desencadear iniciativas, que evitem acidentes semelhantes ou nas mesmas

condições se repitam;

A emissão da CAT é obrigatória pela empresa mesmo que o acidente não gere

Afastamento.

Muitas empresas, equivocadamente, deixam de emitir a CAT quando se verifica

que não haverá necessidade do empregado se afastar do trabalho por mais de


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15 (quinze) dias.

Ocorrendo o acidente de trabalho, independentemente de afastamento ou não,

ainda que por meio período, é obrigatória a emissão da CAT por parte do

empregador, sob pena de multa pelo Ministério do Trabalho, que pode variar

entre 630 (seiscentos e trinta) e 6.304 (seis mil, trezentos e quatro) UFIR,

dependendo da gravidade apurada pelo órgão fiscalizador.

A emissão da CAT, além de se destinar para fins de controle estatísticos e

epidemiológicos junto aos órgãos Federais, visa principalmente, a garantia de

assistência acidentária ao empregado junto ao INSS ou até mesmo de uma

O fato de não haver afastamento ou se este for inferior aos 15 (quinze) dias, não

desobriga a empresa do cumprimento da legislação trabalhista e de preservar a

saúde do trabalhador.

Hoje qualquer trabalhador que incorra em algum acidente de trabalho, poderá se

dirigir a um hospital devidamente credenciado junto ao INSS e registrar

formalmente este acidente, independentemente da empresa fazê-lo ou não. Isto

lhe dará todas as garantias advindas do acidente do trabalho, estabelecidas pela

legislação. A Constituição Federal de 88, refere, no art. 7º, inciso XXVIII, que é

garantia do empregado “seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do

empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando

incorrer em dolo ou culpa”.

Conseqüências do Acidente de Trabalho

1) Trabalhador e Família

Pode morrer, ficar mutilado, sentir dores.

Decrescimento do padrão familiar


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2) Empresa

Perde mão-de-obra, tempo com paralisação de máquinas e pessoal.

3) Nação

Perde elemento produtivo na força de trabalho, é levada a aumentar taxas e

impostos para manutenção de acidentados.

A quem Interessa a prevenção de Acidentes?

1) Ao trabalhador

Assegura qualidade de vida,

Evita perda de rendimentos,

Mantém sua auto-estima,

Trabalha com prazer, alegria, motivação para vida.

2) Ao empregador

Ganhos de produtividade,

Preservação da imagem da empresa perante à comunidade,

Redução dos custos diretos e indiretos,

Diminuição de litígios trabalhistas,

Menor rotatividade da mão-de-obra.

3) A sociedade/governo

Menores encargos previdenciários,

Imagem positiva da nação perante organismos internacionais,

Valorizar o ser humano por meio de políticas públicas.


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2 - FUNDAMENTOS DA HIGIENE E SEGURANÇA

2.1 ACIDENTES DE TRABALHO

O que é ACIDENTE ?. Se procurarmos num dicionário poderemos

encontrar "Acontecimento imprevisto , casual , que resulta em

ferimento , dano , estrago , prejuízo , avaria , ruína , etc .."

Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de fatores,

entre os quais se destacam as falhas humanas e falhas materiais.

Vale a pena lembrar que os acidentes não escolhem hora nem lugar. Podem

acontecer em casa, no ambiente de trabalho e nas inúmeras locomoções que

fazemos de um lado para o outro, para cumprir nossas obrigações diárias.

Quanto aos acidentes do trabalho o que se pode dizer é que grande parte

deles ocorre porque os trabalhadores se encontram mal preparados para

enfrentar certos riscos.

O que diz a lei ?. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a

serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause

a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente ou

temporária..."

Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como,

por exemplo, um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.

Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido.

Por exemplo, a perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza

uma perturbação funcional.

Doença profissional também é acidente do trabalho?

Doenças profissionais são aquelas que são adquiridas na seqüência do

exercício do trabalho em si.


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Doenças do trabalho são aquelas decorrentes das condições especiais em

que o trabalho é realizado. Ambas são consideradas como acidentes do

trabalho, quando delas decorrer a incapacidade para o trabalho.

Um funcionário pode apanhar uma gripe, por contagio com colegas de

trabalho . Essa doença, embora possa ter sido adquirida no ambiente de

trabalho, não é considerada doença profissional nem do trabalho, porque não

é ocasionada pelos meios de produção.

Contudo , se o trabalhador contrair uma doença ou lesão por contaminação

acidental, no exercício de sua atividade, temos aí um caso equiparado a um

acidente de trabalho. Por exemplo, se operador de um banho de decapagem

se queima com ácido ao encher a tina do banho ácido isso é um acidente do

trabalho.

Noutro caso, se um trabalhador perder a audição por ficar longo tempo sem

proteção auditiva adequada, submetido ao excesso de ruído, gerado pelo

trabalho executado junto a uma grande prensa, isso caracteriza igualmente

uma doença de trabalho.

Um acidente de trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa

apenas por algumas horas, o que é chamado de acidente sem afastamento. É

que ocorre, por exemplo, quando o acidente resulta num pequeno corte no

dedo, e o trabalhador retorna ao trabalho em seguida.

Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar

suas atividades por dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o

trabalhador acidentado não retornar ao trabalho imediatamente ou até no dia

seguinte, temos o chamado acidente com afastamento, que pode resultar na

incapacidade temporária, ou na incapacidade parcial e permanente, ou,


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ainda, na incapacidade total e permanente para o trabalho.

A incapacidade temporária é a perda da capacidade para o trabalho por um período

Limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas atividades normais.

A incapacidade parcial e permanente é a diminuição, por toda vida, da capacidade

física total para o trabalho. É o que acontece, por exemplo, quando ocorre a perda

de um dedo ou de uma vista incapacidade total e permanente é a invalidez incurável

para o trabalho. Neste último caso, o trabalhador não reúne condições para

trabalhar o que acontece, por exemplo, se um trabalhador perde as duas vistas num

acidente do trabalho. Nos casos extremos, o acidente resulta na morte do

trabalhador.

Um trabalhador desvia sua atenção do trabalho por fração de segundo,

ocasionando um acidente sério. Além do próprio trabalhador são atingidos mais dois

colegas que trabalham ao seu lado. O trabalhador tem de ser removido

urgentemente para o hospital e os dois outros trabalhadores envolvidos são

atendidos no ambulatório da empresa. Um equipamento de fundamental importância

é paralisado em conseqüência do dano em algumas peças da máquina. O

equipamento parado é uma guilhotina que corta a matéria-prima para vários

setores de produção.

Analise a situação anterior e liste as conseqüências diretas e indiretas que consegue

prever, em resultado deste acidente .

2.2 - FACTORES QUE AFECTAM A HIGIENE E SEGURANÇA

Em geral a atividade produtiva encerra um conjunto de riscos e de condições de

trabalho desfavoráveis em resultado da especificidades próprias de alguns

processos ou operações , pelo que o seu tratamento quanto a Higiene e Segurança


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costuma ser cuidado com atenção. Contudo , na maior parte dos casos , é possível

identificar um conjunto de fatores relacionados com a negligência ou desatenção por

regras elementares e que potenciam a possibilidade de acidentes ou problemas .

Acidentes devido a CONDIÇÕES PERIGOSAS:

- Máquinas e ferramentas

- Condições de organização (Lay-Out mal feito, armazenamento perigoso, falta de

equipamento de Proteção Individual - E.P.I.)

- Condições de ambiente físico, (iluminação, calor, frio, poeiras, ruído)

Acidentes devido a AÇÕES PERIGOSAS:

Falta de cumprimento de ordens (não usar E.P.I.)

Ligado à natureza do trabalho (erros na armazenagem)

Nos métodos de trabalho (trabalhar a ritmo anormal, manobrar empilhadeiras à

Fangio, distrações, brincadeiras)

2.3 - AS PERDAS DE PRODUTIVIDADE E QUALIDADE

Foi necessário muito tempo para que se reconhecesse até que ponto as condições

de trabalho e a produtividade se encontram ligadas. Numa primeira fase, houve a

percepção da incidência econômica dos acidentes de trabalho onde só eram

considerados inicialmente os custos diretos (assistência médica e indenizações) e

só mais tarde se consideraram as doenças profissionais. Na atividade corrente de

uma empresa , compreendeu-se que os custos indiretos dos acidentes de trabalho

são bem mais importantes que os custos diretos , através de fatores de perda como

os seguintes :

- Perda de horas de trabalho pela vítima;

- Perda de horas de trabalho pelas testemunhas e Responsáveis;

- Perda de horas de trabalho pelas pessoas encarregadas do inquérito;


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- Interrupções da produção;

- Danos materiais;

- Atraso na execução do trabalho;

- Custos inerentes às perícias e ações legais eventuais;

- Diminuição do rendimento durante a substituição;

- A retoma de trabalho pela vítima;

Estas perdas podem ser muito elevadas , podendo mesmo representar quatro vezes

os custos diretos do acidente de trabalho. A diminuição de produtividade e o

aumento do número de peças defeituosas e dos desperdícios de material

imputáveis à fadiga provocada por horários de trabalho excessivos e por más

condições de trabalho, nomeadamente no que se refere à iluminação e à

ventilação, demonstraram que o corpo humano, apesar da sua imensa capacidade

de adaptação, tem um rendimento muito maior quando o trabalho decorre em

condições ótimas. Com efeito, existem muitos casos em que é possível aumentar
a

produtividade simplesmente com a melhoria das condições de trabalho. De uma

forma geral, a Gestão das Empresas não explora suficientemente a melhoria das

condições de higiene e a segurança do trabalho nem mesmo a ergonomia dos

postos de trabalho como forma de aumentar a Produtividade e a Qualidade.

A relação entre o trabalho executado pelo operador e as condições de trabalho do

local de trabalho , passou a ser melhor estudada desde que as restrições impostas

pela tecnologia industrial moderna constituem a fonte das formas de insatisfação

que se manifestam sobretudo entre os trabalhadores afetos às tarefas mais

elementares, desprovidas de qualquer interesse e com caráter repetitivo e

monótono.
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Desta forma pode-se afirmar que na maior parte dos casos a Produtividade é

afetada pela conjugação de dois aspectos importantes :

- Um meio ambiente de trabalho que exponha os trabalhadores a riscos profissionais

graves (causa direta de acidentes de trabalho e de doenças profissionais);

- A insatisfação dos trabalhadores face a condições de trabalho que não estejam em

harmonia com as suas características físicas e psicológicas.

Em geral as conseqüências revelam-se numa baixa quantitativa e qualitativa da

produção, numa rotação excessiva do pessoal e a num elevado absentismo. Claro

que as conseqüências de uma tal situação variarão segundo os meios

socioeconômicos.

Fica assim explicado que as condições de trabalho e as regras de segurança e

Higiene correspondentes , constituem um fator da maior importância para a melhoria

de desempenho das Empresas , através do aumento da sua produtividade obtida em

condições de menor absentismo e sinistro.

Por parte dos trabalhadores de uma Empresa , o Emprego não deve representar

somente o trabalho que se realiza num dado local para auferir um ordenado, mas

também uma oportunidade para a sua valorização pessoal e profissional , para o

que contribuem em mito as boas condições do seu posto de trabalho .

Querendo evitar a curto prazo um desperdício de recursos humanos e monetários e

a longo prazo garantir a competitividade da Empresa , deverá prestar-se maior

atenção às condições de trabalho e ao grau de satisfação dos seus colaboradores,

reconhecendo-se que, uma empresa desempenha não só uma função técnica e

econômica mas também um importante papel social.


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2.4 - SEGURANÇA DO POSTO DE TRABALHO

2.4.1 - SIGNIFICADO E IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO

A Prevenção é certamente o melhor processo de reduzir ou eliminar as

possibilidades de ocorrerem problemas de segurança com o Trabalhador.

A prevenção consiste na adoção de um conjunto de medidas de proteção , na

previsão de que a segurança física do operador possa ser colocada em risco

durante a realização do seu trabalho .Nestes termos , pode-se acrescentar que as

medidas a tomar no domínio da higiene industrial não diferem das usadas na

prevenção dos acidentes de trabalho.

Como princípios de prevenção na área da Higiene e Segurança industrial,

poderemos apresentar os seguintes :

a - Tal como se verifica no domínio da segurança, a prevenção mais eficaz em

matéria de higiene industrial exerce-se, também, no momento da concepção do

edifício, das instalações e dos processos de trabalho, pois todo o melhoramento ou

alteração posterior já não terá a eficácia desejada para proteger a saúde dos

trabalhadores e será certamente muito mais dispendiosa.

b - As operações perigosas (as que originam a poluição do meio ambiente ou

causam ruído ou vibrações) e as substâncias nocivas, susceptíveis de contaminar a

atmosfera do local de trabalho, devem ser substituídas por operações e substâncias

inofensivas ou menos nocivas.

C - Quando se torna impossível instalar um equipamento de segurança coletivo, é

necessário recorrer a medidas complementares de organização do trabalho,

que, em certos casos, podem comportar a redução dos tempos de exposição ao

risco.
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d - Quando as medidas técnicas coletivas e as medidas administrativas não são

suficientes para reduzir a exposição a um nível aceitável, deverá fornecer-se

aos trabalhadores um equipamento de proteção individual (EPI) apropriado.

e - Salvo casos excepcionais ou específicos de trabalho, não deve considerar-se o

equipamento de proteção individual como o método de segurança fundamental, não

só por razões fisiológicas mas também por princípio, porque o trabalhador pode, por

diversas razões, deixar de utilizar o seu equipamento. Um qualquer posto de

trabalho representa o ponto onde se juntam os diversos meios de produção

(Homem , Máquina , Energia , Matéria-prima , etc) que irão dar origem a uma

operação de transformação , daí resultando um produto ou um serviço.

Para a devida avaliação das condições de segurança de um Posto de Trabalho é

necessário considerar um conjunto de fatores de produção e ambientais em que se

insere esse mesmo posto de trabalho .

Para que a atividade de um operador decorra com o mínimo de risco , têm que se

criar diferentes condições passivas ou ativas de prevenção da sua segurança.

Os principais aspectos a levar em contas num diagnóstico das condições de

segurança (ou de risco) de um Posto de Trabalho , podem ser avaliados pelas

seguintes questões:

2.4.2 - O LOCAL DE TRABALHO:

- Tem acesso fácil e rápido ?

- É bem iluminado ?

- O piso é aderente e sem irregularidades?

- É suficientemente afastado dos outros postos de Trabalho ?

- As escadas têm corrimão ou proteção lateral ?


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2.4.3 - MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS:

- As cargas a movimentar são grandes ou pesadas ?

- Existem e estão disponíveis equipamento de transporte auxiliar ?

- A cadencia de transporte é elevada ?

- Existem passagens e corredores com largura compatível ?

- Existem marcações no solo delimitando zonas de movimentação?

- Existe carga exclusivamente Manual ?

2.4.4 - POSIÇÕES DE TRABALHO:

- O Operador trabalha de pé muito tempo?

- O Operador gira ou baixa-se frequentemente ?

- O operador tem que e afastar para dar passagem a máquinas

ou outros operadores ?

- A altura e a posição da máquina é adequada ?

- A distancia entre a vista e o trabalho é correta ?

2.4.5 - CONDIÇÕES PSICOLÓGICAS DO TRABALHO:

- O trabalho é em turnos ou normal ?

- O Operador realiza muitas Horas extras ?

- A Tarefa é de alta cadencia de produção ?

- É exigida muita concentração dados os riscos da operação?

2.4.6 - MÁQUINA:

- A engrenagens e partes móveis estão protegidas ?

- Estão devidamente identificados os dispositivos de segurança?

- A formação do Operador é suficiente ?

- A operação é rotineira e repetitiva ?


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2.4.7 - RUÍDOS E VIBRAÇÕES:

- No PT sentem-se vibrações ou ruído intenso ?

- A máquina a operar oferece trepidação ?

- Existem dispositivos que minimizem vibrações e ruído ?

2.4.8 - ILUMINAÇÃO:

- A iluminação é natural ?

- Está bem orientada relativamente ao local de trabalho ?

- Existe alguma iluminação intermitente as imediações do local de trabalho ?

2.4.9 - RISCOS QUÍMICOS:

- O ar circundante tem Poeiras ou fumos ?

- Existe algum cheiro persistente ?

- Existem ventilação ou exaustão de ar do local ?

- Os produtos químicos estão bem embalados ?

- Os produtos químicos estão bem identificados ?

- Existem resíduos de produtos no chão ou no PT ?

2.4.10 - RISCOS BIOLÓGICOS:

- Há contacto direto com animais ?

- À contacto com sangue ou resíduos animais ?

- Existem meios de desinfecção no posto de trabalho ?

2.4.11 - PESSOAL DE SOCORRO:

- EXISTE alguém com formação em primeiros socorros?

- Os números de alerta estão visíveis e atualizados ?

- Existem caixas de primeiros socorros e Macas ?


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Com a redução dos acidentes poderão ser eliminados problemas que afetam

o homem e a produção.

Para que isso aconteça, é necessário que tanto os empresários (que têm

por obrigação fornecer um local de trabalho com boas condições de

segurança e higiene, maquinaria segura e equipamentos adequados) como os

trabalhadores (aos quais cabe a responsabilidade de desempenhar o seu

dever com menor perigo possível para si e para os companheiros) estejam

comprometidos com uma mentalidade de Prevenção de Acidentes

Prevenir quer dizer : "...ver antecipadamente; chegar antes do

acidente; tomar todas as providências para que o acidente não

tenha possibilidade de ocorrer ..."

2.5 - O EFEITO DOMINÓ E OS ACIDENTES DE TRABALHO

Há muito tempo, que especialistas se vêm a dedicar ao estudo dos acidentes

e de suas causas e um dos fatos já comprovados é que, quando um acidente

acontece, vários fatores entraram em ação anteriormente por


forma

permitir o acidente.

Um acidente laboral , pode muitas vezes ser comparado com o que acontece

quando enfileiramos pedras de um dominó e depois damos um

empurrãozinho numa uma delas. Em resultado , as pedras acabam por se

derrubarem umas ás outras , até que a ultima pedra caia por terra.

Podemos imaginar que algo semelhante acontece quando um acidente ocorre,

considerando que se podem conjugar cinco fatores que se complementam

da seguinte forma :

- Ambiente social

- Causa pessoal
25

- Causa mecânica

- Acidente

- Lesão

O Ambiente Social do trabalhador relaciona-se com dois fatores principais a

saber : Hereditariedade e Influencia Social . As características físicas e

psicológicas do individuo são determinadas pela hereditariedade transmitida

pelos Pais . Por outro lado o comportamento de cada um é muitas vezes

influenciado pelo ambiente social em que cada um vive (A moda tanto .é usar

cabelos longos, como usar a cabeça raspada) .

A causa pessoal está relacionada com o conjunto de conhecimentos e

habilidades que cada um possui para desempenhar uma tarefa num dado

momento. A probabilidade de envolvimento em acidentes aumenta quando as

condições psicológicas não são as melhores (depressão) , ou quando não

existe preparação e treino suficiente .

A causa mecânica diz respeito às falhas materiais existentes no ambiente

de trabalho. Quando o equipamento não apresenta proteção para o

trabalhador, quando a iluminação do ambiente de trabalho é deficiente ou

quando não há boa manutenção do equipamento, os riscos de acidente

aumentam consideravelmente.

Quando um ou mais dos fatores anteriores se manifestam, ocorre o acidente

que pode provocar ou não lesão no trabalhador.

2.6 - Segurança de Máquinas

Muitos processos produtivos dependem da utilização de máquinas , pelo que

é importante a existência e o cumprimento dos requisitos de segurança em

máquinas industriais ou a sua implementação no terreno de modo a garantir


26

a maior segurança aos operadores.

Máquina : Todo o equipamento, (inclusive acessórios e equipamentos de

segurança), com movimento, (engrenagens), e com fonte de energia que

não a humana

Os Requisitos de segurança de uma máquina podem ser identificados,

nomeadamente o que diz respeito ao seu acionamento a partir de Comandos:

Devem estar visíveis e acessíveis a partir do posto de trabalho


normal;

Devem estar devidamente identificados em português ou então por símbolos.

O COMANDO DE ARRANQUE: a máquina só entra em funcionamento quando se

aciona este comando, não devendo arrancar sozinho quando volta a corrente

O COMANDO DE PARAGEM: deve sempre sobrepor-se ao comando de arranque

STOP DE EMERGÊNCIA: corta a energia, pode ter um aspecto de barra botão ou

Cabo.

2.6.1 - Dispositivos de Proteção

Protetores Fixos: os mais vulgarmente utilizados são as guardas. São estruturas

Metálicas aparafusadas à estrutura da máquina e devem impedir o acesso aos

órgãos de transmissão. O acesso só para ações de manutenção.

Protetores Móveis: neste caso as guardas são fixadas à estrutura por dobradiças ou

calhas o que as torna amovíveis. A abertura da proteção deve levar à paragem

automática do "movimento perigoso", (pode-se recorrer a um sistema de

encravamento elétrico).

Comando Bi-Manual: para uma determinada operação, em vez de uma só betoneira

existem duas que devem ser pressionadas em simultâneo. Isto obriga a que o
27

trabalhador mantenha as duas mãos ocupadas evitando cortes e

esmagamentos (Guilhotinas , Prensas)

Barreiras Ópticas: Dispositivo constituído por duas "colunas", uma emissora e a

outra receptora, entre elas existe uma "cortina" de raios infra-vermelhos. Quando

alguém ou algum objeto atravessa esta "cortina" surge uma interrupção de sinalo

que leva á paragem de movimentos mecânicos perigosos.

Distâncias de Segurança : Define-se distância de segurança, a distância necessária

que impeça que os membros superiores alcancem zonas perigosas do equipamento

2.7 - REDUÇÃO DOS RISCOS DE ACIDENTE

Como já vimos, os acidentes são evitados com a aplicação de medidas específicas

de segurança, selecionadas de forma a estabelecer maior eficácia na prevenção da

segurança . As prioridades são:

Eliminação do risco : significa torná-lo definitivamente inexistente (exemplo: uma

escada com piso escorregadio apresenta um sério risco de acidente. Esse risco

poderá ser eliminado com um piso antiderrapante).

Neutralização do risco :o risco existe, mas está controlado. Esta opção é utilizada na

impossibilidade temporária ou definitiva da eliminação de um risco. (exemplo: as

partes móveis de uma máquina como polias, engrenagens, correias etc. - devem ser

neutralizadas com anteparos de proteção , uma vez que essas peças das máquinas

não podem ser simplesmente eliminadas.

Sinalização do risco : é a medida que deve ser tomada quando não for possível

eliminar ou isolar o risco. (exemplo: máquinas em manutenção devem ser

sinalizadas com placas de advertência; locais onde é proibido fumar devem

ser devidamente sinalizados.


28

2.8 - PROTECÇÃO COLECTIVA E PROTECÇÃO INDIVIDUAL

As medidas de proteção coletiva, através dos equipamentos de proteção coletiva

(EPC), devem ter prioridade, conforme determina a legislação . uma vez que

Beneficiam todos os trabalhadores, indistintamente Os EPCs devem ser mantidos

nas condições que os especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser

reparados sempre que apresentarem qualquer deficiência.

Vejamos alguns exemplos de aplicação de EPCs:

- Sistema de exaustão que elimina gases, vapores ou poeiras contaminantes do

local de trabalho;

- Enclausuramento de máquina ruidosa para livrar o ambiente do ruído excessivo;

- Comando bimanual, que mantém as mãos ocupadas, fora da zona de perigo,

durante o ciclo de uma máquina;

- Cabo de segurança para conter equipamentos suspensos sujeitos a esforços, caso

venham a se desprender.

Quando não for possível adotar medidas de segurança de ordem geral, para

garantir a proteção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais,

devem-se utilizar os equipamentos de proteção individual, conhecidos pela

sigla EPI.

São considerados equipamentos de proteção individual todos os dispositivos de uso

pessoal destinados a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador os EPIs

não evitam os acidentes, como acontece de forma eficaz com a proteção coletiva.

Apenas diminuem ou evitam lesões que podem decorrer de acidentes.

Veja um exemplo:
29

Um operador derramou metal fundido dentro de um molde, com uma concha.sem

reparar que havia um pouco de água no fundo do molde. Ao derramar o metal,

este reagiu com a água, causando uma explosão que lhe atingiu o rosto. Dado

que o operador usava mascara , Isso impediu que o rosto e os olhos fossem

atingidos. Graças ao uso correto do EPI, o operador não teve nenhuma lesão.

Existem EPIs para proteção de praticamente todas as partes do corpo. Veja

alguns exemplos:

- Cabeça e crânio: capacete de segurança contra impactos, perfurações, ação dos

agentes meteorológicos etc.

- Olhos: óculos contra impactos, que evita a cegueira total ou parcial e a conjuntivite.

É utilizado em trabalhos onde existe o risco de impacto de estilhaços e limalhas .

Vias respiratórias: protetor respiratório, que previne problemas pulmonares e

das vias respiratórias, e deve ser utilizado em ambientes com poeiras, gases,

vapores ou fumos nocivos.

Face: máscara de solda, que protege contra impactos de partículas, respingos de

produtos químicos, radiação (infravermelha e ultravioleta) e ofuscamento.

Ouvidos: Auriculares, que previne a surdez, o cansaço, a irritação e outros

problemas psicológicos. Deve ser usada sempre que o ambiente apresentar níveis

de ruído superiores aos aceitáveis, de acordo com a norma regulamentadora.

Mãos e braços: luvas, que evitam problemas de pele, choque elétrico, queimaduras,

cortes e raspões e devem ser usadas em trabalhos com solda elétrica, produtos

químicos, materiais cortantes, ásperos, pesados e quentes.

Pernas e pés: botas de borracha, que proporcionam isolamento contra eletricidade e

umidade. Devem ser utilizadas em ambientes úmidos e em trabalhos que exigem

contacto com produtos químicos.


30

Tronco: aventais de couro, que protegem de impactos, gotas de produtos químicos,

choque elétrico, queimaduras e cortes. Devem ser usados em trabalhos de

soldagem elétrica, oxi acetilênica, corte a quente.

A lei determina que os EPIs sejam aprovados pelo Ministério do Trabalho, mediante

certificados de aprovação (CA). As empresas devem fornecer os EPIs gratuitamente

aos trabalhadores que deles necessitarem. A lei estabelece também que é

obrigação dos empregados usar os equipamentos de proteção individual onde

houver risco, assim como os demais meios destinados a sua segurança.

2.9 - SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

No interior e exterior das instalações da Empresa , devem existir formas de aviso e

informação rápida , que possam auxiliar os elementos da Empresa a atuar em

conformidade com os procedimentos de segurança .

Com este objetivo , existe m conjunto de símbolos e sinais especificamente criados

para garantir a fácil compreensão dos riscos ou dos procedimentos a cumprir nas

diversas situações laborais que podem ocorrer no interior de uma empresa ou em

lugares públicos . Em seguida dão-se alguns exemplos do tipo de sinalização

existente e a ser aplicada nas Empresas .

2.9.1 - SINAIS DE PERIGO

Indicam situações de risco potencial de acordo com o pictograma inserido no sinal.

São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos, etc..

Têm forma triangular, o contorno e pictograma a preto e o fundo amarelo.

Perigo de incêndio

Perigo de eletrocussão

Perigos Vários

Perigo de Intoxicação
31

Perigo Substâncias Corrosivas

Perigo Zonas Quentes

2.9.2 - SINAIS DE PROIBIÇÃO

Indicam comportamentos proibidos de acordo com o pictograma inserido no sinal.

São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos, etc.

Têm forma circular, o contorno vermelho, pictograma a preto e o fundo branco.

Proibido foguear / fazer fogo

Proibido apagar com água

Proibido fumar

Proibido beber água

Proibido lavar as mãos

2.9.3 - SINAIS DE OBRIGAÇÃO

Indicam comportamentos obrigatórios de acordo com o pictograma inserido no sinal.

São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos, etc..

Têm forma circular, fundo azul e pictograma a branco.

Proteção obrigatória dos Olhos e vias respiratórias;

Proteção obrigatória das mãos;

Obrigatório Lavas as Mãos;

2.9.4 - SINAIS DE EMERGÊNCIA

Fornecem informações de salvamento de acordo com o pictograma inserido no sinal.

São utilizados em instalação, acessos e equipamentos, etc.. Têm forma retangular,

fundo verde e pictograma a branco.

Posto de Primeiros Socorros;

Lava-Olhos de Emergência;

Saída de emergência á esquerda;


32

Direção de evacuação;

2.10 - HIGIENE E CONDIÇÕES AMBIENTAIS

O conjunto de elementos que temos à nossa volta, tais como as edificações, os

equipamentos, os móveis, as condições de temperatura, de pressão, a umidade do

ar, a iluminação, a organização, a limpeza e as próprias pessoas, fazem parte das

condições de trabalho e constituem assim o que se designa por ambiente.

Nos locais de trabalho, a combinação de alguns desses elementos gera produtos e

serviços. A todo esse conjunto de elementos e ações denominamos condições

ambientais.

Em muitos casos , o ambiente de trabalho é agressivo para o trabalhador , dadas as

Condições de ruído , temperatura , esforço , etc , a que o mesmo se encontra sujeito

durante o cumprimento das suas funções.

O desenvolvimento tecnológico permitiu que em algumas das condições mais duras

de trabalho para o ser humano ,sejam usados robôs ou dispositivos mecânicos que

substituem total ou parcialmente a ação direta do trabalhador (Siderurgia , Pintura,

Indústria química , etc).

Entretanto, apesar de todo o avanço científico e tecnológico, ainda há situações em

que o homem é obrigado a enfrentar condições desfavoráveis ou perigosas na

realização de determinadas tarefas (Minas ,Construção civil , etc)

2.11 - INIMIGO INVISÍVEL

Qualquer um de nós já se submeteu a um exame de raio X por indicação médica.

Nada sentimos ou vemos sair do aparelho de raio X ao fazermos esse exame.

Porém, para executar a radiografia, o equipamento liberta uma grande carga de

energia eletromagnética não percebida por nós. Essa radiação, em doses elevadas,
33

é prejudicial ao organismo humano, pois provoca alterações no sistema de

reprodução das células, ocasionando doenças e, em alguns casos, a morte.

Essa é uma das razões pelas quais consideramos certos riscos ambientais como

inimigos invisíveis: alguns deles não são captados pelos órgãos dos sentidos

(audição, visão, olfato, paladar e tacto), fazendo com que o trabalhador não se sinta

ameaçado. Inconsciente do perigo, a tendência é ele não dar importância à

prevenção.

As experiências e os estudos médicos demonstram que muitas pessoas adquiriram

doenças pulmonares depois de trabalhar anos a fio, sem nenhuma proteção, com

algum tipo de produto químico ou produtos minerais. Este tipo de doença progride

lentamente, tornando difícil seu diagnóstico inicial, acabando a doença por se

manifestar muito mais tarde e muitas vezes sem recuperação.

Em resumo, o desconhecimento de como os fatores ambientais geram riscos à

saúde é um dos mais sérios problemas enfrentados pelo trabalhador.

2.12 - OS RISCOS QUE RODEIAM O POSTO DE TRABALHO

Há vários fatores de risco que afetam o trabalhador no desenvolvimento das suas

tarefas diárias.

Alguns destes riscos atingem grupos específicos de profissionais , como é o caso,

dos mergulhadores, que trabalham submetidos a altas pressões e a baixas

temperaturas. Por esse fato, são obrigados a usar roupas especiais, para conservar

a temperatura do corpo, e passam por cabines de compressão e descompressão,

cada vez que mergulham ou sobem à superfície.

Outros fatores de risco não escolhem profissão: agridem trabalhadores de diferentes

áreas e níveis ocupacionais, de maneira subtil, praticamente imperceptível. Esses

últimos são os mais perigosos, porque são os mais ignorados.


34

Os principais tipos de risco ambiental que afetam os trabalhadores de um modo

geral, estão separados em :

Riscos físicos

Riscos químicos

Riscos Biológicos

Riscos Ergonômicos

2.13 - RISCOS FÍSICOS

Todos nós, ao desenvolvermos o nosso trabalho, gastamos uma certa quantidade

de energia para produzir um determinado resultado. Em geral, quando dispomos de

boas as condições físicas do ambiente, como, por exemplo, o nível de ruído e a

temperatura são aceitáveis, produzimos mais com menor esforço.

Mas, quando essas condições fogem muito aos nossos limites de tolerância, atinge-

se facilmente o incomodo e a irritação determinando muitas vezes o aparecimento

de cansaço, a queda de produção, falta de motivação e desconcentração.

Por outras palavras, os fatores físicos do ambiente de trabalho interferem

diretamente no desempenho de cada trabalhador e na produção obtida, pelo que se

justifica a sua analise com o maior cuidado.

Ao estudar cada um dos fatores apresentados a seguir, pense no seu próprio local

de trabalho. Identifique os problemas, liste-os e proponha uma medida de correção

para esse problema.

2.14 - RUÍDO

Quando um de nós se encontra num ambiente de trabalho e não consegue ouvir

perfeitamente a fala das pessoas no mesmo recinto , isso é uma primeira indicação

de que o local é demasiado ruidoso.Os especialistas no assunto definem o ruído

como todo som que causa sensação desagradável ao homem.


35

As perdas de audição são derivadas da freqüência e intensidade do ruído. A fadiga

evidencia-se por uma menor acuidade auditiva. As ondas sonoras transmitem-se

tanto pelo ar como por materiais sólidos. Quanto maior for a densidade do meio

condutor, menor será a velocidade de propagação do ruído.

O ruído é pois um agente físico que pode afetar de modo significativo a qualidade de

vida. Mede-se o ruído utilizando um instrumento denominado medidor de pressão

sonora, e a unidade usada como medida é o decibel ou abreviadamente dB.

Para 8 horas diárias de trabalho, o limite máximo de ruído estabelecido é de 85

decibéis.

O ruído emitido por uma britadeira é equivalente a 100 decibéis. O limite máximo de

exposição contínua do trabalhador a esse ruído, sem proteção auditiva, é de 1 hora.

Sem medidas de controlo ou proteção , o excesso de intensidade do ruído, acaba

por afetar o cérebro e o sistema nervoso.

Em condições de exposição prolongada ao ruído por parte do aparelho auditivo, os

efeitos podem resultar na surdez profissional cuja cura é impossível, deixando o

trabalhador com dificuldades para se relacionar com os colegas e família , assim

como dificuldades acrescidas em se aperceber da movimentação de veículos ou

máquinas , agravando as suas condições de risco por acidente físico.

Intensidade do som:

dB 10-12 W/m2 Exemplos Típicos


130 10 Limiar da dor
120 1,0 Grande avião a jato
110 0,1 Grande orquestra
100 0,01 Colocação de Rebites
90 10-3 Comboio
80 10-4 Escritório ruidoso
70 10-5 Motor de carro
50 10-7 Escritório médio
40 10-8 Escritório sossegado
30 10-9 Biblioteca
20 10-10 Sussurro
36

10 10-11 Murmúrio
0 10-12 Limiar da audibilidade

2.15 - Vibrações

As vibrações caracterizam-se pela sua amplitude e freqüência. Apresentam

geralmente baixas freqüências e conduzem-se por materiais sólidos (Exprimem-


se

em m/s 2 ou em dB.

Consoante a posição do corpo humano, (de pé, sentado ou deitado), a sua

resposta às vibrações será diferente sendo igualmente Importante o ponto de

aplicação da força vibratória.

Os efeitos no homem das forças vibratórias podem ser resumidos nos seguintes

casos :

Freqüência entre 8 e 1000 Hz; O uso prolongado de martelos pneumáticos ou

motosserras, conduz a complicações nos vasos sanguíneos e articulações e á

diminuição na circulação sanguínea estas lesões podem ser permanentes.

Freqüência acima de 1000 Hz; O efeito restringe-se a nível da epiderme (danos em

células e efeitos térmicos). Com o passar do tempo, afecções a nível da articulações

e da coluna, exemplos práticos:

Automóvel que passa lomba no asfalto:

Alta Amplitude; Baixa Freqüência;

Automóvel em piso de paralelo:

Baixa Amplitude; Alta Freqüência;

Barco à deriva:

Alta Amplitude; Baixa Freqüência;

Barco a motor:

Baixa Amplitude; Alta Freqüência


37

Em geral, as massas pequenas estão mais sujeitas a altas-freqüências. As

massas grandes, às baixas freqüências.

2.16 – AMPLITUDES TÉRMICAS

Frio ou calor em excesso, ou a brusca mudança de um ambiente quente para

um ambiente frio ou vice-versa, também são prejudiciais à saúde.

Nos ambientes onde há a necessidade do uso de fornos, maçaricos etc., ou

pelo tipo de material utilizado e características das construções (insuficiência

de janelas, portas ou outras aberturas necessárias a uma boa ventilação),

toda essa combinação pode gerar alta temperatura prejudicial à saúde do

trabalhador.

A sensação de calor que sentimos é proveniente da temperatura resultante

existente no local e do esforço físico que fazemos para executar um trabalho.

A temperatura resultante é função dos seguintes fatores:

Umidade relativa do ar;

Velocidade e temperatura do ar;

Calor radiante (produzido por fontes de calor do ambiente, como fornos e maçaricos.

A unidade de medida da temperatura adotada é o grau Celsius, abreviadamente ºC.

De um modo geral, a temperatura ideal situa-se entre 21ºC e 26 ºC enquanto a

umidade relativa do ar deve estar entre 55% a 65%, e a velocidade do ar deve ser

cerca de 0,12 m/s.

Condições ambientais aconselhadas:

A temperatura ideal situa-se entre 21ºC e 26 ºC

A umidade relativa do ar deve estar entre 55% a 65%

A velocidade do ar deve ser cerca de 0,12 m/s

Os ambientes térmicos podem ser classificados como :


38

Quentes (Fundições, Cerâmicas , Padarias);

Frios (armazéns frigoríficos, atividades piscatórias);

Neutros (escritórios).

Logicamente que as situações mais preocupantes ocorrem em ambientes térmicos

frios e quentes ou sobretudo quando as duas possibilidades existem na mesma

empresa ou no mesmo posto de trabalho .

2.17 – STRESS TÉRMICO

Em geral está relacionado com o desconforto do trabalhador em condições de

trabalho em que a temperatura ambiente é muito elevada , podendo-se conjugar

uma umidade baixa e uma circulação de ar deficiente .

Os sintomas de exposição a ambientes térmicos hostis podem ser descritos por :

Ambiente Térmico Quente;

Temperatura superficial da pele aumenta (vasodilatação dos capilares, o indivíduo

cora);

Temperatura interna aumenta ligeiramente;

Sudação;

Mal estar generalizado;

Tonturas e desmaios;

Esgotamento e morte;

2.17.1 – AMBIENTES TÉRMICOS FRIOS:

Frieiras, localizadas nos dedos das mãos e dos pés;

Alteração circulatória do sangue leva a que as extremidades do corpo humano

adquiram uma coloração vermelho-azulada;

Pé-das Trincheiras, surge em situações de grande umidade, os pés ficam


39

extremamente frios e com cor violácea;

Enregelamento, é congelamento de tecidos devido a exposição a temperaturas

muito baixas ou por contacto com superfícies muito frias.

As medidas a tomar para minimizar os efeitos do Stress Térmico podem passar por ;

Em primeiro lugar uma correta dieta alimentar de modo a fortalecer o


organismo;

Ingerir bastante água à temperatura ambiente;

Não beber álcool;

Evitar alimentação rica em gorduras visto que estas retêm os líquidos no organismo,

moderar o consumo de cafeína;

Em situações de elevadas temperaturas, como por exemplo uma siderurgia a água a

ingerir deve conter uma peque na porção de sal de modo a compensar as perdas

devido á transpiração.

Devem ser tomadas a nível de lay-Out medidas de ventilação. Implementar turnos

com menor carga horária em situações onde ocorre exposição a ambientes hostis.

Contra o Calor Radiante - O uso de viseiras é essencial, pois a radiação emitida por

materiais em fusão levam ao surgimento de cataratas a nível ocular.

2.18 - RISCOS QUÍMICOS

Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de produção industrial, são

lançadas no ambiente de trabalho através de processos de pulverização

fragmentação ou emanações gasosas. Essas substâncias podem apresentar-se nos

estados sólido, líquido e gasoso.

No estado sólido, temos poeiras de origem animal, mineral e vegetal, como a poeira

mineral de sílica encontrada nas areias para moldes de fundição.

No estado gasoso, como exemplo, temos o GLP (gás liquefeito de petróleo), usado

como combustível , ou gases libertados nas queimas ou nos processos de


40

transformação das matérias primas .

Quanto aos agentes líquidos , eles apresentam-se sob a forma de solventes, tintas,

vernizes ou esmaltes.

Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e podem penetrar no organismo

do trabalhador por:

Via respiratória : essa é a principal porta de entrada dos agentes químicos,

porque respiramos continuadamente, e tudo o que está no ar acaba por passar

nos pulmões.

Via digestiva: se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos sujas, ou que

ficaram muito tempo expostas a produtos químicos, parte das substâncias químicas

serão ingeridas com o alimento, atingindo o estômago e podendo provocar sérios

riscos à saúde.

Epiderme :

Essa via de penetração é a mais difícil, mas se o trabalhador estiver desprotegido e

tiver contacto com substâncias químicas, havendo deposição no corpo, serão

absorvidas pela pele.

Via ocular :

Alguns produtos químicos que permanecem no ar causam irritação nos olhos e

conjuntivite, o que mostra que a penetração dos agentes químicos pode ocorrer

também pela vista.

Falso remédio:

Quando se respira um ar com produtos químicos, eles são arrastado para os

pulmões.

Quando se bebe um copo de leite, ele vai para o estômago.

Daí a pergunta:
41

O que o leite tem a ver como desintoxicante pulmonar por substâncias nocivas?

Resposta:

Nada! O leite pode ser considerado alimento, nunca um preventivo de intoxicação.

Sua utilização é até prejudicial, uma vez que acreditando no seu valor, as medidas

de higiene industrial e os cuidados higiênicos ficam em segundo plano.

As medidas ou avaliações dos agentes químicos em suspensão no ar são obtidas

por meio de aparelhos especiais que medem a concentração, ou seja, percentagem

existente em relação ao ar atmosférico.

Os limites máximos de concentração de cada um dos produtos diferem de acordo

com o seu grau de perigo para a saúde.


.
2.19 – VALORES LIMITE DE EXPOSIÇÃO:

Na legislação ambiental Portuguesa constam os Valores Limite de Exposição de

diferentes substâncias (NP 1796).

Os Valores Limite de Exposição não são mais do que concentrações no ar dos

locais de trabalho de diferentes substâncias. Abaixo destes valores a exposição

contínua do trabalhador não representa risco para este.

Pode ser determinada uma "concentração média" no tempo inerente a um turno de

trabalho de 8 horas.

Concentração Limite é um valor que nunca deve ser ultrapassado mesmo que a

"concentração média" esteja abaixo do Valor Limite.

As substâncias químicas quando absorvidas pelo organismo em quantidades

suficientes, podem provocar lesões no mesmo. Assim surge a definição de

DOSE: Quantidade de substância absorvida pelo organismo.

Os efeitos no organismo, vão pois depender da dose absorvida e da quantidade de

tempo de exposição a essa dose. Assim, os graus de Intoxicação com produtos


42

químicos podem ser classificadas em :

Intoxicação Aguda: corresponde a uma absorção rápida num curto período de tempo

(geralmente ocorrem em situações de acidente).

Intoxicação Crônica: absorção de pequenas doses em certos períodos de tempo

(ocorrem no local de trabalho, num turno ou em parte dele).

2.20 - EFEITOS DO POLUENTES QUÍMICOS

Sensibilizantes:

produtos que levam a reações alérgicas. Manifestam-se por afecções da

pele ou respiratórias. (Isocianatos usados por exemplo no fabrico de espumas. )

Irritantes:

Produtos que levam a inflamações no tecido onde atuam. Também nesta situação

os produtos inaláveis são os que levantam mais preocupação. (ácido clorídrico,

óxidos de azoto).

Anestésicos ou narcóticos:

Produtos que atuam sobre o sistema nervoso central, tais como os solventes usados

na indústria das colas ou tintas, (toluol, acetato butilo, hexano, etc...)

Asfixiantes:

Produtos que dificultam o transporte de oxigênio a nível sanguíneo. (Monóxido de

Carbono).

Cancerígenos: substâncias que podem provocar o cancro.

Corrosivas:

Substâncias que atuam quimicamente sobre os tecidos quando em contacto com

estes.

Pneumoconióticas:

Apresentam-se sob a forma de poeiras ou fumo. São exemplo destas substâncias a


43

sílica livre cristalina comum em minas ( provoca a silicose a nível pulmonar).

2.21 - POLUENTES SÓLIDOS

Poeiras - Partículas esferoidais de pequeno tamanho que se encontram em

suspensão no ar. As mais perigosas são as de quartzo, (originam a silicose),

Fibras - Partículas não esféricas, geralmente o seu comprimento excede em 3 vezes

o seu diâmetro.

Fumos - partículas esféricas em suspensão, geralmente têm origem em


combustões.

Aerossol - suspensão em meio gasoso de partículas esféricas e líquidas, em

conjunto ou não. A sua velocidade de queda é desprezivel (< 0.25 m/s ).

Os poluentes químicos são uma presença constante nos processos produtivos.

Com o fim de proteger o trabalhador os Valores Limite de Exposição, referenciados

na legislação devem ser cumpridos . Deve ser feita igualmente a identificação dos

contaminantes para de seguida se efetuar a respectiva medição da sua

concentração.

Mediante os valores obtidos há que tomar medidas , devendo-se recorrer a

equipamento de proteção pessoal sempre que possível , bem como a alterações no

processo produtivo que permitam a redução dos emissões de poluentes . Estas

alterações podem ser ao nível do equipamento ou de matérias-primas.

2.22 - RISCOS BIOLÓGICOS

Estes tipo de riscos relaciona-se com a presença no ambiente de trabalho de

microrganismos como bactérias , vírus , fungos , bacilos , etc, normalmente

presentes em alguns ambientes de trabalho, como :


44

Hospitais;

Laboratórios de análises clínicas;

Recolha de lixo;

Indústria do couro;

Tratamento de Efluentes líquidos.

Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratória, olhos e pele, são

responsáveis por algumas doenças profissionais , podendo dar origem a doenças

menos graves como infecções intestinais ou a simples gripe, ou mais graves como a

hepatite , meningite ou Sida .

Como estes microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais


em

ambientes sujos, as medidas preventivas a tomar terão de ser relacionadas com:

A rigorosa higiene de Locais de trabalho,

A rigorosa higiene de Corpo e das roupas;

Destruição por processos de elevação da temperatura (esterilização) ou uso de

cloro;

Uso de equipamentos individuais para evitar contacto direto com os microrganismos;

Ventilação permanente e adequada;

Controle médico constante;

Vacinação sempre que possível.

A verificação da presença de agentes biológicos em ambientes de trabalho é feita

por meio de recolha de amostras de ar e de água, que serão analisadas em

laboratórios especializados.

2.23 - OS RISCOS ERGONÓMICOS

Verifica-se que algumas vezes que os postos de trabalho não estão bem adaptados
45

ás características do operador, quer quanto à posição da máquina com que

trabalha, quer no espaço disponível ou na posição das ferramentas e materiais que

utiliza nas suas funções .

Para estudar as implicações destes problemas existe uma ciência que avalia as

condições de trabalho do operador , quanto ao esforço que o mesmo realiza para

executar as suas tarefas .

2.24 - ALGUMAS MEDIDAS DE ERGONOMIA

É a ciência que procura alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o homem e o seu

ambiente de trabalho.

Ergonomia é a ciência que procura alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o

homem e o seu ambiente de trabalho.

Segundo um conceito Ergonômico a execução de tarefas deve ser feita com o

mínimo de consumo energético de modo a sobrar "atenção" para o controlo das

tarefas e dos produtos , assim como para a proteção do próprio trabalhador.

Um dos aspectos mais curiosos da Ergonomia está relacionado com a


indústria

automóvel em que muitas vezes o dimensionamento do habitáculo do condutor,

varia consoante o país onde o veículo é comercializado.

Entretanto, se não existir esse ajuste, teremos a presença de agentes ergonômicos

que causam doenças e lesões no trabalhador.

Exemplo : Guilhotina manual que serve para cortar chapas de aço, a haste de

movimentação da guilhotina, que tem contacto com as mãos do trabalhador, deve

ter uma forma adequada, de modo a permitir que todos os dedos nela se apoiem,

conforme mostra a ilustração abaixo. Dessa forma é respeitada a anatomia das

mãos, proporcionando conforto ao trabalhador.


46

Os agentes ergonômicos presentes nos ambientes de trabalho estão relacionados

com:

Exigência de esforço físico intenso;

Levantamento e transporte manual de pesos;

Postura inadequada no exercício das atividades;

Exigências rigorosas de produtividade;

Períodos de trabalho prolongadas ou em turnos;

Atividades monótonas ou repetitivas.

Movimentos repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e do tronco

produzem monotonia muscular e levam ao desenvolvimento de doenças

inflamatórias, curáveis em estágios iniciais, mas complicadas quando não tratadas a

tempo, chamadas genericamente de lesões por esforços


repetitivos

As doenças que se enquadram nesse grupo caracterizam-se por causar fadiga

muscular, que gera fortes dores e dificuldade de movimentar os músculos atingidos.

Há registros de que essas doenças já atacavam os escribas e notários, há séculos.

Hoje afetam diversas categorias de profissionais como funcionários

bancários, metalúrgicos, costureiras,pianistas, telefonistas, operadores informáticos,

empacotadores, enfim, todos os profissionais que realizam movimentos automáticos

e repetitivos.

Contra os males provocados pelos agentes ergonômicos, a melhor arma, como

sempre, é a prevenção , o que pode ser conseguido a partir de:

Rotação do Pessoal;

Intervalos mais freqüentes;

Exercícios compensatórios freqüentes para trabalhos repetitivos;

Exames médicos periódicos;


47

Evitar esforços superiores a 25 kg para homens e 12 kg para mulheres;

Postura correta sentado, em pé, ou carregando e levantando pesos.

Outros fatores de risco ergonômico podem ser encontrados


em

circunstâncias aparentemente impensáveis , como :

Falhas de projeto de máquinas;

Equipamentos, ferramentas, veículos e prédios;

Deficiências de layout ;

Iluminação excessiva ou deficiente;

Uso inadequado de cores.

A ergonomia é assim uma forma de adaptar o meio envolvente ás dimensões

e capacidades humanas onde máquinas, dispositivos, utensílios e o ambiente

físico sejam utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia.

A análise e intervenção ergonômica traduz-se em:

Melhores condições de trabalho;

Menores riscos de incidente e acidente;

Menores custos humanos;

Formação com o objetivo de prevenir;

Maior produtividade;

Otimizar o sistema homem / máquina.

Algumas medidas da Ergonomia:

Corpo em Movimento Tornar os movimentos compatíveis com a ação. Reduzir o

esforço de músculos e Tendões.

Precisão de movimentos Ter em atenção a sua amplitude, posição e quais os

membros a utilizar.
48

Rapidez dos movimentos Salientar sinais visuais ou auditivos.

Esforço estático Uma cadeira deve fornecer vários pontos de apoio no corpo

humano. Altura do assento regulável. A cadeira deve ter 5 apoios no chão. Deve ter

apoio para os pés sempre que necessário, etc...

Rampas e Escadas Para rampas a inclinação deve ser entre 0 e 20 º.

Para escadas a inclinação deve ser entre 20 e 50º. Altura mínima do degrau entre 13

e 20 Cm. Largura mínima do degrau é de 51 Cm. Etc...

Portas e Tetos Altura mínima de uma porta é de 200 Cm.

Altura mínima de um teto é de 200 Cm. Corredor com passagem para 3


pessoas

deve ter largura mínima de 152 Cm.

Analise seu ambiente de trabalho e faça uma lista dos fatores de risco existentes.
49

3 - A HISTÓRIA DO MTE ( Ministério do Trabalho e Emprego )

1912 - Foi constituída a Confederação Brasileira do Trabalho - CBT, durante o

quarto Congresso Operário Brasileiro, realizado nos dias 7 e 15 de novembro,

incumbida de promover um longo programa de reivindicações operárias: jornada de

oito horas, semana de seis dias, construção de casas para operários, indenização

para acidentes de trabalho, limitação da jornada de trabalho para mulheres e

menores de quatorze anos, contratos coletivos ao invés de contratos individuais,

seguro obrigatório para os casos de doenças, pensão para velhice, fixação de

salário mínimo, reforma dos impostos públicos e obrigatoriedade da instrução

primária.

1918 - Foi criado o Departamento Nacional do Trabalho, por meio do Decreto nº

3.550, de 16 de outubro, assinado pelo Presidente da República, Wenceslau Braz P.

Gomes, a fim de regulamentar a organização do trabalho no Brasil.

1923 - Foi criado o Conselho Nacional do Trabalho, por meio do Decreto nº 16.027,

de 30 de abril, assinado pelo Presidente Artur Bernardes.

1928 - Foi alterada a redação do Decreto que criou o Conselho Nacional do

Trabalho por meio do Decreto nº 18.074, de 19 de janeiro, assinado pelo Presidente

Washington Luiz.
50

1930 - Foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, por meio do

Decreto nº 19.433, de 26 de novembro, assinado pelo Presidente Getúlio Vargas,

assumindo a pasta o Ministro Lindolfo Leopoldo Boeckel Collor.

O Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio foi organizado pelo Decreto nº

19.667, de 4 de fevereiro, com a seguinte estrutura:

Secretário de Estado;

Departamento Nacional do Trabalho;

Departamento Nacional do Comércio;

Departamento Nacional de Povoamento;

Departamento Nacional de Estatística.

1932 - O Ministro de Estado Lindolfo Leopoldo B. Collor solicitou sua demissão em 2

de março, sendo seu sucessor o Ministro Joaquim Pedro Salgado Filho. Foram

criadas as Inspetorias Regionais do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,

por meio dos Decretos nºs 21.690 e 23.288, de 1º de agosto de 1932 e 26 de

outubro de 1933, respectivamente.

1933 - Foram criadas as Delegacias do Trabalho Marítimo, por meio do Decreto nº

23.259, de 20 de outubro, para inspeção, disciplina e policiamento do trabalho nos

portos.

1940 – As Inspetorias Regionais foram transformadas em Delegaciais Regionais do

Trabalho, por meio do Decreto-Lei nº 2.168, de 6 de maio.

1960 – O Ministério passou a ser denominado de Ministério do Trabalho e

Previdência Social, por meio da Lei nº 3.782, de 22 de julho.

1964 - Foi criado o Conselho Superior do Trabalho Marítimo, por meio da, lei n.

4.589, de 11 de dezembro, constituído por representantes dos Ministérios do

Trabalho e Previdência Social, da Marinha, da Agricultura e dos Empregadores e


51

Empregados.

1966 - Foi criada a Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do

Trabalho - FUNDACENTRO, por meio da Lei nº 5.161, de 21 de outubro, para

realizar estudos e pesquisas pertinentes aos problemas de segurança, higiene e

medicina do trabalho. Foi criado o Serviço Especial de Bolsas de Estudos - PEBE,

órgão autônomo vinculado ao Ministério, extinto o Conselho Nacional do Trabalho,

por meio do Decreto nº 57.870, de 25 de fevereiro.

1971 - Foi estabelecida, provisoriamente, por meio do Decreto n. 69.014, de 4 de

agosto, a seguinte estrutura básica do Ministério:

Gabinete do Ministro;

Consultoria Jurídica;

Divisão de Segurança e Informações;

Secretaria-Geral;

Inspetoria-Geral de Finanças;

Conselho Nacional de Política Salarial;

Comissão da Ordem do Mérito;

Secretaria do Trabalho;

Secretaria da Previdência Social;

Secretaria da Assistência Médico-Social;

Departamento de Administração;

Departamento do Pessoal.

1972 - Foi criado o Conselho Consultivo de Mão-de-Obra, por meio do Decreto nº

69.907, de 7 de janeiro.

1974 - O Ministério passou a ser denominado de Ministério do Trabalho, por meio da


52

Lei nº 6.036, de 1º de maio.

1976 - Foi criado o Serviço Nacional de Formação Profissional Rural, SENAR,


órgão

autônomo vinculado ao Ministério, por meio do Decreto nº 77.354, de 31 de março.

1977 - Foi criado o Conselho Nacional de Política de Emprego, por meio do Decreto

nº 79.620, de 18 de janeiro.

1978 - Foi alterada a denominação da FUNDACENTRO para Fundação Jorge

Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho, por meio da Lei nº 6.618,

de 16 de dezembro. Foi alterada a denominação do Conselho Consultivo de Mão-

de-Obra para Conselho Federal de Mão-de-Obra, por meio do Decreto nº 81.663, de

16 de maio.

1980 – Foi criado o Conselho Nacional de Imigração, por meio da Lei nº 6.815, de 19

de agosto.

1989 - Foram extintas as Delegacias do Trabalho Marítimo, o Conselho Superior do

Trabalho Marítimo, o Conselho Federal de Mão-de-Obra e o PEBE, por meio da Lei

nº 7.731, de 14 de fevereiro. Foi criado o Conselho Curador do Fundo de Garantia

do Tempo de Serviço, por meio da Lei nº 7.839, de 12 de outubro.

1990 - Foi criado o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador, por

meio da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro. Por meio da Lei nº 8.028, de 12 de abril,

foram criados os seguintes órgãos:

Conselho Nacional de Seguridade Social;

Conselho Nacional do Trabalho;

Conselho de Gestão da Proteção ao Trabalhador;

Conselho de Gestão da Previdência Complementar;

Conselho de Recursos do Trabalho e Seguro Social.

Foram também extintos os seguintes órgãos:


53

Conselho Nacional de Política Salarial;

Conselho Nacional de Política de Emprego.

A referida Lei também alterou a denominação do Ministério, que passou a se chamar

Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

1991 - Foi extinto o SENAR, por meio do Decreto de 10 de maio.

1992 - O Ministério passou a ser denominado Ministério do Trabalho e da

Administração Federal, por meio da Lei nº 8.422, de 13 de maio. Por meio do

Decreto nº 509, de 24 de abril, foi criada a DRT no Estado de Tocantins e extintos os

seguintes órgãos:

Conselho Nacional de Seguridade Social;

Conselho de Gestão da Proteção ao Trabalhador;

Conselho de Gestão da Previdência Complementar;

Conselho de Recursos do Trabalho e Seguro Social;

Conselho Nacional do Trabalho.

Por meio da Lei nº 8.490, de 19 de novembro, foi criado o Conselho Nacional do

Trabalho e o Ministério passou a ser denominado de Ministério do Trabalho.

1995 - O Ministério do Trabalho passou a ter nova estrutura organizacional por meio

do Decreto nº 1.643, de 25 de setembro. A Secretaria de Controle Interno - CISET

foi transferida para o Ministério da Fazenda por meio do Decreto nº 1.613, de 29 de

agosto.

1999 - O Ministério passou a ser denominado Ministério do Trabalho e Emprego, por

meio da Medida Provisória nº 1.799, de 1º de janeiro. Com o Decreto nº 3.129 de 9

de agosto de 1999 o Ministério passou a ter seguinte estrutura organizacional:

Gabinete do Ministro;

Secretaria-Executiva;
54

Consultoria Jurídica;

Corregedoria

Secretaria de Políticas Públicas de Emprego;

Secretaria de Inspeção do Trabalho;

Secretaria de Relações do Trabalho;

Delegacias Regionais do Trabalho;

Conselho Nacional do Trabalho;

Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;

Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador;

Conselho Nacional de Imigração;

Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho –

FUNDACENTRO

2003 - Aprovada a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em

Comissão e das Funções Gratificadas do Ministério do Trabalho e Emprego pelo

Decreto nº 4.634, de 21 de março; O Decreto nº 4.764, de 24 de junho, estruturou a

Secretaria Nacional de Economia Solidária; e Foi instituído o Fórum Nacional do

Trabalho pelo Decreto nº 4.796, de 29 de julho.

2004 - O Decreto nº 5.063, de 3 de maio, deu nova Estrutura Regimental ao

Ministério do Trabalho e Emprego, estruturando a Ouvidoria-Geral e o Departamento

de Políticas de Trabalho e Emprego para a Juventude.

2008 - O Decreto nº 6.341, de 3 de janeiro alterou a nomenclatura das Delegacias

Regionais do Trabalho para Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego,

das Subdelegacias do Trabalho para Gerências Regionais do Trabalho e Emprego e

das Agências de Atendimento para Agências Regionais. As Superintendências

Regionais do Trabalho e Emprego passaram a ser competentes pela execução,


55

supervisão e monitoramento de todas as ações relacionadas às políticas públicas

afetas ao Ministério do Trabalho e Emprego.

4 – INSTRUMENTOS QUE CONTRIBUEM COM HIGIENE E SEGURANÇA DO

TRABALHO:

4.1 - DEFINIÇÕES RESUMIDAS SOBRE AS NR´s (Normas Regulamentadoras)

NR-1 - DISPOSIÇÕES GERAIS

As NR são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos

órgãos públicos de administração direta e indireta, que possuam empregados

regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Importância e funções do S

S S T Funções e competência da D R T.

NR-2 - INSPEÇÃO PRÉVIA

Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas atividades, deverá solicitar

aprovação de suas instalações ao Órgão do Ministério do Trabalho.

NR-3 - EMBARGO E INTERDIÇÃO

A D R T ou D T M, conforme o caso, à vista de laudo técnico do serviço competente

que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar

estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar a obra.

NR-4 - SERVIÇO ESPECIALIZADO

Empresas privadas ou públicas, que possuam empregados regidos pela CLT,

manterão obrigatoriamente Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e


56

em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a

integridade do trabalhador no local de trabalho, vinculados à graduação do risco da

atividade principal e do número total de empregados do estabelecimento.

NR-5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

As empresas privadas, públicas e órgãos governamentais que possuam

empregados regidos pela CLT ficam obrigados a organizar e manter em

funcionamento, por estabelecimento, uma Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes - CIPA.

NR-6 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Para os fins de aplicação desta NR, considera-se EPI todo dispositivo de uso

individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a

integridade física do trabalhador. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados

gratuitamente.

NR-7 - EXAMES MÉDICOS

Esta NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de

todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como

empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO,

cujo objetivo é promover e preservar a saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

NR-8 - EDIFICAÇÕES

Esta NR estabelece requisitos técnicos mínimos que devam ser observados nas

edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham.

NR-9 - RISCOS AMBIENTAIS

Esta NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de

todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como

empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, através da


57

antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de

riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho.

NR-10 - ELETRICIDADE

Esta NR fixa as condições mínimas exigidas para garantir a segurança dos

empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas etapas, incluindo

projeto, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação e ainda, a

segurança de usuários e terceiros.

NR-11 - MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS

Esta NR estabelece normas de segurança para operação de elevadores, guindastes,

transportadores industriais e máquinas transportadoras. O armazenamento de

materiais deverá obedecer aos requisitos de segurança para cada tipo de material.

NR-12 - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Esta NR estabelece os procedimentos obrigatórios nos locais destinados a

máquinas e equipamentos, como piso, áreas de circulação, dispositivos de partida e

parada, normas sobre proteção de máquinas e equipamentos, bem como

manutenção e operação.

NR-13 - CALDEIRAS E VASOS SOB PRESSÃO

Esta NR estabelece os procedimentos obrigatórios nos locais onde se situam as

caldeiras de qualquer fonte de energia, projeto, acompanhamento de operação e

manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão,

em conformidade com a regulamentação profissional vigente no País.

NR-14 - FORNOS

Esta NR estabelece os procedimentos mínimos, fixando construção sólida, revestida


58

com material refratário, de forma que o calor radiante não ultrapasse os limites de

tolerância, oferecendo o máximo de segurança e conforto aos trabalhadores.

NR-15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES

Esta NR estabelece os procedimentos obrigatórios, nas atividades ou operações

insalubres que são executadas acima dos limites de tolerância previstos na

Legislação, comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho.

Agentes agressivos: ruído, calor, radiações, pressões, frio, umidade, agentes

químicos, etc...

NR-16 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS

Esta NR estabelece os procedimentos nas atividades exercidas pelos trabalhadores

que manuseiam e/ou transportam explosivos ou produtos químicos, classificados

como inflamáveis, substâncias radioativas e serviços de operação e manutenção.

NR-17 - ERGONOMIA

Esta NR visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de

trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a

proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

NR-17 - ANEXO 1

Trabalho dos Operadores de Checkouts.

NR-17 - ANEXO 2

Trabalho em Teleatendimento / Telemarketing.

NR-18 - OBRAS DE CONSTRUÇÃO, DEMOLIÇÃO E REPAROS

Esta NR estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de

organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas

preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de


59

trabalho na Indústria da Construção.

NR-19 - EXPLOSIVOS

Esta NR estabelece o fiel cumprimento do procedimento em manusear, transportar e

armazenar explosivos.

NR-19 - ANEXO 1

Segurança e Saúde na Indústria de Fogos de Artifício e outros Artefatos Pirotécnicos

NR-20 - LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS

Esta NR estabelece a definição para Líquidos Combustíveis, Líquidos Inflamáveis e

Gás Liqüefeito de Petróleo, parâmetros para armazenar, como transportar e como

devem ser manuseados pelos trabalhadores.

NR-21 - TRABALHO A CÉU ABERTO

Esta NR estabelece os critérios mínimos para os serviços realizados a céu aberto,

sendo obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos, capazes de proteger

os trabalhadores contra intempéries.

NR-22 - TRABALHOS SUBTERRÂNEOS

Esta NR estabelece sobre Segurança e Medicina do Trabalho em minas,

determinando que a empresa adotará métodos e manterá locais de trabalho que

proporcionem a seus empregados condições satisfatórias de Segurança e Medicina

do Trabalho.

NR-23 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS

Esta NR estabelece os procedimentos que todas as empresas devam possuir, no

tocante à proteção contra incêndio, saídas de emergência para os trabalhadores,

equipamentos suficientes para combater o fogo e pessoal treinado no uso correto.

NR-24 - CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE

TRABALHO
60

Esta NR estabelece critérios mínimos, para fins de aplicação de aparelhos

sanitários, gabinete sanitário, banheiro, cujas instalações deverão ser separadas por

sexo, vestiários, refeitórios, cozinhas e alojamentos.

NR-25 - RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Esta NR estabelece os critérios que deverão ser eliminados dos locais de trabalho,

Através de métodos, equipamentos ou medidas adequadas, de forma a evitar riscos

à saúde e à segurança do trabalhador.

NR-26 - SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

Esta NR tem por objetivos fixar as cores que devam ser usadas nos locais de

trabalho para prevenção de acidentes, identificando, delimitando e advertindo contra

riscos.

NR-27 - REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO

TRABALHO NO MTB

Esta NR estabelece que o exercício da profissão depende de registro no Ministério

do Trabalho, efetuado pela SSST, com processo iniciado através das DRT.

Revogada pela Portaria GM n.º 262, 29/05/2008 Registro Profissional do Técnico de

Segurança do Trabalho no MTB

NR-28 - FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES

Esta NR estabelece que Fiscalização, Embargo, Interdição e Penalidades, no

Cumprimento das disposições legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde

do trabalhador, serão efetuados, obedecendo ao disposto nos Decretos Leis.

NR-29 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO PORTUÁRIO

Esta NR regulariza a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais,

alcançando as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos

trabalhadores, que exerçam atividades nos portos organizados e instalações


61

portuárias de uso privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto

organizado.

NR-30 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO

Esta norma aplica-se aos trabalhadores das embarcações comerciais, de bandeira

nacional, bem como às de bandeiras estrangeiras, no limite do disposto na

Convenção da OIT n.º 147 - Normas Mínimas para Marinha Mercante, utilizados no

transporte de mercadorias ou de passageiros, inclusive naquelas utilizadas na

prestação de serviços, seja na navegação marítima de longo curso, na de

cabotagem, na navegação interior, de apoio marítimo e portuário, bem como em

plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento.

NR-31 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA, PECUÁRIA

SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA

Esta Norma Regulamentadora tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem

observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível

o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária,

silvicultura, exploração florestal e aqüicultura com a segurança e saúde e meio

ambiente do trabalho.

NR-32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESTABELECIMENTOS DE

SAÚDE

Esta Norma Regulamentadora – NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes

básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos

trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades

de promoção e assistência à saúde em geral.

NR-33 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESPAÇOS CONFINADOS

Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação
62

de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle

dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde

dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.

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