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1.1. Significado e conceitos.

Norman L. Geisler, escritor e apologista cristão, assim definiu o termo cosmovisão: “Modo
pelo qual a pessoa vê ou interpreta a realidade. A palavra alemã é weltanschau-ung, que
significa um „mundo e uma visão da vida‟, ou „um paradigma‟. É a estrutura por meio da
qual a pessoa entende os dados da vida. Uma cosmovisão influencia muito a maneira em
que a pessoa vê Deus, origens, mal, natureza humana, valores e destino”.

1.2. Diferentes cosmovisões.

Como discípulos de Jesus Cristo, qual é a nossa visão de mundo? Como está formada a
nossa base? Quais são as nossas crenças e os nossos valores? Quais as lentes que estamos
usando para ver o mundo? A escritora evangélica Nancy Pearcey diz que “a cosmovisão é
como um mapa mental que nos diz como navegar de modo eficaz no mundo”. O texto
sagrado diz que a Palavra de Deus é lâmpada para o nosso caminho (Sl 119.105).

1.3. A importância da cosmovisão.

Vejamos o exemplo de José, marido de Maria, registrado em Mateus 1.18-25. Quando


soube que sua noiva estava grávida, ele não agiu por impulso, mas pensou, planejou,
intentou, meditou acerca de como agiria. Não se precipitou. A Bíblia diz que José era justo
(um aspecto relacionado ao caráter). Notemos que o texto diz: “projetando ele isto... lhe
apareceu um anjo do Senhor”. José decidiu agir de acordo com a Palavra de Deus!
Mattew Henry escreveu: “Deus guiará aqueles que pensam”. Tenhamos uma cosmovisão
coerente com a vida de discípulos de Cristo!

2.1. José e a realidade no lar.

A realidade em seu lar e os relatos bíblicos sinalizam que José era um jovem com valores
bem definidos e seguro de sua postura, mesmo num ambiente com possibilidade de sofrer
influências negativas por parte de pessoas tão próximas a ele. O historiador Flávio Josefo
diz que José tinha “...melhores qualidades de espírito e de corpo e grande sabedoria”.
Assim, já demonstrava que a formação de sua base estava sendo construída com elementos
que fariam a diferença também na realidade fora do lar.

2.2. José e a realidade longe do lar.

Que grande desafio para José manter sua fé e continuar temendo a Deus, mesmo
vivenciando momentos tão difíceis. O segredo é preservar a comunhão com Deus nas mais
difíceis situações e em diferentes lugares (Rm 8.31-39). Os reformadores usavam uma
expressão teológica em latim: “Coram Deo”, que significa “diante de Deus” Ou seja, como
disse o teólogo e pastor R. C. Sproul: “Viver a vida na presença de Deus, sob a autoridade
de Deus e para a glória de Deus”. Assim vivia Jose, mesmo na realidade longe do lar.
Notemos também o exemplo de Daniel, mesmo vivendo num contexto de grandes desafios
(Dn 1.8-9; 6.10).

2.3. José e a mudança da realidade.

Antes escravo e prisioneiro, agora José era o governador do Egito. Somente no trono
Faraó era maior do que ele naquele país (Gn 41.38-46). A Palavra de Deus nos instrui
tanto a lidar com as dificuldades e momentos difíceis com as bênçãos (Dt 8.2-5, 10-18).
José aprendeu (e nós precisamos ter esta verdade bíblica em mente) que a realidade das
dificuldades e das bênçãos vai além do momento e dos acontecimentos visíveis. Precisamos
olhar mais além, usando as “lentes” da fé e dos propósitos de Deus revelados em Sua
Palavra.
3.1. A lente da fé.

A fé professada por José fez a diferença em com percebia as diversas situações.


Precisamos manter o uso da “lente da fé”, pois “o justo pela sua fé viverá” (Hc 2.4). É a
“lente da fé”que nos faz ver o invisível (Hb 11.27). Ela nos leva a perceber além do que os
olhos físicos e a mente humana conseguem captar.

3.2. A lente dos propósitos de Deus.

José cria no Deus Todo-Poderoso, que tinha firmado uma aliança, com promessas, com
seus antepassados e confirmado com seu pai e seus descendentes. Tanto que, mesmo no
final de sua vida, quando a realidade era de prosperidade, aceitação no Egito, proteção e
preservação, não se desviou do foco: aliança com Deus e promessa de retornar para a
Terra Prometida. Assim, também, como discípulos de Jesus Cristo vivamos neste mundo
com a expectativa do retorno do Senhor. Somos peregrinos e forasteiros (Fp 3.20-21; 1Ts
1.9-10; Hb 11.13; 2Pe 3.13-14).

3.3. A importância das Escrituras Sagradas.


Estamos num processo de aperfeiçoamento e crescimento (Ef 4.12; 2Pe 3.18), até que
cheguemos “à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.13) e sejamos “conformes à
imagem de seu Filho” (Rm 8.29). E, neste processo, sabemos que todas as coisas
contribuem (Rm 8.28). Foi essa a percepção de José. Deve ser também a nossa percepção.
Jesus falou para Pedro que ele não compreendia, no momento, tudo o que O Senhor estava
fazendo, mas saberia depois (Jo 13.7). O conhecido escritor John Stott, refletindo sobre a
complexidade do mundo em que vivemos, lançou um alerta: “Como cristãos, precisamos
estar certos de que temos uma cosmovisão cristã, o que só acontece se tivermos um
entendimento bíblico completo sobre as doutrinas básicas da nossa fé”.

Conclusão.
Precisamos aprender a vivenciar os bons e os maus momentos, pois ambos fazem parte do
processo de formação do discípulo de Cristo. É preciso cuidado para que nossa mente não
fique contaminada com a cosmovisão mundana, mas que nosso entendimento seja sempre
renovado para a glória de Deus.

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