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300 aplicativos

educacionais abertos
para usar em sala de
aula

 34.2k




Para inovar no processo de ensino-aprendizagem,


projeto nascido na UFRGS reúne softwares para
Android que podem ser usados e modificados
livremente

por Maria Victória Oliveira 14 de abril de 2016

Já imaginou se uma tabela reunisse vários aplicativos livres para


celulares e tablets do sistema Android? E se essa tabela também
apresentasse indicações de quais disciplinas poderiam usar o
recurso? Melhor ainda, não é? Pois agora isso existe, graças ao
projeto “Software Educacional livre para Dispositivos Móveis”.

Elaborada pelo professor Paulo Francisco Slomp e pelo estudante


André Ferreira Machado, ambos da UFRGS (Universidade Federal do
Rio Grande do Sul), a tabelareúne 305 aplicativos, que podem ser
usados como complemento para o processo de ensino-aprendizagem.
Desses, 78 servem para a educação infantil, 154 para os anos iniciais
do ensino fundamental, 173 para os anos finais do ensino
fundamental, 181 para o Ensino Médio e 203 para o Ensino Superior.
Para quem não sabe, o nome software livre significa, no caso da
tabela, que o aplicativo é um REA (Recurso Educacional Aberto). A
sigla, por sua vez, é usada para designar um material educativo
licenciado de forma pública, permitindo que qualquer pessoa
interessada use ou adapte o conteúdo da forma como preferir.

Leia mais:
– Recursos categorizados no Guia Tecnologia na Educação
– 6 filmes com histórias de professores inspiradores para ver na Netflix

Os aplicativos que figuram na tabela começaram a ser analisados em


abril de 2015. O projeto foi finalizado em fevereiro de 2016, quando a
compilação foi lançada de forma aberta ao público, tanto para
visualizações quanto para contribuições. “A tabela está sob uma
licença de Creative Commons. A gente selecionou mais de 300
aplicativos, mas eles surgem a todo instante. Mantendo a tabela
aberta, cada um pode colocar novos aplicativos que nós não
conhecemos”, defende Ferreira. Segundo ele, essa é exatamente a
filosofia do software livre.

Dentro da tabela, o material também é dividido por área de


conhecimento. Entre elas: acessibilidade, biologia, educação física,
educação artística, ensino religioso, física (subdividida em categorias
como acústica, astronomia e atmosfera), geografia (também
subdividida em categorias como atmosfera, bússola, capitais e
mapas), idiomas (bibliotecas, catalão, coreano, entre outras),
informática (redes e programação), jogo, matemática (álgebra,
ângulos, aritmética, calculadora financeira, entre outras), medicina,
música, química (eletroforese, isótropos, jogo, moléculas e tabela
periódica) e sociologia.

Navegando pelo mapeamento, é possível perceber que algumas áreas


contam com maior número de recursos disponíveis. Para matemática,
por exemplo, existem 61 aplicativos; física conta com 25 e geografia
com 33. “Existe uma grande quantidade de aplicativos para áreas de
ciências e exatas, além de geografia. É uma opinião pessoal, mas eu
acho que as pessoas que desenvolvem os aplicativos são mais
inclinadas a ciências exatas, por isso o maior número”, defende
Ferreira.

Mudança de planos
Apesar do resultado final, o projeto surgiu com uma proposta
diferente. “Em 2013, eu e meu orientador percebemos que tinha uma
categoria na Wikipedia em inglês só sobre software educacional livre,
e que essa mesma categoria não existia em português. Então nós
começamos a traduzir os artigos para nossa língua”, relata o
estudante de matemática da UFRGS, André Ferreira. Ele conta que,
no meio desse processo, surgiu a ideia de criar uma tabela para
catalogar alguns dos programas citados nos artigos. Em 2014, a
proposta resultou em uma tabela de softwares educacionais livres
para desktop (computadores de mesa).

Entretanto, com o aumento do uso de smartphones, o projeto tomou


uma nova direção. “Depois que nós fizemos a tabela de programas
para desktop, pensamos em fazer uma versão para dispositivos
móveis, já que o uso desses aparelhos está cada vez maior no Brasil”,
explica.

A escolha pela tabulação de aplicativos do sistema Android, segundo


Ferreira, foi por uma questão prática. “A iTunes Store (a loja da Apple,
que usa sistema operacional IOS) não aceita aplicativos sob licenças
livres. Já a Google Play Store (loja do sistema operacional Android)
aceita diferentes tipos de licenças livres, menos a GPL (do inglês,
Licença Pública Geral).

Critérios de Seleção

O principal critério utilizado para a seleção dos aplicativos foi a


finalidade educacional. Durante o processo de avaliação dos
softwares, Ferreira e Slomp utilizaram, entre outras, uma lista do site
F-Droid, que reúne um catálogo de softwares gratuitos de código
aberto para Android.

Segundo Ferreira, o F-Droid tem uma categoria chamada Ciência e


Educação. Juntamente com o seu orientador, ele fez o download e
avaliou cada programa dessa área, para depois colocá-lo na tabela.
“Nesse processo, nós percebemos que muitos softwares não estão
categorizados como Ciência e Educação, mas podem ser usados com
uma finalidade educacional. Por exemplo: nós encontramos um
aplicativo de mapas, que está na categoria Navegação. Tudo bem,
isso ajuda a velejar, mas também pode ser usado em sala de aula”,
explica o estudante de matemática.
Diante dessa possiblidade, a dupla decidiu analisar todos os
programas disponíveis na plataforma até dezembro de 2015. Ao todo,
foram 1700 aplicativos avaliados. “Nós analisamos a interface, o
idioma e como o aplicativo funciona de maneira geral. Nós instalamos
em um tablet para testar aqueles que nós consideramos que poderiam
ser usados”.

A tabela está disponível em português, e também conta com versões


em inglês, espanhol, francês e italiano.

Fonte: http://porvir.org/300-aplicativos-educacionais-abertos-para-usar-em-sala-de-aula/

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