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e Literatura
Professor
Caderno de Atividades
Pedagógicas de
Aprendizagem
Autorregulada - 03
9º ano | 3° Bimestre
Habilidades Associadas
1. Identificar o sentido especializado do termo “romance” diferenciando-o do uso comum
do termo
2. Relacionar características físicas e psicológicas dos personagens à sua composição como
um todo.
2
Caro tutor,
Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas
habilidades e competências do 3° Bimestre do Currículo Mínimo de Língua Portuguesa
do 9º ano do Ensino Fundamental. Estas atividades correspondem aos estudos durante
o período de um mês.
A nossa proposta é que o aluno desenvolva estas Atividades de forma
autônoma, com o suporte pedagógico do professor aplicador, que mediará as trocas de
conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no percurso.
Neste Caderno de Atividades, os alunos irão estudar o romance “Vidas Secas”
para compreender melhor esse gênero literário de grande importância para sua
formação como cidadão. Na primeira aula, eles poderão aprender as diferentes
definições para o termo “romance”. Na segunda aula, o aluno vai aprender a
relacionar as características físicas e psicológicas dos personagens à sua composição
como um todo. Na aula 3, eles vão aprender a inferir o significado de palavras
desconhecidas no texto e, na aula 4, a utilizar as pistas do texto para fazer inferências
de sentido. Dedicaremos a aula 5 ao aprofundamento das diferenças entre romance,
conto e crônica. E, por fim, na aula 6, confrontaremos a estrutura do conto e da
crônica com a do romance.
Este documento apresenta 08 (oito) Aulas. As aulas serão compostas por uma
explicação base, para que você seja capaz de auxiliar o aluno a compreender as
principais ideias relacionadas às habilidades e competências do bimestre em questão, e
atividades respectivas. As Atividades são referentes a dois tempos de aulas. Para
reforçar a aprendizagem, propõe-se, ainda, uma pesquisa e uma avaliação sobre o
assunto.
3
Sumário
Introdução............................................................................................................. 03
Objetivos Gerais.................................................................................................... 05
Materiais de apoio pedagógico............................................................................. 05
Orientação didático-pedagógica........................................................................... 07
Aula 1: Você sabe o que é romance? .................................................................... 08
Aula 2: Como são descritos os personagens?........................................................ 14
Aula 3: Palavras desconhecidas no texto .............................................................. 17
Aula 4: Nas entrelinhas: descobrindo os sentidos ................................................ 23
Aula 5: Diferenças entre crônica, conto e romance ............................................. 26
Aula 6: Registrando as diferenças ........................................................................ 30
Avaliação ............................................................................................................... 35
Pesquisa ............................................................................................................... 40
Referências ........................................................................................................... 42
4
Objetivos Gerais
http://www.conexaoprof
08 – EF
Aula 2 essor.rj.gov.br/download
18 – EF s/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
5
19 – EF
20 – EF http://www.conexaoprofessor.r http://www.conexaoprof
22 – EF j.gov.br/downloads/cm/cm_11_ essor.rj.gov.br/download
41 – EF 9_9A_3.pdf s/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
44 – EF
45 – EF
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
11– EF s/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.r
15 – EF
Aula 3 j.gov.br/downloads/cm/cm_11_
http://www.conexaoprof
22 – EF 9_9A_3.pdf
32 – EF essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
11– EF s/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
http://www.conexaoprofessor.r
15 – EF
Aula 4 j.gov.br/downloads/cm/cm_11_
http://www.conexaoprof
22 – EF 9_9A_3.pdf
32 – EF essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
18 – EF http://www.conexaoprof
19 – EF essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
20 – EF http://www.conexaoprofessor.r
Aula 5 44 – EF j.gov.br/downloads/cm/cm_11_
http://www.conexaoprof
64 – EF 9_9A_3.pdf
essor.rj.gov.br/download
65 – EF s/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
84 – EF
18 – EF http://www.conexaoprof
19 – EF essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_74_9_9A_3.pdf
20 – EF http://www.conexaoprofessor.r
Aula 6 44 – EF j.gov.br/downloads/cm/cm_11_
http://www.conexaoprof
64 – EF 9_9A_3.pdf
essor.rj.gov.br/download
65 – EF s/cm/cm_75_9_9A_3.pdf
84 – EF
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Orientação Didático-Pedagógica
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Aula 1: Você sabe o que é romance?
Romance
1. Narração histórica em versos simples.
2. Língua ou conjunto de línguas derivadas do latim.
3. Narração em prosa, de aventuras imaginárias, ou reproduzidas da realidade,
combinadas de modo a interessarem o leitor.
4. Fantasia.
5. Novela, conto.
6. Relacionamento amoroso.
Disponível em http://www.priberam.pt/dlpo/Default.aspx?pal=romance Acesso em 17 set. 2013.
Repare que há pelo menos seis definições possíveis para a palavra romance.
Portanto, neste caderno, quando falarmos de romance, estaremos nos referindo ao
gênero narrativo, literário, que pode vir ou não imerso em uma trama de amor. Você
já ouviu falar ou mesmo já leu algum romance policial, ou de aventura, ou de ficção
científica? Portanto, romance e amor não estão necessariamente ligados. Aqui, neste
caderno, consideraremos a definição 3 de romance descrita anteriormente: uma
8
estrutura textual que apresenta um enredo (história), contado por um narrador,
vivenciado por personagens, dentro de um limite de tempo e espaço. Não são
exatamente esses mesmos elementos que podem aparecer também na crônica e no
conto? Sim, mas o romance se diferencia da crônica e do conto pelo fato de o romance
apresentar várias ações secundárias, que se desenrolam simultaneamente à ação
principal, enquanto que a crônica e o conto apresentam, via de regra, apenas uma
ação principal. Além disso, as personagens dos romances costumam apresentar uma
profundidade psicológica maior do que as personagens de um conto, por exemplo.
Também o tempo e o espaço apresentam organizações diferentes, não se limitando
apenas aos seus aspectos linear (5 minutos, um mês, três anos, um século) e físico, (a
casa, a rua, a fazenda, a feira), respectivamente.
Dessa forma, para estudarmos o gênero romance, retomaremos alguns
conceitos que já foram abordados no caderno anterior, porém, agora, com mais
profundidade. Vamos começar nossos estudos?
Atividade Comentada 1
MUDANÇA
Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os
infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos.
Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do
rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma
9
sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da
catinga rala.
Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado
no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a
cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro.
O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.
Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-
se a chorar, sentou-se no chão.
- Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai.
Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o
pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano
ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não
acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo.
A catinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas
que eram ossadas. O voo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos
moribundos.
- Anda, excomungado.
O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso,
queria responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato
necessário - e a obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo miúdo não
era culpado, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava chegar, não sabia onde.
Tinham deixado os caminhos, cheios de espinho e seixos, fazia horas que
pisavam a margem do rio, a lama seca e rachada que escaldava os pés.
Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a ideia de abandonar o filho
naquele descampado. Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja,
irresoluto, examinou os arredores. Sinhá Vitória estirou o beiço indicando vagamente
uma direção e afirmou com alguns sons guturais que estavam perto. Fabiano meteu a
faca na bainha, guardou-a no cinturão, acocorou-se, pegou no pulso do menino, que se
encolhia, os joelhos encostados no estômago, frio como um defunto. Aí a cólera
desapareceu e Fabiano teve pena. Impossível abandonar o anjinho aos bichos do
mato. Entregou a espingarda a Sinhá Vitória, pôs o filho no cangote, levantou-se,
agarrou os bracinhos que lhe caíam sobre o peito, moles, finos como cambitos. Sinhá
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Vitória aprovou esse arranjo, lançou de novo a interjeição gutural, designou os
juazeiros invisíveis.
E a viagem prosseguiu, mais lenta, mais arrastada, num silêncio grande.
Ainda na véspera eram seis viventes, contando com o papagaio. Coitado,
morrera na areia do rio, onde haviam descansado, à beira de uma poça: a fome
apertara demais os retirantes e por ali não existia sinal de comida. Baleia jantara os
pés, a cabeça, os ossos do amigo, e não guardava lembrança disto.
Num cotovelo do caminho avistou um canto de cerca, encheu-o a esperança de
achar comida, sentiu desejo de cantar. A voz saiu-lhe rouca, medonha. Calou-se para
não estragar força.
Deixaram a margem do rio, acompanharam a cerca, subiram uma ladeira,
chegaram aos juazeiros. Fazia tempo que não viam sombra. Sinhá Vitória acomodou os
filhos, que arriaram como trouxas, cobriu-os com molambos. O menino mais velho,
passada a vertigem que o derrubara, encolhido sobre folhas secas, a cabeça encostada
a uma raiz, adormecia, acordava. E quando abria os olhos, distinguia vagamente um
monte próximo, algumas pedras, um carro de bois. A cachorra Baleia foi enroscar-se
junto dele.
Estavam no pátio de uma fazenda sem vida. O curral deserto, o chiqueiro das
cabras arruinado e também deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava
abandono. Certamente o gado se finara e os moradores tinham fugido.
Iam-se amodorrando e foram despertados por Baleia, que trazia nos dentes um
preá. Levantaram-se todos gritando. O menino mais velho esfregou as pálpebras,
afastando pedaços de sonho. Sinhá Vitória beijava o focinho de Baleia, e como o
focinho estava ensanguentado, lambia o sangue e tirava proveito do beijo.
A fazenda renasceria e ele, Fabiano, seria o vaqueiro, para bem dizer seria dono
daquele mundo.
Os troços minguados ajuntavam-se no chão: a espingarda de pederneira, o aió,
a cuia de água e o baú de folha pintada. A fogueira estalava. O preá chiava em cima
das brasas.
Uma ressurreição. As cores da saúde voltariam à cara triste de Sinhá Vitória. Os
meninos se espojariam na terra fofa do chiqueiro das cabras. Chocalhos tilintariam
pelos arredores. A catinga ficaria verde.
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Baleia agitava o rabo, olhando as brasas. E como não podia ocupar-se daquelas
coisas, esperava com paciência a hora de mastigar os ossos. Depois iria dormir.
Disponível em http://www.diciomario.com.br/vidas_secas_101.html Acesso em 15 set. 2013.
4) Nos romances, é muito comum o enredo não ser linear, ou seja, não obedecer a
uma ordem temporal fixa, cronológica, em que um fato se sucede ao outro. No
12
capítulo “Mudanças”, o narrador faz um recuo no tempo e volta a acontecimentos
anteriores aos fatos que está narrando. Transcreva do texto uma passagem que
exemplifica um retrocesso do narrador, ou seja, um fato que aconteceu em um
momento anterior ao momento em que está narrando as ações para o leitor.
Resposta comentada:
“Ainda na véspera eram seis viventes, contando com o papagaio. Coitado, morrera
na areia do rio, onde haviam descansado, à beira de uma poça: a fome apertara
demais os retirantes e por ali não existia sinal de comida. Baleia jantara os pés, a
cabeça, os ossos do amigo, e não guardava lembrança disto.”
5) No trecho “O pirralho não se mexeu. Fabiano desejou matá-lo.” Por que esse desejo
do vaqueiro não se concretizou? Explique.
Resposta comentada: Porque Fabiano sabia que o filho não era culpado pela sua
desgraça, pela seca.
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Aula 2: Como são descritos os personagens?
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Atividade Comentada 2
Resposta comentada:
Caro tutor, nesta atividade, o aluno deve guiar-se pelas imagens das personagens
para fazer a descrição física delas. É apenas uma forma de os alunos compreenderem
como podem ser identificadas as características físicas. Entretanto, as características
físicas apontadas nessa atividade podem não corresponder às características
descritas pelo narrador na obra.
http://www.festlatinosp.com.br/2013/filme_vidas_secas.php
Sinhá Vitória Morena, cabelos pretos e
lisos, lábios carnudos, usa um
véu branco sobre a cabeça.
http://www.exopto.com/
Menino mais velho Moreno, magro, cabelos
castanhos, usa pouca roupa,
pés descalços.
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http://www.palmeiraespirita.com.br/files/vidas_secas.htm
Baleia Cachorra malhada de branco e
amarelo, pelos curtos, magra.
http://expirados.com.br/loja/products/Vidas-Secas-%252d-
1963.html
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Aula 3: Palavras desconhecidas no texto
Repare que há, nesse título, uma palavra que pode ser estranha para você:
dirimir.
Inicialmente, para que seja possível chegar a alguma conclusão sobre o possível
significado da palavra “dirimir”, procure reconhecer:
1) O tema que está sendo anunciado no título do texto. Percebeu que
certamente o texto irá tratar de algo relacionado ao trabalho infanto-juvenil?
2) Em seguida, procure refletir em torno do contexto em que a palavra
“dirimir” aparece; pense que relação de sentido essa palavra estabelece com o
tema que será abordado no texto, o trabalho infantil.
3) Agora já é possível imaginar o significado de “dirimir”: extinguir, acabar, fazer
cessar, abolir, resolver, solucionar, entre outros.
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Além dessa estratégia de análise do contexto, você também provavelmente
utilizou seu conhecimento de mundo para chegar ao possível significado do termo
desconhecido. Você já leu, já ouviu pessoas comentarem, já assistiu na TV reportagens
ou até mesmo teve uma aula na escola sobre os prejuízos acarretados pelo trabalho
infantil. Sendo assim, você não imaginaria que “dirimir” poderia apresentar um
significado diferente de “extinguir”, “resolver”, pois seria no mínimo estranho alguém
ser a favor do trabalho infantil nos dias de hoje, escrever sobre isso e principalmente,
publicar na internet.
Atividade Comentada 3
CADEIA
Aí certificou-se novamente de que o querosene estava batizado e decidiu beber
uma pinga, pois sentia calor. Seu Inácio trouxe a garrafa de aguardente. Fabiano virou
o copo de um trago, cuspiu, limpou os beiços a manga, contraiu o rosto. Ia jurar que a
cachaça tinha água. Por que seria que seu Inácio botava água em tudo? perguntou
mentalmente. Animou-se e interrogou o bodegueiro:
- Por que é que vossemecê bota água em tudo?
Seu Inácio fingiu não ouvir. E Fabiano foi sentar-se na calçada, resolvido a
conversar. O vocabulário dele era pequeno, mas em horas de comunicabilidade
enriquecia-se com algumas expressões de seu Tomás da bolandeira. Pobre de seu
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Tomás. Um homem tão direito sumir-se como cambembe, andar por este mundo de
trouxa nas costas. Seu Tomás era pessoa de consideração e votava. Quem diria?
Nesse ponto um soldado amarelo aproximou-se e bateu familiarmente no
ombro de Fabiano:
- Como é, camarada? Vamos jogar um trinta-e-um lá dentro? Fabiano atentou
na farda com respeito e gaguejou, procurando as palavras de seu Tomás da bolandeira:
- Isto é. Vamos e não vamos. Quer dizer. Enfim, contanto, etc. É conforme.
Levantou-se e caminhou atrás do amarelo, que era autoridade e mandava.
Fabiano sempre havia obedecido. Tinha muque e substância, mas pensava pouco,
desejava pouco e obedecia.
Atravessaram a bodega, a corredor, desembocaram numa sala onde vários
tipos jogavam cartas em cima de uma esteira.
- Desafasta, ordenou o polícia. Aqui tem gente.
Os jogadores apertaram-se, os dois homens sentaram-se, o soldado amarelo
pegou o baralho. Mas com tanta infelicidade que em pouco tempo se enrascou.
Fabiano encalacrou-se também. Sinha Vitória ia danar-se, e com razão.
- Bem feito.
Ergueu-se furioso, saiu da sala, trombudo.
- Espera aí, paisano, gritou o amarelo.
Fabiano, as orelhas ardendo, não se virou. Foi pedir a seu Inácio os troços que
ele havia guardado, vestiu o gibão, passou as correias dos alforjes no ombro, ganhou a
rua.
Repetia que era natural quando alguém lhe deu um empurrão.
Outro empurrão desequilibrou-o. Voltou-se e viu ali perto o soldado amarelo,
que o desafiava, a cara enferrujada, uma ruga na testa. Mexeu-se para sacudir o
chapéu de couro nas ventas do agressor. Com uma pancada certa do chapéu de couro,
aquele tico de gente ia ao barro. Olhou as coisas e as pessoas em roda e moderou a
indignação. Na catinga ele às vezes cantava de galo, mas na rua encolhia-se.
- Vossemecê não tem direito de provocar os que estão quietos.
- Desafasta, bradou o polícia.
E insultou Fabiano, porque ele tinha deixado a bodega sem se despedir.
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- Lorota, gaguejou o matuto. Eu tenho culpa de vossemecê esbagaçar os seus
possuídos no jogo?
Engasgou-se. A autoridade rondou por ali um instante, desejosa de puxar
questão. Não achando pretexto, avizinhou-se e plantou o salto da reiuna em cima da
alpercata do vaqueiro.
- Isso não se faz, moço, protestou Fabiano. Estou quieto. Veja que mole e
quente é pé de gente.
O outro continuou a pisar com força. Fabiano impacientou-se e xingou a mãe
dele. Aí o amarelo apitou, e em poucos minutos o destacamento da cidade rodeava o
jatobá.
- Toca pra frente, berrou o cabo.
Fabiano marchou desorientado, entrou na cadeia, ouviu sem compreender uma
acusação medonha e não se defendeu.
- Está certo, disse o cabo. Faça lombo, paisano.
Fabiano caiu de joelhos, repetidamente uma lâmina de facão bateu-lhe no
peito, outra nas costas. Em seguida abriram uma porta, deram-lhe um safanão que o
arremessou para as trevas do cárcere. A chave tilintou na fechadura, e Fabiano ergueu-
se atordoado, cambaleou, sentou-se num canto, rosnando:
- Hum! hum!
Disponível em http://www.diciomario.com.br/vidas_secas_101.html Acesso em 16 set. 2013.
1) Desde o primeiro capítulo de “Vidas Secas”, você deve ter se deparado com várias
palavras desconhecidas. Entretanto, é possível deduzir o significado de muitas delas ao
considerar o contexto em que aparecem. A partir disso, aponte os possíveis
significados dos termos destacados nos fragmentos a seguir. Uma dica: procure voltar
ao texto e ler o parágrafo onde o termo se encontra. Assim, facilita a identificação do
seu significado.
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Resposta comentada: afasta, saia do caminho, abra espaço.
c) “Sinha Vitória ia danar-se, e com razão.”
Resposta comentada: irritar-se, zangar-se.
d) “Com uma pancada certa do chapéu de couro, aquele tico de gente ia ao barro.”
Resposta comentada: cairia ao chão, tombaria.
e) “A chave tilintou na fechadura...”
Resposta comentada: balançou e produziu som, fez barulho.
2) Você deve ter percebido que o fragmento do capítulo “Cadeia” traz algumas
expressões bastante populares utilizadas na linguagem coloquial, aquele nível de
linguagem que usamos com nossos amigos e familiares, em situações que não exigem
formalidade. Observe os trechos transcritos a seguir e explique o significado de cada
termo destacado, considerando-se o contexto em que aparecem.
21
Resposta comentada:
Personagens Fabiano e o soldado amarelo
Conflito O soldado amarelo prende e agride Fabiano sem motivo, abusa de
seu poder de autoridade policial.
Espaço Bodega ou botequim e cadeia ou prisão.
Tempo Embora não esteja explícito, depreende-se que essa parte da
narrativa aconteceu em algumas horas.
Narrador Onisciente.
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Aula 4: Nas entrelinhas: descobrindo os sentidos
Caro aluno, nesta aula 4, vamos estudar um dos aspectos mais importantes da
leitura que é a identificação de sentidos implícitos nos textos.
Em muitos momentos, ao lermos um texto, temos a impressão de extrair dele
algumas informações que não estavam escritas, mas tudo nos levava àquela conclusão.
Certamente, isso já lhe aconteceu, pois essa situação é muito comum. Ser capaz de
perceber informações “escondidas”, subentendidas ou pressupostas nos textos
constitui-se uma habilidade essencial de leitura. Mas, para realizar uma leitura
eficiente, o leitor deve captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos, uma vez
que leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas “entrelinhas”. Muitos textos
exploram de forma produtiva informações implícitas, porque, de fato, para atingir os
efeitos que se deseja, torna-se necessário trabalhar num nível mais profundo de
leitura.
Nos capítulos de “Vidas Secas” que temos estudado até aqui, há vários
momentos em que informações implícitas são veiculadas pelo narrador, sem que, no
entanto, estejam escritas letra por letra. A compreensão dessas informações
subentendidas é condição essencial para se garantir um bom nível de leitura do
romance. Dessa forma, em várias situações, aquilo que não é dito, mas apenas
sugerido, importa muito mais do que aquilo que é dito abertamente.
Vamos ver um pouco mais sobre isso na atividade a seguir.
23
Atividade Comentada 4
“Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as
mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam
com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de
preás, gordos, enormes.”
24
Disponível em http://veja.abril.com.br/blog/todoprosa/antologia/que-cena-a-morte-de-baleia-em-
vidas-secas/ Acesso em 17 set. 2013.
25
Aula 5: Diferença entre crônica, conto e romance
(GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. São Paulo: Ática, 2006.)
26
Atividade Comentada 5
Agora, você vai ler último capítulo de “Vidas Secas”. Com a nova seca, Fabiano
juntou todas as coisas, a sua família e seguiu caminho. Mais uma vez estavam de
mudança. Como não queria confronto com o patrão, fugira de madrugada, mas não
sabia para onde iria, sabia apenas que tinha que prosseguir.
27
Caminharam bem três léguas antes que a barra do nascente aparecesse. Fizeram alto.
E Fabiano depôs no chão parte da carga, olhou o céu, as mãos em pala na testa.
Arrastara-se até ali na incerteza de que aquilo fosse realmente mudança. Retardara-se
e repreendera os meninos, que se adiantavam, aconselhara-os a poupar forças. A
verdade é que não queria afastar-se da fazenda. A viagem parecia-lhe sem jeito, nem
acreditava nela. Preparara-a lentamente, adiara-a, tornara a prepará-la, e só se
resolvera a partir quando estava definitivamente perdido. Podia continuar a viver num
cemitério? Nada o prendia aquela terra dura, acharia um lugar menos seco para
enterrar-se. Era o que Fabiano dizia, pensando em coisas alheias: "o chiqueiro e o
curral, que precisavam conserto, o cavalo de fábrica, bom companheiro, a égua alaza,
as catingueiras, as panelas de losna, as pedras da cozinha, a cama de varas. E os pés
dele esmoreciam, as alpercatas calavam-se na escuridão. “Seria necessário largar
tudo?”As alpercatas chiavam de novo no caminho coberto de seixos. Agora Fabiano
examinava o céu, a barra que tingia o nascente, e não queria convencer-se da
realidade. Procurou distinguir qualquer coisa diferente da vermelhidão que todos os
dias espiava, com o coração aos baques. As mãos grossas, por baixo da aba curva do
chapéu, protegiam-lhe os olhos contra a claridade e tremiam.
Os braços penderam, desanimados.
- Acabou-se.
Disponível em:
http://www.portaleducarbrasil.com.br/Userfiles/P0001/File/Vidas_secas_de_Graciliano_Ramos.pdf
Acesso em set. 2013.
Resposta comentada: Porque já havia chegado outra grande seca e tudo na fazenda
estava praticamente perdido.
28
3) Por que Fabiano foi embora, de madrugada, sem, sequer, despedir do fazendeiro?
Resposta comentada: Porque estava devendo o dono da fazenda e não poderia pagá-
lo.
29
Aula 6: Registrando as diferenças
Texto 1 - Crônica
O homem trocado
30
Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia.
Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade. O
computador se enganara, seu nome não apareceu na lista.
- Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mês
passado tive que pagar mais de R$ 3 mil.
- O senhor não faz chamadas interurbanas?
- Eu não tenho telefone!
Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram
felizes.
- Por quê?
- Ela me enganava.
Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que
não fazia. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:
- O senhor está desenganado.
Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma
simples apendicite.
- Se você diz que a operação foi bem...
A enfermeira parou de sorrir.
- Apendicite? - perguntou hesitante.
- É. A operação era para tirar o apêndice.
- Não era para trocar de sexo?
Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/MjMxNDk5/ Acesso em 08 ago. 2013.
Texto 2 – Conto
Por que o cachorro foi morar com o homem
O cachorro, que todos dizem ser o melhor amigo do homem, vivia antigamente
no meio do mato com seus primos, o chacal e o lobo.
Os três brincavam de correr pelas campinas sem fim, matavam a sede nos
riachos e caçavam sempre juntos.
Mas, todos os anos, antes da estação das chuvas, os primos tinham dificuldades
para encontrar o que comer. A vegetação e os rios secavam, fazendo com que aos
animais da floresta fugissem em busca de outras paragens.
31
Um dia, famintos e ofegantes, os três com as línguas de fora por causa do forte
calor, sentaram-se à sombra de uma árvore para tomarem uma decisão.
– Precisamos mandar alguém à aldeia dos homens para apanhar um pouco de
fogo - disse o lobo.
– Fogo?- perguntou o cachorro.
– Para queimar o capim e comer gafanhotos assados - respondeu o chacal com
água na boca.
– E quem vai buscar o fogo?- tornou a perguntar o cachorro.
– Você!- responderam o lobo e o chacal, ao mesmo tempo, apontando para o
cão.
De acordo com a tradição africana, o cão, que era o mais novo, não teve outro
jeito, pois não podia desobedecer a uma ordem dos mais velhos. Ele ia ter que fazer a
cansativa jornada até a aldeia, enquanto o lobo e o chacal ficavam dormindo numa
boa.
O cachorro correu e correu até alcançar o cercado de espinhos e paus pontudos
que protegia a aldeia dos ataques dos leões. A notícia, e das cabanas saía um cheiro
gostoso. O cachorro entrou numa delas e viu uma mulher dando de comer se distrair
para ele pegar um tição.
Uma panela de mingau de milho fumegava sobre uma fogueira. Dali, a mulher,
sem se importar com a presença do cão, tirava pequenas porções e as passava para
uma tigela de barro.
Quando terminou de alimentar o filho, ela raspou o vasilhame e jogou o resto
do mingau para o cão. O bicho, esfomeado, devorou tudo e adorou. Enquanto comia, a
criança se aproximou e acariciou o seu pêlo. Então, o cão disse para si mesmo:
– Eu é que não volto mais para a floresta. O lobo e o chacal vivem me dando
ordens. Aqui não falta comida e as pessoas gostam de mim. De hoje em diante vou
morar com os homens e ajudá-los a tomar conta de suas casas.
E foi assim que o cachorro passou a viver junto aos homens. E é por causa disso
que o lobo e chacal ficam uivando na floresta, chamando pelo primo fujão.
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Atividade Comentada 6
CRÔNICA (O homem trocado) CONTO (Por que o cachorro ROMANCE (Vidas Secas)
foi morar com o homem)
Qual a trama?
Um homem, que a vida toda A mando do chacal e do Uma família de retirantes
vivenciou enganos, se interna lobo, o cão vai até a aldeia caminha pelo sertão em
para fazer uma simples cirurgia dos homens pegar fogo. busca de uma vida melhor.
de apêndice, mas acaba sendo Chegando lá, o cão é bem Enfrenta grandes
submetido, equivocadamente, tratado por uma mulher e dificuldades como fome,
a uma cirurgia de mudança de seu filho. O cachorro decide, sede, a falta de um lugar
sexo. então, viver ao lado dos para de estabelecer. Depois
humanos porque era mais de muito caminharem, os
bem tratado por eles do que retirantes encontram uma
por seus parentes. casa aparentemente
abandonada, mas logo chega
o dono, para quem Fabiano
começa a trabalhar e por
quem é explorado.
Desiludida, a família deixa a
fazenda e recomeça sua
peregrinação pelo sertão em
busca de um lugar melhor
para viver.
Onde ocorre a trama (espaço)?
No hospital. Na floresta. No sertão nordestino.
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Inácio, o soldado amarelo.
Qual o desfecho da trama?
O homem descobre que O cão, ao ser bem tratado Fabiano foge da fazenda
novamente foi vítima de um pelos humanos, decide viver onde trabalhava e vai
engano e passou por uma ao lado destes e abandona novamente seguir sua
cirurgia de mudança de sexo. seus parentes. peregrinação no sertão em
busca de um lugar melhor
para viver.
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Avaliação
1° Possibilidade:
As disciplinas nas quais os alunos participam da Avaliação do Saerjinho, pode-se utilizar
a seguinte pontuação:
Saerjinho: 2 pontos
Avaliação: 5 pontos
Pesquisa: 3 pontos
Participação: 2 pontos
Avaliação: 5 pontos
Pesquisa: 3 pontos
Caro(a) aluno(a),
Agora que você estudou as seis aulas deste bimestre, está preparado para
testar os conhecimentos adquiridos ao longo destas quatro semanas! A seguir, você
deverá responder às questões propostas. Elas foram formuladas, de acordo com as
habilidades trabalhadas neste caderno. Bom trabalho e boa prova!
Nas questões a seguir, propomos que você leia outro fragmento de “Vidas
Secas” para poder respondê-las.
Leia o Capítulo VI – O menino mais velho – para responder às questões de 1 a 3.
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Capítulo VI – O menino mais velho
Animara-se a interrogar Sinhá Vitória porque ela estava bem-disposta. Explicou
isto a cachorrinha com abundância de gritos e gestos. Ele nunca tinha ouvido falar em
inferno. (...) Sinhá Vitória, distraída, aludiu vagamente a certo lugar ruim demais, e
como o filho exigisse uma descrição, encolheu os ombros. O menino foi à sala
interrogar o pai, encontrou-o sentado no chão, com as pernas abertas, desenrolando
um meio de sola. - Bota o pé aqui. A ordem se cumpriu e Fabiano tomou medida da
alpercata: deu um traço com a ponta da faca atrás do calcanhar, outro adiante do
dedo grande. Riscou em seguida a forma do calçado e bateu palmas: - Arreda. O
pequeno afastou-se um pouco, mas ficou por ali rondando e timidamente arriscou a
pergunta. Não obteve resposta, voltou à cozinha. (...) Naquele dia a voz estridente de
Sinhá Vitória e o cascudo no menino mais velho arrancaram Baleia da modorra e
deram-lhe a suspeita de que as coisas não iam bem. Foi esconder-se num canto, por
detrás do pilão, fazendo-se miúda entre cumbucos e cestos. (...) O pequeno sentou-se,
acomodou nas pernas a cabeça da cachorra, pôs-se a contar-lhe baixinho uma história.
Tinha um vocabulário quase tão minguado como o do papagaio que morrera no tempo
da seca. Valia-se, pois, de exclamações e de gestos, Baleia respondia com o rabo, com
a língua, com movimentos fáceis de entender. (...) Como não sabia falar direito, o
menino balbuciava expressões complicadas, repetia as sílabas, imitava os berros dos
animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na catinga, roçando-se.
Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra, com certeza importante (...) Não
acreditava que um nome tão bonito servisse para designar coisa ruim. (...) Achava as
pancadas naturais quando as pessoas grandes se zangavam, pensava até que a zanga
delas era a causa única dos cascudos e puxavantes de orelhas. Está convicção tornava-
o desconfiado, fazia-o observar os pais antes de se dirigir a eles. (...) A cadelinha
chegou-se aos pulos, cheirou-o, lambeu-lhe as mãos e acomodou-se. Como era
possível haver estrelas na terra? Entristeceu. Talvez Sinhá Vitoria dissesse a verdade. O
inferno devia estar cheio de jararacas e suçuaranas, e as pessoas que moravam lá
recebiam cocorotes, puxões de orelhas e pancadas com bainha de faca.
Disponível em http://textolivre.com.br/livre/24886-vidas-secas-de-graciliano-ramos-carcara-cega-mata-
e-come-mas-nao-os-comeram Acesso em 28 set. 2013.
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1) No trecho “(...) - Bota o pé aqui. A ordem se cumpriu e Fabiano tomou medida da
alpercata (...)” há presença do discurso direto. Assinale a alternativa que apresenta a
transposição INCORRETA do trecho em destaque para o discurso indireto.
a) (...) Fabiano mandou que o filho botasse o pé lá.
b) (...) O pai havia dito para o filho colocar o pé ali.
c) (...) Fabiano ordenou ao filho que botasse o pé aí.
d) (...) O pai disse ao menino que botasse o pé no local indicado.
Resposta comentada: A resposta correta é letra C.
Em “– Bota o pé aqui.”, foi utilizado o modo imperativo “bota” e o advérbio “aqui”. Na
transposição do discurso direto para o indireto, é necessário que se acrescente um
verbo dicendi para indicar que a fala é do narrador (“mandou”, “havia dito”, “disse”).
Além disso, a forma verbal “bota” vai para o imperfeito do subjuntivo (“botasse”) ou
pode ser substituída pela forma “para colocar o pé”, sem prejuízo de sentido. O
advérbio “aqui” é substituído pelos advérbios “lá” e “ali” ou também pelo adjunto
adverbial de lugar “no lugar indicado”. Entretanto, o advérbio “aí” não está adequado
porque remete a um lugar em que se encontra o personagem no momento de sua
fala. Como o personagem teve sua fala “traduzida” pelo narrador (discurso indireto), o
advérbio foi incorretamente utilizado. Dessa forma, as alternativas A, B e D estão
corretas quanto à passagem do discurso direto para o indireto.
2) Nesse capítulo, fica evidente que uma das características psicológicas mais marcantes
do menino mais velho era a
a) inteligência.
b) curiosidade.
c) obediência.
d) doçura.
Resposta comentada: A resposta correta é letra B.
No capítulo VI, fica evidente que o menino mais velho é curioso, procura saber das
coisas. Ele quer saber o significado da palavra “inferno” e pergunta ao pai e à mãe.
Não há indicação de que, por ser curioso, ele era necessariamente inteligente. Por
isso, a resposta da letra A está incorreta. As alternativas C e D também não se
sustentam no texto. Não há pistas de que o menino seja “doce” ou “obediente”.
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3) Em qual das passagens a seguir evidencia-se a presença de um narrador onisciente,
aquele que revela os sentimentos e pensamentos das personagens?
a) “Ele nunca tinha ouvido falar em inferno.”
b) “A ordem se cumpriu e Fabiano tomou medida da alpercata (...)”
c) “Como era possível haver estrelas na terra? Entristeceu. Talvez Sinhá Vitoria
dissesse a verdade.”
d) “O pequeno sentou-se, acomodou nas pernas a cabeça da cachorra, pôs-se a contar-
lhe baixinho uma história.”
Resposta comentada: A resposta correta é a letra C.
Nas alternativas A, B e D, fica claro que o narrador limitou-se apenas a contar as ações
da personagem. Não houve nessas opções nenhum tipo de informação sobre as
emoções ou pensamentos dela. Já na letra C, o narrador transmite para o leitor um
pensamento (“Como era possível haver estrelas na terra?”, “Talvez Sinhá Vitoria
dissesse a verdade.”) e um sentimento da personagem (“Entristeceu”).
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o leonês, o galo-provençal, o romance lusitânico, do qual o português é um
prolongamento.”
(Disponível em http://esjmlima.prof2000.pt/hist_evol_lingua/R_GRU-D.HTM Acesso em 02 out. 2013.)
c) “Romance é uma forma literária do gênero narrativo literário que transpõe para a
ficção a experiência humana. Suas características são a narrativa longa, geralmente
dividida em capítulos, os personagens variados e complexos em torno das quais
acontece a história principal e também histórias paralelas a essa, pode apresentar
espaço e tempo variados.
Disponível em http://obelletrista.wordpress.com/2012/10/10/conceito-e-caracteristicas-do-romance/
Acesso em 02 out. 2013.
d) “Um primeiro olhar nesses números pode até levar a concluir que não, a amizade
não existe - é sempre um romance fracassado ou dormente. Mas especialistas dizem
que é justamente por causa dessa atração que a amizade pode surgir. Na verdade,
mesmo quando não há envolvimento sexual, pode haver atração.”
Disponível em: http://super.abril.com.br/cotidiano/namoro-ou-amizade-535998.shtml
Resposta comentada:
O significado de “romance” que melhor define a obra “Vidas Secas” encontra-se na
letra C e diz respeito ao gênero literário. As opções A e D apresentam o sentido do
termo “romance” como relacionamento amoroso entre pessoas, amor. Já na letra B,
o conceito de “romance” diz respeito às diversas línguas que se originaram do latim.
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Pesquisa
Caro professor aplicador, para esta atividade, sugerimos que divida a turma em
grupos.
Se possível, permita que os alunos acessem a sala de informática ou consultem
jornais, revistas e livros na sala de leitura da escola para dinamizarem o trabalho com
novas possibilidades de fontes de pesquisa.
Bom trabalho para vocês!
Para esta atividade, é importante que você organize grupos com os seus
colegas. Se possível, pesquise na sala de informática ou em jornais, revistas e livros na
sala de leitura da escola.
Bom trabalho para vocês!
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2. Qual o problema social que permeia Vidas Secas?
Resposta comentada:
A obra denuncia a pobreza excessiva, a miséria e as dificuldades pelas quais passam
os sertanejos nordestinos.
5. De posse das informações e das fotos, é hora de montar o painel. Cole algumas fotos
e abaixo delas coloque as informações pesquisadas sobre Vidas Secas. Ao término,
reflita com seus colegas de grupo sobre o seguinte questionamento: o que mudou de
1938 para 2013 para a população nordestina?
Resposta comentada: o aluno pode trazer fotos de jornais, revistas ou retirar da
internet. Após a seleção, colar as fotos em cartolina e expor no mural da sala.
Quanto ao questionamento, o aluno deve chegar à conclusão de que pouco mudou
para a vida do nordestino em termos de enfrentamento da seca, da miséria e de
outros problemas sociais. Será ainda proveitoso que eles ampliem a reflexão para
todo o país.
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Referências
[1] ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M.; PONTARA, Marcela.
Português: contexto, interlocução e sentido. São Paulo: Moderna, 2010. 2º vol., p. 174-
230.
SITES PESQUISADOS:
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http://alimenteocerebro.com/a-aridez-e-a-frieza-de-vidas-secas/ Acesso em 15
set. 2013.
http://www.festlatinosp.com.br/2013/filme_vidas_secas.php
http://www.exopto.com/
http://www.palmeiraespirita.com.br/files/vidas_secas.htm
http://expirados.com.br/loja/products/Vidas-Secas-%252d-1963.html
http://veja.abril.com.br/blog/todoprosa/antologia/que-cena-a-morte-de-
baleia-em-vidas-secas/ Acesso em 17 set. 2013.
http://veja.abril.com.br/blog/todoprosa/antologia/que-cena-a-morte-de-
baleia-em-vidas-secas/ Acesso em 18 set. 2013.
http://www.portaleducarbrasil.com.br/Userfiles/P0001/File/Vidas_secas_de_G
raciliano_Ramos.pdf Acesso em set. 2013.
http://docenciaonlinesaberespedagogicos.blogspot.com.br/2012/10/alguns-
contos-africanos.html Acesso em 11 ago. 2013.
http://textolivre.com.br/livre/24886-vidas-secas-de-graciliano-ramos-carcara-
cega-mata-e-come-mas-nao-os-comeram Acesso em 28 set. 2013.
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Equipe de Elaboração
COORDENADORES DO PROJETO
PROFESSORES ELABORADORES
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