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AS ARTIMANHAS DA

EXCLUSÃO E ÉTICA DA
DESIGUALDADE SOCIAL

P R O F. G E Y S A A P E L
EXCLUSÃO

• Pensar criticamente a exclusão como um mecanismo de produção


da desigualdade social impõe um mergulho na complexidade e nas
controvérsias do mundo atual, trazendo a reflexão para o campo
ético, o que implica uma discussão de valores e dos efeitos da
ordem capitalista sobre a vida das pessoas.
ÉTICA

• A ética emerge como problemática inerente à política, à cidadania e


à democracia. A temática da exclusão vincula-se, então, à da
transformação social, reclamando pela compreensão das novas
cenas sociais em que se constituem os novos campos de conflitos e
os novos atores sociais, nem sempre transparentes ao olhar público
em tempos de privatização dos espaços coletivos.

Psicologia?
CULTURA DA IDEALIZAÇÃO

•?
AFETO E DESIGUALDADE SOCIAL

• Segundo o pensamento de Espinosa, no ser humano, a mente e o


corpo constituem-se em unicidade. O corpo, para Espinosa, é “um
modo definido da extensão, existente em ato” (1677/2010, Ética II,
Prop. 13), ou seja, um corpo em contínuo movimento pelas
afecções. O corpo e a mente agem no sentido de se manterem na
existência.
RESPOSTAS AFETIVAS

• Sawaia fala de respostas afetivas aos processos de assujeitamento à


desigualdade social. Quanto ao sofrimento ético-político trata-se:
de sofrimento/paixão, gerado nos maus encontros caracterizados
por servidão, heteronomia e injustiça, sofrimento que se cristaliza
na forma de potência de padecimento, isto é, de reação e não de
ação, na medida em que as condições sociais se mantêm,
transformando-se em um estado permanente da existência. (Sawaia,
2009, p. 370)
SOFRIMENTO ÉTICO-POLÍTICO

• Esse modo de entender o sofrimento éticopolítico também é


analisado pela autora, em 2011, ao acentuar: “são as afecções que
marcam a atividade de um corpo, que diminuem a potência de ação
e nos mantêm na servidão em todas as esfera da vida” (Sawaia,
2011, p. 42).
• Partindo da compreensão de espinosana, Sawaia destaca a relação
entre sofrimento ético-político e autonomia, destacando a
dimensão ética dos afetos. Assim, ressalta que se trata de um
sofrimento vinculado às relações com a sociedade, nas quais,
mediante as afecções, o corpo vivencia um abaixamento de
potência proveniente da passividade, da servidão ou heteronomia
frente a situações de exclusão engendrada pela desigualdade social.
MUDANÇA SOCIAL

• Explicita-se a necessidade de aprofundar a questão da exclusão e da


mudança social por meio de novos olhares sobre a dinâmica da
sociedade contemporânea, problematizando o modelo de
integração à normalidade social presente entre as teorias que
predominaram até os anos sessenta e setenta, fundamentando
políticas e práticas.
POBREZA X MARGINALIDADE

• Teorias eram reflexo, entre outros fatores, da redução da


marginalidade social à questão econômica, que, na sociedade
brasileira, evidenciou a relação entre marginalidade e pobreza, fruto
do processo de urbanização capitalista que ganhou consistência e
do massivo êxodo rural para os grandes centros do sudeste, que
incharam as cidades, causando transtornos à ordem pretendida
PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA

• Um outro fator a destacar é a perspectiva sociológica presente


naquele momento, cujo pressuposto é o de que a sociedade é um
todo orgânico, cabendo às políticas públicas criar mecanismos para
favorecer o desaparecimento das “desorganizações transitórias”,
rumo à integração de todos à sociedade de consumo, naturalmente
respeitando a aptidão e as potencialidades de cada um.
ANOS 80

• As questões de ordem política serão evidenciadas em relação à


problemática do combate às situações de exclusão. As discussões
que entram em cena enfatizam os movimentos sociais pela
democratização da sociedade, a segregação urbana e a análise da
falência das políticas sociais em todos os sentidos. É a cidadania
mutilada para muitos que ganha relevo, polemizando os
agravamentos dos contrastes da população.
ANOS 90

• O conceito de exclusão social ganhará mais dinâmica, explorando a


multidimensionalidade dos dispositivos hegemônicos que bloqueiam
as possibilidades de inserção social, impossibilitando aos indivíduos
e aos coletivos o exercício de uma cidadania ativa
COMPREENSÃO DA EXCLUSÃO

• “Mecanismos” que agenciam diversas circunstâncias em que


pessoas e grupos vivem a situação de exclusão como no direito ao
trabalho, educação, saúde, habitação, começam a desconstruir a
simplificação da relação entre exclusão e desigualdade social.
• Obs: Amara Moira: não gosto quando me colocam como ex-
prostituta
FRAGMENTAÇÃO DA SOCIEDADE

• Exclusão e desigualdade social, ordem/desordem, passam a serem


vistas como uma outra organização social, ou seja, uma sociedade
fragmentada, em que os valores não se vinculam mais a um modelo
único, mas a múltiplos processos sociais excludentes – processos
de inclusão precária e instável – e múltiplos movimentos sociais
por cidadania – movimentos ético-políticos que discutem o tipo de
sociedade que está em construção.
ATIVIDADE

• Amara Moira: não gosto quando me colocam como ex-prostituta


(youtube)
REFERENCIAL TEÓRICO

• SAWAIA, Bader Burihan. As artimanhas da exclusão:Análise psicossocial e ética da


desigualdade social
• https://www.youtube.com/watch?v=0qcIG1S6WzQ

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