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A maioria dos seres procariontes apresenta uma só molécula de DNA, que não está
Nos seres eucariontes, a informação genética encontra-se distribuída por várias moléculas
de DNA, as quais estão associadas proteínas (histonas) que conferem estabilidade ao DNA e são
encontram, na maior parte do tempo, dispersos no núcleo da célula mas quando esta se encontra
espessos (cromossomas).
organismos vivos, e por isso o mecanismo pelo qual as células se dividem desde sempre fascinou
os biólogos. A formação de uma nova célula tem sempre origem numa célula já existente, através
de um processo denominado divisão celular, sendo o ciclo celular definido como o intervalo
É interessante verificar que a duração do ciclo celular varia enormemente entre diferentes
diferentes tipos de células no mesmo organismo (enquanto que alguns tipos de células se dividem num
espaço de horas, outros necessitam de meses). Ainda dentro de um mesmo organismo multicelular
adulto as células podem dividir-se em três classes, relativamente à sua capacidade de divisão:
b) as que normalmente não se dividem, mas que podem ser induzidas a fazê-lo quando
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estimuladas (células hepáticas e linfócitos);
c) finalmente, as células que possuem uma actividade mitótica elevada (células das
gónadas ou epiteliais).
muitas células de diferentes animais atravessam um ciclo completo em cerca de 20 horas, o que
indica que, num organismo multicelular, a taxa de proliferação de cada tipo celular é regulada por
Como se estima que, num corpo humano adulto, em cada segundo se encontrem em divisão
mais de 25 milhões de células, tem-se noção que a coordenação da divisão celular é um aspecto
essencial ao organismo.
Para além do interesse científico inerente ao estudo dos mecanismos envolvidos, o estudo
do ciclo celular tem implicações práticas enormes no campo da saúde humana, nomeadamente
no que respeita ao combate ao cancro, uma vez que esta doença resulta, essencialmente, do
facto de a célula perder o controlo da sua própria divisão. As células tumorais dividem-se
persistentemente em situações em que tal não deveria acontecer, uma vez que perderam os
controlos moleculares que as fazem pertencer a uma das três classes acima descritas.
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Ciclo celular
A vida de uma célula começa no momento em que a divisão celular que a originou acaba e
o momento em que ela mesma se divide ou morre (toda a actividade celular cessa).
Fase G1: nesta fase sintetizam-se muitas proteínas, enzimas e RNA, verifica-se
Durante a fase G1 são produzidas moléculas de RNA, a partir da informação do DNA, para sintetizar
Fase S: nesta fase ocorre a auto-replicação das moléculas de DNA (diz-se no plural
porque para cada cromossoma existe uma molécula de DNA). A partir deste momento os cromossomas
Durante o período S acontece a replicação semiconservativa do DNA originando duas moléculas filhas
idênticas. Às novas moléculas de DNA associam-se histonas formando-se cromossomas constituídos por
Fase G2: neste período dá-se a síntese de moléculas necessárias à divisão celular
(como os centríolos).
O período G2 tem lugar após a replicação do DNA e antes de ter início a divisão nuclear. Verifica-- se a
síntese de mais proteínas, bem como a produção de estruturas membranares, a partir das moléculas
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Após a interfase, inicia-se a mitose, período durante o qual o núcleo da célula experimenta um
Fase mitótica
Como já foi dito a fase mitótica divide-se em duas fases: a Mitose (ou cariocinese) e a Citocinese.
Mitose
A mitose é uma fase relativamente curta do ciclo celular sendo a sua duração bastante
constante entre diferentes tipos de células (frequentemente cerca de uma hora). Nesta fase ocorre a
Profase
É a etapa mais longa da mitose. Os filamentos de cromatina enrolam-se, tornando-se cada vez
mais curtos, possibilitando assim o seu visionamento no Microscópio óptico. Os dois pares de
centríolos afastam-se em sentidos opostos, entre eles forma-se o fuso acromático (sistema de
microtúbulos proteícos que se agrupam e formam fibrilas). Quando os centríolos alcançam os pólos da
Em resumo, a profase é a fase mais longa da mitose e envolve enrolamento dos cromossomas, tornando-os
progressivamente mais condensados, curtos e grossos. Forma-se também o fuso acromático entre os
centrossomas que se afastaram para pólos opostos. No final desta fase, os nucléolos desaparecem e o
Metafase
mento e algumas fibrilas ligam-se aos centrómeros (as outras ligam os dois centríolos).Os cromos-
somas encontram-se alinhados no plano equatorial (plano equidistante dos dois pólos da células)
ligados ao fuso acromático, dispõem-.se no plano equatorial da célula, formando a placa equatorial.
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Os centrómeros encontram-se voltados para o centro do plano equatorial, enquanto que os braços dos
Anafase
Os cromatídios que antes pertenciam ao mesmo cromossoma, agora separados, constituem dois
cromossomas independentes.
constituíam cada um dos cromossomas. Inicia-se a ascensão polar dos cromossomas ao longo das fibrilas
dos microtúbulos. No final, cada pólo da célula possui um conjunto de cromossomas (constituídos por um
Telofase
A membrana nuclear forma-se à volta dos cromossomas de cada pólo da célula, passando
a existir assim dois núcleos com informação genética igual. Os núcléolos aparecem. O fuso
desorganizando-se as fibrilas do fuso acromático. A mitose termina possuindo a célula dois núcleos
Citocinese
divisão celular que origina duas células-filhas. A citocinese difere conforme a célula for animal ou
vegetal.
formam-se, na zona do plano equatorial, um anel contráctil de filamentos proteicos que, na citoci-
nese, contraem-se e puxam a membrana plasmática para dentro até que as duas células -filhas
se separam.
disso é formada na região equatorial uma nova parede celular. Para isso, vesículas provenientes
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do complexo de Golgi alinham-se no plano equatorial e formam uma estrutura que é a membrana
plasmática das células filhas. Mais tarde, por deposição de fibrilas de celulose forma-se nessa
Em resumo, nas células-animais a citocinese ocorre por estrangulamento do citoplasma que se deve à
progressiva contracção de microfibrilas proteicas, que conduzem à divisão da célula-mãe em duas células-
filhas.
Nas células-vegetais, a existência de parede esquelética não permite a citocinese por estrangula-mento.
Assim, verifica-se que vesículas resultantes do Complexo de Golgi, contendo celulose, outros polissaca-
rídeos e proteínas, são depositadas na região equatorial da célula devido à acção orientadora de micro-
túbulos que se formam entre os dois pólos celulares. Estas biomoléculas, originam uma lamela mediana,
que se torna visível na telofase. A deposição de celulose na lamela mediana vai originar uma parede
celular, que se começa a formar do centro para a periferia da célula. Quando esta atinge a parede da
verificarem, tais como a presença de uma quantidade adequada de nutrientes ou quando a célula
atinge determinadas dimensões. A regulação do ciclo celular é realizada por ciclinas e por
quinases ciclino-dependentes.
Certas células, como os neurônios, param de se dividir quando o animal atinge o estado
Existem dois momentos em que os mecanismos de regulação actuam: na fase G1 e na fase G2.
Na fase G1: no fim desta fase existem células que não iniciam novo ciclo ou que não estão
a) são células que não se dividem mais, essas células permaneceram neste estádio até à
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sua morte, são exemplos os neurónios e as células das fibras musculares.
Na fase G2: Antes de se iniciar a mitose, existe outro momento de controlo, se a replicação
do DNA não ocorreu correctamente o ciclo pode ser interrompido e a célula volta a iniciar a fase
S.
Em resumo, a fase G1 corresponde ao período em que a célula cresce e executa as suas funções e verifica-
se que, com raras excepções, as células que pararam de se dividir, quer temporária quer definitivamente,
seja no organismo seja em cultura, fazem-no num ponto imediatamente anterior à iniciação da síntese de
DNA. As células nestas condições dizem-se em G0, distinguindo assim as células que abandonaram o ciclo
celular daquelas que se encontram numa fase G1 típica. A reentrada de células em G0 no ciclo celular,
passando a G1, dá-se por resposta a estímulos externos (hormonas). A passagem da fase G1 para a fase S
depende de um sinal interno que é gerado pela célula, e determina o início da replicação do DNA.
Este sinal marca um ponto no ciclo celular, denominado start, que constitui um ponto sem retorno
uma vez que a partir do momento em que é desencadeado, o ciclo celular não pode “voltar atrás” - a célula
Sabemos hoje que os acontecimentos que se relacionam com a duplicação e divisão do material
genético, constituem acontecimentos - chave do ciclo celular. Com efeito, o facto de os cromossomas,
contrariamente a quase todos os componentes celulares existirem nas células numa única cópia e serem
portadores da informação genética faz com que a sua duplicação e separação exactas pelas duas células -f
ilhas quando uma célula se divide constituam um requisito essencial à viabilidade celular.