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Morfologia Humana I

Sistema Esquelético

Objetivo da Aula
Conhecer o esqueleto humano, abordando tópicos fundamentais como: função, di-
visão anatômica e a classificação morfofuncional dos ossos.

1. Conceito

Osteologia significa “estudo dos ossos”. Os ossos são estruturas “vivas”, sendo
formados por um conjunto de tecidos com diferentes funções. Entre eles, destacam-se o
tecido ósseo (em maior quantidade), cartilaginoso, epitelial, tecidos formadores de san-
gue, nervoso e adiposo. Por esta razão, cada osso individual é considerado um órgão.
Partindo-se do princípio de que um conjunto de órgãos que atua com o mesmo objetivo
funcional constitui um sistema, pode-se concluir que o conjunto formado pelos ossos dará
origem ao Sistema Esquelético.

O esqueleto humano é interno e relaciona-se diretamente com os músculos. É


constituído por um eixo (esqueleto axial), dois membros superiores e dois inferiores (es-
queleto apendicular), que são divididos em partes articuladas, possibilitando a locomoção
e preensão. O crânio é a extremidade expandida do eixo. No esqueleto do adulto há 206
ossos distintos, como:

Esqueleto Axial: Esqueleto Apendicular:

Coluna Vertebral – 26

Crânio – 22 Membros Superiores – 64

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Osso hioide – 1 Membros Inferiores – 62

Costelas e esterno – 25 Ossículos da orelha – 6

Total - 74 Total – 132

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Diversos são os fatores que podem influenciar no número de ossos que cada indi-
víduo possui. Dentre eles podemos destacar:

Idade — O número de ossos diminui com o passar do tempo, pois, com o desen-
volvimento, alguns deles se soldam, tornando-se um único osso. Exemplo: osso frontal
(localizado no crânio).

Fatores individuais — Em alguns indivíduos ocorre a presença de ossos que se


formam onde normalmente não existiriam. Eles são chamados de heterotópicos ou extra-
numerários, termo que também se refere a ossos que não se fundiram na idade adulta.

2. Funções do sistema esquelético

Sustentação e conformidade — Os ossos funcionam como arcabouço es-


trutural para o corpo, sustentando os tecidos moles e fornecendo um ponto
de aderência para os tendões de grande parte dos músculos esqueléticos,
fazendo com que o corpo mantenha a sua forma.

Proteção — O arranjo ósseo determina a proteção de diversos órgãos vitais.


Por exemplo, os ossos do crânio protegem o encéfalo, as vértebras protegem
a medula espinal e o gradil costal (caixa torácica) protege as vísceras do tó-
rax, como o coração e os pulmões.

Participação no movimento/alavancagem — O movimento é produzido quan-


do os músculos esqueléticos exercem tração sobre os ossos no momento de
sua contração. Pelo fato de muitos ossos se articularem e esta união óssea
permitir movimentos, o esqueleto desempenha um papel importante na de-
terminação do tipo e da amplitude do movimento que o segmento será capaz
de fazer, bem como a própria anatomia do osso acaba por limitar movimentos
indesejáveis.

Homeostasia mineral — O tecido ósseo armazena vários minerais, especial-


mente cálcio e fósforo, que contribuem para fortalecer a estrutura óssea. O
osso pode liberar minerais na corrente sanguínea quando os níveis desses
minerais estiverem abaixo dos valores necessários.

Produção de células sanguíneas — Dentro de certas partes dos ossos, um

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tecido conjuntivo chamado medula óssea vermelha produz, por meio de um


processo chamado hematopoese, as células que vão fazer parte do sangue.
Estas células são: os eritrócitos (hemácias ou glóbulos vermelhos), os leucó-
citos (glóbulos brancos) e as plaquetas (fragmentos celulares).

Armazenamento de triglicérideos — No recém-nascido, toda a medula óssea


é vermelha e está envolvida na hematopoese. Entretanto, com o avançar da
idade, a produção de células sanguíneas diminui e a maior parte da medula
passa a ser formada por adipócitos, e por isso chamada de medula óssea
amarela.

3. Divisão do esqueleto

Esqueleto Axial — O esqueleto axial é constituído pelos ossos localizados no


eixo longitudinal do corpo que acomodam órgãos do Sistema Nervoso Cen-
tral sendo, portanto, chamado de neuroeixo. Os ossos que constituem esta
divisão do esqueleto são: os ossos do crânio, coluna vertebral, ossículos da
orelha, osso hioide, costelas e esterno.

Esqueleto Apendicular — O esqueleto apendicular é formado pelos ossos


que compõem os membros superiores e inferiores, mais os ossos que for-
mam os cíngulos, que conectam os membros ao esqueleto axial. Os ossos
que constituem esta divisão do esqueleto são:

Membros superiores

Segmento braço: úmero; Segmento antebraço: rádio e ulna; Segmento mão: ossos
do carpo (escafoide, semilunar, piramidal e pisiforme, hamato, capitato, trapézio e trape-
zoide), metacarpos e falanges (nos dedos); Cíngulo superior: clavícula e escápula.

Membros inferiores

Segmento coxa: fêmur; Segmento perna: tíbia, fíbula e patela; Segmento pé: ossos
do tarso (calcâneo, tálus, navicular, cuboide, cuneiforme medial, intermédio e lateral), me-
tatarsos e falanges (nos dedos); Cíngulo inferior: ossos do quadril.

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4. Classificação morfológica dos ossos

Os ossos podem ser classificados de acordo com a forma que apresentam, obser-
vando-se as dimensões de comprimento, largura e espessura.

Ossos Longos — Os ossos longos são aqueles cujo comprimento predomina sobre
a largura e a espessura. Cada osso longo tem um corpo chamado de diáfise (onde existe
a cavidade medular que acomoda a medula óssea), e duas extremidades articulares, que
são mais largas que o corpo e chamadas de epífises. Os ossos longos são encontrados na
divisão apendicular do esqueleto, mais especificamente nos membros superiores (exem-
plo: úmero) e inferiores (exemplo: fêmur). As diáfises são revestidas internamente pelo
endósteo e externamente pelo periósteo, duas membranas conjuntivas que contribuem
para a irrigação, drenagem, inervação e crescimento do osso em espessura.

Ossos Curtos — As principais dimensões de um osso curto são aproximadamente


iguais. Encontrados nas mãos e nos pés, tendo na patela, osso anterior do joelho, o seu
exemplo mais característico.

Ossos Planos — Nos ossos planos a espessura é muito menor do que as outras
dimensões. A característica diferencial dos ossos planos é a presença de duas camadas
de osso compacto com uma camada intermediária de osso esponjoso e medula óssea
(exemplo: parietais). A camada interposta nos ossos da calvária (região superior do crânio)
é chamada díploe.

Ossos Irregulares – Os ossos irregulares são aqueles que não podem ser adequa-
damente incluídos em outras classificações. Estes ossos possuem projeções que partem
do seu corpo. Compreendem muitos ossos do crânio, as vértebras e os ossos do quadril.

5. Classificação funcional dos ossos

Funcionalmente, alguns ossos podem ser classificados como sesamoides e pneu-


máticos.

Ossos Sesamoides — São ossos encontrados embutidos em tendões e que apre-


sentam função de roldana, alterando o ângulo de tração de alguns desses tendões. A
patela é o principal exemplo desta classificação.

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Ossos Pneumáticos — São ossos que possuem cavidades revestidas por epitélio
respiratório e preenchidas por ar. Alguns ossos do crânio, como o frontal, a maxila, o
etmoide e o esfenóide, são exemplos de ossos pneumáticos. Suas cavidades são chama-
das de seios paranasais.

6. Acidentes ósseos

Os ossos apresentam diversas “alterações” em sua superfície, denominadas “aci-


dentes ósseos”, que possuem nomenclatura bastante diversificada. Seguem alguns exem-
plos:

Forame: Abertura ou passagem natural por meio de um osso.

Sulco: Depressão em forma de vala.

Meato: Canal tubular abrindo-se em um osso.

Seio: Cavidade cheia de ar dentro de um osso.

Fossa: Área oca ou deprimida.

Fóvea: Pequeno orifício ou depressão.

Incisura: Incisão ou chanfradura.

Cabeça: Extremidade expandida ou principal parte de um órgão ou osso.

Colo: Porção estreita próxima à cabeça do osso.

Processo: Proeminência ou projeção em um osso.

Côndilo: Projeção arredondada de um osso, geralmente para uma articulação com


outro osso.

Epicôndilo: Proeminência em um osso geralmente acima de seu côndilo.

Eminência: Projeção de um osso.

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Face: Superfície plana.

Tubérculo: Nódulo ou pequena proeminência, especialmente aquelas sobre um


osso para ligação de um tendão.

Tuberosidade: Elevação em um osso ao qual se prende um músculo.

Trocânter: Grande proeminência para a fixação de um músculo.

Linha: Listra ou marca estreita na superfície de uma estrutura.

Crista: Elevação de uma superfície.

Espinha: Projeção longa e fina.

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Referências

VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. 6. ed. São Paulo: Manole, 2002.

TORTORA, G. J. Princípios da Anatomia Humana. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2007.

SPENCE, A. P. Anatomia Humana Básica. 2. ed. São Paulo: Manole, 1991.

DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 3. ed. São


Paulo: Atheneu, 2007.

GRAY, H. Anatomia Humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, s/d.

MOORE, K. L.; DALLEY, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 5. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2007.

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Anotações

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