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CURSO SOBRE CURA DIVINA

Wilson Linhares Castro

I. SOBRE AS DOENÇAS

A doença é uma das consequências do pecado. Nela a morte encontrou, não a única,
mas a melhor maneira de se expressar. Por isso, o pecado e a enfermidade estão
frequentemente relacionados juntos nas Escrituras (Sl.103:3;Is.53:4,5; Mt.9:5,6; Jo.5:14).
2. A Bíblia ensina que as doenças podem ter uma de duas causas: a natural e a
demoníaca.

a) Causas naturais – A maioria das doenças tem origem em causas naturais,


de caráter físico-químico e se insere num processo natural de vida e morte.
b) Espíritos de enfermidade – Algumas doenças tem origem em demônios
especializados em causar enfermidades (Mt.12:22; Mc.9:25-27; Lc.13:11-13).

II. A RESPONSABILIDADE DA IGREJA

A cura do corpo é um elemento essencial do Evangelho, e deve ser pregada e praticada


(Mt.10:7,8; Mc.16:17,18). Deus deseja a nossa saúde (III Jo.2) e a Igreja, que é o Corpo de
Cristo, deve dar continuidade ao ministério terreno de Jesus, sua Cabeça. Os membros deste
Corpo devem proclamar para um mundo pecador e sofredor o Evangelho pleno, que inclui:
perdão dos pecados, cura (física e da alma), libertação e quebra de maldição.
Jesus nos deixou a promessa de que, se crêssemos nEle, faríamos as mesmas obras
que ele fez, e até maiores (Jo.14:12). Enquanto a Igreja permanecer sob o controle do Espírito
Santo, as mesmas obras continuarão a ser feitas.

III. OS BENEFÍCIOS DA SALVAÇÃO – AS PALAVRAS “SOTERIA” E “SOZO”.

Precisamos conhecer todos os benefícios da salvação para apropriarmo-nos destes pela


fé. A salvação abrange muito mais do que somente o perdão dos pecados. O termo grego
soteria, traduzida “salvação”, inclui, além do perdão dos pecados, a cura do corpo, a cura da
alma, a expulsão de demônios e a quebra de maldições (Sl.103:3; Is.35:1-10; 53:4,5; 61:1-11).
O Dr. Scofield, em sua nota de rodapé, falando sobre a palavra salvação, escreve:
“Salvação é a grande palavra inclusiva do Novo Testemento, reunindo em torno de si todos os
atos e processos de redenção.”
Há uma profecia no livro de Isaías que explica muito bem o que acabamos de dizer: “O
Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu, para pregar boas-novas
aos pobres [salvação], enviou-me a curar os quebrantados de coração [cura interior], a
proclamar libertação aos cativos, e a pôr em liberdade os algemados [libertação]; (...) Edificarão
os lugares antigamente assolados, restaurarão as cidades arruinadas, destruídas de geração em
geração [quebra de maldições]. (Is.61:1-4).
É desta salvação que Paulo está falando quando ele escreve em Efésios 1:3: “Bendito o
Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção
espiritual nas regiões celestiais em Cristo.”
A forma verbal da palavra soteria é sozo. Dependendo do contexto, ela às vezes é
traduzida como “salvar” e outras vezes como “curar”. Em Romanos 10:9, por exemplo, ela é
traduzida “salvar”. Já em Atos 14:9 como “curar”.
Portanto, nossa atitude com relação à enfermidade (seja ela da alma ou do corpo), ao
cativeiro espiritual (seja possessão ou opressão) ou às maldições (sejam elas hereditários ou
pessoais) deve ser a mesma que temos com relação ao pecado. Nossa determinação deve ser a
de ver a cruz atuando em todas estas áreas.
Apesar de este curso ser sobre cura divina, é interessante falarmos um pouco sobre
cada um dos benefícios da salvação e como estes se relacionam com a cura.

IV. A RELAÇÃO ENTRE SALVAÇÃO E CURA DIVINA

As Escrituras insistem em colocar a salvação e a cura divina juntas. Vide por exemplo os
seguintes textos: Sl.103:3; Is.35:4-10; Is.53:4,5; Jr.17;14; Mc.2:3-12; Tg.5:14-16. Todos
apresentam a cura como parte integral da obra redentora da cruz. A provisão foi feita e
consumada em ambas as áreas. O espiritual e o físico são as duas faces de um mesmo
Evangelho. Portanto, nossa atitude em relação à enfermidade deve ser a mesma no que tange
ao pecado. Nossa determinação em possuir um corpo saudável deve ser tão firme quanto nosso
empenho em ter um espírito sadio.

V. A RELAÇÃO ENTRE SALVAÇÃO E LIBERTAÇÃO

As Escrituras também colocam a cura divina e a expulsão de demônios juntas. Em


quase todos os textos bíblicos onde se fala de cura divina há também menção de expulsão de
demônios: Mt.4:23,24; Mc.1:32-34; 3:10,11; Lc.6:17-19.
A explicação para esta relação está em Atos 10:38: “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com
o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os
oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.” (At.10:38).
Ainda que nem toda enfermidade possa ser imputada a demônios, é certo que algumas
são. Há doenças relatadas nos Evangelhos, por exemplo, que hoje seriam diagnosticadas como
surdez (Mt.12:22), epilepsia (Mc.9:14-19) ou artrite (Lc.13:10-17). Todavia, Jesus as relacionou à
obra de Satanás. Assim, onde vemos doença, Jesus vê o sofrimento imputado por Satanás.
Por isto, não é incomum, ao orarmos por um doente acontecer, às vezes, de
descobrirmos a presença de um espírito imundo que está direta ou indiretamente relacionado
aos sintomas físicos. Esse espírito deve ser confrontado diretamente e expulso. O resultado será
a cura.

VI. A RELAÇÃO ENTRE SALVAÇÃO E CURA DA ALMA

A cura da alma é outro benefício da cruz (Sl.41:3,4; 147:3). Trata-se de um processo


sobrenatural do Espírito Santo em que a nossa mente e emoções (nosso psique) são curados de
memórias dolorosas do passado causadas por:
1. Traumas causados por violências, agressões, abusos, doenças e acidentes (origem
de muitas fobias, temores, angústias, ansiedades, ódios, ressentimentos e transtornos de
personalidade).
2. Rejeições (origem de baixa autoestima, complexo de inferioridade, perfeccionismo,
insegurança, desconfiança, inveja, competitividade, necessidade de afirmação, ressentimentos e
ódio de si mesmo).
3. Frustrações e desapontamentos (roubam a nossa coragem, entusiasmo, criatividade e
sonhos).
4. Perdas e lutos (causam sentimentos de abandono ou traição, impotência, insegurança
quanto ao futuro, tristeza, desânimo e depressão).
5. Pecados e erros do passado (causam sentimento de culpa ou de vergonha, ódio de
sim mesmo).
A cura da alma é tão importante quanto à cura do corpo – inclusive sendo a causa de
muitos distúrbios de saúde (Sl.31:9-10; Pv.17:22). A boa notícia é que o Senhor também está
interessado em que vivamos com paz e alegria (Is.35:10; 57:18-21; 61:3; Sl.45:7; Rm.14:17).
O perdão tem um papel muito importante na cura da alma, pois muitos dos nossos
problemas emocionais têm origem nos relacionamentos (Mt.18:35; Ef.4:32).

VII. A RELAÇÃO ENTRE SALVAÇÃO E QUEBRA DE MALDIÇÕES

Uma maldição é uma praga invocada sobre uma pessoa, grupo ou lugar e tem o
propósito de causar dano e destruição. Pode ser na área da saúde, dos relacionamentos, das
finanças, da vida profissional ou ministerial. Frequentemente, passam de uma geração para
outra. As maldições quase sempre envolvem espíritos malignos. Quando uma maldição é
proferida, espíritos demoníacos são enviados para executar a desgraça invocada.
As maldições podem ter diferentes origens: a) a transgressão de certos mandamentos
do Senhor (Ml.2:2; Dt.28:15-68); b) maldições hereditárias (Êx.20:5; 34:6,7); c) objetos
amaldiçoados (Dt.7:25-26; 32:16-17; Jr.11:3-12); d) maldições ritualísticas (Nm.22:7); e) palavras
de maldição (Tg.3:6,9).
Jesus levou sobre si as nossas maldições (Gl.3:13), assim como carregou no seu corpo
os nossos pecados e enfermidades (Is.53:4,5). No entanto, da mesma forma como precisamos
buscar a cura das nossas enfermidades e a libertação de demônios, é necessário quebrar as
maldições.

VIII. OBSTÁCULOS TEOLÓGICOS PARA A CURA DIVINA

O Novo Testamento deixa bem claro que a Igreja tem autoridade sobre Satanás, o
pecado e as doenças. Todavia, a experiência da igreja de nossos dias parece contradizer esta
verdade. Isto tem acontecido porque no decorrer dos séculos ideias errôneas infiltraram a nossa
teologia, trazendo confusão e incredulidade. Vamos tratar de algumas delas:
1. Visão secular do mundo - A nossa cultura ocidental é secularista. O secularismo é
um sistema de pensamento que nega a existência de qualquer elemento religioso. Deus é
removido da visão moderna da realidade. Por isso, o mundo passa a ser compreendido como um
sistema fechado, governado pelas leis naturais de causa e efeito. Um milagre seria uma violação
destas leis da natureza.
A visão do mundo secular moderno, portanto, nega a possiblidade de acontecimentos
miraculosos (ceticismo). Isto não quer dizer necessariamente que se deixa de acreditar em
Deus, mas apenas que Ele não é mais essencial à nossa maneira de viver. Os cristãos
ocidentais podem ser teístas em suas mentes, no entanto, são seculares em seu modo de viver
(ateus práticos). A ciência é a verdadeira autoridade.
É compreensível que esta visão de mundo controlado pela ciência tenha afetado
profundamente o moderno tratamento de saúde. Hoje, busca-se a medicina para a cura, e não
Deus. Em contrapartida, a visão secular dos profissionais da saúde exclui qualquer possibilidade
de intervenção divina.
A medicina é um dom que Deus nos deu. Ao lado da oração, esse dom nos foi dado
para ajudar a combater os efeitos do pecado no mundo. A ciência médica e a fé cristã lutam
contra um inimigo comum; portanto, a polarização entre ciência e fé é desnecessária e
equivocada. A tensão real não é entre a Igreja e a ciência, mas entre a visão secular do mundo e
a teologia.
De maneira geral, a Igreja do Ocidente funciona de maneira semelhante à de outras
instituições seculares: depende do esforço humano. Se, afinal, estabelecemos alvos, eles
tendem a ser “realistas”. Agimos como se não esperássemos poder de Deus interferindo em
nossos programas e alterando, de maneira significativa, a sua eficiência. Dizemos ao mundo que
fomos enviados a ele pelo onipotente Deus, mas com frequência posicionamo-nos impotentes
frente às situações que precisam desesperadamente do poder dele.
Em outras partes do planeta, comunidades cristãs que não têm a mesma visão do
mundo não enfrentam os mesmos problemas de incredulidade e falta de poder que nós. Igrejas
na África e na Ásia, por exemplo, onde o pensamento ocidental não é predominante, vivenciam a
realidade das palavras de Paulo aos coríntios: “Pois o Reino de Deus não consiste de palavras,
mas de poder.” (I Co.4:20).
A menos que façamos um esforço consciente para resistir à visão de realidade com a
qual nascemos e pela qual fomos condicionados, há poucas chances de termos fé ao orarmos
pelos doentes e, mais ainda, de vê-los curados. Como disse Paulo: “Não se amoldem ao padrão
deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente.” (Rm.12:2).
2. Doutrina do cessacionismo – Posição teológica de que Deus não opera mais sinais
e maravilhas e que os dons do Espírito Santo já passaram.
A doutrina do cessacionismo não se originou do estudo cuidadoso das Escrituras. Ela
nasceu da experiência. Como você explica a ausência de milagres em sua experiência, quando
o Novo Testamento está recheado deles? Essencialmente, há três possibilidades. A primeira é
que há algo de errado com a sua experiência. A segunda, que Deus retirou os milagres porque
seu propósito para eles era temporário. E a terceira, que isso está guardado entre os mistérios
divinos, como os da eleição e da predestinação.
Desde os dias da Reforma, muitos teólogos protestantes têm argumentado em prol da
segunda possiblidade, a saber, que os dons do Espírito tinham natureza temporária.
Os reformadores tinham duas grandes razões para argumentar contra os milagres. Seus
adversários, os católicos-romanos, apelavam para os milagres da Igreja Romana em apoio à
doutrina católica. Esse ataque levou os reformadores protestantes a negar a validade dos
milagres católicos.
Todavia, essa não foi a principal razão de os reformadores terem buscado argumentos
contra os milagres. A principal razão foi a falta de experiência com milagres. Tivessem eles
testemunhado milagres dignos de nota, jamais teriam argumentado que seu propósito era
temporário.
Apesar destas especulações que afirmam que os milagres desapareceram com os
apóstolos, esse aspecto da vida e do testemunho da Igreja não é um fenômeno exclusivo do
primeiro século. J. Sidlow Baxter e Morton Kelsey documentaram amplamente a presença
contínua de sinais miraculosos do Reino de Deus ao longo de toda a história. E, mesmo nos dias
de hoje, se tem notícias de curas e milagres ocorrendo no mundo inteiro.
Aquele que menospreza o poder de cura de Cristo como pertencendo apenas aos
tempos do Novo Testamento não está pregando o Evangelho completo. Deus é o Salvador tanto
do corpo quanto da alma. Jesus é “o mesmo ontem, e hoje, e eternamente.” (Hb.13:8).
3. A doença como forma de santificação - Hoje, um dos maiores obstáculos para a
cura divina é a noção de que a doença é, em sua essência, uma bênção que tem como propósito
purificar nossa alma e aperfeiçoar o nosso caráter. Por essa razão, muitos crentes consideram
melhor suportar a doença do que ser curado. E, assim, muitos que poderiam ser curados não o
são simplesmente porque acham que não deveriam ser.
De fato, Deus às vezes usa enfermidades para corrigir o comportamento de Seu povo.
Mas a enfermidade como forma educação não é a mesma coisa que santificação. Quando a
enfermidade era usada de forma educativa, nas Escrituras, Deus dizia-lhes que comportamento
precisava ser corrigido. As pessoas não ficavam em dúvida sobre o que fazer para serem
curadas.
No caso dos enfermos em Corinto, por exemplo, Paulo deixou bem claro que o que
estava ocorrendo era punição pelo pecado (I Co.11:27-31). Todavia, os coríntios não aceitaram
passivamente essa situação; pelo contrário, eles pararam de pecar na Ceia do Senhor, e foram
curados.
Na Bíblia, quando a enfermidade é usada por Deus para educar o Seu povo, ela dura
apenas enquanto o pecado continua, e não interminavelmente sem explicação, como geralmente
acontece com uma doença crônica (Jó 5:17,18).
4. Determinismo divino - No determinismo divino se acredita que Deus controla todos
os aspectos de nossas vidas, inclusive a doença. Este pensamento torna a oração pela cura dos
enfermos irrelevante porque se Deus decretou a doença, nenhuma oração poderá alterar isso.
Por outro lado, se Deus decretar a cura, essa se tonara uma realidade com ou sem oração.
O determinismo divino é encontrado entre aqueles que se identificam com o calvinismo
(teologia da predestinação), apesar de esse pensamento não estar confinado apenas aos
calvinistas.
A história humana, como a Bíblia revela, não é determinada simplesmente pelos
decretos de um Deus soberano, mas, na maior parte das vezes, pelas escolhas das pessoas.
Quando essas opções são contrárias à vontade de Deus, a vontade dEle não é realizada.
Ao dirigir-se aos israelitas, Pedro disse: “Povo rebelde, obstinado de coração e de
ouvidos! Vocês são iguais aos seus antepassados: sempre resistem ao Espírito Santo!” (At.7:51)
Em Mateus 23:37, Jesus lamentou que a vontade de Deus não fosse cumprida por seu
próprio povo: “Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são
enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos (...), mas vocês não quiseram.”
Em I Timóteo 2:4, Paulo fala que Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e
cheguem ao conhecimento da verdade”.
Da mesma maneira, o apóstolo Pedro nos assegura de que Deus não quer “que
ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento.” (II Pe.3:9).
De acordo com estes dois apóstolos, a vontade de Deus é que todos sejam salvos, mas
a realidade do inferno é uma prova tremenda de que a vontade do Senhor em relação à salvação
de todos não foi cumprida.
Quando se fala da soberania divina não significa que Deus pré-determina e controla
todos os eventos da história. A Sua vontade será cumprida, um dia, na terra como é cumprida no
céu. Contudo, esse tempo ainda não chegou. Neste momento, pessoas e um número
significativo de anjos caídos fazem constante oposição ao Senhor.
Vivemos entre a vitória inicial de Cristo (sobre Satanás e o pecado) e a consumação final
dessa vitória. Nesse período intermediário, coisas acontecem conosco que não expressam a
vontade de Deus. Portanto, é completamente inadequado afirmar que toda doença, todo
acidente, todo pecado e toda tolice acontecem porque é da vontade de Deus. Frases como
“Deus permite que certas coisas ruins aconteçam”, são, na melhor das hipóteses, tentativas
simplistas de lidar com uma realidade sobre a qual sabemos muito pouco.
5. A doença como forma de provação
A ideia de que a enfermidade é uma “provação” mandada por Deus é outra hipótese que
leva muitos a passividade. Todavia, em nenhum lugar nas Escrituras somos orientados a receber
a enfermidade passivamente. Pelo contrário, somos chamados para lutar contra a enfermidade
com tudo que temos, e a Igreja recebeu de Cristo o ministério de cura para lutar contra a doença.
A Bíblia avisa da inevitabilidade do sofrimento, mas também faz distinção entre
sofrimento e doença. É inevitável que o verdadeiro discípulo de Jesus sofra aflição. Todavia, não
encontramos no Novo Testamento cristãos aceitando a doença, suportando-a com resignação,
tampouco se alegrando, como faziam em relação à perseguição.
Uma das distinções bíblicas mais claras entre sofrimento e doença encontra-se na carta
de Tiago, que diz: “Meus irmãos, considerem motivo de grande alegrai o fato de passarem por
diversas provações.” (Tg.1:2), mas em Tiago 5:14,15, o autor do texto pergunta: “Entre vocês há
alguém que está doente? Que ele mande chamar os presbíteros da igreja, para que estes orem
sobre ele (...) A oração feita com fé curará o doente.” No Novo Testamento, somos ensinados
algumas vezes a suportar o sofrimento (Mt.5:39). No entanto, sempre somos lembrados de orar
pela cura. (Lc.14:11-16).
6. O espinho na carne de Paulo - Se há uma aparente exceção ao que acabamos de
dizer em relação à doença, é encontrada em II Coríntios 12:7, onde Paulo nos conta sobre um
espinho na carne, posto por Deus para impedi-lo de exaltar-se. Alguns cristãos sugerem que
esse espinho era uma doença física.
É impossível afirmar, com precisão a que o apóstolo se referia como “espinho na carne”.
Contudo, é bem provável que se referisse a oposição ferrenha de sues inimigos pessoais, e não
a uma aflição física.
Em Números 33:55, a expressão “espinhos nos vossos olhos” se refere ao povo de Deus
sofrendo hostilidade por parte dos seus inimigos. Igualmente, em Josué 23:13 e em Ezequiel
28:24, nações inimigas são metaforicamente comparadas a espinhos. O conceito de espinho na
carne, no Antigo Testamento, portanto, tem o sentido de perseguição e hostilidade, não de
enfermidade.
Todavia, mesmo que alguém queria sustentar a teoria de que o espinho na carne de
Paulo era um problema físico, ainda assim teria bastante dificuldade em afirmar que isso dá
suporte à ideia de santificação ou provação pela doença. É um princípio elementar da
hermenêutica nunca fundamentar qualquer doutrina em um único texto das Escrituras, mesmo
que este seja claro e sem ambiguidades. Então, como defender a importância das enfermidades,
com base em uma passagem altamente polêmica, que dá margem a interpretações diversas?
Qualquer que tenha sido esse “espinho”, Paulo lutou contra ele e pediu a Deus, várias
vezes, que o livrasse dele. Paulo aceitou o “espinho” apenas depois de o Senhor lhe ter
ordenado, de maneira específica, que o aceitasse.
7. Conclusão - Quando ficamos doentes ou nos machucamos vamos ao médico na
esperança que ele nos ajude. Nunca questionamos se essa é a vontade de Deus para nós ou
não. Presumimos que é apropriado e benéfico conseguir ajuda médica. Por que, então,
relutamos em buscar ajuda de Deus? Se a vontade de Deus fosse à enfermidade não
estaríamos nos rebelando contra esta vontade ao irmos ao médico?
Por que, então, ficamos confusos quanto à vontade de Deus para curar ao orarmos
pelos enfermos? Um cristão não deveria hesitar em orar pedindo a cura da mesma maneira que
não hesita em chamar o médico para os cuidados adequados. Nem a oração nem o cuidado
médico garantem um resultado 100% efetivo, porém nunca devemos supor que nosso Pai que
está nos céus está menos preocupado com a saúde de Seus filhos do que estamos com a nossa
ou a de nossos filhos.

IX. A VONTADE DE DEUS COM RELAÇÃO À CURA

Antes que qualquer pessoa possa ter uma fé inabalável para a sua cura física, ela
precisa despojar-se de toda a incerteza quanto à vontade de Deus nessa questão. A fé não pode
ir além do conhecimento que se tem da vontade de Deus. Portanto, antes de se tentar exercer a
fé para a cura, é preciso conhecer o ensino claro das Escrituras sobre este assunto. A fé para a
apropriação das promessas de Deus é o resultado de se conhecer a Palavra de Deus e agir de
acordo com ela. “E, assim, a fé vem pelo ouvir, e o ouvir, por meio da palavra de Cristo.”
(Rm.10:17). T
Visões erradas acerca da cura são consequências de concepções erradas sobre Deus.
Os gregos, por exemplo, viam Deus como um ser completamente distante dos seres humanos,
nem um pouco interessado no bem-estar deles. Eles consideravam o corpo algo mau, e o
espírito bom. Uma relação entre ambos era impossível. Esse dualismo entre o mundo humano e
o divino tornou impensável que a divindade conseguisse comover-se com o sofrimento humano
ou agisse em favor do sofredor.
A visão islâmica de Deus descarta a possiblidade da teologia da cura por diferentes
razões. O Islã ensina que deus decretou a bênção para alguns, a dor para outros, e não há o
que possa ser feito para mudar essas circunstâncias. Esse kismet, ou destino, determina a
saúde para alguns e a doença para outros e torna ridícula a ideia de orar em favor dos doentes.
A teologia da cura surge apenas quando Deus é visto como alguém que está
preocupado com a enfermidade e desejoso de fazer algo em relação a isso. Os cristãos bíblicos
professam fé nesse Deus. Afirmamos que nosso conhecimento do Senhor advém das Escrituras
de maneira geral e é revelado especificamente em Jesus Cristo. Acreditamos que Deus estava
em Cristo e que a vontade de Deus foi manifesta por intermédio dele (Hb.1:1,2; Jo.1:18).
Quanto mais temos certeza de que Deus deseja nossa saúde e de que ele trabalha para
que sejamos saudáveis, temos maior liberdade para receber a Sua cura e para trabalharmos
com maior entusiasmo para que a cura aconteça na vida de outras pessoas.

X. JESUS REVELA A VONTADE DE DEUS

Não precisamos mais especular sobre o caráter de Deus. Este mesmo revelou Seu
caráter e deixou claras Suas atitudes em relação a nós por intermédio de Seu Filho, Jesus
Cristo. Cristo, por si só, explica o caráter e a natureza de Deus. Ele revela, de maneira única, a
vontade do Pai.
O próprio Jesus afirmou: “Eu lhes digo verdadeiramente que o Filho não pode fazer nada
de si mesmo; só pode fazer o que vê o pai fazer, porque o que o Pai faz o Filho também faz.”
(Jo.5:19). Deste modo, Cristo não apenas depende da vontade de Deus, como também é fiel à
revelação desta. É sob essa ótica que devemos ver os milagres realizados por Jesus. Estes
revelam algo essencial, particular, sobre o caráter do Pai: Sua hostilidade constante e clara em
relação à enfermidade e Seu desejo de curar.

XI. A COMPAIXÃO DE JESUS

A Bíblia ensina que Deus estava em Cristo; portanto, Ele não apenas se importa com a
nossa dor, como também a experimentou. Ele estava presente em Jesus quando este sofreu
fome, sede, cansaço e quando foi açoitado e pregado em uma cruz. Jesus não somente se
preocupou com a dor causada pelo pecado do mundo, Ele a sentiu pessoalmente.
No Novo Testamento encontramos a palavra splanchnizomai, compaixão, atribuída a
Deus. O termo deriva de um vocábulo grego que significa intestinos ou vísceras (às vezes
traduzida como entranhas). Já em hebraico, as palavras que expressam sentimentos intensos,
normalmente fazem alusão ao útero ou ventre.
Os vocábulos usados para descrever a compaixão de Jesus expressa o suspiro
involuntário de um homem sobrepujado pelo peso de uma grande tristeza ou pelos gemidos de
uma mulher em trabalho de parto.
Assim, entendemos que o tipo de compaixão que Jesus tem pelas pessoas não é
meramente uma expressão de Sua vontade, mas algo que brota do íntimo de Seu ser. As obras
de resgate, cura e libertação efetuadas por Jesus são fruto de Sua grande compaixão (Mt.
9:35,36; 14:14; Mc.1:40,41; 8:1,2; Lc.7:11-15).
Ao refletirem sobre os milagres de Jesus, os comentaristas ficam inclinados a denomina-
los como meios para chegar a algum fim. Eles percebem tais maravilhas como a) a autenticação
da filiação divina de Jesus; b) a revelação da presença do Reino de Deus; c) ou como uma
maneira de evangelizar. Contudo, além dos milagres de Jesus terem sido meios efetivos para
alcançar esses fins, também tiveram fins em si mesmos, pois os escritores do Novo Testamento
afirmaram que Cristo curava as pessoas porque Ele tinha compaixão delas. Logo, o próprio Deus
se preocupa com nossas lutas, e sua reação emocional é poderosa. Atos poderosos de resgate,
cura e libertação fluem de Sua compaixão.

XII. O SIGNIFICADO DO REINO DE DEUS

A maioria dos estudiosos do Novo Testamento concorda que o cerne da mensagem de


Jesus diz respeito ao Reino de Deus. Todavia, embora sua vida e Seu ministério tenham
inaugurado o Reino de Deus, a concepção de Jesus sobre o Reino era diferente da de Seus
contemporâneos.
Os judeus do primeiro século, inclusive os discípulos de Jesus, tinham em mente um
reino geopolítico, terreno. Os judeus ansiavam pela restauração da dinastia de Davi no trono
(Lc.19:11; At.1:6-8). Quando ficou claro que Jesus não era o rei do reino que eles esperavam, as
aclamações de louvor e as vivas de “Hosana!” transformaram-se em gritos de “crucifica-o!”
Jesus não veio trazer libertação política a uma nação, mas libertação espiritual,
emocional e física a todos os homens. Ele não veio para destronar César. Veio para derrotar e
destronar as forças malignas por trás de todo mal que há no mundo; a saber, o próprio Satanás.
Jesus não veio privilegiar apenas uma nação, mas trazer perdão e reconciliação para judeus e
gentios.
Essa salvação abrangente que Jesus trouxe ao mundo já havia sido predita em Gênesis
3:15. Quando o homem e a mulher foram julgados por se rebelarem contra Deus, aquele que os
tentou também foi julgado. O julgamento do Tentador foi pronunciado naquele dia: “um homem
nascido de mulher ia levantar-se e esmagar a cabeça da Serpente.”
Os Evangelhos apresentam Jesus como o cumprimento dessa profecia e desse
julgamento contra o Adversário. João assinalou: “Para isso o Filho de Deus se manifestou: para
destruir as obras do Diabo.” (I Jo.3:8). Jesus Cristo veio para reparar o prejuízo causado pelo
primeiro homem (Rm.5:15-19). Seu trabalho de reconciliação com Deus e de restauração da
humanidade resultará na restauração de toda a criação (Rm.8:19-21).
Os milagres de cura de Cristo não são apenas símbolos de sua autoridade real, mas
parte da essência de seu Reino e ferramentas para o avanço deste. Os atos de cura e de
libertação de Jesus eram e são armas de ataque contra o reino usurpado de Satanás.
Em Mateus 12:28, vemos uma importante declaração de Jesus: “Mas se e pelo Espírito
Santo de Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês o Reino de Deus.” A vinda do
reino e a conquista da liberdade espiritual são vistas em termos da libertação de pessoas e do
jugo desses poderes. Cristo venceu os poderes. Não é uma crença periférica no Novo
Testamento; pelo contrário, é uma declaração de fé central no Novo Testamento. A expulsão de
demônios, realizada por Jesus, era parte central de Seu ministério.
À medida que Jesus promoveu o avanço do Reino de Deus, os limites do domínio de
Satanás foram reduzidos. O ataque a essa região espiritual foi executado não apenas por Jesus,
mas também por Seus seguidores. Assim como Jesus foi enviado para pregar o Reino e curar os
doentes e expulsar os demônios, também enviou outros em seu nome para fazer o mesmo. O
Reino de Deus está sendo estabelecido em meio a um mundo de escuridão (Is.60:1-5).

XIII. POR QUE OS CRENTES FICAM DOENTES

Deus tem poder e recursos ilimitados; Ele cuida de seu povo e defende-o. Todavia, Seu
povo redimido ainda vive em um mundo caído, onde toda a criação (inclusive o corpo humano)
está num estado de decadência (Rm.8:21) e assim será até recebermos a redenção do nosso
corpo (v.23). Mas podemos viver sob o poder da cura divina hoje, enquanto esperamos a
consumação do que será realidade amanhã.
À medida que o Reino de Deus avança, o domínio de Satanás recua. Apenas no último
dia, quando recebermos nosso novo corpo ressurreto, nossa salvação será completada.
Todavia, da mesma maneira que recebemos as primícias da nossa salvação espiritual, podemos
receber as primícias da nossa salvação física.

XIV. POR QUE NEM TODOS SÃO CURADOS

Apesar de o Senhor querer curar os doentes, nem todos eles são curados. Essa
ambiguidade força-nos a perceber que lidamos com um mistério: ao interagirmos com um Deus
soberano, também confrontamos o pecado, seres demoníacos e uma infinidade de fatores
espirituais, físicos e psicológicos complexos.
Uma coisa é certa, se não orarmos de maneira confiante e efetiva pelos doentes, não
reconheceremos a natureza completa da vitória de Cristo contra o pecado, nem
compreenderemos a natureza completa de nossa tarefa como seguidores de Jesus.
A comunidade de crentes do Novo Testamento foi confrontada com o ministério do poder
de Deus, que ora se manifestava ora não. Parece que enfrentaram esse mistério de maneira
tranquila, como um fato natural. Lemos que experimentaram regularmente o poder de curar entre
eles, mas também que alguns cristãos não foram curados. Trófimo, por exemplo, foi deixado
doente em Mileto pelo apóstolo Paulo (II Tm.4:20). Epafrodito enfermou e quase morreu
(Fl.2:26,27). Timóteo tinha uma doença crônica no estômago, e Paulo lhe prescreveu um pouco
de vinho medicinal. Em outra ocasião, entretanto, quando Paulo estava preso em malta, ele
ourou, e todos os doente foram curados (At.28:9).
O ministério de cura, assim como todos os outros aspectos da experiência cristã é
ambíguo. A libertação total e definitiva do pecado, do mal e da doença ocorrerá completamente
apenas no final dos tempos, com a segunda vinda de Jesus Cristo. A liberdade completa existirá
apenas após a ressurreição. Todavia, já fomos libertos e experimentamos essa liberdade
parcialmente ao seguirmos Jesus Cristo.
Jesus ensinou aos Seus seguidores que o Reino de Deus era presente e real, mas ainda
não por completo. Em Mateus 13 e em Marcos 4, Jesus ensinou as parábolas do Reino. Nelas,
ofereceu várias elementos para a compreensão da realidade presente do Reino, em tensão com
a implementação completa dele no futuro. Jesus deixou claro que o sucesso do Reino poderia
ser ofuscado por Satanás, rejeitado por pessoas e sufocado pelas preocupações desta vida e
pela ilusão das riquezas. Com isso, Jesus nos advertiu que nem todos os que ouvirem o
Evangelho irão aceita-lo, nem todos os relacionamentos serão restaurados, nem todos os pobres
serão alimentados, nem todos os endemoninhados serão libertos e nem todos os doentes serão
curados.
Mas qual o significado de algumas poucas curas e libertações em um mundo tão
desestruturado e doente? Essas parábolas ensinam que o que parece insignificante hoje é um
indício do que será completamente estabelecido amanhã. As curas que presenciamos parecem
pequenas à luz da imensa necessidade, mas elas são manifestações genuínas do novo mundo
que está por vir. O Reino de Deus já é chegado a nós. Podemos participar dele, mesmo
parcialmente, enquanto esperamos ansiosamente o dia de sua consumação, com o retorno de
Cristo.
Se não oramos pelos doentes com fé, esperança e fidelidade, muitos que poderiam ser
curados não serão.
O risco é parte inerente da vida. É claro que ter fé envolve riscos. Ninguém jamais
expressara qualquer arrependimento após receber oração por cura. Muito pelo contrário,
experimentará o amor de Deus.
Não precisamos ter certeza de que nossa oração por cura funcionará. Nem precisamos
ser assegurados de que, ao oferecermos esperança de cura às pessoas, elas nunca ficarão
desapontadas. Essas preocupações apesar de serem reais são ignoradas pelo mandamento de
Cristo de pregarmos o Evangelho do Reino e ministrarmos cura aos doentes e libertação aos
endemoninhados. A razão principal para iniciar o ministério de cura é simplesmente a obediência
a Jesus Cristo.

XV. IMPEDIMENTOS PARA A CURA

Às vezes, quando a cura não ocorre, existem impedimentos que podem ser descobertos
e resolvidos, para que a cura possa acontecer. Alguns dos impedimentos mais comuns estão
listados abaixo:
1. Falta de perdão;
2. Ferida de alma (trauma, rejeição, etc.);
3. Maldição;
4. Envolvimento com o ocultismo;
5. Falta de desejo de ser curado;
6. Maçonaria;
7. Dificuldade de crer que Jesus cura hoje;
8. Culpa não resolvida;
9. Desobediência;
10. Acreditar que Deus impôs a doença;
11. Pecado não confessado;
12. Presença de um espírito de enfermidade.

XVI. AS SEIS RAZÕES PORQUE DEVEMOS CURAR ENFERMOS:

1. É o nosso mandato – Deus é o Salvador tanto do corpo quanto da alma e do espírito.


A igreja viva é aquela onde o Cristo vivo se manifesta e se move, realizando por intermédio dos
Seus membros aquilo que fez nos dias da Sua manifestação em carne. Portanto, ela deve ser
uma Igreja que salva almas, bem como uma igreja que faz milagres.
2. Trás glória para Deus – Deus é glorificado através da manifestação do Seu poder e
do Seu amor (Mc.2:12; Lc.5:26). Se realmente desejamos glorificar o nome do Senhor, então
devemos pregar o Evangelho, curar os enfermos e libertar os cativos.
3. Demonstra a compaixão de Deus – Ao mostrar Sua compaixão para com aqueles
que precisavam de cura, Jesus revelou o coração amoroso de Deus para com as pessoas. A
teologia moderna exalta mais o poder de Deus do que a Sua compaixão. No entanto, não é a fé
no poder de Deus que assegura Suas bênçãos, mas a fé no Seu amor. Deus não somente é
capaz, mas também está disposto a “fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que
pedimos ou pensamos.” (Ef.3:20).
4. Faz parte da obra da cruz – Jesus não somente levou os nossos pecados na cruz,
mas também levou as nossas enfermidades (Is.53:4,5). Portanto, devemos levar não somente as
boas novas do perdão dos pecados, mas também da cura da enfermidades.
5. Desfaz as obras do Diabo – Dizem as Escrituras que o filho de Deus se manifestou
“para desfazer as obras do diabo.” (I Jo.3:8). Este propósito incluiu a cura dos enfermos
(At.10:38). A doença, em todas as suas manifestações, é característica do reino de Satanás
(At.10:38).
6. Torna nossa evangelização mais eficaz – Os milagres, em todo o Novo
Testamento, estão intimamente relacionados com a proclamação do Evangelho (Mc.16:20;
At.4:29-31; Rm.15:18,19; I Co.2:4,5; I Ts.1:5; Hb.2:3,4). Não existe ferramenta mais eficaz para
atrair e derrubar as barreiras da incredulidade do que a manifestação do poder de Deus através
da cura dos enfermos (Mt.4:23-25; At.3:11,12 e 4:4; At.8:4-8).
XVII. FORMAS DE MINISTRAR CURA DIVINA

Deus nuca pensou em fazer complicada a cura divina. Ele a fez bastante simples, porém
o homem e que tem dificultado as coisas. Jesus nos deu esta ordem e autoridade para curar os
enfermos (Mc.16:18).
A Bíblia apresenta várias formas pelas quais as pessoas recebem cura (Jo.9:6):
1. Impondo as mãos - O método que Jesus mais usou para curar os doentes durante o
seu ministério terreno foi a “imposição de mãos” (Mc.5:23; 6:5). É esta, também, a orientação
que Ele nos deixou no Evangelho de Marcos: “Se impuserem as mãos sobre enfermos, eles
ficarão curados.” (Mc.16:18). Não há nenhum poder na carne de nossas mãos, mas quando o
Espírito Santo flui através delas, a unção de Deus está presente para curar (Lc.6:19).
É importante observar que a Bíblia não diz: “Porão as mãos sobre as cabeças dos
enfermos e os curarão.” Portanto, quando possível, coloca as mãos sobre a área do corpo que
está enferma (Mt.9:29,30).
Pode acontecer de a pessoa sentir calor, frio, formigamento, eletricidade, tontura ou uma
brisa ao vir à unção sobre ela. Contudo, se a pessoa por quem estamos orando não sentir nada,
isto não importa. É a nossa obediência e fé na Palavra de Deus que conta.
2. Exercendo a fé - Quando o pai do jovem epilético perguntou se Jesus poderia curar o
filho dele Jesus disse: “Tudo é possível ao que crê.” (Mc.9:23). A fé é um elemento essencial na
cura divina (é o condutor ideal para o poder de Deus). Ela pode estar presente na vida de quem
pede oração ou de quem ministra (Mt.9:20-22). O certo é que sem fé é impossível agradar a
Deus (Hb.11:6; Mt.13:58).
Todos que são usados no ministério de cura divina e libertação alegam que dedicam a
maior parte do tempo dos seus cultos para ativar a fé dos presentes. E confirmam: quando a fé é
despertada, as curas acontecem. Na medida em que ela aumenta as curas também aumentam.
Muitos não são curados ou perdem a sua cura porque permitem que o diabo lhes ponha
dúvida no coração (Mt.13:58). Jamais dê lugar à dúvida! Resista o diabo e se firma na Palavra
de Deus – esteja tu ministrando ou recebendo ministração!
3. Usando o nome de Jesus - Quando Pedro e João foram interrogados pelos
religiosos sobre como haviam curado o coxo no Templo, Pedro respondeu: “Visto que hoje
somos interrogados a propósito do benefício feito a um homem enfermo e do modo por que foi
curado, tomai conhecimento, vos todos e todo o povo de Israel, de que, em nome de Jesus
Cristo, o Nazareno, a quem vós crucificastes, e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim,
em seu nome é que este está curado perante vós.” (At.3:9,10). A fé em conjunto com o nome de
Jesus ou a fé no nome de Jesus são formas muito poderosas de ministrar cura aos enfermos
(At.3:16).
4. Orando - Jesus prometeu que tudo o que pedíssemos ao Pai, em nome dele e com
fé, receberíamos (Jo.14:13; Mc.11:24). Temos um exemplo deste método de ministrar cura no
ministério de Paulo. “Aconteceu achar-se enfermo de disenteria, ardendo em febre, o pai de
Públio. Paulo foi visitá-lo, e, orando, impôs-lhe as mãos, e o curou.” (At.28:8).
5. Dando uma ordem - A forma mais comum de curar enfermos, no entanto, não é
orando, mas ordenando. “Aproximou-se dele um leproso rogando-lhe, de joelhos: Se quiseres,
podes purificar-me. Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe:
Quero, fica limpo. No mesmo instante, lhe desapareceu a lepra, e ficou limpo.” (Mc.1:40,41).
Em Marcos 11:23 encontramos a seguinte promessa: “Porque em verdade vos afirmo
que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração,
mas crer que se fará o que diz, assim será com ele.”
Há uma grande diferença entre “orar” e “dizer”. Quando você ora, você está pedindo algo
para Deus. Mas quando você fala a uma montanha: “Ergue-te e lança-te no mar.” você está
ordenando que algo aconteça.
Fala a enfermidade. Fale com autoridade e não duvida, pois a próxima condição é: “e
não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que se diz.”
6. Pondo a fé e ação - Mateus 12:10-13 é um texto muito importante, porque nos fala da
fé em ação. “Achava-se ali um homem que tinha uma das mãos ressequida: (...) Então, disse ao
homem: Estende a mão. Estendeu-a, e ela ficou sã como a outra.” Ao estender o braço, a sua
mão foi totalmente curado. Também Mc.2:11,12; 3:5; Jo.9:7, At.3:6-8, 14:8-10.
Frequentemente, a cura ocorre no exato momento em que a pessoa da um passo de fé
e tenta fazer aquilo que não conseguia fazer antes. Ao agirmos pela fé, liberamos o poder de
Deus sobre as nossas vidas. Este é o significado das palavras de Tiago: “Assim, também a fé, se
não tiver obras [ação], por si só está morta (...) é inoperante (...) porque, assim como o corpo
sem espírito é morto, assim também a fé sem obras [ação] é morta ” (Tg.2:17,20,26)
7. Ungindo com óleo - O óleo, nas Escrituras é símbolo do Espírito Santo e da unção.
Diversas vezes na Bíblia os discípulos usaram o óleo para curar os enfermos (Mc.6:12,13;
Tg.5:14,15). De alguma forma, a unção com óleo eleva a fé e libera poder para um milagre.
8. Por meio de oração intercessória - É perfeitamente legítimo orar por pessoas que
não estão presentes. O Espírito Santo não está limitado no tempo e no espaço. Podemos estar
orando em casa por uma pessoa que está na UTI de um hospital e o Espírito Santo estar nos
dois lugares ao mesmo tempo realizando um milagre (Mt.8:5-11; 15:21-28).
Pelo mesmo motivo explicado acima, o Espírito Santo pode tomar as nossas palavras
ditas pelo telefone, celular ou internet e manifestar o Seu poder no outro lado da linha.
9. Através da oração por peças de roupas ou outros objetos - A unção do Espírito
Santo é algo tangível e transferível. Por isto, podemos orar sobre peças de roubas ou objetos
pessoais da pessoa enferma e a unção irá impregnar os mesmos (At.19:11,12).
10. Expulsando um espírito de enfermidade – Como vimos, algumas enfermidades
são causadas por demônios (Lc.13:11; Mc.9:25,26). Quando a pessoa tem uma enfermidade
crônica, deformante, que os médicos não conseguem identificar, uma dor que não se consegue
descobrir a causa ou que aumenta de intensidade ou muda de lugar durante a ministração, pode
ser causada por espírito de enfermidade.
Quando se desconfia que o caso seja de uma enfermidade causada por demônios,
deve-se primeiro expulsar o espírito de enfermidade e, então, ministrar cura ao doente.
11. Através da quebra de maldição – Quando a enfermidade é genética ou hereditária
deve-se desconfiar de uma maldição familiar. Esta deve ser quebrada antes de se ministrar cura
ao doente.
12. Através da cura da alma – Dores musculares, problemas digestivos, constipação e
insônia são males frequentemente relacionados com o estado emocional da pessoa. Doenças
psicossomáticas é outro exemplo de sintomas causados por estresse e problemas emocionais. A
cura da alma deve ser ministrada antes da cura do problema físico.
13. Através do perdão – A amargura e o ressentimento têm efeitos devastadores no
corpo humano. A ciência médica já reconhece que certas artrites, alergias, dores e problemas
estomacais têm sua origem neste tipo de conflito interior.
14. Chamando os presbíteros da Igreja - Tiago, em sua carta, ensina que estando
alguém doente se pode chamar os presbíteros da igreja, e estes então devem orar, ungindo com
óleo em nome do Senhor Jesus (Tg.5:14,15).
15. Através do dom da Fé - O “dom da fé” é uma das manifestações do Espírito Santo
de I Co.12:7-11. É diferente da medida de fé que cada um tem, pois é uma capacitação
sobrenatural. Não é um dom que está presente sempre, mas quando se manifesta nos faz
ultrapassar barreiras intransponíveis e realizar curas e sinais sem nenhum temor ou dúvida.
16. Através de uma Palavra de Conhecimento - “Palavra de Conhecimento” também é
uma das manifestações do Espírito Santo de I Co.12:7-11. Trata-se de uma revelação
sobrenatural a respeito da vida de uma pessoa (Jo.4:16-18). Quando relacionada com a cura, o
Espírito Santo revela que tipo de cura Ele está efetuando (Lc.13:11-13, 16).
Ela se manifesta em forma de dor (no mesmo local em que a pessoa está enferma),
imagem mental (palavra, órgão, acidente) ou pensamento (impressão).
17. Através de operações de milagres – “Operações de milagres” é outra das
manifestações do Espírito Santo de I Co.12:7-11). Quando este dom está presente, vemos curas
criativas que simplesmente são inexplicáveis no reino natural.
18. Através dos dons de Curar - “Dons de Curar” é ainda outra forma de manifestação
do Espírito Santo de I Co.12:7-11. Observa que a palavra “dom” está no plural. Quando o
Espírito Santo vem desta forma Ele seleciona doenças específicas para curar. Num determinado
momento da reunião Ele pode escolher curar artrite. Quando isto acontece, todos que tem artrite
são curados. Em seguida Ele pode escolher curar renite. Então é a vez de todos os que têm
renite. Esta manifestação costuma ocorrer junto com Palavra de Conhecimento. As pessoas
podem ser curadas instantaneamente no lugar onde estão ou após serem convidadas para irem
à frente e receberem oração.
19. Enquanto Caído sob o Poder de Deus - É muito comum as pessoas serem
curadas enquanto caídas no chão sob o poder de Deus. Este fenômeno sempre esteve presente
nos avivamentos da Igreja e também pode ser encontrado nas Escrituras: Dn.10:7-11; 10:16-19;
Jo.18: 6; Ap.1:17.
20. Através da unção de cura - A fé é o principal condutor do poder de Deus para a
cura de enfermidades. Mas há momentos em que uma unção de cura vem sobre um indivíduo
independe do nível da fé que está presente. Quando isto acontece, a pessoa sob esta unção é
usada poderosamente não só para curar enfermidades, mas também realizar milagres criativos
(Lc.5:17; 6:17-19; 8:43-48; At.5:15,16). Ela pode ser sentida (calor, eletricidade, formigamento,
etc.).
21. Através de uma unção coletiva - Às vezes a unção vem com tamanha intensidade
que varre o local onde as pessoas estão reunidas como uma grande onda, ou, então, desce
como uma nuvem que engolfa a todos. Quando isto ocorre, múltiplas curas ocorrem
simultaneamente por todo o recinto (At.8:6-8). É a glória do Senhor enchendo o lugar! Isto ocorre
principalmente num ambiente de louvor e adoração. Quando a unção é manifesta, muitas
pessoas são curadas sem uma palavra de conhecimento, imposição de mãos ou qualquer outro
ato humano.
22. Através de anjos de cura - Há anjos com a tarefa específica de curar enfermos.
Quando um anjo destes é enviado pelo Espírito Santo para uma reunião da igreja, milagres
maravilhosos acontecem (Jo.5:1-4).

Obs.1 Milagres Criativos - Deus, além de curar, também faz milagres criativos. Isto é,
Ele tem poder para criar ou recriar membros e órgãos do corpo humano que estão
faltando. Sendo assim, através do nome de Jesus, podemos chamar a existência coisas
que não existem pelo poder de Deus. Como está escrito: Ele é “o Deus que vivifica os
mortos e chama à existência as coisas que não existem.” (Rm.4:17)

Obs.2 Ressuscitando Mortos - Ainda que pareça incrível, faz parte da nossa comissão
como proclamadores do Evangelho do Reino ressuscitar mortos. Jesus deixa isto muito
claro em Mateus 10:8: “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos,
expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.” Apesar de não se ter
conhecimento de muitos casos de ressurreições, há suficientes relatos documentados
para se crer que este tipo de milagre ainda acontece nos dias de hoje.
XVIII. CONTEXTOS APROPRIADOS PARA A CURA

1. Curas durante o louvor - Cada vez mais se ouve falar de curas que ocorrem durante
o louvor. Quando louvamos ao Senhor atraímos a Sua Presença. Junto com a Presença vem a
Glória e no ambiente de Glória há cura. Portanto, nada mais natural do que pessoas serem
curadas enquanto adoram o Senhor.
2. Curas como resultado de testemunhos - No final do livro de Apocalipse lemos:
“Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia.” (Ap.19:10c). Isto quer dizer que sempre
que damos testemunho de uma cura ou benção que recebemos por meio de Jesus, nosso
testemunho se transforma numa palavra profética a favor de quem tem uma enfermidade ou
problema semelhante em sua vida.
3. Curas como resultado da persistência - A persistência obtém resultado e
recompensa em todas as áreas da vida. Como vimos, há mais de uma forma de curar os
enfermos. Se algum método em particular não funciona, tente outro. Deus não se limita a um só
método de curar as pessoas. Se a cura não vem imediatamente, incentiva a pessoa a continuar
buscando a cura até que ela venha.
A cura pode ocorrer imediatamente ou progressivamente. Após a ministração inicial,
pergunta se houve melhora. Não importa quão pequeno a melhora, é um sinal importante de que
o Espírito está agindo no físico da pessoa. Não desista tão facilmente. A persistência tem sua
recompensa (Mc.8:22-26).
4. Curas como resultado da ousadia - Se arriscar faz parte do treinamento para reinar.
O Senhor procura pessoas ousadas que não têm medo de tentar. Quando este tipo de passo de
fé é dado milagres acontecem (MT.14:28; At.4:29-31; II Tm.1:6,7).

XIX. PALAVRA FINAL

É o Espírito Santo que cura através de nós. Não somos responsáveis pelo resultado,
mas somos chamados a obedecer e nos ariscar. Muitas vezes deixamos de ministrar com os
enfermos porque estamos preocupados com a nossa imagem “E se nada acontecer? O que vão
pensar de mim?!” Mas isto é uma atitude, no mínimo, egoísta. As pessoas estão sofrendo e nós
temos a resposta para suas aflições – Jesus, o mesmo ontem, hoje e para sempre!

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