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Centro Técnico N.O.R.

Terapia Capilar
Curso: Cabeleireiro
Matéria: Tricologia Básica
Instrutor: Claudenor Rocha
Período:______________________

ESTRUTURA – Pele, Pêlo, Cabelos

A Pele

A pele é uma membrana que reveste exteriormente todo o corpo dos


seres vertebrados, tem a função de regular a temperatura, metabolizar a
vitamina D sintetizando a luz solar por ação fotoquímica, de percepção do
sentido do tacto e como um manto protetor contra as ações de agentes
externos, raios solares, bactérias, etc.
A pele é o maior órgão do corpo humano é também o mais pesado,
observando a superfície da pele com uma lupa ver-se uma grande quantidade
de sulcos e orifícios (poros). É formada por três camadas:
Epiderme – é a camada que se pode ver (externa) esta parte é a mais
resistente, dá impermeabilidade à água e resistência ao atrito. A epiderme tem
origem na ectoderme, inicialmente ela é um epitélio simples, depois graças a
proliferação e diferenciação da camada mais profunda, ela se torna
estratificado pavimentoso córneo, com suas camadas características: basal,
espinhosa, granulosa e córnea.
Derme – é a segunda camada onde se encontra Bulbo capilar, nervos,
capilares sanguíneos, músculo eretor, glândulas sudoríparas e glândulas
sebáceas.
Hipoderme – é a camada mais profunda, que além de manter um
deposito nutritivo de reserva (gordura), protege o organismo das pressões e
traumatismo externos.
Ainda é constituída por duas camadas germinativas diferentes: a
ectoderme e a mesoderme. A ectoderme é a camada exterior de embrião em
desenvolvimento.
O pêlo que vemos é apenas uma parte de todo um mecanismo celular
internamente encontra-se outras estruturas complexas com uma taxa de
multiplicação celular que ocorre a cada 39 horas, é uma das mais elevadas que
se conhece. A unidade pilosebácea compreende:

Folículo piloso – O folículo piloso é a estrutura que dará origem


ao pelo, possui componente epitelial (matriz, bainha externa,
bainha interna e haste) e componentes dérmicos (papila dérmica
e bainha dérmica). Podemos dividi-lo em segmento superior e
segmento inferior que são constituídos pelo:

 O istmo, que vai desde a desembocadura do músculo eretor


até a glândula sebácea.
 O infundíbulo que se estende da abertura da glândula
sebácea até a superfície da pele, a saída o infundíbulo na
superfície da pele e chamada de óstio folicular.
 Acrotríquio é a porção intra-epidérmicas do folículo.
 A glândula sebácea.
 Bulbo piloso, que é a porção mais espessa e profunda o
folículo e contem a matriz germinativa do pelo.
Membrana Víntrea – camada não celular da bainha do tecido
conjuntivo que delimita o folículo piloso e mantém ligado o bulbo
em afastamento à papila dérmica.
O bulbo piloso – na base do folículo encontra-se uma
delimitação denominada bulbo piloso, região onde as células
dos pelos são produzida.
 Onde o bulbo atinge sua largura máxima está à linha de
Auber, que constitui o território onde se expandem e se
multiplicam os queratinócitos e os melanócitos. Na zona
queratógena, que se localizam na parte superior do bulbo,
as células vão sofrer mutações, degenerar-se, alogar-se,
perder seu núcleo, morrer, edurercer-se e produzir uma
proteína rica em enxofre a queratina.
Papila dérmica – é composta de fibroblastos especializados,
são entrelaçados por vasos capilares que nutrem as células que
estão se dividindo por mitose, seu comportamento é controlado
por citoquinas.
Matriz germinativa – essas células são pouco diferenciadas e
possui um ritmo mitótico, provavelmente o mais alto do corpo
humano. A taxa de multiplicação destas células ocorre a cada
período de 39h.
Bainha externa – representa uma invaginação da epiderme,
situada entre a matriz germinativa e a superfície, mas continua
com seu epitélio na epiderme.
Bainha interna – composta de três laminas, cutícula da bainha
interna e membrana de Huxley e de Henle, desenvolve-se em
torno do pelo, separando-o da bainha externa, estende-se
apenas parcialmente pelo folículo, desparece na altura da
região, onde abrem-se as glândulas sebáceas.
Glândulas sebáceas – formados por água, grânulos de
querato-hialina, proteínas, minerais e de elevado teor de
lipídeos, principalmente triglicerídeos, secretam uma
substancias semiliquida e oleosa, denominada sebo cutâneo
composto por: ácidos graxos, colesterol, vários hidrocarbonetos,
alcoóis e gordura.
Músculo eretor – pequeno feixe de fibras musculares lisas
presas à bainha conjuntiva do folículo piloso, igual a qualquer
músculos do nosso corpo contraem-se ao sinal do sistema
nervoso, respondendo a sensações de mudança de temperatura
ou emoções. Essas contrações comprimem as glândulas
sebáceas ocasionando excreção de sebo para a superfície da
pele.
Glandulas sudoríparas – são constituídas por uma zona
tubular, por onde o suor é libertado na superfície da pele, em
uma extremidade mais profunda em forma de novelo. As
glândulas sudoríparas na termo regulação e na eliminação de
determinadas excreções, como, por exemplo, sais minerais,
uréia, acido úrico, e outras substancias provenientes do sangue.
Embora as glândulas sudoríparas esteja em praticamente todo o
corpo encontram-se em maior concentração em determinadas
parte como axilas, palmas das mãos e planta dos pés.
Capilares sanguíneos – são pequeníssimos ramificações de
vasos sanguíneos que ligam as artérias e veias à papila. Os
vasos sanguíneos capilares são responsáveis pelas trocas
gasosas e nutritivas, e simultaneamente eles fazem o processo
de remoção de toxinas dos folículos pilosos.
Nervos – eles nos possibilitam perceber sensações. A inervação
do folículo piloso é bastante complexa. Entre elas se constitui a
inervação sensitiva, inervação da papila e inervação motora do
músculo eretor.

O pelo

Os pêlos têm formas cilíndricas que brota de dentro do folículo piloso


derivado de uma ivaginação que se dar quando a epiderme invade a derme. A
proliferação da epiderme desenvolve brotos epiteliais que se afundam na
mesoderme. A extremidade de cada broto dilata-se e engloba uma porção do
mesoderme, formando a papila do pelo. As células epidérmicas que envolvem
a papila proliferam intensamente e se queratinizam, migrando para a superfície
da pele formando o pelo.
Conforme a respostas aos hormônios masculinos os pelos são
divididos da seguinte forma:

Dependentes – axilares, púbicos e torácicos


Semi-dependentes – corpo e extremidades
Independentes – sobrancelhas e cílios

Tipos de pelo
Lanugem – é o pelo que cobre o feto e desaparece após o
nascimento. É a pilosidade fina, delgado, macio, não pigmentado e não contem
medula. É produzido pelos folículos fetais e caem normalmente no útero
aproximadamente no sétimo ou oitavo mês de gestação ou logo que nasce.
Velus – é o pelo que substitui a lanugem após o nascimento. Pode ser
encontrado na face das mulheres ou na calvície dos homens.
Pelo terminal – é o pelo que substitui o velus em determinadas áreas
do corpo, é um pelo mais comprido (2cm), mais grosso, visível, pigmentado,
com medula. São encontrados nas axilas, regiões pubianas, sobrancelhas,
cílios, barba, bigode e couro cabeludo.
O cabelo que nasce no couro cabeludo tem uma particularidade que é
o ciclo de vida (de 3 a 7 anos) que em geral é maior que a do pelo que nasce
no resto do corpo.

Denominações e Funções dos pelos por área

 Couro cabeludo = cabelos – isolamento térmico, protetor e


indicativo de algumas doenças.
 Nas orbitas e pálpebras = cílios e supercílios – barreira
mecânica, protetor da luz, corpo
Estranho, suor e água.
 Vestíbulo Nasal = vibrissas – filtrar partículas estranhas
 Meato Acústico Externo = tragos – Filtrar o ar
 Axilas = hircos – aumento da superfície de evaporação do suor
 Regiões Pubianas = pubes – função sensorial

O Cabelo

O corpo humano possui cerca de cinco milhões de pelos, cerca de um


milhão desses estão na cabeça, dos quais 150 mil são cabelos. Em média se
renovam de três a sete anos. Os cabelos do couro cabeludo crescem mais ou
menos 1,5 cm a 2,5 por mês, os cabelos finos crescem cerca de 0,8 mm por
dia, enquanto os cabelos grossos aproximadamente 0,4 mm.
Estudos revelam que o cabelo cresce mais rápido nas mulheres que
nos homens e também mais no vértice que na região perietal. Ivestigando
biopsias em recém nascidos observa-se 700 – 750 folículos por cm² no couro
cabeludo, esta quantidade com o tempo diminui. Acredita-se que o cabelo
suporte um peso de 80k e uma trança agüentaria por volta dos 200k.
As diferenças em suas características de comprimento, espessura e
cor são determinadas geneticamente.

Composição química dos cabelos

Os queratinócitos são a única parte viva dos cabelos, e é a partir da


divisão e multiplicação desta célula que se inicia o ciclo dos cabelos. A principal
função dos queratinócitos é produzir um tipo de proteína chamada queratina,
componente primário dos cabelos.

 Proteinas

As proteinas são compostos orgânicos de estrutura complexa e massa


molecular elevada (entre 15.000 e 20.000.000µm) e são sintetizadas pelos
organismos vivos através da condensação de um grande número de moléculas
de alfa-aminoácidos, através de ligações denominadas ligações peptídicas.
Uma grande parte das proteínas são totalmente sintetizadas no citosol
das células pela tradução do mRNA enquanto as proteínas destinadas à
membrana citoplasmática, lisossomas e as proteínas de secreção possuem um
sinal que é reconhecido pela membrana do reticulo endoplasmático onde
terminam as sua síntese.
São compostos quaternários de carbono ( C ), hidrogênio ( H ),
oxigênio ( O ) e azoto ( N ) - também chamado de nitrogênio no Brasil. São
constituídas por dois grupos funcionais: o grupo amina ( R-NH- ) e o grupo
carboxilo ( R-CO-), derivados dos aminoácidos e que estabelecem as ligações
peptídicas.
Existem 23 aminoácidos conhecidos, dos quais 8 são ditos essenciais:
o nosso organismo não é capaz de produzi-los, e por isso precisamos
ingeri=los através dos alimentos para evitar sua falta no nosso corpo. Uma
cadeia de aminoácidos denomina-se de "peptídeo", estas podem possuir 2
aminoácidos ( dipeptídeos ), 3 aminoácidos ( tripeptídeos ), 4 aminoácidos (
tetrapeptídeos ), ou muitos aminoácidos ( polipeptídeos ). O termo proteína é
dado quando na composição do polipeptídeo entram centenas, milhares ou
milhões de aminoácidos.
As ligações entre aminoácidos denominam-se por ligações peptídicas e
estabelecem-se entre o grupo amina de um aminoácido e o grupo carboxila de
outro aminoácido, com a perda de uma molécula de água. Portanto, as
proteínas são complexos constituídos por cadeias de aminoácido ligadas por
ligações peptídicas. São macromoléculas com, no mínimo, centenas de
aminoácidos. São polímeros que se originam de uma reação de polimerização
de aminoácidos que são os monômeros.

 Pontes salinas

Algumas cadeias de polipeptídios possuem grupos ácidos e outros


básicos, pó isso há a formação de sais (ligações iônicas), são consideradas de
força media.

 Pontes de hidrogênio

São consideradas fracas, quebram-se com a simples ação da água,


mas são muito numerosas e importantes para a ligação da estrutura protéica.

 Pontes dissulfetos

São ligações fortes, a solidez e solubilidade da queratina atribuem-se a


grande quantidade de cistina que contem dois grupos aminos e dois grupos
carboxilos, por isso, podem ligar-se a cadeias polipeptídicas paralelas por meio
dos átomos de enxofre.
A estrutura das cadeias polipeptídicas vai se adaptando em uma forma
helicoloidal com 3,7 aminoácidos em cada volta da hélice. As hélices estão
ligadas uma a outra por ligações de hidrogênio, formada a cerda elementar
que, por sua vez, liga-se a outra cerda de uma forma retorcida pelos átomos de
enxofre (ligações de dissulfeto) e por ligações iônicas (salinas). As influencias
dessas ligações em relação à estrutura dos fios está bem definida, por
exemplo, se as ligações de dissulfetos se quebram, o cabelo se debilita, mas
não partirá se forem mantidas integras as ligações salinas, e vice versa.

Interações hidrofóbicas

Tendência dos aminoácidos com radical apolar de se acomodar no


interior de uma estrutura dobrada, "fugindo" do contato com a água

Interações Iônicas

Forças de atração entre aminoácidos com radicais carregados com cargas


opostas.

Estrutura quaternária

Algumas proteínas podem ter duas ou mais cadeias polipeptídicas. E


essa transformação das proteínas em estruturas tridimensionais é a estrutura
quaternária. Elas guiadas e estabilizadas pelas mesmas interações da terciária.
As junções de cadeias polipeptídicas podem produzir diferentes funções para
os compostos. O tamanho da proteína reflete sua função. A função da enzima,
por exemplo, requer uma estrutura muito grande. O tamanho das proteínas tem
limites impostos pela codificação genética dos ácidos nucléicos e também pela
precisão no processo de biosíntese das proteínas.

Proteínas fibrosas e globulares Proteínas fibrosas

São aquelas que apresentam moléculas distendidas e filamentosas,


semelhantes a longos fios, colágeno e fibrina são exemplos de proteínas
fibrosas.

Desnaturação

As proteínas podem desnaturar. Isto acontece quando, por ação de


substâncias químicas ou do calor as proteínas sofrem alteração da estrutura
terciária ou a quebra das ligações não covalentes da estrutura quaternária.

As proteínas perdem a sua conformação e, conseqüentemente, a sua


funcionalidade. A desnaturação pode ser: reversível ou irreversível.

Renaturação

Dependendo da forma pela qual a proteína foi desnaturada, sua


conformação nativa pode ser recuperada (renaturação) retirando-se lentamente
o agente desnaturante, como por exemplo, fazer uma diálise contra água para
retirar o agente desnaturante uréia.

Função biológica Estrutural ou plástica

São aquelas que participam dos tecidos dando-lhes rigidez,


consistência e elasticidade. São proteínas estruturais: colágeno (constituinte
das cartilagens), actina e miosina (presentes na formação das fibras
musculares ), queratina (principal proteína do cabelo), fibrinogênio (presente no
sangue), albumina (encontrada em ovos) e outras.

Hormonal

Exercem alguma função específica sobre algum órgão ou estrutura de


um organismo como, por exemplo, a insulina (embora tecnicamente a insulina
seja considerada apenas um polipeptídio, devido a seu pequeno tamanho).

Defesa

Os Anticorpos são proteínas que realizam a defesa do organismo


contra substâncias estranhas.

Energética

Obtenção de energia a partir dos aminoácidos que compõem as proteínas.

Enzimática

Enzimas são substâncias capazes de acelerar as reações bioquímicas


como, por exemplo, as lípases. Todas as enzimas são consideradas proteínas.

Condutoras de gases

O transporte de gases (principalmente do oxigênio e um pouco do gás


carbônico) é realizado por proteínas como a hemoglobina e hemocianina.

 Queratina

Nos queratinócitos a queratina é sintetizada dependendo de vários


aminoácidos que são transportados pelo sangue até a papila formando cadeias
que se unem entre si por longas correntes peptídicas. Os principais
aminoácidos que formam a queratina são:
Cisteína e cistina (17,5%) – estes aminoácidos são muitos
próximos e estruturados e convertem-se um no outro, conforme
as necessidades. Eles são envolvidos na produção de colágeno
para a elasticidade e textura da pele e na alfa-queratina para
unha e cabelos. A cisteína é um poderoso distribuidor de
radicais livres por si só, mas funciona melhor quando a vitamina
E e o selênio estão presentes. Ela é critica para o metabolismo
de um numero de substâncias bioquímicas como a coenzima A,
a heparina, a biotina, o acida lipóico e a glutationa. O pescado é
rico em cisteína.
Serina (11,7%) – aminoácido glicogênio não essencial, ela
forma a cisteína após receber um grupo tiol da homocisteína
sintetizada a partir da metionina, possui um papel importante em
uma variedade de caminhos biossintéticos, incluído os que
envolvem pirimidinas, purinas, creatina e profirinas. É usada em
cosméticos com finalidades hidratantes e também como
flavonizantes. Arroz, ovos, leite são ricos em serina.
Ácido glutâmico (11,1%) – o ácido glutâmico tem uma função
chave nas vias metabólicas dos aminoácidos como um fator
principal nos processos de transaminação. O ácido glutâmico
tem um profundo envolvimento no metabolismo de carboidratos
e ácidos graxos. Entre alguns de seus usos incluem sua
aplicação como matéria-prima para a fabricação de surfactantes
e quelantes e como material de partida para a síntese do ácido
fólico. È o mais freqüente dos 20 aminoácidos na seqüência de
nossas proteínas. O pão e os cereais são fontes de glutamato.
Treonina (6,9%) – glicogênese. A Treonina é um aminoácido
essencial que não é produzido pelo organismo animal. A
necessidade diária de um adulto do sexo masculino é de 7 mg
por Kg de peso corporal. A via da aminoacetona é o principal
curso no catabolismo da treonina. A treonina tem um papel
importante como precursor de aminoácidos não essenciais, ela
forma a glicina sob a ação da treonina aldolase e a serina é
formada a partir da glicina. É também usada para a síntese de
vários produtos farmacêuticos. Os ovos são ricos em treonina.
Glicina (6,5%) – a glicina é metilada para formar sarcosina (N-
monometilglicina) e betaína (N-trimetilglicina). Esta reação
também representa um precursor da creatina, que tem um
profundo envolvimento na contração muscular, ela atua na pele
tecidos conjuntivos, no sistema nervoso central, etc. É também
um componente da glutationa, que é um importante antioxidante
no organismo. A glicina é usada no campo farmacêutico como
um componente de medicamentos dermatológicos para
eczemas e dermatites, agentes hepáticos e antialérgicos, e em
elaborações integrais de aminoácidos. A cevada, o arroz e a
gelatina são ricos em glicina.
Leucina (6,1%) – é um cristal branco ou pó cristalino, sem odor
ou com um leve odor característico e com um sabor levemente
amargo.
Prontamente solúvel em ácido fórmico, frugalmente solúvel em
água e praticamente insolúvel em etanol. Dissolve-se em ácido
hidroclorídrico diluído. Seu uso inclui preparações integrais de
aminoácidos e produtos para cuidado com os cabelos. É um a
aminoácido essencial hidrofóbico encontrado como elemento
estrutural no interior de proteínas e enzimas. O leite e o milho
são ricos em leucina.
Valina (5,9%) - aminoácido essencial, glicogênico. As
necessidades diárias de um adulto do sexo masculino são 10
mg por kg de peso corpóreo. Estão relegados à função de
determinar a estrutura tridimensional das proteínas devido sua
natureza hidrofóbica. Leite e ovos são fontes de valina.
Arginina (5,6%) – aminoácido glicogênico, semi-essencial e
resistente a desaminação. É um aminoácidos essencial durante
a juventude. Sua aplicação inclui seu uso na formulação de
produtos cosméticos como cremes, produtos para os cabelos,
tais como xampus e condicionadores que fazem uso de sua
propriedade hidratante. Fontes naturais de arginina são: o arroz
marrom, castanhas, avelãs, pipocas e produtos integral.
Ácido aspártico (5,0%) – o aspartato é degradado in vivo a
oxaloacetato. Este metabolito é também o precursor da síntese
do aspartato. A enzima responsável por esta reacção é a
aspartato aminotransferase que, como o nome indica, transfere
um grupo amina do glutamato para o oxaloacetato para formar
aspartato (o outro produto da reacção é o α-cetoglutarato). Este
processo ocorre na matriz mitocondrial. O aspartato pode então
sair do mitocôndrio e participar no ciclo da ureia, servindo de
precursor para o metabolito argininosuccinato. Através deste
processo, o aspartato serve de precursor para a síntese de outro
aminoácido, a arginina. Batatas e amendoins são ricos em
aspartato.
Alanina (4,8%) – é um aminoácido neutro, não essencial,
cristalino, envolvido no metabolismo do triptofano e da vitamina
piridoxina (B6), é um dos aminoácidos mais simples em
estrutura molecular. Suas finalidades incluem seu uso em
cosméticos como um fator hidratante natural e em produtos
surfactantes, como um material de síntese de vitaminas. Miúdos,
tripas e viseras são ricas fontes de alanina.
Proline (3,6%) – um cristal branco ou pó cristalino, sem odor
ou com um odor característico.
Extremamente solúvel em água, prontamente solúvel em
ácido acético, frugalmente solúvel em etanol e praticamente
insolúvel em éter dietílico. Deliqüescente. Aminoácido
Glicogênico não-essencial. O passo inicial para a biosíntese da
prolina é a conversão do ácido glutâmico em semialdeído-γ-
glutâmico pela ação da pirrolina-5-carboxilato sintetase. Difere-
se dos outros membros dos conjuntos dos vinte por uma de
suas cadeias está ligada tanto ao nitrogênio quanto ao carbono.
Seus usos incluem a aplicação em cosméticos, notadamente em
cremes como componentes hidratantes. Pão, leite, gelatina são
ricos em prolina.
Isoleucina (2,7%) – aminoácido essencial, glicogênico ou
cetogênico. A necessidade diária de um adulto do sexo
masculino é 10 mg por Kg do peso corporal. A isoleucina é
convertida em isobutil-CoA por desaminação e descarboxilação.
Compostas pó substâncias bioquímicas extremamente
hidrofóbicas que permite a formação de ligações fracas
(chamadas ligações hidrófobas) com outros aminoácidos que
contribuem na estrutura teciárias e quartenárias das proteínas.
Tirosina (1,9%) – Aminoácido não essencial glicogênico e
cetogênico. A tirosina é formada a partir da fenilalanina pela
ação da fenilalanina hidroxilase. Este aminoácido participa da
síntese de diversas substanias bioquímicas importantes, incluído
os hormônios da tireóide, os pigmentos biológicos da melanina e
as catecolaminas, uma categoria importante de reguladores
biológicos. Ela é convertida em ácido fumárico e finalmente em
ácido acetoacético através de várias reações. Queijos, leites e
arroz são ricos em tirosina.
Fenilalanina (1,4%) – Aminoácido essencial glicogênico e
cetogênico. Sendo também um dos aminoácidos aromáticos que
exibem propriedades de absorção de radiação ultravioleta. As
necessidades diárias de um adulto do sexo masculino são de 14
mg por Kg de peso corporal. A tirosina é formada pela ação
catalítica irreversível da fenilalanina hidroxilase para finalmente
formar ácido fumárico e ácido acetoacético. Pão, ovos, vísceras
e miúdos são ricos em fenilalanina.
Histidina (0,8%) – Aminoácido essencial, glicogênico. A síntese
da Histidina no organismo humano é relativamente lenta. Ela
tem sido classificada como um aminoácido não essencial, mas
recentemente, muitos cientistas a têm considerado com um
aminoácido essencial. Particularmente em crianças, é um
aminoácido essencial e sua deficiência desacelera o
crescimento e causa eczema cutâneo. Sua desaminação com a
histidase acarreta na formação do ácido urocânico. A carne, as
vísceras e miúdos são ricos em histidina.
Metionina (0,4%) – A Metionina pode ser classificada como
glicogênica porque é metabolizada em ácido pirúvico através da
succinil-CoA. Aminoácido essencial. A necessidade diária de um
adulto do sexo masculino é de 13mg por Kg de peso corporal. A
metionina é convertida em S-adenosil metionina por uma reação
dependente de ATP. Ela funciona como um importante doador
de grupo metil no organismo. Após a desmetilação, a
homocisteína é formada e subseqüentemente metabolizada
através de duas vias: uma é a via de recuperação envolvendo
sua re-síntese em metionina pela homocisteína metiltransferase
na presença de vitamina B 12. O outro caminho se segue a
partir da cistationina em cisteína após receber o esqueleto de
carbono da serina. A metionina tem um papel importante no
metabolismo de fosfolipídios. Este aminoácido serve de fonte de
enxofre para cisteína em animais e seres humanos. Os ovos são
ricos em metionina.

 Elementos Químicos

Carbono (50,65%) –
Oxigênio (20,85%) –
Nitrogênio (17,14%) –
Hidrogênio (6,36%) –

 Minerais

Cálcio – necessário fortificar a estrutura dos ossos e dos


cabelos.
Cobre – ajuda a impedir os defeitos na estrutura do cabelo e na
manutenção da cor.
Iodo – ajuda a diminuir a perda da umidade dos cabelos.
Potássio – promove o crescimento saudável dos cabelos e
melhora a circulação.
Manganês – ajuda no crescimento dos cabelos.
Ferro – fortifica a sustentação do cabelo.
Zinco – melhora a absorção do ferro.

 Água

Seu teor pode variar de acordo com a umidade do ar, mas chega em
torno de 10% da composição química de um fio. Ao ser molhado o cabelo pode
absorver cerca de 30% do seu peso em água.

 Lipídios

O extrato de lipídios internos do cabelo humano é rico em colesterol


(1,5%), ácidos graxos livres e ceramidas.
É conhecido que a superfície externa das células cuticulares possui
ácidos graxos ligados, tais como ácidos esteárico, acido palmítico, acido oléico
e o acido 18-metileicosanoico (18-MEA), uma parte compõe a estrutura do
CMC. Está composição superficial pode ser a razão pela qual o cabelo seja
hidrofóbico e isolante elétrico.
Os lipídios possuem um papel muito importante em algumas
propriedades do cabelo. Estudos mostraram que a remoção dos ácidos graxos
ligados a superfície cuticular causam mudanças na molhabilidade do cabelo
principalmente na cutícula.

Formação da estrutura capilar

Das células epiteliais mais periféricas originam-se duas bainhas


epiteliais, uma interna e outra externa, que envolvem o eixo do cabelo na sua
porção inicial.
A raiz do cabelo encontra-se no folículo, As células da raiz do cabelo
se dividem e movem-se para cima dentro do folículo. Durante o processo de
crescimento do cabelo as células da raiz se diferenciam em vários tipos
celulares.
Esses fenômenos constituem a fibra capilar que é composta por 4
unidades estruturais principais: a medula, o córtex, o cimento intercelular
(localizado entre as células) e a cutícula.

Cutícula

As células cuticulares compõem cerca de 10%, em massa da fibra


formando uma barreira protetora contra processos agressivos químicos e
físicos e são responsáveis pelas propriedades superficiais dos fios, tais como
brilho, coeficiente de atrito entre as fibras e proteção do córtex. A camada
cuticular é composta de 6 a 10 camadas sobrepostas uma sobre as outras
cobrindo o perímetro da fibra.
Esta estrutura se subdivide em uma serie de camadas, com cerca de
0,2 a 0,4µ de espessura, sobrepostas e orientadas no sentido das pontas da
haste capilar.

Epicutícula
Exocutícula
Endocutícula

Cada célula cuticular é envolta em uma membrana de baixa espessura


(cerca de 25Å) denominada epicutícula. Os principais componentes da célula
cuticular são a exocuticula e a endocuticula. Entre as células corticais e entre
estas e as células cuticulares, está o complexo de membrana celular, que é
uma substância cimentante a qual possui propriedades adesivas, que, apesar
de ser facilmente atacada por enzimas, é resistente a álcalis e a agentes
redutores.
Cada célula cuticular é separada das adjacentes pelo complexo da
membrana celular (CMC), o qual compõe cerca de 2%, em massa, da fibra.
Micrografia eletrônicas mostram que este complexo consiste em 2 camadas
lipídicas as quais envolvem 1 camada protéica e a camada que é formada
durante a queratinização. O CMC contém somente 2% de cistina, sendo
composto em sua maior parte por proteína rica em aminoácidos polares e
lisina, conferindo-lhe também um caráter hidrofílico.
A cutícula tem caráter amorfo. Seus subcomponentes tem composição
e reatividades distintas. A camada A e a exocuticula são as subunidades mais
queratinizadas e possuem caráter hidrofóbico, apresentado um maior teor de
cistina (30% e 15%,respectivamente).
A endocuticula é feito de material não queratinoso oriundo da
compressão ou achatamento do núcleo e de organelas citoplasmáticas. Isto faz
com que ela seja rica em proteínas, enzimas, vitaminas, íons, ácidos nucléicos,
açucares, carboidratos e ácidos graxos, os quais, em sua maioria, são solúveis
em água. Esta composição proporciona o caráter hidrofílico e a menor
resistência da endocutícula a ataques químicos se comparada as outras
estruturas, pois possui cerca de 3% de cistina. A epicutícula é formada,
basicamente, de acido 18-metileicosanóico ligado a uma membrana
proteolipídica também rica em cistina (cerca de 12%) de alto teor hidrofóbico.
Como resultado dessas diferenças de composição, é esperado que as
subunidades da cutícula apresentem reatividades diferentes a tratamentos
cosméticos e mesmo à água e ao surfatante. Uma vez que a camada cuticular
é responsável pelo egresso e ingresso de substancias para o interior da fibra,
dependendo da matéria colocada em contato com a fibra.
A via transcelular prevê que a penetração de substancias para o
interior do cabelo através da cutícula e a via intercelular, a difusão entre as
cutículas, isto é, pelo CMC. Esta ultima é a mais aceita por processos
cosméticos em geral, pois considera que a difusão se dá a partir de
componentes pobres em ligações cruzadas dissulfídicas derivadas da cistina
para os componentes mais ricos. Estudos mostram que a difusão par ao
interior da fibra é mais rápida quando o cabelo está danificado, ou seja, quando
a menos pontes dissulfídicis na sua estrutura.

Córtex

O córtex é constituinte majoritário em massa da fibra capilar (cerca de


88%) e é responsável pelas propriedades mecânicas da fibra. É formado,
basicamente, por queratina cristalina inserida em uma matriz de queratina
amorfa.
As células corticais são ricas em cistina, compactas, pouco penetráveis
por líquidos em geral. São pouco reativas quimicamente, e menos resistentes a
ação de agentes oxidantes.
As células corticais têm uma forma oval, 150 a 400nm de diâmetro,
possuem geralmente 1-6µ de espessura e 100µ de comprimento.
Os fios de cabelos são formados por feixes paralelos denominados
macrofibrilas, que compõem o córtex, se apresentam na forma espiral, tendo
de 0,1 a 0,4 µ de diâmetro e 15µm de comprimento, são os maiores
constituintes da célula corticais.
Cada macrofibrilas consiste de filamentos intermediários chamados de
microfibrilas, cerca de 7,5 µ de diâmetro, e a matriz, que são designadas por
outras estruturas e aminoácidos.
A microfibrilas é uma proteína fibrosa cristalina que é principalmente
composta por proteínas α-helice com baixo teor de cistina (6%), denominada α-
queratina.
Estas estruturas estão alinhadas ao longo da fibra axial e encaixadas
em uma matriz amorfa com auto teor de cistina (~21%) consistindo grupos
dissulfetos (S-S) e estes formam ligações cruzadas na fibra de queratina,
contribuídos com propriedades físicas e mecânicas, bem como a estabilidade
da estrutura.
As microfibrilas, por sua vez, são contituidas por feixes paralelos de
filamentos protéicos ordenados ao longo de um único eixo, são as protofibrilas.
As protofibrilas são compostas por cadeias α-helicoidais de α-queratina e
contem um diâmetro de 20Å.

MEDULA

A medula é o componente do cabelo menos estudado, principalmente


por acreditar-se que sua influencia nas propriedades do cabelo seja
insignificante.
Está localizada no centro do corpo capilar e de acordo com a literatura,
em alguns fios ela pode está ausente, quando presente pode ser continua ou
fragmentada. A freqüência e as dimensões da medula podem variar no mesmo
individuo.
Quimicamente tem alto conteúdo de lipídios se comparada ao restante
da fibra e é pobre em cistina, porem é rica em citrulina, de modo que as pontes
de enxofre são substituídas por ligações peptídicas que matem a estrutura da
medula coesa. Por causa dessa reticulação, a medula é insolúvel em solventes
de proteínas, mesmo em condições vigorosas como as utilizadas para
solubilizar as queratinas.
As células medulares são resultado do processo de diferenciação.
Quando elas começam a diferenciar, as células produzem tricoialina que é
depositado no citoplasma na forma de grânulos. Quando sofrem a maturação e
desidratação, encolhem prendendo o ar em seu interior. A parede das células
maduras, então, é formada de vários grânulos fundidos. Quanto a morfologia
da medula, há uma contradição na literatura. Alguns autores dizem que é
formada por esses vacúolos preenchidos por ar resultante do processo de
diferenciação celular, enquanto outros autores dizem que a medula é composta
por uma estrutura esponjosa, cujo caráter fibrilar é característica de humanos e
de algumas espécies primatas. Há ainda uma camada de CMC que se localiza
na interface entre a medula e o córtex.
Não existem explicações para o fato da medula se distribuir de forma
tão aleatória nos diferentes couros cabeludos ou pro que não existe em alguns
fios. Sobre os efeitos da medula nas propriedades do cabelo, já foi sugerido
que os poros pudessem afetar a cor do cabelo, mas não afetam as
propriedades mecânicas. No entanto, não há estudos sistemáticos sobre a
influencia da medula nas propriedades do cabelo.
Levando em consideração a medula há três tipos de fios: sem medula,
com medula fina e com medula grossa.
A medula fina apresenta contraste, interface limitada pelo CMC e
menor diâmetro, enquanto a grossa apresenta mais glóbulos, bem como
maiores dimensões das cavidades e organização gradual das células de fora
para dentro. Há vários indícios de que a medula se trata de um córtex em
estagio de diferenciação atrasado, como os formatos dos grânulos de
melanina, a disposição das células corticais e a organização decrescente de
fora para dentro da medula.
O cabelo sem medula é mais vermelho e mais amarelo e mais claro
que o cabelo com medula. Os espaços vazios da medula influenciam na
reflexão externa do cabelo, diminuindo-a.
A medula deixa o cabelo menos uniforme, mas não interfere nos
valores das propriedades mecânicas da fibra.
O cabelo sem medula e com medula grossa não é modificado por
tratamentos diários, mas regiões de medulas finas são. Quando submetidas a
70˚C trasformam-se em medula grossa e esse processo aparentemente é
reversível quando o cabelo é hidratado novamente.

A COR DOS CABELOS


O pigmento melanina é responsável pela cor que vemos tanto na pele
pêlos e cabelos. Estes pigmentos são produzidos pelos melanócitos que estão
entre a papila e o epitélio da raiz do pêlo. O processo de melanogênese, que é
o método da síntese da melanina ocorre na fase de formação dos cabelos.

Os melanócitos

O melanócito é uma célula dendrítica, especializada na produção de


melanina, um pigmento de coloração marrom-escura. Estas células
encontram-se na junção da derme com a epiderme ou entre os queratinócitos
da camada basal da epiderme, além de estarem presentes também na retina.
Originam-se da crista neural embrionária, apresentando um citoplasma
globoso, de onde partem prolongamentos que penetram em reentrâncias das
células das camadas basal e espinhosa, transferindo, deste modo, melanina
para as células presentes nestas camadas.

Melanossomos

São partículas citoplasmáticas pigmentadas que contém melanina e


são produzidas por melanócitos. Os melanócitos transferem os melanossomas
para dentro dos ceratinócitos, cada melanócito é responsável por
aproximadamente 4 ceratinócitos.
Ceratinócitos
Células epidérmicas que sintetizam queratina, e que passam por
transformações características durante sua movimentação em direção à
superfície, saindo das camadas basais da epiderme até a camada
queratinizada (córnea) da pele. Os estágios sucessivos de diferenciação dos
queratinócitos que formam as camadas da epiderme são: célula basal, célula
espinhosa e célula granulosa.
No inicio da sua formação os cabelos são incolor, os melanócitos usam
seus dendritos para injetar os pequenos grânulos de pigmento. Diferentemente
da pele, os melanocitos do folículo piloso não precisam da luz do sol para
produzir melanina. A transferência das melaninas para os queratinócitos ocorre
por um processo ainda não totalmente esclarecido. As hipóteses são de que o
melanossoma é injetado diretamente no queratinócito ou ainda que ocorre
fagocitose da organela na extremidade dendrítica do melanócito.
Os melanócitos foliculares diferem dos melanócitos epidérmicos por
seu tamanho, que é maior, e dendritos mais longos e por estarem relacionados
somente a 4 a 5 queratinócitos, em contraste com os 36 a 40 dos melanócitos
epidérmicos.
A cor dos cabelos resulta da atividade dos melanócitos, que produzem
grânulos de melanina nos melanossomos, sintetizando a partir da tirosina, que
através dos ceratinócitos nos queratinócitos irão formar o córtex dos cabelos.

Melanina
A melanina é considerada uma proteína. Ela é produzida pelas células
que se localizam na camada basal da epiderme, denominadas de
melanoblastos que sofrem a influência do hormônio melanocítico produzido
pelo lobo intermediário da hipófise. Os pigmentos de melanina podem ser
classificados em dois grupos:

Eumelanina

É um polímero que ocorre em grânulos dentro dos melanossomos,


semelhante a um grão de arroz e sua coloração varia do vermelho escuro ao
preto. A síntese ocorre na presença da enzima tirosinase, concentrada no
aparelho de Golgi dos melanocitos. O pigmento é originado a partir da oxidação
da tirosina por intermédio da ação da tirosinase, que vai de um aminoácido
incolor a um pigmento castanho.

Feumelanina

Ocorre em malanossomos com uma forma menos precisa e pode ser


vista na forma de pontos difusos. Sua coloração varia de amarelo para
vermelho. Além da tirosina a cisteína também está evolvida na sua produção.

CICLO DE VIDA DOS CABELOS

Os Fios de cabelos não crescem indefinidamente. Após certo período a


parte inferior do folículo sofre uma mudança degenerativa. Onde o segmento
bulbar é quase que totalmente destruído. Cada folículo piloso está programado
para ter, em media 25 ciclos de vida. Na papila dérmica se desenvolve as três
fases de 1 ciclo.

Fase anagenética (anágena)

O ciclo anágeno é o mais demorado, aproximadamente 1.000 dias.


Nesta fase se encontra a maioria dos cabelos. Entre 80 a 85%. E ela que
determina o comprimento do fio e variam nas diferentes regiões do corpo. Os
primeiros estágios da anágena copiam a foliculagernese fetal e a parte inferior
do folículo se refaz para produzir a nova haste.

Fase catagenética (catágena)

Após a fase anágena o segmento bulbar é quase totalmente destruído,


e inicia-se a fase catágena. A interrupção da reprodução celular na matriz e a
perda da bainha externa do folículo por apoptose (morte programada da célula)
levam ao colapso da região bulbar. A porção superior do bulbo que escapou
das transformações degenerativas forma um saco epitelial que engloba o
cabelo remanescente, perde-se no processo catágeno um terço ou até a
metade do tamanho do folículo. Somente a matriz e a papila permanecem no
próximo ciclo.
Nesta fase ocorre uma adaptação do istmo para servir de suporte ao
pelo durante a fase seguinte.

Fase telegenética (telógena)

Nesta fase a matriz desloca-se em sentido da superfície da pele


empurrado pelo novo fio de cabelo que esta se desenvolvendo. A membrana
vítrea enruga e o fio de cabelo cai.

Características da haste capilar

 Étnia
Os três tipos básicos de cabelo, caucasiano (europeu), asiático
(mongólica) e africano (negroide), diferem substancialmente em dois
parâmetros básicos: o modo tridimensional como se arranjam as cadeias
protéicas de queratina (aspectos conformacionais tais como a alfa-hélice e as
folhas pregueadas) tendo em conta que o arranjo das protofibrilas no córtex do
fio é preferencial na forma de hélice quádrupla auto-enovelada (estrutura
quaternária) e o padrão de pigmentação ditado pelo balanço entre os dois
pigmentos básicos eumelanina (escura) e feomelanina (clara).
O ritmo de crescimento também diferencia os 3 tipos básicos: no
cabelo asiático é mais rápido (1,3 cm/mês) e no africano mais lento (0.9
cm/mês) mas é o caucasiano que apresenta a maior densidade de cabelos /
área. O padrão de melanização capilar é um processo bioquímico similar ao
que ocorre ao nível da pele que diferencia ruivos, louros, amarelos, índios,
morenos, mulatos e negros.
 Curvatura

Lisótricos (lisos)

Têm maior diâmetro e é redondo ao corte transversal. Os folículos


retos são vistos nas raças mongólicas, esquimós e índios americanos.

Sinótricos (ondulados)

O diâmetro ao corte transversal é oval e são encontrados em vários


grupos atnicos, principalmente nos caucasianos. Normalmente nascem lisos na
raiz e formam cachos ao longo do fio, por isso tendem a ser menos ressecados
que os crespos.

Ulótricos (crespos)

Ao corte transversal têm diamentro de forma helicoidal ou espiralada.


São encotrados em quase todas as raças negras. Nascem espiraladas desde a
raiz. Essa característica torna mais difícil a distribuição da oleosidade natural
do couro cabeludo ao longo dos fios, deixando-os, por conseqüência, muito
mais secos. Por isso, são mais difíceis de pentear e mais sujeitos à formação
de nós.

 Diametro

Grossos – diâmetro superior a 0,06mm


Médio – diâmetro entre 0,04 e 0,06mm
Fino – diâmetro abaixo de 0,04mm

 Elasticidade

É a capacidade de alongamento e retomada do comprimento natural do


fio de cabelo.
A resistência elástica do cabelo suporta tensões a força de 40 a 160g.
O cabelo seco possui cerca de 30% da capacidade elástica em relação ao seu
comprimento, enquanto que o cabelo molhado pode chegar a 100% desse
valor.

 Resistência Mecânica

É a capacidade máxima de suportar uma carga tencionando cada fio,


sem romper.
Este número e de aproximadamente 50g, portanto os 100.000 fios
normalmente presente na cabeça podem suportar até 500kg de carga.

 Resistência Química

Podemos considerar que o principal elemento que favorece a


resistência química dos cabelos são as pontes de ligações moleculares e a
principal delas é as pontes sulfurosas, nas quais agem os produtos clareadores
e alisantes.

 Densidade

Densidade é a medida da quantidade de cabelo por centímetro


quadrado da pele (couro cabeludo), caracteriza-se da seguinte forma:

 Denso – a área é completamente cotada por folículos pilosos que


em alguns casos é até difícil de ver o couro cabeludo dependendo
da distância que se observa.
 Mediana – observa-se certa organização na distribuição dos
folículos por área.
 Esparso – podem-se ver claramente os espaços entre um cabelo
e outro e quase não se ver a transparência do perímetro do fio.

 Tipos de cabelos segundo o grau de oleosidade


Os tipos de cabelos também são determinados por suas propriedades
naturais de hidratação e pela secreção das glândulas sebáceas.

 Cabelo Seco – normalmente são ásperos, opacos, frágeis e


tem aspectos arrepiados por causa do acumulo de eletricidade
estática devido à má distribuição da oleosidade produzida pelas
glândulas sebáceas. São difíceis de pentear e é mais vulnerável
a perda de proteína e quebra por ação de agentes externos e
tratamentos químicos pelo fato das escamas desse tipo de
cabelo ser naturalmente abertas.

 Cabelo Oleoso – são muitos brilhosos e tem um aspecto de


molhado, sem volume e geralmente são finos. Isso por que uma
disfunção que pode está associada ao stress, alimentação,
hormônios, alterações emocionais e poluição fazem com que as
glândulas sebáceas secretem o sebo de forma excessiva. Essa
condição pode ser também adquirida por uso inadequado de
produtos capilares cosméticos, exposição a ambientes úmido e
onde existem vapores de gordura. Este distúrbio também
favorece o surgimento ou piora do quadro de quem tem
problemas de caspa, seborréia e queda de cabelos.

 Cabelos normais – são macios, com brilho sedoso e


volumoso. Não tem excesso de oleosidade nem pontas secas, a
produção de gordura pelas glândulas sebáceas é equilibrada e
regular.

 Cabelos Mistos – possuem características de cabelo seco e


oleoso. O cabelo na raiz é oleoso e na ponta é seco e
quebradiço.

Potencial de hidrogênio (PH)


Um dos fatores mais importantes para o metabolismo celular é a
quantidade de hidrogênio livre existente dentro e fora das células. As variações
da concentração do hidrogênio podem produzir grandes alterações na
velocidade das reações químicas celulares.
O metabolismo é o conjunto das transformações de matéria e energia
que ocorrem nos sistemas biológicos. Como resultado do metabolismo, as
células preservam a capacidade de reproduzir, crescer, contrair, secretar e
absorver.
A concentração do hidrogênio livre no organismo depende da ação de
substancias que disputam o hidrogênio entre si. Essas substancias são as que
cedem hidrogênio e as que captam hidrogênio. As substancias que podem
ceder hidrogênio em uma solução, são chamadas de ácidos, enquanto as
substancias que podem captar o hidrogênio nas soluções, são as bases.
Os ácidos e as bases afetam o comportamento químico da água,
alterações na concentração de ácidos e bases, em conseqüência, interferem
nas reações químicas que ocorrem nas soluções do organismo, nas quais a
água é o solvente universal.
O resultado da disputa dos dois grupos (ácidos e bases) é o equilíbrio da
concentração final de hidrogênio livres nos líquidos orgânicos.
O potencial hidrogênico ou PH é uma forma de medir os íons de
hidrogênio em uma substancia por escala, onde a água é a substancia padrão
para comparação com as demais substancias por seu PH ser neutro, nem
ácido nem base (alcalino).

Os valores variam de 0 a 14, sendo que de 0 a 7 são considerados


ácidos, 7 é neutro (Ph da água), de 7 a 14 alcalinos.
A camada hidrolipídica que protege o cabelo, a pele e as unhas tem pH
levemente acido, em torne de 4 a 6 na escala de pH . Assim forma-se o manto ,
que tem como função impedir a proliferação de fungos e bactérias no couro
cabeludo, evitando irritações. Fios com pH neste grau são saudáveis e tem as
cutículas fechadas. Dessa forma, todos os produtos que entram em contato
com o corpo jumano devem ser neutros ou levemente ácidos.
Em cosmetologia a composição de uma formulação pode conferir um pH
final não muito apropriado a sua estabilidade química, a otimização dos efeitos
de seus ativos e até mesmo inapropriado para sua utilização.
Os agentes capazes de manter ou modificar o pH das formulações são
classificados como:

 Neutralizantes – reconpoe o emquilibrio do pH, podem ser ácidos


ou bases.
 Acidulantes – neutralizam as bases
 Alcalinizantes – neutalizam os ácidos.
 Tampões – têm a função de manter o pH das formulações,
garantindo a estabilidade de formulações que são afetadas por
modificações de pH.

É importante ressaltar que o pH não é acido ou alcalino ele apenas


mede a acidez ou alcalinidade de uma substancia. Logo é errado dizer que o
“pH está ácido ou alcalino, o correto é dizer que a fórmula da substancia é
ácida ou alcalina”.

Referências

WAGNER, Rita de Cássia Comis. A estrutura da medula e sua influencia nas propriedades mecânicas e da cor dos cabelos,
Campinas – SP, 2006. Tese de doutorado: Universidade Estadual de Campinas Instituto de Química.

Apostila: Tricologia o estudo dos cabelos. Portal educação, Santa Catarina,2010.

Rita Cássia Comis Wagner * (PG), Iara Barros Valentim (PG) e Inés Joekes (PQ) EFEITO DA UMIDADE NOS CABELOS
CAUCASIANO E NEGRÓIDE, Instituto de Química- Departamento de Físico-Química- Universidade Estadual de Campinas -,
Campinas - SP Sociedade Brasileira de Química ( SBQ).

COLOMBERA, Karla Michelli. Efeito de condicionadores comerciais nas propriedades mecânicas e nos processos de
difusãode fibras capilares, Campinas – SP, 2004. Dissertação (Mestrado), Universidade Estadual de Capinas Instituto de
Química.

SCANAVEZ, Carla. Alterações na ultra-estrutura do cabelo induzida por cuidados diários e seus efeitos nas propriedades da
cor, Campinas – SP, 2001. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas Instituto de Química.
N.O.R.TERAPIA CAPILAR
CURSO DE CABELEIREIRO

INSTRUTOR: CLAUDENOR ROCHA

TRICOLOGIA BÁSICA
Manaus
2011

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