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PERIGOSAS

NACIONAIS - ACHERON
PERIGOSAS

Fenomenal © Copyright 2016 – Andy Collins


Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou
reproduzida sob quaisquer meios existentes sem
autorização por escrito da autora.
Esta é uma obra de ficção qualquer semelhança,
com nomes, pessoas, locais ou fatos, será mera
coincidência.
Capa: Dri K.K.
dri.capista@gmail.com

Revisão: Solange Carolina Souto Abreu - Alpha


Books Traduções e Revisões independentes
contato.alphabooks@yahoo.com.br

Diagramação Ebook: Olivia Nayara Medeiros


Jardim
olivialivros@hotmail.com

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Agradecimentos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro


arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter
brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem
os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de
mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero
meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e
aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para
que não duvidem das diferenças e peçam perdão
pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela
cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero
também sua maior alegria. Amigo que não ri junto,
não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos
assim: metade bobeira, metade seriedade. Não
quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
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Quero amigos sérios, daqueles que fazem da


realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam
para que a fantasia não desapareça. Não quero
amigos adultos nem chatos. Quero-os metade
infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do
vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham
pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois
ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e
velhos, nunca me esquecerei de que a
“normalidade” é uma ilusão imbecil e estéril.
Oscar Wilde.

Acredito que esse texto retrata exatamente o que


são minhas amigas, ainda não posso citar o nome
de cada uma de vocês, mas, afinal isso é amizade
correto? Para ser amigo não precisa de exposição,
precisa de coração.

Andy Collins

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“Luta e crítica são pré-requisitos para se alcançar


a grandeza. É a lei do universo, e ninguém escapa
dela.
Porque dor é vida, mas você pode escolher a sua
dor: a dor em busca do sucesso, ou a dor de ser
perseguido pelo arrependimento”
– Anônimo.

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Primeiro Dia

Estou nervosa encarando o meu reflexo no


espelho. Um vestido de noite que encaixa
perfeitamente no meu corpo, um colar de diamantes
brilhando no meu pescoço longo. Estou totalmente
desconfortável. Essa pessoa no espelho não sou eu.
— Pronta?
A voz da Liv faz a minha cabeça girar. Olho para
a minha amiga parada atrás de mim. Ela não aprova
a minha decisão, se for falar a verdade, nem eu
mesma aprovo. Mas não tenho outra opção.
Entrei no tudo ou nada.
— Não sei se pronta seria a palavra adequada,
acho que apavorada seria bem mais propício.
Termino de passar o meu batom carmim, olho
novamente o meu reflexo. Sim, estou pronta e
completamente apavorada.
— Você tem certeza disso, Bree? Podemos
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pensar em outra alternativa.


— Não tenho outra alternativa, Liv, você sabe.
Ficamos quase um mês pensando em algo
diferente.
Minha amiga pega o meu casaco de pele e me
entrega. Nada disso era verdadeiramente meu. Era
um empréstimo, e se eu, por acaso, danificasse
alguma peça, a cobrança seria nada amigável.
— Isso é tão louco. Deus, eu não deveria te
apoiar nisso.
— Ouça Liv, ouça com muita atenção — ela
sacode a cabeça —, se este plano idiota não der
certo, preciso que cuide de tudo para mim.
— Eu não tenho um bom pressentimento sobre
isso.
Liv me abraça. Eu também não tenho um bom
pressentimento sobre isso.
Eu nasci em Vegas, fui criada na cidade do
pecado, vi coisas que muitos adultos não imaginam
que existem. Aprendi a jogar cartas tão bem quanto
um maldito viciado. Eu conhecia os blefes, sabia
ler os sinais dos meus oponentes.
Eu era boa, muito boa para ser sincera. Eu nunca
precisei usar meus conhecimentos com as cartas ou
artifícios de sedução.
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Até hoje.
Uma mulher esperta deveria saber quando
encontra problemas, eu não soube, pelo menos, não
de imediato
Dylan era o nome dele, e eu me deixei apaixonar.
Ele era doce, inteligente e incrivelmente sexy.
Todos os ingredientes para levar uma mulher para o
céu. Dylan apenas me levou para uma viagem sem
volta, para o inferno.
Ano após ano, dia após dia.
— No que está pensando? — Liv me leva até a
porta do quarto.
Estou hospedada no Bellagio, é aqui que vai
acontecer um dos maiores eventos de boxe, cheio
de pessoas importantes, pessoas ricas.
Um evento que terá dez dias de duração, esse é o
tempo que tenho.
Todos os meus problemas tinham um único
nome, ou melhor, tinham um número, que era
interligado a um nome fodido.
— Dylan — digo com sinceridade.
— Não, Bree, você não deve pensar nele agora,
precisa se concentrar para que isso dê certo.
— Eu sei, mas não consigo evitar. — Olho para
cima para conter as lágrimas que já estavam
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ameaçando cair.
— Ainda tem tempo para desistir. — Minha
amiga toca o meu braço, então percebo que estou
tremendo.
Se for pega, posso ser presa. Se desistir, posso
ser morta, ou pior. Era esse pior que eu temia.
— Eu vou fazer isso, Liv. Vou nos livrar dessa
roubada.
Abraço-a com força, e só nos separamos quando
ouvimos o sinal do elevador.
Está na hora, meu tempo começou a contar.
Estou sentada no bar do cassino, olho em volta
tentando identificar algum cliente em potencial.
Deus, como isso me enoja.
Quem disse que isso era vida fácil? No meu caso,
nunca foi tão difícil flertar.
Homens olham meu corpo como se quisessem
me despedaçar, e as mulheres, em sua maioria,
querem me esmagar.
Quando sinto que não vou conseguir seguir
adiante, uma voz chama a minha atenção.
— Sozinha? — Viro o meu corpo e encaro o
dono da voz. Engulo a bile que teima em subir pela
minha garganta. Ele tem idade para ser o meu avô.
Nesse momento, todos os motivos de estar
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fazendo isso vem à mente.


Penso nos números, no Dylan, penso na morte,
em como seria mais fácil deixar que me matassem,
mas então eu sei, não seria isso que aconteceria.
— Com certeza. — Minha resposta vem
acompanhada de um sorriso sedutor e é recebida
com apreço.
Logo sua mão está nas minhas costas e estamos
indo em direção ao elevador, para o décimo quinto
andar.
A suíte dele.
Ele é o número um, e eu ainda preciso de pelo
menos três para completar a minha noite.
***
Tremendo. É assim que estou. Segurando o meu
vestido encosto na parede espelhada do elevador.
Preciso controlar os meus nervos, pelo menos até
chegar ao meu quarto.
O elevador para no décimo andar e quatro
homens entram. Eu me encolho para tentar passar
despercebida, não quero que me notem, que me
desejem, eu quero morrer.
Ninguém fala nada, apenas um deles, que está
usando um terno bem alinhado, dá boa noite, os
demais ignoram a minha presença. Olho de soslaio
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para cada um deles: há um negro de dreads, usando


uma camisa preta com vários logotipos; um de
terno, loiro com cabelo preso em um rabo de
cavalo; um outro aparentemente loiro, com o
cabelo quase raspado, ele está concentrado no
celular, está usando uma camisa branca e jeans; e, o
quarto, usando algo semelhante a um robe, o capuz
encobrindo sua cabeça, que está baixa, seus punhos
fechados ao lado do corpo. Ele está alheio a tudo.
E então, eu percebo.
Ele é um dos lutadores do evento.
As faixas vermelhas no punho, a cabeça baixa.
Ele não está ignorando, ele está concentrado.
Quando o elevador chega ao terceiro andar,
seguro meu vestido mais apertado contra o meu
corpo e peço licença. O grupo me dá passagem e eu
saio do cubículo, com a sensação de queimação por
todo o corpo.

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Primeiro Round

É a primeira vez que piso em Vegas, estranho, eu


sei, mas essa cidade é completamente corrompida.
Jogos de azar definitivamente não são a minha
praia. É uma cidade onde se pode tudo, e para mim,
seguir as regras sempre me manteve na linha.
Essa não é uma cidade para estar, pelo menos,
não eu.
Quando recebi a ligação do meu agente para
informar sobre esse evento, meu primeiro
pensamento foi de não aceitar, mas tudo se esvaiu
quando perdi a última luta.
Eu sou um péssimo perdedor.
Então, agora eu teria a chance de lutar pelo
cinturão em um evento de Boxe. Um torneio que
teria duração de dez dias, cada dia um round de
cinco minutos. Os lutadores não poderiam ser
nocauteados, pelo menos não até o décimo dia.
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Na verdade, era praticamente brincadeira de


criança até a luta final, eu sabia que estava
preparado para o último dia, meus treinos se
intensificaram, eu estou na minha melhor forma.
Minha vontade de vencer nunca foi tão grande.
— Vamos fazer o check-in. Depois de nos
acomodarmos, vamos conhecer a academia, está
tudo preparado para você. — Jason passa a minha
agenda do dia, como se em algum momento eu
estivesse prestando atenção.
Olho o meu celular e apenas aceno positivamente
com a cabeça. Jason é o meu irmão mais novo, é
ele que cuida dos meus contratos, publicidade,
treinos, mulheres. O cara praticamente tem a minha
vida nas mãos. Na verdade, eu acredito não ser
capaz de vestir uma roupa sem a supervisão dele.
Na nossa família distorcida, ele é o gênio, eu sou
os músculos.
— A academia foi toda adaptada para os treinos,
tudo está programado e cada lutador tem seus
horários.
Jason continua tagarelando, enquanto subimos
pelo elevador. Odeio socializar, e depois de uma
viagem de mais de seis horas, o que eu realmente
preciso é de um saco, uma luva e um bom Rock ao
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fundo.
— Você ouviu alguma palavra do que eu disse,
Oliver?
— Não sou surdo, Jason. — Guardo o meu
celular e observo o luxuoso elevador. Estamos
hospedados no Bellagio, é aqui que acontecerá o
evento.
Jason verificou a agenda dos outros lutadores,
por isso, nosso voo foi programado para chegar
cedo. Ele não queria que tivéssemos nenhum
inconveniente.
Traduzindo, eu não podia me divertir.
O senso de responsabilidade do meu irmão
ultrapassava qualquer padrão já conhecido,
costumo dizer que ele deveria ser estudado pela
NASA, não existe ninguém igual, nem mesmo eu.
Mesmo com todas as minhas regras, com as
dietas, treinos e limitações, eu tenho um ponto
fraco.
Mulheres.
E que homem não tem?
No meu caso, Jason é quem providencia tudo.
Não tenho paciência para lidar com dramas, o
sistema é simples, o tempo é acordado, o valor é
pago.
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Satisfação garantida.
— Grant irá encontrá-lo na academia.
— Jason, você não parou de falar desde quando
entramos. Eu já conheço toda porra de itinerário
desses dez dias, faça um favor a nós dois, relaxa.
— Seu senso de humor está ótimo, Oliver. Para
quem não queria vir, e tem aversão por jogos de
azar, o que é meio contraditório, já que pessoas
apostam em você, você está bem animado.
— Não tenho problemas com apostas.
— Sei…
Entramos na minha suíte e Jason dá as últimas
instruções. O restante da equipe está com Grant,
meu treinador. Ele está reunido com o pessoal do
evento para acertar alguns detalhes.
Eu só tenho uma coisa a fazer, me preparar e
tentar não deixar o meu oponente desmaiado hoje à
noite.
Passo o restante do dia treinando. Grant não
poupa esforços e extrai suor até da minha alma, se é
que isso é possível. Mas, porra, é o Grant,
certamente ele consegue reviver até mortos se ele
quiser.
— Hora de dar uma pausa Oliver. — Paro de
bater no saco, ganchos e jabs feitos com perfeição.
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Eu percebo que fiz um bom trabalho pelo sorriso


contido no rosto dele.
— Você já sabe com quem vou lutar hoje? —
pergunto enxugando o meu rosto.
— O sistema será de sorteio, vocês só saberão
segundos antes de subir no ringue.
— Isso está parecendo jogo de ficção Grant. —
Jogo a toalha no chão e ele se aproxima.
— Eu sei, mas esses fodidos são doentes e estão
ganhando milhões com toda essa merda
desnecessária.
Visto uma camisa e caminhamos para a suíte, o
hotel está lotado, há pessoas andando no lobby,
mulheres atraentes exibindo todo o luxo que podem
comprar. Homens tentando impor algum poder.
Patéticos.
Puxo o meu boné, tentando passar despercebido
e vamos direto para o elevador. Ainda está claro e o
sol não se pôs, vantagens de Vegas. Sem contar o
calor. Para quem mora em Seattle, sinto que estou
dando um passeio no inferno e estou pronto para
cumprimentar o próprio Diabo.
— Preciso de uma mulher, Grant — falo assim
que as portas abrem, estamos só nós dois e ele me
encara por alguns segundos.
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— Tudo bem, só não quero confusão, Oliver,


você pode pedir para o Jason providenciar isso.
— Eu mesmo posso escolher as minhas
mulheres.
— Somente sexo, Oliver, é isso que você busca e
é isso que vai ter. Não precisamos de qualquer dose
de drama na sua vida. Não agora.
— Eu não sou a porra de um robô.
— Não, você é um fenômeno do boxe, alguém
que as mulheres são capazes de matar para ter uma
noite com você, um filho com você.
— Isso é ridículo. — Entro na suíte e encontro
Jason no laptop.
— Jason, lembre ao seu irmão o que aconteceu
com a última namorada que ele arrumou.
Jason torce o nariz e não diz mais nada. Jennifer
é o nome dela, namoramos por mais ou menos dois
anos, entre idas e vindas, crises de ciúmes e
internações em clínicas de reabilitação. Ela foi o
mais próximo de um relacionamento sério que eu já
tive.
É uma completa neurótica.
Vou para o meu quarto e tomo um longo banho.
A água quente relaxa os meus músculos. Enquanto
isso, penso na minha carreira, em tudo que me
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tornei.
Uma máquina de luta.
Uma fonte de dinheiro.
Engulo a vontade de socar a parede, desligo o
chuveiro, pego a toalha e seco o meu corpo de
qualquer jeito. Tenho pouco tempo para um
descanso.
Jason é como um maldito relógio inglês, ele vai
me acordar.
***
Tudo está pronto para começarmos, Jason veste a
sua roupa habitual, um terno elegante, feito à mão.
Grant e Ryan já estão me esperando. Minha equipe
está completa e é hora do show.
Começo a reviver mentalmente todas as minhas
vitórias, é assim que gosto de me concentrar, eu
visualizo cada nocaute. Cada luta, cada soco dado,
cada reação dos meus adversários. É como se eu
desligasse de tudo.
Entramos no elevador e ouço Jason dar boa noite
a alguém, eu não olho, não presto atenção. Mas sei
que se trata de uma mulher, só estamos nós quatro
aqui, e ela. Um perfume suave permeia o ambiente.
Isso mexe com a minha concentração.
Volto a minha mente para a minha última luta, a
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que eu perdi. Meu sangue volta a ferver e o


perfume é esquecido.
Quando ouço o barulho do elevador, as portas
abrem e uma voz baixa, porém, firme, pede licença.
Nesse momento eu levanto a cabeça, meus olhos
param no meio das suas costas. Há um rasgo no
vestido e um hematoma na pele que está à mostra.
Eu não consigo desviar o olhar.
— Eu a quero — digo para o Jason.
— Não sabemos se ela está disponível, Oliver.
— Verifique, o valor que ela pedir, pague o
dobro.
— Você ainda nem lutou, não bateu a cabeça e já
está delirando? Não sabemos se ela é quem você
acha que é.
— Eu conheço uma prostituta quando vejo uma,
Jason. Procure-a amanhã e feche o negócio.
Grant e Ryan permanecem calados e Jason não
argumenta mais, eles me conhecem, eu funciono
com adrenalina, e não há nada que possa me deixar
mais estimulado do que sexo.
Eu quero ver o rosto por trás daquela voz. Sentir
se aquele perfume está em todos os lugares certos,
eu quero tê-la por dez dias. Quero fodê-la por dez
dias.
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Segundo Dia

— Pegue, tome mais um. Vai lhe fazer bem. —


Pego o comprimido das mãos da Liv, quando
cheguei não tive coragem de falar o que aconteceu,
eu queria apenas deitar na minha cama e chorar.
Minha amiga sabe que foi difícil, mas ela não
sabia o que realmente tinha acontecido. Como fui
humilhada, espancada. Reduzida a nada.
— Por que você não conversou comigo quando
chegou?
— Eu não precisava reviver tudo aquilo, Liv, não
naquele momento.
— Você tinha que ter denunciado aquele cara,
Bree.
— E acabar com tudo? Em quem eles
acreditariam, Liv, em mim ou em um velho
milionário que resolveu brincar de dominador?
— Ele não brincou de dominador, Bree. Ele foi
sádico, humilhou você, bateu em você. Droga, você
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está com um hematoma do tamanho de uma bola de


boliche nas costas.
Sinto a dor quando ela passa a pomada no local.
Liv continua o seu monólogo enquanto cuida das
minhas costas. Na verdade, não foi grande coisa,
pelo menos eu tive o bom senso de pará-lo. Mas
também teve coisas boas, consegui o meu dinheiro
e não chegamos a transar.
A ruim, eu fiquei tão transtornada que não
consegui voltar para o restaurante, nem fui ao
evento. Uma noite que deveria ter rendido pelo
menos uns dez mil, mal rendeu três.
— Eu sei o que você está pensando, mocinha.
— Não posso parar, você sabe.
— E me dói tanto saber, Bree. — Sento na cama
e retiro a camiseta folgada, Liv já está arrumada
para o café da manhã quando vou me trocar.
Em dez minutos, já estamos descendo para o
restaurante. Eu não deixei que ela pedisse no
quarto, precisava ver pessoas, ser vista. Precisava
do número dois.
Poucas pessoas estão no local, algumas
realmente só aparecem na hora do almoço. Isso não
é bom. Uso um vestido leve, pernas à mostra, mas
com as costas fechadas. À noite precisaria de uma
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boa maquiagem para esconder o hematoma.


Escolho uma mesa e Liv vai até o bufê pegar
algumas coisas, peço um suco e uma água enquanto
a aguardo. Tento observar algumas pessoas, porém,
pelo horário sei que não conseguirei muita coisa.
Talvez não consiga nada.
Começo a pensar se consigo pular a noite de hoje
e multiplicar os três mil que ganhei ontem jogando
no cassino. Pode ser uma jogada estúpida, aqui, o
sexo ainda é a maneira mais certa de conseguir
algum dinheiro.
— Posso? — alguém pergunta, olho para frente e
um belo rapaz aponta para a cadeira vazia. Sorrio
afirmando e ele não perde tempo.
Olho para verificar Liv e vejo que ela nota o meu
novo acompanhante.
Com isso ela senta em outra mesa, mas sem ficar
longe.
— No que posso ser útil? — Cruzo as minhas
mãos em cima da mesa, evitando qualquer sinal de
nervosismo. O cara, ainda sem nome, me analisa
por alguns segundos, como se estivesse medindo as
suas próximas palavras.
Ele é loiro, seu cabelo cai abaixo do ombro, me
pergunto se é australiano.
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— Tenho alguém que está interessado em você.


— Ele é direto.
— Você tem alguém?
— Meu irmão, ele viu você ontem e está
interessado. — Pisco com um pouco mais de força
do que o necessário, não preciso lembrar da noite
passada.
— Ele está. E você? — Puta merda! De onde
saiu essa pergunta?
— Essa brincadeira não faz o meu tipo. E meu
irmão, ele gosta de exclusividade, pelo menos,
durante o período acordado.
— Entendo. — Rezo para que o meu rosto não
demonstre todo o meu constrangimento. — Então,
por que o seu irmão não está aqui?
— Sou eu quem faz o primeiro contato, eu que
escolho as garotas.
— Você disse que ele me viu.
— Sim, toda regra tem uma exceção. Sinta-se
uma.
Fico sem palavras. Vender o meu corpo nunca
foi um mero pensamento, mas com tudo que
aconteceu, e o que pode acontecer, eu não tenho
escolha.
Cartas ainda podem ser úteis, mas eu não sou
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uma desistente. Não posso parar pela simples


vontade de mandar esse cara se foder.
— Ouça, o número do meu quarto é esse — ele
anota o número em um guardanapo de papel e
arrasta colocando-o na minha frente —, tome o seu
dejejum e vá me encontrar, vamos falar de valores,
tempo, entre outras coisas.
Eu deveria falar algo, mas só consigo olhar o
papel e seu terno alinhado quando ele se levanta e
vai embora.
— Quem era o Tarzan?
— Hã? — Volto a minha atenção para a Liv, ela
coloca um prato com alguns ovos, queijo e torradas
na minha frente.
— O cara que acabou de sair daqui — ela diz
impaciente sentando no mesmo local ocupado pelo
loiro.
— Não sei. — Olho novamente o papel, há
somente o número do quarto, sem nomes. —
Realmente não faço ideia.
— E o que ele queria?
— Negócios. Ele pediu para me encontrar logo
após o café.
— Hum. Sexo?
— Não com ele.
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— Ai, droga, Bree! Ele não é um cafetão, é? —


As palavras saem quase sussurradas da sua boca.
Sim, essa era uma das nossas preocupações. Em
um evento como esse, é claro que o Hotel estaria
cheio de acompanhantes de luxo e seus cafetões.
Para alguém tentando a sorte sozinha, isso não
era nada bom.
— Acalme-se, ele é apenas intermediário do
irmão.
— Ele quer te contratar para transar com o irmão
dele? — Liv pergunta chocada.
— Parece que sim. Ouça, vamos acabar logo
com isso, assim posso ir até o quarto dele e ver do
que realmente se trata.
— Se quiser, posso ir com você. Esse cara me
deu arrepios, é meio uma mistura de executivo com
algo mais perigoso. Sem contar que eu não
confiaria em um cara com o cabelo mais
apresentável que o meu.
Começo a sorrir com a piada. Digo que não
preciso que ela vá comigo, ele não pareceu ser
alguém perigoso.
***
Minutos mais tarde, estava saindo do elevador no
décimo terceiro andar. Logo, dois seguranças vêm
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na minha direção.
— A senhora precisa de algo?
— Uma pessoa me aguarda. Nesse quarto. —
Mostro o papel e o segurança aponta a direção.
Suíte 1302 é o meu destino.
— Entre. Fique à vontade. — O cara, ainda sem
nome, abre a porta antes mesmo que a minha mão
encoste nela.
Dessa vez, ele está sem terno e sua camisa de
botões está meio aberta, seu cabelo está preso, é aí
que lembro. Eu o vi na noite anterior no elevador.
— Desculpe a bagunça. — Ele aponta para o
carrinho ainda com os alimentos do seu café da
manhã.
— Sem problemas.
— Venha, vamos nos sentar. Você quer algo?
— Saber seu nome já seria um bom começo —
digo sem hesitar. É desconfortável falar com ele
sem nem ao menos saber isso.
— Desculpe pela grosseria. Sou Jason Willers.
— Bree. — Ele aperta a minha mão suavemente
e sorrimos. Sinto uma empatia por ele, agora que
sei o seu nome, as coisas ficam um pouco menos
formais.
— Como eu disse mais cedo, Bree, quem está
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interessado em você é o meu irmão.


— Ok.
— Estamos aqui para o evento de Boxe, você
está sabendo sobre isso, certo? — Afirmo com a
cabeça e ele prossegue: — Meu irmão, durante as
lutas, quando passamos alguns dias em alguma
cidade, ele gosta de ter uma companhia.
— Certo. — Respiro fundo.
— Temos nove dias pela frente, contando com o
dia de hoje. É esse o período que ele quer ter com
você.
— Os nove dias? — pergunto assustada. — Não
posso ficar disponível todos os dias.
Começo a fazer cálculos mentalmente.
— Meu irmão quer exclusividade, isso significa
que você ficará disponível durante esses dias, vinte
e quatro horas.
— Desculpe, creio que não posso. — Levanto do
sofá rapidamente, porém Jason segura o meu pulso.
— Ele quer você Bree, e quando ele coloca algo
na cabeça, não há ninguém que modifique.
Acredite. Diga o seu preço.
— Cem mil. — A cifra sai tão rápido que não
consigo evitar. Jason me olha desconfiado.
— Você é cara. — Sua voz é de desdém. — Vou
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transferir metade desse valor agora, e a outra


metade no final do nosso acordo.
— Vo-você o quê? — pergunto incrédula.
— Seu valor, cinquenta mil agora, o restante no
último dia.
— Que garantia eu tenho que irei receber tudo?
— Eu não queria fazer essa pergunta, mas não
posso me arriscar.
— A mesma que terei que você manterá tudo
isso em sigilo.
— Ele não vai me machucar, vai?
— Oliver pode matar um homem com apenas um
soco, Bree, mas ele nunca machucaria uma mulher.
Sento novamente tentando processar tudo o que
foi dito. Pelo visto, Oliver é o lutador que estava
com ele no elevador na noite passada. Eu terei o
meu dinheiro e só precisarei transar com um cara
durante esses dez dias.
Jason me explica como tudo funcionará. Eu vou
ficar no quarto do irmão dele e vou acompanhá-lo
em qualquer lugar que ele deseje. Minhas despesas,
e qualquer roupa nova que poderá vir a ser
solicitada, será paga por ele.
Isso deve ser fácil. Mas eu não tenho um bom
pressentimento.
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— Vou levá-la até o quarto dele.


— Agora?! — A surpresa na minha voz é
evidente.
— Desculpe. — Jason vai até a mesa e pega um
notebook. — Passe as informações da sua conta,
por favor.
Seguro as minhas lágrimas, enquanto falo as
minhas informações, Jason é rápido e logo me
mostra na tela a transferência concluída.
Cinquenta mil. Metade da minha dívida, metade
da minha liberdade.
— Pronta?
Saímos da suíte dele e vamos em direção à de
número 1300.
Vou conhecer oficialmente o meu comprador.
Jason não bate, ele coloca o cartão chave na
porta e entra sem cerimônia. Olho em volta e tudo
está em perfeita ordem. O carrinho de comida já no
local para ser levado. O amplo sofá negro, faz
contraste com o tapete branco.
Avisto a cama, que está bagunçada, ela é bem
maior do que a do meu quarto. Há umas tiras de
tecido vermelho jogadas em cima, parecem com as
bandagens que ele usava quando o vi pela primeira
vez.
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— Oliver? — Jason chama, elevando um pouco


a voz. Ouço o som da porta se abrindo e olhamos
em direção ao banheiro. Broken Record, de
Krewella, toca alto e consigo ouvir o refrão com
clareza.

“I can’t keep living on repeat


I’m a broken record!
I’m a broken record!”
-----------------------------------------------------
"Não posso continuar vivendo no mesmo jeito
Sou um disco quebrado!
Sou um disco quebrado!"

Qualquer som é abafado pela visão bem na


minha frente. Ele deve ser uns bons quinze ou vinte
centímetros mais alto do que eu. Seu cabelo cai nos
seus olhos, formando um belo conjunto com a sua
barba. Seus músculos?
Deus, eu nunca vi um homem com músculos tão
bem definidos, pelo menos não tão de perto. Quatro
gomos de músculo, que terminam em um belo V,
indo direto para…
Puta merda! Ele está somente de toalha.
— Eu estou sendo analisado? — Sua voz grossa
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tira o meu foco do seu corpo.


— Me perdoe. — Pelo menos a minha voz não
foi afetada.
— Oliver, essa é a Bree. Será sua até o fim do
evento.
Merda! Nunca me senti tão vulgar.
— Ela será minha acompanhante durante esse
período, você quer dizer.
— Que seja. Meu trabalho foi feito, fiquem à
vontade.
Olho aturdida entre os irmãos, é claro que Jason
me trata como uma mercadoria, o que eu realmente
sou no momento. Mas Oliver, seu tom foi rude com
o irmão, quase que o corrigindo.
Vejo-o acompanhá-lo até a porta, trocam
algumas palavras. Seus músculos se contraem, mas
eles não elevam as vozes. Eu não sabia que
existiam tantos músculos assim nas costas.
— Onde estávamos? — Oliver diz assim que
tranca a porta.
O barulho do clique me faz perceber que agora
não tem mais volta. E com certeza, não vou receber
o meu dinheiro sem sexo. Não com um homem de
praticamente um metro e noventa, segurando uma
toalha com uma ereção evidente, bem na minha
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frente.

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Segundo Round

Quando ouvi a voz do Jason, eu já sabia que


estava aqui com ela. Meu irmão podia reclamar,
mas ele sempre fazia o que eu pedia. Abro a porta
do banheiro e fico frente a frente com ela, estou
apenas com uma toalha enrolada na cintura e
observo enquanto seus olhos percorrem o meu
corpo. Deixo-a ter seu tempo e quando falo,
percebo como fica constrangida.
Depois de discutir algumas questões com Jason,
é sempre o mesmo discurso, usar camisinha, nada
de fotos ou filmagens, blábláblá. Meu irmão vai
embora e fico a sós com a minha mais nova
acompanhante.
Não gostei da maneira que Jason falou dela,
como se estivesse me entregando uma mercadoria.
Vi a ofensa nos seus olhos e imediatamente o
corrigi. Eu queria ficar com ela durante esses dias,
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mas ela deveria querer estar comigo também.


— Desculpe-me pelo idiota do meu irmão.
— Não precisa se preocupar, está bem claro o
tipo de relação que vamos ter, eu não me ofendi.
Ah, se ofendeu sim. Isso eu tenho certeza.
— Ouça, eu vou ser sincero com você. Eu não
pretendia sexo — ela franze as sobrancelhas —,
vou me corrigir, eu não pretendia sexo agora. —
Vejo o seu olhar ir direto para o meu pau.
Estou tão duro que talvez, se ela apenas me
tocar, posso gozar. Sentir seus olhos percorrendo o
meu corpo, me analisando e toda aquela conversa
sobre preservativos com Jason me deixou excitado.
Muito excitado.
— Então, acho que temos um problema. Está
disposta a resolver?
— Eu… — Ela não consegue falar.
Uma prostituta comum, já estaria de joelhos,
arrancando a minha toalha e enfiando todo o meu
pau na boca. Mas não essa mulher, o que é
estranho.
— Venha aqui. — Pego a sua mão e vamos para
o quarto, ela está gelada. — Você é algum tipo de
virgem que está vendendo a sua primeira vez? —
pergunto indicando a cama para ela sentar.
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— O quê?! — ela fala alto, na verdade, ela grita


tapando a boca em seguida.
— Se você não é virgem, então eu realmente
tenho um problema que precisa ser resolvido. —
Aponto para o meu pau.
— Eu vou resolver — ela fala com segurança,
como se outra pessoa tomasse posse do seu corpo.
Ela levanta e me encara, tenho que olhar para
baixo para ver o seu rosto.
Ela é tão linda como eu pensei que seria. Seu
cabelo está preso em uma trança frouxa, seu vestido
balança conforme o movimento das suas pernas.
Ela é elegante, se veste com discrição.
Porra, quero fodê-la, quero fodê-la muito.
— Vamos com calma. — Ergo o seu rosto
segurando no seu queixo. Eu sei que preciso de
todo o meu controle para não quebrar essa mulher
ao meio.
Ela é tão delicada, tão pequena.
Começo beijando seus lábios, ela não se entrega,
seu beijo é tenso, relutante. Seguro a sua cintura e
esqueço da toalha, que logo em seguida cai aos
meus pés. Fico nu. Passo a língua nos seus lábios
puxando o seu corpo para que sinta o quanto a
desejo.
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Ela geme.
É o sinal que eu esperava para prosseguir.
Quebro o nosso beijo e a afasto, ela percebe a
minha nudez, mas não se abala. Ela está excitada
também.
— Sua vez. — Aponto para o seu vestido. Ela
sorri e com apenas um movimento, ele está no
chão. Não sabia que eu conseguia ficar ainda mais
duro.
Ela usa uma tanga de renda azul-marinho e nada
mais.
— Deite-se. — Ela hesita. — Eu disse que
vamos começar devagar.
Seguro novamente o seu rosto, beijando seus
lábios, o gosto que ela tem é algo maravilhoso, e
isso só me faz ter fome. Fome dela.
Ergo-a enlaçando suas pernas na minha cintura,
ela segura as minhas costas com força enquanto me
perco na sua boca.
Caminho até a cama devagar, deitando-a comigo
ainda por cima. Ela parece mais relaxada assim, o
básico papai e mamãe. Se é isso que ela precisa
para se soltar, é isso que vai ter, por enquanto.
Sento na cama admirando o seu corpo. Porra, a
mulher tem um belo par de seios, são fartos, e pela
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minha experiência, nada artificiais.


Seus mamilos não são tão rosados, como os de
algumas mulheres que já saí. Mas foda-se, ela é
uma mulher, em todos os sentidos da palavra. Suas
curvas perfeitas, a barriga plana, marcada apenas
por linhas finas. Detalhes que a tornam real.
Passo os meus dedos no seu seio direito. Bree me
olha com expectativa, ela oscila entre a excitação e
a tensão.
— Do que você gosta, Bree? — Ela pisca três
vezes, sem entender a pergunta, tiro os olhos dos
seus seios, sem parar de tocá-los. — Na cama, o
que você gosta de fazer?
— Eu acho que essa pergunta eu deveria fazer,
não? — Ela sorri.
— Não precisa falar, eu vou ter o maior prazer
em descobrir. — Minha boca alcança o seu seio e
ouço o seu gemido.
Sei que a minha barba vai deixar a sua pele
avermelhada, e isso me excita ainda mais. Minha
mão vai direto para a sua boceta, enquanto a minha
língua trabalha no seu seio. Bree geme ainda mais
quando enfio um dedo dentro dela, ela ergue o
quadril rebolando, implorando por mais contato.
Continuo enfiando um dedo, depois outro,
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atingindo um novo ritmo, a palma da minha mão


em contato com o seu clitóris. Posso senti-lo pulsar,
ela rebola ainda mais chupando a minha língua,
enquanto sinto os músculos da sua boceta
apertarem os meus dedos.
— Ainda não. — Tiro os meus dedos vendo sua
respiração ficar entrecortada.
— Você vai me deixar assim?
— Com certeza não. — Vou em direção à
cômoda para pegar o preservativo. Rasgo a
embalagem e vejo como ela me observa. Seu rosto
vermelho, lábios inchados. Sua boceta ainda
molhada, apenas esperando por mim.
Coloco a camisinha devagar, acariciando o meu
pau. Cada veia pulsa com vontade de estar dentro
dela.
— Não sei se vou conseguir ir devagar, tudo
bem?
— Tudo bem, apenas não me faça esperar mais.
Sorrio com as suas palavras. Afasto suas pernas,
passando as mãos, desde o tornozelo até as coxas.
Aperto um pouco fazendo-a sorrir.
— Antes de você ter o que quer, preciso que
esteja ciente de algumas coisas.
— Você vai querer falar sobre regras? — Seu
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olhar é de espanto. Com certeza se fosse ao


contrário eu também ficaria, um cara de joelhos
entre as suas pernas, completamente duro,
querendo conversar, é no mínimo estranho. Mas se
tem algo em que sou bom, é em me concentrar.
— Sem drogas no período que estiver comigo,
sem jogos de azar, sem outros caras. — Deito em
cima dela deixando a cabeça do meu pau roçar no
seu clitóris. Bree fecha os olhos em expectativa,
mordendo os lábios em seguida. — Entendido?
— Sim.
— Repita o que eu disse.
— Sem drogas — começo a penetrá-la —, sem
jogos — beijo o seu pescoço —, sem caras —,
seguro a sua bunda e coloco o restante do meu pau
dentro dela, sem hesitar. — Cristo!
Bree grita, em seguida a beijo profundamente.
Sinto suas unhas arranharem as minhas costas a
cada estocada. Seus gemidos sendo sufocados pela
minha língua faminta. Ela é tão gostosa que não
sinto vontade de parar.
Muito menos de ser gentil.
Olho para o lado e a vejo, seu corpo esticado na
cama, descansando. O movimento suave da sua
respiração confirma que ela está relaxada. Afasto o
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lençol e vejo o hematoma nas suas costas. Lembro


imediatamente da noite anterior, onde a vi no
elevador. Uma mulher frágil, nada comparada ao
que foi durante o sexo.
Saio da cama e vou até o armário do banheiro,
que contém alguns medicamentos, pego a pomada
que geralmente uso nos meus hematomas depois
das lutas. Volto para o quarto e ela ainda está na
mesma posição.
Abro o recipiente e passo um pouco do conteúdo
gosmento na minha mão.
Com calma vou passando nas costas dela.
— O que você está fazendo? — Seus olhos
abrem devagar enquanto ainda estou passando a
pomada nas suas costas.
— Cuidando desse machucado.
Com um impulso, ela levanta rapidamente
puxando o lençol contra o seu corpo, seu olhar é
frio.
— Você não precisa cuidar disso.
— Não preciso, mas eu tenho algo que pode
melhorar. Então, por que não ajudar?
— Não é assunto seu.
— Você está sendo grosseira só porque estou te
ajudando?
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— Desculpe, Oliver, isso é algo que eu não


gostaria de falar.
— Não faço perguntas, Bree, já vi coisas assim o
suficiente. — Ela não diz mais nada, ficamos nos
encarando por alguns minutos até que quebro o
silêncio. — Preciso sair, vou almoçar com o meu
irmão, você pode almoçar aqui se quiser, depois
pode ir buscar as suas coisas no seu quarto e trazê-
las para cá. Depois do almoço vou treinar, preciso
que esteja pronta às seis, vamos sair para jantar
antes da luta.
— Tudo bem, estarei pronta.
— Se precisar de alguma coisa, roupas,
acessórios, fale com o Jason, ele vai providenciar.
— Oliver! — Ela segura o meu braço quando
estou caminhando para o banheiro. — Eu já tenho
tudo o que preciso, não quero mais roupas.
— Tudo bem.
— Obrigada.
— Pelo quê?
— Por cuidar do meu machucado. — Seus olhos
estão vermelhos, seguro o impulso de puxá-la
contra o meu corpo e beijar seus lábios.
— Não se preocupe, eu não tocarei mais em
nenhuma parte do seu corpo sem o seu
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consentimento Bree, mesmo que seja para ajudá-la.


Viro de costas e entro no banheiro, olho para o
meu reflexo no espelho e passo as mãos no meu
rosto.
Droga! Saio do banheiro e a encontro vestindo as
suas roupas.
— Aonde vai?
— Vou comer alguma coisa, depois vou até o
meu quarto. Minha amiga está hospedada comigo,
preciso avisá-la.
— Desculpe por ter sido grosseiro. — Seguro o
seu rosto com as duas mãos.
— Não foi grande coisa, Oliver, eu que peço
desculpas por ter pirado quando você só estava me
ajudando.
— Almoce comigo.
— O quê?
— Almoce comigo, troque de roupa e venha
almoçar comigo.
— É melhor não, preciso falar com a Liv e pegar
as minhas coisas. Mas, obrigada pelo convite.
— Nós nos vemos mais tarde então?
— Sim, nos vemos mais tarde.
Bree fica na ponta dos pés e beija os meus lábios
suavemente, em seguida ela sorri e vai embora.
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Permaneço imóvel, com a lembrança do seu


sorriso. Merda, acho que fui nocauteado por um
sorriso.

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Bree
Volto para o meu quarto com mil coisas
martelando na cabeça. Como isso tudo aconteceu
tão rápido? Um acordo, uma transa, dinheiro. Tudo
isso em uma manhã, e eu ainda não tinha nem
almoçado.
— Como foi tudo? — Liv pergunta assim que
abro a porta.
— Nós transamos — digo simplesmente
largando a minha bolsa no sofá.
— Você e o Tarzan?
— Não, Liv, eu e o Oliver.
— E esse Oliver, é?
— O irmão do Jason. — Ela franze a testa
confusa. — Irmão do Tarzan.
— Acho bom você me contar toda essa história.
Suspiro e sento ao seu lado, conto tudo desde o
início, inclusive o fato de metade da grana já estar
na minha conta.
— Nesse caso, seu problema já está praticamente
resolvido.
— Não, Liv, acho que o meu problema apenas
começou. — Deito a minha cabeça no seu colo.
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— O que você quer dizer com isso? Ele não


machucou você, machucou?
— Não. Apesar do Jason não gostar disso, Oliver
é gentil, muito gentil se você quer saber.
— E qual o problema nisso?
— Pense, Liv — sento para olhar nos seus olhos
—, um cara lindo, intenso e carinhoso como ele —
levanto um dedo para a minha amiga visualizar —,
mais uma mulher carente emocionalmente, que tem
um grande dom para se meter em relacionamentos
fracassados. — Aponto para mim. — Isso só pode
resultar em?
— Em um puta problema para você.
— Isso mesmo.
— E você não pode desistir.
— Isso mesmo. Agora me diz, o quão estou
ferrada?
— Eu não queria estar no seu lugar, minha
amiga. Mas você tem problemas maiores para
resolver se não conseguir essa grana, nesse caso,
aconselho fechar esse coração e pensar somente no
Dylan.
— Pensar no Dylan? — pergunto confusa.
— Sim, é só lembrar o que ele fez quando você
entregou o seu coração, garanto que o coitado do
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boxeador não vai ter chances.


Liv sorri e vou para o banho. Combinamos de
almoçar aqui mesmo no restaurante do hotel,
expliquei que não teriam outros homens durante
esse período, então já não seria mais necessário me
exibir.
Optei em usar uma bata branca com bordados e
um short jeans. Uma rasteirinha, e a verdadeira
Bree estava de volta. Era bom estar um pouco no
meu eu verdadeiro, à noite eu sabia que deveria
estar vestida elegantemente, mas por ora, eu queria
ter esse gostinho de poucos minutos de liberdade.
— Pronta? — pergunto quando Liv sai do
banheiro.
— Sim. Você está diferente, sabia?
— Eu? — Olho para o meu corpo — Por quê?
— Seu semblante, está mais despreocupado.
— Eu já tenho metade do dinheiro, Liv, isso já
tirou um bom peso das minhas costas.
— Isso e o fato de que não terá outros caras
certo?
— Eu me sinto menos horrível dessa forma.
— O que você está fazendo, Bree, não é horrível,
é necessário.
— O único cara com quem eu tive sexo foi o
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Dylan. Mas com o Oliver, foi tudo tão fácil, Liv,


tão natural. Isso é normal?
— Se ele for tudo isso que você contou quando
chegou aqui, sim, é normal.
— Eu não deveria ter gostado tanto, deveria?
— Bree, pare de agir como uma adolescente, foi
sexo e foi maravilhoso.
É isso que o sexo tem que ser. Pare de se julgar
tanto.
— Você tem razão, isso tudo está me deixando
maluca.
— Vamos almoçar, depois ajudo você com as
malas.
— Você vai mesmo embora? — pergunto, ainda
não estou processando o fato dela ir, mas como Liv
falou, será melhor, e assim ela poderá ficar de olho
em outras coisas.
— Eu volto em dois dias, não pense que vai se
livrar de mim, mocinha.
— Você é um anjo, Liv. Obrigada.
— Eu sou sua amiga, Bree, não poderia fazer
diferente.
Animadas, vamos para o restaurante, e diferente
de hoje cedo, o local está lotado. Olho para o
relógio, duas da tarde. As pessoas realmente
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acordam tarde aqui.


Assim que conseguimos uma mesa, faço o meu
pedido, um espaguete à carbonara, Liv também
pede massa e duas taças de vinho e começa a fazer
piada sobre como eu devo estar precisando de
energia.
Quando nossos pratos chegam, minha boca
enche de água. Não lembrava que estava com tanta
fome assim. A comida parece perfeita, e entre
garfadas e gemidos de prazer, sinto que estou sendo
observada.
— O que você está procurando? — Liv pergunta
quando começo a vasculhar o restaurante com os
olhos.
— Não sei, de repente senti como se estivessem
me observando.
— Duas mulheres se deliciando com um prato de
massa, enquanto metade do restaurante come suas
saladas, é meio que algo para se observar.
— Não estou brincando, Liv. — Minha amiga
fica séria e começa a olhar em volta.
— Acho que já sei quem está observando você.
— Quem?
— O lutador, está sentado logo atrás de você. O
Tarzan está com ele e tem mais dois caras.
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— E você está olhando descaradamente?


— O que tem? O barbudo não tira os olhos
daqui.
— Oliver. O nome dele é Oliver.
— Que seja.
— O que ele está fazendo? — Tomo um gole do
vinho e tento não olhar para trás.
— Nesse exato momento?
— Sim, tem mais alguém com ele?
— Especifique esse alguém? — Minha amiga
parece estar se divertindo.
— Não sei, uma mulher talvez.
— Acha que depois de passarmos a manhã
juntos, eu almoçaria com outra mulher? — Deixo o
garfo que estava levando até a boca cair.
— Há quanto tempo você está aí?
— Você não respondeu a minha pergunta. —
Oliver senta na cadeira ao meu lado, Liv não tira os
olhos de nós. Ah, eu poderia matá-la nesse
momento.
— Não sei — respondo com sinceridade
— Depois da luta, prometo que vou tirar
qualquer dúvida que você tiver a esse respeito.
— Tudo bem. — Minha voz sai como um
sussurro.
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— Vejo você mais tarde. — Oliver beija os meus


lábios, mas não de uma forma casta. Ele faz
indecentemente. — Fazia tempo que não sentia o
gosto de um bom molho, e na sua boca, ficou
melhor do que eu imaginava.
Bom almoço, meninas.
Ele acena para Liv e volta para a sua mesa. Olho
para a minha amiga e ela está em choque, eu
mesma estou sem entender.
— Por que não me disse que ele estava atrás de
mim?
— Por que você não me disse que esse cara é
mais quente que o próprio inferno?!
— Vamos almoçar. — Jogo o guardanapo nela.
— Tudo bem, mas eu tenho um encontro quente
hoje à noite com o meu vibrador.
Sorrimos e continuamos a nossa refeição. Vejo
quando Oliver sai do restaurante, acompanhado
pelo irmão e os outros dois caras que reconheço da
noite anterior. Antes de sair, ele me olha
novamente e pisca. Sorrio e ele segue seu caminho.
***
— Tem certeza que você quer ir?
— Tenho, Bree, assim posso cuidar de tudo e
você não precisa se preocupar. Quer que eu ligue
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quando chegar?
— Não, melhor não, apenas me envie uma
mensagem, ok?
— Você que sabe. Cuide-se, tudo bem?
— Eu vou.
— Volto em dois dias para saber se está tudo
bem. Vou aproveitar e mandar dar um jeito no
vestido que foi danificado.
— Obrigada, Liv, eu não sei o que eu faria sem
você.
— Você sempre me ajudou, garota, agora é a
minha vez de retribuir. Se cuida.
Abraço a minha amiga e a acompanho até o
elevador, Liv pede para que eu a chame
imediatamente, caso alguma coisa dê errado.
Mesmo concordando comigo, que com Oliver eu
ficaria bem, ela ainda não tem tanta certeza sobre o
resto.
Volto para o meu quarto e pego as duas malas, os
vestidos de luxo, estão todos perfeitamente
arrumados em uma grande, na menor, alguns itens
pessoais, um livro, e o pouco que ainda restou da
minha dignidade.
Assim que fecho a porta, vejo Jason me
aguardando, um segurança está ao seu lado.
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— Desculpe vir sem avisar, Bree, trouxe Tray


para ajudar com as malas.
— Você tem um timing perfeito.
— Meu irmão pode não concordar com você.
Está pronta?
— Sim, obrigada. — Tray pega as minhas malas
e vamos para o elevador.
— Bree, gostaria de conversar com você.
— Sobre?
— Eu vi como o Oliver agiu com você no
restaurante.
— Eu não sabia que ele estaria lá — falo na
defensiva.
— Eu sei disso. Você sabe por que ele agiu
daquela forma?
— Não faço ideia.
— Oliver é uma pessoa extremamente
competitiva, Bree, ele viu quando você chegou ao
restaurante, viu quantos homens cobiçaram você.
— Eu… — Não consigo nem falar que não me
arrumei para chamar atenção.
— Não precisa fingir, Bree, você sabe o corpo
que tem, sabe que chama atenção, em qualquer
traje que estiver.
— Jason, eu não quero ser grossa, mas você não
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está me dando outra opção. — Olho para o Tray


que parece alheio à nossa conversa.
— Vou ser direto, Bree, não confunda os
impulsos do meu irmão com algum tipo de
romance.
— Eu também vou ser bastante direta com você,
Jason. Não confunda qualquer movimento meu
com manipulação sexual. Você não me conhece.
O som do elevador tira a minha atenção, ando em
direção ao quarto do Oliver, sem me preocupar em
olhar para trás. Estou muito furiosa com tudo isso,
quem esse cara pensa que é? Ou melhor quem ele
pensa que eu sou?
— Oliver pediu para te entregar isso. — Jason
me entrega um cartão chave.
— Obrigada.
Ele abre a porta e Tray leva as minhas malas até
o quarto.
— Fui fechar a conta do seu quarto, mas me
informaram que já estava pago.
— Sim, não se preocupe com isso.
— Oliver também me disse que você não vai
precisar de nada.
— Eu tenho tudo, Jason, eu realmente aprecio o
gesto, mas não será necessário. — Jason me olha
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desconfiado.
— Tudo bem, mesmo assim, se precisar de algo,
é só me avisar.
— Obrigada.
— E Bree, seja lá no que você se meteu, não
envolva o meu irmão.
— Não se preocupe com isso.
Jason sai, mas deixa uma carga de pensamentos.
Olho em volta e vou para o quarto, me jogando na
cama em seguida, sendo amparada por lágrimas de
constrangimento.
Até que ponto eu cheguei?
Antes disso tudo acontecer, eu era apenas Bree
Earline Hall, professora de ioga em uma pequena
academia no sul da Califórnia. Até que em uma
manhã de domingo, eu acordo com o meu carro,
um Ford 78, herança do meu pai, pegando fogo na
porta da minha casa. Um aviso dos cobradores do
Dylan.
Ele tinha sumido há mais de três meses, o que
não era nenhuma novidade. Mas os caras que
bateram na minha porta também queriam saber
dele, e como eu era a única pessoa que eles sabiam
que Dylan tinha algum tipo de relação, eu fiquei
com a dívida e com as ameaças.
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Acordo com beijos na minha nuca, em algum


momento durante o meu choro, eu adormeci. Mas a
barba arranhando o meu pescoço, fez a minha pele
se arrepiar por inteiro, e qualquer vontade de
levantar da cama se esvaiu.
A não ser que fosse para estar nos seus braços.
— Você precisa se arrumar. — Oliver levantava
a minha blusa, beijando cada local.
— Preciso mesmo? — falo preguiçosamente.
— Sim, temos um jantar, e depois eu tenho uma
luta para vencer. — Essas palavras me despertam.
— Você vai lutar hoje?
— Sim, esse evento é um pouco diferente,
lutamos todos os dias.
— Isso não é cansativo?
— Sim, mas os rounds duram apenas cinco
minutos. Não podemos nocautear, apenas acumular
pontos para a final.
— Interessante. Eu posso assistir?
— Você quer? — Vejo os seus olhos brilharem.
— Sim. — Mordo os meus lábios.
— Você já viu alguma luta?
— Não, às vezes vejo alguma coisa na TV.
— Então, garota, venha tomar um banho. Hoje
cada soco será para você.
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Tremo com as suas palavras, uma excitação


desconhecida percorre o meu corpo. Eu nunca vi
uma luta ao vivo antes, sentia-me como uma
criança indo a um parque de diversões pela
primeira vez.

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Terceiro Dia

Uma da manhã e estávamos voltando para o


quarto, eu ainda estava enxugando algumas
lágrimas do meu rosto. Meus Deus, eu não estava
preparada para o que vi naquele ringue.
— Já está mais calma? — Oliver perguntou, eu
mal conseguia olhar para o seu rosto.
— Acho que sim.
— Se quiser não precisa ir hoje à noite.
— Você vai lutar de novo? — pergunto
assustada.
— Eu disse a você. Vou lutar todos os dias.
— Eu, eu vou.
— Tem certeza? — Caminhamos pelo salão do
lobby a caminho do elevador. Jason está atrás com
Grant, que conheci como treinador do Oliver, e
Ryan assistente dele. Tray estava também com
mais dois seguranças.
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— Eu vou sobreviver — digo tentando sorrir,


mas quando vejo o seu rosto machucado, um
calafrio percorre todo o meu corpo.
— Eu sei que vai. — Oliver beija o topo da
minha cabeça, me puxando para mais perto, tenho
medo até de encostar nele.
Entramos no elevador em silêncio, Oliver segura
a minha mão, ainda trêmula, enquanto conversa
com Grant. Eu não entendo o motivo de estarem
sorrindo, Oliver levou uns bons socos, seu olho,
provavelmente, estará roxo pela manhã, sem contar
os golpes nas costelas.
— Preciso que você esteja pronto às oito, tudo
bem? — Jason fala e Oliver assente. Olho
novamente para o relógio, ele mal terá tempo para
descansar.
— Bree, está tudo bem com você? — Jason
pergunta, é a primeira vez que ele tem alguma
atitude comigo sem ser grosseiro.
— Está sim.
— Amanhã, após o café, Oliver fará alguns
treinos, se quiser pode acompanhar.
— Obrigada.
Oliver me dá um meio sorriso e quando
chegamos ao nosso andar, nos separamos do
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restante e entramos na suíte.


— O que o Jason disse é verdade, se quiser pode
me acompanhar durante o treino. Fiquei
preocupado com o seu estado quando a luta acabou.
— Eu pensei que você fosse morrer ali em cima
— digo já com lágrimas nos olhos.
— Eu levei apenas dois socos, Bree.
— E mais alguns nas costelas, tinha sangue no
seu rosto — falo em tom de acusação.
— E se eu prometer que não deixo mais
encostarem em mim?
— Você levou socos de propósito?
— Não, Bree. — Ele começa a sorrir ao abrir a
porta do quarto. — Ninguém apanha de propósito,
acredite.
— Vou encher a banheira — digo enquanto vou
até o banheiro. Ligo as torneiras para que comece a
encher, olho no armário os tipos de sais de banho.
Oliver precisa de algo para relaxar os músculos. E
eu não faço ideia do que usar.
— Esse aqui. — Ele aponta para um frasco,
como se estivesse lendo os meus pensamentos.
— Obrigada. — Coloco um pouco do conteúdo
na banheira.
— Você vai me acompanhar?
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— E se eu te machucar? — Oliver sorri.


— Não existe essa possibilidade, vem. — Ele
segura a minha mão e nos conduz de volta para o
quarto.
Sentado na cama, ele me posiciona na sua frente
e começa a me despir.
Seu rosto na direção da minha barriga. Ele a
beija e a sua barba me faz sorrir.
— Sente cócegas?
— Um pouco — falo ainda rindo.
— E agora? — Ele abaixa a minha calcinha e
passa a língua na minha boceta.
— Um pouco — minto, minha voz sai rouca de
excitação. Oliver abre um pouco mais os lábios da
minha vagina com seus dedos, e enfia a língua
novamente.
— E agora? Ainda com cócegas?
Não consigo entender mais nenhuma palavra que
sai da boca dele, na verdade, a única coisa que sinto
é uma vontade louca que ele pare de falar e
continue a me chupar desse jeito.
Oliver continua com o seu ataque, seguro firme
nos seus cabelos, forçando-o a ir mais forte,
consigo sentir o sorriso presunçoso entre as minhas
pernas. Porra, o cara sabe como trabalhar com a
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língua.
Gozo gemendo o seu nome, enquanto ele lambe
cada gota que sai de mim. Sua boca começa a subir
novamente, passando pela minha barriga, lambendo
o meu seio. Até chegar na minha boca, consigo
sentir o meu gosto nos seus lábios.
— Vamos tomar um banho. — Concordo ainda
tonta pelo orgasmo.
Oliver começa a tirar as suas roupas e noto o
quanto está excitado, ele me pega observando e não
fala nada. Noto também os hematomas nas suas
costelas, lembro do meu próprio e um remorso me
atinge quando penso o quanto fui grosseira.
Ele entra na banheira e fecha os olhos
absorvendo o calor da água, logo o seu olhar me
encontra e sua mão estende como um convite. Eu
não nego, entro na banheira e ele me posiciona
sentada, com as costas coladas no seu peito.
Prendo o meu cabelo em um coque alto, em
seguida sinto sua boca tocar os meus ombros e o
pescoço. Gemo com o contato. Oliver leva as mãos
até os meus seios, massageando devagar, seus
dedos me tocando com delicadeza, um jeito
totalmente diferente do que vi no ringue.
As luvas batendo com força no rosto do
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oponente, o suor escorrendo pelo seu corpo. O grito


das pessoas chamando-o de Fenômeno, ele era isso.
Seus golpes precisos, sua concentração
inabalável. Seu olhar selvagem.
Grito de prazer em mais um orgasmo. Estava
muito envolvida e excitada com as lembranças dele
no ringue, enquanto a sua língua explorava o meu
pescoço e minha orelha, seus dedos pressionando o
meu seio.
Puta merda! Eu nunca havia gozado dessa forma.
— Você gozou pensando em quê?
— Em você — digo ainda sentindo espasmos de
um prazer totalmente inesperado.
— O que eu estava fazendo?
— Lutando.
— E isso excitou você?
— Não no momento, mas agora, eu não consigo
dizer o que senti de verdade.
— Diga que você me quer, dentro de você Bree.
— Ele morde a minha orelha, enquanto enfia um
dedo dentro de mim.
— Eu quero você dentro de mim, Oliver. Eu
quero muito.
— Vamos sair da banheira.
Oliver me entrega uma toalha, mas não deixa que
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me seque muito, ele me carrega no colo arrancando


risadas tão sinceras, que sinto meu rosto doer.
Ele me joga na cama, e avança para cima de
mim, com essa barba e seu cabelo molhado caindo
um pouco nos olhos, é um verdadeiro homem das
cavernas.
— Diga agora, Bree, o que você quer?
— Eu quero você. Dentro de mim. — Ele pega
um preservativo e o coloca sem muita demora.
— Abra as pernas. — Obedeço.
Quando ele me preenche, seu grunhido ecoa pelo
quarto, ele é feroz e me toma como se a sua vida
dependesse desse momento. Oliver não é tão
paciente, ele é brutal. Levantando meus pulsos
acima da cabeça, ele me imobiliza apenas com uma
mão. Seu quadril encontra um ritmo acelerado.
Eu não consigo tocá-lo, mas ele me toca em
todos os lugares necessários.
Sua boca devora a minha, estamos tentando
saciar algo, que nem mesmo nós sabemos que
existe.
Oliver goza chamando o meu nome e me levando
junto em mais um delicioso orgasmo.
Depois de descartar o preservativo, ele ajusta o
alarme e vai até o armário voltando com um pote
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pequeno nas mãos.


— Vire-se. — Não discuto, eu sei o que ele vai
fazer. — Ainda dói?
— Não.
— Eu vou respeitar o seu silêncio, mas eu seria
capaz de destruir o rosto do desgraçado que fez isso
com você.
— Foi um acidente, Oliver, ele apenas passou
dos limites.
— Sente-se. — Ele para de passar a pomada,
sento e observo os seus olhos — Um homem
quando machuca uma mulher, do jeito que você foi
machucada, nunca é um acidente, Bree.
— Não vamos mais tocar nesse assunto, por
favor.
— Ele era alguma coisa para você?
— Não, era apenas um cliente aleatório.
— Há alguém que esteja por trás de você?
— Um cafetão, você quer dizer? — Ele
concorda. — Não, estou por conta própria.
— A sua amiga, ela também…
— Oliver, já estamos indo longe demais. Você
não faz perguntas, lembra?
— Você é interessante demais para não fazer
perguntas, Bree. — Ele beija os meus lábios.
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— Dê isso para mim. — Pego a pomada das suas


mãos. — Diga se doer, ok?
Oliver abafa uma risada enquanto começo a
passar o remédio nas suas costelas, olho para o seu
rosto e fico indecisa se devo passar.
— Não tem problema, vou usar uma bolsa de
gelo no rosto.
— Você, por acaso, lê os meus pensamentos? —
Coloco a pomada na cômoda.
— Seu olhar, ele diz muito mais do que você
imagina. — Oliver não diz mais nada, ele sai do
quarto e volta em seguida com uma bolsa de gelo.
Deito ao seu lado e fico observando enquanto ele
está imóvel. Seu corpo é realmente impressionante.
Ele possui apenas uma tatuagem grande nas costas,
com os dizeres VENI VIDI VICI. Apesar do
dinheiro que imagino que ele tem, suas roupas são
comuns, nada exagerado, ou formal. Mesmo ontem
durante o jantar, ele vestia um terno, sem gravata,
uma camisa preta, era elegante e perigoso.
Noto sua respiração ficar mais leve, tiro devagar
a compressa do seu rosto. Oliver já está dormindo.
Sorrio, ele parece uma criança. Pego o edredom,
cubro o corpo dele, que por sinal está nu, em
seguida, me cubro.
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Fecho os olhos e faço uma pequena oração, o dia


promete ser longo.
***
— Hora de acordar. — Oliver abre as cortinas
iluminando todo quarto.
Gemo e cubro o meu rosto com o edredom. —
Nada disso, se você quiser me acompanhar, precisa
levantar.
— Só mais cinco minutos.
— Tenho que estar lá em baixo em dez. — Abro
os olhos e o vejo parado na minha frente.
Completamente vestido, cabelos alinhados. Ainda
úmidos.
— Por que você não me acordou antes? —
pergunto saindo da cama.
— Eu tentei, pelo menos umas três vezes. Temos
dez minutos, mocinha.
— Droga! — Corro para o banheiro sorrindo
com a frase tão familiar.
Entro no chuveiro tentando acalmar a saudade
que começo a sentir. Droga, foco, Bree, só mais
alguns dias.
Tomo um banho rápido, e quando saio, a minha
roupa já está separada em cima da cama.
— Desculpe, Bree, mas precisamos estar lá em
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baixo. Jason é um relógio ambulante.


— Não tem problema, mas para a sua
informação, não sou indecisa quando o assunto é
me vestir. — Sorrio pegando a roupa que ele
escolheu.
Uma saia verde, longa e uma camisa de seda
branca, sem mangas, o calor aqui é escaldante.
Oliver escolheu inclusive a lingerie. Pego uma
sandália Anabela, assim não fico tão pequena perto
dele, o que parece ser um pouco impossível.
Acredito que mesmo usando o maior dos saltos, eu
ainda ficaria minúscula ao seu lado.
Coloco apenas um brinco, prendendo o meu
cabelo em seguida, passo um batom suave.
— Você está linda. — Oliver beija o meu rosto.
Ele também não está nada mal, uma camisa preta
marcando seus músculos e uma calça jeans.
Básico, simples. Gostoso.
Cumprimento Tray quando saímos da suíte. Ele e
mais dois seguranças nos acompanham. Oliver não
fala durante o percurso, ele apenas coloca a mão na
base da minha coluna, me conduzindo durante o
trajeto.
No restaurante, Jason, Grant e Ryan já estão
tomando café. Noto algumas pessoas nos olhando.
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Oliver fica alheio aos olhares, ele puxa uma


cadeira. Sento e ele beija o meu rosto e senta ao
meu lado.
— Já fizeram os pedidos? — Oliver pergunta a
Jason pegando o cardápio.
— Não sabíamos o que a Bree costuma comer,
então resolvemos esperar.
— O que você quer? — Oliver pergunta e eu
noto todos me observando com curiosidade, fico
um pouco constrangida com tanta atenção. —
Posso fazer o seu pedido, se quiser?
— É sério, Oliver, você precisa parar de ler
mentes — sussurro no seu ouvido.
— Eu só leio a sua. — Ele pisca e logo em
seguida faz o nosso pedido.
É espantoso a abundância de comida que chega,
e pelo que noto, eu sou a única pessoa que fica
admirada, eu não consigo acreditar que vão comer
toda aquela quantidade.
É incrível como eles devoram tudo. Oliver
principalmente, enquanto eu como apenas uma
omelete, um suco e um iogurte natural, ele já está
na sua terceira omelete. Fico me perguntando para
onde vai tanta comida.
Assim que terminamos o café, vamos direto para
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academia. Oliver me explica como os horários


estão reservados, para que os lutadores possam
treinar. Alguns lutam em academias fora do hotel,
mas eles preferiram não sair daqui.
Jason, pelo que entendi, é quem cuida de tudo,
Oliver tem um empresário, mas é Jason quem
negocia tudo. Como Oliver disse, ele confia a vida
nas mãos do irmão. Isso me faz lembrar de quando
eu confiei a minha vida a alguém, que bela
encrenca que ele me meteu.
Oliver vai com o Jason para o vestiário se trocar,
Grant me mostra onde posso ficar. Sento em um
banco que fica de frente para o ringue. Quando
olho novamente para o vestiário, Oliver vem,
usando apenas uma bermuda, semelhante a que ele
lutou na noite passada, as luvas já nas suas mãos.
Jason está ao seu lado, igualmente vestido. O
cabelo preso em um coque samurai.
Eles sorriem enquanto conversam, noto a
tatuagem no peito dele, é igual a do Oliver, os
mesmos dizeres, mas enquanto a do Oliver é nas
costas, a do Jason é na frente.
Os dois sobem no ringue e vejo Grant passando
algumas informações.
Espera, eles vão treinar juntos?
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— Jason gosta de treinar com o irmão, de vez em


quando — Ryan fala sentando ao meu lado, então
noto que posso ter pensado alto demais.
— Eu não sabia que ele lutava também.
— Não luta, como eu disse, ele gosta de treinar
com o Oliver. É algo deles, eu acho. — Ryan dá de
ombros e observamos quando a luta começa.
Oliver se concentra em Jason, os dois são
enormes e se sobressaem no ringue. Quando
começam, é impossível desviar o olhar. Ryan me
explica cada movimento, os jabs, ganchos e uppers.
Jason não é um oponente fraco, ele parece prever
cada golpe que Oliver dá. E como eu temia, ele
acerta um gancho de direita que faz Oliver tropeçar.
— Você está animado, irmão. — Ouço-o dizer.
— Seus reflexos já foram melhores — Jason
rebate.
Oliver gira o pescoço e eles retomam. Dessa vez
é impiedoso, acertando vários golpes, até que Grant
os para.
— Já chega por hoje.
Os irmãos tocam as suas luvas e depois se
abraçam, ambos estão suados. Grant os parabeniza
e eles descem do ringue.
— Oliver, vá para a corda. — Grant aponta para
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uma corda que está próxima a um saco.


— Eu já volto. — Ele beija a minha boca me
entregando as luvas e vai em direção à corda.
Em seguida ele começa a pular, tão rápido que
mal consigo enxergar o objeto. Oliver repete os
movimentos, o suor escorrendo pelo corpo. Ele está
concentrado e parece incansável.
— Ele adora esse exercício. — Ouço Jason se
sentar ao meu lado.
— Estou percebendo — digo sem tirar os olhos
dele.
— Quer um pouco? — Ele me oferece uma
garrafa com água.
— Obrigada. — Pego a garrafa. — Eu vi você
lutar, você é muito bom.
— Obrigado, mas eu gosto apenas de treinar um
pouco, não é realmente a minha praia.
— Sério? Vendo vocês dois ali, é como se
tivessem nascido para isso.
— Oliver adora, desde criança. Eu apenas tenho
músculos e coragem suficiente para subir com ele
em um ringue.
— Vocês são ótimos juntos. — Jason sorri e
voltamos a observar Oliver. Ele ainda está pulando
e me deixando tonta com a visão.
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Oliver continua sua sequência de treinos,


enquanto Jason vai conversar com Grant. Fico
observando cada movimento, ele é um lutador
incrível e faz jus ao apelido que adquiriu.
Entre um exercício e outro, ele não me mantém
excluída. Oliver sempre se aproxima para um beijo,
ou me oferece um pouco da sua bebida. Até o
simples movimento de beber um isotônico, ele
consegue transformar em algo sexy.
— Entediada? — Oliver pergunta sentando ao
meu lado, ele enxuga o rosto com uma toalha, que
logo em seguida fica pendurada no seu pescoço.
— Não, eu adorei tudo isso.
— Amanhã vou ter uma folga, vou treinar com
você. — Minha expressão não deve ter sido muito
boa.
— Como assim?
— Você sabe se defender, Bree? — Oliver
segura a toalha em cada extremidade, envolvendo o
meu pescoço. Ele puxa firme, forçando o meu rosto
a ficar bem próximo ao dele.
— Claro que sei. — Eu me esforço para não
gaguejar.
— Não, você não sabe. Se soubesse, jamais
deixaria acontecer o que aconteceu com você. —
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Ele não me deixa responder, sua boca toma a minha


de uma forma feroz. — Amanhã, Bree, eu vou
ensiná-la a se defender.
Oliver beija a minha testa, retira a toalha do meu
pescoço e vai na direção do Jason e Grant, eles
trocam algumas palavras sorrindo um para o outro,
enquanto eu ainda estou atordoada com o seu beijo
e sua vontade de me ensinar a me defender.
Sob protestos masculinos, consigo ajudá-los a
guardar todo material, a academia logo será
ocupada por outro lutador e precisamos deixar tudo
em ordem.
Assim que terminamos, Oliver veste uma camisa,
pega a sua bolsa e vamos na direção da saída, sua
mão está unida à minha e caminhamos em silêncio
atrás de Jason, Grant e Ryan.
— Ora, ora. Que belo encontro. — Um homem,
que imagino ser um lutador, pelas roupas e a
quantidade de pessoas que o acompanha, para bem
na nossa frente.
— Deixe-me passar, Cooper — Oliver fala em
um tom de aviso.
— Quem é a garota da vez? Deixe-me dar uma
olhada. — Ele dá a volta em torno de nós, me
analisando dos pés à cabeça. — Somente as
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melhores para o grande Fenômeno do boxe.


Seu tom é de desdém, olho para Oliver e sua
expressão está inabalável.
Jason e o restante da equipe estão apenas nos
observando.
— Eu não vou ser educado, Cooper, deixe-nos ir.
— Sabe, princesa, quando se cansar dele, você
pode me procurar. Oliver não costuma ficar muito
tempo com as suas putas.
— Jason, me lembre o motivo pelo qual eu não
posso quebrar a cara desse idiota, nesse exato
momento. — Oliver pergunta em voz alta, sem tirar
os olhos do tal Cooper.
— Por que você fará isso em breve, e
legalmente. — Jason sorri e Cooper também.
O cara é impressionante, não há lugar nos seus
braços para mais tatuagens. O cabelo raspado em
um estilo moicano e uma tatuagem celta no
pescoço. Seu sorriso chega até a ser gentil, mas ele
exala perigo. Seus olhos se acendem quando Jason
termina de falar.
— Estou esperando por isso.
Ele abre caminho e nós passamos, não olho para
trás, na verdade, eu não consigo olhar em direção
alguma. Mesmo sabendo o que tudo isso significa,
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o que realmente estou fazendo aqui, o nó que se


forma na minha garganta é inevitável.
Prostitutas, é esse o tipo de mulher que Oliver se
envolve, não com professoras ferradas de ioga.
Mulheres poderosas, seguras de si, e que não se
envolvem, é esse tipo de mulher que ele está
procurando.
Sinto-me deslocada pela primeira vez. Começo a
mexer em algo aleatório dentro da minha bolsa,
para evitar qualquer contato físico. Oliver não
percebe e continua caminhando com os rapazes,
enquanto eu discretamente sigo atrás.
Quando entramos na suíte, Oliver me avisa que
vai até o quarto do irmão para conversarem.
Agradeço por esse momento, eu preciso colocar a
minha cabeça e as minhas emoções no lugar.
Será que vou lembrar desses dias assim, como
um momento da minha vida em que fui uma
prostituta?
Maldito Dylan, eu mesma seria capaz de matá-lo
se o encontrasse. Tiro a roupa e vou para o
chuveiro. É nele que consigo finalmente relaxar. A
água escorrendo pelo meu corpo, leva com ela as
minhas lágrimas.
— Foco, Bree, só mais alguns dias.
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Repito durante o banho como um mantra.


Apenas mais alguns dias e tudo isso vai acabar. Na
verdade, eu também começo a agradecer
internamente. Oliver está sendo perfeito comigo.
Na cama ele é um cavalheiro, gentil quando
necessário. Em momento algum me faz sentir o que
eu sou, jamais me deixa deslocada ou excluída de
algo.
Ele é perfeito, e não sei por que prefere o sexo
casual, a um compromisso de verdade.
Quando volto para o quarto, ainda estou somente
de toalha e o telefone toca. Fico indecisa se devo
atender, mas como é insistente eu cedo e atendo a
ligação.
— Pensei que você estivesse dormindo — Oliver
fala assim que atendo.
— Desculpe, eu não sabia se podia atender.
— É o nosso quarto, Bree, você pode atender ao
telefone.
— Certo.
— Você se importa se pedirmos nosso almoço no
quarto?
— Não, sem problemas.
— Ok, tenho uma coletiva de imprensa no início
da tarde, Jason acha melhor ficarmos no quarto esse
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período.
— Tudo bem, quer que eu faça os pedidos?
— Eu agradeço.
— Do que você gosta? — Sento na beirada da
cama e pego um bloco de papel para anotar.
— De você, nua e gemendo.
— Oliver! — Sorrio.
— O quê? Eu não menti. Refaça a sua pergunta.
— Tudo bem. O que você gostaria de comer?
— Hum, pergunta difícil. Que tal me deixar
comer a sua bunda perfeita, Bree?
— Você não está falando isso na frente do seu
irmão, está? — Deus, eu acabei de sair do banho e
sinto que precisarei voltar.
— Você tem vergonha?
Ah, se ele soubesse.
— Você quer falar sobre isso na frente do seu
irmão? — Entro no jogo.
— Não, Jason está no banho. Quando eu digo
que gosto de exclusividade, Bree, é exatamente isso
que eu quero dizer.
— Vamos retomar o assunto do almoço? —
Ouço a sua risada e ele me informa tudo o que
gostaria de comer. A lista é enorme.
Desligo o telefone, e logo em seguida faço o
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nosso pedido. Fico com as palavras dele


martelando na minha mente. Comer a minha
bunda? Isso era sério? Porque se for, eu acho que
temos um grande problema.

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Terceiro Round

Depois do treino, e do encontro inesperado com


o Cooper, vou com Jason até o quarto tentando
acalmar o redemoinho de pensamentos que se
formam na minha mente. Prostituta! Foi disso que
ele a chamou.
Caralho, é isso que ela é, e eu sei. Por que de
repente isso me incomodou?
— O que você tem Oliver? — Jason pergunta
assim que me sento.
— Nada.
— Você não correu para o quarto, eu te conheço
desde sempre. Algo te incomodou.
— Como é ter um relacionamento, um de
verdade?
— Você já teve isso.
— Um com uma garota legal, não como uma
pirada. — Faço careta ao lembrar do meu único e
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último relacionamento.
— Cara, eu não sou a pessoa certa para te
responder isso.
— A Helena, era legal, não era? Você gostava
dela.
— Eu amo a Helena, Oliver. — Tento conter o
meu choque diante das palavras dele, amor? Ele
nunca tinha mencionado algo assim.
— Você, tem certeza?
— Eu não sou nenhum adolescente, Oliver, e sim
eu a amo, sempre amei.
— Por que ela foi embora, então?
— O que você quer Oliver? Por que essas
perguntas agora?
— Você nunca tinha me dito que amava a
Helena, eu pensei que era um lance como os outros.
— É a Bree? É por isso que você está fazendo
essas perguntas?
— Eu só estou curioso, ok?!?
— Deixa eu te explicar uma coisa, Oliver. —
Jason senta mais próximo — Mulheres como a
Bree são uma roubada, elas não amam, a não ser o
dinheiro que cai na conta bancária delas. Elas
gostam de prazer, luxo e champanhe.
— Você está falando da Bree ou da Helena? —
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Começo a ficar irritado.


— Ambas, Helena me abandonou com a
desculpa que queria mais, queria uma carreira de
modelo. Ela sumiu, Oliver, com um filho meu na
barriga.
A agonia na voz dele faz o meu estômago
revirar. Olho para o meu irmão e quase não
reconheço o que vejo. Por isso Jason tem estado
diferente desde que a Helena se foi, ele passa horas
no celular, é frio e grosseiro com algumas
mulheres. Na verdade, não lembro dele envolvido
com alguma.
— Você tem certeza disso?
— Ela me disse, Oliver. Agora eu não consigo
encontrá-la. Então, irmão, é isso que as mulheres
fazem com você, quando você dá a porcaria do seu
coração para elas.
Jason bate na minha perna e vai em direção ao
banheiro. Eu não consigo pensar. O barulho do
alarme do meu celular me tira do meu estado
catatônico, é um lembrete da coletiva de impressa.
— Merda — falo sozinho e tento pensar em algo
para me livrar disso, vai ser impossível. Jason
ficaria uma fera, os patrocinadores também.
Ligo para a minha suíte, e somente na segunda
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chamada é que a Bree atende. É engraçado ouvir a


sua voz pela primeira vez pelo telefone. Seu “alô”
soa nervoso e hesitante. Mas logo eu a deixo
nervosa por outro motivo.
Eu não pretendia provocá-la pelo telefone, mas
brincar com ela foi algo tão natural, como se
fôssemos velhos amigos.
Antigos amantes.
Deixo um bilhete para o Jason, avisando que
almoçarei na minha suíte.
E assim que saio do quarto, pego o meu celular e
faço uma ligação.
— O que você quer, Oliver?
— Oi para você também Helena!
— Tenho um ensaio fotográfico em cinco
minutos, estou ocupada.
— Eu só vou fazer uma pergunta, Helena, e
quero uma resposta.
— O que foi? — ela pergunta nervosa.
— O bebê Helena, é meu ou do Jason? — Ela
fica muda por alguns segundos, consigo ouvir
apenas o som da sua respiração.
— Não tem nenhum bebê, Oliver, não mais.
— O que você quer dizer com isso?
— Eu não conseguiria nenhum contrato estando
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grávida. Eu interrompi a gravidez.


— Você o quê? — Olho em volta para ver se não
falei alto demais, Tray está afastado observando o
andar, mas parece não prestar atenção na minha
conversa.
— Foi o que eu disse, Oliver, não existe mais
bebê.
— Quem era o pai?
— Isso importa?
— Droga, Helena, você precisa ligar para o
Jason.
— Desculpe, Oliver, mas eu preciso ir.
— Ele precisa saber que não tem mais nenhum
bebê. Você foi cruel indo embora deixando apenas
um bilhete, avisou da gravidez e depois fez um
aborto? Que tipo de pessoa você é, Helena?
— Sou alguém que correu atrás do seu sonho,
Oliver. Jason jamais permitiria que eu tivesse uma
carreira, que fosse independente. Eu não estava
disposta a abandonar tudo que eu sonhei.
— E o bebê? Por que falar dele se você pretendia
fazer isso?
— Eu não pretendia, não no início.
— Ligue, Helena, conte para ele. Ou eu mesmo
conto.
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— Vai contar que dormimos juntos também? —


ela fala em tom de ameaça.
— Não me teste.
— Deixe-me em paz, Oliver, vocês dois foderam
com a minha vida em muitos sentidos. Só me
deixem.
Helena desliga sem mais palavras, eu fico sem
saber o que fazer. Jason jamais me perdoaria se
soubesse o que aconteceu. Mesmo sendo apenas
uma noite, foi algo estúpido, louco. Eu era um
doente.
Ela é a menina dos sonhos de qualquer cara.
Helena tem o corpo perfeito e sempre sonhou em
ter uma carreira de modelo. Ela começou a sair
com Jason algumas vezes. Mas era algo aleatório,
meu irmão nunca foi do tipo apegado às mulheres,
e por mais que Helena passasse tempo demais na
nossa casa, eles sempre deixavam claro o tipo de
relacionamento que tinham.
Em uma noite regada a tequila e prostitutas, ela o
flagrou no quarto com duas mulheres. Jason bebia
tequila direto do seio de uma delas, enquanto a
outra estava ajoelhada chupando seu pau. Helena
ficou furiosa e se escondeu no meu quarto. Eu tinha
acabado de sair do banheiro, apenas de toalha
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quando a vi.
Sentada na minha cama, ela parecia frágil. Ela
me abraçou e chorou no meu ombro. Por um
momento, eu senti que podia confortar alguém. E
nisso, nos deixamos levar. Eu nem cheguei a tirar a
sua roupa. Transamos em pé, encostados na parede.
Depois desse dia, ela nunca mais falou comigo,
ou voltou na nossa casa.
Jason ainda chegou a dormir na casa dela
algumas noites, até que um dia ela se foi.
Entro na suíte e vejo Bree sentada na cama, ela
está tão distraída que não percebe a minha chegada,
ela está lendo um livro infantil.
— A Bela e a Fera? — falo sentando ao seu lado.
— É a minha história preferida. — Ela fecha o
livro e sorri.
— Eu posso ser a sua fera, se você quiser — digo
puxando a tira do seu roupão.
— Não sei se eu me encaixo no perfil da Bela. —
Ela deita na cama enquanto tiro seu roupão, olho
para o seu corpo nu. Ela é perfeita.
— Não, você é mais que isso, Bree. Você é
magnífica.
— E você, precisa de um banho. — Ela sorri e
me empurra bem no momento que alguém bate na
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nossa porta.
— Você, não pense que vai escapar.
— Estou ao seu dispor… depois que tomar
banho. — Ela fecha o roupão e corre na direção da
porta.
Bree pega a nossa comida enquanto vou para o
banheiro. Estou tão duro que penso em ter algum
tipo de alívio.
— Nem pense em usar as mãos — ela grita
abrindo a porta do banheiro.
— Quem agora lê mentes?
Bree sorri e fecha a porta, continuo o meu banho,
com um único pensamento. Aquela bunda perfeita
vai ser a minha sobremesa.
***
— Eu fico admirada com a quantidade de comida
que você come — ela fala enquanto deixamos os
pratos na mesa.
— Eu sou um lutador, Bree, preciso me
alimentar.
— Você tem alguma nutricionista ou algo do
tipo?
— Em casa, tenho uma grande equipe.
Treinador, nutricionista, personal. Várias pessoas
que trabalham para me deixar pronto para subir em
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um ringue.
— Eles não viajam com você?
— Não, somente quando é alguma viagem longa.
— Entendi.
— Ainda tenho algum tempo, quer fazer alguma
coisa?
— Que tal um filme?
— Contanto que você não me faça assistir
Disney.
Bree sorri e vamos para a cama, aviso o serviço
de quarto que já podem retirar tudo. Olhamos a
seleção de filmes e a garota me surpreende.
— Menina de Ouro? É isso mesmo?
— Claro, eu já vi você lutar, quero ver uma
mulher.
— Posso levar você para ver uma luta entre
mulheres, uma de verdade.
— Vai ter alguma durante o torneio? — Ela
parece interessada, então eu me lembro.
— Não — falo e noto quando ela percebe o que
eu disse.
— Então, é melhor me contentar com o filme.
Bree deita ao meu lado e aperto o play. Mesmo
com uma vontade louca de transar com ela, acho
que estou curtindo esse momento. Ela está com a
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cabeça deitada no meu peito, minhas mãos


passando vagarosamente pelos seus cabelos.
— É sempre assim? — ela pergunta e demoro
um pouco para perceber de que não é sobre o filme
que ela está falando.
— Assim como?
— Você, com as mulheres, é sempre assim? Elas
passam a noite com você, assistem filmes juntos.
— Não vou mentir, Bree. Eu gosto de acordar ao
lado de uma bela mulher, e unir isso a uma mulher
que não vai ficar no meu pé vinte e quatro horas é a
solução perfeita.
— Por isso as prostitutas? — Não há raiva na sua
voz, apenas curiosidade.
— Sim, por isso as prostitutas. Sexo bom, sem
cobranças, sem dramas, sem despedidas.
— Eu acho que entendo você.
— E você? É sempre assim? Com seus clientes?
— Com certeza não é sempre assim.
Bree fica em silêncio e volta a sua atenção para o
filme. Eu já dormi com mulheres o suficiente para
saber quando há algo que não se encaixa, e essa
mulher não se encaixa nessa vida.
— Deixe-me terminar de ver o filme — ela
reclama quando começo a alisar a sua bunda.
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— Tem certeza? Posso garantir algo melhor para


fazer.
— Como, por exemplo? — Sua voz é sedutora e
ela esfrega seu corpo contra o meu.
— Como fazer você gemer.
Giro o meu corpo ficando por cima, seus olhos
brilham, excitados. Abro o seu roupão e tiro cada
braço devagar. Ela ainda está nua, como mais cedo,
eu estou apenas usando uma boxer. O tecido fino é
a única coisa que nos separa. Esfrego meu pau na
sua boceta e sinto quando o tecido fica molhado.
Beijo o seu pescoço, chupando sua pele. Bree
geme a cada contato da minha boca, se esfregando
ainda mais no meu pau.
— Eu disse a você, Bree. Eu vou comer essa
bunda perfeita.
— Oliver, eu… — Pressiono meu quadril ainda
mais e ela fecha os olhos.
— Eu o quê? — Faço movimentos suaves com a
minha pélvis, o contato com o seu clitóris a faz se
contorcer cada vez mais.
Bree já não consegue falar, ela está tão excitada,
que puxa meu pescoço para um beijo faminto.
Chupando a minha língua, devorando os meus
lábios.
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Tiro a minha boxer e pego um preservativo, viro-


a de costas, empinando a sua bunda. Traço uma
trilha de beijos na sua espinha, tocando seus
mamilos, sua barriga até chegar na sua boceta.
— Caralho, Bree, você está muito molhada.
— Não me faça esperar, Oliver.
— Eu já disse o que eu quero, linda. E eu vou
ter.
Começo a estimulá-la com os dedos e com a sua
própria excitação, começo a trabalhar no seu ânus.
Bree se contrai.
— Relaxa, Bree, eu vou te dar um passeio
inesquecível.
Beijo a sua nuca e sinto seu corpo relaxar, enfio
meu pau na sua boceta, excitando-a, eu quero
deixá-la tão desesperada, que ela vai gozar
intensamente, mas com o meu pau na sua bunda.
Quando sinto que ela já está no limite, retiro o
meu pau e começo a penetrá-la, seus músculos
protestam com a invasão, e ela choraminga.
— Respire. Você vai relaxar e isso vai ser
maravilhoso — falo no seu ouvido fazendo círculos
no seu clitóris, Bree começa a se movimentar,
buscado por mais pressão. Cada movimento seu,
ajuda o meu pau a entrar mais fundo. Quando estou
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totalmente dentro dela, eu praticamente urro de


tanto tesão. Ela é gostosa e apertada pra caralho.
Enfio dois dedos na boceta dela e a ouço gemer.
Começo em um ritmo lento, para não machucá-la.
Bree está totalmente preenchida, meus dedos e meu
pau fazem um trabalho impressionante, e seus
gemidos ficam cada vez mais altos.
— Meu Deus, Oliver. Eu quero gozar — ela fala
e eu aumento o ritmo.
Gozo tão forte que chego a ficar tonto. Com ela
não é diferente, seus músculos se contraem
apertando meus dedos, enquanto ainda dou algumas
estocadas no seu ânus.
— Perfeita. — Tiro o meu pau de dentro dela e
ela desaba sobre a cama.
Beijo a sua bunda e vou até o banheiro.
Coloco a banheira para encher, enquanto me
limpo. Volto para o quarto e ela parece destruída.
— Você está bem? — pergunto tirando uma
mecha de cabelo do seu rosto.
— Isso foi intenso — ela fala ainda com os olhos
fechados.
— Você já tinha feito sexo anal? — pergunto
passando o dedo pela sua barriga.
— Não.
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Puta que pariu!


— Bree, abra os olhos. — Preguiçosamente, ela
abre. — Por que você não me disse isso antes?
— Eu deveria?
— Eu poderia ter machucado você.
— Você não ia me machucar, Oliver. — Ela
senta e me encara.
— Eu pensei que…
— Que como eu sou uma puta, sou acostumada
com isso?
— Não é bem assim, Bree.
— Oliver, era o que você queria, eu estou sendo
paga para fazer o que você quer. Fim de papo.
— O que você está falando? — Bree se levanta e
vai até o banheiro — Isso é uma coisa que nós dois
temos que querer — grito batendo na porta.
— Eu disse não em algum momento?
— Não, mas isso não significa que era algo que
você desejava.
— Eu não estou sendo paga para ter desejos,
Oliver. Estou sendo paga para satisfazer os seus.
— Não é assim que isso funciona, Bree.
— Mas é assim que tem que ser.
Bree ignora a banheira e vai para o chuveiro,
volto para o quarto furioso comigo mesmo. Por que
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diabos eu não fiz uma simples pergunta? Porque,


ela como todas as outras, é uma mulher que ganha a
vida para satisfazer os desejos de gente como eu.
Chegar a essa conclusão me assusta. As palavras de
Cooper, se misturam com as do Jason. Deito na
cama atordoado. Não é isso que eu quero, não é
assim que tem que ser.
— Eu quis — a voz dela me tira dos meus
pensamentos.
— O que você disse?
— Eu disse — ela se aproxima e fica de joelhos
—, que eu quis, cada momento que aconteceu aqui,
eu quis, eu desejei.
— Vem cá. — Puxo-a para o meu colo, tirando a
toalha, aperto o seu corpo contra o meu. — Quando
você não quiser fazer algo, você não faz.
Não importa a merda do dinheiro que estou
pagando, você não faz, entendeu?
— Oliver…
— Não, Bree, apenas diga se você entendeu. Eu
não quero que você fique aqui fazendo algo que
não quer.
— Você está me dispensando? — Vejo pânico
nos seus olhos.
— Não, linda, mas eu quero que prometa que se
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você se sentir desconfortável com algo, vai me


dizer.
— Eu direi.
Beijo a sua boca e ela retribui, sua mão
segurando o meu cabelo, enquanto aperto a sua
cintura, começa a me deixar excitado. Mas não é
isso que tenho em mente. Não depois do que
fizemos.
— Vamos, mocinha, você vai ficar mais linda do
que já é, e vai me acompanhar na entrevista.
— Tem certeza? Você não acha melhor que eu
fique no quarto?
— Você não quer ir?
— Não é isso, mas, na verdade eu não sei,
Oliver. Não sei se é certo acompanhar você desse
jeito.
— Eu não quero que você fique desconfortável,
nem que você fique presa aqui dentro.
— Posso ficar na piscina. Tudo bem?
— Merda, agora fiquei imaginando você de
biquíni. — Beijo o seu pescoço
— Posso estar nele quando você voltar.
— Não precisa, eu encontro você na piscina.
Beijo o seu rosto e vou me arrumar. Bree parece
mais aliviada com o fato de não me acompanhar.
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Ela faz um verdadeiro desfile de biquíni e eu saio


do quarto de pau duro para uma coletiva de
imprensa.

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Quarto dia

Cinco da manhã e estou sentada na varanda, a


visão é impressionante.
Uma coisa é morar em Las Vegas, você acaba se
adaptando às ruas, às pessoas, nada daquilo é
atrativo. Tudo é apenas sufocante. Outra coisa é
olhar a cidade assim, sentada em uma cadeira
confortável, em uma suíte de um dos melhores
hotéis da cidade. É uma visão mágica.
Não consigo dormir, Oliver teve mais uma
excelente atuação no ringue e na cama. Depois da
coletiva, como prometido, ele me encontrou na
piscina.
Oliver não tinha pudores, ele me beijava
descaradamente, não se importando com flash, ou
pessoas. Se ele quer algo, não importa o que os
outros pensam.
Curtimos o restante da tarde assim, entre beijos e
carícias molhadas.
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Sem imprevistos, sem encontros desagradáveis.


Por pouco tempo, fomos somente nós dois, sem
uma cama.
É por isso que não consigo dormir, por passar
uma tarde tão despreocupada. Eu sei que tudo está
indo bem, que dei a sorte grande de estar com ele.
Mas algo me incomoda, algo que está dentro de
mim.
Um sentimento de culpa começa a me corroer, de
dentro para fora. Não deveria ser fácil, eu não
deveria estar gostando de cada segundo que
passamos juntos.
Eu acho que não consigo nem me olhar no
espelho.
— Não é cedo demais para estar aí? — Oliver
fala e senta ao meu lado.
— Estou sem sono — digo ainda olhando a vista
da cidade.
— Não cansei você o suficiente? — Seu tom
brincalhão me arranca um sorriso.
— Você sempre me cansa o suficiente.
— Algum problema?
— Nada que não vá ser resolvido. — Sigo
tentando dar o assunto por encerrado.
— Você é tão vaga Bree. — Ele segura a minha
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mão e a leva até a boca.


— E você não faz perguntas, lembra? — Ele me
puxa para sentar no seu colo.
— Você é interessante demais. Já disse isso —
Oliver fala no meu ouvido, sussurrando cada
palavra.
— Eu tenho uma vida muito sem graça, acredite.
— Não estou me referindo à sua vida Bree, estou
me referindo a você.
Cada sorriso que você dá, é sincero. Cada
conversa que temos, cada pergunta que você faz,
são verdadeiras — observo enquanto ele continua a
falar —, você é uma adulta que gosta de clássicos
infantis, mas que sabe ser extremamente sexy
quando quer. Você, Bree, é interessante.
— Eu não sei o que dizer.
— Notei você naquele elevador, seu perfume,
sua voz. Queria descobrir o rosto por trás de tudo
aquilo que tirou a minha concentração. — Ele
coloca meus cabelos para o lado, beijando meu
pescoço em seguida. — Agora que eu já conheço o
rosto, é a personalidade que me intriga.
— Oliver…
— Quer ir para a academia? — Pisco sem
entender a mudança repentina de assunto.
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— Academia?
— Sim, você não consegue dormir, e agora, eu
também não. Vamos correr um pouco, vai nos fazer
bem.
— Vamos lá.
Voltamos para o quarto para trocar de roupa,
pego um top e uma legging, que Liv deixou, um
tênis e estou pronta. Oliver também não demora.
Quando saímos da suíte, ele puxa o capuz do
moletom, escondendo um pouco o rosto. O andar
está vazio, tem apenas um segurança, e acredito
que esse movimento já tenha se tornado um hábito.
— Aqui. Isso vai ajudar durante a corrida. —
Oliver me entrega um Ipod e fones de ouvido.
— Você não vai precisar?
— Eu sempre ando com dois, só espero que curta
as músicas. — Ele pisca e entramos no elevador.
Como previsto, a academia está vazia, o ringue
montado especialmente para o treino de alguns
lutadores, alguns aparelhos de musculação, esteiras
e bicicletas.
— Sabe como se alongar? — Sorrio com a sua
pergunta.
— Olhe e aprenda.
Começo a fazer os movimentos de alongamento,
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Oliver não tira os olhos do meu corpo, cada


movimento das minhas pernas, braços, tudo; ele
acompanha cada detalhe. Quando termino, ele está
estático.
— O que foi? — pergunto meio sem jeito.
— Vem aqui. — Ele me puxa pela cintura,
passando a mão pelas minhas curvas. — Vamos
correr um pouco, antes que eu rasgue toda a sua
roupa e foda você de joelhos em cima desse ringue.
Seu olhar é intenso, assim como a pressão dos
seus dedos na minha pele. Um calor se forma
dentro do meu corpo, quase como uma necessidade.
Acalmo a minha respiração a fim de controlar a
vontade de transar com ele em cima desse ringue.
Oliver me beija, mas não é intenso como das
outras vezes, ele também está se controlando.
Vamos para as esteiras, ele ajusta a velocidade da
minha, enquanto observo a lista de músicas no seu
Ipod.
Never Back Down, do Linkin Park, começa a
tocar, a música não poderia ser mais perfeita.
Começo a entrar no ritmo e deixo a minha mente
vagar na letra.
Meia hora depois já estou exausta, Oliver parece
inabalável, sua resistência é impressionante. Estou
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sentada no chão enxugando o meu rosto enquanto


ele termina sua corrida.
— Está cansada? — Oliver para a esteira e vem
ao meu encontro.
— Apenas fora de forma.
— Você está ótima, tem uma flexibilidade
impressionante.
— Obrigada. E agora? Vamos subir?
— Nada disso mocinha, vamos para o ringue. —
Ele puxa a minha mão e me ajuda a levantar.
É estranho subir no ringue, eu nunca estive no
centro de um antes. Mas, afinal, eu nunca tinha
vendido o meu corpo também.
— Pronta para se defender, Bree?
— Você está mesmo levando isso a sério?
— Daqui alguns dias eu vou embora, quero ir
sabendo que você ficará bem. — Suas palavras são
tão sinceras que fico sem reação, Oliver nota a
minha expressão, mas não fala nada, apenas me
posiciona e começa a aula.
— Ouça, o segredo de uma boa defesa é saber
como fazer um punho perfeito para socar. Dobre
suas juntas e coloque o polegar sobre o indicador e
o dedo médio. — Ele me ajuda ajustando meus
dedos.
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— Ok — digo mostrando meus punhos.


— Quando você der um soco, mire para bater
com os dois primeiros dedos, eles vão causar mais
dor. — Oliver faz o movimento e eu tento imitá-lo
— Use todo o seu corpo, girando a partir do
quadril. Assim seu soco será mais intenso.
— Ok, acho que entendi.
— Agora me acerte.
— O quê?
— Você ouviu, dê um soco.
— Não vou bater em você, Oliver. — Ele só
pode estar brincando.
— Vamos testar a sua força, Bree, eu levo socos
de caras com o triplo do seu peso e tamanho.
Vamos lá, mostre o que você aprendeu.
— Não vou dar um soco em você sem motivo,
isso não faz sentido.
— É um treino, Bree, apenas faça.
— Não.
— Lembre do cara que fez isso com você. — Ele
toca as minhas costas, bem no local onde está o
hematoma. Minha mente volta para a noite que
tudo aconteceu. Ele me amarrou e disse que era um
dominador. O tapa que levei em seguida,
acompanhado de um chute nas costas, só provava
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que ele era apenas um velho sádico.


Sem pensar, meu punho acerta em cheio o rosto
dele e eu não paro.
Logo minhas mãos estão socando
desenfreadamente cada parte do seu corpo que
consigo alcançar. Ele é forte e segura meus pulsos,
pedindo que eu pare.
Lágrimas começam a cair do meu rosto, em
seguida, Oliver está me amparando.
— Você não merecia isso — falo ainda chorando
em seus braços, ele senta no chão me levando
junto.
— Você se sente melhor?
— Foi horrível. — Oliver me abraça.
— Já aconteceu antes? Quer dizer, com algum
cliente? — Noto a preocupação na sua voz.
— Isso nunca aconteceu comigo. — Passo a mão
no meu rosto enxugando algumas lágrimas. — Me
desculpe pelos socos.
— Eu não me machuquei, Bree. Mas você é uma
baixinha que tem um bom soco, estou orgulhoso.
— Obrigada — falo constrangida.
— Vamos ficar aqui mais um pouco, tudo bem?
— Concordo e deitamos no ringue. Oliver segura a
minha mão, estamos olhando para o teto, não há
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nada ali de interessante, mas também não


precisamos. O silêncio já é o bastante.
Não sei quanto tempo passa, até ouvirmos a voz
de Jason.
— Você poderia ao menos atender o seu celular?
— Ele está parado próximo ao ringue.
— Ele está longe e não ouvi tocar. — Oliver dá
de ombros.
— Aqui. — Jason vai até o banco onde está as
nossas coisas e pega o celular. — Essa porcaria
estava no silencioso. Você tem um compromisso
em duas horas, Oliver.
— Droga — Oliver resmunga e me ajuda a
levantar.
— Vou esperar vocês para o café da manhã.
Jason sai jogando o celular. Oliver pega o
aparelho no ar e verifica suas ligações.
— Ele é sempre assim? — pergunto.
— Sempre, Jason controla os meus horários,
minha alimentação, meus treinos.
— Sua vida? — Ele para antes de descer e me
encara. — Desculpe, Oliver, isso não é da minha
conta.
— Não entenda mal, Bree, Jason é um ano mais
novo, mas age como se fosse cinquenta anos mais
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velho.
— Ele deve amar muito você.
— Sim, assim como eu o amo. E apesar de tudo,
de todas as merdas que eu já fiz, ele é a minha
única família.
— São apenas vocês dois? — Oliver me ajuda a
descer e caminhamos até as nossas coisas.
— Sim, nossos pais morreram faz três anos.
— Sinto muito.
— Obrigado, mas desde sempre, fomos somente
nós dois. Eu nunca fui o tipo de pessoa que cumpria
regras, horários. Meu pai não me dava os melhores
castigos. — Ele dá um meio sorriso.
— Compreendo.
— Foi em um desses castigos que Jason se
meteu, quase fui parar no hospital e foi ele quem
cuidou dos meus machucados. Desde então, ele é
como a minha consciência, me lembrando dos
meus compromissos, horários, essas coisas.
— Ele parece ser um irmão maravilhoso. —
Oliver pega tudo e saímos da academia.
— Ele é, pena que eu não sou um irmão tão bom
assim. — Ele não me olha e percebo que o assunto
está encerrado.
Na porta da academia, Tray está a postos com
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mais um segurança, eles nos acompanham até o


quarto, e assim que tomamos banho, vamos ao
encontro de Jason.

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Quarto Round

Minha cabeça não estava preparada para tudo


que aconteceu, o dia mal tinha amanhecido, Bree
havia chorado no meu ombro e eu estava falando
sobre o meu passado com ela.
Uma desconhecida, que sabia mais sobre mim,
do que eu queria. Eu não sou do tipo de homem que
pressiona por informações, não gosto de perguntas.
Se eu não as faço, não preciso respondê-las
também.
Só não esperava, que justamente a mulher que eu
tinha prometido não questionar, fosse desvendar
todas as minhas verdades.
Minha relação com o meu irmão é algo que não
costumo compartilhar, nem mesmo com Grant. Não
era do meu feitio falar sobre o meu pai, ou sobre
como me sinto um merda de irmão.
Mas algo nesse pouco tempo de conversa me
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deixou à vontade.
Totalmente fora da minha zona de conforto.
Nada disso faz sentido e agora estou tentando achar
uma explicação para toda essa merda.
— Oliver, você prestou atenção em tudo que eu
disse? — a voz irritada do Jason me tira do meu
devaneio.
Já estamos discutindo sobre os novos contratos
há duas horas. Logo após o café da manhã, deixei
Bree no quarto para que ela descansasse e segui
com Jason para a suíte dele.
— Eu confio em você, ok? E realmente não estou
com cabeça para isso agora.
— Oliver, são seus contratos de patrocínio, é o
seu dinheiro. Merda, você está com a cabeça onde?
— Você está feliz? — Jason me encara.
— O que você está falando?
— Eu fiz uma pergunta simples, Jason — falo
irritado.
— Olha, Oliver, eu não sei onde você quer
chegar com essa conversa, muito menos o que você
está pensando. — Jason começa a colocar os papéis
de volta na pasta.
— Eu te fiz uma pergunta. Porra! — Dou um
soco na mesa, mas Jason não esboça nenhuma
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reação.
— Por que você está interessado nisso agora?
— Você é meu irmão, é a única família que eu
tenho. — Levanto e começo andar de um lado para
o outro. — Você age como um maldito pai desde
que tínhamos quinze anos, sempre me ajudando,
me protegendo.
Porra, eu sou o mais velho, eu deveria cuidar de
você. — Minha voz sai mais alta do que o normal.
— Isso não tem nada a ver com idade, Oliver. É
ridículo.
— Você. É. Feliz? — pergunto novamente,
enfatizando cada palavra.
— Não, não agora. Se sou feliz no meu trabalho?
Sim, eu sou. Se sou feliz como irmão? Sim, eu sou.
Mas ainda falta algo Oliver.
— E por que você não vai atrás? — Olho para
Jason, ele levanta da mesa, mas não fala uma
palavra sequer, o seu olhar me diz tudo.
É por minha causa.
Saio da suíte dele batendo a porta. Nós nunca
discutimos antes, pelo menos não dessa forma.
Jason sempre esteve comigo em todos os
momentos, sempre foi o meu companheiro, meu
amigo. Mas eu fui egoísta o suficiente para não
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notar que ele também precisava de apoio. E para


completar, ainda transei com a namorada dele.
— Idiota. — Soco a parede no corredor. Tray
apenas me olha, porém não faz qualquer
movimento.
Entro na minha suíte e vou para o quarto, tirando
a minha roupa durante o trajeto. Olho para a cama e
Bree está dormindo. Ela parece em paz, diferente
de como estou me sentindo.
Deito na cama e puxo-a para perto do meu corpo.
Ela obedece instantaneamente, me abraçando em
seguida. Seu abraço me acalma e o som da sua
respiração faz meus músculos relaxarem.
— Sexo, Oliver. Ela é linda, mas é só sexo —
falo para mim mesmo enquanto a observo dormir.
Bree é uma mulher surpreendente, ela me deixou
excitado durante os exercícios de alongamento. O
tempo todo imaginei as suas pernas enroladas no
meu corpo. E depois, a minha boca na sua boceta.
Sem mencionar os socos, ela tem uma massa
muscular sólida e não tem noção da força que
possui. Ver como ela me socava e, em seguida, seu
choro, me deixou desorientado. Foi bom consolá-la,
sentir que eu poderia ser seu apoio naquele
momento.
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Relaxo com ela nos meus braços, mas não


durmo. Passo o tempo velando seu sono e tentando
controlar meu desejo por sexo.
— Quanto tempo dormi? — ela pergunta
alongando seu corpo. Verifico o relógio, passou
apenas uma hora e meia.
— Pouco tempo. Ainda está cansada?
— Não. — Ela senta na cama e me observa.
— Quer sair para almoçar? Podemos ir a um
lugar diferente.
— Sério? — Ela parece animada.
— Sério, você pode escolher o local, é um
almoço tardio, mas ainda podemos fazer algo sobre
isso.
— Você tem alguma preferência?
— Não, eu não conheço a cidade. Estou nas suas
mãos.
— Ah, você não vai se arrepender.
Bree sorri, beija meus lábios e corre para o
banheiro. Ouço o barulho do chuveiro e sua voz
cantando algo. Ela está animada e isso me deixa
feliz.
— Se quiser podemos ficar e relaxar — falo
quando entro no banheiro, ela está se secando.
— Vegas não é uma cidade para ficar de pernas
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pro ar, Oliver, confie em mim. Você tem que estar


de volta a que horas?
— Minha luta é meia-noite.
— Vai treinar?
— Não necessariamente.
— Tenho você pelas próximas horas, então?
— Com certeza.
Ganhei mais um beijo como recompensa antes
dela se direcionar para o quarto, ela era uma mulher
em uma missão.
Bree não me deixou tocá-la até que estávamos
prontos, era como se ela fosse uma criança e
quisesse apenas bater perna por aí.
E ela não fez feio, como estamos na Strip, um
trecho bastante movimentado da Las Vegas
Boulevard, atrações aqui não faltam.
Almoçamos no restaurante do Caesars Palace, foi
o único lugar que pude opinar. Logo estava sendo
guiado por toda a cidade esquecida por Deus.
A cidade do pecado fazia jus ao seu apelido, com
seus prédios imponentes e todo luxo e ilusão que
essa cidade emana. Não, definitivamente, não é
para mim.
— Bree, eu ainda estou tentando entender como
você me convenceu a isso. — São seis da tarde e
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estamos na High Roller. Uma roda gigante com


aproximadamente cento e sessenta metros de altura.
— Por que não me disse antes que tem medo de
altura? — Bree sorri.
— Eu não tenho medo de altura.
— Você quase não abriu os olhos, Oliver.
— Isso é um detalhe, eu apenas não gosto de
ficar balançando em uma cabine a mais de cem
metros de altura.
— Isso é ridículo, você deveria ter me avisado,
não teríamos entrado.
— Você não viu o brilho nos seus olhos quando
olhou para essa coisa.
— digo abrindo os olhos em seguida.
— Eu sempre quis vir aqui — ela confessa
olhando para baixo.
— Sério, Bree, não se incline assim. — Puxo seu
corpo, que fica colado ao meu.
— Posso fazer alguma coisa para aliviar essa
tensão?
— Ah não, não tem nada no mundo que me faça
esquecer que estamos tão alto. PUTA QUE PARIU.
Rosno quando sinto os lábios dela no meu pau.
Filha da puta, abriu a porra do meu jeans enquanto
eu estava distraído, com a altura.
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Sinto quando sua boca curva em um sorriso, a


coisa começa a se mexer, mas ela não se detém,
Bree continua seu ataque ao meu pau e esqueço de
toda essa merda sobre altura. Ela me chupa como
um maldito sorvete. Como se estivesse provando
algo único.
— Bree, se continuar assim eu vou gozar. — Ela
para e ergue o rosto.
— Pode se libertar.
Fecho os olhos quando a sua boca volta a me
possuir e, dessa vez, ela é implacável, sugando,
acariciando meu pau com a língua. Movimentos
suaves que me deixam em um estado quase
hipnótico.
Quando suas unhas arranham minhas bolas, eu
não me contenho.
Explodo em sua boca no exato momento que o
brinquedo para e estamos na altura máxima. Puxo
seu rosto e tomo sua boca, meu gozo ainda em sua
garganta.
Eu tomo tudo que posso naquele beijo. Um
orgasmo não é o suficiente quando estou com ela.
Bree sabe disso, suas mãos voltam para o meu pau
e ela começa a me masturbar. Minha língua
invadindo a sua boca, cada vez mais rápido, cada
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vez mais duro. Assim como os movimentos da sua


mão.
Mais uma vez o brinquedo começa a girar, o frio
que sinto na barriga se une à formação de mais um
orgasmo. Beijo seu pescoço, chupando sua pele
sensível, deixando rastros vermelhos por causa da
barba, mostrando a quem ela pertence.
Não sei se alguém percebe o que está
acontecendo ali dentro da cabine, mas eu sim. E é o
momento mais erótico da minha vida.
Explodo mais uma vez, só que agora na mão
dela. Bree sorri, beija meus lábios novamente.
— Isso foi perfeito — digo segurando seu rosto
com as mãos, beijando-a mais uma vez.
— Eu disse para confiar em mim.
Bree pega alguns lenços na bolsa e limpa a
minha bagunça, ela sorri durante o processo, mas
não fico constrangido. Ela conseguiu me distrair,
conseguiu fazer com que esquecesse meu ataque de
pânico.
Três voltas depois e estávamos no chão, voltando
para o hotel. Bree me prometeu um pouco de
diversão, então, teríamos tempo apenas para uma
troca de roupas.
— Está maravilhosa — falo quando ela sai do
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quarto, ela está com um vestido verde longo,


bordado com cristais.
Logo que chegamos, vesti um terno e fui para o
quarto de Jason enquanto ela se arrumava. Em
pouco tempo, ela conseguiu ficar ainda mais
deslumbrante.
— Você também está lindo, Oliver. — Passo a
mão na barba, um pouco constrangido pelo elogio.
Eu sei que suas palavras são sinceras e o sorriso
que ela dá, me derruba.
— Aonde vamos? — pergunto espantando
qualquer sentimento confuso.
— Ao cassino. — Eu congelo.
— Bree, eu não gosto de jogos, eu falei para
você. — Sua expressão murcha.
— Eu… desculpe-me, Oliver, foi uma ideia
idiota, eu apenas estava …
desculpe. — Ela gira voltando na direção da
porta da suíte.
— Ouça, eu que tenho que pedir desculpas, foi
idiotice minha, é uma regra estúpida. Vamos sair.
— Você não precisa fazer isso, Oliver.
— Você foi perfeita hoje, Bree, não vou estragar
o nosso dia.
Pego sua mão e vamos na direção do cassino.
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Falei para ela que não ia jogar, mas que ela poderia
ficar à vontade. Ela me disse que ia jogar cartas, e
confesso que fiquei intrigado.
Às oito da noite, estava saindo do cassino, com
uma Bree sorridente e cinco mil mais rica.
— Você sabe jogar, garota. — Puxo seu corpo e
seguro-a pela cintura.
— Você me deu sorte.
— Sério? — Levanto uma sobrancelha.
— Oliver Willers, treze letras, você é meu pé de
coelho. — Ela dá de ombros, faço as contas
mentalmente, ela está certa, sou o número 13.
— Eu nunca tinha feito essa associação.
— Jura? Nesse caso, Senhor Pé de Coelho, posso
pagar o seu jantar? — Ela abana algumas notas na
minha frente.
— Não será necessário.
— Tem certeza? Esse dinheiro é nosso.
— Não, ele é seu, você ganhou.
— Mas foi você que pagou a minha aposta
inicial.
— Tanto faz, se eu deixar você pagar o jantar,
encerramos o assunto?
Bree sorri e mais uma vez abana as notas na
frente do meu rosto. Ela parece bem mais relaxada
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e falante. Durante toda a tarde ela me contou sobre


a sua amiga Liv, sobre como ela é importante,
sobre alguns dos seus sonhos e sua fixação por
sorvete de chocolate.
Pequenas coisas, que faziam dessa mulher, uma
pessoa que despertava não só meu corpo, mas a
minha mente.

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Quinto dia

Mais um dia acordo nos braços dele, Oliver teve


mais machucados dessa vez e isso me preocupa.
Não quero tirá-lo da sua rotina, e por mais que
tenha passado uma das melhores tardes da minha
vida, sinto-me um pouco culpada quando olho os
seus hematomas.
A cada dia, seus oponentes são mais fortes. As
dificuldades aumentam, mas ele sempre entra e sai
do ringue me lançando o mesmo sorriso que me
aquece.
Olho para o lado e ele ainda dorme, é cedo, mas
hoje não pretendo ser um estorvo. Liv chegará em
algumas horas e pretendo passar algum tempo com
ela. Assim, Oliver poderá se concentrar no seu
treino.
Levanto devagar e vou para o banheiro, tomo um
longo banho e quando estou escovando os dentes,
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sinto sua presença.


— Já acordado? — Enxugo minha boca.
— Você é linda pela manhã. — Seu olhar
percorre o meu corpo.
— Meus cabelos estão escovados, tomei banho,
então não vale.
— Não, eu sempre acordo no meio da noite e te
vejo dormir, Bree. — Suas palavras me deixam
sem reação. Seu olhar é tão intenso, que tenho
certeza, logo tomarei um novo banho.
— Deixe-me provar você esta manhã, Bree.
Oliver me segura pela cintura, me ergue e senta-
me no balcão. O banheiro é amplo, e mesmo com
todo seu tamanho, ele se move com destreza.
Minha toalha é aberta pelas suas mãos
habilidosas, sinto cada calo nas juntas dos seus
dedos. As mãos dele não são delicadas, são
grosseiras, mas seu toque é gentil, uma mistura
perigosa para o meu corpo.
Sua língua começa a me explorar, ele abre as
minhas pernas pedindo passagem. Eu obedeço, me
abrindo tanto quanto possível.
Oliver lambe a parte interna da minha coxa,
passando suas mãos na minha panturrilha,
pressionando minha carne, fazendo-me gemer cada
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vez que ele se aproxima do local que eu tanto


anseio.
Ele era mais do que bom no quesito tortura
erótica, Oliver gostava de ver meu corpo
implorando por cada toque seu, cada vez que sua
língua tocava minha pele, meus pelos eriçavam e a
minha mente sucumbia. Eu queria que ele chupasse
meu clitóris, mordesse e fizesse com que eu
gritasse palavras desconexas.
Ele sabia disparar os meus gatilhos, em poucos
dias, Oliver conhecia meu corpo melhor do que eu.
— Oliver, por favor — imploro.
— Diga que precisa de mim, Bree. — Ele beija a
minha boceta. — Diga o que essa boceta tanto quer,
ela está molhada, Bree, eu sei o que ela precisa,
mas quero ouvir de você.
— Quero que você chupe, Oliver, forte.
— Será um prazer.
E ele chupa, morde, apertando as minhas coxas
com as mãos. Seguro seu cabelo com força e seu
gemido faz todas as minhas barreiras se romperem.
Não, Bree, você tem um objetivo.
Tento voltar a mim e já não é possível. Olho para
baixo e a vista me deixa em êxtase. A ponta da sua
língua, passando pelas laterais do meu sexo.
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Eu vejo tudo que ele faz, cada movimento me


deixa ainda mais excitada. E
quando um dedo me invade, eu fecho os olhos e
espero por aquilo que eu sei que ele irá me dar.
Um orgasmo, forte, intenso. Assim como ele.
Oliver me segura firme, logo sua boxer está no
chão, ele me ergue do balcão, cruzando minhas
pernas na sua cintura, empurra meu corpo contra a
parede e me penetra em um único impulso.
Somos apenas nós dois, pele com pele. A
sensação é única. Mordo seu ombro, cravando
minhas unhas nas suas costas. Ele não para,
gemendo, chamando meu nome. Em seguida, tudo
gira. Meu mundo é derrubado por mais um
orgasmo, logo, minhas pernas tocam o chão.
Ele ainda me ampara, enquanto goza por toda a
minha barriga.
— Você fode com a minha mente. — Sua
respiração acelerada une-se à minha, igualmente
descompassada.
— E você com a minha. — Coloco a cabeça no
seu peito, já não sei se tenho forças para andar.
Oliver me beija delicadamente, sem pressa, como
se isso acalmasse nossos corações. Parece que
ambos estamos sentindo a corrida frenética, eu
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sinto seus batimentos, eles estão tão acelerados


quanto os meus.
Quando nos damos por satisfeitos, o beijo é
interrompido. Como previsto, volto para o
chuveiro, mas dessa vez não estou sozinha. Oliver
está comigo.
Tomamos banho em um silêncio confortável.
Não falamos sobre o que aconteceu, sobre a
camisinha que não usamos, pelo menos, um de nós
foi prudente o suficiente. Eu não era dona da minha
mente, nem do meu corpo naquele momento,
Oliver agiu certo, na hora certa.
— Se importa se eu for almoçar com a minha
amiga hoje?
— Ela está no hotel? — ele pergunta enquanto
nos vestimos.
— Sim, deve chegar em algum momento.
— Tudo bem, vou passar a manhã e,
provavelmente, a tarde na academia.
— Grant não está satisfeito, não é?
— Ele nunca está, não se preocupe. — Oliver
beija minha mão e me ajuda com o fecho do
vestido.
Saímos da suíte e vamos até o restaurante, são
nove da manhã e o local está lotado. Em uma mesa,
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Jason, Grant e Ryan já estão tomando café.


Cumprimento todos, e logo eles engatam em uma
conversa sobre a luta do dia.
Tomo meu café sem pressa, Oliver me mantém
interagindo na conversa, fazendo perguntas ou me
instigando a fazê-las. Como professora de ioga, eu
conheço algumas coisas sobre o corpo humano e
entendo a maioria das coisas que eles dizem, mas
eles não precisam saber disso.
Quando saímos meu celular vibra, uma
mensagem da Liv avisando que está me esperando
na recepção.
— Liv chegou, tudo bem se eu for?
— Você pode ir para onde quiser, Bree — Oliver
fala, me abraça e beija meus lábios. — Você sabe
onde me encontrar, certo?
— Eu sei. Mas não se preocupe, vamos ficar aqui
mesmo no hotel, talvez passar o dia no spa.
— Faça isso, e não se preocupe, pode colocar na
conta da suíte.
— Tenho o meu dinheiro, lembra? — Faço um
movimento com as mãos imitando o gesto que
tanto fiz ontem a noite.
— Na conta do quarto, sem discussão. Eu vou
aproveitar tanto desse spa, quanto você, acredite.
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— Ele morde meu pescoço e sinto todo calor que


seus lábios provocam toda vez que tocam a minha
pele.
— Sem discussão. — Bato continência e me
afasto de todos.
Quando encontro Liv, ainda estou com um
sorriso bobo no rosto. Minha amiga não deixa a
minha expressão passar despercebida.
— Ai, quem disse que Vegas não é o paraíso?
Olha só para você, Bree!!!
— Não seja exagerada, Liv. — Abraço a minha
amiga, sentindo novamente o cheiro de casa.
— Você já se olhou no espelho hoje? — Lembro
das palavras do Oliver pela manhã, o banheiro, o
sexo sem sentido. — Ah, sua safada, você está
aproveitando cada segundo com o lutador, não é?
Eu não preciso falar, meu sorriso já é uma
resposta. É tudo tão errado, mas nada poderia me
preparar para um errado tão perfeito.
Liv vibra quando conto sobre o nosso dia, spa
com todos os serviços que temos direito, almoço no
restaurante do hotel e uma tarde na piscina.
Minha amiga aproveita cada segundo, ao mesmo
tempo me atualiza de tudo que aconteceu na minha
ausência. É nesse momento que a saudade, unida à
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culpa, resolve visitar o meu subconsciente.


— Não faça essa cara, Bree, está tudo indo
maravilhosamente bem.
— É isso que me assusta Liv, muita perfeição,
muitos sorrisos. Essa não é a minha vida, entende?
— Mas é o que a vida finalmente resolveu te dar
e não poderia ter sido em um momento mais
perfeito, Bree. Deus sabe com quantos caras você
já teria transado se não fosse o Oliver.
— Tem razão. — Respiro mais aliviada.
— Então, vamos relaxar e aproveitar a vista. —
Liv aponta para a piscina.
Poucas pessoas ainda estão no local, estamos no
meio da tarde e o clima está maravilhoso. Minha
pele começa a ganhar um tom mais corado e
aproveito para deitar na espreguiçadeira e tentar
relaxar.
Liv não para de falar, cada segundo é como se as
novidades fossem se multiplicando.
— Ah, Bree, ela está cada dia mais linda, você
precisa ver, e…
Liv para de falar de repente e sinto uma revista
sendo jogada na minha perna. Pego o papel e vejo
uma foto minha e do Oliver, estampada na capa,
estávamos nos divertindo no cassino.
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— O que é…
— Pelo visto a senhorita está muito bem
acompanhada. — Olho para o dono da voz e todos
os meus pesadelos se materializam.
— Carter!
— Olá, Bree.
— O que você está fazendo aqui? — Carter
afasta a minha perna sem nenhuma gentileza e
senta na espreguiçadeira.
— Verificando como andam os meus negócios. E
pelo visto, eles andam bem. Me diga Bree, já
conseguiu o meu dinheiro?
— Ainda não, Carter, mas eu vou ter no prazo
que você estipulou.
— Está brincando com o playboy famoso? —
Ele aponta para a revista, minha expressão fica
impassível, Liv também não fala nada.
Carter Bennet III é o motivo de toda essa
loucura, é para ele que Dylan deve os cem mil, é
por causa dele que estou aqui hoje.
— Eu já tenho metade da grana, Carter, o resto
no dia combinado.
— Transfira o valor que você tem para essa
conta. — Ele me dá o cartão com algumas
informações anotadas. — E Bree, se você ia se
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vender, bastava falar, eu te compraria com prazer.


— Eu preferiria morrer, Carter.
— Dylan fez a escolha dele, não faça a mesma
burrice. — Ele segura o meu rosto, puxando para
próximo ao dele, Carter me olha profundamente e
um pânico me atinge.
Ele vai me beijar.
Carter sorri e beija meu queixo. Eu tenho
vontade de vomitar. Ele coloca uma caixa na
espreguiçadeira, levanta e vai embora seguido de
dois homens.
— Esse cara me dá arrepios — Liv fala, e eu não
consigo tirar os olhos da caixa.
Seguro o objeto e Liv me olha com curiosidade,
não tenho certeza se quero abrir.
— Não prefere abrir no quarto? — Olho a caixa,
ela está tão leve que me pergunto se há mesmo algo
ali dentro.
— Não, vou fazer isso de uma vez.
Abro a caixa e meu coração se despedaça pela
última vez, pois dessa vez, eu tenho a absoluta
certeza que o homem que causou tantos danos, não
vai mais poder fazê-lo.
Ali, há uma foto do Dylan, no chão, em meio a
uma poça de sangue.
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Seus olhos abertos, assustados e um buraco de


bala entre eles.
— Puta merda! — Liv fala levando a mão a
boca, estou em choque e não consigo falar
absolutamente nada.
— Você está bem, Bree? Quer voltar para o
quarto?
— Eu… eu… preciso de uma bebida.
Liv não questiona, fecho a caixa novamente,
pegamos as nossas coisas e vamos até o bar.
Liv pede duas doses de tequila, precisamos de
algo tão forte quanto aquela maldita foto.
Na terceira dose, minha visão já está turva, estou
curvada, com as mãos cruzadas no balcão tentando
conter as lágrimas.
— Bree, não fique assim.
— Ele não merecia isso, Liv, eu vou pagar a
maldita dívida, ele me deu um prazo, droga.
— Bree, ele nunca prometeu nada sobre o Dylan,
você sabe o porquê está pagando essa dívida.
Mais lágrimas rolam e mais uma dose de tequila
é servida. Perco a noção da hora e quando saímos
do bar, já é noite.
— Vou ficar no mesmo quarto que estávamos,
mas amanhã cedo eu vou embora, ok? — Liv fala
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quando vamos até o elevador, pessoas nos encaram


como se fôssemos de outro planeta, contenho
minha risada bêbada, afinal, nossos trajes não estão
apropriados para o horário. Cangas e chinelos
destoam dos longos luxuosos.
— Tudo bem, eu vou ficar bem. Eu quero apenas
me jogar na cama e esquecer aquela foto.
Antes de sairmos do bar, Liv me fez rasgar a
foto, em tantos pedaços, que seria impossível
reconstruí-la, agora ela estava no fundo de uma
lixeira qualquer, assim como Dylan.
Eu despeço da minha amiga e sigo para o décimo
terceiro andar. Olho novamente o horário e
provavelmente perdi a luta do Oliver. Não lembro
se cheguei a perguntar o horário, ou perguntei?
Minha mente está confusa, um pouco pela tequila,
um pouco pela tristeza.
As portas se abrem e saio do elevador, quando
chego na porta do quarto, Tray me para.
— Senhorita, o Sr. Willers pediu para que
esperasse.
— O quê? Ok, eu espero aqui dentro, ele ainda
está lutando? — Tento focar a minha visão, estou
enxergando dois Trays, balançando de um lado
para o outro.
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— Não, senhorita, a luta já terminou, ele está na


suíte, mas está ocupado.
— Oh, e foi tudo bem? Ele ganhou? — Ele nega
com a cabeça. Droga.
— Ele está em alguma reunião? Eu realmente
preciso entrar Tray, vou direto para a cama,
prometo.
— Senhorita, as ordens são claras, ele pediu que
esperasse…
As palavras de Tray são cortadas por um barulho
na porta, na verdade, foi mais parecido com um
terremoto. Como se algo tivesse colidido. Ele
estava brigando com alguém?
— Isso, campeão, me fode. Assim mesmo.
Uma mulher gritava do outro lado. Mas que
porra é essa?
Quando o entendimento me bate, eu me afasto da
porta como se estivesse tomado um choque
elétrico, colido com a parede no outro lado do
corredor, meu corpo cai vagarosamente, até minha
bunda atingir o chão frio.
Ele está com uma mulher, está transando com
uma mulher.
Fico parada olhando para porta, Tray não se
mexe, mas seu olhar de pena é o suficiente para que
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me sinta ainda mais humilhada.


Oliver está me lembrando de quem eu sou. Uma
prostituta, foi nisso que me transformei, mesmo que
por dez dias, mesmo que sejam dez dias ao lado do
melhor homem que já conheci, ele apenas está me
mostrando que eu sou a prostituta. A sua prostituta
pelos próximos cinco dias.

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Quinto Round

Fodendo. Era isso que eu estava fazendo nesse


momento. Duro, forte, sem emoções, apenas meu
pau se satisfazendo.
Vazio.
Era assim que estava me sentindo enquanto a
mulher gemia contra a porta, seus gritos
implorando por mais, não eram nada comparados
aos da Bree, não faziam meu corpo vibrar com
vontade de satisfazê-la.
Passei o dia na academia, parando apenas para
almoçar, Grant estava determinado a arrancar o
meu sangue, se necessário. No início, estava
distraído. A lembrança do sexo no banheiro ainda
estava fresca na minha cabeça. A sensação que tive
quando a penetrei sem camisinha, foi indescritível.
Bree era minha, por inteiro. Até que eu a vi hoje
à tarde, linda, sensual.
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Aproveitando a piscina.
Um homem, que eu nunca tinha visto aqui pelo
hotel, sentou ao seu lado. Ele a tocou, ele quase a
beijou e antes de sair deixou um presente.
E ela pegou a caixa. Naquele momento, percebi
que ela não pertencia a ninguém.
Saí dali furioso comigo mesmo, que porcaria eu
estava pensando? Uma prostituta? Sério?
Hoje eu não rendi no ringue e se não fosse tantos
pontos acumulados nos dias anteriores, eu estaria
fora. Fora da única coisa que me mantém em linha
reta, a única coisa em que sou realmente bom.
Ela não podia foder com a minha concentração
dessa forma.
Ela era uma prostituta, eu tinha que me lembrar
disso. Uma prostituta como a que estou fodendo
agora.
Dinheiro, essa é a palavra-chave.
Quando a mulher goza, ela grita, me chamando
de campeão. Não é o meu nome que sai da sua
boca, não é o som da voz da Bree.
Gozo em seguida, respirando pesado. Eu fodi
como um animal, buscando apenas por libertação.
— Você é o melhor. É um fenômeno, dentro e
fora do ringue.
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Ela arruma o vestido e eu visto a calça, pego a


minha carteira e lhe dou o pagamento.
— Obrigada, se precisar, já sabe como me
encontrar.
Ela desliza um cartão no bolso do meu jeans e
abre a porta, olho para fora e aponto para Tray
acompanhá-la até o elevador. Ele me olha e depois
seu olhar vai para o chão, para o outro lado do
corredor.
Lá, sentada no chão, abraçada às pernas, está
Bree, ela não levanta o rosto, eu não tenho certeza
se me viu.
— Mande-a entrar — digo para Tray e escuto
quando ele a chama.
— Senhorita? Já pode entrar. — Não ouço a
resposta dela, sigo direto para o banheiro.
Tomo um longo banho, demorando mais do que
o necessário, e quando saio ela está em pé, ao lado
da porta, com uma muda de roupas no braço
aguardando para entrar.
Seu rosto está inchado e vermelho, assim como
seus olhos. Ela passa por mim sem dizer nada,
fechando a porta em seguida. A trava na fechadura
é minha deixa para ir para cama.
Uma hora passa e ela ainda está lá dentro, penso
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em bater na porta, mas para o meu alívio ela sai.


Está usando um pijama de flanela, simples, sem
nenhum atrativo. Diferente das lingeries atraentes
dos dias anteriores.
— O que houve com as suas roupas? — pergunto
quando ela deita.
— Essas são as minhas roupas — sua resposta é
fria, e ela se enrola no edredom como uma bola.
Passo as mãos no meu cabelo, um misto de
arrependimento e raiva tomam conta dos meus
pensamentos.
— Sinto muito pela sua luta — ela fala sem se
virar.
— Está tudo bem, ainda estou no torneio. Bree,
nós…
— Nós precisamos dormir. Campeão.
Suas palavras são frias e desdenhosas, quem ela
pensa que é para falar desse jeito? Foi ela que
deixou outro homem tocá-la.
Giro o meu corpo e fico em cima dela. Forçando-
a a me encarar.
— Abra os olhos, Bree. — Ela permanece com
eles fechados.
— Saia de cima de mim. — Bree não se mexe,
ou luta, ela apenas fala com toda mágoa que parece
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sentir. Ela ainda não abre os olhos.


— Eu não vou forçá-la a nada, Bree, mas você
não tem o direito de falar comigo nesse tom. Não
depois de deixar outro cara tocar em você. — Saio
de cima dela.
— Ele não me tocou. — Eu sorrio.
— É claro que não e nem deixou um presente
para você. Nunca fui idiota, Bree, mulheres como
você nunca me enganaram, não vai ser agora que
isso vai acontecer. — Levanto da cama procurando
algo para vestir.
— Ele não me entregou um presente.
— Não? Jura? Não lembro de ter bebido, ou me
drogado para estar tendo alucinações. Diferente de
você. — Aponto o dedo na sua direção, ela já está
sentada na cama e seu aspecto é deprimente —
Você está cheirando a álcool, eu fui claro com
você, Bree, nada de drogas, nada de outros caras,
eu fui fraco quando permiti que jogasse no cassino.
— Ele não me deu um presente. — Ela fica em
pé na cama e começa a gritar — Você é um
imbecil, Oliver, a porra de um imbecil. — Ela
aponta o dedo na minha direção.
— E você é a porcaria de uma prostituta barata.
— Ela cai de joelhos no colchão. — Desculpe,
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querida, vou me corrigir — eu me aproximo


tocando seu queixo —, você foi a puta mais cara
que já deitou na minha cama.
Beijo seus lábios sem fechar os olhos, ela não
retribui, está tão chocada com as minhas palavras
quanto eu. Eu me afasto e ela fica na mesma
posição, vou na direção da porta. Preciso sair desse
lugar.
— Idiota. — Ela atira a primeira coisa que
encontra ao lado da cama, o objeto encontra a
parede e cai em pedaços no chão. Era a droga do
meu celular.
Saio da suíte e vou para o quarto do meu irmão.
Como eu tenho a chave, não preciso bater, eu
também tenho certeza que ele está sozinho.
O cômodo está em silêncio, então entro no
quarto conjugado. Eu me jogo na cama e penso em
todas as palavras que saíram da minha boca. Fui
rude, um verdadeiro idiota, como ela mesma disse,
mas quando fecho os olhos, são as malditas mãos
dele que consigo visualizar. As mãos dele tocando
o rosto dela.

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Sexto Dia

Acordo com o sol batendo no meu rosto, estou


sozinha na cama e tenho certeza que a suíte está
vazia também. A noite de ontem foi tão turbulenta,
que esqueci de fechar as cortinas.
Uma bela maneira de acordar, com ressaca,
depois da pior noite da minha vida.
O problema é que a única vontade que sinto é de
fechar as cortinas e continuar deitada, não quero
sair, não quero vê-lo. Saber o que ele fez com outra
mulher aqui, enquanto eu estava fora e depois tudo
que ele falou, faz o meu estômago embrulhar.
Só que no fundo, ele não estava totalmente
errado. Mas eu também não podia deixá-lo saber a
verdade. Não posso envolver mais pessoas nisso, se
Carter souber que tenho o mínimo de interesse nele,
irá me chantagear até conseguir todo dinheiro que
for capaz. E isso eu não posso permitir.
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— Coragem, Bree — digo olhando para o teto,


alguns minutos passam até que finalmente consigo
reunir a pouca dignidade que me resta, junto com
meu orgulho e vou fazer minha higiene.
Visto um vestido longo, florido, em seguida, saio
do quarto. Preciso conversar com Jason para saber
como vai ser daqui para frente. Oliver viu quando
Carter me abordou, mas ele não entendeu, ele não
tinha como saber.
A cena foi simulada para parecer exatamente o
que ele viu. Um flerte, um presente.
Mal sabia ele que aquele presente era o
encerramento de uma parte da minha vida.
— Bom dia, Bree — Jason me cumprimenta
assim que abre a porta, ele ainda está somente com
sua calça de pijama.
— Desculpe bater aqui, mas eu preciso conversar
com você.
— Não tem problema. Entre. — Ele me dá
passagem e entro.
— Jason, se eu estiver atrapalhando algo, posso
voltar em outro momento.
— Você não está atrapalhando. Já tomou seu
café?
— Ainda não.
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— Me acompanha? — Ele sorri e me leva até a


mesa que está arrumada.
— Hoje eu tenho uma série de trabalho para
fazer, então, resolvi ficar aqui mesmo. — Jason fala
explicando o motivo da mesa posta. — E Oliver?
Onde ele está?
— É sobre isso que eu vim falar.
— Sente-se, Bree. — Ele puxa a minha cadeira,
agradeço e ele senta na minha frente.
— Ontem aconteceram algumas coisas e seu
irmão está furioso comigo.
— Que tal você tentar me explicar por que outra
mulher estava no quarto ontem à noite? — Olho
para Jason assustada.
— Isso somente ele pode contar, Jason.
— Ele perdeu a luta de ontem, estava nervoso e
desconcentrado. Ele nunca ficou assim, Bree.
— Ele viu uma pessoa comigo.
— Com você? Você não estava com uma amiga?
— Sim, estava, mas… — respiro fundo — um
cara apareceu, ele é alguém que me conhece, e
Oliver entendeu tudo errado.
— Ele ficou furioso com você porque estava
conversando com um amigo?
— Sim, mas ele viu quando ele beijou meu
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queixo e deixou um presente em cima da


espreguiçadeira.
— Um presente?
— Jason, têm muitas coisas que não posso
explicar, na verdade, não gostaria de explicar. Mas
a caixa que foi deixada não era um presente, era um
aviso.
— Qual o tamanho do problema que você se
meteu, Bree?
— O tamanho de cem mil dólares.
— Então isso está resolvido, você já tem a
metade terá o restante no final do décimo dia.
— Eu não sei se Oliver vai querer ficar comigo
depois de tudo que aconteceu ontem, Jason, ele foi
rude, foi cruel.
— Quem é você, Bree? De verdade, você não dá
a impressão que se encaixa nisso tudo.
— Eu…
Paro de falar quando o vejo entrar na sala, seu
cabelo bagunçado e as olheiras denunciam sua falta
de sono. Droga, quanto ele escutou?
— Você pode me avisar quando vier dormir aqui
sem ser convidado?
— Jason fala para ele.
— Estou atrapalhando alguma coisa? — seu tom
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frio arranca um careta de Jason.


— Desculpe, Jason, podemos conversar depois?
— Começo a me levantar sem esperar sua resposta.
— Fique à vontade, senhorita, eu já estou de
saída. — Oliver faz uma reverência em tom de
desdém.
Sinto-me tão humilhada que não consigo falar
nada.
— Bree, vá para o seu quarto, meu irmão e eu
precisamos fazer alguns ajustes.
Jason me acompanha até a porta deixando Oliver
parado no meio da sala.
— Obrigada, vou ficar esperando.
— Tudo será mantido, Bree, nada vai mudar.
— Jason, por favor, não é isso que eu quero,
basta me dizer se terei que devolver o valor que
vocês me pagaram, eu ainda tenho tempo e posso
conseguir o restante.
— Você não precisará devolver nada, fique
tranquila.
— Obrigada.
Saio do quarto e vou em direção ao restaurante,
não quero voltar para a suíte ainda. As memórias
daquela mulher gemendo contra a porta me
atormentam.
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Vou até o quarto de Liv, preciso me despedir


antes que ela se vá.
— Sua cara está péssima. — Liv me abraça
assim que entro no quarto.
— Não tive minha melhor noite.
— O que aconteceu?
Conto como foi desastrosa a minha volta para a
suíte ontem, como foi asqueroso ouvi-lo transando
com outra mulher. Como suas palavras me feriram,
muito mais do que o tapa que levei daquele velho
tarado. A dor física eu podia suportar, mas a dor
que Oliver me causou era diferente, ela não curava
com medicamentos ou repousos.
Palavras não te ferem como facas, não, elas vão
mais fundo, arrancando cada pedaço da sua
dignidade, do seu orgulho, do seu amor próprio. E
foi isso que ele fez comigo, me reduziu a nada com
as suas palavras.
— Bree, eu não sei o que dizer. — Liv tenta me
consolar enquanto eu finalmente permito que
minhas lágrimas corram soltas.
Ontem foram tantas informações que eu não
tinha certeza o motivo delas. Se era pela morte de
Dylan, pela mulher que vi sair, pela humilhação
que passei esperando do lado de fora do quarto, ou
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por ouvi-lo chamar-me de prostituta.


Mas agora, abraçada à minha amiga eu sabia, eu
chorava por ele. Pelo homem que conseguia
acender cada molécula do meu corpo, Oliver. O
meu número treze, o número que para mim,
significava sorte e azar.
— Eu preciso que leve isso. — Pego o dinheiro
que ganhei no cassino e entrego a ela.
— Uau, como você conseguiu isso?
— Cartas. — Dou de ombros — Leve para as
despesas.
— Tudo bem. E você? O que vai fazer agora?
— Eu ainda não sei. Jason está conversando com
ele e realmente não sei o que vai ser acertado.
— Será que ele vai querer que você devolva
tudo?
— Não, Jason me garantiu que o que eu tenho é
meu. E falando nisso, preciso que transfira o valor
para a conta do Carter assim que chegar em casa.
— Entrego o cartão com os dados que Carter me
passou.
— Tudo bem, assim que estiver ok, eu aviso
você.
— Ok.
Conversamos mais um pouco, até que ela
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precisou ir. Acompanhei-a até a saída do hotel, e


quando me virei e olhei para cima, respirei fundo e
pedi aos céus que me desse força suficiente para
não desistir.
Quando subo, Tray me cumprimenta, mas não
menciona nada sobre a noite anterior. Percebo que
Oliver está na suíte, porque além de Tray, ainda
tem mais dois seguranças no local.
Entro no quarto apreensiva, olho em volta e tudo
está calmo. Largo minha bolsa e sento no sofá,
prendo meu cabelo e deito a cabeça no encosto.
— Só mais alguns dias — falo baixinho.
— Ansiosa para se livrar de mim? — Abro os
olhos e dou de cara com Oliver bem na minha
frente. Ele está usando apenas a sua bermuda de
treino e suas mãos estão com as bandagens.
— Não estava me referindo a você. — Fico em
pé.
— O que aconteceu ontem? — ele pergunta
tocando meu rosto com os dedos.
— Tive um dia ruim, Oliver. — Fecho os olhos
absorvendo seu toque.
— Não, Bree, o que aconteceu com nós dois? Eu
preciso saber o que aconteceu, não vou te julgar.
— Vamos sentar. — Pego sua mão e ele senta ao
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meu lado, respiro fundo tentando organizar os meus


pensamentos, ele merece saber a verdade, pelo
menos uma parte dela. — O cara que você viu
comigo, ele é alguém que faz parte da minha vida,
de uma certa forma.
— É algum namorado? — Noto a dificuldade
dele em fazer essa pergunta.
— Não. Carter foi apenas um mensageiro de uma
má notícia.
— O que está acontecendo, Bree?
— Oliver, existem coisas que é melhor não
mexer. Eu estou aqui por um motivo, mas eu não
quero envolver mais pessoas nisso tudo.
— Eu não sou idiota, Bree — ele segura forte a
minha mão —, mas eu vou respeitar seus segredos,
todos nós temos algo a esconder.
— Obrigada, só peço que confie em mim, Oliver.
Está tudo sob controle.
— Eu vou confiar, mas eu não quero que você
hesite em me procurar caso algo dê errado, ou se
você estiver correndo algum risco.
— Oliver…
— Prometa-me isso, eu não vou fazer mais
perguntas, mas preciso da sua palavra.
— Eu prometo — minha voz sai embargada.
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— Não quero sentir de novo o que senti ontem,


Bree, eu fiquei fora de controle.
— O que você sentiu?
— Ciúme, Bree, foi isso que senti quando vi
aquele cara tocar você. Um ciúme maldito e
incontrolável.
Oliver segura a minha cintura, puxando meu
corpo mais para perto. Sua boca roçando a minha
devagar.
— Eu não vou fazer nada que você não queira,
Bree. Então, por favor, me diga que você me quer
agora.
— Eu quero você, Oliver.
— Como?
— Dentro de mim — consigo falar antes da sua
boca começar a devorar a minha.
Suas mãos são impiedosas, as bandagens
roçando pela minha pele, me marcando. Seu beijo é
diferente, é intrusivo, reivindicador. E eu me
entrego; com um beijo estou totalmente entregue a
ele novamente.

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Sexto Round

Quando acordei e a vi sentada na mesa ao lado


de Jason, não sei explicar como me senti,
enciumado talvez? Arrependido, com certeza. Mas
ao mesmo tempo, eu fiquei aliviado, depois de tudo
que eu disse, eu não merecia que ela ainda estivesse
aqui.
E quando fui nada menos que grosseiro
novamente, ela se foi, e Jason conversou comigo.
Ele não me contou sobre o que falaram, mas
explicou que eu precisava confiar nela, e ele tinha
certeza de que o que aconteceu, não era nada
daquilo que imaginei.
Eu não precisei contar a ele tudo que eu disse, ou
o que eu fiz, ele sabia, meu irmão me conhecia
melhor do que qualquer pessoa.
Quando voltei para a suíte, ela ainda não havia
retornado, olhei no closet e vi suas roupas, percebi
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que ela não havia ido embora. E o alívio final veio


quando ouvi a porta abrir e a vi sentada no sofá,
absorta com seus pensamentos.
Confessar que senti ciúme quando a vi com outro
homem não foi uma tarefa fácil, mas seu olhar
fragilizado conseguiu derrubar qualquer maldito
pensamento coerente meu.
Ouvir suas confissões, mesmo que vagas, me
deixou em alerta, eu já estive com mulheres como
ela o suficiente para saber o tipo de perigo que
homens como Carter podem significar.
Agora, estava com ela, com as pernas na minha
cintura, encostada na porta, gemendo o meu nome.
— Você vai me deixar cheia de marcas. — Ela
sorria enquanto eu a penetrava, minhas mãos
cravadas na sua cintura.
— Eu sou um lutador, Bree, minhas mãos não
foram feitas para serem delicadas. Controle o
volume dos seus gemidos e eu controlo a minha
força.
Beijo seu pescoço, fazendo-a tremer. Começo a
penetrá-la com mais força, chocando seu corpo
contra a porta. Bree ainda está com seu vestido,
apenas enrolado na cintura. Enquanto eu, estou
apenas com as bandagens nos punhos.
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Sinto os músculos da sua boceta apertarem meu


pau a cada estocada.
Ela está amando cada segundo disso.
— Quero ouvir você gritar o meu nome, Bree,
quero que a porra do hotel inteiro saiba a quem
você pertence. Nem que seja apenas por mais
alguns malditos dias.
Bree me olha e em seguida puxa o meu pescoço,
ela morde meus lábios até que eu consigo sentir o
gosto de sangue na boca. Nosso beijo se torna cada
vez mais intenso e minhas estocadas mais
profundas, Bree geme na minha boca e quando
gozamos juntos, o som dos nossos nomes é abafado
pela intensidade dos nossos beijos.
Seguro-a nos meus braços e a deixo no sofá, tiro
o preservativo e descarto na lixeira, vestindo minha
bermuda logo em seguida. Eu mal consigo me
lembrar de como fomos parar na porta, perdi a
cabeça quando a ouvi dizer que me queria dentro
dela.
Vou até o banheiro e molho uma toalha, quando
volto, ela está na mesma posição, seu cabelo
bagunçado, alguns fios grudados no seu rosto e
pescoço por causa do suor. Ela não poderia ficar
mais linda.
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— Venha, deixe-me ajudar você.


— Não precisa. — Ela sorri pegando a toalha da
minha mão.
— Tenho uma menina independente aqui?
— Com certeza. — Ela limpa o suor do seu rosto
e pescoço.
— Já estou atrasado, você quer ir para a
academia comigo?
— Eu vou precisar tomar um banho antes, estou
toda suada.
— Está linda e gostosa. — Beijo seu colo.
— Estou suada e cheirando a sexo.
— E isso é ruim?
— Você me entendeu. — Ela bate no meu ombro
com a toalha.
— Você não se importa?
— Não me importo, à tarde podemos treinar um
pouco juntos, o que você acha?
— Acho perfeito. — Vejo a animação tomar
conta do seu rosto. Bree me acompanha até a porta.
— Bree, sobre ontem…
— Nós dois tivemos um mau momento, Oliver,
vamos deixar isso para trás.
— Eu me arrependo de cada palavra que saiu da
minha boca, você não merecia nada daquilo.
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— Obrigada.
Beijo seu rosto e saio para a academia. Grant vai
me fazer suar pelo atraso, mas algo nisso tudo me
faz sorrir, e eu sei o que é. O cheiro dela ainda está
no meu corpo, o som dos seus gemidos na minha
mente e seu gosto na minha boca.

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Sétimo Dia

Paro para admirar a cena na minha frente, Mind,


do Skrillex toca alto, e Oliver está cantando a
plenos pulmões.

“And I love when


You’re on your knees and begging for me
You got me good with all these mind games
There you go, you got my heart again”
-----------------------------------------------------------
--------
"E eu amo quando
Você está de joelhos e implorando por mim
Você me pegou com todos esses jogos mentais
Lá vai você, você tem meu coração novamente."

Ele mexe o corpo conforme o ritmo da música, e


tenho que confessar, o homem leva jeito.
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Hoje ele acordou animado, depois da vitória no


round de ontem, ele parecia outra pessoa, mais
leve, focado. Nosso café da manhã foi na cama, em
seguida, ele foi para o treino. Almoçamos com toda
a equipe e a animação era geral.
Todos estavam otimistas, se Oliver pontuasse
bem hoje ele estaria automaticamente na final.
Eu continuo assistindo o pequeno show, quando
ele me nota e desliza na minha direção, ainda
dançando. Coloca as mãos na minha cintura me
conduzindo em uma dança particular.
— E eu amo quando, você está de joelhos e
implorando por mim — ele sussurra uma parte da
música, brincando com o lóbulo da minha orelha.
— Você está animado hoje — digo sem
conseguir me desvencilhar.
— Diga meu nome, eu quero ouvir você chamar
— ele continua cantando, inclinando meu corpo
para ter mais acesso.
— Deus, Oliver, você não vai parar? — Sorrio
enquanto sua barba arranha a pele do meu pescoço.
— Vai pedir para parar, Bree? — Ele para seu
ataque e sorri aguardando a minha resposta.
— Você me prometeu que íamos treinar, estamos
atrasados.
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— Pare de andar com Jason, está ficando


obcecada com horários.
— Vamos lá, dançarino, eu pretendo derrubar
você hoje. — Puxo sua mão ao mesmo tempo que
pego a bolsa de ginástica em cima do sofá.
— Ah, Bree, você já fez isso. — Ele beija a
minha mão e eu finjo que não entendi suas
palavras.
Cada dia que passa nossa intimidade cresce,
ontem à noite, quando a luta acabou, Oliver transou
comigo de uma forma diferente. Ele beijou cada
centímetro da minha pele, me fez gozar na sua
boca, sussurrou palavras de carinho, disse o quanto
eu era linda e como me desejava.
Tive o orgasmo mais intenso da minha vida, com
ele em cima de mim, minhas pernas no seu ombro,
ele me penetrou profunda e lentamente.
— Então, Bree, como será que você vai
conseguir me derrubar? — ele fala quando subimos
no ringue, eu não faço ideia do que responder.
— Posso chutar suas bolas — falo a única coisa
que me vem à mente, ele faz uma careta.
— Isso seria golpe sujo mocinha.
— Você nunca me passou as regras. — Dou de
ombros.
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Oliver sorri e avança na minha direção, corro em


volta do ringue, até que ele me pega.
E assim começamos nosso treino. Oliver me
ensina como eu posso me livrar de um homem,
caso ele tente me imobilizar.
Ele é grande demais e eu faço várias tentativas
até que finalmente acerto o golpe. Seu sorriso
orgulho mostra que fiz um bom trabalho.
Mas não é o suficiente, Oliver continua treinando
comigo até o final da tarde, quando saímos
completamente exaustos da academia.
— Eu preciso de um remédio para dor — digo
segurando as minhas costas, sinto meus músculos
doendo apenas com o movimento do vento.
— Não seja dramática. — Oliver abre a porta do
quarto e acende as luzes.
— Estou falando sério, eu não consigo nem
caminhar até o banheiro.
— Eu me jogo na cama de qualquer jeito.
Oliver me coloca em uma posição melhor e tira
minhas roupas e tênis.
Ele me deixa apenas de roupa intima.
— Tenho uma reunião com o Jason agora,
quando voltar vou me arrumar para a luta de hoje,
você pode descansar, ok?
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— Tudo bem, mas você tem que me acordar


quando chegar, eu não perderia a sua luta hoje por
nada.
— Combinado. — Oliver me beija e sai do
quarto, puxo um travesseiro e deixo o sono me
embalar, eu preciso estar disposta para vê-lo lutar.

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Sétimo Round

Deixo Bree dormir, troco de roupa e vou me


encontrar com o Jason, ele me enviou uma
mensagem informando que estava no bar do hotel.
Quando estou me aproximando do local, Cooper
cruza o meu caminho.
Ele está acompanhado de uma mulher que sorri a
cada palavra que sai da sua boca de merda.
— Não vai dar boa noite, Oliver? — Ele para
com a sua acompanhante bem na minha frente.
— Boa noite idiota. Senhorita. — Faço um
movimento com a cabeça e ela sorri.
— Onde está a sua vagabunda? — Fecho os
punhos e respiro fundo.
— Fecha a porra dessa boca, Cooper.
— O que foi? Falei alguma mentira? Está em
todos os jornais e revistas de fofoca, não é
novidade para ninguém que você curte as piranhas.
Avanço na direção dele, nossos corpos colidindo
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e caindo no chão. Eu estou por cima dele, com o


punho pronto para bater no seu rosto quanto ouço
um grito.
— Oliver?!
— Bree?
— Não faça isso — ela diz e eu olho para
Cooper, o desgraçado nem ao menos reagiu, seu
sorriso presunçoso mostra qual era a sua intenção.
Levanto e consigo segurar toda a raiva que sinto.
Eu poderia acabar com esse sorriso em dois
segundos, mas estaria fora no torneio.
— Te vejo em dois dias, babaca. — Ando na
direção da Bree e ela me abraça.
— O que aconteceu?
— Você não estava dormindo? — falo passando
a mão no seu cabelo.
— Logo que você saiu, não consegui dormir,
então resolvi descer e comprar algum analgésico na
farmácia.
— Está com dor?
— No corpo inteiro, para ser sincera.
— Venha, vou providenciar o remédio e depois
vamos comer.
— Você não tem uma reunião?
— Tenho, e vamos logo porque Jason detesta
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atraso.
Ela sorri e segura minha mão. Jason não fala
nada quando chego com a Bree ao bar. Ele pega sua
bebida e seguimos para o restaurante do hotel.
Enquanto aguardamos nossas refeições, peço
para o garçom providenciar algum analgésico para
Bree.
Grant se junta a nós após o jantar. Como Bree
ainda está cansada, decidimos continuar com a
reunião na minha suíte. Assim que chegamos, Bree
pede desculpas e vai dormir.
Jason começa a repassar tudo, alguns
patrocinadores novos que ficaram satisfeitos com o
meu desempenho e alguns novos contratos de
publicidade.
— Assim que voltarmos para Seattle, retomamos
a nossa rotina — Jason fala e eu concordo.
— Oliver precisa estar cem por cento para essa
nova etapa, a nova temporada promete render
milhões. O boxe voltou a ser popular por sua causa
— Grant fala apontando na minha direção.
— Ele está ciente disso, sabe que teremos um
ano intenso.
— Eu sei das minhas responsabilidades, não
preciso de babá. — Pego uma garrafa de água que
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está na mesa, derramando praticamente todo


conteúdo na minha boca.
— Tenho minhas dúvidas sobre isso — Jason
fala com um sorriso sarcástico.
Ignoro o comentário e prosseguimos, Grant me
explica como será a nova temporada, os locais e os
valores. O que é bastante estimulante.
Uma hora depois e já com a reunião encerrada,
Grant vai para o quarto trocar de roupa, vamos nos
encontrar logo mais para a luta.
— Como está tudo? — Jason pergunta quando
Grant sai.
— Você quer dizer com a Bree?
— Isso.
— Estamos ok.
— E sobre o que aconteceu?
— Não vai se repetir Jason, eu e Bree temos um
acordo que terminará em poucos dias. Assunto
encerrado
— Tudo bem, eu só não quero que se meta em
alguma confusão.
— Está tudo certo, eu sei onde estou pisando. E
quanto a você, notícias da Helena? — Jason passa a
mão no cabelo em frustração.
— Nada, quando ela atende o celular sempre está
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ocupada, não conseguimos conversar.


— Ela não mencionou nada sobre o bebê?
— Não, apenas disse que não é para me
preocupar com isso.
— Jason, eu… — antes que comece a falar, Bree
entra na sala. Ela nos olha e por um momento
parece constrangida.
— Desculpem, eu não queria atrapalhar.
— Você não atrapalha, eu já estava de saída. Nos
vemos mais tarde — Jason se despede e nossa
conversa é adiada.
— Que horas você vai ter que descer? — Bree se
aproxima e eu a puxo para o meu colo.
— Daqui a alguns minutos. — Beijo a sua
orelha.
— Nesse caso, acho que vou me arrumar.
— Tudo bem, mas antes fique aqui comigo mais
um pouco.
— Ficar aqui?
— Sim, apenas assim. Deixe-me abraçar você.
— Seguro-a contra o meu corpo e ficamos imóveis
até a hora que precisamos nos arrumar.
***
O local está lotado, com a aproximação da luta
final, cada dia mais apostadores novos entram na
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jogada. Os valores dos prêmios sobem de acordo


com o aumento das apostas. Isso faz Jason e Grant
felizes.
Para mim, o que me fará feliz é ver cada osso do
rosto de Cooper sendo esmagado pelo meu punho.
— Oliver, escute. Se você pontuar hoje, amanhã
não vai lutar, serão três lutadores na mesma noite,
dois antes da luta final. Então, pontue e amanhã
poderá descansar.
— Entendi.
— Sem distrações, Oliver. — Grant olha em
direção à Bree, que está conversando com Jason. —
Eu não sei o que deu em você na última vez, mas
eu sei que tem a ver com aquela mulher, então se
você quer ganhar, esqueça-a por enquanto.
Olho para a Bree, ela está absorta em uma
conversa com Jason, eles parecem se dar
relativamente bem, ela sorri vez ou outra, assim
como ele.
É difícil vê-lo interagir assim com outra mulher,
mas Bree é mais do que isso.
Seu sorriso é como a droga de um ímã, ele atrai e
te prende. Não tem como escapar.
Olho para Grant, apenas concordo com a cabeça,
no fundo eu sei que ele tem razão. Eu preciso
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pensar no que eu vim fazer aqui. Bree terá que ficar


em segundo plano.

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Oitavo Dia

As noites já não estão tão fáceis, Oliver volta


cada dia mais machucado, eu tremo a cada round
que ele luta.
Assim como as lutas estão ficando difíceis,
nossas noites juntos também. Ele chega exausto de
cada luta e eu o ajudo a relaxar. Oliver dorme
deitado no meu colo como uma criança, enquanto
conversamos sobre o torneio.
Essa noite foi exatamente assim, enquanto eu
contava como era a sensação de assistir tudo,
minhas mãos massageavam seu couro cabeludo, até
que ele adormeceu. Olhar esse homem tão grande,
adormecido nos meus braços não me faz bem,
sensações que eu me recuso a ter começam a
permear meu corpo e minha mente.
Assim, volto a pensar em tudo que me levou a
chegar até aqui, Dylan, seu comportamento, o cara
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da primeira noite, a mulher que vi saindo da suíte,


tudo isso gera uma mistura de certo e errado, que
deixa um gosto amargo na minha boca.
Eu aceitei o que aconteceu, cada acontecimento
foi resultado das minhas escolhas, conscientes ou
não, e é por isso que eu sei, que é por minha causa
que terei que me despedir de uma verdade irreal,
que não poderia ter sido mais perfeita.
Oliver não me conhece de verdade, o que ele tem
é o que ele veio procurar, uma mulher de mentira,
foi o que me tornei.
— O que está pensando? — A voz dele me faz
voltar à realidade, estou sentada na cama e ele se
aproxima com algumas sacolas.
— Já que estamos de folga, eu trouxe algumas
coisas para a nossa maratona.
Pego as sacolas e olho o conteúdo, sorvete e
algumas guloseimas fazem parte do cardápio.
— Aqui só tem porcarias, Oliver. — Mostro uma
barra de chocolate.
— Acho que podemos fugir um pouquinho das
regras. — Ele pisca — Só não conte para o Jason.
Oliver pega o sorvete e guarda na mini geladeira,
enquanto derrama o restante do conteúdo na cama.
Por algumas horas será apenas nós dois, rodeados
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de gorduras saturadas e Netflix.


***
— Se eu tiver uma overdose, eu vou culpar você,
Bree — Oliver fala quando trocamos os potes de
sorvete.
— Não seja tolo, ninguém tem overdose de
sorvete. E não me culpe por algo que você
comprou. — Aponto a colher na direção dele e ele
sorri.
Já estamos há cinco horas sem sair da cama,
apenas assistindo aos episódios de Prison Break.
— Eu acho que nunca comi tanto doce na vida.
— O que deu em você para fazer isso? —
pergunto curiosa.
— Não sei, acho que estou em um momento
rebelde.
— Jason não questionou sobre não descermos
para o almoço?
— Não, ele pensa que estamos transando como
coelhos nesse momento.
— Ele enfia a colher cheia de sorvete na boca.
— Bom, posso dizer que está sendo tão
prazeroso quanto.
— Você está comparando os orgasmos que eu te
dou com esse sorvete?
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— Não se esqueça das barras de chocolate.


Oliver joga o pote de sorvete no chão e avança
sobre o meu corpo.
— Repita isso. — Ele tira o pote da minha mão
arremessando longe, mas segura a colher que ainda
tem sorvete.
— Eu adoro sorvete.
— Sério? — Eu sorrio. — E quanto aos
orgasmos de ontem?
— Hum… ontem foi há muito tempo, talvez eu
não lembre.
Oliver dá um sorriso e vira a colher lentamente.
O sorvete já está derretendo e começa a pingar na
minha boca, abro e o líquido toca a minha língua.
— Você quer mais sorvete, Bree? — Oliver solta
meus braços e com a mão livre toca meu seio.
— Sim — digo e ele vira a colher mais um
pouco.
— Diga, quanto você quer esse sorvete?
— Muito. — Ele belisca meu mamilo e eu grito.
Estou usando apenas uma camisola de seda e ele,
calça de pijama.
Oliver abaixa somente o suficiente para que seus
lábios rocem nos meus. Ele coloca a ponta da
língua para fora, lambendo devagar o sorvete que
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caiu fora da minha boca.


Quando ele termina, o seu olhar é de puro desejo.
Oliver detém seu movimento, quando ouvimos um
barulho na porta.
— Droga — ele sai de cima —, esqueci que
tinha que treinar — ele fala se desculpando.
Sua ereção é enorme e o meu sexo lateja de dor.
— Vamos mesmo ficar assim?
— A não ser que você queira gritar meu nome
com meu irmão como plateia, sim, vamos ficar
assim.
— Isso é tão injusto. — Levanto da cama e vou
na direção do banheiro.
— Não tente se aliviar, mocinha, eu compenso
você mais tarde.
— Promessas, promessas… — cantarolo.
— Promessas não são meu forte, acredite. Mas
fazer uma mulher gozar, é um desafio que sempre
estou disposto.
Oliver beija os meus lábios e sai para falar com
Jason. Entro no chuveiro atordoada com suas
palavras, hoje nosso único momento sensual foi
interrompido, antes disso, estávamos nos
comportando como dois velhos amigos.
Muitas risadas e discussões sobre os episódios,
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sobre qual sabor de sorvete era o melhor, sobre


como era mais gostoso comer o chocolate, se era
bom gelado ou quase derretendo.
Duas pessoas normais. Droga, eu ia sentir falta
disso.

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Oitavo Round

Bree e eu passamos o dia apenas fazendo nada,


senti que precisávamos passar por um momento
assim, que não envolvesse ela gozando nos meus
dedos, ou na minha boca.
Era novo e excitante ao mesmo tempo, fez-me
esquecer da tensão da luta, da expectativa. Bree
tinha esse poder, eu gostava da companhia dela,
não apenas no sentido sexual. Sua conversa era
agradável, aos poucos conheci mais os seus gostos,
comida preferida, banda preferida, apesar de nunca
se aprofundar em nada mais íntimo, eu sabia que
tudo ali era verdade.
Ali não estava a mulher que estava sendo paga,
era apenas Bree, uma completa desconhecida para
mim.
— Grant pediu para chegarmos um pouco mais
cedo na academia — Jason fala assim que entro na
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sala.
— Tudo bem, vou só tomar uma ducha e
podemos sair.
— Cara, eu pensei que a Bree estivesse cuidando
de você. — Ele olha para o meu pau.
Viro de costas e dou o dedo do meio, escuto sua
risada quando entro no quarto. Bree ainda está no
banho e fico me perguntando se não seria uma boa
ideia uma rapidinha no chuveiro. Não tenho tempo
para decidir, porque Bree sai gritando de dentro do
banheiro, completamente nua e molhada.
— Ai meu Deus. — Ela começa a pular.
— O que foi?
— Uma aranha no banheiro, Oliver. Tem uma
aranha enorme lá dentro.
— Bree começa a esfregar os braços e pernas,
como se a aranha estivesse subindo pelo seu corpo.
— Ai meu Deus, Ai meu Deus, Ai meu Deus. —
Ela continua pulando e eu não consigo conter a
risada.
— O que está acontecendo? Que gritos são
esses? — Jason entra no quarto e se depara com
Bree completamente nua, ainda pulando.
— Uma aranha — digo correndo para pegar uma
toalha.
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— Ela está assim por causa de uma aranha?


— Dá para fechar a porcaria dos olhos? — digo
enquanto vou cobri-la.
— Me desculpe, eu não sabia que ela estava nua.
— Você está bem? — Ignoro Jason.
— Eu tenho pavor desses bichos. — Ela aperta a
toalha e só então olha para o Jason. — Merda.
Bree se esconde atrás do meu corpo e Jason sorri
— Vou esperar vocês dois lá fora. — Ele sai.
— Já está melhor? Quer terminar de tomar
banho?
— De jeito nenhum eu entro ali.
— Vou matá-la, ok?
— E, por favor, eu quero ver o cadáver.
— Está falando sério?
— É sério, Oliver, senão vou pensar que ela vai
estar viva e subindo pelo meu corpo inteiro.
— Nossa, tudo bem.
Vou para o banheiro caçar a maldita aranha.
Demoro mais do que o previsto, já que o animal
não mede mais do que um centímetro.
Depois de confirmar a morte do bicho, Bree
consegue relaxar e troca de roupa. Como uma
mulher que consegue me dar um golpe de
autodefesa tem medo de uma aranha?
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Meia hora depois, estamos na academia. Começo


a me aquecer nas cordas e em seguida vou para o
saco de areia.
Ryan fica ensinando alguns golpes para a Bree,
enquanto treino. O que eu agradeço, amanhã mal
terei tempo para ela, o dia está todo programado
para entrevistas e acompanhamento dos lutadores
para transmissões ao vivo no canal da TV a cabo.
— Pronto para me vencer? — Jason sobe no
ringue.
— Eu já nasci pronto, irmãozinho.
Batemos as luvas e o gongo soa. Jason tem
praticamente a mesma estrutura muscular que eu,
além dos nossos treinos, ele também é uma pessoa
muito focada. Sempre perguntei o porquê de não
seguir a carreira de lutador.
Ele é um dos poucos homens que já conseguiu
me derrotar.
Começamos leve, apenas para nos aquecer. E
quando Grant avisa para pararmos e começarmos a
coisa séria, nós não pensamos duas vezes.
Socos cada vez mais fortes começam a ser
distribuídos, Jason é bom, ele conhece os meus
movimentos e desvia com rapidez, mas eu também
conheço os dele, por isso não tenho dificuldades em
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derrubá-lo.
— Preciso te contar algo. — Ele se esquiva de
um soco.
— Agora? No meio do treino?
— Sim, já adiei essa conversa demais. —
Levanto os braços em uma posição de defesa.
— Quer parar para conversar? — Jason para de
me golpear.
— Não, acho que você vai querer me bater
depois que souber de tudo.
— Que merda você está falando, Oliver? —
Respiro fundo.
— Eu transei com a Helena. — Jason fica
imóvel, seus olhos abrem em uma expressão de
choque, em seguida, raiva começa a brotar, ele
trava a mandíbula e eu me preparo.
Jab.
Cruzado.
Gancho.
Jason me golpeia como um animal, e eu não
tenho tempo para me defender. Quando Grant
finalmente percebe o que está acontecendo, ele
sobe no ringue e tira meu irmão de cima de mim.
Meu supercílio está partido e meu maxilar dói.
— Você é um merda, Oliver — Jason grita
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atraindo a atenção de todos.


Eu ainda estou deitado no chão e me sinto
exatamente isso. Um merda.
— Quantas vezes? Me diz, quantas vezes vocês
riram de mim? — Jason estava em cima de mim
novamente. Pronto para socar.
— Apenas uma.
— Deus, você não está nem arrependido. — Ele
sai de cima de mim, dessa vez sem que ninguém o
tire.
Estão todos ao redor, Bree, Grant, Ryan. Todos
agora sabem quem é Oliver Willers, o cara que
acabou de foder com a única coisa boa que tinha: o
irmão.
— Uma vez, Jason, foi um erro. Nunca mais
aconteceu. Eu não sabia que ela era tão importante
para você.
Jason desce do ringue sem me olhar, ele tira as
luvas e joga para o lado.
Saio do ringue e vou atrás dele.
— Você é tudo que eu tenho, Jason, é meu
irmão, eu nunca quis te ferir.
Eu sei que errei, cara, mas eu preciso que você
me perdoe. — Toco seu ombro.
— Sinceramente, não sei o que pensar agora,
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Oliver. — Ele olha meu rosto detonado.


— Como estamos? — pergunto para ele quando
tiro as luvas.
— Quites.
— O que você quer dizer com isso? — Jason se
afasta e veste uma camisa.
— Todos nós temos segredos, irmão. — Ele pega
sua mochila e sai da academia.
***
Meia-noite e estou aguardando a minha luta.
Bree não saiu do meu lado, o que eu agradeço,
estou tão concentrado que não tive como dar a
atenção que eu sei que ela merece.
Apesar do nosso acordo, eu meio que me
acostumei a tê-la por perto.
Talvez seja porque o nosso tempo está se
esgotando, mas hoje, em especial, preciso controlar
toda a minha força para não descontar a frustração
de saber que temos apenas mais dois dias.
Jason está aqui, mas seu olhar já não é mais o
mesmo. Ele me desejou boa sorte como sempre faz,
e sei que é sincero, mas algo foi quebrado além do
reparo, e eu sei que fui o culpado.
Um erro, uma consequência. Eu vou ter que
aprender a lidar com isso.
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Nono Dia

Já estamos na metade do dia e eu ainda não o vi.


Depois de vencer a luta ontem, Oliver praticamente
me carregou para o quarto. Transamos até a
exaustão. Estávamos ambos diferentes,
necessitados. Ele não foi gentil em nenhum
momento.
Sua boca percorreu cada centímetro do meu
corpo, levando-me ao delírio. Quando acordei, ele
já não estava mais no quarto, apenas um bilhete
avisando que passaria o dia inteiro ocupado, mas
prometendo que nos veríamos mais tarde.
Ele estava um pouco diferente depois do que
aconteceu na academia.
Foi naquele momento que entendi o quanto seu
irmão era importante. Jason estava mais distante,
mesmo presente fisicamente, seu olhar estava
perdido.
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Eu sabia que ele não conseguiria superar tão


cedo o que Oliver fez, ser traído é um dos piores
sentimentos.
Aproveito o momento e ligo para Liv, desde que
ela se foi não mantivemos mais contato, mas sinto
que preciso dela agora, mais do que nunca.
— O que aconteceu para você me ligar? — Ela
nem se dá ao trabalho de me cumprimentar, Liv
sabe que eu não ligaria à toa. O trato foi que nos
falaríamos apenas em caso de urgência.
— Uma amiga não pode sentir saudade? — Saio
da suíte, há um segurança na porta que me
acompanha.
— Você não sente a minha falta — ela fala em
tom de brincadeira.
— Tem razão, mas eu acho que preciso da minha
amiga.
— O que houve? — Ela fica preocupada.
— Pode vir amanhã, antes do combinado?
— Como assim? Quer que eu chegue mais cedo?
— Sim, queria que você me acompanhasse
durante a luta. Você consegue se organizar para
estar aqui amanhã à tarde?
— Claro, Bree, mas é só isso ou você está me
escondendo algo?
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— Amanhã é nosso último dia juntos — digo e


entro no elevador.
— Você já estava ciente disso.
— Eu sei, mas está sendo mais difícil do que eu
imaginava.
— Bree… — seu tom é de advertência.
— Liv, não precisa surtar, não é desse jeito que
você está pensando, só é difícil, sabe? Como se
nada disso estivesse certo.
Saio do elevador e vou na direção da área da
piscina. Encontro uma espreguiçadeira e sento.
— Nada disso foi certo, Bree, mas não é algo do
outro mundo. Só não se machuque, ok? Mantenha
essa cabecinha no lugar e tudo vai dar certo.
Logo você estará em casa e isso tudo não vai
passar de uma recordação.
— Uma boa recordação, Liv.
— Melhor assim, essas são as que sempre
estarão com você.
Conversamos mais um pouco, até que Liv
precisa desligar. Nós nos despedimos com a
promessa de nos rever a amanhã.
Olho ao redor e vejo somente pessoas cuidando
das próprias vidas.
Alguns casais, outros sozinhos, assim como eu.
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Seguro meu celular e começo a visualizar algumas


fotos.
Fotos que me trazem sorriso aos lábios. Fotos da
minha vida, com pessoas que eu amo. Fotos da
verdadeira Bree.
Beijo o visor e aperto o celular contra o peito. Só
mais um pouco, é o que repito o tempo todo.
Passo o restante da tarde na piscina e retorno ao
quarto no início da noite. Apenas um segurança
está no andar, então eu sei que ele ainda não voltou.
Isso me causa uma sensação de vazio.
Preparo a banheira e acendo algumas velas.
Deixo o banheiro com um clima meio melancólico,
é tudo que eu preciso para relaxar.
Quando entro e a água me envolve, minha mente
volta por todos os dias anteriores que passamos
juntos. Seus sorrisos, sua voz. O dia que ficamos
apenas vendo TV e comendo besteiras. Até mesmo
quando percebi que jamais poderíamos ter algo a
mais.
No dia em que estavam reunidos, cheguei a ouvir
algumas coisas antes de entrar na sala, ouvi quando
estavam explicando sobre a volta à rotina. E
isso me machucou de uma forma inesperada.
Voltei para o quarto sem querer ouvir mais, não
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precisava de mais certeza do que seria dali em


diante. E só retornei algum tempo depois.
Pego o Ipod ao lado da banheira e colo os fones
de ouvido, fecho os olhos e deixo tocar
aleatoriamente. Stay, do Hurts, começa a tocar, e
mesmo com os olhos fechados, sinto as lágrimas
caindo.

“Alright, everything is alright


Since you came along
And before you
I have no way to run to
Nothing to hold on to
I came so closed to giving it up and I wonder if
you know
How it feels to let you go”
-----------------------------------------------------------
-------------------------
"Tudo bem, está tudo bem
Desde que você chegou
E antes de você
Eu não tinha para onde correr
E nada que me prendesse
Cheguei tão perto de desistir e eu me pergunto se você sabe
Como é a sensação de te deixar."

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Nono Round

Chego na suíte e encontro a Bree dormindo,


passei boa parte da manhã em entrevistas e sessões
fotográficas e quando tudo terminou, apenas não
tive coragem de voltar. Estou evitando
conscientemente a sua presença.
Por isso, quando a vejo dormir, percebo que
ainda não tive o suficiente dela. Ela é uma mulher
que desperta muito mais do que desejo. E nossos
dias, foram muito além do sexo que havia
planejado.
— Bree. — Sento ao seu lado tocando seu rosto.
— Ei, acorde.
Ela abre os olhos devagar, esfregando com as
mãos.
— O que foi? Que horas são?
— Duas da manhã.
— Aconteceu alguma coisa? — Ela senta ainda
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um pouco atordoada.
— Quero que se vista, preciso levar você a um
lugar.
— São duas da manhã, Oliver!
— Eu sei, desculpe.
Bree sai da cama mal-humorada e vai até o
closet. Lá ela retira um jeans e um moletom. Sem
perguntas ela troca de roupa apenas me
observando.
— Vou apenas lavar o rosto, tudo bem? —
Concordo e aguardo até que ela sai do banheiro.
— Me desculpe por ter passado o dia fora hoje.
— Seguro sua mão e levo até meus lábios. Ela me
olha desconfiada e não faz perguntas.
Bree faz todo o percurso em silêncio, mas ela já
deve ter uma noção para onde estamos indo.
— Oliver, nós podemos entrar aqui?
— Está tudo certo.
Abro a porta do ginásio que foi montado para o
evento, as luzes estão acesas, apenas no centro do
ringue. Do jeito que ordenei.
Quero tê-la no local onde eu mais me sinto à
vontade, onde derrubo todas as minhas angústias e
frustrações.
Quero fodê-la em cima do ringue, ouvi-la gritar o
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meu nome, sem ter ninguém para escutá-la. Quero


poder esquecer que amanhã nosso acordo acabará.
Eu não estava preparado para sentir tudo isso hoje.
— Por que me trouxe aqui? — Ela cruza os
braços e me encara. Eu não respondo, seguro a sua
mão e a levo para o ringue.
— Deixe-me ajudá-la.
Quando estamos posicionados no centro, me
afasto um pouco e começo a me despir. Eu não
preciso de nenhuma preliminar, só o fato de tê-la
aqui em cima faz meu pau latejar.
— Tire a roupa.
— O quê?
— Tire tudo, Bree. — desabotoo meu jeans
jogando-o longe, logo em seguida a camisa tem o
mesmo destino.
Bree ainda permanece imóvel, sem entender o
que pretendo.
— Eu não vou pedir novamente, tire a roupa.
Ela começa a se despir devagar, sigo seus
movimentos com o olhar, completamente
hipnotizado. O tecido deslizando pelas suas curvas,
meu pau se mexe a cada movimento do seu corpo.
— O que você quer? — ela pergunta quando
termina de tirar a última peça de roupa.
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— Quero ter você, no único lugar em que me


sinto livre. — Eu me aproximo até que os seios
dela tocam o meu peito. — Quero foder você aqui,
nesse ringue. E quando eu estiver aqui amanhã, é
em você que pensarei, é o seu cheiro que vou
sentir.
Passo minha mão na sua nuca, segurando firme
um punhado de cabelo.
Seu pescoço fica à minha mercê.
— Você vai gritar hoje e ninguém vai poder
ouvir você — mordo sua garganta ——, quero que
grite, Bree, que mostre quem você é de verdade.
Aqui somos apenas Oliver e Bree.
— Sim — sua voz sai como um sussurro.
Beijo seu ombro, segurando firme seu cabelo,
suas mãos começam a vagar pelas minhas costas,
puxando meu corpo. Deito-a no chão, mas ela não
reclama, seus olhos brilham de desejo, ela quer isso
tanto quanto eu.
Vou até as minhas roupas e pego um
preservativo. Coloco sob seu olhar atento, em
seguida, me ajoelho entre as suas pernas.
— Prometa que vai me dar o que eu quero. —
Passo a ponta da língua no seu joelho e vou
subindo até as suas coxas.
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— O que você quer? — Ela fecha os olhos


absorvendo as sensações.
— Você, Bree, somente hoje, eu quero você.
Ela abre os olhos e me perco na intensidade do
seu olhar. Bree é uma mistura de fogo com ternura.
De mulher fatal, com a garota que gosta de tomar
sorvete na cama. Ela me intriga e me repele.
— Você pode me ter, Oliver.
Sorrio, ela volta a fechar os olhos e me perco nas
suas curvas. Mordidas, chupões, nada disso parece
ser o suficiente. Eu quero parti-la ao meio de tanto
prazer.
Começo a penetrá-la e ela ofega. A cada
movimento que faço, Bree me acompanha, seu
quadril unido ao meu, em um só movimento.
O som dos nossos corpos, em contato com o
material do ringue é excitante. O suor faz nossos
corpos deslizarem, se chocando cada vez mais
forte.
Bree não poupa a voz, ela grita implorando por
mais, chamando meu nome. Levando-me ao limite.
A cada estocada, cada olhar para o seu rosto, eu
me sinto cada vez mais perdido. Perdido em algo
que ainda não sei o que é, mas que tem apenas um
nome.
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— Bree!! — grito seu nome enquanto meu corpo


treme com o orgasmo.
Ela não demora e logo sinto seus músculos se
contraírem, ela geme no meu ouvido, enfiando a
língua, fazendo meu quadril pressionar ainda mais.
Estamos desfeitos, nossos corpos abraçados
como se nunca mais quisessem se soltar. Como se
pertencessem um ao outro.
— Amanhã, é o seu cheiro que vou sentir quando
pisar aqui. — Beijo seus lábios.
— Eu nunca vou esquecer o que aconteceu aqui.
— Eu também não. Na verdade, eu não quero
esquecer, Bree, nem de hoje, nem dos últimos dias.
— É melhor nós voltarmos para o quarto. — Ela
desvia o olhar.
— Eu sei que você não quer esquecer também.
— Viro o seu rosto.
— Oliver, o que eu quero, é bastante diferente do
que eu posso. Não vamos misturar as coisas.
— Tudo bem. — Saio de cima dela e a ajudo a
levantar.
Vestimos nossas roupas em silêncio, mas na
minha cabeça as suas palavras gritam.
Não vamos misturar as coisas.
Pro inferno se já não misturei.
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Décimo Dia

Acordo com o barulho do telefone soando


estridente, tento me levantar, porém, braços
musculosos me impedem.
— Oliver, preciso atender! — digo enquanto o
telefone continuar a tocar.
— Não, você precisa ficar aqui, comigo. — Ele
me puxa para mais perto, colocando também as
pernas por cima do meu corpo, me prendendo.
— Você sabe que ele vai continuar tocando.
— Essa pessoa não deve ter alguém como você
na cama — ele beija meu pescoço —, deixe que eu
atendo.
Oliver levanta e pega o aparelho ao lado da
cama.
— Pronto — seu tom rude me faz sorrir —,
Jason você não tem algo melhor para fazer? Tudo
bem, me dê mais uma hora. Não, porra, uma hora.
— Ele coloca o telefone no gancho com força.
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— Algum problema?
— Sim, ele quer que você vá até a suíte dele,
agora.
— Tudo bem, vou me trocar.
— Eu disse uma hora, Bree, e vou ter essa hora.
Já está tarde e depois do almoço não vou poder
estar com você.
Suas palavras me amolecem, ele deita
novamente, mas dessa vez, me puxando para ficar
por cima do seu corpo.
— Você não cansa? — pergunto sorrindo.
— Não quero sexo — olho desconfiada —,
ainda.
— O que você quer, então?
— Você, desse jeito. Apenas deitada, tendo o
meu corpo como colchão.
— Um pouco duro esse colchão, não acha? —
Cutuco os músculos do seu abdômen com os dedos.
— Mulher, não me tente
— É isso mesmo que você quer? Ficar apenas
assim? — pergunto sem ter certeza realmente do
que ele quer.
— Eu sei que estou pagando para ter sexo com
você, Bree, mas apenas me dê o prazer de ficar
assim, sem pensar que amanhã não vou mais
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acordar ao seu lado.


— Oliver, eu…
— Shhh — ele coloca os dedos nos meus lábios,
me silenciando —, não precisa falar nada, eu
planejei ficar com você durante esse tempo, só não
esperava que não ia gostar quando esse tempo
acabasse.
Ele beija os meus lábios, um beijo doce, lento. O
beijo mais suave que já recebi.
Deito no seu peito e permanecemos assim,
unidos, eu, ouvindo as batidas do seu coração, e
ele, roubando o meu.
Novamente, somos interrompidos pelo barulho
do telefone, dessa vez é o celular dele que toca.
— Maldito Jason.
— Você ainda nem olhou no visor, como sabe
que é ele?
— Ele tem uma paranoia com horários. Já
estamos indo Jason — ele fala quando atende a
chamada. — Porra, cara, você não facilita.
Oliver desliga o telefone e me avisa que Jason
pediu para que eu fosse sozinha. Agradeci
internamente por isso, já imagino do que se trata,
será muito menos humilhante somente nós dois.
— Quando você voltar, vamos descer para
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almoçar.
— Tudo bem, não demoro.
Saio da cama e vou trocar de roupa, escolho um
vestido justo, elegante e um salto alto e quando
encaro o meu reflexo no espelho, o que vejo é uma
desconhecida. Uma mulher sexy, que está indo
receber por sexo.
Quando saio da suíte, Jason já está à minha
espera. Assim como Oliver, ele olha a minha roupa,
mas não fala nada.
— Como você está? — ele pergunta quando
entramos no seu quarto, ele me direciona até a
mesa de vidro. Lá, uma jarra de suco, dois copos e
um notebook nos aguardam.
— Ansiosa, nervosa. Não sei explicar.
— Hoje é um grande dia para ele.
— Eu sei. — Sento e Jason vai para o outro lado
e se posiciona.
— Aqui estão as credenciais, sua e da sua amiga.
— Obrigada. — Pego o envelope.
— Por nada. Então, vamos ao que interessa? Vou
fazer a transferência do restante do valor, cento e
cinquenta mil.
— O quê? Está errado — falo assustada —
Jason, são só cinquenta mil, não cento e cinquenta.
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— O valor está certo, Bree. Quando Oliver pediu


para contratar você, ele foi bem claro, o valor que
você pedisse, era para pagar o dobro.
— Não, Jason, isso não está certo. — Levanto
nervosa.
— Bree, esse dinheiro vai ajudar você, então, por
que negar?
— Porque eu não quero Jason — falo histérica
— Eu não deveria receber nenhuma porcaria de
dinheiro, você me entende?
— Vamos apenas terminar isso, Bree.
— Por favor — eu me ajoelho diante da cadeira
—, por tudo que você ama, Jason, transfira apenas
os cinquenta.
Jason me observa, em seguida segura meus
pulsos e me levanta.
— Nunca mais faça isso, Bree, nunca mais
implore desse jeito.
— Por favor, não faça com que eu me sinta pior
do que já estou.
— O que aconteceu? — Vejo preocupação em
seus olhos, minha garganta seca e não consigo mais
me conter.
— Eu não sou prostituta, Jason.
— Eu já imaginava, mas qual o motivo disso
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tudo? — Ele me leva até a cadeira e me entrega um


copo com suco.
— Obrigada. — Bebo um pouco e ele espera
pacientemente. — Eu namorava um cara, Dylan.
Ele era o homem dos meus sonhos — sorrio com a
lembrança —, mas nem todos os sonhos duram
para sempre certo? — Ele me olha, encorajando a
continuar. — Dylan se envolveu com Carter, e ao
longo dos anos as coisas foram só piorando, até que
um dia, ele não conseguiu mais pagar o que devia e
simplesmente desapareceu.
— Ele não voltou mais?
— O cara que Oliver viu outro dia comigo na
piscina, era Carter. Ele veio me trazer notícias do
Dylan.
— E?
— E ele está morto — digo tomando mais um
pouco de suco, tentando engolir o nó que se forma
na minha garganta.
— Jesus, Bree. — Ele aperta a minha mão. — Eu
sinto muito.
— Não sinta, Jason. Dylan morreu para mim no
dia em que colocou a nossa filha em perigo.
— Uma filha?
— É por ela que estou aqui.
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— Por que você não contou isso antes, Bree? Eu


teria transferido o dinheiro no primeiro dia.
— Eu não queria mais pessoas envolvidas nisso,
Jason. Você me entende? Por mais louco que Carter
seja, ele é um homem de palavra, eu sei que ele vai
nos deixar em paz quando der exatamente o que ele
pediu.
— Você poderia ter dito, já teria o dinheiro e
estaria livre de ameaças.
— Nesse caso seria fácil demais, Carter
desconfiaria de algo, então, provavelmente,
começaria novas ameaças. Eu não posso arriscar,
vocês não merecem se envolver nisso.
— Oliver sabe sobre a sua filha?
— Não, e quero que me prometa que você não
vai dizer nada.
— Acho que eu e meu irmão não vamos trocar
confidências por um tempo. — Ele dá um meio
sorriso.
— Seu irmão te ama, Jason, não deixe que um
erro estrague o que vocês têm.
— Eu sei, mas perdoar não é fácil.
— Nunca é — digo e seguro sua mão.
Jason sorri e volta a sua atenção para o notebook.
Em minutos a transferência está feita e ele me
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mostra o comprovante.
— Se faz você se sentir melhor, Oliver nunca
perguntou quanto você cobrou, ele só sabe que foi
um valor alto por causa de um comentário infeliz
que eu fiz. Me desculpe por isso.
— Está tudo bem. — Sou sincera.
— Você é uma boa pessoa, Bree, espero que seja
feliz.
— Eu também espero.
— Vai se despedir dele, não vai?
— Eu não sei ainda.
— Se aceita um conselho, se despeça. Oliver não
vai te perdoar se você for sem falar com ele.
— Eu vou pensar sobre isso, Jason. Muito
obrigada por tudo, vocês foram muito gentis
comigo.
— Você mereceu. Agora vá, não quero meu
irmão batendo aqui e arrastando você de volta para
o quarto.
Jason sorri e nos despedimos. Saio do quarto sem
o peso enorme nas costas. Minha dívida estará paga
e todos estaremos seguros.
Valeu a pena.
****
Liv chega logo após o almoço, minha amiga
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está eufórica, assim como eu. Ela nunca tinha


assistido nada do tipo. Passamos a tarde embalando
as minhas coisas e nos arrumando para a luta. Não
tive notícias de Oliver, a não ser pelos comentários
no hotel.
Todos os lutadores já estão no local, apenas
esperando o momento.
Às sete da noite, Liv e eu já estamos prontas.
Trajes de gala são os escolhidos. Os homens
estarão com seus ternos de grife e as mulheres com
seus longos e joias.
— Até que não fizemos feio — minha amiga fala
enquanto gira em frente ao espelho.
— Não mesmo. — Liv está com um vestido
longo, da cor nude, com cristais, e eu um longo
verde de renda, que acompanha minhas curvas com
perfeição.
Quando chegamos ao local, é impossível não
lembrar da madrugada de hoje, de como Oliver me
possuiu bem em cima daquele ringue, eu me
entreguei, como nunca havia feito.
Decidi que me despedirei de Oliver, marcamos
de nos encontrar no vestiário.
— Onde está o Oliver? — pergunto para o Ryan.
— Ele está lá dentro, no vestiário. Jason está
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com ele.
— Você me espera aqui? — pergunto para Liv
que concorda. Deixo minha amiga com Ryan e vou
encontrá-lo.
O caminho até o vestiário parece interminável.
Muitas pessoas tentando se locomover, e estar
usando um longo e saltos não facilita a minha vida.
— Eu posso entrar? — pergunto para Tray que
está na porta.
— Pode, senhorita. — Ele abre a porta e entro.
Oliver está sentado em um banco, olhando
fixamente para as suas mãos.
Jason está no canto conversando com Grant. Eu
não preciso falar, ele pressente a minha presença e
seus olhos me encontram.
— Estava esperando você. — Ele estica a mão
me convidando.
— É um pouco difícil chegar até aqui com esse
vestido. — Aponto para o longo.
— Você está linda. — Oliver me olha da cabeça
aos pés. — Absolutamente fabulosa, Bree.
— Obrigada. E você, como está? — Toco seu
rosto com a mão. — Está gelado, nervoso?
— Um pouco — ele confessa.
— Posso te ajudar a relaxar?
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— Deve. — Seu olhar me aquece.


— Você pode pedir para nos deixarem a sós?
— O que você está pensando?
— Vou fazer você relaxar. — Ele me dá um
sorriso safado e logo manda Jason e Grant saírem.
— Então, sou todo seu. — Ele abre os braços e
eu sorrio. Vou até uma parede e pego dois
colchonetes. Jogo no chão e Oliver me observa.
— Venha aqui. — Pego a sua mão e indico para
se sentar.
Tiro os sapatos e subo o vestido até a cintura.
— Vamos fazer alguns exercícios para
respiração.
— Você está falando sério?
— Eu tenho cara de quem está brincando?
Oliver se cala e começo a fazer os exercícios de
ioga. Ele é um bom aluno e faz tudo conforme vou
explicando. Aos poucos, noto como ele começa a
relaxar, respirando corretamente.
Em minutos, sei que seus pensamentos já não
estão na luta. Ele está centrado, mas em harmonia.
— Como está se sentindo? — pergunto quando
estamos colocando os colchonetes no lugar.
— Como você fez isso?
— Tenho os meus segredos. — Pisco para ele.
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— E quando você vai me mostrar? — Prendo a


respiração, e antes que possa falar, Grant abre a
porta.
— Oliver, está na hora.
— Já estou indo. Acho que é agora.
— Boa sorte lá em cima.
— Pensarei em você, Bree, sentirei o seu cheiro.
— Oliver me puxa colando o meu corpo com o
dele, abraço-o tão forte que tenho medo de sufocá-
lo.
— Vou torcer por você.
— Eu sei que vai.
Ele me beija e, em seguida, parte na direção do
ringue. Ajusto o meu vestido e vou me encontrar
com Liv e Ryan.
Jason já está com eles e o público vibra quando
ouvimos o locutor anunciar.
Oliver Willers, o Fenômeno do boxe, vai lutar.
Meu sorriso vacila quando vejo seu oponente. É
o mesmo cara que encontramos outras vezes, e isso
faz o meu corpo tremer involuntariamente.
A luta começa e eu nunca o vi lutar desse jeito.
Os dois são como animais, atingindo um ao outro
sem dó. Oliver vacila no segundo round, vejo
quando parece ficar tonto. Eu grito seu nome, seu
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olhar encontra o meu e eu sorrio, mostrando que


estou aqui, torcendo por ele.
No terceiro round, ele volta outro. Mais
determinado, mais centrado, mas ainda não é o
suficiente.
No quarto round, o juiz precisa intervir. Cooper
fala algo que desestabiliza Oliver, e ele perde o
controle.
No quinto round, Jason conversa com ele antes
da luta começar. É nítido como os dois lutadores
estão cansados. Empurro algumas pessoas e me
aproximo.
— Você é perfeito — falo e vejo seu rosto
ensanguentado.
— Vou derrubá-lo, Bree.
— Eu sei que você vai.
— Me espera aqui, eu volto logo. — Ele me
beija através da tela e volta para o ringue.
E o quinto round começa, mais intenso, mais
violento. Com um vencedor apenas.
Cooper está desmaiado, o público vibra com o
nocaute. Jason, Grant, Ryan e até Liv estão
gritando. Eu só tenho olhos para ele. Com o rosto
inchado, os olhos praticamente fechados, ele vem
na minha direção.
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Jason me suspende no seu ombro e Oliver sobe


na grade. Ficamos cara a cara.
— Sobe comigo, vamos para o quarto. — Ele
segura o meu rosto com as luvas.
— Eu não posso.
— Somente hoje, Bree, uma última vez.
— Não quero que você se lembre da Bree que
dormiu com você, Oliver, da mulher que foi paga.
Eu quero que você lembre da Bree que te ajudou a
relaxar antes da luta, que comeu chocolate
escondido com você, que fez você dormir.
— Não faz isso.
— Você vai ser grande, Oliver, e eu sempre
torcerei por você.
Beijo seus lábios e quando menos espero, ele é
puxado para o centro do ringue, algumas pessoas o
abraçam, mas ele mantém os olhos em mim.
Jason me abaixa e em seguida, nos despedimos.
Saio dali com Liv direto para o táxi, sem olhar
para trás.

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Décimo Round

Olho pela décima vez o papel na minha mão, em


seguida para a casa na minha frente.
— Tem certeza que o endereço está correto? —
pergunto pela terceira vez ao Jason.
— Tenho certeza, Oliver.
Há um ano, eu levei a maior surra da minha vida.
Foi no dia que a Bree me deixou, eu nunca pensei
que deixar alguém ir fosse tão difícil, mas sabia que
naquele momento era o correto.
Minha vida não era a mesma, meu irmão ainda
estava comigo, cumprindo com suas obrigações,
ainda era digno da minha total confiança.
Mesmo eu sabendo que já não era mais digno da
dele.
Agora estou aqui, parado na frente da casa dela,
como um completo idiota, apavorado com o que
posso encontrar.
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— Não seja covarde, Oliver. Desça do carro e vá


encontrá-la.
— E se ela não me quiser?
— Você está sendo ridículo.
— E você, vai para onde?
— Los Angeles.
— Helena?
— Sim, vou aproveitar que ela tem uma pausa
nos desfiles, vamos conversar.
— Eu espero que vocês sejam felizes — digo
sinceramente.
— É isso que eu vou buscar, Oliver, a minha
felicidade.
— Eu espero que você possa me perdoar.
— Você nunca foi bom em cumprir regras não é?
— ele tira óculos escuros e me encara — Eu amo
você Oliver, você é meu irmão, mesmo sendo o
mais velho, eu sempre cuidei de você, mas está na
hora de seguirmos.
— Vamos nos ver novamente? — falo como se
estivesse voltado no tempo, é como se fossemos
crianças novamente, e eu tenho medo que ele me
deixe.
— Eu te vejo em três meses fenômeno, vou estar
lá quando voltar para casa. Agora vá, vá encontrá-
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la. — ele destrava as portas.


Abraço o meu irmão, pego a minha mochila e
saio do carro. Depois de um ano intenso, onde mais
uma vez ganhei o campeonato, conseguimos uma
pausa de três meses até que tudo recomece
novamente. É esse tempo que eu tenho para mostrar
à Bree que ela é a mulher que eu quero ao meu
lado.
A casa fica em um bairro simples, no sul da
Califórnia. Não foi difícil encontrar o seu endereço,
afinal existem poucas Bree Earline Hall que são
professoras de ioga.
Toco a campainha e o nervosismo começa a
aparecer. Ouço quando Jason dá a partida no carro
e se afasta.
— Pois não — uma voz doce surge quando a
porta abre, olho para baixo e vejo uma garotinha,
deve ter no máximo três anos.
— Oi. Aqui é a casa da Bree? — Eu me abaixo
para tentar ficar na sua altura.
— É sim, e você quem é? — A garotinha me
analisa.
— Oliver, amigo da Bree. Ela está?
— Está, vou chamar. Mamãaaaaae — ela sai
gritando a plenos pulmões pela casa.
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Mamãe? Suas palavras martelam na minha


cabeça.
— Sky, o que eu disse sobre abrir a porta para
estranhos? — Ouço a voz dela antes mesmo de vê-
la. Bree aparece na porta enxugando as mãos em
um pano de prato.
Ela está tão linda quanto me lembrava, seu
cabelo está preso em um rabo de cavalo, ela usa
uma camiseta cor-de-rosa e um short jeans.
— Oliver? — ela fala assustada.
— Olá, Bree!
— Mamãe, ele não é o moço da TV? — A
garotinha surge novamente.
— É, Sky, é o moço da TV — Bree responde
sem tirar os olhos dos meus.
— Não vai me convidar para entrar?
— O que você veio fazer aqui? — ela pergunta
insegura.
— Vim atrás do que me pertence, Bree.
— Oliver, eu não sou a pessoa que você pensa
que sou.
— Não, você a Bree Earline Hall, professora de
ioga, e, pelo que vi, tem uma filha adorável.
— Você não se importa?
— Com o quê? Sua filha? Sua profissão? —
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Vejo seus olhos ficarem vermelhos, a garotinha


ainda está ao seu lado sem entender nada.
— Entre, não podemos conversar aqui fora. Sky,
você pode ir brincar no quarto?
— Tudo bem. Tchau, moço da TV. — Ela sai
correndo subindo as escadas.
— Moço da TV? — pergunto.
— É uma longa história. — Bree sorri.
— Eu tenho todo tempo do mundo, Bree. Eu já
disse o que vim buscar e não vou sair daqui sem
você.
— Eu tenho uma filha, Oliver.
— Por que nunca me contou sobre ela?
— Não era uma história para ser contada naquela
época. Você pagou por sexo e não para ter uma
mãe choramingando com saudades da filha.
— Eu me sinto horrível. Nunca vi você como
uma prostituta, Bree.
— Eu sei, mas também sei que se tivesse
contado, muitas coisas seriam diferentes. O que
tivemos foi o certo Oliver, exatamente o que
estávamos buscando naquele momento.
— O que você busca agora? — Olho em seus
olhos, ainda estamos de pé, no meio da sala.
— A felicidade da minha filha.
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— E o pai dela?
— Vamos tomar um café. — Bree me leva até a
cozinha, sento à mesa e em seguida ela serve duas
canecas generosas com café.
— Caneca rosa? — Mostro a que ela me
entregou sorrindo.
— É uma casa de meninas. — Ela dá de ombros.
Bree começa a me contar tudo, o motivo de ir
naquele evento em Vegas.
Ela me explica sobre Dylan e sobre a sua morte.
Não consigo sentir pena, o que sinto é alívio em
saber que ela não está presa a ninguém.
— Então, meu irmão sabia disso tudo?
— Sabia, eu contei quando ele tentou transferir
uma quantia maior do que o acordado, eu não
precisava de mais.
— Ele me disse que você não havia aceitado,
mas não me contou o motivo.
— Jason é um bom homem, e vocês como estão?
— Um pouco distantes, mas estamos bem.
— Fico feliz por vocês. — Ela sorri. Deixo
minha caneca na mesa e levanto, ela acompanha
meu movimento.
— Então, Senhorita Hall, que tal começarmos
novamente? Eu sou Oliver Willers. — Estendo a
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mão.
— Bree Hall. — Nós nos cumprimentamos com
um sorriso.
— Eu amo você, Bree — digo olhando em seus
olhos, com cuidado, coloco uma mecha atrás da sua
orelha.
— Você me ama? — ela pergunta incrédula.
— Sim, eu amo. — Puxo seu corpo para junto do
meu — E não venha me dizer que não posso falar
isso. Um ano, Bree e eu ainda sinto a mesma coisa
de quando vi você pela primeira vez.
— O que você sentiu? — ela diz ofegante,
segurando os meus braços.
— Um vencedor, era assim que vivia. Uma
trajetória marcada por regras, por uma rotina
milimetricamente programada. Uma noite, tudo
mudou. Desejo, tesão, uma vontade incontrolável
de rasgar seu vestido.
Sexo, era apena nisso que eu pensava. Mas você,
Bree, conseguiu virar o jogo, Las Vegas foi o nosso
cenário, ganhamos o mundo e agora, você aceita
ser o meu último desafio?
Bree sorri, seus olhos cheios de lágrimas
contrastam com seu sorriso, eu sei que são lágrimas
de felicidade, e eu sei que nesse round eu saí
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campeão.
Beijo sua boca e ela não resiste. E pela primeira
vez, sinto que estou beijando a verdadeira Bree, a
mulher que me nocauteou.

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Epílogo

Sky

Minhas mãos nunca estiveram tão suadas, sinto


meu estômago embrulhar a cada segundo. Tento
me concentrar, assim como fui treinada.
Foco, Sky, mantenha o foco.
As palavras do meu pai que me criou como se
fosse a sua própria filha vêm à minha mente no
mesmo instante que a porta abre. Olho para as
pessoas que entram no vestiário, todos estão aqui
por um motivo.
A minha primeira luta como profissional.
Não foi fácil chegar até aqui, não com uma mãe
como a minha, Bree Willers, eu sabia ser bem
persistente.
— Nervosa? — Ela me abraça. Afundo o meu
rosto no seu pescoço sentindo seu cheiro tão
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reconfortante.
— Um pouco.
— Sabe que pode desistir se quiser, não precisa
provar nada para ninguém, Sky.
— Mamãe, não estou tentando provar nada,
apenas é o que eu quero e lutei muito para chegar
até aqui.
— Além do mais, ela é uma Willers, e nós não
desistimos. — Vejo meu pai se aproximar e sorrio
com as suas palavras — Tudo bem com você? —
Ele beija minha testa, puxando minha mãe pela
cintura.
Oliver Willers ainda é tão imponente quanto na
época em que lutava, ele é meu treinador, meu pai e
meu porto seguro.
— Agora acho que vou ficar.
— Você vai ser incrível lá em cima. — Ele me
abraça.
— Espero que sim — falo baixo, sem estar
totalmente certa.
— Espero que você esteja certo, Oliver, ou mato
você — minha mãe fala apontando o dedo na
direção dele, que apenas sorri.
— Eu ensinei essa pestinha a andar de bicicleta,
Bree, eu espantei o primeiro fedelho que tentou se
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aproximar dela, confie em mim, ela está mais do


que pronta.
— O garoto deve correr de você até hoje — falo
batendo no seu ombro.
Ter como pai um dos maiores lutadores da
história não ajudou muito na minha vida amorosa.
Praticamente todos os garotos da escola tinham
medo dele e do meu tio Jason, apenas um foi
corajoso o suficiente para enfrentar o meu pai,
talvez, ter seu próprio sangue, foi de alguma ajuda.
Jace era quatro anos mais novo do que eu, era o
moleque que eu costumava brigar, treinamos juntos
algumas vezes e eu o derrotei em todas.
Meu primo não tinha medo de nada, assim como
meu pai e o pai dele. Jace tinha uma presença
marcante, olhos cor de mel, cabelos longos e
possuía um sorriso que me desestabilizava.
— Onde está o Jace? — perguntei olhando em
volta, todos estavam aqui, menos ele.
— Aquele pirralho deve estar atrasado. — Meu
pai me leva na direção de um banco, me afastando
dos demais. — Quero lhe dar uma coisa.
Sentamos e ele puxa uma caixa de dentro de uma
sacola. Olho para a embalagem sem entender e
começo a rasgar o papel. O que vejo, traz lágrima
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aos meus olhos.


— Eu não posso ficar com isso, papai.
— Elas são suas, Sky, estão comigo desde a
minha primeira luta e quero que as tenha.
— Papai! — Limpo as lágrimas que teimam em
cair. Eu sei o quanto isso é importante para ele,
suas bandagens vermelhas, gastas pelo tempo, elas
contam sua história, suas vitórias.
— Você é a minha princesa, Sky. Sabe disso, não
sabe? — Aceno com a cabeça. — Desde o dia que
você abriu a porta da sua casa e foi chamar a sua
mãe, naquele dia eu sabia que meu coração era de
vocês duas. — Limpo mais uma vez as minhas
lágrimas e ele continua: — Eu nunca deixaria você
subir naquele ringue se não soubesse do que você é
capaz, você pode, Sky, você é muito mais do que
uma princesa, é uma guerreira.
— Obrigada. — Tento não gaguejar. Ele tem
razão, sempre fui a sua princesa, e ele sempre foi
mais do que um pai, é minha inspiração, meu herói.
— Agora, limpe o seu rosto, acho que tem um
pirralho esperando para falar com você. — Olho
para frente e noto Jace nos encarando, ele dá um
sorriso torto e espera pacientemente. — Sabe que
vou quebrar a cara dele se ele te magoar, não é?
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— Papai! — Bato no seu ombro — Ele é um


pirralho e meu primo.
— Um pirralho de dezoito anos, cheio de
hormônios descontrolados.
Não se esqueça que meu sangue corre naquelas
veias, posso adivinhar o que ele está pensando de
olhos fechados.
— Eu sei me defender — falo sorrindo.
— Eu sei que sabe, mas apenas no caso de …
— Vai logo, papai. — Levanto puxando-o
comigo.
— Te vejo no ringue. — Ele beija meu rosto e
vai ao encontro da minha mãe.
Sorrio quando ele sinaliza com as mãos para
Jace, indicando que está de olho nele. Como eu
disse, Jace não se intimida e seu sorriso é
desafiador.
— Então, você conseguiu — Jace fala me
abraçando.
— Você, por acaso, duvidou que eu conseguiria,
pirralho?
— Em nenhum momento, te trouxe um presente
— sentamos no banco novamente —, não é nada
comparado às bandagens do seu pai, mas acho que
vai te dar sorte.
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Ele coloca um saquinho de veludo nas minhas


mãos e quando abro, um longo sorriso se arma no
meu rosto. Uma delicada corrente de ouro, com um
pingente no formato de uma luva de boxe.
— É lindo — falo ainda olhando para a joia —
Obrigada, Jace.
Viro o rosto para beijá-lo na bochecha, mas ele
vira ao mesmo tempo e nossos lábios se tocam.
Fico congelada, nossos olhos abertos em completo
choque. Jace pisca nos tirando do transe e me
afasto.
Não foi exatamente um beijo, nossos lábios
ficaram ali, colados, inertes.
Mas foi o movimento mais excitante que já tive
na vida. Meu corpo se acendeu como se fagulhas
estivessem surgindo para vida, uma nova chama
havia se acendido.
— Eu não vou pedir desculpas, Sky — ele é
direto.
— Eu preciso ir — é a única coisa que consigo
falar. Começo a colocar as bandagens no meu
punho, Jace vê meus dedos trêmulos e me ajuda.
Ele enrola cada uma bem devagar, seus dedos
tocando meus punhos e seus olhos perdidos nos
meus. Quando olho para a mão dele, noto uma nova
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tatuagem.
Veni, Vidi, Vici.
A mesma frase que nossos pais têm tatuada,
significa vim, vi, venci, eu sempre amei essa frase.
A do Jace é pequena, no pulso esquerdo.
— Gostei da tatuagem — digo quando ele
termina de enrolar as bandagens, ele apenas sorri e
sem falar mais nada, nos levantamos e ele me
acompanha até a saída.
Meu pai está me esperando, como meu treinador
ele vai me levar até o ringue, o local está lotado.
Vou em busca do que é meu, o cinturão do Peso
Pena.
— Não vai me desejar sorte? — grito quando
Jace se afasta. Ele para e vira para me olhar.
— Você já nasceu com ela, Sky.
Seu sorriso preenche meu peito de uma forma
assustadoramente boa.
— Um pirralho, é? Sei.
— Papai?!
Sorrimos e quando escuto o meu nome ser
anunciado, respiro fundo e volto a me concentrar,
volto a ser o que fui treinada para me tornar.
Uma campeã.
Uma máquina de lutar.
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Sem medo, sem desistir.

Fim.

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