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NACIONAIS - ACHERON
PERIGOSAS
NACIONAIS - ACHERON
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Agradecimentos
Andy Collins
NACIONAIS - ACHERON
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Primeiro Dia
Até hoje.
Uma mulher esperta deveria saber quando
encontra problemas, eu não soube, pelo menos, não
de imediato
Dylan era o nome dele, e eu me deixei apaixonar.
Ele era doce, inteligente e incrivelmente sexy.
Todos os ingredientes para levar uma mulher para o
céu. Dylan apenas me levou para uma viagem sem
volta, para o inferno.
Ano após ano, dia após dia.
— No que está pensando? — Liv me leva até a
porta do quarto.
Estou hospedada no Bellagio, é aqui que vai
acontecer um dos maiores eventos de boxe, cheio
de pessoas importantes, pessoas ricas.
Um evento que terá dez dias de duração, esse é o
tempo que tenho.
Todos os meus problemas tinham um único
nome, ou melhor, tinham um número, que era
interligado a um nome fodido.
— Dylan — digo com sinceridade.
— Não, Bree, você não deve pensar nele agora,
precisa se concentrar para que isso dê certo.
— Eu sei, mas não consigo evitar. — Olho para
cima para conter as lágrimas que já estavam
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ameaçando cair.
— Ainda tem tempo para desistir. — Minha
amiga toca o meu braço, então percebo que estou
tremendo.
Se for pega, posso ser presa. Se desistir, posso
ser morta, ou pior. Era esse pior que eu temia.
— Eu vou fazer isso, Liv. Vou nos livrar dessa
roubada.
Abraço-a com força, e só nos separamos quando
ouvimos o sinal do elevador.
Está na hora, meu tempo começou a contar.
Estou sentada no bar do cassino, olho em volta
tentando identificar algum cliente em potencial.
Deus, como isso me enoja.
Quem disse que isso era vida fácil? No meu caso,
nunca foi tão difícil flertar.
Homens olham meu corpo como se quisessem
me despedaçar, e as mulheres, em sua maioria,
querem me esmagar.
Quando sinto que não vou conseguir seguir
adiante, uma voz chama a minha atenção.
— Sozinha? — Viro o meu corpo e encaro o
dono da voz. Engulo a bile que teima em subir pela
minha garganta. Ele tem idade para ser o meu avô.
Nesse momento, todos os motivos de estar
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Primeiro Round
fundo.
— Você ouviu alguma palavra do que eu disse,
Oliver?
— Não sou surdo, Jason. — Guardo o meu
celular e observo o luxuoso elevador. Estamos
hospedados no Bellagio, é aqui que acontecerá o
evento.
Jason verificou a agenda dos outros lutadores,
por isso, nosso voo foi programado para chegar
cedo. Ele não queria que tivéssemos nenhum
inconveniente.
Traduzindo, eu não podia me divertir.
O senso de responsabilidade do meu irmão
ultrapassava qualquer padrão já conhecido,
costumo dizer que ele deveria ser estudado pela
NASA, não existe ninguém igual, nem mesmo eu.
Mesmo com todas as minhas regras, com as
dietas, treinos e limitações, eu tenho um ponto
fraco.
Mulheres.
E que homem não tem?
No meu caso, Jason é quem providencia tudo.
Não tenho paciência para lidar com dramas, o
sistema é simples, o tempo é acordado, o valor é
pago.
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Satisfação garantida.
— Grant irá encontrá-lo na academia.
— Jason, você não parou de falar desde quando
entramos. Eu já conheço toda porra de itinerário
desses dez dias, faça um favor a nós dois, relaxa.
— Seu senso de humor está ótimo, Oliver. Para
quem não queria vir, e tem aversão por jogos de
azar, o que é meio contraditório, já que pessoas
apostam em você, você está bem animado.
— Não tenho problemas com apostas.
— Sei…
Entramos na minha suíte e Jason dá as últimas
instruções. O restante da equipe está com Grant,
meu treinador. Ele está reunido com o pessoal do
evento para acertar alguns detalhes.
Eu só tenho uma coisa a fazer, me preparar e
tentar não deixar o meu oponente desmaiado hoje à
noite.
Passo o restante do dia treinando. Grant não
poupa esforços e extrai suor até da minha alma, se é
que isso é possível. Mas, porra, é o Grant,
certamente ele consegue reviver até mortos se ele
quiser.
— Hora de dar uma pausa Oliver. — Paro de
bater no saco, ganchos e jabs feitos com perfeição.
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tornei.
Uma máquina de luta.
Uma fonte de dinheiro.
Engulo a vontade de socar a parede, desligo o
chuveiro, pego a toalha e seco o meu corpo de
qualquer jeito. Tenho pouco tempo para um
descanso.
Jason é como um maldito relógio inglês, ele vai
me acordar.
***
Tudo está pronto para começarmos, Jason veste a
sua roupa habitual, um terno elegante, feito à mão.
Grant e Ryan já estão me esperando. Minha equipe
está completa e é hora do show.
Começo a reviver mentalmente todas as minhas
vitórias, é assim que gosto de me concentrar, eu
visualizo cada nocaute. Cada luta, cada soco dado,
cada reação dos meus adversários. É como se eu
desligasse de tudo.
Entramos no elevador e ouço Jason dar boa noite
a alguém, eu não olho, não presto atenção. Mas sei
que se trata de uma mulher, só estamos nós quatro
aqui, e ela. Um perfume suave permeia o ambiente.
Isso mexe com a minha concentração.
Volto a minha mente para a minha última luta, a
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Segundo Dia
na minha direção.
— A senhora precisa de algo?
— Uma pessoa me aguarda. Nesse quarto. —
Mostro o papel e o segurança aponta a direção.
Suíte 1302 é o meu destino.
— Entre. Fique à vontade. — O cara, ainda sem
nome, abre a porta antes mesmo que a minha mão
encoste nela.
Dessa vez, ele está sem terno e sua camisa de
botões está meio aberta, seu cabelo está preso, é aí
que lembro. Eu o vi na noite anterior no elevador.
— Desculpe a bagunça. — Ele aponta para o
carrinho ainda com os alimentos do seu café da
manhã.
— Sem problemas.
— Venha, vamos nos sentar. Você quer algo?
— Saber seu nome já seria um bom começo —
digo sem hesitar. É desconfortável falar com ele
sem nem ao menos saber isso.
— Desculpe pela grosseria. Sou Jason Willers.
— Bree. — Ele aperta a minha mão suavemente
e sorrimos. Sinto uma empatia por ele, agora que
sei o seu nome, as coisas ficam um pouco menos
formais.
— Como eu disse mais cedo, Bree, quem está
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frente.
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Segundo Round
Ela geme.
É o sinal que eu esperava para prosseguir.
Quebro o nosso beijo e a afasto, ela percebe a
minha nudez, mas não se abala. Ela está excitada
também.
— Sua vez. — Aponto para o seu vestido. Ela
sorri e com apenas um movimento, ele está no
chão. Não sabia que eu conseguia ficar ainda mais
duro.
Ela usa uma tanga de renda azul-marinho e nada
mais.
— Deite-se. — Ela hesita. — Eu disse que
vamos começar devagar.
Seguro novamente o seu rosto, beijando seus
lábios, o gosto que ela tem é algo maravilhoso, e
isso só me faz ter fome. Fome dela.
Ergo-a enlaçando suas pernas na minha cintura,
ela segura as minhas costas com força enquanto me
perco na sua boca.
Caminho até a cama devagar, deitando-a comigo
ainda por cima. Ela parece mais relaxada assim, o
básico papai e mamãe. Se é isso que ela precisa
para se soltar, é isso que vai ter, por enquanto.
Sento na cama admirando o seu corpo. Porra, a
mulher tem um belo par de seios, são fartos, e pela
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Bree
Volto para o meu quarto com mil coisas
martelando na cabeça. Como isso tudo aconteceu
tão rápido? Um acordo, uma transa, dinheiro. Tudo
isso em uma manhã, e eu ainda não tinha nem
almoçado.
— Como foi tudo? — Liv pergunta assim que
abro a porta.
— Nós transamos — digo simplesmente
largando a minha bolsa no sofá.
— Você e o Tarzan?
— Não, Liv, eu e o Oliver.
— E esse Oliver, é?
— O irmão do Jason. — Ela franze a testa
confusa. — Irmão do Tarzan.
— Acho bom você me contar toda essa história.
Suspiro e sento ao seu lado, conto tudo desde o
início, inclusive o fato de metade da grana já estar
na minha conta.
— Nesse caso, seu problema já está praticamente
resolvido.
— Não, Liv, acho que o meu problema apenas
começou. — Deito a minha cabeça no seu colo.
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quando chegar?
— Não, melhor não, apenas me envie uma
mensagem, ok?
— Você que sabe. Cuide-se, tudo bem?
— Eu vou.
— Volto em dois dias para saber se está tudo
bem. Vou aproveitar e mandar dar um jeito no
vestido que foi danificado.
— Obrigada, Liv, eu não sei o que eu faria sem
você.
— Você sempre me ajudou, garota, agora é a
minha vez de retribuir. Se cuida.
Abraço a minha amiga e a acompanho até o
elevador, Liv pede para que eu a chame
imediatamente, caso alguma coisa dê errado.
Mesmo concordando comigo, que com Oliver eu
ficaria bem, ela ainda não tem tanta certeza sobre o
resto.
Volto para o meu quarto e pego as duas malas, os
vestidos de luxo, estão todos perfeitamente
arrumados em uma grande, na menor, alguns itens
pessoais, um livro, e o pouco que ainda restou da
minha dignidade.
Assim que fecho a porta, vejo Jason me
aguardando, um segurança está ao seu lado.
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desconfiado.
— Tudo bem, mesmo assim, se precisar de algo,
é só me avisar.
— Obrigada.
— E Bree, seja lá no que você se meteu, não
envolva o meu irmão.
— Não se preocupe com isso.
Jason sai, mas deixa uma carga de pensamentos.
Olho em volta e vou para o quarto, me jogando na
cama em seguida, sendo amparada por lágrimas de
constrangimento.
Até que ponto eu cheguei?
Antes disso tudo acontecer, eu era apenas Bree
Earline Hall, professora de ioga em uma pequena
academia no sul da Califórnia. Até que em uma
manhã de domingo, eu acordo com o meu carro,
um Ford 78, herança do meu pai, pegando fogo na
porta da minha casa. Um aviso dos cobradores do
Dylan.
Ele tinha sumido há mais de três meses, o que
não era nenhuma novidade. Mas os caras que
bateram na minha porta também queriam saber
dele, e como eu era a única pessoa que eles sabiam
que Dylan tinha algum tipo de relação, eu fiquei
com a dívida e com as ameaças.
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Terceiro Dia
língua.
Gozo gemendo o seu nome, enquanto ele lambe
cada gota que sai de mim. Sua boca começa a subir
novamente, passando pela minha barriga, lambendo
o meu seio. Até chegar na minha boca, consigo
sentir o meu gosto nos seus lábios.
— Vamos tomar um banho. — Concordo ainda
tonta pelo orgasmo.
Oliver começa a tirar as suas roupas e noto o
quanto está excitado, ele me pega observando e não
fala nada. Noto também os hematomas nas suas
costelas, lembro do meu próprio e um remorso me
atinge quando penso o quanto fui grosseira.
Ele entra na banheira e fecha os olhos
absorvendo o calor da água, logo o seu olhar me
encontra e sua mão estende como um convite. Eu
não nego, entro na banheira e ele me posiciona
sentada, com as costas coladas no seu peito.
Prendo o meu cabelo em um coque alto, em
seguida sinto sua boca tocar os meus ombros e o
pescoço. Gemo com o contato. Oliver leva as mãos
até os meus seios, massageando devagar, seus
dedos me tocando com delicadeza, um jeito
totalmente diferente do que vi no ringue.
As luvas batendo com força no rosto do
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período.
— Tudo bem, quer que eu faça os pedidos?
— Eu agradeço.
— Do que você gosta? — Sento na beirada da
cama e pego um bloco de papel para anotar.
— De você, nua e gemendo.
— Oliver! — Sorrio.
— O quê? Eu não menti. Refaça a sua pergunta.
— Tudo bem. O que você gostaria de comer?
— Hum, pergunta difícil. Que tal me deixar
comer a sua bunda perfeita, Bree?
— Você não está falando isso na frente do seu
irmão, está? — Deus, eu acabei de sair do banho e
sinto que precisarei voltar.
— Você tem vergonha?
Ah, se ele soubesse.
— Você quer falar sobre isso na frente do seu
irmão? — Entro no jogo.
— Não, Jason está no banho. Quando eu digo
que gosto de exclusividade, Bree, é exatamente isso
que eu quero dizer.
— Vamos retomar o assunto do almoço? —
Ouço a sua risada e ele me informa tudo o que
gostaria de comer. A lista é enorme.
Desligo o telefone, e logo em seguida faço o
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Terceiro Round
último relacionamento.
— Cara, eu não sou a pessoa certa para te
responder isso.
— A Helena, era legal, não era? Você gostava
dela.
— Eu amo a Helena, Oliver. — Tento conter o
meu choque diante das palavras dele, amor? Ele
nunca tinha mencionado algo assim.
— Você, tem certeza?
— Eu não sou nenhum adolescente, Oliver, e sim
eu a amo, sempre amei.
— Por que ela foi embora, então?
— O que você quer Oliver? Por que essas
perguntas agora?
— Você nunca tinha me dito que amava a
Helena, eu pensei que era um lance como os outros.
— É a Bree? É por isso que você está fazendo
essas perguntas?
— Eu só estou curioso, ok?!?
— Deixa eu te explicar uma coisa, Oliver. —
Jason senta mais próximo — Mulheres como a
Bree são uma roubada, elas não amam, a não ser o
dinheiro que cai na conta bancária delas. Elas
gostam de prazer, luxo e champanhe.
— Você está falando da Bree ou da Helena? —
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quando a vi.
Sentada na minha cama, ela parecia frágil. Ela
me abraçou e chorou no meu ombro. Por um
momento, eu senti que podia confortar alguém. E
nisso, nos deixamos levar. Eu nem cheguei a tirar a
sua roupa. Transamos em pé, encostados na parede.
Depois desse dia, ela nunca mais falou comigo,
ou voltou na nossa casa.
Jason ainda chegou a dormir na casa dela
algumas noites, até que um dia ela se foi.
Entro na suíte e vejo Bree sentada na cama, ela
está tão distraída que não percebe a minha chegada,
ela está lendo um livro infantil.
— A Bela e a Fera? — falo sentando ao seu lado.
— É a minha história preferida. — Ela fecha o
livro e sorri.
— Eu posso ser a sua fera, se você quiser — digo
puxando a tira do seu roupão.
— Não sei se eu me encaixo no perfil da Bela. —
Ela deita na cama enquanto tiro seu roupão, olho
para o seu corpo nu. Ela é perfeita.
— Não, você é mais que isso, Bree. Você é
magnífica.
— E você, precisa de um banho. — Ela sorri e
me empurra bem no momento que alguém bate na
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nossa porta.
— Você, não pense que vai escapar.
— Estou ao seu dispor… depois que tomar
banho. — Ela fecha o roupão e corre na direção da
porta.
Bree pega a nossa comida enquanto vou para o
banheiro. Estou tão duro que penso em ter algum
tipo de alívio.
— Nem pense em usar as mãos — ela grita
abrindo a porta do banheiro.
— Quem agora lê mentes?
Bree sorri e fecha a porta, continuo o meu banho,
com um único pensamento. Aquela bunda perfeita
vai ser a minha sobremesa.
***
— Eu fico admirada com a quantidade de comida
que você come — ela fala enquanto deixamos os
pratos na mesa.
— Eu sou um lutador, Bree, preciso me
alimentar.
— Você tem alguma nutricionista ou algo do
tipo?
— Em casa, tenho uma grande equipe.
Treinador, nutricionista, personal. Várias pessoas
que trabalham para me deixar pronto para subir em
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um ringue.
— Eles não viajam com você?
— Não, somente quando é alguma viagem longa.
— Entendi.
— Ainda tenho algum tempo, quer fazer alguma
coisa?
— Que tal um filme?
— Contanto que você não me faça assistir
Disney.
Bree sorri e vamos para a cama, aviso o serviço
de quarto que já podem retirar tudo. Olhamos a
seleção de filmes e a garota me surpreende.
— Menina de Ouro? É isso mesmo?
— Claro, eu já vi você lutar, quero ver uma
mulher.
— Posso levar você para ver uma luta entre
mulheres, uma de verdade.
— Vai ter alguma durante o torneio? — Ela
parece interessada, então eu me lembro.
— Não — falo e noto quando ela percebe o que
eu disse.
— Então, é melhor me contentar com o filme.
Bree deita ao meu lado e aperto o play. Mesmo
com uma vontade louca de transar com ela, acho
que estou curtindo esse momento. Ela está com a
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Quarto dia
— Academia?
— Sim, você não consegue dormir, e agora, eu
também não. Vamos correr um pouco, vai nos fazer
bem.
— Vamos lá.
Voltamos para o quarto para trocar de roupa,
pego um top e uma legging, que Liv deixou, um
tênis e estou pronta. Oliver também não demora.
Quando saímos da suíte, ele puxa o capuz do
moletom, escondendo um pouco o rosto. O andar
está vazio, tem apenas um segurança, e acredito
que esse movimento já tenha se tornado um hábito.
— Aqui. Isso vai ajudar durante a corrida. —
Oliver me entrega um Ipod e fones de ouvido.
— Você não vai precisar?
— Eu sempre ando com dois, só espero que curta
as músicas. — Ele pisca e entramos no elevador.
Como previsto, a academia está vazia, o ringue
montado especialmente para o treino de alguns
lutadores, alguns aparelhos de musculação, esteiras
e bicicletas.
— Sabe como se alongar? — Sorrio com a sua
pergunta.
— Olhe e aprenda.
Começo a fazer os movimentos de alongamento,
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velho.
— Ele deve amar muito você.
— Sim, assim como eu o amo. E apesar de tudo,
de todas as merdas que eu já fiz, ele é a minha
única família.
— São apenas vocês dois? — Oliver me ajuda a
descer e caminhamos até as nossas coisas.
— Sim, nossos pais morreram faz três anos.
— Sinto muito.
— Obrigado, mas desde sempre, fomos somente
nós dois. Eu nunca fui o tipo de pessoa que cumpria
regras, horários. Meu pai não me dava os melhores
castigos. — Ele dá um meio sorriso.
— Compreendo.
— Foi em um desses castigos que Jason se
meteu, quase fui parar no hospital e foi ele quem
cuidou dos meus machucados. Desde então, ele é
como a minha consciência, me lembrando dos
meus compromissos, horários, essas coisas.
— Ele parece ser um irmão maravilhoso. —
Oliver pega tudo e saímos da academia.
— Ele é, pena que eu não sou um irmão tão bom
assim. — Ele não me olha e percebo que o assunto
está encerrado.
Na porta da academia, Tray está a postos com
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Quarto Round
deixou à vontade.
Totalmente fora da minha zona de conforto.
Nada disso faz sentido e agora estou tentando achar
uma explicação para toda essa merda.
— Oliver, você prestou atenção em tudo que eu
disse? — a voz irritada do Jason me tira do meu
devaneio.
Já estamos discutindo sobre os novos contratos
há duas horas. Logo após o café da manhã, deixei
Bree no quarto para que ela descansasse e segui
com Jason para a suíte dele.
— Eu confio em você, ok? E realmente não estou
com cabeça para isso agora.
— Oliver, são seus contratos de patrocínio, é o
seu dinheiro. Merda, você está com a cabeça onde?
— Você está feliz? — Jason me encara.
— O que você está falando?
— Eu fiz uma pergunta simples, Jason — falo
irritado.
— Olha, Oliver, eu não sei onde você quer
chegar com essa conversa, muito menos o que você
está pensando. — Jason começa a colocar os papéis
de volta na pasta.
— Eu te fiz uma pergunta. Porra! — Dou um
soco na mesa, mas Jason não esboça nenhuma
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reação.
— Por que você está interessado nisso agora?
— Você é meu irmão, é a única família que eu
tenho. — Levanto e começo andar de um lado para
o outro. — Você age como um maldito pai desde
que tínhamos quinze anos, sempre me ajudando,
me protegendo.
Porra, eu sou o mais velho, eu deveria cuidar de
você. — Minha voz sai mais alta do que o normal.
— Isso não tem nada a ver com idade, Oliver. É
ridículo.
— Você. É. Feliz? — pergunto novamente,
enfatizando cada palavra.
— Não, não agora. Se sou feliz no meu trabalho?
Sim, eu sou. Se sou feliz como irmão? Sim, eu sou.
Mas ainda falta algo Oliver.
— E por que você não vai atrás? — Olho para
Jason, ele levanta da mesa, mas não fala uma
palavra sequer, o seu olhar me diz tudo.
É por minha causa.
Saio da suíte dele batendo a porta. Nós nunca
discutimos antes, pelo menos não dessa forma.
Jason sempre esteve comigo em todos os
momentos, sempre foi o meu companheiro, meu
amigo. Mas eu fui egoísta o suficiente para não
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Falei para ela que não ia jogar, mas que ela poderia
ficar à vontade. Ela me disse que ia jogar cartas, e
confesso que fiquei intrigado.
Às oito da noite, estava saindo do cassino, com
uma Bree sorridente e cinco mil mais rica.
— Você sabe jogar, garota. — Puxo seu corpo e
seguro-a pela cintura.
— Você me deu sorte.
— Sério? — Levanto uma sobrancelha.
— Oliver Willers, treze letras, você é meu pé de
coelho. — Ela dá de ombros, faço as contas
mentalmente, ela está certa, sou o número 13.
— Eu nunca tinha feito essa associação.
— Jura? Nesse caso, Senhor Pé de Coelho, posso
pagar o seu jantar? — Ela abana algumas notas na
minha frente.
— Não será necessário.
— Tem certeza? Esse dinheiro é nosso.
— Não, ele é seu, você ganhou.
— Mas foi você que pagou a minha aposta
inicial.
— Tanto faz, se eu deixar você pagar o jantar,
encerramos o assunto?
Bree sorri e mais uma vez abana as notas na
frente do meu rosto. Ela parece bem mais relaxada
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Quinto dia
— O que é…
— Pelo visto a senhorita está muito bem
acompanhada. — Olho para o dono da voz e todos
os meus pesadelos se materializam.
— Carter!
— Olá, Bree.
— O que você está fazendo aqui? — Carter
afasta a minha perna sem nenhuma gentileza e
senta na espreguiçadeira.
— Verificando como andam os meus negócios. E
pelo visto, eles andam bem. Me diga Bree, já
conseguiu o meu dinheiro?
— Ainda não, Carter, mas eu vou ter no prazo
que você estipulou.
— Está brincando com o playboy famoso? —
Ele aponta para a revista, minha expressão fica
impassível, Liv também não fala nada.
Carter Bennet III é o motivo de toda essa
loucura, é para ele que Dylan deve os cem mil, é
por causa dele que estou aqui hoje.
— Eu já tenho metade da grana, Carter, o resto
no dia combinado.
— Transfira o valor que você tem para essa
conta. — Ele me dá o cartão com algumas
informações anotadas. — E Bree, se você ia se
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Quinto Round
Aproveitando a piscina.
Um homem, que eu nunca tinha visto aqui pelo
hotel, sentou ao seu lado. Ele a tocou, ele quase a
beijou e antes de sair deixou um presente.
E ela pegou a caixa. Naquele momento, percebi
que ela não pertencia a ninguém.
Saí dali furioso comigo mesmo, que porcaria eu
estava pensando? Uma prostituta? Sério?
Hoje eu não rendi no ringue e se não fosse tantos
pontos acumulados nos dias anteriores, eu estaria
fora. Fora da única coisa que me mantém em linha
reta, a única coisa em que sou realmente bom.
Ela não podia foder com a minha concentração
dessa forma.
Ela era uma prostituta, eu tinha que me lembrar
disso. Uma prostituta como a que estou fodendo
agora.
Dinheiro, essa é a palavra-chave.
Quando a mulher goza, ela grita, me chamando
de campeão. Não é o meu nome que sai da sua
boca, não é o som da voz da Bree.
Gozo em seguida, respirando pesado. Eu fodi
como um animal, buscando apenas por libertação.
— Você é o melhor. É um fenômeno, dentro e
fora do ringue.
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Sexto Dia
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Sexto Round
— Obrigada.
Beijo seu rosto e saio para a academia. Grant vai
me fazer suar pelo atraso, mas algo nisso tudo me
faz sorrir, e eu sei o que é. O cheiro dela ainda está
no meu corpo, o som dos seus gemidos na minha
mente e seu gosto na minha boca.
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Sétimo Dia
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Sétimo Round
atraso.
Ela sorri e segura minha mão. Jason não fala
nada quando chego com a Bree ao bar. Ele pega sua
bebida e seguimos para o restaurante do hotel.
Enquanto aguardamos nossas refeições, peço
para o garçom providenciar algum analgésico para
Bree.
Grant se junta a nós após o jantar. Como Bree
ainda está cansada, decidimos continuar com a
reunião na minha suíte. Assim que chegamos, Bree
pede desculpas e vai dormir.
Jason começa a repassar tudo, alguns
patrocinadores novos que ficaram satisfeitos com o
meu desempenho e alguns novos contratos de
publicidade.
— Assim que voltarmos para Seattle, retomamos
a nossa rotina — Jason fala e eu concordo.
— Oliver precisa estar cem por cento para essa
nova etapa, a nova temporada promete render
milhões. O boxe voltou a ser popular por sua causa
— Grant fala apontando na minha direção.
— Ele está ciente disso, sabe que teremos um
ano intenso.
— Eu sei das minhas responsabilidades, não
preciso de babá. — Pego uma garrafa de água que
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Oitavo Dia
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Oitavo Round
sala.
— Tudo bem, vou só tomar uma ducha e
podemos sair.
— Cara, eu pensei que a Bree estivesse cuidando
de você. — Ele olha para o meu pau.
Viro de costas e dou o dedo do meio, escuto sua
risada quando entro no quarto. Bree ainda está no
banho e fico me perguntando se não seria uma boa
ideia uma rapidinha no chuveiro. Não tenho tempo
para decidir, porque Bree sai gritando de dentro do
banheiro, completamente nua e molhada.
— Ai meu Deus. — Ela começa a pular.
— O que foi?
— Uma aranha no banheiro, Oliver. Tem uma
aranha enorme lá dentro.
— Bree começa a esfregar os braços e pernas,
como se a aranha estivesse subindo pelo seu corpo.
— Ai meu Deus, Ai meu Deus, Ai meu Deus. —
Ela continua pulando e eu não consigo conter a
risada.
— O que está acontecendo? Que gritos são
esses? — Jason entra no quarto e se depara com
Bree completamente nua, ainda pulando.
— Uma aranha — digo correndo para pegar uma
toalha.
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derrubá-lo.
— Preciso te contar algo. — Ele se esquiva de
um soco.
— Agora? No meio do treino?
— Sim, já adiei essa conversa demais. —
Levanto os braços em uma posição de defesa.
— Quer parar para conversar? — Jason para de
me golpear.
— Não, acho que você vai querer me bater
depois que souber de tudo.
— Que merda você está falando, Oliver? —
Respiro fundo.
— Eu transei com a Helena. — Jason fica
imóvel, seus olhos abrem em uma expressão de
choque, em seguida, raiva começa a brotar, ele
trava a mandíbula e eu me preparo.
Jab.
Cruzado.
Gancho.
Jason me golpeia como um animal, e eu não
tenho tempo para me defender. Quando Grant
finalmente percebe o que está acontecendo, ele
sobe no ringue e tira meu irmão de cima de mim.
Meu supercílio está partido e meu maxilar dói.
— Você é um merda, Oliver — Jason grita
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Nono Dia
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Nono Round
um pouco atordoada.
— Quero que se vista, preciso levar você a um
lugar.
— São duas da manhã, Oliver!
— Eu sei, desculpe.
Bree sai da cama mal-humorada e vai até o
closet. Lá ela retira um jeans e um moletom. Sem
perguntas ela troca de roupa apenas me
observando.
— Vou apenas lavar o rosto, tudo bem? —
Concordo e aguardo até que ela sai do banheiro.
— Me desculpe por ter passado o dia fora hoje.
— Seguro sua mão e levo até meus lábios. Ela me
olha desconfiada e não faz perguntas.
Bree faz todo o percurso em silêncio, mas ela já
deve ter uma noção para onde estamos indo.
— Oliver, nós podemos entrar aqui?
— Está tudo certo.
Abro a porta do ginásio que foi montado para o
evento, as luzes estão acesas, apenas no centro do
ringue. Do jeito que ordenei.
Quero tê-la no local onde eu mais me sinto à
vontade, onde derrubo todas as minhas angústias e
frustrações.
Quero fodê-la em cima do ringue, ouvi-la gritar o
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Décimo Dia
— Algum problema?
— Sim, ele quer que você vá até a suíte dele,
agora.
— Tudo bem, vou me trocar.
— Eu disse uma hora, Bree, e vou ter essa hora.
Já está tarde e depois do almoço não vou poder
estar com você.
Suas palavras me amolecem, ele deita
novamente, mas dessa vez, me puxando para ficar
por cima do seu corpo.
— Você não cansa? — pergunto sorrindo.
— Não quero sexo — olho desconfiada —,
ainda.
— O que você quer, então?
— Você, desse jeito. Apenas deitada, tendo o
meu corpo como colchão.
— Um pouco duro esse colchão, não acha? —
Cutuco os músculos do seu abdômen com os dedos.
— Mulher, não me tente
— É isso mesmo que você quer? Ficar apenas
assim? — pergunto sem ter certeza realmente do
que ele quer.
— Eu sei que estou pagando para ter sexo com
você, Bree, mas apenas me dê o prazer de ficar
assim, sem pensar que amanhã não vou mais
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almoçar.
— Tudo bem, não demoro.
Saio da cama e vou trocar de roupa, escolho um
vestido justo, elegante e um salto alto e quando
encaro o meu reflexo no espelho, o que vejo é uma
desconhecida. Uma mulher sexy, que está indo
receber por sexo.
Quando saio da suíte, Jason já está à minha
espera. Assim como Oliver, ele olha a minha roupa,
mas não fala nada.
— Como você está? — ele pergunta quando
entramos no seu quarto, ele me direciona até a
mesa de vidro. Lá, uma jarra de suco, dois copos e
um notebook nos aguardam.
— Ansiosa, nervosa. Não sei explicar.
— Hoje é um grande dia para ele.
— Eu sei. — Sento e Jason vai para o outro lado
e se posiciona.
— Aqui estão as credenciais, sua e da sua amiga.
— Obrigada. — Pego o envelope.
— Por nada. Então, vamos ao que interessa? Vou
fazer a transferência do restante do valor, cento e
cinquenta mil.
— O quê? Está errado — falo assustada —
Jason, são só cinquenta mil, não cento e cinquenta.
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mostra o comprovante.
— Se faz você se sentir melhor, Oliver nunca
perguntou quanto você cobrou, ele só sabe que foi
um valor alto por causa de um comentário infeliz
que eu fiz. Me desculpe por isso.
— Está tudo bem. — Sou sincera.
— Você é uma boa pessoa, Bree, espero que seja
feliz.
— Eu também espero.
— Vai se despedir dele, não vai?
— Eu não sei ainda.
— Se aceita um conselho, se despeça. Oliver não
vai te perdoar se você for sem falar com ele.
— Eu vou pensar sobre isso, Jason. Muito
obrigada por tudo, vocês foram muito gentis
comigo.
— Você mereceu. Agora vá, não quero meu
irmão batendo aqui e arrastando você de volta para
o quarto.
Jason sorri e nos despedimos. Saio do quarto sem
o peso enorme nas costas. Minha dívida estará paga
e todos estaremos seguros.
Valeu a pena.
****
Liv chega logo após o almoço, minha amiga
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com ele.
— Você me espera aqui? — pergunto para Liv
que concorda. Deixo minha amiga com Ryan e vou
encontrá-lo.
O caminho até o vestiário parece interminável.
Muitas pessoas tentando se locomover, e estar
usando um longo e saltos não facilita a minha vida.
— Eu posso entrar? — pergunto para Tray que
está na porta.
— Pode, senhorita. — Ele abre a porta e entro.
Oliver está sentado em um banco, olhando
fixamente para as suas mãos.
Jason está no canto conversando com Grant. Eu
não preciso falar, ele pressente a minha presença e
seus olhos me encontram.
— Estava esperando você. — Ele estica a mão
me convidando.
— É um pouco difícil chegar até aqui com esse
vestido. — Aponto para o longo.
— Você está linda. — Oliver me olha da cabeça
aos pés. — Absolutamente fabulosa, Bree.
— Obrigada. E você, como está? — Toco seu
rosto com a mão. — Está gelado, nervoso?
— Um pouco — ele confessa.
— Posso te ajudar a relaxar?
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Décimo Round
— E o pai dela?
— Vamos tomar um café. — Bree me leva até a
cozinha, sento à mesa e em seguida ela serve duas
canecas generosas com café.
— Caneca rosa? — Mostro a que ela me
entregou sorrindo.
— É uma casa de meninas. — Ela dá de ombros.
Bree começa a me contar tudo, o motivo de ir
naquele evento em Vegas.
Ela me explica sobre Dylan e sobre a sua morte.
Não consigo sentir pena, o que sinto é alívio em
saber que ela não está presa a ninguém.
— Então, meu irmão sabia disso tudo?
— Sabia, eu contei quando ele tentou transferir
uma quantia maior do que o acordado, eu não
precisava de mais.
— Ele me disse que você não havia aceitado,
mas não me contou o motivo.
— Jason é um bom homem, e vocês como estão?
— Um pouco distantes, mas estamos bem.
— Fico feliz por vocês. — Ela sorri. Deixo
minha caneca na mesa e levanto, ela acompanha
meu movimento.
— Então, Senhorita Hall, que tal começarmos
novamente? Eu sou Oliver Willers. — Estendo a
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mão.
— Bree Hall. — Nós nos cumprimentamos com
um sorriso.
— Eu amo você, Bree — digo olhando em seus
olhos, com cuidado, coloco uma mecha atrás da sua
orelha.
— Você me ama? — ela pergunta incrédula.
— Sim, eu amo. — Puxo seu corpo para junto do
meu — E não venha me dizer que não posso falar
isso. Um ano, Bree e eu ainda sinto a mesma coisa
de quando vi você pela primeira vez.
— O que você sentiu? — ela diz ofegante,
segurando os meus braços.
— Um vencedor, era assim que vivia. Uma
trajetória marcada por regras, por uma rotina
milimetricamente programada. Uma noite, tudo
mudou. Desejo, tesão, uma vontade incontrolável
de rasgar seu vestido.
Sexo, era apena nisso que eu pensava. Mas você,
Bree, conseguiu virar o jogo, Las Vegas foi o nosso
cenário, ganhamos o mundo e agora, você aceita
ser o meu último desafio?
Bree sorri, seus olhos cheios de lágrimas
contrastam com seu sorriso, eu sei que são lágrimas
de felicidade, e eu sei que nesse round eu saí
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campeão.
Beijo sua boca e ela não resiste. E pela primeira
vez, sinto que estou beijando a verdadeira Bree, a
mulher que me nocauteou.
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Epílogo
Sky
reconfortante.
— Um pouco.
— Sabe que pode desistir se quiser, não precisa
provar nada para ninguém, Sky.
— Mamãe, não estou tentando provar nada,
apenas é o que eu quero e lutei muito para chegar
até aqui.
— Além do mais, ela é uma Willers, e nós não
desistimos. — Vejo meu pai se aproximar e sorrio
com as suas palavras — Tudo bem com você? —
Ele beija minha testa, puxando minha mãe pela
cintura.
Oliver Willers ainda é tão imponente quanto na
época em que lutava, ele é meu treinador, meu pai e
meu porto seguro.
— Agora acho que vou ficar.
— Você vai ser incrível lá em cima. — Ele me
abraça.
— Espero que sim — falo baixo, sem estar
totalmente certa.
— Espero que você esteja certo, Oliver, ou mato
você — minha mãe fala apontando o dedo na
direção dele, que apenas sorri.
— Eu ensinei essa pestinha a andar de bicicleta,
Bree, eu espantei o primeiro fedelho que tentou se
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tatuagem.
Veni, Vidi, Vici.
A mesma frase que nossos pais têm tatuada,
significa vim, vi, venci, eu sempre amei essa frase.
A do Jace é pequena, no pulso esquerdo.
— Gostei da tatuagem — digo quando ele
termina de enrolar as bandagens, ele apenas sorri e
sem falar mais nada, nos levantamos e ele me
acompanha até a saída.
Meu pai está me esperando, como meu treinador
ele vai me levar até o ringue, o local está lotado.
Vou em busca do que é meu, o cinturão do Peso
Pena.
— Não vai me desejar sorte? — grito quando
Jace se afasta. Ele para e vira para me olhar.
— Você já nasceu com ela, Sky.
Seu sorriso preenche meu peito de uma forma
assustadoramente boa.
— Um pirralho, é? Sei.
— Papai?!
Sorrimos e quando escuto o meu nome ser
anunciado, respiro fundo e volto a me concentrar,
volto a ser o que fui treinada para me tornar.
Uma campeã.
Uma máquina de lutar.
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Fim.
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