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PROGRAMA DE SEMINARIOS E CASOS PRATICOS 1SEMESTRE 1* AULA. Apresentagio da disciplina, Apresentacio dos monitores. Metodologia de ensino avaliagio, Divisio dos grupos. 2* AULA. Conceito de Direito. TEXTO: ALEXY, Robert, Conceito e validade do direito, tradugao de Gercilia Batista de Oliveira Mendes, Sto Paulo, Martins Fontes, 2011, ps. 33.442. CASO PRATICO: 0 CASO DO TRIBUNAL DE NUREMBERG Uma das Leis de Nuremberg (Wiirnberger Gesetze), a Lei de protegfo do sangue ¢ honra alemées, de 15 de setembro de 1935 (Geser2 zum Schutze des deutschen Blutes und der deutschen Ehre), de carater antissemita, conferin legalidade & perseguico a0s judeus, no periodo da Alemanha nazista. O julgamento que se estabelece pelas forgas aliadas, a0 final de 2, Guerra Mundial, para apurar os crimes nazistas, se realiza na cidade de ‘Nuremberg, na Alemanha, ¢ fica conhecido como o Tribunal de Nuremberg. Sdo julgados perante o Tribunal 24 indiciados, entre eles, Rudolf Hess, Erich Raeder, Hermann Goering, Wilhelm Keitel, Julius Streicher, Wilhelm Frick, além de outras liderancas nazistes. As acusagdes que pendem contra o$ indiviados giram em toro do cconceito de “crimes contra @ humanidade”, que vieram a ser rexulamentados através do Acordo de Londres, de 08 de agosto de 1945, responsével pela propria criagio do Tribunal de Nuremberg, nos termos do art. 6, "O Tribunal instituido pelo Acordo mencionado no Artigo | acima, para julgameato ¢ punicio des principais criminosos de guerra dos paises do Eixo Europeu, & competente para julgar punir pessoas que, agindo no interesse dos paises do Eixo Europeu tenham cometide, quer a titulo individual ou como membros de organizagées, algum dos seguintes crimes: ©} Crimes contra a Humanidade: nomeadamente, assassinio, exterminio, redueSo a escravatura, deportagio ou ‘outros atos desumanos cometidos contra qualquer populace civil, antes ou durante a guerra; ou perseguigdes por motives politicas, raciais ou religiosos, quando estes atos ou perseguigdes so cometidos ou esto relacionados com qualquer crime abrangido pela competéncia deste Tribunal, quer violem ou no o direite interno do pats onde foram perpetrados” As acusagdes, no enlanto, carecem de provas e de fundamentagao, perante 0 Tribunal Militar Internacional. Para esta tarefa, foram designados Robert H. Jackson (Estados Unidas), Frangois de Menthon (Franga), Roman A. Rudenko (Unit Soviética) e Sir Hartley Shawerass (Gra-Bretanha) Discuta 0 conceito de Direito, considerando-se, perante a situaco de acusagSo, defesa e julgamento do Tribunal de Niremberg, nas posigdes de: 1. Robert H. Jackson, e adote a Teoria de Immanuel Kant sobre © conceit de Direito, e os crimes contra a ‘humanidade, apontando a violagao da dignidade da pessoa; 2. Frangois de Menthon, ¢ adote a Teotia de Jurgen Habermas sobre o conceito de Dirvito, 0s crimes contra a humanidade, apontando os limites do positivismo juridico, eee REE ONT ROBERT ALEXY CONCEITO E VALIDADE DO DIREITO f Be i a e g g 2 E Picabaintes => INCEITO E VALIDADE DO DIREITO isso, também se poderia falar de uma “conexdo ideal” em vez de “qualificado1 2.5 CombinacSes disting5es expostas, ou seja, entre um con- 0 isento de validade e outro nao isento de validade, entre norma e procedimento, entre observador @ participante e entre conexdes clas cadores, ha que se acresc tada, entre um coritexto cor iecessiirio e outro nationmente necessério. Completa-se, assim, o quadro conceitual. Ele tora claro que, com a tese de que existe uma relagao necesséria entre direito e moral, pode-se ueter dizer coisas muito diversas. Dentro desse quadro ssiveis 32 combinagdes das caracteristicas conti- das nas cinco distingdes. Para cada combinasao & possi- vel formular tanto a tese de que existe uma relagdo ne cesséria quanto a de que ela nao existe. Sendo assi ao todo 64 teses, No entanto, entre essas 64 teorias exis- tem, sem ctivida, algumas relagdes implicativas, de modo que a verdade ou a falsidade de algumas das teses impli- caa verdade ou a falsidade de autzas, Além disso, é pos- sivel que algumas combinacdes seam conceitualmente impossiveis. Todavia, isso nfo muda em nada a nogo fundamental de que na polémica sobre as relagdes ne~ cessérias entre direito e moral hd uma pluralidade de afirmagées distintas. Uma explicagdo para a auséncia de resultados nessa polémica seria o fato de seus partici- pantes muitas vezes ndo reconhecerem que a tese que defendem é totalmente diferente da que atacam, de modo que acabam travando discursos paralelos. Essa explica- is plausibilidade quando se conside- ‘ingGes aqui apresentadas, é © CONCEITO De DiRerTO 33 posstvel conceber outras, de maneira que a quantidade de feses possiveis poderia exceder 64. ‘Aqui, a pluralidade das teses jé foi reduzida num as- pecto: parte-se de um concelto de direito que inclu devalidade, Outra simy seria produzi- da ao se colocar uma distingao em primeiro plano: aque- la existente entre a perspectiva do observador, ou o pon- to de vista externo, e a perspectiva do participante, ou 0 ponto de vista interno. As outras distingSes encontram aplicago no ambito dessa dicotomia. Por conseguinte, trata-se de saber qual tese é correta, se ada separagio ou a da vinculacio, partindo-se da perspectiva do observa~ dor ou daquela do participante, 3. A PERSPECTIVA DO OBSERVADOR O problema do positivismo juridico é discutido, na maioria das vezes, como problema de uma conexao clas- sificadora entre direito e moral. Deseje-se saber se uma inftagéo contra um critério moral qualquer subtrai das normas de um sistema normativo o caréter de normas juridicas ou de todo o sistema normativo o cardter de sistema juridico. Quem pretende responder afirmativa~ mente a essa questo precisa mostrar que o cardter juri- dico de normas ou de sistemas normativos perde-se quando se ultrapassa determinado limiar da injustica ou da iniquidade. Justamente essa tese da perda da qualida- de juridica, quando se ultrapassa um limiar da injustiga — independentemente de como ela é determinada — é de- signada como “argumento da injustign”™. Este tltimo nio é 125,CER Devieg, 1992, p99. Outros designagGes slo argumento da rani argumento da kx corupla argumento da perversio eargumento doo: ‘altar

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