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I – EMENTA
Teoria geral dos contratos: noção geral. Classificação dos contratos. Formação,
relação e extinção contratual. Contratos em espécie, contratos típicos de Direito
Civil.
Unidade III - Classificação dos contratos: 1. Classificação dos contratos. 2. Outros contratos: Contrato
consigo mesmo, Contrato em favor de terceiro, promessa de fato de terceiro e contrato com pessoa a
declarar.
Unidade VI – Contratos em Espécie 1. Compra e venda, tipos especiais e pactos adjetos. 2. Contrato
estimatório. 3. Alienação fiduciária. 4. troca. 5. Doação. 6. Locação de coisas. 7. Locação imobiliária
urbana: 7.1. locação residencial, 7.2. locação comercial, 7.3. Outras locações (especiais e shopping
center). 8. Empréstimo: 8.1. Comodato, 8.2. Mútuo. 9. prestação de serviço. 10 Empreitada: 10.1.
empreitada de labor, 10.2. empreitada total. 11. Mandato: 11.1. mandato comum, 11.2. mandato judicial.
12. Comissão. 13 Agência. 14. Distribuição. 15. Corretagem. 16. Transporte: 16.1. transporte de pessoas,
16.2. transporte de coisas. 17. Seguro: 17.1. seguro de dano. 17.2. seguro de pessoa. 18. Constituição de
renda. 19. Fiança. 20. Transação. 21. Compromisso. 22. Condomínio imobiliário.
2. HISTÓRIA:
ANTES ainda, Idade Média, Absolutismo. Economia Rural ou Guerra,
desigualdade fundamental, guerra de todos contra todos. BURGOS – hansas e
guildas, nova classe, riqueza urbana, a burguesia.
1
“A adjetivação atribuída ao direito civil, que se diz constitucionalizado, socializado, despatrimonializado, se
por um lado quer demonstrar, apenas e tão-somente, a necessidade de sua inserção no tecido normativo
constitucional [...], por outro lado poderia parecer desnecessária é até errônea. [...] os adjetivos não poderão
significar a superposição de elementos exógenos do direito público sobre conceitos estratificados, mas uma
interpenetração do direito público e privado, de tal maneira a se reelaborar a dogmática do direito civil. Trata-
se, em uma palavra, de estabelecer novos parâmetros para a definição de ordem pública, relendo o direitos civil
à luz da Constituição, de maneira a privilegiar, insista-se ainda uma vez, os valores não-patrimoniais e, em
particular, a dignidade da pessoa humana”. (TEPEDINO, 2004, p. 22).
inadequada a formulação de qualquer privatização do direito público ou publicização
do direito privado2.
Aqui se prefere adotar a referência a uma socialização3 que abarcaria os dois
fenômenos aparentemente antagônicos em uma única tendência, ao menos na
leitura civil-constitucional4, de superação dos interesses privados (Direito Civil) ou
públicos (Direito Administrativo) e marca uma verdadeira superação perante a
dicotomia conceitual novecentista (maniqueísta), uma vez que a realidade do
ordenamento jurídico permitiria apenas uma identificação mais por critérios
quantitativos, predominância do interesse em eventual balanceamento, do que
qualificativos (autonomia privada versus legalidade estrita), dos institutos como de
direito privado ou de direito público.
É mais importante ainda o reconhecimento do estudo do direito como um
sistema realmente unitário que permite desenvolver mecanismos mais abrangentes
e completos de solução dos problemas reais que cubram todos os aspectos da vida
que são afetados pelo caso concreto, afinal, a realidade não é estanque e não se
presta a “molduras”, e contenções, ou classificações dotadas de intensa
artificialidade e pretensa neutralidade (inexistente).
Não é possível mais tratar de contratos administrativos com prestadores de
serviço público de massa, grandes fusões de empresa, definições de política
previdenciária e trabalhista, legalização do aborto, porte de armas, casamento e
adoção homoafetiva, descriminalização do consumo da maconha, censura a
imprensa, liberação das biografias não autorizadas, reparação civil de
desaparecidos políticos, regras sobre adoção internacional, adoção de políticas
afirmativas etc., como inerentes apenas à esfera privada ou pública, uma vez que,
obviamente, todas estas questões impactam na esfera pública e privada das
pessoas e tem como fundamento decisório a anteposição de interesses sociais, ou
função social, aos interesses privados e mesmo públicos da política de Estado.
Nesse sentido não interessando como se apresentem os direitos humanos
fundamentais: tanto na forma dos direitos da personalidade, em sentido mais estrito,
quanto no das liberdades públicas5 ou direitos humanos internacionais6. As regras,
2
“Por fim, o último preconceito a ser abandonado nessa tentativa de reunificação do Direito Civil à luz da
Constituição relaciona-se à summa diviso do direito público e do direito privado. A interpenetração do direito
público e do direito privado caracteriza a sociedade contemporânea, significando uma alteração profunda nas
relações entre o cidadão e o Estado. [...] A intervenção direta do Estado nas relações de direito privado, por outro
lado, não significa um agigantamento do direito público, em detrimento do direito civil que, desta forma, perderia
espaço, como temem alguns. Muito ao contrário, a perspectiva de interpenetração civil-constitucional permite que
sejam revigorados os institutos de direito civil, muitos deles defasados da realidade contemporânea e, por isso,
relegados ao esquecimento e à ineficácia, repotencializando-os, de molde a torná-los compatíveis com as
demandas sociais e econômicas da sociedade atual” (TEPEDINO, 2004, p. 19 e 21).
3
PERLINGIERI; e, FEMIA, 2000, p. 40-42. No Brasil também encontramos quem faça referência à
superação do binômio privatização-publicização pela carga axiológica dos princípios constitucionais
(MORAES, 2003, p. 107 e ss.).
4
“A tendência contemporânea é o abandono dessas concepções abstratas e genéricas, e isso também se
mostra apenas em relação aos que são titulares de direito, como também em relação àquilo que pode se o
objeto dessa titularidade” (FACHIN, 2000, p. 88).
5
Contrariamente se manifesta a doutrina de Roberto Senise Lisboa, que compreende nos direitos da
personalidade aspecto positivo e nas liberdades públicas aspecto negativo na sua exigibilidade judicial em
concreto (LISBOA, 2009, p. 166; da mesma forma, FARIAS; e, ROSENVALD, 2011, p. 158).
Ironicamente são estes mesmos últimos autores que reconhecem a necessidade da superação da dicotomia
direito privado e direito público: “A partir do novo contorno dogmático desenhado através dos novos
valores e matizes constitucionais, é fácil depreender os direitos da personalidade como construção
princípios, e valores7 que têm como objeto a promoção da pessoa humana são
dotados de aspectos negativos e determinam limitações e abstenções, mas
também positivos posto que determinam deveres de conduta e obrigações de agir
na busca do objetivo traçado.
Uma vez que se reconheça a dignidade da pessoa humana como princípio-
valor de forma expressa e como fundamento do próprio Estado Democrático de
Direito Constitucional, todas as normas derivadas desse mesmo princípio-valor
devem ser reconhecidas em sua eficácia plena vertical (perante o poder público) e
horizontal (perante os entes privados) 8.
Assim se quer reconhecer uma eficácia plena para os direitos humanos
fundamentais sejam eles expressa e tipificadamente previstos na lei constitucional
ou infraconstitucional, caso dos direitos da personalidade, sejam eles implicitamente
reconhecidos na forma de princípios-valores presentes apenas na legislação
internacional quando devidamente integrados ao ordenamento jurídico nacional
p.ex. Pacto Internacional de Direitos Humanos de São José da Costa Rica.
FATORES DE MUDANÇA:
1. CRASH DA BOLSA DE NOVA IORQUE DE 1929 – decadência do
modelo de Estado Liberal atuação do dirigismo contratual, o Estado do
Bem Estar Social, o intervencionismo;
2. HORRORES PRODUZIDOS PELA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL –
necessidade de admissão de uma ética social que se imponha ao direito
positivo permitindo a adoção de uma tábua axiológica fundamental que
atenda os direitos humanos fundamentais e evite eventuais retrocessos,
daí a importância do Judiciário no controle da constitucionalidade como
força contramajoritária capaz de resguardar as conquistas fundamentais
e o projeto de futuro constitucional contra eventuais maiorias (guardador
das promessas fundamentais);
3. TRANSIÇÃO DE UMA SOCIEDADE INDUSTRIAL PARA UMA
SOCIEDADE DE CONSUMO DE MASSA – com a crescente
normativa que reconhece proteção avançada da pessoa. Com esta perspectiva, os direitos da personalidade
– ultrapassando a setorial distinção emanada da histórica dicotomia direito público e privado – derivam da
própria dignidade reconhecida à pessoa humana para tutelar os valores mais significativos do indivíduo,
seja perante outras pessoas, seja em relação ao poder público”. (FARIAS; e, ROSENVALD, 2011, p.
150).
6
“os direitos humanos são, em princípio, os mesmos da personalidade; mas deve-se entender que quando
se fala dos direitos humanos, referimo-nos aos direitos essenciais do indivíduo em relação ao direito
público [...]. Quando examinamos os chamados direitos da personalidade, sem dúvida nos encontramos
diante dos mesmos direitos, porém sob o ângulo do direito privado, ou seja, relações entre particulares,
devendo-se, pois defendê-los frente aos atentados perpetrados por outras pessoas” (Fabio De Mattia,
1979, p. 150; apud TEPEDINO, 2004, p. 33; também em AZEVEDO, 2011, p. 194 e ss.).
7
“[...] nos países dotados de constituições normativas que protegem direitos humanos, a moral racional foi trazida
para o interior do Direito positivo e posta no seu patamar hierárquico mais elevado. [...] pode-se dizer que a
constitucionalização dos direitos humanos, ao incorporar à ‘regra do reconhecimento’ do ordenamento, no sentido
de Herbert Hart, princípios dotados de forte conteúdo moral, assegurou, no mínimo, uma ligação contingente entre
essas esferas” (SARMENTO, 2010, p. 172; HART, 2001, p. 182).
8
Sobre o tema, dentre outros, Daniel Sarmento: “[...] a constitucionalização do Direito vai desafiar antigas
fronteiras como Direito Público/Direito Privado e Estado/sociedade civil. Isto porque, numa ordem
jurídica constitucionalizada, a Constituição não é apenas a lei fundamental do Estado. Ela é a lei
fundamental do Estado e da sociedade. Nenhum ramo do Direito escapa às suas malhas” (SARMENTO,
2010, p. 177; também, 2004, p. 223 e ss.).
despersonalização e maior complexidade das relações privadas,
atividade econômica em larga escala e mundializada, multiplicação dos
recursos informáticos e domínio sobre o tempo. Relações negociais
cada vez mais ASSIMÉTRICAS.
3. PRINCÍPIOS CONTRATUAIS:
Obrigações póscontratuais:
Arts. 32 e 70, do CDC (manutenção de peças de reposição originais e
novas);
39, VII, do CDC (vedação a divulgação de ato de exigência do
consumidor);
42, do CDC (vedação a cobrança vexatória);
43 e 72, do CDC, (direito a consulta e correção dos dados do
consumidor);
súmulas 323 e 359, do STJ (exigência na negativação do crédito só
após notificação prévia e manutenção por no máximo 5 anos);
290 (* exceção: 35, da L. 9.514/97), 394, 397, 408, e 525, do CC; 2º, &
2º do D. L. 911/1969; 26, & 1º, da L. 9.514/97; súmulas 72 e 245 do STJ;
867 ao 873, do CPC (direito a notificação prévia para constituição em
mora – transformação da obrigação em líquida e certa -, de cobrança e
rescisão contratual);
319, 320, 335, I, do CC; 25, da L. 9.514/97; 477, da CLT, (direito a
quitação regular da dívida retenção alternativa na falta da mesma);
322, 323 e 324, do CC, (Presunção do pagamento das parcelas
anteriores, da integralidade com acessórios – juros -, e pela transmissão
do título em favor do devedor);
315, 316, e 395, do CC; 39, X e XI, 40, 41, 51, X, e 52, do CDC
(ilegalidade da falta de orçamento e alteração posterior de preço ou
utilização de índice ilegal de correção ou fora da tabela oficial – EX:
locação imobiliária que só permite reajuste anual e conforme índices
preestabelecidos: L. 8.880/94; Plano Real – MP 1.540/97, e L.
10.192/2001);
42, p. ú., do CDC; e 876 ao 883, do CC; (direito a repetição do pago
indevidamente);
52, & 2º, do CDC; e 401, do CC (direito a amortização da dívida);
51, II, e 53, do CDC, e 525 e 527, do CC, (em alienações fiduciárias,
compras financiadas, vedação a perda total das parcelas pagas,
ressalvado o direito do vendedor descontar depreciação e usufruto do
bem)
3 – PRINCÍPIO DA JUSTIÇA CONTRATUAL: Pode ser resumido na máxima:
alterum num laedere, suum cuique tribuere, ou dar a cada um o que é seu (art.
51, § 4o. CDC). Até a Era Moderna: “quem diz contrato diz justo” (Foillé),
justiça formal. Juiz deve interferir eqüitativamente (art. 127 do CPC), e tem
poder para corrigir a comutatividade, informada pelo padrão do mercado, no
caso de desproporção da prestação.
Defende um equilíbrio razoável das prestações contratuais, garantidor
do justo e eqüitativo, no novo CC sua aplicação vai dar origem a duas novas
figuras de vícios da vontade ESTADO DE PERIGO (art. 156) e LESÃO (art.
157).
Limite ao valor da cláusula penal – art. 920 do CC.
Princípio da vulnerabilidade – art. 4o, I do CDC.
Limite contra a usura – arts. 51, §§ 1o e 2o do CDC, 9o, do Dec.
22.626/33; art. 11, f, do D. L. 58/37; art. 26, V da L. 6.766/79; art. 192, § 3 o da
CRFB/88.
É também o princípio informador da TEORIA DA IMPREVISÃO –
Cláusula rebus sic stantibus ou da excessiva onerosidade, e da Teoria da Base
Objetiva do Negócio, que pode ser encontrada em vários preceitos legais de
direito material e processual: arts. 6o, V e 51, IV, § 1o, III, e §§ 2º e 4º do CDC;
471, I, do CPC; 19, 68, 69 e 70 da L. 8.245/91; 478, 479 e 480, do CC; 131, V
do CCom.; 13 e 15 da L. 5.478/68 c/c, 401 CC/16 e 602, § 3 o do CPC (dívidas
alimentícias).
II – FORMAÇÃO DO CONTRATO
Qualquer ato jurídico tem que atender a três níveis, conforme Antônio
Junqueira de Azevedo, EXISTÊNCIA, VALIDADE e EFICÁCIA:
1. EXISTÊNCIA – ELEMENTOS:
2. VALIDADE
3.1. CONSENSO
Diferente dos requisitos anteriores é específico apenas para o negócio
jurídico (os demais são também requisitos do ato jurídico, que é unilateral). O
art 212 do CC traduz a idéia das provas que podem ser utilizadas nos contratos
meramente consensuais para comprovar sua existência.
O CONSENSO se forma pela convergência de duas ou maisvontades,
se compondo no mínimo de uma PROPOSTA e uma ACEITAÇÃO, mesmo que
venha da mesma pessoa (AUTOCONTRATO, proibido: art. 497 do CC) terá
que haver duas partes contratantes.
11 – QUANTO AO OFERECIMENTO
A. ABERTOS: Admite a possibilidade de outras pessoas virem a integrá-
lo, ou seja, é oferecido a um número indeterminado, ou determinado no seu
limite, de pessoas que aderem as suas condições.
É um tipo especial de contrato de adesão que pode ser limitado a um
grupo de pessoas específicas (EX: associação a sindicato profissional), ou a
qualquer pessoa (EX: associação a partido político, ou a uma sociedade
anônima).
B. NÃO ABERTO: é dirigido à pessoa (s) determinada (s), podendo ser
de adesão ou negociados.
Na verdade tal classificação perde sentido na medida em que qualquer
que seja o contrato há um mínimo de requisitos para se contratar.
13 – OUTROS TIPOS
A. AUTO CONTRATO, ou CONTRATO CONSIGO MESMO: É negócio
sujeito à declaração de anulabilidade, só admitindo-se sua legalidade nos
casos de expressa previsão legal permissiva (art. 117 do CC): Apesar da
denominação não há apenas uma parte, tal fato criaria uma figura esdrúxula já
que o contrato pressupõe ao menos duas vontades, o que ocorre é a confusão
da parte proponente e aceitante na mesma pessoa.
É o contrato que se estabelece entre o representante em substituição ao
representado e esta mesma pessoa manifestando vontade própria, p.ex.:
dentro de um contrato estimatório em que o consignatário-vendedor consome o
próprio produto de venda do consignante (art. 535 do CC); ou contrato de
mandato para venda de imóvel em que se estipula as condições da operação e
o representante resolve aceitar a proposta previamente definida pelo
representado (art. 653 do CC).
Dado o risco do abuso é hipótese muitas vezes negada, e aceita apenas
quando os requisitos restritos de validade são observados como oferta pública
por meio de contrato de adesão cujos requisitos sejam claros e acessíveis,
caso em que o próprio representante poderá também aderir (O. Gomes).
PROIBIDO: Pais, arts. 1.691 e 1.692, do CC; Tutor art. 1.749, I, do CC; e
Curador art. 1.733, & 2º, e 1.781, do CC.
1. CONSUMIDOR
2. FORNECEDOR
O CDC não exige como o CC que o vício seja oculto, ou seja, que o vício
seja redibitório, que é aquele que um mero exame perfunctório (uma rápida
análise) teria notado de imediato, nem que seja incomum ou relativo a vícios
especiais. O CDC estipula dois tipos de vícios:
1 – De qualidade: que se relaciona com uma característica intrínseca, ou
ao fim específico do produto (arts. 18, § 6o, I, II e III, 20, 23 e 24 do CDC), ou,
de forma equivalente, DEFEITO DE SERVIÇO (art. 20 do CDC);
2 – De quantidade: Que se relaciona com o peso, medida ou número de
itens exigível ao produto (art. 19 CDC). Lembrando que se houver anúncio do
mesmo vai haver obrigação (art. 30 CDC).
A boa-fé do fornecedor não o exime em ambos os casos de vício de
responder pelo defeito: No caso do CC só haverá dever de reparar se estiver
comprovada a má-fé do fornecedor, além de sofrer com a condenação das
Ações Edilícias terá que pagar pelas perdas e danos decorrentes, (arts. 443, do
CC); já pelo CDC o desconhecimento do vício não exime o fornecedor do dever
de reparar, por força da aplicação do princípio da boa-fé objetiva art. 23 e 24 do
CDC.
AÇÕES EDILÍCIAS
1 – AÇÃO REDIBITÓRIA: É o procedimento pelo qual se resolve (resolução) o
contrato voltando as partes ao status quo ante, recebendo o comprador o que
pagou mais a correção monetária do período (arts. 18, & 1 o, II, 19, IV, 20, II, e
51, II do CDC / 1.103 c/c 1.059 do CC). EXCEÇÃO: no caso do defeito ser em
um de vários produtos alienados, a decisão será meramente parcial (art. 503
do CC);
2 – AÇÃO ESTIMATÓRIA: Também denominada quanti minoris, ou
popularmente abatimento no preço. É o procedimento legal para se obter um
desconto no preço considerando-se o defeito do produto ou serviço (arts. 402
CC / 18, § 1o, III; 19, I; 20, III do CDC).
OUTRAS SOLUÇÕES:
Além das ações edilícias é possível ao consumidor lesado requerer:
Nas obrigações de dar (produto): TROCA DA PARTE DEFEITUOSA, ou
CONSERTO, considerada medida prévia que deve ser tomada até o prazo
máximo de 30 dias (art. 18, caput, do CDC); SUBSTITUIÇÃO do produto por
outro essencialmente idêntico ao que tinha em conta na sua expectativa (arts.
18, I; 19, III do CDC); OU substituição por diverso ressalvada eventual
complementação ou restituição (art. 18, § 4o CDC).
Nas obrigações de fazer (serviço): REEXECUÇÃO do serviço, pelo
próprio prestador ou por outro, também contendo as mesmas características do
comprometido quando possível (decisão do juiz), art. 20, I do CDC;
No caso específico de VÍCIO de QUANTIDADE de produto:
COMPLEMENTAÇÃO da parte faltante (art. 19, II CDC).
VIII – EVICÇÃO
REQUISITOS:
1 - É efeito específico dos contratos onerosos, pois nestes é implícita a
garantia CONTRA A EVICÇÃO (arts. 447 e 448 do CC). Nos contratos gratuitos
domina o entendimento de que não ocorre diminuição patrimonial (O. Gomes).
EX.: arts. 1.939 e 552 do CC.
Porém: art. 285 CC/16 -> Mesmo o contrato gratuito, se for de má-fé
deverá pagar indenização (sobre o que? Que ganho? Enriquecimento sem
causa). Há perdas para o evicto quando ele gasta com manutenção de bem e
benfeitorias eventuais que faça sobre a coisa doada.
Portanto a evicção não é exclusiva dos contratos onerosos, apenas
nestes é presumida.
2 – A evicção também é considerada por grande parte da doutrina como
só efetiva se decorrer de sentença judicial transitada em julgado (arts. 1.117, I,
do CC/16 e 447 do CC).
A doutrina e a jurisprudência (H. Theodoro Jr. e STJ), interpretam
ampliativamente o dispositivo, admitindo para atos de autoridade pública
irresistível (ex: apreensão policial de produto de furto ou roubo).
Também é possível alegar evicção quando o bem estava sujeito à
condição resolutiva desconhecida do adquirente (O. Gomes).
3 – O art. 456 do CC, estipula como requisito para o evicto recuperar
suas perdas, ter no mesmo processo em que se requer a coisa DENUNCIADO
À LIDE o alienante para que este apresente provas de sua anterior titularidade
(art. 70, I, e 76 do CPC).
Embora parte da doutrina C. Mário, S. Rodrigues, etc. denomine de
CHAMAMENTO À AUTORIA por ser assim chamado tal instituto no CPC
antigo.
Porém, a doutrina e jurisprudência (STF) admitem exceções à regra
quando o desapossamento foi tão súbito que o evicto não teve oportunidade de
denunciar à lide o alienante.
O requisito se justifica por se entender como medida de economia
processual, na mesma sentença se executam as perdas do evicto, e garantia
da devia defesa, pois o alienante deve poder se defender do alegado, pelo
evincente, e também não poderia sofrer os efeitos por uma acusação na qual
não teve oportunidade de se defender.
4 – Há necessidade que o direito alegado pelo evincente seja anterior ao
do evicto do contrário este último não sofrerá perda do bem tendo em vista ter
melhor direito que o outro.
5 – Também não se opera a evicção se houver previsão contratual
expressa, e devida informação e assunção do riscos, no sentido de excluir a
garantia contra a evicção (arts. 448, 449 e 457 do CC), p.ex.: compra e venda
de POSSE imobiliária (art. 1.243 do CC).
Tal cláusula vai ser desconsiderada nos contatos de consumo (art. 25
CDC), desde que o contrato não seja estipulado de má-fé, por nessa situação
configurar dolo (art. 147 do CC), e mesmo nos contratos civis comuns no caso
de mera previsão contratual sem comprovação da especial assunção de tal
risco pelo comprador-evicto (art. 449 do CC).
Independente da cláusula de exclusão da garantia contra a evicção, o
alienante tem o dever de restituir o valor pago pelo evicto atualizado, só se
dispensando do pagamento das perdas e danos incidentes (arts. 449 do CC),
do contrário haveria enriquecimento sem causa do alienante (arts. 884-886 do
CC);
6 – Não é cabível alegar evicção, ainda, quando o evicto sabia e
assumiu o risco que sobre a coisa pendia (arts. 457 e 147 a contrario sensu do
CC). Neste caso o evicto assumiu o risco, portanto é contrato do tipo aleatório
(art. 458, do CC), e não pode depois demandar o alienante pelas perdas
sofridas. EX: compra de bem em litígio, de quota parte de herança (embora
possa alegar em defesa ignorância do risco – arts. 1.824, 1.827 e 1.828 do
CC), contrato emptio spei.
EFEITOS da EVICÇÃO:
Restituição integral do preço (arts. 449 e 450 do CC);
Eventuais perdas de frutos restituídos (art. 450, I, do CC);
Perdas e danos abrangendo nestas os lucros cessantes (arts. 450, II c/c
402, do CC);
Juros legais (arts. 404 e 405, c/c 450, II, e 412, do CC);
Custas judiciais, perícia e sucumbência (arts. 450, III, do CC);
Reparação das benfeitorias realizadas se não pagas pelo evicente (arts.
96, 453 e 454, do CC);
Para o caso especial da EVICÇÃO PARCIAL poderá o evicto,
alternativamente a uma rescisão redibitória cumulada com reparação, solicitar
uma restituição proporcional (estimatória ou abatimento do preço), se
considerável for, da perda sofrida (art. 455, do CC).
Tais efeitos serão observados mesmo que a coisa tenha se deteriorado
(art. 451 do CC), a não ser que o adquirente – evicto tenha agido dolosamente
destruindo a coisa ou se beneficiando com a deterioração, como no caso de
receber seguro particular (art. 452, do CC).
É uma multa contratual que o credor fixa como cláusula que atua contra
o inadimplemento do devedor, assumindo a forma de uma obrigação acessória
da principal prestação contratual. Pode ser PREVENTIVA quando constar em
um contrato (PROVIDÊNCIAS PATRIMONIAIS DE TUTELA PREVENTIVA), ou
medida INTIMIDATIVA para execução forçada quando prevista em uma
decisão judicial (caso das obrigações de dar fixadas em termo de conciliação –
art. 52, V e VI da L. 9.099/95). Existem três tipos (art. 409 do CC):
XI - EXTINÇÃO CONTRATUAL
CONTRATOS EM ESPÉCIE
1 - AQUISITIVOS
I – COMPRA E VENDA
C – Objeto: pode ser de bem móvel ou imóvel, mas o objeto deve ser
corpóreo, posto que se incorpóreo será outro o tipo negocial: cessão de
direito/crédito (arts. 286-298; e, 980-A, par. 5º, CC).
Embora exista quem exija apenas que a coisa seja individualizável e ao menos
determinável (a indeterminação relativa é admitida, p.ex. nas obrigações
alternativas: 252-256 CC; ou ainda, venda genérica com preço prefixado por
unidade a se definir na execução), podendo ser bem singular ou universal (89-
91 do CC), corpóreo ou incorpóreo – majoritariamente não é compra e venda e
sim cessão de direito ou de crédito, p.ex. Venda de patente, direito autoral, etc
-.
A possibilidade também pode ser relativa: a. quanto a existência ou
qualidade/quantidade da coisa a ser entregue: presente ou futura (106 e 483 do
CC - res speratae coisa esperada, ou emptio spei venda de esperança); ou,
quanto a titularidade do bem: própria ou de terceiro (sob encomenda ou a non
domino: 439, 440, e 1268 do CC). O risco da inexistência total implica em
desfazimento do negócio por nulidade (104, II, e 166, II do CC), ou
responsabilidade do devedor se a perda/deterioração for posterior e
culposamente causada (234 do CC). Também pode o devedor arcar com o
risco se houver expressa convenção do comprador assumindo o risco (458-461
e 483 do CC), embora a presunção é que a compra seja simples e o risco do
vendedor até a entrega ou tradição para o comprador ou ser intermediário (492
do CC).
A entrega do objeto pressupõe a entrega da disponibilidade e aptidão da coisa,
de forma que além da entrega do objeto deve ser considerado um conjunto de
deveres laterais, sobretudo, embora não somente, o da devida informação de
sua utilização e riscos; e secundários ou inexos, como toda a documentação
acessória que se imponha para liberação do bem e garantia contra evicção
(447-457 do CC) e vícios/defeitos (441-446 do CC).
O objeto tem ainda que ser alienável ou bem dentro do comércio sob pena de
nulidade: 166, II CC. Consideram-se bens fora do comércio: vida ou parte de
corpo humano 11-15 do CC, bem público não dominical 100 101 CC – ao
dominical se admite a venda mas submetido a processo licitatório público
L.8666/91 -, bem de família convencional 1717 1719 CC, bens privados
gravados com inalienabilidade 1911 CC; 167, II, 11, LRP.
Na verdade a coisa a ser entregue é apenas um dos objetos da relação jurídica
obrigacional também sendo objeto no sentido de prestação debitória da
contraparte a entrega do valor correspondente, ou...
A – Bilateral/ Sinalagmático, ordem presumida pela lei: preço por coisa (481 CC)
B - Oneroso, pela recíproca disposição patrimonial, embora seja mais
lembrada a entrega do preço.
C - Consensual por regra, solene ou formal por exceção – imóveis > de 30
sal.min. e com cláusula de não valer sem escritura só com escritura pública e
por escrito (arts. 108,109 e 215 do CC).
Lembrar: formalidade probatória de ser reduzido a escrito se o valor ultrapassar
10 salários mínimos (227 do CC; e, 444-446 do NCPC).
D – Típico / nominado, previsto em lei: 481-532 do CC, apesar de composto
em sua maioria por normas meramente dispositivas em algumas partes são
fixados limites, normas cogentes, de um “mínimo contratual” (39 e 51 do CDC).
E – De execução imediata ou diferida: ao contrato de compra e venda cabe
conforme a vontade, autonomia privada, das partes a escolha da realização
das prestações de forma imediata a sua formação ou de forma parcelada ou
submetida a algum elemento modal: termo, condição, encargo, ou modo (121-
137 do CC).
Não confundir execução diferida no tempo (tem um fim predefinido ou termo
final estabelecido) com contrato de execução continuada, p.ex. contrato de
prestações de serviços educacionais, ou trato sucessivo, p.ex.: locação
imobiliária (submetidos à condições para seu pagamento).
F – Paritário ou subordinante de acordo com o caso concreto, no último caso
em especial no caso de vulnerabilidade da parte adquirente, seja contrato de
adesão ou não (54 do CDC, 423 e 424 do CC), seja consumidor em sentido
estrito (destinatário final – 2º do CDC) ou equiparado (17 do CDC, ou adoção
de teoria finalista aprofundada: embora não seja consumidor final é
comprovada a vulnerabilidade).
G - Comutativo por regra, Aleatório por exceção – Previsibilidade e
equilíbrio das prestações é regra; mas, admite modalidades aleatórias: venda
de coisa futura: esperança ou coisa esperada, e venda a non domino
(legal/ilegal?) ou sob encomenda (106, 439, 440, 458-461, 1268, do CC).
Definição dos riscos: A regra geral é res perit venditor (233, 492 e 509 CC),
até a entrega/tradição, admitindo-se manutenção da responsabilidade se
comprovada que perda/deterioração é atribuível ao menos culposamente a ato
anterior a entrega real do bem.
Assim a regra do 492 do CC é assim: até a tradição o risco presume-se do
vendedor, após passa a ser do comprador. No caso de imóveis a tradição
transfere o risco, mas não os encargos e custos que são do vendedor até a
transferência da propriedade pelo registro (490 do CC).
No entanto, existem várias exceções aplicando-se a regra inversa da res
perit emptor:
a. já estando à disposição se a perda/deterioração da coisa ocorrer em ato de
medição ou verificação (234 e 492, par. 1º CC);
b. no caso de comprovada mora no recebimento pelo comprador mora
accipiens (arts. 239, 394, e 492, par. 2º do CC);
c. alteração de local de entrega originalmente pactuado pela vontade do
comprador (494 do CC);
d. no caso de ser prevista a cláusula de reserva de domínio em que se
antecipa posse direta, domínio e risco do bem res perit domino (524 CC);
d. da entrega por traditio longi manus na venda sobre documentos, portanto
antes de se consolidar efetiva entrega física do bem (529 CC);
e. no caso de venda a contento ou sujeita a prova, no caso de promitente-
comprador/comodatário preferir salvar coisa própria ao bem alheio que acaso
esteja em experimentação (511 e 583 CC)
Distribuição de custos:
a. comprador, preço e registro (490 e 492 CC), + seguro e transporte na
venda com expedição para local diverso da venda ou na venda sobre
documento (494 e 531 CC), cuidado: incoterms alteram esta lógica.
b. vendedor, transporte e entrega (490 CC), cuidado: incoterms alteram esta
lógica.
c. Encargos, obrigações propter rem, tributos: Até a tradição, que pode se dar
em momento anterior ao registro e efetiva transferência do imóvel, a
responsabilidade de encargos e obrigações sobre a coisa é do vendedor,
depois da tradição passa a responsabilidade do comprador (502 CC).
Controversia, no entanto, é colocada quanto às dívidas tributárias em geral e
obrigações propter rem (condomínio e eventuais multas pendentes), o 1345 do
CC indica que o adquirente recebe tais débitos, que acompanham a coisa com
quem quer que esteja (ambulatoriedade), de forma semelhante a que receberia
um gravame ou garantia real (atenção a exceção da sum. 308 do STJ).
Na prática o comprador acaba coagido ao pagamento em razão dos riscos da
perda, ou mesmo corte de fornecimento de serviço público, só a ele atingirem,
regressivamente ele poderá buscar cobrar do alienante o que lhe cabe pela
regra do art. 502 do CC.
O problema inverso pode acontecer quando, em se tratando de serviços
públicos, a não alteração do nome do alienante para o adquirente não se faz no
cadastro das prestadoras e estas em razão de inadimplemento do atual
proprietário, mas ainda com cadastro antigo, negativa o nome do antigo
proprietário. Daí a importância do vendedor impor a alteração dos cadastros
pelo comprador, ou incluir no preço eventual custo pela alteração que faça ele
mesmo pessoalmente ou por despachante.
TABELA DE INCOTERMS
Fonte:http://www.aprendendoaexportar.gov.br/sitio/paginas/comExportar/incCat
egorias.html
Definições: Grupo E EXW - Ex Works - a mercadoria é entregue no estabelecimento do
vendedor, em local designado. O comprador recebe a mercadoria no local de produção
(fábrica, plantação, mina, armazém), na data combinada; todas as despesas e riscos
cabem ao comprador, desde a retirada no local designado até o destino final; são
mínimas as obrigações e responsabilidade do vendedor. Grupo F FCA - Free Carrier -
Franco Transportador ou Livre Transportador. A obrigação do vendedor termina ao
entregar a mercadoria, desembaraçada para a exportação, à custódia do transportador
nomeado pelo comprador, no local designado; o desembaraço aduaneiro é encargo do
vendedor. FAS - Free Alongside Ship - Livre no Costado do Navio. A obrigação do
vendedor é colocar a mercadoria ao lado do costado do navio no cais do porto de
embarque designado ou em embarcações de transbordo. Com o advento do Incoterms
2000 o desembaraço da mercadoria passa a ser de responsabilidade do vendedor, ao
contrário da versão anterior quando era de responsabilidade do comprador. FOB - Free
on Board - Livre a Bordo do Navio. O vendedor, sob sua conta e risco, deve colocar a
mercadoria a bordo do navio indicado pelo comprador, no porto de embarque
designado. Compete ao vendedor atender as formalidades de exportação; esta fórmula é
a mais usada nas exportações brasileiras por via marítima ou aquaviário doméstico. A
utilização da cláusula FCA será empregada, no caso de utilizar o transporte rodoviário,
ferroviário ou aéreo. Grupo C CFR - Cost and Freight - Custo e Frete. As despesas
decorrentes da colocação da mercadoria a bordo do navio, o frete até o porto de destino
designado e as formalidades de exportação correm por conta do vendedor; os riscos e
danos da mercadoria, a partir do momento em que é colocada a bordo do navio, no porto
de embarque, são de responsabilidade do comprador, que deverá contratar e pagar o
seguro e os gastos com o desembarque. Este termo pode ser utilizado somente para
transporte marítimo ou transporte fluvial doméstico. Será utilizado o termo CPT quando
o meio de transporte for rodoviário, ferroviário ou aéreo. CIF - Cost, Insurance and
Freight - Custo, Seguro e Frete. Cláusula universalmente utilizada em que todas
despesas, inclusive seguro marítimo e frete, até a chegada da mercadoria no porto de
destino designado correm por conta do vendedor; todos os riscos, desde o momento que
transpõe a amurada do navio, no porto de embarque, são de responsabilidade do
comprador; o comprador recebe a mercadoria no porto de destino e arca com todas
despesas, tais como, desembarque, impostos, taxas, direitos aduaneiros. Esta
modalidade somente pode ser utilizada para transporte marítimo. Deverá ser utilizado o
termo CIP para os casos de transporte rodoviário, ferroviário ou aéreo. CPT - Carriage
Paid To - Transporte Pago Até. O vendedor paga o frete até o local do destino indicado;
o comprador assume o ônus dos riscos por perdas e danos, a partir do momento em que
a transportadora assume a custódia das mercadorias. Este termo pode ser utilizado
idependentemente da forma de transporte, inclusive multimodal. CIP - Carriage and
Insurance Paid to - Transporte e Seguro Pagos até. O frete é pago pelo vendedor até o
destino convencionado; as responsabilidades são as mesmas indicadas na CPT,
acrescidas do pagamento de seguro até o destino; os riscos e danos passam para a
responsabilidade do comprador no momento em que o transportador assume a custódia
das mercadorias. Este termo pode ser utilizado idependentemente da forma de
transporte, inclusive multimodal. Grupo D DAF - Delivered At Frontier - Entregue na
Fonteira. A entrega da mercadoria é feita em um ponto antes da fronteira alfandegária
com o país limítrofe desembaraçada para exportação, porém não desembaraçada para
importação; a partir desse ponto a responsabilidade por despesas, perdas e danos é do
comprador. DES - Delivered Ex-Ship - Entregue no Navio. O vendedor coloca a
mercadoria, não desembaraçada, a bordo do navio, no porto de destino designado, à
disposição do comprador; até chegar ao destino, a responsabilidade por perdas e danos é
do vendedor. Este termo somente pode ser utilizado quando tratar-se de transporte
marítimo. DEQ - Delivered Ex-Quay - Entregue no Cais. O vendedor entrega a
mercadoria não desembaraçada ao comprador, no porto de destino designado; a
responsabilidade pelas despesas de entrega das mercadorias ao porto de destino e
desembarque no cais é do vendedor. Este Incoterm prevê que é de responsabilidade do
comprador o desembaraço das mercadorias para importação e o pagamento de todas as
formalidades, impostos, taxas e outras despesas relativas à importação, ao contrário dos
Incoterms 1990. DDU - Delivered Duty Unpaid - Entregues Direitos Não-pagos.
Consiste na entrega de mercadorias dentro do país do comprador, descarregadas; os
riscos e despesas até a entrega da mercadoria correm por conta do vendedor exceto as
decorrentes do pagamento de direitos, impostos e outros encargos decorrentes da
importação. DDP - Delivered Duty Paid - Entregue Direitos Pagos. O vendedor cumpre
os termos de negociação ao tornar a mercadoria disponível no país do importador no
local combinado desembaraçada para importação, porém sem o compromisso de efetuar
desembarque; o vendedor assume os riscos e custos referentes a impostos e outros
encargos até a entrega da mercadoria; este termo representa o máximo de obrigação do
vendedor em contraposição ao EXW.
Fonte: http://www.bb.com.br/docs/pub/dicex/dwn/IncotermsRevised.pdf
Reforma de 2010 da UCC: A partir de 1º de janeiro de 2011 vigora a nova versão dos
Incoterms (International Commercial Terms). A Revisão 2010, ou Incoterms 2010,
aprovada pela Publicação 715 da Câmara de Comércio Internacional de Paris (ICC),
atualiza as regras que definem com exatidão as atribuições, custos e riscos para
compradores e exportadores.
O DAT equivale ao DEQ. Sua definição inclui custos e riscos do exportador até o
descarregamento do veículo transportador.
Fontes: http://dla.com.br/comexnews/2011/08/25/guia-de-consulta-rapida-do-
incoterms-%E2%80%93-20102011/; http://www.comexdata.com.br/; e,
http://www.pibernat.com.br/index.php/noticias/1048-novos-incoterms-promovem-
adequacao-das-regras-as-necessidades-de-comercio.html
A - Obrigações do vendedor:
1- Entrega da coisa: móvel em regra pela mera tradição, imóveis pela
transcrição ou registro. A entrega do preço é pressupostamente anterior a coisa
(481 do CC), mas na prática é mera norma dispositiva e muito mais comum a
entrega concomitante em compra de execução imediata.
A entrega deve ser feita no lugar em que a coisa se encontre salvo estipulação
expressa diversa (493 do CC), e expedida para local diverso passa a ser de
responsabilidade (risco-custo) do comprador (494 do CC) a não ser que prove
desvio de ordens, mora, do vendedor. È a diferença que muitas
lojas/vendedores fazem da retirada direta ou contratação de frete de remessa.
A entrega também pode ser física ou simbólica/documental (529-532; 1267 do
CC). Neste último caso admite-se que a obrigação se aperfeiçoe por mera
entrega de documentação ou mesmo de objeto que permita uso, gozo, fruição
e disponibilidade plenas, p.ex. tradição pela mera traditium clavium entrega da
chave para marcar repasse do imóvel.
Atenção as hipóteses que permitem alterar vencimento da entrega da coisa,
causas de revisão ou resolução do contrato: caso de exceção de inseguridade
(P. de Miranda), e de contrato não cumprido; ou, venda que se prolonga no
tempo, que com base em fundado receio permite recusa com exigência de
garantia ou alternativa resolução (arts. 476, 477, 491 e 495 CC)
2- Guardar a coisa até a entrega: regra res perit venditori, tem várias
exceções: reserva de domínio, mora do comprador (mora accipiendi), coisa
que precisando de aferição ou medição já estava a disposição do comprador
(art. 492 e 524, do CC); ou se a coisa perecer por razões alheia a sua culpa
(art. 234, do CC).
A entrega se dará no local onde estava no momento da venda (art. 493 do CC
X 327 do CC, domicílio do devedor?). Se em local diverso, definido por
comprador, este assume o risco do transporte por presunção legal (art. 494 do
CC). Atenção as famosas cláusulas inconterms que alteram a lógica do CC.
A - Gerais: arts. 104, 138-171, do CC. vontade deve ser livre, consciente e
para fim lícito sob pena de incorrer nos defeitos do negócio jurídico (erro, dolo,
coação, etc). Podem ser defeitos que geram nulidade ou anulabilidade
conforme o caso. Também lembrar o objeto e o preço que devem ser lícitos,
possíveis, determinados ou ao menos determináveis.
C- Herança de pessoa viva: Imoral (arts. 166, VII e 426, do CC). Nulo
EXCUSSÃO JUDICIAL
A excussão é o processo de execução do bem garantidor em face do
inadimplemento da obrigação principal. A venda em hasta pública (arts. 686-
707, do CPC; 824 e ss NCPC) em se tratando de bens móveis dados em
garantia será feito leilão público, para bens imóveis por meio de nomeação a
praça, venda em hasta pública (art. 686, IV, do CPC). Importante lembrar que
o documento contratual registrado da garantia real forma título executivo
extrajudicial (art. 585, III, do CPC, 784, I e V do NCPC).
Qualquer que seja o tipo de bem - móvel ou imóvel -, e sua respectiva
garantia - penhor, hipoteca, anticrese, ou propriedade fiduciária em garantia -, a
excussão da garantia real deve ser feita ordinariamente pela via judicial,
garantindo-se por meio de venda com lances públicos o chamado processo
licitatório de execução. Admite-se por exceção mediante prévia convenção
entre os contratantes, a execução pela via extrajudicial na medida em que tal
opção tenha sido estabelecida com prefixação de preço mínimo (arts. 1.364, e
1.433, IV, do CC; D. L. 70/66; e L. 5.741/71), podendo o procedimento de
venda em hasta pública ser efetuado por meio de mídia eletrônica na internet
(art. 689-A, do CPC; 887, par. 2º, e 906, par. un., do NCPC). A lei processual
admite ainda, mediante permissão judicial, a alienação por iniciativa
particular de imóvel, mediante intermediação de corretor credenciado (685-C,
do CPC; 879-881 do NCPC).
Ao invés de se executar o bem dado em garantia é admitida
possibilidade, por expressa iniciativa do devedor, extinguir-se o débito pela
dação em pagamento (arts. 356-359, 1365, p.u., 1.428, p.ú., e 1433, IV do
CC). Mas, é vedado o pacto comissório (cláusula comissória, ou adjudicação
em pagamento contratual), que permitiria a adjudicação direta do bem, ou
integralização, do bem garantidor diretamente ao patrimônio do credor (arts.
66, & 6º da L. 4.728/65; 27 da L. 9.514/97; 23, & 3º, L. 4864/65; 1.365 e 1.428
do CC).
Sobre alienação fiduciária, os arts. 66-B, da L. 4.728/65; 2º, do D.L.
911/69; e, 55, da L. 10.931/04, permitem a venda direta da propriedade
fiduciária à terceiros em se tratando de bens móveis fungíveis (p.ex., títulos de
crédito).
No entanto, poderá o credor hipotecário ou proprietário fiduciário
requerer adjudicação do imóvel que já tenha sido avaliado em valor inferior
ao seu crédito (preço vil em dois leilões judiciais – 692, 694, V, e 701, do CPC;
32, do D.L. 70/66; 6º, da L. 5741/71; e 27, && 2º e 5º, da L. 9514/97), ou
mesmo optar pela arrematação do bem (685-A, & 2º, do CPC) desde que
admita quitação total de seu débito pelo imóvel garantido, e mediante
notificação dos demais credores hipotecários se acaso existirem (arts. 1.483, p.
ú., e 1.501, do CC; 685-A e 685-B, do CPC).
O pagamento parcial da dívida que atua como objeto principal da
garantia real não extingue a mesma nem parcialmente, ainda que recaia sobre
universalidade de bens ou direitos, a não ser que se convencione a
individuação parcial do débito em determinados bens relativos a determinadas
parcelas, caso em que ocorreria, na verdade, multiplicidade de garantias reais
(arts. 314, 322, e 1.421, do CC).
Se o bem que sirva de garantia real não for suficiente para pagar o
débito ao que seja acessório, saldo devedor, poderá o credor real executar
diretamente o patrimônio do devedor como quirografário, sem privilégio, pela
parte restante (arts. 1.430 do CC; 774-776, do CPC; 27, & 3º, da L. 9514/97; e
83, II, da L. 11.101/05); inversamente, se ao executar o bem que garanta a
dívida sobrar valor suficiente, sobejamento, após a quitação do débito será
restituído ao devedor, cabendo inclusive ação monitória para tanto (sum. 384,
do STJ), para evitar enriquecimento sem causa (arts. 884-886, e 1435, V, do
CC; 710, do CPC; 32, & 3º, do D.L. 70/66; 27, & º, da L. 9514/97).
O pré-contrato originalmente foi entendido como mera promessa de
contratar, portanto criador apenas de uma obrigação de fazer um contrato
definitivo, pactum in contrahendo. Ocorre que a ordem jurídica pode
estabelecer outros efeitos, e neste sentido o pré-contrato ganha outra função,
podendo ser transformado em contrato definitivo através de decisão judicial
que supre a vontade da parte resistente, a este mecanismo processual se
denomina ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA (arts. 463 e 1.418 do CC; e 714 e
715, do CPC).
Esta 2a função do contrato preliminar só é possível quando não importe
em coerção que atinja a liberdade individual. Neste sentido, há corrente que
entende só ser possível a execução específica quando a lei expressamente
preveja a ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA (arts. 639, 640 e 641, do CPC).
Neste sentido há previsão legal no caso de promessa de compra e
venda de imóveis: arts. 2o, da L. 6.014/73 (antiga L. 649/49); 18, VI, 26 e 27, da
L. 6.766/79 (antigo D. L. 58/37); L. 9.785/99 (Lei de imóveis loteados); L.
4.591/64 (imóveis incorporados); súmulas: 166, 167 e 168, do STF (imóveis
loteados / arts. 16 e 22 do Dec. 58/37), 413 do STF (ampliou para imóveis não
loteados), o 76 do STJ, reafirma a necessidade de notificação para constituir o
devedor em mora independente da existência de registro e era interpretado por
muitos como sinal da natureza obrigacional de tal negocio jurídico (na verdade
obrigação com efeito real – atualmente direito real pelo art. 1.225, VII, do CC).
A necessidade de registro para valer como execução compulsória (art. 167, I,
9, 18, 19, 20, e 29, II, 3, da L. 6.015/73), ultrapassada como exigência pelas
súmulas 239 do STJ e 413 do STF. No caso de contratos de consumo: arts. 52,
53 e 84, caput do CDC.
Corrente moderna entende ser possível a ADJUDICAÇÃO
COMPULSÓRIA para todo contrato preliminar, desde que tal execução
específica não seja impossível ou ilegal. Principalmente, quando não configurar
infração a liberdade individual manu militari como nos casos de obrigações de
fazer intuitu personae, ou quando se tratar de contratos gratuitos, compostos
por liberalidade (ex.: doação pura – art. 539 do CC); mas será sempre possível
quando o juiz substituir por decisão judicial mera declaração de vontade para
se aperfeiçoar o contrato definitivo.
REQUISITOS:
ELEMENTOS CONTRATUAIS: Os mesmos do contrato definitivo (arts. 104 e
462 do CC): capacidade e legitimidade das partes; objeto idôneo; consenso
definitivamente formado;
FORMA: quanto a tal requisito há divergências, porém prepondera a validade
do pré-contrato realizado por instrumento particular mesmo que ao definitivo se
exija instrumento público (O. Gomes), porém só poderá valer como definitivo
(adjudicação compulsória), se adotada a formalidade específica exigida para o
definitivo (ex.: 215 do CC);
INEXISTÊNCIA DE ARRAS ASSECURATÓRIAS-PENITENCIAIS: Não existir
cláusula que preveja garantia de arrependimento (art. 463 do CC);
NÃO ATINGIR INTERESSES DE TERCEIROS: Poderá, no entanto, se tiver
sido realizado prévio registro (art. 463, § ú., c/c 1.417 e 1.418 do CC; e súm. 76
do STJ);
OBRIGAÇÕES NÃO PERSONALÍSSIMAS: Não pode haver execução forçada
de deveres contratuais que interfiram no princípio fundamental da liberdade,
assim, não se pode determinar por via judicial que alguém realize o serviço
pessoalmente (art. 464 do CC).
EFICÁCIA: No caso de não ser realizado o contrato definitivo, em razão
de criar expectativa, poderá haver redução em perdas e danos pelo
descumprimento das obrigações pré-contratuais.
O CDC tem previsão expressa neste sentido, não só o pré-contrato
como a mera promessa pode ter execução específica, arts 35, I, 48 e 84 do
CDC.
Os arts. 462-466 do CC admitem a execução específica, adjudicação
compulsória, de forma geral quando: estiverem presentes todos os elementos
do contrato definitivo (462 CC e 191 C. Com.), não houver cláusula de direito
de arrependimento (463 CC), tenha sido realizado o devido registro para efeitos
diante de terceiros (463, § ú. CC), e não seja contrário à natureza da obrigação
(464 CC);
Alternativamente poderá ser pedida reparação por perdas e dano
decorrentes do descumprimento da obrigação de fazer contrato definitivo, que
se apoia na noção da culpa in contrahendo (art. 187 do CC), conforme o que
dispõe o art. 465 do CC.
4º ONEROSO: Considerando-se que existe um preço ainda que não seja pago
nem mesmo parcialmente por dinheiro.
4.4. Invalidades
V - DOAÇÃO
5.1. conceito e noções preliminares
O interesse jurídico é normalmente de natureza egoísta, a lei tenta
harmonizar interesses em conflito, porém, excepcionalmente (tão excepcional
que a própria ordem jurídica suspeita), uma pessoa pode ter como pretensão
dispor ou privar-se de um bem ou direito em benefício de outros sem exigir ou
requerer qualquer reciprocidade, tais atos são denominados liberalidades,
atuam no direito contratual nos contratos benéficos (gratuitos), dentre eles o
mais conhecido é a doação como ato inter vivos, tendo o testamento como
mais famoso causa mortis.
O contrato de doação é o contrato benéfico pelo qual o doador por uma
declaração de vontade, expressa ou tácita (proposta), se priva de bem ou
direito, entregando o mesmo a outra pessoa, donatário, que acresce seu
patrimônio com tal bem ou direito ao aceitá-la expressa ou tácitamente (art. 538
CC).
Perde o caráter de liberalidade se a doação foi concedida em troca de
interesse (em transação obrigacional: e. 549 das J. Civ,) ou condição/encargo
na medida do valor do serviço/tarefa imposto (modais: 121-137 do CC), mas
não perdendo tal caráter se meritória ou quanto da condição/encargo for de
valor excedente ao serviço prestado (540 do CC).
Tal como já foi dito para o contrato de compra e venda também vale
para o contrato de doação, o contrato só tem eficácia obrigacional, a
transferência efetiva de patrimônio e constituição do direito de propriedade
depende de ato que lhe é posterior, seja pela tradição para bem móvel (1267
do CC), seja pelo registro para bem imóvel (1227 e 1245 do CC).
De ordinário por ser um contrato necessita das duas vontades para se
aperfeiçoar, aquele que recebe pode recusar o bem, do contrário seria um ato
unilateral, no entanto, se admite doação a absolutamente incapaz e a nascituro
de forma unilateral se pura, não modal, reconhecido a disposição patrimonial
apenas pelo doador, mas estando sujeita a declaração de fraude da mesma
forma que a realizada em benefício de maior de idade (158 do CC; e 129, IV,
da L. 11.101/05).
A aceitação pode ser EXPRESSA, quando o donatário expressamente
aceita, seja verbalmente seja por escrito; ou TÁCITA, quando a doação se
consolida pela pratica de atos inequívocos ou pelo próprio silêncio da parte
quando esta não for sujeita a encargo (art. 539 CC), o silêncio da parte no caso
da doação com encargo importa em recusa.e admitindo-se atuação do
representante ou assistente legal (542 e 543 do CC; assistente/representante:
1779 do CC; e, 1728, e 1767 do CC X 6º da L. 13.146/2015).
Mesmo os impedidos de contratar podem aceitar a doação pura (art. 543
CC). Assim, aos incapazes (arts. 3º e 4º do CC), mesmo os absolutamente
incapazes, sem assistência ou representação poderão receber doação pura,
até mesmo a prole eventual e o nascituro podem receber doação (art. 542 CC).
No caso de doação com mais de um donatário o objeto se torna
indivisível (art. 551 CC). Sendo casal é mantida a doação enquanto ainda
sobrevivo um dos cônjuges/companheiros. Só podendo ser revogada
totalmente quando o motivo atuar contra todos os donatários, caso contrário se
deve considerar apenas a parte da pessoa declarada ingrata (555 e 557 CC).
A pessoa jurídica é reconhecida a possibilidade de figurar tanto como
doador como donatário, ocorrendo com freqüência no caso de fundações dada
a própria forma de sua instituição e mesmo a realização de funções sociais a
que se propõe realizar (art. 62 do CC). No caso de doação feita à pessoa
jurídica pendente em sua formação/regularização (45 e 985 do CC), o ato fica
sujeito a condição resolutiva de sua conclusão em até 2 anos, passados os
quais caduca a liberalidade (554 do CC), daí até mesmo a possibilidade de se
forçar via MP a regular instituição das fundações (65 do CC).
5.2. Tipos
A - Classificação Quanto À liberalidade:
a) DOAÇÃO PURA: É aquela que é realizada sem qualquer exigência, livre de
qualquer gravame, sem encargos/condições (538 do CC), única válida para
incapazes e nascituros como donatários (542 e 543 do CC). Permanecem
consideradas como puras as doações as quais se imponha gravame:
incomunicabilidade, impenhorabilidade, ou inalienabilidade (1911, do CC, e
167, II, 11, e 247, da LRP, s. 49 do STF).
A doação pode ter mais de um donatário, caso em que se presume a
divisão por quota parte igual e de forma indivisa no caso de casal (551 do
CC). Também pode ser uma doação na forma de subvenção periódica
caso em que se deve considerar personalíssima, morrendo o donatário o
patrimônio reverte para o doador (545 do CC).
b) DOAÇÃO MISTA, em verdade trata-se de compra e venda na qual foi dado
desconto ou preço reduzido em razão de algum especial apreço ou atenção
a condição do comprador, é lícita desde que o objetivo não seja eliminação
de concorrência (dumping), mas acaba por configurar contrato atípico em
que a doutrina pretende que prevaleçam as regras da doação.
c) DOAÇÃO REMUNERATÓRIA: É aquela que decorre da realização de um
serviço prévio pelo donatário, para manter tal característica e não desvirtuar
o ato em contrato de prestação de serviços comum é da essência que o
pagamento se dê por mero ato de vontade livre embora como consectário
de serviço prestado. E um dos poucos casos que dispensa outorga conjugal
(1642, IV, V, e 1647, IV, 1649, do CC). EX: gorjeta do serviço de
restaurante ou hotel ou manobrista. A doutrina lembra ainda que não deve
assim ser compreendido o caso de cooperação prestada por filhos aos pais
(vai explicar isto para uma criança hoje em dia...).
d) DOAÇÃO MERITÓRIA: Quando a doação é dada para contemplar algum
especial merecimento do donatário (540 do CC). EX: carro que o pai dá
quando o filho passa no vestibular, prêmio a atleta que atua atingindo
recorde ou conquista inédita. Pode se dar na forma de doação única ou de
prêmio na forma de subvenções periódicas, bolsa a cientista ou estudante
para que aperfeiçoe pesquisa ou capacitação pessoal, sendo neste caso
personalíssima e vital (545 do CC). A doação neste caso pode ser pactuada
na forma de oferta pública e com donatário não identificado.
e) DOAÇÃO MODAL: É aquela pela qual apesar do doador não receber nada
em troca do bem doado, exige que o donatário cumpra exigências/tarefas
na forma de condição, encargo ou modo (553 do CC, atenção a resolutiva
ilegal/impossível: 124 do CC), em favor do doador, terceiro, ou da
coletividade – neste último caso reta a dúvida da competência subsidiária
do MP de fazer cumprir o encargo: 1180 do CC/16, e 65, pu, do CC para o
caso de fundação -, para que a entrega do bem possa valer totalmente
(1359 do CC). P.ex.: doação de casa com o encargo de cuidar do cachorro
Rex até o fim de sua vida; doação de livros com o modo de ser
disponibilizado em biblioteca pública; doação de quadros com a condição
de nunca sair do país com os mesmos. Não pode valer cláusula modal que
implique em ilegalidade (p.ex: pratica de crime), imoralidade (p.ex: favores
sexuais), impossibilidade (p.ex. de imóvel se a pessoa sair voando),
perplexas, incompreensíveis ou contraditórias (p.ex. doação de veículo com
condição de não usar o mesmo como meio de transporte, doação de obra
de arte determinando que ela nunca seja mais exposta, doação de bem do
marido para a mulher com a condição que se casem e o bem volte a
pertencer a seu patrimônio pessoal), podendo gerar nulidade de todo a
doação (122, 123, e 166, II, do CC), quando não for possível desconsiderar
apenas a cláusula de doação (124 e184 do CC; 51, par. 2º do CDC).
A doação pode ficar condicionada a condição resolutiva, caso em que se
desfará após o implemento de evento futuro e incerto previsto, como no
caso previsto do art. 547 do CC cláusula de reversão, pela qual os bens
doados voltam ao patrimônio do doador em caso de prémorte dos
donatários. Mas é considerada expressamente ilegal a doação com cláusula
de trespasse em benefício de terceiro (547, pu, do CC), havendo
necessidade de novo ato por parte de donatário após efetivar-se a reversão.
É permitida a doação de bens futuros, ou fruição/produção futura,
lembrando o que já foi tratado no contrato de compra e venda quando a
venda de coisa futura e a exigência de ao menos haver possibilidade
relativa da realização do fato (106 do CC). Também sendo possível a
doação para entidade futura, pessoa jurídica ou criança, mas neste último
caso a lei civil impõe prazo máximo decadencial de 2 anos passados os
quais a doação não efetivada caducará (554 do CC). A hipótese não deve
ser confundida com o instituto do fideicomisso que se opera causa mortis da
pessoa que dispõe do bem, ficando o patrimônio legado sob a propriedade
resolúvel de outrem denominado fiduciário, até o nascimento da criança:
fideicomissário (1951-1960 do CC).
A – OBRIGAÇÃO DO DOADOR
B - OBIGAÇÕES DO DONATÁRIO
5.5. Invalidades
Por ser dotado de liberalidade são poucos os requisitos formais exigidos,
sendo dispensada a aceitação se incapaz e até mesmo com donatário ainda
embrião no caso de doação pura (542 e 543 do CC) perfazendo em uma
exceção que permite até mesmo validade quando realizado com
absolutamente incapaz. No entanto, é bom ressaltar que as demais restrições
de validade e defeitos do negócio jurídico, requisitos de validade em geral para
todo negócio jurídico (104-171 do CC) atuam sobre a doação, com especial
atenção para o caso de fraude contra credores, posto que em tal vício o
devedor insolvável tem intenção fraudulenta presumida no caso de ato gratuito
(arts. 158 do CC; e, 129, IV e V da L. 11.101/2005 - LF).
a. Doação total ou universal sem reserva de mínimo para subsistência
(art. 548 CC), tratando-se de hipótese de nulidade (166, 168 e 169 do
CC). W. Barros chega a afirmar a nulidade mesmo que ao donatário se
aponha o encargo de manutenção da subsistência do doador enquanto
este viver;
b. Doação inoficiosa: doação a herdeiro necessário sem outorga dos
demais e do cônjuge da parte do patrimônio que ultrapasse a quota de
disponibilidade dos bens diante dos herdeiros necessários (arts. 544 e
549 CC), 50% indisponíveis por formar a parte da legítima que
obrigatoriamente deve ser dividida por quota parte igual se existirem
herdeiros necessários (1789 e 1846 do CC). Em verdade a regra da
limitação de disponibilidade dos 50% do patrimônio da pessoa, legítima,
enunciada no 549 do CC é compreendida como limitação geral e não
somente oponível a doações com donatário herdeiro.
A interpretação sobre o momento para se argüir por tal nulidade é do ato
de doação ou do momento da abertura da herança tem como posição
majoritária a última, sobretudo em virtude da vedação a disputa sobre
herança de pessoa viva (426 do CC), e neste caso de compreende
aplicável prazo vintenário para se argüir tal invalidade embora trate de
ato sujeito a nulidade.
É caso de nulidade, mas há quem defenda ser válida cabendo apenas
no momento em que se faça abertura do inventário de partilha trazer a
colação (arts. 2002-2012 do CC; 618, VI, 620, IV, 639-641, do NCPC)
os bens recebidos em vida por ato de doação de forma a se recalcular
corretamente a parte de cada um na herança, e se o valor de avaliação
do bem recebido – valor da data do recebimento se já não estiver mais
com o donatário, e atual se ainda estiver descontadas eventuais
benfeitorias (e. 119 das J. Civ., 639, par.un., NCPC) - sobejar a parte de
herança que lhe cabe, deve o favorecido. O bem recebido em vida e não
devidamente trazido a colação estará sujeito as penas da imputação
como sonegado (19921996 do CC), sujeitando-se a perda do direito do
bem ou pagamento de valor equivalente mais perdas e danos que iram
para a sobre partilha (669, I, e 670, do NCPC).
No caso de doação do patrimônio além da parte disponível do
patrimônio os herdeiros só poderão exigir uma (por Ação de) redução da
doação até a parte que é indisponível. Tal se dará principalmente diante
do direito de resguardar a boa-fé de eventuais terceiros donatários ou
compradores.
No caso de doação para terceiro estranho a invalidade se agrava por
não poder ultrapassar 50% da legítima, enquanto que para herdeiro
exista “mais espaço patrimonial” uma vez que o limite é 50% + parte
cabível ao herdeiro. Assim, p.ex. dono de terreno de 1000 m2 com dois
filhos, não pode doar mais de 500 m2 para terceiros estranhos enquanto
para um dos filhos o limite seja de 750 m2. Sob o tema vide STJ –
RESp. 5325/SP, 3a. T., Min. Waldemar Zveiter, j. 20.11.1990; REsp.
154948/RJ, 3a. T., Min. Waldemar Zveiter, j. 19.02.2001.
c. Doação concubinária: também é anulável pelo cônjuge traído ou
herdeiros, em até 2 anos após o fim do casamento, doação feita pelo
cônjuge adúltero ao amante (arts. 550, 1642, V, 1645, do CC). A norma
claramente não alcança os atos anteriores e posteriores à relação,
respeitada a divisão da legítima (549 do CC), nada impede doação para
concubi@ por parte d@ solteir@, divorciad@, viúv@. Há quem defenda
ainda como válida a doação efetivada a amante se for remuneratória,
pois nesta a liberalidade se confunde com a onerosidade do serviço
prestado (A. Rizzardo).
Também não pode haver doação de um cônjuge para o outro em se
tratando de bens que se comunicaram pelo casamento, semelhante ao
que já foi tratado na compra e venda pelo art. 499 do CC.
d. Doação sem outorga conjugal: Dispensada a outorga no caso de
regime de separação absoluta, e não se exigindo nos casos de doação
remuneratória pura ou nupcial. A outorga pode ainda ser suprida por
autorização judicial. A doação em geral exige outorga conjugal, ou do
companheiro, sobre pena de anulabilidade até 2 anos após o término da
sociedade conjugal cabendo a ação ao cônjuge/companheiro ou
herdeiros (1642, IV, 1645, 1647, IV, 1648 e 1649 do CC).
e. Doação com falta de legitimidade: É nula qualquer doação tendo
como donatário (ou comprador) o tutor ou curador, mesmo que o
negócio tenha se dado por interposta pessoa (arts. 117, 497, I, 1749, II,
e 1774, CC). Além da nulidade do tutor e curador o ordenamento
também pune com nulidade negócios realizados por quem revestido de
poder de administração ou munus publico possa se aproveitar de
posição para contratar com vantagem subjetiva. Assim os arts. 497, do
CC; 890, do NCPC; e 177, da L. 11.101/05 falam da vedação à compra
e venda e com mais razão podem se aplicar aos casos de doação. Não
só o caso do tutor ou tutelado em face do curatelado, em que nem
mesmo há disponibilidade dos bens por ato de liberalidade sem
autorização judicial (1749 do CC), mas também: testamenteiros,
administradores, mandatários, síndicos ou liquidantes quanto aos bens
sobre os quais estejam atuando como gestores ou guardiões;
mandatários em geral e mesmo advogados quanto aos bens aos quais
tenham sido encarregados. Todas estas hipóteses caracterizando
figuras de autocontrato, que só excepcionalmente e por previsão
expressa da lei se admite como válida.
f. Doação de bens eventuais em herança de pessoa viva também é
nula pela impossibilidade jurídica, non domino, e imoralidade do ato
(arts. 166, II, e VII, e 426, do CC).
g. Doação em fraude contra credores: Também será anulável entre as
partes, apesar de produzir efeitos diante de terceiros (ineficácia relativa),
a doação feita em fraude contra credores sendo tal ato negocial
presumidamente inválido diante de prova da insolvabilidade do doador
(art. 158 CC), admitindo-se retroatividade por até 2 anos antes da
sentença decretatória da falência ou insolvência civil (art. 129, IV e V, da
L 11101/05 - LF), e sendo considerado inexigível a prova do conluio ou
cumplicidade das partes apesar da redação do art. 130, pu, da LF.
h. Não se deve confundir declaração de invalidade da doação com sua
revogação que pode se dar por dois motivos, ingratidão e
descumprimento de encargo, e depende de processo judicial.
5.6. Revogação
5.7. Reversão
Não se deve confundir ato de revogação com a cláusula especial de
reversão da doação. O doador pode estipular a reversão dos bens ao seu
próprio patrimônio na hipótese de sobreviver ao donatário, tal determinação
funciona por cláusula resolutória (art. 547 CC), o CC expressamente tornou
nula reversão em favor de terceiro, pela qual se atribuía a terceiro a titularidade
do bem retirado do donatário pela reversão, tornando necessária a realização
de nova reversão (547, § ú do CC), e novo pagamento de tributo estadual
(ITCMD – L. 10011/2013 da SEFAZ/ES; 35-42 CTN; e, 155, I, da CRFB/88).
5.8. Gravames
A doação, tal como os demais atos de liberalidade como o testamento,
pode ser gravada com cláusulas especiais determinam efeitos: a)
Inalienabilidade, impõe a impossibilidade do bem ser alienado de qualquer
forma pelo donatário (arts. 100 e 1.911 CC; 649, I CPC; arts. 167, II, 11 L.
6.015/73; súm. 49 STF e 242 TFR); b) impenhorabilidade, não permite que os
credores do donatário executem tal bem, torna-o fora do comércio (arts. 813,
1.711, e 1.911, do CC; 649-650 CPC; 41, L. 7.661/45; 30 L. 6.830/80; L.
8.009/90; e 167, II, 11, da L. 6.015/73); c) incomunicabilidade, determina que o
bem doado não possa se comunicar pelo casamento ao patrimônio comum do
casal (arts. 1.642, II, 1.659 e 1.668, V, do CC; arts. 167, II, 11 L. 6.015/73).
2 – TEMPORÁRIOS
VI – LOCAÇÃO DE COISA
A – OBRIGAÇÕES DO LOCADOR
B – OBRIGAÇÕES DO LOCATÁRIO
6.4. Extinção
A modalidade mais comum é pelo seu regular cumprimento, quando se
tratar de contrato com prazo determinado se extinguirá
automaticamente, independente de notificação (art. 573 do CC), a
continuidade da locação sem resistência do locador implica em
continuidade sob a forma de contrato com prazo indeterminado (art. 574
do CC), por tal razão a notificação passa a ser algo necessário para
constituir em mora o locatário (art. 575 do CC), facultando ao locador
cobrar um “aluguel”, na verdade cláusula penal moratória, e transferir os
riscos pelo perecimento da coisa ao locatário inadimplente (arts. 393 e
575, p. ú., do CC);
A destruição ou deterioração da coisa alugada também pode gerar
extinção do respectivo contrato de locação pela perda de seu objeto
principal (art. 567 do CC), e, uma vez que pode ser cobrado de uma vez
só e antecipadamente - no que difere fundamentalmente do contrato de
locação imobiliária urbana privada (art. 20, da L. 8.245/91) -; o fato de
sua extinção legitima ao locatário o pedido de restituição, no caso de
destruição, ou abatimento, se ainda interessar a continuidade no caso
de deterioração parcial. Tal previsão é semelhante ao que se aplica aos
casos de vícios redibitórios (arts. 441 e 442 do CC; e 18, II, e III, 19, I e
IV, 20, II e III, do CDC);
A venda da coisa também faz extinguir o contrato, pois diversamente do
que ocorre na locação urbana imobiliária privada, não existe direito de
preferência sobre a coisa pelo locatário (art. 27-34 da L. 8.245/91), se
não houver previsão expressa de manutenção do prazo original do
contrato, será dado prazo de 90 dias após notificação para que o
locatário restitua coisa (art. 576 do CC).
6.5. Observações
A.1. Locação por período igual ou maior que 30 meses: É aquela que se
determina pela existência de um contrato escrito por prazo determinado, de 30
ou mais meses, período ao qual o legislador presumiu uma base de
estabilidade na residência permitindo que não seja tão longa a ponto de
desestimular a locação nem tão curta a ponto de tornar a residência das
pessoas algo inseguro.
Com a intenção justa de garantir tal prazo mínimo de 30 meses
(inclusive) e fomentar tal forma contratual, a própria lei prevê algumas
vantagens na adoção da mesma diante das demais formas contratuais:
A conversão em prazo indeterminado não se dá de imediato, depende
do transcurso de mais 30 dias sem oposição expressa do locador (art. 46, & 1 o
da L. 8.245/91), só após os quais o contrato se converte em contrato de
locação imobiliária residencial por prazo indeterminado; porém mesmo após a
prorrogação automática poderá o locador a qualquer tempo extinguir o contrato
mediante aviso prévio de 30 dias (art. 46, & 2o da L. 8.245/91).
Esta modalidade é reconhecida mesmo no caso dos 30 meses
resultarem da soma de vários contratos, assim são 30 meses de relação e não
de contrato.
A.2. Locação por período menor que 30 meses: É aquela que se determina
pela existência de um contrato verbal ou escrito com prazo de menos de 30
meses, porém mais de 90 dias, que pela precariedade da relação considerada
não recebe os mesmos benefícios da forma anterior:
A conversão do contrato de prazo determinado em indeterminado é
automática (art. 47, caput da L. 8.245/91), e após sua prorrogação o contrato
só poderá ser retomado mediante “denúncia cheia”, nas hipóteses e condições
dos arts. 9o e 47, incisos e parágrafos da L. 8.245/91.
A.3. - Locação por temporada: como o próprio nome deixa claro, é realizada a
título provisório, para finalidades específicas devendo o rol do art. 48 ser
entendido como não taxativo.
Muitas vezes à locação se dá, pela sua própria natureza, conjuntamente
ao mobiliário contido do bem imóvel, neste caso este deverá estar discriminado
por termo de vistoria ou no corpo do próprio contrato (art. 48, p. ú. da L.
8.245/91).
O pagamento dos aluguéis pode ser exigido inicialmente (art. 49 da L.
8.245/91), de forma excepcional (também art. 42 da L. 8.245/91 – locação de
qualquer tipo sem garantia), ou ainda exigir as modalidades de garantias
previstas nos arts. 37-41 da L. 8.245/91.
Após o transcurso do prazo determinado, e passados 30 dias sem
oposição do locador, o contrato se converte em prazo indeterminado regendo-
se pelas regras do modelo anterior (art. 47 da L. 8.245/91), em razão do
período de locação ser de menos de 30 meses (art. 50 e p.ú., da L. 8.245/91).
B.2. Locação comercial especial: são contratos cujo objeto é marcado por
relevante interesse social (art. 421 do CC), razão pela qual goza de tratamento
diferenciado, só se admitindo a retomada do imóvel nas hipóteses do art. 9 o e
53, e incisos, da L. 8.245/91, e que no processo de despejo, qualquer que seja
o motivo, pode sofrer interferência do poder público (ex: MP no caso de
escolas, creches e assemelhados).
A ação de despejo recebe tratamento especial por força do arts. 53 e 63,
§§ 2º e 3º da L. 8.245/91.
O rito processual a ser observado tido como sumário na lei especial, 8245/91,
já não existe no atual CPC, caberia então a adoção do rito comum
supletivamente uma vez que a lei especial prevê em verdade uma marcha que
caracteriza o rito como “especial”, a prosperar o enquadramento como ação
sujeita ao rito comum do NCPC se fará necessário audiência de conciliação em
seu procedimento 334 do NCPC o que pode confundir-se com os objetivos
traçados na audiência de conciliação do 68, II da LI, incluindo manifestação
expressa de desinteresse por parte de locador e locatário, e o risco de
aplicação de multa pelo não comparecimento, e a fixação do aluguel provisório
sendo encargo atribuído ao juiz não pode ser repassado a mediador ou
conciliador.