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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIAS

PROFESSOR: ANDERSON BORGES


ALUNO: SIONE ALVES DA SILVA JUNIOR

PLATÃO

Platão é aquele que pode ser considerado o que fundou a filosofia da forma
como a conhecemos hoje, de maneira mais sistemática e organizada.
Ele concebe a Filosofia como uma “disciplina munida de um método intelectual
distintivo e faz reivindicações radicais para a sua posição na vida humana e na
comunidade política” Kraut (2015, P. 15). Segundo ele, somente a filosofia pode nos
proporcionar uma compreensão genuína sobre as coisas que outras áreas de estudo
tomam como meros pressupostos.
Grande parte dos escritos de Platão são em forma de diálogos, tendo como
principal interlocutor Sócrates. Isso acaba por gerar algumas discussões sobre a
distinção que pode ser feita entre a filosofia de Sócrates e a de Platão. No entanto,
enquanto Sócrates concentrava seus esforços investigativos apenas na questão de
“como devemos viver a vida? ” Platão demonstrava estar preocupado com o aspecto
mais amplo das questões. Temos como exemplo a Apologia, Sócrates afirma que
embora tenha dedicado a vida ao debate sobre a virtude ele não foi capaz de adquirir
nenhuma sabedoria a respeito disso, com exceção do fato da sabedoria que consiste
em saber que ele não sabe. Em contraponto, na República encontramos Sócrates
dando definições sobre justiça, coragem, sabedoria o que nos leva do mundo irreal
dos objetos sensíveis e culmina no entendimento da forma do bem.
A teoria platônica das ideias ocupa o centro de sua doutrina. Segundo Platão
“as ideias são a pressuposição para um saber real, para um esclarecimento racional
da realidade, para uma comunicação que seja fecunda quando tudo se encontra
constantemente em mudança e para um agir moral em um mundo em constante
mudança. ”
Segundo Erler (2012, P. 223), as ideias são a resposta Platônica a pergunta
sobre como se pode esclarecer conceitos universais não apreensíveis
empiricamente. Quem quiser julgar, portanto, se uma ação é corajosa,
piedosa ou moderada, tem de voltar o “olho” espiritual de sua alma, retirando-
o da multiplicidade das formas de aparição, para a ideia, que é sempre igual
a si mesma e possui uma única forma.

Platão acreditava que tudo o que podemos tocar muda, ou seja, tudo que existe
na natureza, ou que pertença ao mundo dos sentidos passa, acabam com o tempo.
Entretanto, a algo que nunca se modifica, tudo aquilo que é formado a partir de uma
forma eterna imutável e única. Para Platão, este aspecto eterno e imutável não é um
elemento básico físico. Eternos e imutáveis são os modelos espirituais ou abstratos,
a partir dos quais todos as coisas que observamos são formadas.
O ponto fundamental desta questão é que há um número limitado de formas,
ou imagem padrão para tudo que vemos no mundo sensível. Platão acreditava numa
realidade autônoma por trás do mundo dos sentidos. Para essa realidade ele deu o
nome de mundo das ideias. As ideias estão situadas em um lugar próprio, separado
do âmbito dos sentidos, um lugar que transcende o tempo, este lugar supra celeste
só pode ser apreendido pelo espírito, nele estão as imagens padrão, as imagens
primordiais, eternas e imutáveis, que encontramos na natureza. Esta realidade
autônoma é chamada de a teoria das ideias de Platão.
A ideia é eterna e imutável, ela não se apaga com o passar do tempo, mas, as
cópias do mundo dos sentidos se deterioram com o tempo. Para Platão, o ser humano
é uma soma de um corpo e uma alma. O corpo pertencente ao mundo dos sentidos
ou o mundo da matéria, faz parte de um ciclo, nasce e morre. A alma é imortal, morada
da razão, não é matéria, e é justamente por isso que ela pode ter acesso ao mundo
das ideias.
Para ele a alma já existia no mundo das ideias, mas quando entra no corpo
humano esquece do mundo das ideias perfeitas, e a partir do momento que o homem
vê as formas da natureza ele tem a vaga lembrança (reminiscência) do mundo das
ideias perfeitas, e passa a viver o anseio do retorno.
No Livro VII (A República) Platão mostra a existência de dois mundos: o interior
da caverna representa o mundo dos sentidos, ou o mundo sensível, ao passo que o
mundo diurno (exterior da caverna) representa o mundo inteligível.
O fogo representa o sol visível que ilumina nosso mundo sensível, enquanto o sol, o
Bem, ilumina o mundo inteligível.
Segundo Platão, a realidade é apresentada por dois níveis: um inferior,
de sombras e reflexos e o nível superior, de realidades verdadeiras. Essa alegoria
ilustra por que é necessário que o homem modifique obrigatoriamente seu modo de
ver as coisas e sua vida, caso queira alcançar a sabedoria.

Os homens se encontram distanciados da fonte do conhecimento e de sua


origem, presos numa caverna em um estado de prisão, contemplam diante
de si, projetadas nas paredes da caverna, sombras que se movimentam, de
animais, homens, objetos e consideram essas como sendo cópias da
realidade. (Erler, 2012, P. 246)

A narrativa mostra o desenrolar-se de como é possível haver um processo de


conhecimento em forma de uma difícil ascensão da caverna, isso depois de uma
adaptação necessária.
Em um primeiro momento, “reconhecendo coisas das quais antes ele só via as
sombras” e tomava como realidade o homem em um “certo nível mais elevado de
ascensão vê o próprio fogo”. Depois de uma íngreme subida é levado a ver a luz. De
princípio consegue enxergar apenas sombras e imagens espelhadas na água, mas
depois, ele “eleva seu olhar e consegue ver as coisas originais”, depois o que está no
céu à noite e, por fim ele contempla o próprio sol e a sua luz. Erler (2012, P. 247).
Platão deixa claro por meio da alegoria que o único caminho para uma
libertação é o conhecimento (o sol do conhecimento), é necessário que o homem
como um todo modifique obrigatoriamente o seu modo de ser.
A alegoria da caverna também destaca ao lado do aspecto da subida, o aspecto
da descida. “Todavia, o homem da caverna não se mantém ali em cima junto ao sol,
mas tem de retornar para o escuro da caverna, para ajudar aqueles que ainda estão
presos na caverna e presos às suas ilusões”. Erler (2012, P. 247). O homem que
adquiriu o conhecimento deve “retornar” e ajudar aqueles que “ainda estão presos. ”
Para Platão, o verdadeiro conhecimento e a verdadeira felicidade permanecem
reservados aos filósofos, porém como fica evidente na alegoria seria um equívoco
negar essa chance de felicidade ao homem comum.

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