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Université de Paris-Sorbonne.
Geografia Econômica
e Economia
b) A economia espacial
A economia espacial apareceu com von Thünen (1826-1851). O seu
alvo era a compreensão das regras de localização dos empreendimentos
para obter a maximização dos lucros. O problema não foi o de descrever e
explicar a distribuição espacial das atividades econômicas, foi antes de
tudo o de esclarecer o papel da distância e dos custos de transporte sobre
o nível dos lucros.
O desenvolvimento da economia espacial foi lento: deu-se primeiro a
partir da lógica de localização da produção agrícola nos anos 1820, depois,
da produção industrial, entre 1870 e 1910, e, mais tarde, das atividades de
serviços, nos anos 1930 (WEBER, 1909; CHRISTALLER, 1933; sobre o teoria
espacial e seu desenvolvimento, ISARD, 1956; PONSARD, 1955; 1958).
c) A geografia econômica
A geografia econômica apareceu na Alemanha sob a influência de
Carl Ritter e se desenvolveu desde o fim dos anos 1850. Seu objetivo era a
descrição da diferenciação de regiões econômicas num tempo onde as
ferrovias e a navegação a vapor abriram novas possibilidades de especia-
lização produtiva.
4. A evolução contemporânea
d) A escola da regulação
O marxismo não dava um papel importante ao espaço. Nos anos
1960, a contribuição da economia marxista ao conhecimento da realidade
geográfica reduzia-se, na escala mundial, à teoria da exploração imperia-
lista do Terceiro Mundo pelos países já industrializados e centrais. A emer-
gência de novos países industrializados na Ásia oriental e sul-oriental
arruína esse tipo de interpretação. Donde ensaios, da parte de economis-
tas e geógrafos marxistas, para reintroduzir o espaço na teoria marxista,
ou para combinar a abordagem marxista e a abordagem liberal.
A primeira solução foi explorada por David Harvey no livro “The
Limits to Capital” (HARVEY, 1982). A segunda solução foi desenvolvida
pelo economista francês Aglietta (AGLIETTA, 1976). Existe uma analogia
entre a visão da evolução econômica segundo Aglietta e a visão da evolu-
ção cientifica segundo Thomas Kuhn (1962). Para esse último, existe uma
sucessão de períodos normais de produção da ciência e de períodos de
revoluções cientificas. Duma maneira semelhante, a vida econômica é
feita de modos de produção, onde a economia é regida por mecanismos
descritos pela economia liberal, e de revoluções econômicas, quando as
regras do jogo econômico mudam.
Na concepção regulacionista, existem de fato dois níveis de teoria: a
macro-economia marxista explica a lógica das revoluções econômicas; a
meso-teoria é baseada nos resultados da economia clássica, aplicados às
condições particulares de cada modo de produção.
O interesse maior da abordagem regulacionista provém da sua aná-
lise da transição entre o modo de produção fordista e o modo de produção
pós-fordista. Geógrafos econômicos, como Allan Scott, e economistas, como
Boyer, vão inspirar-se nos trabalhos sobre a economia das empresas e os
custos de transação de Coase (1937) e de Williamson (1975; 1987).
No modo de produção fordista, os custos de transferência das infor-
mações através dos mercados eram tão altos que as grandes empresas
tiveram uma vantagem sobre as pequenas ou as médias, porque dispu-
nham da possibilidade de assegurar a transferência a longa distância das
Conclusão
Documento 1
Referências Bibliográficas
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(Mass.), The Technology Press of MIT, 1956.
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