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MANUAL DE ORIENTAÇÃO:

PRESCRIÇÃO E DISPENSAÇÃO DE
MEDICAMENTOS UTILIZADOS
EM ODONTOLOGIA

APOIO
manual de orientação:

prescrição e dispensação de
medicamentos utilizados em
odontologia

CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO


DE SÃO PAULO

CONSELHO REGIONAL DE ODONTOLOGIA DE


SÃO PAULO

SÃO PAULO
2017
expediente
Publicação do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo – Abril/2017

DIRETORIA COMISSÃO TÉCNICA


Pedro Eduardo Menegasso Dra. Claudia Santi Cardoso Garrido - CROSP
presidente Dra. Daniela Caroline de Camargo
Veríssimo – CRF-SP
Raquel C. D. Rizzi Dr. Fernando Martins Baeder - CROSP
vice-presidente Dra. Giselle Maria Beneti – CRF-SP
Marcos Machado Ferreira Dr. Jacy Simi Junior - CROSP
diretor-tesoureiro Dra. Luciane Maria Ribeiro Neto – CRF-SP
Dra. Marcelle Viçoso dos Santos – CRF-SP
Antonio Geraldo Ribeiro dos Santos Junior Dra. Marie Eid - CROSP
secretário-geral Dr. Miguel Simão Haddad Filho - CROSP
Dra. Mônica Finateli da Silva Campos – CRF-SP
Dr. Paulo de Tarso Almeida Carvalho - CROSP
ORGANIZAÇÃO Dr. Rafael Gomes Mariano – CRF-SP
Dr. Renato H. Mori - CROSP
Conselho Regional de Farmácia do Estado de
Dra. Roberta Simi - CROSP
São Paulo
Dra. Rosa Maria Eid Weiller - CROSP
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo
Dr. Sidney Rafael das Neves - CROSP

REVISÃO ORTOGRÁFICA DIAGRAMAÇÃO


Mônica Silva e Luan Maitan - Tikinet Rafael Togo Kumoto
Ricardo Kenji K. Yamamoto
Wagner Mostaço Barros

C766m Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo


Manual de orientação: prescrição e dispensação de medicamentos utilizados
em Odontologia / Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo,
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo – São Paulo: CRF-SP, 2017.

[64] p.; 21 cm.

ISBN: 978-85-9533-012-2

1. Farmácia 2. Farmacêuticos 3. Odontologia 4. Medicamentos I. Conselho


Regional de Odontologia de São Paulo II. Título

CDD 600
CDU 615
Sumário

1. Mensagem do CRF-SP 6

2. Mensagem do CROSP 7

3. Introdução 8

4. Competência legal do cirurgião-dentista 10

5. Competência legal do farmacêutico 16

6. Considerações gerais sobre a prescrição e 19


dispensação de medicamentos

7. Critérios para prescrição de medicamentos na 23


odontologia

8. Autoprescrição praticada pelo cirurgião-dentista 33

9. Aquisição de medicamentos para uso na 34


odontologia

10. Maleta de emergência 35

11. Considerações finais 37

Bibliografia 38

Anexo I 40

Anexo II 56

Anexo III 59

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 5


1. MENSAGEM DO CRF-SP

É com enorme satisfação que apresentamos este material, fruto da


parceria entre CRF-SP e CROSP, a fim de fornecer subsídios e informa-
ções para que o farmacêutico e o cirurgião-dentista tenham segurança
na farmacoterapia utilizada em odontologia.
O Setor de Orientação Farmacêutica do CRF-SP, vinculado ao Depar-
tamento de Fiscalização, recebe com frequência questionamentos dos
farmacêuticos a respeito de prescrições na área de odontologia. Com o
objetivo de orientá-los sobre o âmbito de atuação do cirurgião-dentista
e a previsão legal a respeito das possibilidades de prescrição medica-
mentosa na área odontológica, buscamos a parceria com o CROSP na
elaboração de um material que abrangesse aspectos técnicos e legais a
respeito do alcance e dos limites da prescrição odontológica, bem como
sobre o papel do farmacêutico no momento da dispensação, de forma a
esclarecer as principais dúvidas e minimizar eventuais conflitos.
Com a publicação deste material, o CRF-SP pretende reafirmar o
compromisso de oferecer instrumentos para que o farmacêutico cum-
pra efetivamente seu papel social com ética, zelo e competência técni-
co-científica, obtendo sucesso em sua trajetória.
Agradecemos imensamente a receptividade, competência técnica e
gentileza do CROSP em contribuir para que este trabalho pudesse ser
concluído. Acreditamos que toda a sociedade será beneficiada com
essa parceria, pois poderá contar com profissionais de saúde mais
conscientes e que mantêm relacionamento harmonioso, no sentido
de garantir uma unidade de ação na realização das atividades a que se
propõem, em benefício da saúde individual e coletiva.
O CRF-SP trabalha, a cada dia, para que o farmacêutico possa fazer
a diferença.
Conte conosco para estar sempre bem preparado.

Diretoria do CRF-SP

6
2. MENSAGEM DO CROSP

Cirurgiões-dentistas e farmacêuticos têm uma trajetória de encon-


tros bem-sucedidos. Mas é na complementaridade em favor da ciência
e do respeito à vida humana que essa comunhão mais se destaca. É
de extrema sensibilidade e relevância a criação de conteúdos como os
contidos neste material, capazes de orientar, de forma objetiva, não
apenas farmacêuticos e cirurgiões-dentistas, mas todos os que traba-
lham em prol da saúde bucal da população.
Nessesentido,écommuitoorgulhoqueoConselhoRegionaldeOdontolo-
giadeSãoPaulo(CROSP)participoudaconstruçãodestematerialdeorienta-
ção.EmmeioadiversasatividadesdoCROSPéconstatado,cotidianamente,
queoexercícioéticoprofissionalnasaúderequer,entreoutrosfatoresimpor-
tantes, a busca contínua pela competência técnica – um “caminho” que tam-
bém norteou essa nobre iniciativa do CRF-SP.
Se a pluralidade marcante dos avanços científicos deve ser
compreendida por promessa de condições de vida mais dignas e
com mais recursos para a manutenção da saúde, se faz essencial
reconhecer que essa promessa, contudo, não pode ser cumpri-
da isoladamente. Os novos conhecimentos, terapias e fármacos
pressupõem práticas que se cruzam e tornam ainda mais legítima
a necessidade de compreensão, com propriedade, do verdadeiro
âmbito de atuação de cada profissional.
A parceria dos Conselhos Regionais de Odontologia e de Farmácia
do Estado de São Paulo transcende a necessidade de responder à de-
manda por conhecimentos sobre os limites da prescrição odontológi-
ca e se concretiza como um exemplo de colaboração a ser fomentado
entre organizações que enxergam na ética e no exercício profissional
de qualidade, elementos essenciais para o avanço de nossa sociedade.

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 7


3. INTRODUÇÃO

Os profissionais de farmácia e odontologia exercem suas ativida-


des em prol da saúde do ser humano e da coletividade, nos limites
de suas atribuições legais, observando as legislações vigentes no or-
denamento jurídico brasileiro e nas normas de conduta específicas,
inerentes ao exercício de sua atividade profissional, estabelecidas
por atos normativos dos Conselhos Regionais, enquanto órgãos de
fiscalização, e do Código de Ética Profissional, regras que possuem
caráter de cumprimento obrigatório.
Historicamente,sabe-sequeasduasprofissõessemprecaminharamjuntas,
sendo certo que a primeira escola de odontologia de São Paulo, criada em
1900,denominou-senoinícioEscoladePharmácia,OdontologiaeObstetrícia
deSãoPaulo,conhecida,posteriormente,por“FaculdadedeOdontologiada
Universidade de São Paulo”.
Oexercíciodaprofissãofarmacêuticatemdimensõesdevaloreséticosemo-
rais e sua atuação envolve o respeito à vida humana, ao meio ambiente e à
liberdadedeconsciêncianassituaçõesdeconflitoentreaciênciaeosdireitose
garantiasfundamentaisprevistosnaConstituiçãoFederal.Ofarmacêuticoéum
profissionaldasaúde,cumprindo-lheexecutartodasasatividadesinerentesà
profissão e, ainda, todas as ações de educação dirigidas à coletividade.
A odontologia, igualmente, “é uma profissão que se exerce em
benefício da saúde do ser humano, da coletividade e do meio am-
biente, sem discriminação de qualquer forma ou sob qualquer pre-
texto” (CFO, 2012). Por esse motivo, cabe aos profissionais, como in-
tegrantes da equipe de saúde, dirigir ações que visem satisfazer as
necessidades da população, em defesa dos princípios das políticas
públicas de saúde e ambientais, que garantam a universalidade de
acesso aos serviços de saúde, integralidade da assistência à saúde,
preservação da autonomia dos indivíduos, participação da comuni-
dade, hierarquização e descentralização político-administrativa dos
serviços de saúde, entre outros.
Os atos desses profissionais, rotineiramente, se encontram, o que

8
exige de ambos conhecimento adequado sobre o âmbito de atuação
de cada profissão, visando garantir os princípios éticos e legais nortea-
dores das relações sociais, em prol da saúde do ser humano.
Diante dos constantes avanços científicos e da pluralidade de tera-
pias e fármacos, o desafio é garantir aos farmacêuticos o pleno conhe-
cimento da finalidade e aplicabilidade de determinadas substâncias
farmacológicas em tratamentos odontológicos, uma vez que, em mui-
tos casos, estes são utilizados na modalidade off label, ou seja, am-
plamente reconhecidos e indicados na literatura odontológica, porém,
sem a descrição de indicação na bula do medicamento.
As classes de medicamento utilizadas em odontologia são bem
abrangentes, haja vista o extenso âmbito de atuação, totalizando
cerca de dezenove especialidades e diversas práticas integrativas
e complementares. Assim, o cirurgião-dentista, respaldado na ci-
ência, possui competência legal e técnica para prescrever antibi-
óticos, anti-inflamatórios esteroides e não esteroides, analgésicos
opioides e não opioides, anestésicos locais e gerais, medicamentos
utilizados no controle de medo e ansiedade, de hipo e hipersaliva-
ção, controle de sangramento, prevenção de tromboembolia, anti-
fúngicos e antivirais, entre outros.
Os Conselhos Regionais de Odontologia e de Farmácia do Estado de
São Paulo, com o escopo de oferecer orientação a seus inscritos, que
muitas vezes questionam o alcance e os limites da prescrição odonto-
lógica, bem como os atos praticados no momento da dispensação de
medicamentos pelos farmacêuticos, desenvolveram este documento,
no intuito de nortear a conduta de farmacêuticos e cirurgiões-dentis-
tas, dirimindo dúvidas e eventuais conflitos.
Este manual oportunamente apresenta também algumas outras
substâncias não medicamentosas, mas de importância na prática
clínica da odontologia.

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 9


4. COMPETÊNCIA LEGAL DO
CIRURGIÃO-DENTISTA
Sabe-se que, por muitos anos, a odontologia esteve à margem das
políticas públicas de saúde, de maneira que o acesso dos brasileiros
à saúde bucal era extremamente difícil, limitado e, quando ocorria,
tinha como principal tratamento na rede pública a extração dentária,
perpetuando a visão de uma odontologia mutiladora e do cirurgião-
dentista com atuação exclusivamente clínica curativa.
Valorizar os cuidados com saúde bucal gera resultados favoráveis
e visíveis em prol da melhoria das condições de vida do ser humano.
Uma vez que demandas de saúde bucal e doenças sistêmicas não pos-
suem fronteiras, propiciar saúde bucal significa propiciar saúde geral.
Os serviços odontológicos são um componente importante na me-
lhoria das condições de saúde da população e envolvem a presença
de profissionais com visão ampliada sobre o processo saúde-doença,
capazes de entender as pessoas, levando em consideração os vários
aspectos de sua vida, além do conjunto de sinais e sintomas da cavida-
de bucal e saúde geral.
O cirurgião-dentista realiza seu trabalho equilibrando prevenção e
cura, adotando procedimentos cuja eficácia tenha sustentação científica
e assegurando que estes sejam implementados com o mais alto padrão
possível, proporcionando elevação dos níveis de saúde da população.
Ao realizar o diagnóstico de uma lesão bucal, o profissional sem-
pre deve considerar que essa lesão pode não se restringir somente
à boca, mas, em muitos casos, representa manifestação local de
doenças sistêmicas.
A boca não pode ser tratada isoladamente. Tanto a saúde bucal é
importante para o organismo do paciente, quanto o estado sistêmico
deste pode afetar as condições da boca, a qual tem uma ligação dire-
ta com o organismo. Nesse prisma, é perceptível que quando ocorre
qualquer tipo de deficiência bucal, pode repercutir nos vasos sanguí-
neos, assim como, em outros órgãos que, visivelmente, não têm liga-
ção direta com os dentes. (NARVAI, 1994).

10
Como profissionais da saúde, sabemos que a cavidade bucal é um
lugar propício para infecções, as quais podem abrigar até quinhentas
espécies de bactérias, que se introduzem na corrente sanguínea e po-
dem causar bacteremia, levando a infecções sistêmicas.
Estas incluem endocardite infecciosa, miocardite aguda bacteriana,
abscesso cerebral, trombose do seio cavernoso, sinusite, abscesso
pulmonar e infecção, angina, celulite orbitária, úlceras na pele, osteo-
mielite, infecção de prótese articular, infarte cerebral, infarte agudo do
miocárdio, gravidez anormal, febre persistente, nevralgia do trigêmeo
idiopática, síndrome do choque tóxico, defeitos sistêmicos da célula
granulocítica, meningite crônica, síndrome de Behçet, urticária crôni-
ca, doença inflamatória intestinal, doença de Crohn, entre outras.
Cada uma dessas doenças pode se tratar de infecção recebida por
outros meios, sendo que um sistema imunológico saudável é capaz
de prevenir quase todas elas. A boca pode gerar problemas em dife-
rentes pontos do corpo e, em contrapartida, lesões bucais e outras
condições orais às vezes são o primeiro sinal de infecção por HIV, por
exemplo. Ainda, a saliva pode ser usada na detecção de anticorpos
para hepatite A e B, Helicobacter pylori e HIV, bem como para monito-
rar ou diagnosticar diabetes, doença de Parkinson e cirrose alcoólica.
É fato que um ato cirúrgico ou aplicação de anestésico para um pro-
cedimento de restauração em resina pode gerar complicações que
expõem o paciente ao risco de óbito, ou outros prejuízos que resul-
tam em dano permanente ou temporário. Essa realidade exige do ci-
rurgião-dentista uma avaliação detalhada sobre as condições clínicas
gerais e bucais do paciente, para que, através de seu histórico seja
possível determinar o procedimento mais adequado ao tratamento,
incluindo a definição da técnica, dos materiais e dos fármacos que se-
rão utilizados como terapêutica.
A literatura odontológica afirma que não há procedimento simples ou
sem risco. Eis que todo e qualquer ato profissional pode gerar dano ao

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 11


paciente, ainda que realizado em observância à técnica reconhecida cien-
tificamente e respeitados protocolos, avaliação clínica e de exames com-
plementares, dentre outros meios necessários para minimizar riscos na
atividade odontológica e preservar a saúde e dignidade do indivíduo.
A ausência de atendimento odontológico imediato, em situações
de urgência ou emergência, bem como a falta de acompanhamento
em casos de patologias sistêmicas, com a adequada posologia me-
dicamentosa, são fatores que podem acarretar o risco de óbito do
paciente, por exemplo.
O cirurgião-dentista, assim como o médico, realiza atividades de
alta complexidade, similares quanto ao diagnóstico, tratamento e
à prescrição medicamentosa, incluindo a ministração de anestesia,
analgesia e hipnose, além da realização de cirurgias em ambiente
ambulatorial ou hospitalar.
Outro fator relevante a ser pontuado é que no Ato Médico (Lei Fe-
deral nº 12.842, de 10 de julho de 2013) a odontologia não foi inserida
como profissão decorrente de uma avaliação e/ou indicação médica,
haja vista que a atuação do cirurgião-dentista se fundamenta nos mes-
mos princípios, exigências e complexidades da atuação do médico.
Assim, diante das particularidades e complexidade da prática do
cirurgião-dentista, cabe verificar as atribuições específicas que a
lei lhe confere.
A Lei Federal nº 5.081, de 24 de agosto de 1966, que regulamenta o
exercício da Odontologia, estabelece que:

“Art. 2º. O exercício da Odontologia no território nacional só é


permitido ao cirurgião-dentista habilitado por escola ou faculdade
oficial ou reconhecida, após o registro do diploma na Diretoria do
Ensino Superior, no Serviço Nacional de Fiscalização da Odontologia,
sob cuja jurisdição se achar o local de sua atividade.
Art. 3º. Poderão exercer a Odontologia no território nacional os
habilitados por escolas estrangeiras, após a revalidação do diploma
e satisfeitas as demais exigências do artigo anterior.”

12
Ainda, a Resolução do Conselho Federal de Odontologia (CFO) nº 63,
de 8 de abril de 2005, que aprova a Consolidação das normas para pro-
cedimentos nos conselhos de odontologia, determina que:

“Art. 5º. Para se habilitar ao registro e à inscrição, o


profissional deverá atender a um dos seguintes requisitos:
a) Ser diplomado por curso de Odontologia reconhecido pelo
Ministério da Educação;
b) Ser diplomado por escola estrangeira, cujo diploma tenha
sido revalidado, independentemente de serem oriundos
de países tratadistas e obrigatoriamente registrado para
a habilitação ao exercício profissional em todo o território
nacional […] (grifos nossos).

Importante destacar que, de acordo com o artigo 6º da Resolução


CFO 63/2005, está obrigado ao registro e à inscrição o cirurgião-den-
tista no desempenho:

a) De sua atividade na condição de autônomo;


b) De cargo, função ou emprego público, civil ou militar, da
administração direta ou indireta, de âmbito federal, estadual ou
municipal, para cuja nomeação, designação, contratação, posse e
exercício seja exigida ou necessária a condição de profissional da
Odontologia;
c) Do magistério, quando o exercício decorra de seu diploma de
cirurgião-dentista; e,
d) De qualquer outra atividade, através de vínculo empregatício ou
não, para cujo exercício seja indispensável a condição de cirurgião-
dentista, ou de graduado de nível superior, desde que, neste caso,
somente possua aquela qualificação.

Dentre as atribuições dos cirurgiões-dentistas, a Lei Federal


5.081/1966 estabelece o direito de prescrever e aplicar especialidades
farmacêuticas, de uso interno e externo, indicadas em odontologia.
Nesse sentido, a prescrição medicamentosa deve ser estritamente
para tratamento de agravos relativos à saúde bucal.

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 13


Ainda segundo a referida legislação, é competência do cirurgião-
dentista prescrever e aplicar medicação de urgência, no caso de aci-
dentes graves que comprometam a vida e a saúde do paciente.

Art. 6º Compete ao cirurgião-dentista:


II – prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno
e externo, indicadas em Odontologia; […]
VIII – prescrever e aplicar medicação de urgência no caso de
acidentes graves que comprometam a vida e a saúde do paciente

A Resolução CFO nº 22, de 27 de dezembro de 2001, determina que:

“No exercício de qualquer especialidade odontológica o cirurgião-


dentista poderá prescrever medicamentos e solicitar exames
complementares que se fizerem necessários ao desempenho em suas
áreas de competência”.

O Código de Ética Odontológica, aprovado pela Resolução CFO nº


118, de 11 de maio de 2012, em vigência desde 1º de janeiro de 2013,
define que:

“Art. 2º. A Odontologia é uma profissão que se exerce em benefício


da saúde do ser humano, da coletividade e do meio ambiente, sem
discriminação de qualquer forma ou sob qualquer pretexto […]
“Art. 5º. Constituem direitos fundamentais dos profissionais inscritos,
segundo suas atribuições específicas:
I – diagnosticar, planejar e executar tratamentos, com liberdade de
convicção, nos limites de suas atribuições, observados o estado atual
da Ciência e sua dignidade profissional. […]
Art. 9º. Constituem deveres fundamentais dos inscritos e sua violação
caracteriza infração ética:
VII – zelar pela saúde e dignidade do paciente; […]
XIV – assumir responsabilidade pelos atos praticados, ainda que
estes tenham sido solicitados ou consentidos pelo paciente ou seu
responsável. […]

Art. 18. Constitui infração ética:


IV – comercializar atestados odontológicos, recibos, notas fiscais, ou
prescrições de especialidades farmacêuticas;
V – usar formulários de instituições públicas para prescrever,
encaminhar ou atestar fatos verificados na clínica privada; […]

14
VII – receitar, atestar, declarar ou emitir laudos, relatórios e
pareceres técnicos de forma secreta ou ilegível, sem a devida
identificação, inclusive com o número de registro no Conselho
Regional de Odontologia na sua jurisdição, bem como assinar em
branco, folhas de receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros
documentos odontológicos.

Assim, fica evidente que o cirurgião-dentista não possui habi-


litação legal para prescrever medicamentos destinados ao controle de
glicemia, cardiopatias, hipertensão, tratamento de úlcera gástrica, entre
outros, uma vez que essas situações são de competência médica.
Dessa forma, para analisar a competência do cirurgião-dentista na
prescrição medicamentosa, se faz necessário compreender o que já
está determinado por lei e reconhecido pela literatura e pela Ciência,
respeitando o âmbito de atuação profissional.

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 15


5. COMPETÊNCIA LEGAL DO
FARMACÊUTICO
A Lei nº 3.820, de 11 de novembro de 1960, que criou o Conselho Fe-
deral e os Conselhos Regionais de Farmácia e dá outras providências,
dispõe que:

“Art. 13 - Somente aos membros inscritos nos Conselhos Regionais


de Farmácia será permitido o exercício de atividades profissionais
farmacêuticas no País.”


O Decreto nº 85.878, de 7 de abril de 1981, que estabelece normas
para execução da mencionada lei, outorga ao farmacêutico, dentre
outras atribuições, a dispensação e manipulação de fórmulas:

Art 1º – São atribuições privativas dos profissionais farmacêuticos:


I – desempenho de funções de dispensação ou manipulação de
fórmulas magistrais e farmacopéicas, quando a serviço do público
em geral ou mesmo de natureza privada […].

A Lei Federal nº 13.021, de 8 de agosto de 2014, que dispõe


sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas, esta-
beleceu novas atribuições aos farmacêuticos, especificamente nos
artigos 13 e 14:

Art. 13. Obriga-se o farmacêutico, no exercício de suas atividades, a:


I – notificar os profissionais de saúde e os órgãos sanitários
competentes, bem como o laboratório industrial, dos efeitos
colaterais, das reações adversas, das intoxicações, voluntárias ou
não, e da farmacodependência observados e registrados na prática
da farmacovigilância; […]
IV – estabelecer protocolos de vigilância farmacológica de
medicamentos, produtos farmacêuticos e correlatos, visando a
assegurar o seu uso racionalizado, a sua segurança e a sua eficácia
terapêutica; […]
VI – prestar orientação farmacêutica, com vistas a esclarecer ao
paciente a relação benefício e risco, a conservação e a utilização
de fármacos e medicamentos inerentes à terapia, bem como as
suas interações medicamentosas e a importância do seu correto
manuseio.

16
Art. 14. Cabe ao farmacêutico, na dispensação de medicamentos,
visando a garantir a eficácia e a segurança da terapêutica prescrita,
observar os aspectos técnicos e legais do receituário.”

A Resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) nº 357, de 20


de abril 2001, que aprova o regulamento técnico das Boas Práticas de
Farmácia, aponta que:

Art. 20 – A presença e atuação do farmacêutico é requisito essencial


para a dispensação de medicamentos aos pacientes, cuja atribuição é
indelegável, não podendo ser exercida por mandato nem representação.

Essa mesma resolução (Resolução CFF nº 357/01) determina que na


interpretação do receituário deve o farmacêutico fazê-lo com funda-
mento nos seguintes aspectos:

I. Aspectos terapêuticos (farmacêuticos e farmacológicos);


II. Adequação ao indivíduo;
III. Contra-indicações e interações;
IV. Aspectos legais, sociais e econômicos;
V. Em havendo necessidade, o farmacêutico deve entrar em contato
com o profissional prescritor para esclarecer eventuais problemas
que tenha detectado.

Em suma, quando a dosagem ou posologia dos medicamentos pres-


critos ultrapassarem os limites farmacológicos, ou apresentar incom-
patibilidade ou interação potencialmente perigosa com demais me-
dicamentos prescritos ou de uso do paciente, o farmacêutico exigirá
confirmação expressa (por escrito) do profissional prescritor.
Na ausência ou negativa da confirmação, o farmacêutico não poderá
aviar e/ou dispensar os medicamentos prescritos, expondo os seus mo-
tivos por escrito, com nome legível, nº de inscrição no CRF e assinatura
em duas vias, sendo 01 (uma) via entregue ao paciente e outra arquiva-
da no estabelecimento farmacêutico com assinatura do paciente.

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 17


De acordo com a Resolução CFF nº 596, de 21 de fevereiro de 2014,
que dispõe sobre o Código de Ética da Profissão Farmacêutica – Anexo I:

Art. 4º – O farmacêutico responde individual ou solidariamente,


ainda que por omissão, pelos atos que praticar, autorizar ou delegar
no exercício da profissão.
[…]
Art. 8º – A profissão farmacêutica, em qualquer circunstância,
não pode ser exercida sobrepondo-se à promoção, prevenção e
recuperação da saúde e com fins meramente comerciais.
[…]
Art. 10 – O farmacêutico deve cumprir as disposições legais e
regulamentares que regem a prática profissional no país, sob pena
de aplicação de sanções disciplinares e éticas regidas por este
regulamento.
Art. 11 – É direito do farmacêutico:
[…]
II – interagir com o profissional prescritor, quando necessário, para
garantir a segurança e a eficácia da terapêutica, observado o uso
racional de medicamentos;
III – exigir dos profissionais da saúde o cumprimento da legislação
sanitária vigente, em especial quanto à legibilidade da prescrição; […]
XI – decidir, justificadamente, sobre o aviamento ou não de qualquer
prescrição, bem como fornecer as informações solicitadas pelo
usuário;
[…]
Art. 14 – É proibido ao farmacêutico:
XVII – aceitar a interferência de leigos em seus trabalhos e em suas
decisões de natureza profissional; […]
XXXVI – promover a utilização de substâncias ou a comercialização
de produtos que não tenham a indicação terapêutica analisada e
aprovada, bem como que não estejam descritos em literatura ou
compêndio nacionais ou internacionais reconhecidos pelo órgão
sanitário federal; […]
XL – aviar receitas com prescrições médicas ou de outras profissões,
em desacordo com a técnica farmacêutica e a legislação vigentes.

18
6. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE
A PRESCRIÇÃO E DISPENSAÇÃO DE
MEDICAMENTOS
Medicamentos são produtos farmacêuticos tecnicamente obtidos ou
elaborados para fins profiláticos, curativos, paliativos ou para fins de diag-
nóstico, prescritos por profissionais de saúde habilitados.
A prescrição depende de um amplo conjunto de fatores que depen-
dendo do tipo de medicamento ou finalidade do uso, poderá ser pres-
crito por médicos, médicos-veterinários, cirurgiões-dentistas, enfer-
meiros e farmacêuticos. Contudo, todos profissionais devem redigi-la
legivelmente e, sempre obedecendo aos artigos 35 e 41 da Lei nº 5.991,
de 17 de dezembro de 1973:

Art. 35 – Somente será aviada a receita:


a. que estiver escrita a tinta, em vernáculo, por extenso e de modo
legível, observados a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas
oficiais;
b. que contiver o nome e o endereço residencial do paciente,
expressamente, o modo de usar a medicação;
c. que contiver a data e a assinatura do profissional, endereço do
consultório ou residência, e o número de inscrição no respectivo
Conselho profissional.
Parágrafo único: O receituário de medicamentos entorpecentes ou
a estes equiparados e os demais sob regime de controle, de acordo
com a sua classificação, obedecerá às disposições da legislação
federal específica.
[…]
Art. 41 – Quando a dosagem do medicamento prescrito
ultrapassar os limites farmacológicos ou a prescrição apresentar
incompatibilidades o responsável técnico pelo estabelecimento
solicitará confirmação expressa ao profissional que a prescreveu.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, para o processo


de prescrição racional de medicamentos, se faz necessário a observância
de seis etapas, sendo estas:
1ª etapa: O profissional de saúde deve coletar informações do paciente,
e investigar e interpretar seus sinais e sintomas, para realizar o diagnóstico.
2ª etapa: A partir do diagnóstico, o profissional de saúde deve especificar
os objetivos terapêuticos.

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 19


3ª etapa: Selecionar o tratamento que considerar mais eficaz e seguro
para aquele paciente.
4ª etapa: O ato da prescrição pode conter medidas medicamentosas e/ou
medidas não medicamentosas que muitas vezes contribuem sobremaneira
para a melhoria das condições de saúde do paciente. Condutas medicamen-
tosas ou não devem constar de forma compreensível e detalhada na prescri-
ção para facilitar dispensação do medicamento e uso pelo paciente.
5ª etapa: Após escrever a prescrição, o profissional deve informar o pa-
ciente sobre a terapêutica selecionada.
6ª etapa: Por fim, combinar nova consulta para monitoramento
do tratamento proposto.
A dispensação de medicamentos faz parte do processo de atenção à saú-
de e deve ser considerada como uma ação integrada do farmacêutico com
os outros profissionais desta área, e está condicionada a um diagnóstico
adequado (baseado em evidências), com medicamentos mais adequados
e em suas doses corretas, sendo a prescrição o documento legal pelo qual
se responsabilizam aqueles que prescrevem, dispensam e administram os
medicamentos/terapêuticas ali arrolados.
Neste sentido, a qualidade na dispensação prestigia a informação e con-
sagra os objetivos terapêuticos em prol do paciente, incluindo não só o uso
racional dos medicamentos, mas também a promoção de estilos de vida
saudáveis e o autocuidado.
Conclui-se, portanto que a prescrição é um documento preenchido por
profissional legalmente habilitado, destinado ao paciente, ao farmacêutico
e demais profissionais de saúde e deve conter todas as informações (do-
sagem, duração e orientação de uso) sobre a terapêutica a ser seguida e
sobre o medicamento a ser dispensado.
A Resolução CFF nº 357, de 20 de abril de 2001, determina ainda que o
farmacêutico é responsável pela avaliação do receituário e somente será
aviada/dispensada a receita que:

20
I. Estiver escrita a tinta, em português, em letra de forma, clara
e legível, observada a nomenclatura oficial dos medicamentos e
o sistema de pesos e medidas oficiais do Brasil. A datilografia ou
impressão por computador é aceitável;
II. Contiver o nome e o endereço residencial do paciente;
III. Contiver a forma farmacêutica, posologia, apresentação, método
de administração e duração do tratamento;
IV. Contiver a data e a assinatura do profissional, endereço do
consultório e o número de inscrição no respectivo Conselho
Profissional. A prescrição deve ser assinada claramente e
acompanhada do carimbo, permitindo identificar o profissional em
caso de necessidade.
V. A prescrição não deve conter rasuras e emendas.

Não poderão ser aviadas receitas ilegíveis, capazes de induzir


erro ou troca na dispensação dos medicamentos e/ou que se
apresentem em código ( siglas, números etc.).
No que se refere à intercambialidade de medicamentos, a Re-
solução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigi-
lância Sanitária (Anvisa) nº 16, de 02 de março de 2007, que esta-
belece critérios para prescrição e dispensação de medicamentos
genéricos, determina:

1. Prescrição
1.1. No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), as prescrições
pelo profissional responsável adotarão, obrigatoriamente,
a Denominação Comum Brasileira (DCB), ou, na sua falta, a
Denominação Comum Internacional (DCI);
1.2. Nos serviços privados de saúde, a prescrição ficará a critério do
profissional responsável, podendo ser realizada sob a Denominação
Comum Brasileira (DCB) ou, na sua falta, sob a Denominação
Comum Internacional (DCI) ou sob o nome comercial;
1.3. No caso de o profissional prescritor decidir pela não-
intercambialidade de sua prescrição, a manifestação deverá ser
efetuada por item prescrito, de forma clara, legível e inequívoca,
devendo ser feita de próprio punho, não sendo permitidas outras
formas de impressão.

2. Dispensação
2.1. Será permitida ao profissional farmacêutico a substituição do

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 21


medicamento prescrito pelo medicamento genérico correspondente,
salvo restrições expressas pelo profissional prescritor;
2.2. Nesses casos, o profissional farmacêutico deverá indicar a
substituição realizada na prescrição, apor seu carimbo a seu nome
e número de inscrição do Conselho Regional de Farmácia, datar e
assinar;
2.3 O medicamento genérico somente será dispensado se prescrito
pela Denominação Comum Brasileira (DCB) ou, na sua falta,
pela Denominação Comum Internacional (DCI), podendo ser
intercambiável com o respectivo medicamento referência; (NR dada
pela Resolução RDC nº 51 de 15/08/2007).

Em 2014, a Anvisa publicou a Resolução RDC nº 58, de 10 de outubro


de 2014, que dispõe sobre as medidas a serem adotadas pelos titula-
res de registro de medicamentos para a intercambialidade de medica-
mentos similares aos de referência. A normativa cita que medicamen-
tos similares serão considerados intercambiáveis desde que possuam
estudos de equivalência farmacêutica, biodisponibilidade relativa/bio-
equivalência ou bioisenção aprovados pela Anvisa.

22
7. CRITÉRIOS PARA PRESCRIÇÃO DE
MEDICAMENTOS NA ODONTOLOGIA
O cirurgião-dentista possui responsabilidade ética e civil nos atos
que pratica, sendo que, ao emitir uma prescrição medicamentosa, de-
verá conhecer efeitos, mecanismos de ação e reações adversas.
A prescrição emitida por cirurgião-dentista deve observar a indica-
ção dos fármacos necessários ao exercício profissional, de acordo com
suas áreas de competência, cuja finalidade seja o tratamento coadju-
vante ou não a um procedimento odontológico, específico ou inespe-
cífico, que esteja sendo adotado para o tratamento de um agravo à
saúde bucal.
O profissional deve coletar informações do paciente (anamnese), investi-
gando e interpretando sinais e sintomas para a realização do diagnóstico.
A prescrição conterá medidas medicamentosas, compreensíveis
e detalhadas para facilitar a dispensação do medicamento e o uso
pelo paciente.
Ao emitir uma prescrição, o cirurgião-dentista deve informar ao
paciente a terapêutica selecionada, de forma clara e acessível, in-
dicando benefícios esperados e problemas associados, duração do
tratamento, forma de armazenar o medicamento e o que fazer com
suas sobras, agendando nova consulta para monitorar o tratamento
proposto, quando for o caso.
Assim, a prescrição odontológica deve:
• ser clara, legível e em linguagem compreensível;
• escrita sem rasura, em letra de forma, por extenso e legível;
• não apresentar abreviaturas, códigos ou símbolos;
• informar o nome, a forma farmacêutica e a concentração do
medicamento prescrito;
• conter quantidade total de medicamento (número de compri-
midos, drágeas, ampolas, envelopes), de acordo com a dose e duração
do tratamento;

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 23


• apresentar via de administração, intervalo entre as doses,
dose recomendada e duração do tratamento;
• conter nome, endereço e telefone do cirurgião-dentista, de
forma a possibilitar contato em caso de dúvidas ou problemas relacio-
nados ao uso dos medicamentos prescritos;
• incluir data da prescrição, assinatura e carimbo do prescritor;
• conter manifestação expressa se não desejar permitir a inter-
cambialidade do medicamento de marca prescrito pelo genérico ou
similar, conforme disposto na Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999.
Ressalta-se que, no que concerne à prescrição de medicamentos, é
vedado:
• indicar atos desnecessários ou proibidos pela legislação do
Brasil;
• receitar ou atestar de forma secreta ou ilegível;
• assinar em branco folhas de receituários, laudos, atestados ou
outros documentos;
• prescrever e aplicar medicamentos fora do âmbito da odontolo-
gia ou sem relação com o tratamento e acompanhamento odontológico.
A prescrição é um ato profissional em que o cirurgião-dentista se
responsabiliza pelo paciente. Dessa forma, não é recomendável que
ocorra eventual troca de receita nos casos em que o cirurgião-dentista
não foi o prescritor inicial.
Para medicações de uso contínuo, quando a receita já está “venci-
da”, o paciente deverá ser reavaliado periodicamente pelo profissional
que o acompanha, e somente este poderá avaliar se a prescrição será
mantida ou alterada.
Existem medicamentos que exigem receituário específico para pres-
crição, pois se encontram sob o controle da autoridade reguladora,
tais como antimicrobianos e aqueles que contenham substâncias en-

24
torpecentes e psicotrópicas de uso controlado por legislação especí-
fica, a Portaria da SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998. Esses pro-
dutos que possuem controle e critérios diferenciados de prescrição e
dispensação serão abordados adiante.
Na clínica ou no consultório particular, a receita deve trazer nome, ende-
reço e inscrição do cirurgião-dentista no Conselho Regional de Odontologia.
Se o cirurgião-dentista estiver atuando numa instituição (clínica,
hospital etc.) onde seus dados não constem identificados, deve ser
providenciado carimbo com essas informações, ou ele se identifica-
rá de forma manual, com nome completo e número de inscrição no
seu Conselho de Classe. Em ambos todos os casos é necessário que o
prescritor assine a receita.
Conforme já exposto, se for detectado, no ato do atendimento na far-
mácia, algum problema com o medicamento prescrito (dosagem ou poso-
logia inadequadas, ou incompatibilidades com outros medicamentos de
uso do paciente), o farmacêutico deverá pedir a confirmação expressa ao
prescritor; na impossibilidade de confirmação, a receita não será aviada.
Há que se considerar que é direito do farmacêutico, havendo dúvidas,
estabelecer contato com o cirurgião-dentista prescritor, sendo dever
deste atendê-lo e prestar os esclarecimentos que se fizerem necessá-
rios, certo de que ambos buscam desenvolver suas funções em prol da
saúde do ser humano.

7.1. Prescrição de medicamentos


antimicrobianos
Em 2010 a Anvisa publicou uma norma (RDC 44/2010 revogada
pela RDC 20/2011) que trata do controle do uso de antimicrobianos,
a fim de contribuir no combate a infecções e resistência bacteriana,
bem como na promoção do uso racional desses medicamentos.

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 25


Tais critérios de controle aplicam-se não só aos antimicrobianos de
uso oral, como também aos de uso dermatológico e àqueles admi-
nistrados na mucosa oral, incluindo os manipulados, ou seja, todos
os de uso sob prescrição.
A legislação atual que trata do controle dos antimicrobianos é a
RDC nº 20, de 5 de maio de 2011, a qual se aplica a farmácias e droga-
rias privadas e unidades públicas de dispensação que disponibilizem
medicamentos mediante ressarcimento (ex.: Programa Farmácia Po-
pular do Brasil). Não está previsto o controle em farmácias de uni-
dades hospitalares ou de quaisquer outras entidades de assistência
médica equivalentes, públicas ou privadas, que não comercializam
medicamentos, conforme previsto no artigo 3º.
A prescrição dos medicamentos abrangidos pela RDC 20/2011 de-
verá ser realizada por profissionais legalmente habilitados e em re-
ceituário privativo do prescritor ou do estabelecimento ao qual se
encontra vinculado no ato do atendimento odontológico.
A referida Resolução determina também que a receita de antimi-
crobianos terá validade em todo o território nacional, por dez dias
a contar da data de sua emissão, sendo facultativa a prescrição de
outras categorias de medicamento, desde que não estejam sujeitas
ao controle especial da Portaria SVS/MS nº 344/1998.
Em situações de tratamento prolongado a receita poderá ser uti-
lizada para aquisições posteriores dentro de um período de até no-
venta dias, a contar da data de emissão, devendo conter a indicação
de uso contínuo e a quantidade a ser utilizada para cada trinta dias.
Não há limitação do número de itens com medicamentos antimicro-
bianos prescritos por receita.
Aos antimicrobianos controlados é obrigatória a retenção da se-
gunda via da receita e sua escrituração no Sistema Nacional de Ge-
renciamento de Produtos Controlados (SNGPC).

26
7.2. Prescrição de medicamentos sujeitos ao
regime especial de controle da Portaria SVS/MS
nº 344/1998
Os critérios e procedimentos para autorização, comércio, transpor-
te, prescrição, escrituração, guarda, balanços, embalagem, controle e
fiscalização de substâncias e medicamentos sujeitos a controle espe-
cial são estabelecidos pela Portaria SVS/MS n° 344/1998 e pela instru-
ção normativa aprovada pela Portaria SVS/MS nº 6, de 29 de janeiro
de 1999.
Substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial são divididos
em listas, que são revisadas e atualizadas frequentemente. Tais listas
possuem adendos, nos quais são apontados alguns detalhes e exceções.
A Portaria SVS/MS nº 344/1998 estabelece, nos artigos 38 e 55,
que as prescrições feitas por cirurgiões-dentistas só poderão ser
para uso odontológico.
Os medicamentos devem ser prescritos por meio de receituários
e talonários específicos para cada substância, como determinado na
Portaria SVS nº 344/1998, desde que destinados ao uso odontológico.
Receitas que incluam medicamentos à base de substâncias cons-
tantes das listas C1 (outras substâncias sujeitas a controle espe-
cial), C5 (anabolizantes) e dos adendos das listas A1 (entorpecen-
tes), A2 e B1 (psicotrópicos) da Portaria SVS nº 344/1998 e de suas
atualizações bem como as Notificações de Receitas, somente po-
derão ser aviadas quando prescritas por profissionais devidamen-
te habilitados e com os campos descritos na Portaria devidamente
preenchidos (observar os artigos 36 e 55 da norma).
Dadas as peculiaridades de substâncias e medicamentos sujeitos a
controle especial, a prescrição e dispensação é diferenciada entre as
listas e seus adendos, exigindo-se ou receituário de controle especial
ou notificação acompanhada de receita.

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 27


OReceituáriodeControleEspecialdeveráserpreenchidoemduasvias,ma-
nuscrito,datilografadoouinformatizado.Cadaviadeveapresentar,obrigato-
riamenteemdestaque,osdizeres:“1ªvia–Retençãodafarmáciaoudrogaria”e
“2ª via – Orientação ao paciente”.
O prescritor poderá também substituir o receituário de controle es-
pecial pelo comum, conforme previsto no artigo. 84 da Portaria SVS/
MS 6/1999, desde que sejam preenchidos todos os campos obrigató-
rios, em duas vias, e cumprindo os mesmos requisitos para a dispen-
sação, nos seguintes casos:
• medicamentos à base de substâncias constantes das listas C1
(outras substâncias sujeitas a controle especial) e C5 (substâncias ana-
bolizantes, prescritas em situações específicas);
• adendos das listas A1 (entorpecentes), A2 (entorpecentes de uso
permitido somente em concentrações especiais) e B1 (psicotrópicos).
Receitas de Controle Especial ou receita comum somente poderão
ser aviadas quando prescritas por profissionais devidamente habilita-
dos e com os seguintes campos devidamente preenchidos:
a) Identificação do emitente: impresso em formulário do profissional
ou da instituição, contendo o nome e endereço do consultório e/ ou da
residência do profissional, n.º da inscrição no Conselho Regional e, no
caso de instituição, seu nome e endereço;
b) Identificação do usuário: nome e endereço completo do paciente;
c) Nome do medicamento ou da substância prescrita: conforme
Denominação Comum Brasileira (DCB), dosagem ou concentra-
ção, forma farmacêutica, quantidade (em algarismos arábicos e
por extenso) e posologia;
d) Data da emissão;
e) Assinatura do prescritor: quando os dados do profissional estive-
rem devidamente impressos no cabeçalho da receita, ele poderá ape-

28
nas assiná-la. No caso de o profissional pertencer a uma instituição
ou estabelecimento hospitalar, deverá identificar o campo assinatura
manualmente, de forma legível, ou com carimbo, constando o número
de inscrição no Conselho Regional;
f) Identificação do registro: no verso da receita retida, deverá constar
a quantidade aviada e, quando se tratar de formulações magistrais,
também o número de registro da receita no livro correspondente.
A notificação de receita, conforme o artigo 35 da Portaria SVS/MS nº
344/1998, é o documento que, acompanhado da receita, autoriza a
dispensação de medicamentos à base de substâncias constantes das
listas A1 e A2 (entorpecentes), A3, B1 e B2 (psicotrópicas), C2 (retinoi-
cas para uso sistêmico) e C3 (imunossupressoras), do Regulamento
Técnico e de suas atualizações.
Talonários de notificação de receita A, de cor amarela, são forneci-
dos, de forma numerada e controlada pela vigilância sanitária, obser-
vado o disposto no artigo 68 da Portaria SVS/MS 6/1999:

Art. 68. No ato da entrega do talonário de Notificação de Receita


“A”, o profissional ou diretor clínico ou a pessoa por eles autorizada
deve estar de posse do carimbo de identificação do profissional
ou instituição. A Autoridade Sanitária deve em todas as folhas do
talonário apor o carimbo no campo “Identificação do Emitente”.

A quantidade máxima de medicamento a ser prescrita e dispensada


mediante notificação de receita A corresponde a trinta dias de trata-
mento, não podendo conter mais que cinco ampolas no caso de medi-
camento para uso injetável.
Numerações para a confecção de talonários de notificação de recei-
ta B, de cor azul, e de talonários brancos para notificação de receita
especial (retinoides de uso sistêmico) são fornecidos pela Vigilância
Sanitária, ficando o prescritor ou a entidade, responsável pela impres-
são, conforme modelo fornecido pela autoridade sanitária, que, de-

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 29


pendendo de normas administrativas próprias, poderá disponibilizar
o documento impresso.
Medicamentos à base de substâncias constantes da Portaria SVS/
MS 344/1998, cuja prescrição e dispensação requerem notificação de
receita, poderão ser dispensados ou aviados a pacientes internados
ou em regime de semi-internato, mediante receita privativa do esta-
belecimento, subscrita por profissional médico ou cirurgião-dentista e
em exercício nos estabelecimentos hospitalares ou nas clínicas médi-
cas, oficiais ou particulares. Nessa situação, não é necessário que tais
medicamentos sejam prescritos em notificação.
A quantidade máxima de medicamento a ser prescrita e dispensa-
da mediante notificação de Receita B corresponde a sessenta dias de
tratamento, não podendo conter mais que cinco ampolas no caso de
medicamento para uso injetável.
Igualmente, a quantidade máxima de medicamento a ser prescrita
e dispensada mediante Notificação de Receita especial corresponde a
trinta dias de tratamento, não podendo conter mais que cinco ampo-
las no caso de medicamento para uso injetável.
A Notificação de Receita deverá conter os seguintes itens:
a) Sigla da unidade da federação impressa no documento;
b) Identificação numérica impressa no documento
– A sequência numérica será fornecida pela autoridade sanitária
competente dos estados, municípios e Distrito Federal;
c) Identificação do emitente impressa no documento
– Nome do profissional, com número de inscrição no Conselho Re-
gional e sigla da respectiva unidade da federação; ou nome da institui-
ção, endereço completo e telefone;
OBS: Para a Notificação de Receita A (amarela), a identificação do
emitente será feita mediante carimbo, que será aposto no momento

30
da retirada do talonário, na presença da Autoridade Sanitária, em to-
das as folhas do talonário no campo “Identificação do Emitente”.
d) Identificação do paciente, com nome e endereço completo ;
e) Nome do medicamento ou da substância conforme a Denominação
Comum Brasileira (DCB), dosagem ou concentração, forma farmacêuti-
ca, quantidade (em algarismos arábicos e por extenso) e posologia;
f) Símbolo indicativo, no caso da prescrição de retinoicos, deverá re-
presentando uma mulher grávida, recortada ao meio, com a seguinte
advertência: “Risco de graves defeitos na face, nas orelhas, no coração
e no sistema nervoso do feto”;
g) Data da emissão;
h) Assinatura do prescritor: quando os dados do profissional estive-
rem devidamente impressos no campo do emitente, ele poderá ape-
nas assinar a notificação de receita. No caso de o profissional perten-
cer a uma instituição ou estabelecimento hospitalar, deverá identificar
o campo assinatura com carimbo, constando o número de inscrição
no Conselho Regional, ou manualmente, de forma legível;
i) Identificação do comprador: nome completo, número do docu-
mento de identificação, endereço completo e telefone;
j) Identificação do fornecedor: nome e endereço completo do estabele-
cimento, nome do responsável pela dispensação e data do atendimento;
k) Identificação da gráfica: nome, endereço e C.N.P.J. impressos no
rodapé de cada folha do talonário. Deverá constar também, a numera-
ção inicial e final concedida ao profissional ou à instituição e o número
da autorização para confecção de talonários emitida pela Vigilância
Sanitária local;
l) Identificação do registro: anotação da quantidade aviada, no verso,
e quando se tratar de formulações magistrais, o número de registro da
receita no livro de receituário.

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 31


A dispensação de medicamentos controlados com receitas pres-
critas em outras unidades federativas dependerá do enquadra-
mento das substâncias nas listas da Portaria SVS/MS nº 344/1998
e suas atualizações.
As prescrições válidas para todo o território nacional são:
– Notificações de receita A (cor amarela) que contenham substâncias
ou medicamentos à base das substâncias presentes nas listas A1, A2
(entorpecentes) e A3 (psicotrópicas);
– Receitas de Controle Especial (cor branca) que contenham substân-
cias ou medicamentos à base de substâncias presentes nas listas C1
(sujeitas a controle especial) e C5 (anabolizantes), incluindo os aden-
dos das listas A e B, quando prescritos nesse tipo de receituário.
As prescrições que têm validade somente dentro da unidade federa-
tiva onde sua numeração foi concedida são:
– Notificações da receita B (cor azul) que contenham substâncias ou me-
dicamentos à base das substâncias presentes na lista B1 (psicotrópicas);
– Notificações de receita B2 (cor azul) que contenham substâncias ou
medicamentos à base das substâncias presentes na lista B2 (psicotró-
picas anorexígenas);
– Notificações de Receita Especial (cor branca) que contenham medi-
camentos à base de substâncias presentes nas listas C2 (retinoides de
uso sistêmico) e C3 (talidomida).

32
8. Autoprescrição praticada
pelo cirurgião-dentista
A autoprescrição praticada por cirurgiões-dentistas não é vedada ex-
pressamente por lei ou outro ato normativo do Conselho Federal de
Odontologia, tampouco dos órgãos sanitários.
Igualmente, não há restrição ética, legal ou normativa ao cirurgião-
dentista quanto ao atendimento de familiares e consequente prescri-
ção medicamentosa, desde que esta seja estabelecida em razão do tra-
tamento odontológico e a ele relacionada.
Todavia, compreende-se que a autoprescrição praticada por cirurgião-
dentista deve observar o disposto nas legislações e normas constantes
neste manual, devendo ocorrer somente nos casos afetos à odontolo-
gia, com cautela, razoabilidade e bom senso.
A autoprescrição de substâncias entorpecentes e psicotrópicas não é
uma ação recomendada ao cirurgião-dentista, a fim de que seja possível
evitar ou não potencializar danos à saúde geral, como a toxicomania,
patologias de origem psiquiátricas, entre outros.

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 33


9. Aquisição de medicamentos
para uso na odontologia
Existem estabelecimentos especializados na comercialização de pro-
dutos para a prática odontológica. São comumente conhecidos como
“Dentais” e a legislação vigente os enquadra como distribuidores que
comercializam produtos de uso profissional, incluindo medicamentos
como anestésicos, agentes clareadores, entre outros.
A venda dos produtos distribuídos e comercializados pelos chamados
“Dentais” é restrita a profissionais e empresas da odontologia (cirurgi-
ões-dentistas, técnicos em prótese dentária, clínicas odontológicas e
laboratórios de prótese), mediante apresentação de registro no Con-
selho Regional de Odontologia do estado. O estabelecimento onde o
profissional vai exercer a atividade deve também estar regulamentado
no órgão de fiscalização sanitária.
Ainda, é garantido aos estudantes de odontologia, mediante apresen-
tação do registro acadêmico emitido pela instituição de ensino superior
à qual estejam vinculados, acesso aos produtos profissionais comercia-
lizados, dada a utilização destes na prática acadêmica.

34
10. Maleta de Emergência

Durante o exercício da odontologia, especialmente em alguns


procedimentos, o cirurgião-dentista precisa dispor de medicamen-
tos sob o controle da Portaria SVS/MS nº 344/1998, indicados no
protocolo de técnicas reconhecidas cientificamente, havendo a ne-
cessidade de adquiri-los, sem que seja via prescrição a pacientes.
Assim, para evitar autoprescrição, que muitas vezes é realizada
para viabilizar a aquisição do medicamento, há na legislação sani-
tária a possibilidade de o cirurgião-dentista manter em seu consul-
tório a chamada “maleta de emergência”, mecanismo previsto na
Portaria SVS/MS 6/1999.
A maleta de emergência é o utensílio destinado à guarda, com se-
gurança, de medicamentos psicotrópicos e/ou entorpecentes para
aplicação em casos específicos e/ou de emergência, destinados aos
profissionais médicos, médicos veterinários e cirurgiões-dentistas
não vinculados a clínicas ou unidades hospitalares, serviços médicos
e/ou ambulatoriais, que não possuam farmácias (dispensário de me-
dicamentos); ou ainda, em ambulâncias, embarcações e aeronaves.
Cabe à autoridade sanitária estadual, municipal ou do Distrito Fe-
deral autorizar e controlar o estoque inicial e os suprimentos pos-
teriores da maleta de emergência.
A quantidade de medicamentos permitida nela será definida pela
autoridade sanitária local, mediante prévia solicitação do interessado.
O profissional deve se dirigir à autoridade sanitária para retirar
um bloco de notificação de receita A e a sequência numérica para
impressão da notificação de receita B. No ato da retirada do talo-
nário de Notificação de Receita A, o profissional deve portar seu
carimbo identificador, que será aposto no campo de identificação
do emitente da notificação.
Para a primeira aquisição, o profissional ou dirigente do serviço,
deve preencher a notificação de receita para cada medicamento en-
torpecente e/ou psicotrópico, constando, no campo destinado ao

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 35


nome do paciente, “Maleta de emergência”, e no campo destinado
ao endereço do paciente, “Endereço profissional”, bem como nome,
concentração e quantidade do medicamento a ser inicialmente ad-
quirida, data da requisição, carimbo e assinatura do profissional.
A autoridade sanitária local deve avaliar a solicitação e, verificada
a pertinência, autorizar a aquisição em farmácia ou drogaria atra-
vés de visto no verso de cada notificação de receita.
A reposição dos medicamentos da maleta de emergência se fará via
aquisição em farmácia ou drogaria, mediante apresentação de notifica-
ção de receita devidamente preenchida, com a quantidade administra-
da na emergência, contendo o nome e endereço completos do paciente.
Somente será autorizada a aquisição de medicamentos para a
maleta de emergência aos profissionais cadastrados pelo órgão de
vigilância sanitária competente.
Nos estabelecimentos onde houver farmácia (dispensário de
medicamentos), o gestor deverá observar os horários de atendi-
mento da equipe odontológica e da farmacêutica, para que não
haja ausência de acesso a medicamentos em razão da indisponi-
bilidade de farmacêutico responsável para a dispensação, profis-
sional imprescindível para a efetivação do ato odontológico, em
benefício da saúde do paciente.

36
11. Considerações finais

Observando os aspectos éticos e legais que regulamentam o exer-


cício do cirurgião-dentista, em especial no que tange à prescrição de
medicamentos, pode-se afirmar que esse profissional está habilitado
para prescrever medicamentos exclusivamente para uso odontoló-
gico, o que inclui coadjuvantes no tratamento odontológico, sendo
proibida a prescrição de medicamentos que não estejam relaciona-
dos à sua prática profissional, regulamentada por Lei ou por norma-
tivas do Conselho Federal de Odontologia.
Igualmente, cabe aos profissionais farmacêuticos zelar pela vida dos
pacientes, verificar a legalidade das prescrições medicamentosas feitas
por cirurgiões-dentistas e manter contato com eles para obtenção de
informações que se mostrarem necessárias para a segurança jurídica e
ética de seu trabalho.
Como profissionais da saúde, cirurgiões-dentistas e farmacêuticos de-
vem manter uma relação saudável, honesta, respeitosa e harmoniosa,
cientes de que cada um possui atribuições específicas no relacionamen-
to com o paciente e de que ambos têm deveres éticos e legais no rela-
cionamento interpessoal e com a sociedade.
Havendo dúvidas ou verificada infração ética na conduta de farma-
cêuticos e/ou cirurgiões-dentistas, tanto o Conselho Regional de Far-
mácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) quanto o Conselho Regional de
Odontologia de São Paulo (CROSP) devem ser acionados, para dirimir
conflitos, averiguar condutas e punir os infratores, quando for o caso.

Juntos somos mais fortes!

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 37


BIBLIOGRAFIA

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC n° 20, de 5 de maio de


2011. Dispõe sobre o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como
antimicrobianos, de uso sob prescrição, isoladas ou em associação. Diário Oficial da União
de 9 de maio de 2011, Seção 1, p. 39.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC n° 44, de 17 de agosto de


2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamen-
to, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêu-
ticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Diário Oficial da União de 18 de
agosto de 2012, Seção 1, p. 78.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC nº 16, de 02 de março de


2007. Aprova Regulamento Técnico para Medicamentos Genéricos. Diário Oficial da União
de 05 de março de 2007.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC nº 58, de 10 de outubro de


2014. Dispõe sobre as medidas a serem adotadas junto à Anvisa pelos titulares de registro
de medicamentos para a intercambialidade de medicamentos similares com o medicamen-
to de referência. Diário Oficial da União de 13 de outubro de 2014.

BRASIL. Presidência da República. Decreto Federal n° 85.878, de 07 de abril de 1981. Esta-


belece normas para execução da Lei nº 3.820/60, sobre o exercício da profissão de farma-
cêutico, e dá outras providências. Diário Oficial da União de 9 de abril de 1981.

BRASIL. Presidência da República. Lei Federal nº 13.021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe


sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas. Diário Oficial da União de 11
de agosto de 2014, Seção I, Edição extra. Brasília, 11 ago. 2014.

BRASIL. Presidência da República. Lei Federal nº 3.820, de 11 de novembro de 1960. Cria


o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Farmácia, e dá outras Providências. Diário
Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 21 de novembro de 1960.

BRASIL. Presidência da República. Lei Federal nº 5.081, de 24 de agosto de 1966. Regula


o Exercício da Odontologia. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 26 de
agosto de 1966.

BRASIL. Presidência da República. Lei Federal nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973. Dispõe


sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e
correlatos e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília,
19 dez. 1973.

BRASIL. Presidência da República. Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999. Altera a Lei


no 6.360, de 23 de setembro de 1976, que dispõe sobre a vigilância sanitária, estabelece o
medicamento genérico, dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farma-
cêuticos e dá outras providências. Diário Oficial da União de 11 de fevereiro de 1999.

BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução CFF nº 357, de 20 de abril de 2001. Apro-
va o regulamento técnico das Boas Práticas de Farmácia. Diário Oficial da União de 27 de

38
abril de 2001.

BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº 596 de 21 de fevereiro de 2014. Dis-


põe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as in-
frações e as regras de aplicação das sanções disciplinares. Diário Oficial da União de 25 de
março de 2014, Seção I, p. 99.

BRASIL. Conselho Federal de Odontologia. Resolução CFO nº 118, de 11 de maio de 2012.


Revoga o Código de Ética Odontológica aprovado pela Resolução CFO-42/2003 e aprova
outro em substituição. Diário Oficial da União de 14 de junho de 2012.

BRASIL. Conselho Federal de Odontologia. Resolução CFO nº 22, de 27 de dezembro de


2001. Baixa Normas sobre anúncio e exercício das especialidades odontológicas e sobre
cursos de especialização revogando as redações do Capítulo VIII, Título I; Capítulo I, II e III,
Título III, das Normas aprovadas pela Resolução CFO-185/93, alterada pela Resolução CFO-
198/95. Diário Oficial da União de 25 de janeiro de 2002.

BRASIL. Conselho Federal de Odontologia. Resolução CFO nº 63, de 8 de abril de 2005.


Aprova a Consolidação das Normas para Procedimentos nos Conselhos de Odontologia.
Diário Oficial da União de 19 de abril de 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria SVS / MS n° 344, de 12 de maio de 1998. Aprova o


Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. Diário
Oficial da União de 15 de maio de 1998, Seção 1, p. 3.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria SVS / MS n° 6, de 29 de janeiro de 1999. Aprova a


Instrução Normativa da Portaria SVS/MS nº 344 de 12 de maio de 1998 que instituiu o Regu-
lamento Técnico das substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. Diário Oficial
da União de 01 de fevereiro de 1999, Seção 1, p. 42.

MORETHSON, P. Farmacologia para a Clínica Odontológica, 1º edição. Editora Guanabara


Koogan, Rio de Janeiro, 2015.

NARVAI, P.C. Odontologia e saúde bucal coletiva. 1ª ed. São Paulo: Hucitec, 1994. 113p.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO. Coordenação da Atenção Básica –


Área Técnica de Saúde Bucal. Prescrição de Medicamentos Pelo Cirurgião-Dentista no Âm-
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cretaria da Saúde, Coordenação da Atenção Básica, Área Técnica de Saúde Bucal. 2. ed.
atual. São Paulo: SMS, 2012. 33p.

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 39


Anexo I – Substâncias utilizadas na prática clínica em odontolo-
gia em diversas áreas de atuação

Apesar do CROSP objetivar listar de maneira simplificada as substân-


cias que são prescritas e utilizadas pelos cirurgiões-dentistas, e exem-
plificar as principais indicações de uso na odontologia, é importante
salientar que a evolução da indústria farmacêutica, com disponibiliza-
ção de novas substâncias no mercado, faz com que essa lista não se
torne estática.
O cirurgião-dentista possui a recomendação ética e técnica no sen-
tido de manter contato com a equipe médica que acompanha o pa-
ciente, diante do conhecimento de doenças sistêmicas ou de suas sus-
peitas, para então determinar a melhor conduta odontológica a ser
adotada, envolvendo, inclusive, a prescrição medicamentosa.
Nesse sentido, é importante reiterar que o cirurgião-dentista, além
de prescrever medicamentos de uso específico em Odontologia, vi-
sando o benefício do paciente, pode prescrever fármacos que atuarão
como coadjuvantes no tratamento odontológico, com cautela e bom
senso, observando de modo irrestrito as recomendações técnicas e
científicas.
Como exemplo, pode-se citar a prescrição de inalações com solu-
ção fisiológica, que tem o intuito de descongestionar as vias aéreas,
porém, sem outra medicação associada. Havendo necessidade de ad-
ministração de outro fármaco associado ao soro fisiológico, há a ne-
cessidade de interação entre a equipe médica e odontológica, devido
aos efeitos desses fármacos.
De igual modo, a utilização de colírios também é uma prática odon-
tológica que encontra respaldo na literatura e em sua competência
legal, haja vista que seus efeitos demonstram-se benéficos em pelo
menos duas condições: Síndrome de Sjögren e disfunção salivar pós
-radiação. Seus efeitos secundários de estimulação da secreção das

40
glândulas salivares podem ser aproveitados com benefícios, quando
utilizado no local-alvo (cavidade bucal) para esta finalidade.
A associação de um antibiótico e um corticoide, como anti-inflama-
tório, ou seu uso isolado, na composição de alguns colírios é muito
importante para o cirurgião-dentista, que pode dele fazer uso em pro-
filaxia de infecções e complicações oftalmológicas nos procedimentos
cirúrgicos invasivos das fraturas de zigoma, orbitárias ou naso-órbito
-etmoidais, a serem prescritos na terapêutica medicamentosa coad-
juvante do trauma facial, além de muito utilizado em terapêuticas da
especialidade de endodontia, no uso intracanal, por exemplo.
A prescrição de substâncias que tenham caráter coadjuvante no tra-
tamento odontológico exige cautela e não possui o objetivo de tratar
especificamente de determinadas doenças sistêmicas. Por essa razão,
não deve ser prescrita pelo cirurgião-dentista para uso prolongado,
mas específico ao ato ou ao tratamento odontológico.
O cirurgião-dentista não possui habilitação legal para prescrever
medicamentos destinados ao controle de glicemia, cardiopatias, hi-
pertensão, tratamento de úlcera gástrica entre outros, uma vez que
essas situações são de competência médica, sendo recomendado que
o paciente seja sempre orientado a buscar auxílio de seu médico para
identificação ou controle de doenças.
Para compreender a competência do cirurgião-dentista quanto a
prescrição medicamentosa, não basta analisar somente as indicações
constantes no bulário, mas se faz necessário considerar o que se en-
contra determinado por lei e as indicações medicamentosas reconhe-
cidas pela literatura e pela Ciência, seja para uso profissional ou para
utilização do paciente, nos limites de sua atuação.
Ressalta-se que as substâncias abaixo foram agrupadas em conso-
nância com as indicações clínicas em odontologia.

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 41


Substância Indicação na prática clínica em
odontologia1
Aceclofenaco Controle da dor.
Aciclovir (em todas as suas apresentações) Antiviral.
Ácido acetilsalicílico - Antitérmico utilizado em infecções
odontogênicas.
- Anti-inflamatório.
- Controle da dor.
Ácido aminocapróico Controle de sangramento, que pode
ser utilizado em condições pré ou pós
cirúrgicas para pacientes que relatam
problemas relacionados à hemostasia,
do ponto de vista sistêmico.
Ácido mefenâmico - Controle da dor crônica, como casos
de dor muscular e traumática de origem
odontológica.
- Anti-inflamatório utilizado para o
controle de dor crônica, como casos de
dor muscular e traumática de origem
odontológica; problemas periodontais
associados à artrite reumatoide e
osteoartrite.
Ácido paraminobenzoico Processos infecciosos bacterianos.
Ácido peracético (2%) Desinfetante.
Ácido tranexâmico Controle de sangramento, que pode
ser utilizado em condições pré ou pós
cirúrgicas para pacientes que relatam
problemas relacionados à hemostasia,
do ponto de vista sistêmico.
Ácido tricloroacético Controle de sangramento, que pode
ser utilizado em condições pré ou pós
cirúrgicas para pacientes que relatam
problemas relacionados à hemostasia,
do ponto de vista sistêmico.

42
Substância Indicação na prática clínica em
odontologia1
Alprazolam Para pacientes odontológicos quando
apresentam grande incidência do fator
medo, ansiedade, fobia entre outros,
que são desencadeadores de condições
sistêmicas desfavoráveis a atos clínicos
ou cirúrgicos, tais como a hipertensão
arterial e taquicardia. É utilizado, ainda,
em pacientes que possuem dificuldade
de condicionamento verbal, desde que
o mesmo não apresente histórico de
hipersensibilidade ou contraindicações
ao uso dos componentes. As dosagens
devem ser rigorosamente seguidas,
não havendo indicação de tratamento
prolongado.
Amicacina Processos infecciosos bacterianos.
Amitriplina Coadjuvante no tratamento e controle da
dor crônica.
Amoxicilina Processos infecciosos bacterianos.
Amoxicilina / Ácido clavulânico Processos infecciosos bacterianos.
Ampicilina Processos infecciosos bacterianos.
Ampicilina / Sulbactam Processos infecciosos bacterianos.
Anfotericina B Antifúngico.
Articaína (associado ou não a Anestesia local.
vasoconstritores)
Azitromicina Processos infecciosos bacterianos.
Baclofeno Tratamento de Disfunção
Temporomandibular (DTM) e outras
condições extremas onde ocorra
espasmos musculares. Tem função
coadjuvante, visando a melhora do
conforto do paciente, por período
determinado, aliado a investigações
de outras condições etiológicas que se
referem à causa do problema identificado
Benzidamina (cloridrato de benzidamina) Antisséptico/Enxaguatório.
(pó para preparação extemporânea,
spray, colutório, pasta dentifrícia e gel.)

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 43


Substância Indicação na prática clínica em
odontologia1
Benzilpenicilina (benzilpenicilina Processos infecciosos bacterianos.
benzatina, benzilpenicilina potássica ou
benzilpenicilina procaína)
Betametasona - Anti-inflamatório.
- Antisséptico/Enxaguatório (elixir).
Exemplo de uso: feridas cirúrgicas
odontogênicas, lesões do complexo
maxilomandibular. Geralmente na forma
de bochecho, para ação anti-inflamatória
e cicatrização (estomatologia).
Betanecol Controle de hipossalivação, indicado em
casos de xerostomia, que podem gerar
doenças periodontais, proliferação de
bactérias e fungos, mucosite bacteriana,
além de visar o combate à dificuldade
de retenção de próteses dentárias muco
suportadas.
Biovitrocerâmicas Dessensibilizante. Bioativo
remineralizante.
Bromazepam Para pacientes odontológicos quando
apresentam grande incidência do fator
medo, ansiedade, fobia entre outros,
que são desencadeadores de condições
sistêmicas desfavoráveis à atos clínicos
ou cirúrgicos, tais como a hipertensão
arterial e taquicardia. É utilizado, ainda,
em pacientes que possuem dificuldade
de condicionamento verbal, desde que
o mesmo não apresente histórico de
hipersensibilidade ou contraindicações
ao uso dos componentes. As dosagens
devem ser rigorosamente seguidas,
não havendo indicação de tratamento
prolongado.
Bupivacaína (associado ou não a Anestesia local.
vasoconstritores)
Carbamazepina Controle da dor utilizado nos distúrbios
dolorosos orofaciais. Exemplo de uso:
neuralgia do trigêmeo.
Carbenicilina Processos infecciosos bacterianos.

44
Substância Indicação na prática clínica em
odontologia1
Caseína fosfopeptídica Dessensibilizante. Bioativo
remineralizante.
Cefaclor Processos infecciosos bacterianos.
Cefadroxila Processos infecciosos bacterianos.
Cefalexina Processos infecciosos bacterianos.
Cefalotina Processos infecciosos bacterianos.
Cefazolina Processos infecciosos bacterianos.
Cefepima Processos infecciosos bacterianos.
Cefotaxima Processos infecciosos bacterianos.
Cefoxitina Processos infecciosos bacterianos.
Ceftazidima Processos infecciosos bacterianos.
Ceftriaxona Processos infecciosos bacterianos.
Cefuroxima Processos infecciosos bacterianos.
Celecoxibe Anti-inflamatório.
Cetirizina Processos alérgicos.
Cetoprofeno Anti-inflamatório.
Cetorolaco Anti-inflamatório.
Cevimelina Controle de hipossalivação, indicado em
casos de xerostomia, que podem gerar
doenças periodontais, proliferação de
bactérias e fungos, mucosite bacteriana,
além de visar o combate à dificuldade
de retenção de próteses dentárias
mucosuportadas.
Ciclobenzaprina Tratamento de Disfunção
Temporomandibular (DTM) e outras
condições extremas onde ocorra
espasmos musculares. Tem função
coadjuvante, visando a melhora do
conforto do paciente, por período
determinado, aliado a investigações
de outras condições etiológicas que
se referem à causa do problema
identificado.
Ciprofloxacino Processos infecciosos bacterianos.

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 45


Substância Indicação na prática clínica em
odontologia1
Claritromicina Processos infecciosos bacterianos.
Clindamicina Processos infecciosos bacterianos.
Cloreto de cetilpiridínio Antisséptico/Enxaguatório.
Clorexidina Antisséptico/Enxaguatório. Uso comum
0,2 a 2,0% (líquido ou gel).
Clostebol Terapêuticas que visam a regeneração
óssea, para a proliferação, adesão e
diferenciação de osteoblastos.
Cloxazolam Para pacientes odontológicos quando
apresentam grande incidência do fator
medo, ansiedade, fobia entre outros,
que são desencadeadores de condições
sistêmicas desfavoráveis à atos clínicos
ou cirúrgicos, tais como a hipertensão
arterial e taquicardia. É utilizado, ainda,
em pacientes que possuem dificuldade
de condicionamento verbal, desde que
o mesmo não apresente histórico de
hipersensibilidade ou contraindicações
ao uso dos componentes. As dosagens
devem ser rigorosamente seguidas,
não havendo indicação de tratamento
prolongado.
Codeína (pode ser utilizada em associação Controle da dor, como em casos de dores
com analgésicos não opioides, por causadas por tumores, dores agudas e
exemplo, paracetamol) crônicas, intensas ou muito intensas.
Cortisona Anti-inflamatório.
Dehidroepiandrosterona Terapêuticas que visam a regeneração
(Androstenolona) óssea, para a proliferação, adesão e
diferenciação de osteoblastos.
Desloratadina Processos alérgicos.
Dexametasona - Anti-inflamatório.
- Antisséptico/Enxaguatório (elixir).
Exemplo de uso: feridas cirúrgicas
odontogênicas, lesões do complexo
maxilomandibular. Geralmente na forma
de bochecho, para ação anti-inflamatória
e cicatrização (estomatologia).

46
Substância Indicação na prática clínica em
odontologia1
Diazepam Para pacientes odontológicos quando
apresentam grande incidência do fator
medo, ansiedade, fobia entre outros,
que são desencadeadores de condições
sistêmicas desfavoráveis à atos clínicos
ou cirúrgicos, tais como a hipertensão
arterial e taquicardia. É utilizado, ainda,
em pacientes que possuem dificuldade
de condicionamento verbal, desde que
o mesmo não apresente histórico de
hipersensibilidade ou contraindicações
ao uso dos componentes. As dosagens
devem ser rigorosamente seguidas,
não havendo indicação de tratamento
prolongado.
Diclofenaco - Anti-inflamatório.
- Controle da dor.
Dicloxacilina Processos infecciosos bacterianos.
Difenidramina Processos alérgicos.
Diflunisal Controle da dor.
Dipirona - Controle da dor.
- Antitérmico utilizado em infecções
odontogênicas.
Doxiciclina Processos infecciosos bacterianos
Eltrombopague olamina Controle de sangramento, que pode
ser utilizado em condições pré ou pós
cirúrgicas para pacientes que relatam
problemas relacionados à hemostasia,
do ponto de vista sistêmico.
Epinefrina Processos alérgicos. O cirurgião-dentista
em atos clínicos ou cirúrgicos, em
ambiente ambulatorial ou hospitalar,
pode fazer uso de substâncias
medicamentosas, a exemplo dos
anestésicos, que contenham epinefrina.
Dentre os vasoconstritores adrenérgicos,
pode-se citar que a epinefrina é uma
das mais indicadas no atendimento de
pacientes com hipertensão controlada no
estágio I ou II.

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 47


Substância Indicação na prática clínica em
odontologia1
Eritromicina Processos infecciosos bacterianos.
Ertapeném Processos infecciosos bacterianos.
Etanol (70%) (ou álcool etílico 70%) Desinfetante.
Etilestrenol Em terapêuticas que visam a regeneração
óssea, para a proliferação, adesão e
diferenciação de osteoblastos.
Etodolaco Anti-inflamatório.
Etoricoxibe Anti-inflamatório.
Fenilbutazona - Anti-inflamatório.
- Tratamento de Disfunção
Temporomandibular (DTM) e outras
condições extremas onde ocorra
espasmos musculares. Tem função
coadjuvante, visando a melhora do
conforto do paciente, por período
determinado, aliado a investigações
de outras condições etiológicas que
se referem à causa do problema
identificado.

Fenoprofeno Anti-inflamatório.
Fentanila Usohospitalar.Controledadoremanalgesia
decurtaduraçãoduranteoperíodoanestésico
(pré-medicação, indução e manutenção) ou
quandonecessárionoperíodopós-operatório
imediato.
Fluconazol Antifúngico.

48
Substância Indicação na prática clínica em
odontologia1
Flunitrazepam Para pacientes odontológicos quando
apresentam grande incidência do fator
medo, ansiedade, fobia entre outros,
que são desencadeadores de condições
sistêmicas desfavoráveis à atos clínicos
ou cirúrgicos, tais como a hipertensão
arterial e taquicardia. É utilizado, ainda,
em pacientes que possuem dificuldade
de condicionamento verbal, desde que
o mesmo não apresente histórico de
hipersensibilidade ou contraindicações
ao uso dos componentes. As dosagens
devem ser rigorosamente seguidas,
não havendo indicação de tratamento
prolongado.
Flúor Dessensibilizante.
Fluoretos (em todas as suas Agente anticárie.
apresentações)
Fluoxetina Coadjuvante no tratamento e controle da
dor crônica.
Formaldeído (4%) Desinfetante.
Fosfato de cálcio amorfo* Dessensibilizante. Bioativos
remineralizante.
Gabapentina Controle da dor utilizado nos distúrbios
dolorosos orofaciais.
Gemifloxacino Processos infecciosos bacterianos.
Gentamicina Processos infecciosos bacterianos.
Glucagon Processos alérgicos. A prescrição
e aplicação de Glucagon se dá nas
situações de emergências médicas em
Odontologia.
Glutaraldeído (soluções a 2%) Desinfetante.
Hidrocortisona Anti-inflamatório.
Hipoclorito de Sódio (soluções de 2 a 4%) Desinfetante.
Ibuprofeno - Controle da dor.
- Antitérmico utilizado em infecções
odontogênicas.
- Anti-inflamatório.

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 49


Substância Indicação na prática clínica em
odontologia1
Imipeném Processos infecciosos bacterianos.
Indometacina Anti-inflamatório.
Iodóforos, como soluções alcoólicas Antisséptico/Enxaguatório.
ou aquosas de iodopovidona ou iodo-
polivinilpirrolidine (iodo-povidine) (0,1 a
1,0%)
Itraconazol Antifúngico.
Levofloxacino Processos infecciosos bacterianos.
Lidocaína (associado ou não a Anestesia local.
vasoconstritores)
Loratadina Processos alérgicos.
Lorazepam Para pacientes odontológicos quando
apresentam grande incidência do fator
medo, ansiedade, fobia entre outros,
que são desencadeadores de condições
sistêmicas desfavoráveis à atos clínicos
ou cirúrgicos, tais como a hipertensão
arterial e taquicardia. É utilizado, ainda,
em pacientes que possuem dificuldade
de condicionamento verbal, desde que
o mesmo não apresente histórico de
hipersensibilidade ou contraindicações
ao uso dos componentes. As dosagens
devem ser rigorosamente seguidas,
não havendo indicação de tratamento
prolongado.
Meclofenamato de sódio Anti-inflamatório.
Meloxicam - Controle da dor.
- Anti-inflamatório.
Mepivacaína (associado ou não a Anestesia local.
vasoconstritores)
Meropeném Processos infecciosos bacterianos.
Meticilina Processos infecciosos bacterianos.
Metilpredinisolona Anti-inflamatório.
Metronidazol Processos infecciosos bacterianos.
Miconazol Antifúngico.

50
Substância Indicação na prática clínica em
odontologia1
Midazolam Para pacientes odontológicos quando
apresentam grande incidência do fator
medo, ansiedade, fobia entre outros,
que são desencadeadores de condições
sistêmicas desfavoráveis à atos clínicos
ou cirúrgicos, tais como a hipertensão
arterial e taquicardia. É utilizado, ainda,
em pacientes que possuem dificuldade
de condicionamento verbal, desde que
o mesmo não apresente histórico de
hipersensibilidade ou contraindicações
ao uso dos componentes. As dosagens
devem ser rigorosamente seguidas,
não havendo indicação de tratamento
prolongado.

Minociclina Processos infecciosos bacterianos.


Morfina Controle da dor de uso hospitalar, para
aliviar dores severas e/ou muito intensas.
Moxifloxacino Processos infecciosos bacterianos.
Nano-Hidroxiapatita Dessensibilizante. Bioativo
remineralizante.
Naproxeno - Controle da dor.
- Anti-inflamatório.
Nimesulida - Controle da dor.
- Anti-inflamatório.
Nistatina Antifúngico.
Nitrato de potássio (5%) Dessensibilizante.
Nortripilina Coadjuvante no tratamento e controle da
dor crônica.
Óleos essenciais e suas combinações Antisséptico/Enxaguatório.
(eucaliptol 0,092%, mentol 0,042%, timol
0,064%, metil salicilato 0,060%).

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 51


Substância Indicação na prática clínica em
odontologia1
Orfenadrina Tratamento de Disfunção
Temporomandibular (DTM) e outras
condições extremas onde ocorra
espasmos musculares. Tem função
coadjuvante, visando a melhora do
conforto do paciente, por período
determinado, aliado a investigações
de outras condições etiológicas que
se referem à causa do problema
identificado.
Oxacilina Processos infecciosos bacterianos.
Oxazepam Para pacientes odontológicos quando
apresentam grande incidência do fator
medo, ansiedade, fobia entre outros,
que são desencadeadores de condições
sistêmicas desfavoráveis à atos clínicos
ou cirúrgicos, tais como a hipertensão
arterial e taquicardia. É utilizado, ainda,
em pacientes que possuem dificuldade
de condicionamento verbal, desde que
o mesmo não apresente histórico de
hipersensibilidade ou contraindicações
ao uso dos componentes. As dosagens
devem ser rigorosamente seguidas,
não havendo indicação de tratamento
prolongado.
Oxifembutazona Anti-inflamatório.
Paracetamol - Controle da dor.
- Antitérmico utilizado em infecções
odontogênicas.
Parametasona Anti-inflamatório.
Parecoxibe Anti-inflamatório.
Penciclovir Antiviral.
Peróxido de carbamida Agente clareador.
Peróxido de hidrogênio - Agente clareador.
- Antisséptico/Enxaguatório (0,013 a
3,000%).

52
Substância Indicação na prática clínica em
odontologia1
Pilocarpina Controle de hipossalivação, indicado em
casos de xerostomia, que podem gerar
doenças periodontais, proliferação de
bactérias e fungos, mucosite bacteriana,
além de visar o combate à dificuldade
de retenção de próteses dentárias
mucosuportadas.
Piperacilina Processos infecciosos bacterianos.
Piperacilina / Tazobactam Processos infecciosos bacterianos.
Piroxicam - Controle da dor.
- Anti-inflamatório.
Polialcoóis Agente anticárie.
Poliximinas Processos infecciosos bacterianos de uso
tópico.
Prednisolona Anti-inflamatório.
Prednisona Anti-inflamatório.
Pregabalina Controle da dor utilizado nos distúrbios
dolorosos orofaciais.
Prilocaína (associado ou não a Anestesia local.
vasoconstritores)
Prometazina Processos alérgicos.
Quaternários de amônia Desinfetante.
Ramoplanina Processos infecciosos bacterianos.
Ranitidina Processos alérgicos. Seu uso é indicado
em casos em que o paciente possua, por
exemplo, história de irritação gástrica
quando do uso de antibióticos, anti-
inflamatórios, analgésicos ou outros
medicamentos, para fins odontológicos,
pois o cirurgião dentista pode prescrever
protetores gástricos, coadjuvantes
na terapêutica medicamentosa de
tratamento em Odontologia.
Rifamida Processos infecciosos bacterianos.
Roxitromicina Processos infecciosos bacterianos.

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 53


Substância Indicação na prática clínica em
odontologia1
Somatropina Indicado em terapêuticas que visam a
regeneração óssea, para a proliferação,
adesão e diferenciação de osteoblastos.
Sulfacetamida Processos infecciosos bacterianos.
Sulfadiazina Processos infecciosos bacterianos.
Sulfafurazol Processos infecciosos bacterianos.
Sulfametoxazol Processos infecciosos bacterianos.
Sulindaco Anti-inflamatório.
Teicoplanina Processos infecciosos bacterianos.
Telitromicina Processos infecciosos bacterianos.
Tenoxicam Anti-inflamatório.
Tetraciclina (cloridrato de tetraciclina) Processos infecciosos bacterianos.
Ticarcilina Processos infecciosos bacterianos.
Ticarcilina / ácido clavulânico Processos infecciosos bacterianos.
Tiocolchicosídeo Tratamento de Disfunção
Temporomandibular (DTM) e outras
condições extremas onde ocorra
espasmos musculares. Tem função
coadjuvante, visando a melhora do
conforto do paciente, por período
determinado, aliado a investigações
de outras condições etiológicas que
se referem à causa do problema
identificado.
Tramadol Controle da dor, como em Disfunções
Temporomandibulares (DTM), neuralgia
do trigêmeo (traumática ou não) ou
dores neuropáticas orofaciais de origens
diversas.
Triancinolona Anti-inflamatório. Uso comum em
orabase.
Triclosana Antisséptico/Enxaguatório.
Trimetoprima (geralmente empregado Processos infecciosos bacterianos.
em associação à sulfonamida)
Vancomicina Processos infecciosos bacterianos.

54
Substância Indicação na prática clínica em
odontologia1
Venlafaxina Coadjuvante no tratamento e controle da
dor crônica.
Xilitol Agente anticárie.

1
Observações importantes:
a) Alguns dos antibacterianos apresentados no quadro acima
são prescritos apenas em ambiente hospitalar.
b) Glicocorticóides, como hidrocortisona e prednisolona, associa-
dos a epinefrina e aos anti-histamínicos, constituem o passo seguin-
te no tratamento da anafilaxia, ou ainda utilizados cronicamente no
tratamento ambulatorial das alergias associadas aos procedimentos
odontológicos. Não são fármacos de primeira escolha para tratamen-
to de dor em processo inflamatório crônico, devido aos efeitos secun-
dários graves. Contudo, permanece o emprego quando a terapia con-
vencional de primeira linha não se apresentar efetiva ou eficaz.
c) Anestésicos gerais são utilizados sob responsabilidade de mé-
dico anestesista, em procedimentos odontológicos clínicos ou cirúrgi-
cos específicos realizados em ambiente hospitalar.

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 55


Anexo II - Outras substâncias utilizadas nas especialidades
odontológicas não citadas anteriormente

Substância Especialidade Odontológica1


Ácido acético Estomatologia
Ácido alfalipóico isotretinoína (0,05 a Estomatologia (utilizado via tópica afim
0,10%) de promover aumento da reciclagem das
células epiteliais, levando a descamação e
eliminação da lesão na mucosa oral)
Ácido cítrico (1 a 50%) Endodondia
Ácido etileno diaminotetracético (EDTA Endodondia
17% - líquido, EDTA 20% - em gel, EDTA
trissódico 24% - em gel, EDTA-C, EDTA-T)
Ácido málico (1%) Estomatologia (exemplo de uso:
xerostomia, geralmente associado ao
xilitol e fluoretos para evitar diminuição
do pH da cavidade bucal que poderia
levar ao aumento na incidência de cáries)
Ácido tricloroacético (50%) Estomatologia (aplicado em lesões com
potencial de transformação maligna,
afim de promover o peeling químico
simples, destruindo não seletivamente
células normais e displásicas/neoplásicas
mediante aplicação tópica)
Acitretina (0,05 a 0,10%) Estomatologia (utilizado via tópica afim
de promover aumento da reciclagem das
células epiteliais, levando a descamação e
eliminação da lesão na mucosa oral)
Água de cal Endodondia
Camomila - extrato Estomatologia
Capsaicina e derivados (0,025 a 0,075%) Estomatologia (exemplo de uso: síndrome
de ardência bucal)
Chá verde - extrato Estomatologia
Cimentos (Fosfato de Zinco, Iônomero de Endodondia
vidro, MTA – mineral trioxide aggregate)
Clobetasol (0,05 a 0,1%) Estomatologia

56
Substância Especialidade Odontológica1
Clonazepam Estomatologia (exemplo de uso: síndrome
de ardência bucal)
Corticosteroides - creme Estomatologia (utilizados como anti-
inflamatórios e imunoreguladores,
reduzindo os sintomas da inflamação e
acelerando o processo natural de reparação
dos tecidos em casos de lesões na forma de
erosão e/ou ulceração na mucosa bucal)
Dexametasona - colírio Endodondia (uso intracanal)
Dexametasona, sulfato de neomicina Endodondia (utilizada pela ação
e sulfato de polimexina B – suspensão antimicrobiana e anti-inflamatória)
oftálmica estéril
Eugenol Endodondia
Fluoruracila (0,5 a 5,0%) Estomatologia (antineoplásico usado em
lesões com potencial de transformação
maligna, como queilite actínica, afim
de promover a destruição das células
alteradas mediante aplicação tópica)
Formocresol Endodondia
Glicerina Endodondia
Guaçatonga (Casearia sylvestris Sw.) Periodontia
Heparina Cirurgia, traumatologia e disfunção
temporomandibular (DTM) (para
prevenção do tromboembolismo venoso)
Hexamidina e tetracaína Estomatologia
Hidrocortisona, cloridrato de Endodondia (utilizada pela ação
oxitetraciclina e sulfato de polimexina B antimicrobiana e anti-inflamatória)
– pomada
Hidróxido de cálcio Endodondia
Imiquimode (5%) Estomatologia (utilizado em lesões com
potencial de transformação maligna, afim
de promover a destruição das células
alteradas mediante aplicação tópica)
Iodofórmio Endodondia
Iodopovidona Periodontia
(solução aquosa a 10 %)

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 57


Substância Especialidade Odontológica1
Neomicina e hidrocortisona - suspensão Endodondia (utilizada pela ação
otológica antimicrobiana e anti-inflamatória)
Óleo de laranja Endodondia
Óleo de oliva Endodondia
Óxido de zinco Endodondia
Óxido de zinco e eugenol Odontopediatria (na endodontia de
dentes decíduos)
Óxido nitroso Cirurgia, traumatologia e disfunção
temporomandibular (DTM)
Paramonoclorofenol - canforado Endodondia
Pastas de hidróxido de cálcio e iodofórmio Odontopediatria (na endodontia de
dentes decíduos)
Peróxido de hidrogênio, peróxido de uréia, Endodondia
polietilenoglicol e polissorbato Tween 80
Polietilenoglicol Endodondia
Propilenoglicol Endodondia
Própolis 5% em propilenoglicol Estomatologia
Saliva artificial Estomatologia (exemplo de uso:
xerostomia)
Soda clorada de 4 a 6% Endodondia
Soluções nasais com ou sem anti- Cirurgia, traumatologia e disfunção
inflamatórios temporomandibular (DTM)
Soluções nasais hipertônicos - sprays, Cirurgia, traumatologia e disfunção
géis ou soluções temporomandibular (DTM)
Soro fisiológico Cirurgia, traumatologia e disfunção
temporomandibular (DTM)
Sulfato de bário Endodondia
Sulfato de cálcio Endodondia
Ticresol formalina Endodondia
Tintura de lugol 5% Endodondia
Trietalonamina Endodondia

Por força da Lei 5.081/66, o cirurgião-dentista clínico geral tem o di-


1

reito de atuar em todas as áreas e especialidades odontológicas, ainda


que não possua título de especialista.

58
Anexo III - Modelos Receituário de Controle Especial e Notifica-
ções de Receita de medicamentos contendo substâncias sujeitas
ao regime especial de controle da Portaria do SVS/MS nº344/98

RECEITUÁRIO CONTROLE ESPECIAL

IDENTIFICAÇÃO DO EMITENTE 1ª VIA FARMÁCIA


2ª VIA PACIENTE
Nome Completo:

CRM UF Nº
Endereço Completo e Telefone:

Cidade: UF:

Paciente:

Endereço:

Prescrição:

IDENTIFICAÇÃO DO COMPRADOR IDENTIFICAÇÃO DO FORNECEDOR

Nome:

Ident.: Órg. Emissor:


End.:

Cidade: UF:
Telefone: ASSINATURA DO FARMACÊUTICO DATA: ______/____/_____

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 59


IDENTIFICAÇÃO DO EMITENTE ESPECIALIDADE FARMACÊUTICA
NOTIFICAÇÃO DE RECEITA

Nome:

A
UF NÚMERO

Quantidadee Apresentação
Data de de

Paciente
Forma Farm. Concent. /Unid. Posologia

Endereço
Assinatura do Emitente

IDENTIFICAÇÃO DO COMPRADOR IDENTIFICAÇÃO DO FORNECEDOR

Nome:

Endereço: Nome

Identidade Nº:Ó rgão Emissor: Telefone:


Data
Dados da Gráfica: Nome - Endereço Completo - CGC

NOTIFICAÇÃO DE RECEITA IDENTIFICAÇÃO DO EMITENTE Medicamento ou Substância


UF NÚMERO

B Quantidade e Forma Farmacêutica

Dose por Unidade Posológica


de de Paciente:

Endereço: Posologia

Assinatura do Emitente

IDENTIFICAÇÃO DO COMPRADOR CARIMBO DO FORNECEDOR

Nome:

Endereço:

Telefone:
Identidade Nº: ÓrgãoEmissor: Nome do Vendedor Data

Dados da Gráfica: Nome - Endereço Completo - CGC Numeração desta impressão: de a

60
NOTIFICAÇÃO DE RECEITA ESPECIAL IDENTIFICAÇÃO DO EMITETENTE
RETINÓIDES SISTÊMICOS ESPECIALIDADE/
(Verificar Termo de Conhecimento) SUBSTÂNCIA
UF NÚMERO
Nome
Isotretinoína

Tretinoína GRAVIDEZ PROIBIDA


Data de de Risco de graves defeitos
na face, nas orelhas, no
Acitretina coração e no sistema
Paciente nervoso do feto.

Idade Sexo
Posologia
Prescrição:I nicial Subsequente

Endereço
Assinatura

IDENTIFICAÇÃO DO COMPRADOR IDENTIFICAÇÃO DO FORNECEDOR

Nome:

Endereço: Nome

Identidade Nº: Órgão Emissor:T elefone:


Data
Dados da Gráfica: Nome - Endereço Completo - CCG: Numeração desta impressão de até
(2 Vias)1 ªV ia Farmácia 2ª ViaM édico

Manual de orientação ao farmacêutico: Prescrição e dispensação de medicamentos utilizados em odontologia 61


Este material foi diagramado utilizando
Gill Sans (Eric Gills) e Open Sans (Steve
Matterson) em papel couché fosco 90g/m2.

Setembro de 2017
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