You are on page 1of 14

MDT_Energia – Assignment 1 _Modulo II [UEM - 2014]

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE


FACULDADE DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA

MESTRADO EM FÍSICA

OPÇÃO I: Métodos Directos de Transformação de Energia

Tema:

Assignment 1

Modulo II - Peculiaridades da Conversão Directa da Energia Solar em


Eléctrica

Docente: Luís Chea [Ph.D.]

Elaboração e Adaptação:

Mucomole, Fernando Venâncio [Mestrando]

Maputo, 02 de Setembro de 2014

Fernando Venâncio Mucomole – Mestrado em Física 1|P a ge


MDT_Energia – Assignment 1 _Modulo II [UEM - 2014]

Exercício1. O “sunset hour angle” ou ângulo do pôr do sol, , calcula-se a partir do pressuposto
de que o ângulo zenital é de 90° (altitude solar é zero). Calcula-se pela expressão:

( ) ( ) ( )

O é, então, convertido em horas e achado o tempo do por do sol contado a partir das 12:00h.

(a) Calcule o tempo do por do sol e do nascer do sol em Maputo no dia 20 de Março.
(b) Calcule a altitude solar e o azimute solar pelas 10:30h e 14:00 h do mesmo dia.

Resolução 1.

a) A altitude solar é expressa pela seguinte fórmula:

[ ( ) ( ) ( ) ( ) ( )]

Onde: é a latitude; é a declinação; é o “sunset hour angle” ou ângulo do pôr-do-sol.

Sabendo que a altitude solar é igual a zero ( ), então da expressão anterior temos:

[ ( ) ( ) ( ) ( ) ( )]

Tal que podemos deduzir directamente que o “sunset hour angle” ou ângulo do pôr-do-sol,
quando o ângulo zenital é de 90° (altitude solar é zero) é dado pela expressão:

( ) ( )
( ) ( ) ( )
( ) ( )

Calculemos primeiro a declinação, sabendo que para o mês de Março o número de dias é
calculado mediante a aplicação da relação (válida para o mês de Março, onde é o dia do mês
“neste exercício ”):

A declinação é achada mediante a aplicação da seguinte expressão:

( ) ( )

Sabendo que a latitude de Maputo (região sul de Moçambique) é . Tal que:

( ) ( )
( ) ( ( ) ( ))
( ) ( )

( ( ) ( )) ( )

Segundo Zekai Sen, 2008; ângulo horário é achado pela relação:

Fernando Venâncio Mucomole – Mestrado em Física 2|P a ge


MDT_Energia – Assignment 1 _Modulo II [UEM - 2014]

( )

Tal algebricamente obtemos dado como:

Sabendo que é valida a relação seguinte:

;1 ;

Por aplicação de uma regra de três simples, deduzimos directamente que o valor de em horas é:

Tal que este mesmo tempo equivale ao tempo do nascer do sol que é igual a .

O número de dias de hora de luz, segundo Duffie & Beckman, 1991 é dado como:

( ( ) ( ))

Tal que por uma substituição de escalares obtemos:

( ( ) ( )) ( )

Analogamente (sabendo que ) deduzimos que o número de horas de luz do dia é:

Tal que dai concluímos que o tempo do por do sol ( ) foi de:

Resposta 1.a) No dia 20 de Março em Maputo tempo do nascer do sol foi de e


o tempo do por do sol foi de .

b) Cálculo da altitude solar e do azimute solar

 Segundo Duffie & Beckman, 1991; a altitude solar é calculada pela expressão:

[ ( ) ( ) ( ) ( ) ( )]

O ângulo horário é achado como (Zekai Sen, 2008):

Fernando Venâncio Mucomole – Mestrado em Física 3|P a ge


MDT_Energia – Assignment 1 _Modulo II [UEM - 2014]

( )

Substituindo em temos:

[ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ( ))]

Para as 10:30h a altitude solar é:


[ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ( ))]

[ ]

 Para o o azimute solar é dada pela expressão (Duffie &


Beckman, 1991):

( ) ( ) ( )
( )
( ) ( )

Então o azimute solar pelas 10:30, será:

( ) ( ) ( )
( )
( ) ( )
( )

Para as 14:00h a altitude solar é:

[ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ( ))]

[ ]

 Para o o azimute solar é dada pela expressão:

( ) ( ) ( )
( )
( ) ( )

O azimute solar pelas 14:00h, será:

( ) ( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )

Resposta 1.b) A altitude solar e o azimute solar pelas 10:30h são de


e para às 14:00h a altitude solar e de e o azimute solar são de
.

Fernando Venâncio Mucomole – Mestrado em Física 4|P a ge


MDT_Energia – Assignment 1 _Modulo II [UEM - 2014]

Exercício 2. Calcule a radiação total incidente sobre uma superfície inclinada 45° para o norte
sob um ângulo de incidência de 36.5°. A radiação global na horizontal é de quando a
radiação directa normal ( ) é de 850 e o ângulo zenital é de 41.7°. Considere o albedo igual a
0.2. Use primeiro o modelo isotrópico e depois o modelo anisotrópico de Hay & Davies.

Figura 1: Radiação total incidente sobre uma superfície inclinada 45° para o norte

[Fonte: Exercícios do Professor]

Resolução 2. Sabendo que a radiação total incidente sobre uma superfície inclinada N
em um ângulo de incidência de , a radiação global incidente na horizontal é de
, a radiação directa é de e o ângulo zenital é de 41,7°
com o albedo igual á .

Modelo Isotrópico

Para o modelo isotrópico, a radiação difusa incidente em superfície com inclinação é dada:

( )

( ( ))

( ) ( )

A radiação reflectida pelo terreno será dada como:

( ) ( ( ))

A radiação global em superfícies inclinada tem uma componente directa , uma


componente difusa e uma reflectida pela terra ; de modo a que seja dado por:

Fernando Venâncio Mucomole – Mestrado em Física 5|P a ge


MDT_Energia – Assignment 1 _Modulo II [UEM - 2014]

Tal que por substituição dos valores já achados na fórmula temos:

Modelo anisotrópico de Hay & Davies.

Para o modelo anisotrópico de Hay & Davies vamos considerar que apenas a componente difusa
é afectada pela radiação reflectida pelo terreno e não sofre variação apreciável. Para o dia 25
n=176.

[ ( )]

( ) ( )
( )[ ]
( )

( ) ( )
( )[ ]
( )

( )

Agora nestes dois modelos a componente afectada é a componente difusa.

Resposta 1.b) Usando o modelo isotrópico a radiação total incidente sobre uma superfície
inclinada é de ; usando o método anisotrópico de Hay & Davies é
.

Fernando Venâncio Mucomole – Mestrado em Física 6|P a ge


MDT_Energia – Assignment 1 _Modulo II [UEM - 2014]

Exercício 3. Explique o processo de formação de combustíveis fósseis e diga por quê hoje
constituem uma ameaça tanto para suprir a demanda energética mundial, como do ponto de vista
ambiental.

Resolução 3.

 Os combustíveis fósseis são resultado da decomposição de restos de animais e plantas

que há milhares de anos se decomporam e formaram no subsolo uma camada de um tipo de


substância que é usada para varias finalidades como por exemplo combustível de automóveis.

Figura 2: [Fonte:
https://www.google.co.mz/search?q=formation+of+fossil+fuels&espv=2&tbm=isch&tbo=u&sou
rce=univ&sa=X&ei=-VwEVNr7EcLD0QX-
m4C4Bw&ved=0CD8QsAQ&biw=1360&bih=667#facrc=_&imgdii=_&imgrc=le1SaN6uaB9w
NM%253A%3B3B0eBS ]

Os combustíveis fósseis são possivelmente ter sido formados por meio de processos naturais ou
seja, pela decomposição de matéria orgânica (organismos mortos soterrado), através de um
processo que levou milhares de anos.

As plantas armazenam a energia recebida do sol transformando-a no seu próprio alimento


(fotossíntese). Por sua vez, os animais comem as plantas para adquirirem energia. Finalmente, as
pessoas comem os animais e as plantas para obter a energia necessária para trabalhar. Quando as
plantas, dinossauros e outras criaturas morreram, a terra decompôs os seus corpos enterrados,
camada por camada, debaixo da terra. São necessários dois milhões de anos para que estas
camadas de matéria orgânica se transformem em pedra preta e dura a que chamamos o carvão,
num líquido negro: o petróleo, ou ainda no gás natural.

Fernando Venâncio Mucomole – Mestrado em Física 7|P a ge


MDT_Energia – Assignment 1 _Modulo II [UEM - 2014]

Os combustíveis fósseis constituem uma ameaça para suprir a demanda energética


mundial porque as suas reservas são esgotáveis se comparado com o ritmo de
crescimento da humanidade que cada vez mais precisa de energia para satisfação massiva
das suas necessidades, devido ao seu crescimento progressivo.

Do ponto de vista ambiental os combustíveis fósseis emitem gases como o dióxido de


carbono, o metano, etc; que danificam a nossa atmosfera terrestre, em particular a camada
de ozónio que protege os habitantes da terra contra os raios ultravioletas emitidos pela
estrela solar, contribuem também para o aquecimento global que e um dilema em que
vários países na representação de instituições de investigação estão aliados no seu
combate.

Fernando Venâncio Mucomole – Mestrado em Física 8|P a ge


MDT_Energia – Assignment 1 _Modulo II [UEM - 2014]

Exercício 4. Faça um diagrama que mostra como a altitude solar máxima varia ao longo do ano
em Maputo. Para tal, desenhe no mesmo diagrama da variação de em função do tempo nos
seguintes dias: 22 de Dezembro, 21 de Setembro, 20 de Junho e 20 de Março. Use 26° como
latitude de Maputo.

Resolução 4.

Começemos por calcular a declinação para cada dia do mês em que o exercício nos solicita,
usando a fórmula da declinação dada pela fórmula:

( )

Nara este caso altitude solar máxima será dada pela expressão:

[ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ( ))]

Para o dia 22 do mês de Dezembro ( ), o valor de , tal que


a declinação será:

( )

Nara este caso altitude solar máxima será dada pela expressão:

[ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ( ))]

Para o dia 21 do mês de Setembro ( ), o valor de , tal que


a declinação será:

( )

Nara este caso altitude solar máxima será dada pela expressão:

[ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ( ))]

Para o dia 20 do mês de Julho ( ), o valor de , tal que a


declinação será:

( )

Nara este caso altitude solar máxima será dada pela expressão:

[ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ( ))]

Fernando Venâncio Mucomole – Mestrado em Física 9|P a ge


MDT_Energia – Assignment 1 _Modulo II [UEM - 2014]

Para o dia 20 do mês de Março ( ), o valor de , tal que a


declinação será:

( )

Nara este caso altitude solar máxima será dada pela expressão:

[ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ( ))]

Para obtenção de vários valores nas fórmulas acima (referentes a altitude solar máxima em vários
meses) devemos somente variar o período de horas “ que varia na faixa de 6 AM ate as 6 PM
(hora mais provável do nascer e do por do sol, carecendo de acréscimo ou por vezes
decréscimos).

Para construção do gráfico no excell foram usados os seguintes dados:

Hours αs (Dez.) αs (Set.) αs (Jul.) αs (Mar.)


6 0.811621 0.13136 0.749236 -0.35783
7 0.969139 -0.82887 1.063709 -1.29856
8 0.760048 0.467454 0.656049 -0.1249
9 0.920244 -0.50742 0.958419 -0.90397
10 0.87717 -0.25346 0.872564 -0.66843
11 0.779444 0.334686 0.690803 -0.2124
12 0.979204 -0.90554 1.086907 -1.51054
13 0.779444 0.334686 0.690803 -0.2124
14 0.87717 -0.25346 0.872564 -0.66843
15 0.920244 -0.50742 0.958419 -0.90397
16 0.760048 0.467454 0.656049 -0.1249
17 0.969139 -0.82887 1.063709 -1.29856
18 0.811621 0.13136 0.749236 -0.35783

Fernando Venâncio Mucomole – Mestrado em Física 10 | P a g e


MDT_Energia – Assignment 1 _Modulo II [UEM - 2014]

1.5

0.5
αs (Dez)
0 αs (Set)
0 5 10 15 20
-0.5 αs (Jul)
αs (Mar)
-1

-1.5

-2

Figura 3: Gráfico da variação da altitude solar máxima varia ao longo do ano em Maputo

[Fonte: Construção própria]

Exercício 5. Explique como é que os gases de máquinas de refrigeração antigas afectam a


camada de Ozono na atmosfera. Que alterações foram introduzidas para resolver o problema?

Resolução 5.

Os gases de máquinas antigas como o caso do Clorofluorcarboneto (abreviadamente CFC


são gases considerados inertes cuja reacção depende de condições muito peculiares),
afectam a camada de Ozónio (que se encontra em torno de 25/26 quilómetros de altitude
aproximadamente, na qual a energia solar em comprimento de onda ultravioleta forma as
moléculas de Ozónio, o processo se dá quando se dividem algumas moléculas de
Oxigénio em átomos Oxigénio livre, recombinando-as às moléculas de Oxigénio através
da radiação ultravioleta).

Aquelas moléculas de Ozónio flutuando na alta atmosfera acabam encontrando as moléculas de


CFC. O Clorofluorcarboneto é uma molécula estável em condições normais de temperatura e
pressão atmosférica, porém, excitado pela radiação UV, acaba se desestabilizando e libera o
átomo de Cloro. O átomo de Cloro é um catalisador poderoso que destrói as moléculas de
Ozónio, permanecendo intacto durante todo o processo. Uma vez na alta atmosfera, o cloro leva
muitos anos para descer à baixa atmosfera. Neste período, cada átomo de Cloro destruirá milhões

Fernando Venâncio Mucomole – Mestrado em Física 11 | P a g e


MDT_Energia – Assignment 1 _Modulo II [UEM - 2014]

de moléculas de Ozónio. A reacção de destruição do Ozónio é bastante simples, uma vez que
esta molécula é extremamente reactiva na presença de radiação UV e Cloro.

Para resolver o problema, alguns países proibiram a fabricação de geladeiras e freezers


com CFC’s em 1999 (na qual criou um Plano Nacional de Eliminação de CFC em 2012).
Com a produção de novos aparelhos controlada, o governo passou a concentrar suas
acções na redução do consumo de CFC’s, controlando a manutenção dos equipamentos
fabricados antes das proibições. Ainda que para algumas geleiras e freezers a acção
adoptada foi o recolhimento do gás durante a manutenção e o seu encaminhamento para
uma central de tratamento. Para os condicionadores de ar centrais e automotivos, no
entanto, o Ministério do Meio Ambiente decidiu que era mais fácil trabalhar com o
tratamento do gás no próprio local da manutenção (o PNUD vai entregar 335 máquinas
recolhedoras).

Exercício 6. Explique o significado físico de janelas atmosféricas.

Resolução 6. Fisicamente o termo Janelas atmosféricas (atmospheric windows) significa uma


gama de comprimentos de onda na qual a atmosfera da terra é relativamente transparente (que
pode penetrar) de modo a que as observações astronómicas podem ser feitos a partir do solo.

Figura 1: Ilustração de Janelas atmosféricas


[Fonte: http://coolcosmos.ipac.caltech.edu/cosmic_classroom/ir_tutorial/irwindows.html]

Fernando Venâncio Mucomole – Mestrado em Física 12 | P a g e


MDT_Energia – Assignment 1 _Modulo II [UEM - 2014]

As janelas atmosféricas dominantes na atmosfera são vistos nas regiões de frequências na faixa
do visível (cerca de 0,3 a 0,9 μm), na faixa de infravermelhos em vários comprimentos de onda
(entre cerca de 1,25 e 30 μm e para além de 300 μm), e na faixa de rádio (que se estende a partir
de cerca de 1 cm a 30 m), veja figura a anterior.

Fernando Venâncio Mucomole – Mestrado em Física 13 | P a g e


MDT_Energia – Assignment 1 _Modulo II [UEM - 2014]

Referências Bibliográficas

Duffie J.A William e A. Beckman (1991), Solar Engineering of Thermal Processes; Second
Edition, John Wiley e Sons INC, New York, USA;

Wenham, Stuart R.et al. (2007 Reprinted), Applied Photovoltaics, Second Edition, Earthscan in
the UK and USA;

Quaschning, Volker (2004), Understanding Renewable Energy Systems, London • Sterling, VA,
Alemanha-Berlin;

Twidell, John & Weir, Tony (1996 Reimpressão), Renewable Energy Resources, E & FN SPON
an Imprint of Chapman & Hall;

Zekai, Sen (2008), Solar Energy Fundamentals and Modeling Techniques, Atmosphere
Environment Climate Change and Renewable Energy, London, England;

Mucomole, Fernando Venâncio (2013), Dimensionamento de Um Siostema Fotovoltaico para


Fornecer Energia Electrica Numa Inbcubadora, Trabalho de Licenciatura, Universidade
Eduardo Mondlane, Março, Moçambique-Maputo;

http://csep10.phys.utk.edu/astr162/lect/light/windows.html, acessado no dia 28 de Agosto de


2014 pelas 18: 45h (através de PC);

Lista de abreviaturas

 UV – ultravioleta;
 IR – Infravermelho;
 CFC – Clorofluorcarboneto.

Fernando Venâncio Mucomole – Mestrado em Física 14 | P a g e

You might also like