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Capítulo IV - Dimensionamento
1 . Etapas do Projeto
a ) Escolha do Tipo
O tipo a ser escolhido é função:
das cargas atuantes;
da resistência e espessura das camadas do solo;
da posição do NA;
da topografia da região;
da condição das estruturas vizinhas;
dos equipamentos, materiais e mão-de-obra disponíveis;
do acesso ao local de execução;
do prazo da obra.
b ) Fixação da Profundidade
A fixação da profundidade é função do solo.
Normalmente deve-se apoiar numa camada resistente, de modo a que a ruptura seja
generalizada.
Deve-se tentar fazer a fundação acima do nível d’água, para não haver necessidade de
rebaixamento do lençol freático.
c ) Dimensionamento
Métodos Empíricos → Uso de tabelas de pressões admissíveis – seu uso deve ser
restrito a cargas não superiores a 1.000 kN por pilar (a nova versão da Norma NBR
6122, válida desde 20/10/2010, não contempla mais esses Métodos Empíricos);
Métodos Semiempíricos → Uso de correlações com ensaios de campo – devem-se
apresentar justificativas, indicando a origem das correlações (inclusive referências
bibliográficas), sendo que as referências bibliográficas para outras regiões devem
ser feitas com reservas e, se possível, comprovadas;
Métodos Teóricos → Uso de fórmulas de capacidade de carga;
Provas de Carga → Uso de provas de carga realizadas de acordo com a NBR 6489.
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Dimensionamento 2017
Notas:
a) Para as descrições dos diversos tipos de solo, seguir definições da NBR 6502.
b) No caso de calcário ou qualquer outra rocha cárstica, devem ser feitos estudos
especiais.
c) Para rochas alteradas ou em decomposição, têm que ser levados em conta a
natureza da rocha matriz e o grau de decomposição ou alteração.
d) Os valores da tabela acima, válidos para largura de 2m, devem ser modificados em
função das dimensões e da profundidade das fundações conforme prescrito
adiante.
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Dimensionamento 2017
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Dimensionamento 2017
Correlações
A pressão admissível é determinada por correlações com resultados de ensaios de
campo. Há que se ter cuidado na utilização dessas fórmulas para situações diferentes das que
geraram a correlação.
No meio técnico brasileiro, usa-se a expressão a seguir para determinação da
pressão admissível em sapatas, em função do SPT.
N spt
p adm q (MPa) com 5 ≤ Nspt ≤ 20
50
Nessa expressão, Nspt é o número de golpes médio no bulbo de pressões e a parcela
correspondente à sobrecarga “q” pode ou não ser considerada.
Prova de carga
Consiste na instalação de uma placa circular rígida, de aço, com diâmetro de 0,80
m, na mesma cota de projeto da base das sapatas, e aplicação de carga, em estágios, com
medida simultânea de recalques.
2 . Disposições Construtivas
a ) Profundidade Mínima
A profundidade deve ser tal que se tenha garantia do solo que cobre a sapata não ser
carreado pelo vento ou por fluxos d’água. Em pilares de divisa (exceto quando a fundação é
apoiada sobre rocha), a profundidade mínima de assentamento deverá ser de 1,50m.
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Dimensionamento 2017
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Dimensionamento 2017
f ) Dimensão Mínima
Para evitar puncionamento do terreno, B 60 cm .
a ) Pré-dimensionamento
Para o pré-dimensionamento deveremos considerar os seguintes fatores:
O tipo de fundação, conforme item 1a;
A profundidade da fundação, conforme item 1b;
Com a descrição do solo de apoio, determina-se, pela Tabela de Pressões
Admissíveis, o valor da tensão admissível a ser considerado no pré-
dimensionamento.
Carga aplicada – adotar para Q um valor 10% superior ao informado na planta de
carga (V) para levar em consideração o peso da sapata.
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Dimensionamento 2017
P1 e
R 1 P1
l
Q 1,1 1,2 V
Q
S nec
σ adm
B S nec
Pilar Retangular
B b 2 x
L a 2 x
LBa b L = B + (a – b)
B x L ≥ Snec
Substituir L por B + (a – b).
Equação do segundo grau em B.
Para o pilar de divisa, não dá para seguir os passos acima, pois não se pode invadir
o terreno vizinho. A forma mais conveniente para sapata de divisa é aquela cuja relação entre
os lados L e B esteja compreendida entre 2,0 e 2,5.
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Dimensionamento 2017
L
2,0 2,5 .
B
Deve-se escolher um valor e calcular L em função de B e aplicar em B x L ≥ Snec.
Após a determinação de um primeiro valor para B, calcula-se a profundidade do
bulbo de pressões abaixo da base da sapata (2B), determina-se o SPT médio na
região do bulbo e, em seguida, a pressão admissível pela correlação:
N spt
adm q (MPa) com 5 ≤ Nspt ≤ 20
50
Onde Nspt é o número de golpes médio na região do bulbo de pressões.
Calcula-se o novo valor de Snec e, em seguida, as dimensões finais do pré-
dimensionamento.
Observações:
1. O centro de gravidade da sapata deverá, preferencialmente, coincidir com o centro
de carga do pilar, a fim de evitar excentricidade de carga.
2. A sapata não deverá ter nenhuma dimensão em planta menor que 60 cm;
3. Projeto econômico corresponde ao maior número possível de sapatas isoladas.
4. Arredondar os valores de L e B para, pelo menos, múltiplos de 5 cm.
b ) Verificações
Ruptura
Calcular a capacidade de carga pela fórmula:
1
p rup c N C ξ C ξ Ci q N q ξ q ξ qi γ B'N .ξ γ ξ γi
2
Q
p trab
B'L'
p rup
FSr 3,0
p trab
Deslizamento
Só precisa ser feito se houver carga horizontal.
Pmáx
FSd 1,5
P
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Dimensionamento 2017
Δ .CΔ p
B
E
1 μ2
Δ adm
FS 1,2
Δ
Δ adm é normalmente fornecido pelo calculista.
c ) Conclusão:
Deverá se fazer a verificação de todas as condições.
Caso a sapata dimensionada não passe em uma das verificações, deverão ser
aumentadas as suas dimensões, seguindo a mesma relação entre L e B, considerada quando do
pré-dimensionamento.
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Dimensionamento 2017
Exercício:
Calcular as dimensões da sapata para um pilar retangular de 30 cm x 50 cm com os
seguintes dados:
Solução:
a) Fixação da Profundidade: adotado 3,0 m
b) Pré-dimensionamento
Carga a ser adotada
Q 1,1 V 1,1 500 550 kN
Pressão Admissível
Utilizando-se a Tabela de Pressões Admissíveis da NBR 6122/1996:
Solo de apoio → . silte arenoso compacto
Tabela → σ adm 0,2 MPa 200 kN/m 2
Área necessária
Q 550
S nec 2,75 m 2
σ adm 200
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Dimensionamento 2017
B b 2x
Para pilar retangular: ...............................
L a 2x
L a b B 0,50 0,30 B
L 0,20 B
Snec B L 2,75 B (0,20 B)
2,75 0,20.B B 2
B2 0,20.B - 2,75 0
B2 0,20.B - 1,57 0
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Dimensionamento 2017
Profundidade do NA: ha = 4 m
Df = 3 m
B = 1,15 m
Df + B = 3 + 1,15 = 4,15 m
Df < ha < Df + B
h . a sub . b
ab
sub sat a → sub 20 10 = 10 kN/m3
18 x1,00 10.x 0,15
→ 16,96 kN/m3
1,00 0,15
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Dimensionamento 2017
Efeito da Excentricidade
eB = MB/Q = 50 / 550 = 0,09 m
B’ = B – 2 eB → B’ = 1,15 – 2 x 0,09 → B’ = 0,97 m
eL = ML/Q = 80 / 550 = 0,15 m
L’ = L – 2 eL → L’ = 1,35 – 2 x 0,15 → L’ = 1,05 m
ξ qi 1
Q c B'L'cotg
P
m 1
ξ γi 1
Q c B'L'cotg
m m L cos 2θ m B sen 2θ
L B
2 2
mL B mB L
L B
1 1
B L
θ = arc tg (eB / eL)
1,35 1,15
2 2
1,15 1,35
mL mL = 1,46 ............ m B mB = 1,54
1,35 1,15
1 1
1,15 1,35
θ = arc tg (0,09/0,15) = 30,96º
m = 1,46.cos2 30,96 + 1,54.sen2 30,96 → m = 1,48
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Dimensionamento 2017
1, 48
180,28
qi 1 o
0,68
550 140 x 0,97 x 1,05 x cot g 30
2, 48
180,28
i 1 o
0,53
550 140 x 0,97 x 1,05 x cot g 30
1 0,68
ci 0,68 0,66
30,14 x tg 30 o
Pressão de ruptura
1
p rup c N C C Ci q N q q qi γ B'N γ i
2
prup = 140 x 30,14 x 1,52 x 0,66 + 51,0 x 18,40 x 1,49 x 0,68 +
+ 0,5 x 16,96 x 0,97 x 22,40 x 0,66 x 0,53
prup = 5.509,96 kN/m2
Pressão de trabalho
Q 550
p trab 540,01 kN/m 2 = 0,54 MPa
B' x L' 0,97 1,05
p rup 5.509,96
FS r 3,0 FS r 10,20 3,0
ptrab 540,01
d) Verificação do Recalque
Módulo de Elasticidade
Z a K(MPa) N E a.k.N (MPa)
1 5 0,25 6 7,50
2 5 0,25 8 10,00
3 5 0,45 12 27,00
4 5 0,45 14 31,50
5 5 0,45 15 33,75
6 5 0,45 16 36,00
7 5 0,45 23 51,75
8 5 0,45 27 60,75
9 5 0,45 30 67,50
10 5 0,45 42 94,50
11 5 0,45 45 101,25
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Dimensionamento 2017
Df + B = 3 + 1,15 = 4,15 m
E = 34,00 MPa
Coeficiente de Forma
L/B = 1,35 / 1,15 = 1,17
Tabela: (considerando sapata rígida)
L/B = 1,0 → CΔ = 0,82
L/B = 1,17 → CΔ
L/B = 1,5 → CΔ = 1,06
1,17 1,0 1,5 1,0
C 0,90
C 0,82 1,06 0,82
Coeficiente de Mindlin
H 3,0
2,41 1,0
BxL 1,15 x 1,35
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Dimensionamento 2017
Recalque
Δ .CΔ p
B
E
1 μ2
∆ = 0,85 cm < 1 cm
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Dimensionamento 2017
Verificação do Deslizamento
Pmáx = 550 tg 30º + 140 x 0,97 x 1,05 = 460,13 kN
460,13
FS d
180,28
FSd = 2,55 >>>> 1,5
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