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MIDAS M32
Tudo sobre o novo console de alto
desempenho com conversores de grande
capacidade e pré-amp analógico
PRESSÃO SONORA
AO VIVO TESTES
Medições e mixagens para
evitar excessos nos shows INTERFACES BEHRINGER
U-PHORIA UM2 E UMC22
FAÇA Opções para o seu home studio
C Ê M E S MO
VO truir
ns
Como coacústicos SMART CONTROLS
p a i n é i s óve i s Novo recurso organiza melhor área de
m
trabalho no Logic e estimula criatividade
Imagens do passado: musical Constellation transporta público para os anos 1950
A
CEN
Começando
Direção geral: Lucinda Diniz -
lucinda@musitec.com.br
Edição jornalística: Marcio Teixeira
40
Novo console Midas M32
38 Quem é Quem?
Técnico de instrumentos – Por dentro do trabalho dos
roadies, verdadeiras “sombras” dos músicos
Rodrigo Sabatinelli
Uma mesa de alto desempenho com
conversores de grande capacidade, 46 Tudo em casa
Lançando novo disco, Fernando Moura mostra seu
pré-amplificador analógico e faders estúdio caseiro, resultado de um investimento de 30 anos
motorizados feitos para durar Rodrigo Sabatinelli
Emerson Duarte
14 Teste
Interfaces de áudio Behringer U-Phoria UM2 e UMC22
50 Desafiando a Lógica
Smart Controls – Uma novidade para organizar melhor sua
Boas opções para home studios, modelos oferecem área de trabalho no Logic e estimular performances criativas
compatibilidade com Windows e Mac e podem ser André Paixão
usados com quase todos os softwares de áudio
Lucas Ramos
54 Mixagem
Plug-ins pra levar pra uma ilha deserta: Falando
sobre ferramentas de confiança que servem para
20 Áudio no Brasil
Lembrando grandes obras do lado agilizar – ou até viabilizar – o trabalho
produtor de Paulinho Tapajós Fábio Henriques
Marcio Teixeira
58 Produção Fonográfica
24 Em Casa
Conexões Analógicas (Parte 4): Como soldar
Emplacando a acústica: Economia que se ouve
Davison Pinheiro
cabos com diferentes conectores
Lucas Ramos 96 Lugar da Verdade
Piloto automático no soundcheck do show
28 Plug-ins
Renaissance Maxx Bundle: Sim: o “bom e barato” existe
Enrico De Paoli
Cristiano Moura
seções
30 Notícias do Front
Compressão ao vivo (Parte 2) – Voltando editorial 2 notícias de mercado 6
um pouco no tempo novos produtos 10 índice de anunciantes 95
Renato Muñoz
76
vídeo
URSA e Studio Camera: Por dentro dos novos modelos da
recém-ampliada linha de câmeras Blackmagic
72
por Rodrigo Sabatinelli
80
media composer
capa Efeitos para correção: Soluções para
Imagens do passado: Musical o dia a dia na ilha de edição
Constellation transporta por Cristiano Moura
público para os anos 1950
86
por Rodrigo Sabatinelli
PRODUTOS ........................................... 68
iluminando
História dos profissionais de iluminação cênica no Brasil:
EM FOCO .............................................. 70
Sétimo capítulo – Aurélio de Simoni (Parte 2)
F i n al C ut .............................................. 90
por Farlley Derze
4 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 5
nacionais de pró-áudio e showbusiness ainda
têm muito a evoluir
NOTÍCIAS DE MERCADO
“É importante termos alguém da Shure atuando como uma interface entre a empresa
e o consumidor na região”, afirmou José A. Rivas, diretor da companhia para América
Latina e Caribe. Jon, por sua vez, destacou que sua longa história com a marca e o
Jon Lopes: reforço da
conhecimendo de idiomas foram determinantes para a contratação. "Meu desafio é
Shure para seu time
ajudar a Shure a crescer ainda mais no Brasil, país continental que é um dos principais
latino-americano
mercados da América Latina", concluiu.
À frente do workshop estarão o instrutor de síntese André Dessandes (músico, produtor, publicitário e fundador do estúdio
Synthcamp) e o instrutor de produção André Paixão, o Nervoso (músico, diretor musical, produtor, sócio do Superstudio e
colunista da AM&T). Para obter mais informações e realizar sua inscrição, visite http://www.synthcamp.com/workshop.
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Wiki Images
edição deste ano do Rock in Rio, o Queens of the Stone Age é o mais novo
nome a integrar o line up do festival idealizado por Roberto Medina. O
grupo de Josh Homme fez um dos melhores shows do Rock in Rio III, em
2001, e passou pelo Brasil há pouco, em 2014, para apresentar o seu mais
recente álbum, ...Like Clockwork.
Embora a data do show ainda não tenha sido definida, já se sabe que o
QOTSA tocará no mesmo dia que o System of a Down, no Palco Mundo. A
organização do RIR 2015, que acontece nos dias 18, 19, 20, 24, 25, 26 e
Josh Homme, líder da banda:
27 de setembro de 2015, na Cidade do Rock, Rio de Janeiro, também já
de volta ao RIR após 14 anos
confirmou apresentações de John Legend e Katy Perry.
Na edição deste ano, um dos pontos altos será o tema "Educação Musical", e Moby (músico, produtor, DJ) e Richard Gerver
(speaker premiado) comandarão cinco dias de networking, trabalho voluntário, sessões educacionais e pesquisas. Mais infor-
mações sobre o evento em www.namm.org/thenammshow/2015.
No Brasil já estão disponíveis o curso de educação musical para crianças de quatro e cinco anos e cursos de diversos instrumentos para
as demais idades. Mais informações podem ser obtidas em http://br.yamaha.com/pt/music_education e no telefone (11) 3078-1605.
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Entre estes principais recursos do Pro 8 estão o turbo no
desempenho, para mais instrumentos, pistas e maior rapi-
dez na operação; faders VCA; renderização “in-place”; pads
de acordes; gerenciamento de janelas otimizado; “Agente
Acústico” do Groove Agent SE 4; gerenciador de plug-ins;
novos efeitos (Amplificador Virtual de Contra-Baixo, Qua-
drafuzz v2, Expander Multibanda e Envelope Shaper Multi-
banda) e o Allen Morgan Pop-Rock Toolbox, com 30 kits de
construção, cada um com 25 a 30 loops de áudio e MIDI.
www.steinbergbrasil.com.br
br.yamaha.com
DBX 676 TUBO MIC PRE CHAnnEL STRIP: SOM COM PERSOnALIDADE
A dbx, empresa do grupo Harman, anunciou em dezembro o lançamento do pré-amplificador de microfone modelo 676 Tubo Mic
Pre Channel Strip. Capaz de oferecer alta qualidade de áudio, o produto é aplicável tanto em gravações quanto em som ao vivo,
podendo ser ajustado para permitir um som límpido e puro ou sujo e cheio de diferentes harmônicos. O 676 incorpora o compres-
sor/limiter do dbx 162SL e um equalizador paramétrico de três bandas.
"Nós criamos o dbx 676 para ser nada menos que o último mic pré-amp", sintetizou Jason Kunz, gerente de marketing
para equipamentos de PA portátil e gravação e broadcast da Harman. "Se você precisa de um pré-amp que fornece um som
puro e com qualidade e quer adicionar alguma personalidade para os vocais e instrumentos ou está procurando melhorar o
som da sua gravação ou live rig, o
dbx 676 é a ferramenta ideal para
Divulgação
www.dbxpro.com
www.harmandobrasil.com.br
O 5575LE, que reproduz o desenho original do produto, com melhorias em durabilidade e qualidade de som,
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apresenta o elemento cardioide Unidyne III atual, a clássica grelha externa grande, etiqueta de época e fundição
em zinco, com acabamento prateado no suporte de mesa. O microfone vem em um estojo em alumínio com o
logotipo do 75º aniversário e inclui duas fotos impressas do Unidyne e um certificado de autenticidade, apre-
sentando um tributo da presidente do conselho da Shure, Rose L. Shure. Chega ao mercado em fevereiro.
www.shure.com
www.shure.com.br
áudio música e tecnologia | 11
NOVOS PRODUTOS
www.izotope.com
As caixas que integram a família são as SPM1203 NEO Ativa, SPM1203 NEO Passiva, SPM 1503 NEO
Ativa e SPM1503 NEO Passiva (foto). Enquanto as duas primeiras contam com falantes de 12", as
últimas têm de 15". As ativas oferecem potência de 400 W, com as passivas chegando a 150 W.
Todos os modelos trabalham com resposta de frequência de 60 Hz a 20 kHz, dispersão sonora de
90° H x 4° V e SPL máximo 124 dB. Cada caixa mede 61 x 42 x 39 cm.
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www.jblselenium.com.br
www.harmandobrasil.com.br
www.sennheiser.com
www.quanta.com.br
áudio música e tecnologia | 13
Teste | Lucas Ramos
Interfaces de áudio
Behringer U-Phoria
UM2 e UMC22
Com isso em mente, vamos conhecer melhor alguns produ- A ligação com o computador é feita através de um cabo USB
tos da marca Behringer. e a alimentação é fornecida pelo mesmo cabo. A interface é
Paulinho
Tapajós
Lembrando
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grandes
obras do lado
produtor de
um renomado
compositor
Paulinho Tapajós:
currículo como
produtor repleto de
obras que integram
a discoteca básica da
música brasileira
O produtor, compositor, cantor, escritor e arquite- sa, gravado pela cantora Magda. Paulinho seguiu
to Paulo Tapajós Gomes Filho, o Paulinho Tapajós, compondo e obteve sucesso nesse caminho, sen-
nasceu no Rio de Janeiro no dia 17 de agosto de do que entre 1968 e 1970 recebeu prêmios em
1945. Filho do compositor, cantor e radialista Paulo diversos festivais de música, com destaque espe-
Tapajós e com irmãos, entre outros familiares, que cial para sua participação nas edições III e IV do
também seguiram a trilha do som, Paulinho, du- Festival Internacional da Canção. No primeiro, ele
rante a infância, frequentava o auditório da Rádio conquistou o terceiro lugar na fase nacional com
Nacional, emissora que tinha seu pai como diretor a hoje clássica Andança, fruto de uma parceria
artístico. O ambiente musical o cercava, tendo con- com Edmundo Souto e Danilo Caymmi. No festi-
vivido desde bem novo com nomes como Radamés val seguinte, o primeiro lugar nas fases nacional
Gnatalli, Marlene e Emilinha Borba. e internacional com outro clássico, Cantiga por
Luciana, outra escrita com Edmundo.
Mais à frente, já adolescente, estudou música ao
lado de Arthur Verocai, primeiro parceiro em sua MUITO ALÉM DAS COMPOSIÇÕES
vida artística, iniciada no fim da década de 1960.
O ano de 1968 é um marco em sua trajetória, Em 1972, Tapajós deu início à sua carreira como in-
pois foi nele em que, pela primeira vez, uma mú- térprete, gravando, com sua irmã Dorinha Tapajós,
sica de sua autoria, Madrugada (feita com Vero- o compacto duplo Paulinho e Dorinha, que tinha em
cai), foi registrada. Entrou no álbum Música Nos- seu tracklist as faixas É Natural, O Profeta, O Tris-
samba suingado com base nas cordas de nylon Est, que dão a ela uma “espacialidade” bastante
muito bem captadas pelo produtor, que, segundo de acordo com a letra que passeia pela pergunta-
consta, para dar um toque especial nesse bolo so- -livro “eram os deuses astronautas?” e que con-
noro, lançou mão de macetes geniais, como gra- trasta com o coro feminino e com o próprio som do
var um Jorge Ben de tamancos e unir o som do violão, bastante cru em sua essência.
calçado batendo no chão ao som do surdo.
“Eu gostava muito do jeito dele, gosto muito do
“Ele [Jorge] tinha isso pegar os textos, como fez trabalho dele. Como produtor, teve voos sen-
com Xica da Silva, que era um briefing que o Cacá sacionais, e ajudou o Jorge Ben a se expressar
Diegues lhe mandou para que tivesse uma ideia da como artista. Foi algo muito expressivo, muito
música que tinha que compor para o filme, e dali falado à época. Até hoje o Jorge o reverencia.
criar as músicas”, contou Paulinho ao jornal O Esta- Começamos na música na mesma época, e o co-
do de S. Paulo em 2010, ao falar sobre seu trabalho nheci quando ele tinha o Verocai como parceiro.
em A Tábua de Esmeraldas. “Acho que funcionava Tinha um aluno do Verocai que era meu amigo.
porque ele tem uma alma infantil. É um crianção. Éramos todos de um mesmo grupo”, destacou à
Um cara superpuro, espontâneo”, completou. AM&T o compositor, músico e cantor Tibério Gas-
par, primo, amigo e fã da obra de Paulinho. “Pena
O álbum ainda tem outras características especiais não termos chegado a trabalhar juntos”, concluiu
e inesquecíveis, como o uso do eco, entre outros o autor (junto com seu parceiro Antonio Adolfo)
efeitos, na faixa de abertura, Errare Humanum de canções imortais como Juliana e Sá Marina.
EXPERIêNCIA NO VÍDEO
Reprodução
E MAIS DISCOS
Tapajós atuou entre 1977 e 1980 na Rede
Globo, sendo responsável pela produção
musical do Fantástico e dos especiais
Saudade Não Tem Idade, Alerta Geral,
Milton Nascimento e Frenéticas. Após
passagem entre 1979 e 1980 como di-
retor artístico e de produção da grava-
dora gaúcha Isaec, Paulinho assinou, em
1984, a produção musical, para a Globo,
do especial Verde Que Te Quero Ver,
adaptação do livro de mesmo nome es-
crito por ele e por Edmundo Souto.
Equipamentos para
um Home Studio
Conexões Analógicas (Parte 4): Como
soldar cabos com diferentes conectores
Na edição passada nós aprendemos a soldar e a fabricar P10 (BANANA) OU P2 (BANANINHA)
cabos para que você possa ter os seus próprios cabos com
as medidas e os conectores exatos para o seu home stu- Não-balanceado (TS)
dio. Esse mês, vamos continuar no assunto de soldagem
de cabos, aprendendo como fabricar cabos com diferentes Os conectores P10 ou P2 não-balanceados têm dois pon-
conectores. É necessário saber qual condutor deve ser sol- tos de contato denominados de Ponta (Tip) e Manga (Sle-
dado em qual pino do conector para garantir que o sinal será eve). Na parte interna, a Ponta (Tip) é o pino mais curto,
transmitido corretamente. Então vamos lá! enquanto a Manga (Sleeve) é o pino conectado à haste
mais longa. Há buracos em cada pino para prender a pon-
XLR ta dos condutores para soldagem.
Os pinos de um conector XLR (Cannon) são nomeados pelos - A blindagem deve ser soldada à Manga (Sleeve)
números 1, 2 e 3. O número do pino fica escrito na parte inter-
na do conector, e é de extrema importância certificar-se sem- - O condutor deve ser soldado à Ponta (Tip)
pre que se está soldando o pino correto. Há buracos em cada
pino para prender a ponta dos condutores para soldagem. BALANCEADO (TRS)
- A blindagem deve ser soldada ao pino número 1 Os conectores P10 ou P2 balanceados têm três pontos de
contato, denominados Ponta (Tip), Anel (Ring) e Manga
- O condutor positivo deve ser soldado ao pino número 2 (Sleeve). Na parte interna, a Ponta (Tip) é o pino mais
curto, enquanto o Anel (Ring) é o pino médio e a Manga
- O condutor negativo deve ser soldado ao pino número 3 (Sleeve) é o pino conectado à haste mais longa. Há bu-
POSITIVO OU NEGATIVO?
Há dois tipos de cabo coaxial, com um ou dois necessário definir um como positivo e o outro
condutores, além da blindagem. Para conexões como negativo, e observar essa distinção ao
não-balanceadas utiliza-se cabos com um con- longo do processo.
dutor, enquanto que
para conexões ba-
lanceadas utiliza-
-se cabos com dois
condutores. Quando
há dois condutores,
é importante certifi-
car-se de que esteja
soldando o condutor
certo, e por isso o
encapamento dos Quando há dois condutores em um cabo a ser soldado, é
condutores tem co- importante definir um como positivo e o outro como negativo e
loração distintas. É observar essa distinção ao longo do processo de soldagem
- O pino número 1 deve ser ligado à Manga (Sleeve) - A Manga (Sleeve) do P10 ou P2 deve ser ligada à Manga
(Sleeve) do RCA
- O pino número 2 deve ser ligado à Ponta (Tip)
- O Anel (Ring) do P10 ou P2 também deve ser ligado à
- O pino número 3 deve ser ligado à Manga (Sleeve) Manga (Sleeve) do RCA
Lucas Ramos é tricolor de coração, engenheiro de áudio, produtor musical e professor do IATEC. Formado em Engenharia de Áudio
pela SAE (School of Audio Engineering), dispõe de certificações oficiais como Pro Tools Certified Operator, Apple Logic Certified
Trainer e Ableton Live Certified Trainer. E-mail: lucas@musitec.com.br
RENAISSANCE
MAXX BUNDLE
Sim: o “bom e barato” existe
Quanto mais palestras, congressos, cursos e conversas com mesclar toda a flexibilidade de um equalizador digital, porém
outros profissionais, mais nítida será a percepção disso. A emulando as curvas de equalização de um equalizador ana-
grande maioria cita suas ferramentas de preferência quase lógico. Por exemplo, se um shelving estiver com muito ga-
sempre. E não são ferramentas da última geração tecno- nho, repare que o parâmetro “Q” permite gerar um pequeno
lógica. Pelo contrário, são ferramentas de três a oito anos corte logo após a frequência de corte (fig. 1). Também é
atrás, nas quais eles se tornaram especialistas a ponto de possível perceber que mesmo com o “Q” no mesmo valor, o
chegar ao resultado esperado em pouquíssimo tempo. tipo de abertura de um filtro do tipo bell/peaking é diferente
de acordo com o nível de ganho ou atenuação (fig. 2).
Ferramentas novas continuam sendo agregadas ao seus ar-
senais, mas aos poucos e com muito critério. Um ou dois O Reinassence Compressor tem a mesma filosofia. Possui
plug-ins por ano talvez sejam substituídos por outros mais uma interface mais moderna, porém há um cuidado em
modernos e eficazes. Nunca 30 plug-ins por semestre. tentar recriar o comportamento de um compressor opto
(baseado em foto-célula) e um valvulado (fig. 3). Estes
Entre estas ferramentas, uma muito utilizada é a série Re- controles estão basicamente atrelados ao attack e rele-
naissance, da Waves. Uma série “clássica”, muito antiga ase, e dependendo da fonte sonora e de seu envelope o
e mais do que testada e aprovada por grandes nomes do attack e release são mais lentos ou mais rápidos.
mercado. O Renaissance Maxx é o pacote com dez plug-ins,
que tem um preço bem acessível, inferior ao que boa parte E sem chamar muito atenção, ele é bem mais do que um
das pessoas gasta por mês em diversão. compressor. Basta regular o ratio para cima da linha central
e ele se transforma num Expander. Se elevar o ganho, ele
PLUG-INS PARA O DIA A DIA passa a atuar também como um limiter.
Este pacote conta com o Reinassence EQ, que já foi abor- O Renaissance Axx é um compressor moldado para gui-
dado em outras edições. Sua característica principal é a de tarra e baixo, com controles simples. Basicamente é um
Não menospreze estes compressores simplesmente por Para os casos em que apenas equalização e compressão
eles terem menos botões. Pelo contrário, eles são bem pro- não são suficientes para chegar no timbre desejado, o
jetados, e, principalmente o RVox, é muito mais usado do pacote contempla o Reinassence Bass, que recria graves
que o Rcomp quando o assunto é compressão de voz. artificialmente. Este plug-in é muito útil em diversos ce-
nários em que as frequências baixas, apesar de captadas
Também encontramos no mesmo pacote o Reinassence e/ou geradas, não foram suficientes para a função que
o elemento vai exercer na mix. Acontece principalmente
com bumbo ou com qualquer tambor.
Cristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treina-
mentos em mixagem na ProClass. Também é professor da UFRJ, onde ministra as disciplinas Edição de Trilha Sonora, Gravação e Mixagem de
Áudio e Elementos da Linguagem Musical. Email: cmoura@proclass.com.br
Divulgação
O AM 864/U, lançado
na década de 1950, era
utilizado para controlar a
dinâmica do sinal de áudio
nas transmissões de rádio
nos Estados Unidos
Como eu disse no artigo anterior, os compressores foram um bemos, há um domínio completo dos plug-ins, porém,
dos primeiros equipamentos desenvolvidos para se tratar o como veremos mais adiante, alguns destes plug-ins, na
sinal de áudio. Eles já podiam ser encontrados nos estúdios verdade, são simulações de antigos compressores, que
de rádios, de televisão e nos estúdios de gravação no come- em um determinado período fizeram muito sucesso tan-
ço da década de 1950. Sendo assim, veremos que houve um to nos estúdios quanto ao vivo.
grande desenvolvimento neste tipo equipamento.
Existem diferentes categorias de compressores, e em cada
Nos antigos estúdios de rádio ou gravação, antes da im- uma delas o processamento do sinal de áudio é feito de
plementação do compressores, a melhor maneira de se uma maneira peculiar, criando uma assinatura sonora para
fazer um controle na dinâmica do sinal de áudio era afas- cada uma destas categorias. Um bom engenheiro de som
tando ou aproximando a fonte do microfone escolhido para sabe trabalhar com todas elas, buscando a melhor sonori-
captá-la. Isso podia funcionar bem se o cantor dominasse dade possível para a aplicação do momento.
esta técnica. O grande problema eram os outros instru-
mentos que nem sempre podiam fazer o mesmo. Estas categorias são:
Durante o processo de mixagem, muitos técnicos ainda gos- - VCA (Voltage Controlled Amplifier): É um dos mais
tam de fazer o controle da dinâmica do sinal de áudio, utilizan- versáteis compressores que podemos encontrar. Possui
do o fader para isto. Porém, é claro, fica muito difícil efetuar um circuito muito rápido e transparente, não “colore” o
este tipo de procedimento (que é válido) quando estamos tra- som e é ideal quando não queremos que a compressão
balhando com a dinâmica de vários canais ao mesmo tempo. seja percebida. Exemplos: SSL G Bus Compressor, dBX
160 e Focusrite Red.
A utilização dos compressores vem sendo aprimorada
bastante nos últimos anos, técnicas de compressão pa- - Óptico: Uma fotocélula é utilizada para trabalhar no sinal
ralela ou compressão multibandas são cada vez mais de áudio que entra no equipamento. Este método suaviza
utilizadas. Com a massificação dos plug-ins, antigas li- o processo tanto de compressão quanto de attack e rele-
mitações foram superadas e a criatividade dos técnicos ase, fazendo com que o compressor tenha uma resposta
pode ser aplicada quase que sem limite. mais lenta e um ataque mais suave. É ideal para instrumen-
tos que necessitem de uma compressão menos agressiva.
TIPOS DE COMPRESSORES Exemplos: LA2A e Tube-Tech CL1B.
Existe no mercado uma grande variedade de marcas e - Tube (Valvulado): São os mais antigos e difíceis de se-
modelos de compressores. Hoje em dia, como já sa- rem encontrados. Além de muito caros, possuem tanto at-
COMPRESSÃO MULTIBANDAS
Na minha opinião, o melhor e mais com-
Reprodução
Renato Muñoz é formado em Comunicação Social e atua como instrutor do IATEC e técnico de gravação e PA. Iniciou sua carreira
em 1990 e desde 2003 trabalha com o Skank. E-mail: renatomunoz@musitec.com.br
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Em recentes discussões pelas redes sociais, ida a shows e pessoas que estão trabalhando nos ambientes? É possível
peças teatrais, observei o quanto o nível de pressão sonora conscientizar os profissionais?
ainda é assunto para longos debates. Precisamos cuidar des-
te tema de forma mais profissional e eficaz, fazendo com que Em um primeiro momento imagino que não seja neces-
os resultados destas discussões possam ir para o campo e sário algo específico para shows, mas não que seja dis-
integrar a rotina de nossos técnicos, tanto de artistas quanto pensável. Basta avaliarmos os critérios usados nas leis
de locadoras, e, como consequência, atenuar os níveis de trabalhistas que consideram os índices de insalubridade e
pressão sonora empregados atualmente nos eventos. periculosidade gerados por ruídos aéreos. Se um determi-
nado nível e tempo de exposição a ruídos de máquinas e
Por enquanto isto ainda está longe de acontecer, visto que equipamentos pode afetar a audição de um trabalhador,
muitos técnicos apenas obedecem aos “artistas”, que exi- por que a exposição a um show não afetaria a audição do
gem sons cada vez mais altos para o público, acreditando público, já que possui amplo espectro de frequência, lon-
que desta forma farão mais sucesso por ter um estilo de som ga duração e elevados níveis de pressão sonora?
“pancada, aborto, lenha, tranco, porrada, tiro” ou qualquer
outro adjetivo do gênero. Acreditam que os elevados níveis NÍVEL DE SPL E TEMPO
de pressão sonora são mais importantes até do que os arran- DE EXPOSIÇÃO
jos e letras de suas músicas. O pior é que muitos operadores
de áudio ainda correm o risco de perderem seus empregos se Tenho o hábito de levar meus protetores auriculares para
não obedecerem a estes patrões. os eventos, independentemente de estar trabalhando
ou apenas assistindo. Recentemente fui a um espetá-
Então pergunto: qual o critério a ser seguido para os volu- culo humorístico. Em função do perfil do evento, nem
mes utilizados nos eventos? Basta a vontade de alguém? me preocupei em levar meus fiéis companheiros. Ima-
Será que nossa legislação não teria uma norma que de- ginei: teremos alguns microfones auriculares captando
fine estes limites? Como proteger a audição do público e vozes, uma trilha sonora eletrônica ou talvez um peque-
SAÚDE AUDITIVA
Não basta reduzir o nível do master da mesa: é preciso
aprender a mixar em níveis mais baixos. Para conferir, basta
ouvir uma música em um sistema de som em diversos volu-
mes. Verá que faria alguns ajustes na equalização para que
soasse agradável nos diversos níveis.
Calibrador
eletroacústico
Denio Costa é diretor da empresa de projetos DGC Áudio, Vídeo e Acústica e da escola de áudio núcleo de Formação Profissional – nFP. Elabora projetos
e presta serviços de otimização de sistemas de sonorização. É consultor técnico da Attack Audio System. E-mail: deniocosta@dgcaudio.com.br
TÉCNICO DE INSTRUMENTOS
Por dentro do trabalho dos roadies,
verdadeiras “sombras” dos músicos
Nesta edição falaremos sobre o técnico de instrumentos, cêndio” relacionado ao espetáculo. Entretanto, com o passar
que, ao lado dos técnicos de PA e monitor e do diretor de do tempo, o roadie pode executar outras funções dentro do
palco, já apresentados em números passados, “engorda” “crew”, como, por exemplo, auxiliar os técnicos de PA, monitor
o organograma profissional de um espetáculo musical ao ou de luzes em suas respectivas funções e até mesmo assumir
vivo, tema de nossa série Quem é Quem? o posto de produtor executivo ou diretor de palco.
Também chamado de roadie, ele é o cara que cuida com No Brasil, nomes como os de Diego Soares, Alexandre
muito carinho de baixos, guitarras, Duayer, Alex Silvino, Nilson Batista
violões, baterias, microfones e sis- e Jason Spera, que já fizeram parte
Divulgação
Divulgação
No detalhe, parte do material de trabalho do profissional Há muitos anos, antes de fazer parte do
Sepultura, Andreas Kisser foi roadie da banda
CAPA | Emerson Duarte
Novo Console
Midas M32
Uma mesa de alto desempenho com conversores
de grande capacidade, pré-amplificador analógico
e faders motorizados feitos para durar
Após o sucesso do console Behringer X32, o Music Group DÚVIDAS E DESENVOLVIMENTO
apresenta agora mais um console digital da marca Midas,
o M32, que conta com alguns “empréstimos” do X32. O Depois da aquisição da tradicional fabricante inglesa pelo
resultado é o mais recente produto em 40 anos de his- Music Group, surgiram intensas discussões, e não apenas
tória de grandes consoles de mixagem, que vem sendo no Reino Unido, sobre como essa mudança radical influen-
usados por alguns dos mais importantes nomes da in- ciaria o mercado. “A Midas se tornará agora um fabricante
dústria. Lá atrás, por exemplo, Frank Zappa, Yes, Beach de produtos em massa?” foi uma das principais questões
Boys e Pink Floyd foram alguns dos que colocaram os levantadas. A resposta: isso não aconteceu até agora; as
Midas no mapa, e desse mapa as mesas nunca mais saí- duas marcas ocupam posições individuais no mercado e,
ram, ocupando posição de destaque. com isso, coexistem muito bem.
Apesar deste fato, existem, naturalmente, sobreposi- anos no mercado, aproveitando seu hardware DSP, software
ções, com as quais as duas linhas de produtos podem e a interface do usuário, revestindo com um gabinete nobre
obter vantagens. Há tempos os pequenos consoles ana- e novos faders, já temos o novo console Midas 32? Não. O
lógicos Midas Venice e Verona mostraram que o rótulo processo não foi assim tão simples. Resumindo, podemos
Midas pode atingir um grande número de vendas. Com falar que o X32 não chega naturalmente aos padrões dos
esses consoles, a Midas atraiu consumidores que normal- consoles digitais de alta definição (que são dez vezes mais
mente não teriam condições de adquirir seus consoles, caros). Obviamente isso não seria esperado por ninguém.
atingindo um maior círculo de usuários.
E exatamente esse ponto foi colocado no desenvolvimen-
Se tomarmos a bem-sucedida Behringer X32, que está há dois to do Midas M32. Para elevar o console para uma classe
Guilherme Grasel
um milhão de ciclos de vida útil.
ESTRUTURA DO
SINAL DA M32
Primeiramente, faremos uma rápida
descrição do console de 38 canais, total
recall, que oferece 16 bus sends, seis
grupos de mute, oito grupos DCA, seis
matrix, L/R e C mono com faders Midas
100 mm (os mesmos utilizados pela fa-
Divulgação
com um designer do mercado automobilís-
tico? Segundo a fabricante, simplesmente
porque equipes de design de marcas como
Aston, Martin, Bentley,
Rolls Royce, entre
outras de referên-
cias, são hábeis em
introduzir tecnolo-
gias inovadoras, man-
tendo, ao mesmo tempo, a
essência e a qualidade de seus pro-
dutos. E este foi o desafio que também Vista traseira do console: 32 entradas analógicas com pré-amplificadores
enfrentou a engenharia de desenvolvi- Midas e seis de line P10 ¼ TRS balanceado. Equipamento também tem 16
mento Midas ao criar o console M32. saídas físicas, conectores XLR e seis outputs com conector P10 ¼ TRS.
CONCLUSÃO
Aceitar que o console Midas M32 é um derivado nobre do Behrin-
ger X32 é uma comparação simplista e limitada. Como comenta-
mos, é fato que houve algumas sinergias. Por outro lado, havia
um potencial de melhoramento do design e o X32 alcançou novos
valores de áudio, correspondendo a um excelente nível técnico.
Mais fotos em
www.musitec.com.br
Mesmo com um estúdio pronto para realizar todas Gravamos no Casa das Máquinas, em Salvador, com os 17
as etapas de uma produção, você ainda terceiriza músicos tocando ao vivo, o que deu um calor sensacional
serviços. Em Pros Meninos, por exemplo, você mi- à execução e uma dor de cabeça mais sensacional ainda
xou e masterizou fora. ao Tom Swift [engenheiro de mixagem], que teve que usar
SMART
CONTROLS
Uma novidade para organizar melhor
sua área de trabalho no Logic e
estimular performances criativas
Salve, leitor! Você que costuma usar note-
book ou apenas uma tela de monitoração
em seu ambiente de produção vai gostar
desse novo recurso presente no Logic X:
os Smart Controls. Trata-se de uma super-
fície de controle virtual que, por padrão,
oferece os principais botões com parâme-
tros de cada instrumento presente em seus
projetos. Mas os recursos vão muito além,
portanto te convido para dar uma explora-
da comigo. Vamos nessa.
Perguntei isso ao pessoal da Waves (sim, sou mente o que a gente quer. Afinal, qual personalidade
chato a esse ponto), e me responderam que em deve prevalecer, a sua ou a do equipamento?
alguns plug-ins isso é possível, mas não nesse.
Fica então minha sugestão para a próxima ge- Quando a equalização é mais exigente e merece
ração de plug-ins, uma em que tenhamos uma muito mais atenção, aí eu recorro ao FabFilter Pro-Q
realidade expandida, em que eu possa escolher e a seu irmão mais recente, o Pro-Q2. Neles encon-
4k em um API 550x (de eXpandido). tro todos os controles necessários para a equaliza-
ção mais precisa, e há até a opção
de se evitar totalmente as rotações
de fase. Equalização “cirúrgica”, mas
com uma transparência invejável.
Tudo bem, mas eu havia afirmado minha vida toda que equalizado-
res eram apenas equalizadores, que faziam o que se pedia, inde-
pendentemente de se ter uma sonoridade própria e característica.
Pois é. É bem verdade isso, mas estes equalizadores me mostraram
o que significa “personalidade”. Sua atuação, por falta de adjetivo
mais adequado, é “doce”. Possuem uma suavidade impressionante
e entregam resultados muito interessantes. Lamento apenas que o
pessoal que os criou não tenha pensado em uma realidade expandi-
da, onde eu não ficasse preso às limitações do equipamento original
emulado. Estes equalizadores realmente são impressionantes, mas
são limitados em recursos, infelizmente.
EMPLACANDO A ACÚSTICA
Economia que se ouve
O produtor fonográfico atua nos
Divulgação
domínios físico, analógico e digital,
buscando efeitos psicoacústicos e
estéticos. Além do áudio, os aspec-
tos legais e de gestão formam o seu
universo profissional. Certamente
não é um conhecimento simples. A
acústica dos ambientes é a primeira
experiência humana com o som e a
referência original das simulações
dos efeitos eletrônicos e digitais. No
curso de Produção Fonográfica da
Fatec-Tatuí procuramos consolidar
tal compreensão sistêmica.
Tabela 1
58 | áudio música e tecnologia
O pré-dimensionamento da absorção de uma placa de lã de
rocha baseia-se em que a mesma absorverá integralmente
um comprimento de onda quatro vezes maior do que a sua
espessura. Por exemplo, uma lã de vidro de 10 cm absorverá
o comprimento de onda de 40 cm, que corresponde à
frequência de 860 Hz. Se dobrarmos a espessura de 10 cm
para 20 cm, teremos a absorção total a partir de 430 Hz.
Por isso que o bass trap exige dimensões consideráveis. Para
uma onda de 41 Hz, que tem o seu comprimento de onda em
8,39 metros, precisaremos de uma espessura de 2,09 metros
de lã de rocha para absorvermos 100% desta frequência.
CONSTRUINDO PAINÉIS
ACÚSTICOS MÓVEIS
Na tabela 2 está a listagem de materiais que enviamos
aos fornecedores e o custo que tínhamos no mês de março
de 2014. Com esta relação, construímos oito painéis de
Figura 1
Figura 2: O esquema de
montagem de cada absorvedor
Descrição do Produto Unidade Quantidade Valor unitário (R$) Valor total (R$)
Itens de marcenaria:
DUR 122X274 3MM PERF CHAPA 4 31,50 126,00
COMP DD 10 MM 160X220 NAVAL PR CHAPA 3 59,00 177,00
RODIZIO 01 64 MM SILICONE C/TR PEÇA 16 5,94 95,04
RODIZIO 01 64 MM SILICONE S/TR PEÇA 16 5,67 90,72
CANT .85 P/MONTAGENS ZI PEÇA 64 0,80 51,20
PARAFUSO 40X25 C/50 PACOTE 1 2,32 2,32
PARAFUSO 40X16 C/50 PACOTE 4 1,71 6,84
PREGO 10X10 GR S/C PACOTE 1 1,30 1,30
COLA BR FORMICA 1 KG PEÇA 2 11,40 22,80
Lã de rocha:
48KG/M³ 100MM 60X120 M² 11,52 69,15 796,61
Tecido:
OXFORD M 26 7,50 195,00
Retardante antichamas:
PARA TECIDOS GALÃO (5L) 1 400,00 400,00
Soma total (R$) = 1964,83
Tabela 2 áudio música e tecnologia | 59
PRODUÇÃO FOnOGRÁFICA
Divulgação
0,80 metro de largura por 1,60 metro de altura. As peças
de marcenaria vieram cortadas pelo fornecedor seguindo o
projeto que pode ser conferido na Figura 1.
Divulgação
Divulgação
Foto 4
Divulgação
RT60 de 0,35 segundo.
Com o uso de seis des-
tes painéis, conseguimos
chegar neste valor facil-
mente. Contudo, para a
devida coloração acústi-
ca do quarto, precisamos
de certas composições
de materiais.
O cenário próximo ao
ideal seria utilizarmos
três painéis absorvedores
Foto 5 Foto 6
móveis, mais 16 placas
de 0,60 por 0,60 metro da espuma acústica 50/125. Restaria Com essa relação de materiais e a solução do “faça
um leve ajuste nas frequências acima de 1.000 Hz, facilmen- você mesmo”, temos oito painéis absorvedores móveis,
te corrigido com dez outras placas de 0,60 por 0,60 metro de de baixo custo, que podem nos ajudar a emplacar os
espuma acústica em relevo de 20 mm de espessura. nossos trabalhos. •
Davison Cardoso Pinheiro é arquiteto formado pela Universidade Federal Fluminense com participação em centenas de projetos e construções. Desde o
ano de 2012 é professor de Acústica Aplicada ao Ambiente no curso de Produção Fonográfica, na Fatec-Tatuí. E-mail: da.v@uol.com.br
Ano novo,
vida nova
Renove-se e aproveite
para renovar seu
estúdio e seu Pro Tools
Janeirão: primeiro mês do ano. Coisa boa. Uma baixa, o ideal é parar, refletir e tomar uma atitude.
nova estrada para alguns: nova, fluida e motiva- Talvez o mais importante seja realmente tomar uma
dora. A mesma para outros: velha, longa e desa- atitude. Se está muito chato trabalhar no estúdio,
nimadora. Até que ponto a máxima popular “ano talvez não seja mesmo essa a sua praia. Vá então
novo, vida nova” se completou para você? Melho- procurar outra coisa pra fazer: abra um restaurante
rou? Que bom! Tá tudo na mesma? Que chato! (são duas alegrias!), delivery de empadinha, mar-
Piorou? Nem me diga... cenaria, especialização em recursos termoelétricos,
medicina ayurveda ou preste concurso público para
O que fazer então quando você entra no estúdio e agente rodoviário (o salário e bem bacana!).
vê com seus olhos que você não aguenta mais tudo
aquilo que você vê com seu cérebro? Faz tempo que Mas se você acha que não vai dar porque você
tudo continua na mesma e parece que nada sai do gosta demais de música, equipamentos e do cli-
lugar e nem tem direção? O mesmo ar-condicionado ma de estúdio, mas esse clima está meio desa-
amarelado com cheiro rançoso. O mesmo acaba- nimador para você, pare, avalie e tome fôlego
mento despedacento das paredes. O mesmo Pro To- para dar a tacada inicial: peça demissão de seu
ols acinzentado, os mesmos equipamentos, os mes- emprego, faça um acordo para trabalhar meio pe-
mos plug-ins, o mesmo você... ríodo, procure um emprego na área musical, peça
divórcio, quebre alguma coisa com uma marreta
Estúdio é que nem casamento: tem a fase estimu- de obra. Você sabe o que é melhor e é tempo de
lante das descobertas no namoro, depois alguns me- ação agora. Agora ou nunca. Já!
ses loucos de clima de lua de mel quando tudo é per-
mitido, depois o primeiro filho, o segundo, daí vem a Algumas dicas de ações que deram certo para mim
rotina e com ela e fase da irritabilidade, geralmente e que podem dar certo para você:
causada pela pasta de dente que perdeu a tampi-
nha, a toalha molhada que não ficou bem esticada 1 - Reforme o acabamento do estúdio. Você mes-
no banheiro e a lata de cerveja que ficou no balcão, mo! Todo mundo tem capacidade de ser eletricis-
assim como outras coisas vulgares como estas. Daí ta, pintor e marceneiro. Não existe aquele que
uma conversa, um jantar, uma namoradinha e uma não saiba desmontar uma tomada e remendar um
fase melhor toma a cena alguns dias. Depois do final fio com fita isolante, pintar uma parede, cortar
de semana, nova rotina. E o ciclo se instaura... um sarrafo e pregar lambril. Portanto, desmon-
te tudo, desenhe um projeto de reforma de seu
Nesse momento em que tudo parece estar na maré espaço e faça-o. Começe utilizando as tabelas de
de verdade. São 64 bits na veia: bits fluindo na tanto adoro. Os 16 faders motorizados são da Alps,
RAM como a radiação solar fluindo do sol. Faça ou seja, incríveis. O layout é sensacional, com uma
uma sessão gigante, lote de plug-ins, dobre um qualidade alta de feedback visual via knobs coloridos
monte de pistas, mude de pitch, faça um monte e mini displays em OLED. Se você tem um Mac, ela
de compressão paralela, crie 100 canais auxilia- pode ser usada como uma interface de áudio de alta
res e quatro reverbs, 400 pistas MIDI. Aplique qualidade com quatro canais de entrada e seis de
side-chaining no master. Invente. saída via porta Ethernet (AVB), e pode ser expandi-
da para 64 canais quando atrelada a um sistema E3
4 - Coisas novas trazem felicidade. Fato! Então com- e quatro stage boxes (sistema S3L-X).
pre alguma coisa. mas não vale DI, cabo novo e nem
cordas novas. Tem que ser uma compra especial, Mas a novidade é que agora ela é vendida sepa-
secreta e audaciosa. Faça em mil vezes, se precisar. radamente, então fica fácil você montar ou ex-
Troque de carro se precisar fazer dinheiro. Compre pandir seu setup quando e como quiser. Com ela,
escondido. Diga que é emprestado. Invente, mas seu estúdio pode também virar seu PA, rodando o
compre aquele pré que você tá querendo, ou aquele aclamado software Venue. Você pode querer op-
microfone, ou aquela interface, ou aquela mesinha, tar por usar uma placa HDX e suas interfaces e
ou aquele Mac, ou aquela superfície de controle... mantê-la somente como uma super-superfície de
Qualquer coisa! Você sabe melhor que eu o que é, controle para seu PT 11 HDX. Show! Se quiser,
mas tem que ser algo imponente, expressivo, top, opte por uma HD Native e uma OMNI IO. Sairá
que te dê poder e cause inveja nos visitantes. Isso mais em conta e você terá um setup igualmente
lhe trará meses de exploração e satisfação e com provido de qualidade. Use uma interface da Uni-
certeza você vai arranjar dinheiro para pagar. versal Audio ou RME (por que não?). Muito chique
e com certeza vai dar um "up" no seu estúdio que
Quer uma sugestão? Que tal a S3, da Avid? Para co- todo mundo vai perceber assim que entrar. Prin-
meçar, ela é linda. Bem mais que a Artist Mix que eu cipalmente você. •
Divulgação
Divulgação
fada de poliuretano
viscoelástico para co-
locar no assento e se
acomodar com pro-
priedade. Conforto é
essencial, principal-
mente se você é do
estilo meio magrelo
fora de forma que
nem eu.
Eletrodomestic = sucesso pessoal
6 - Jogue fora o filtro
do ar-condicionado.
Retire-o com cuidado, ensaque-o e deixe-o à pró- amigos, ensaio aberto com cervejada, churrasco
pria sorte no passeio público. Coloque um novo beneficente... Qualquer coisa. Tem que fazer mu-
no lugar e lembre de limpá-lo com frequência. Se vuca. Deu certo? Já programe outra para o mês
você for do tipo zen, coloque algumas gotas de que vem. Não deu, mude o público alvo ou corte
extrato de Tea Tree na entrada para dar um up a cerveja.
na alegria.
Depois disso tudo seu estúdio estará renovado, sua
7 - Entre numa banda. Remonte aquela sua banda mente estará renovada, seu Pro Tools estará reno-
velha ou entre em uma banda nova. Seu ponto for- vado, seu rack estara renovado e aquela sensação
te é que tem lugar para ensaiar de graça, com pos- de completude, otimismo, motivação e movimen-
sibilidade de gravar CD na faixa, o sonho de todo tação acústica estará pairando no ar. Agora é hora
mundo que tem banda. Tocar traz alegria! Gente de sentar de novo (confortavelmente) na cadeira de
tocando traz alegria. Faça a energia acústica do es- piloto do estúdio, respirar fundo, libertar o espírito
túdio se mover sem se preocupar se ele está dando criativo e mandar bala horas a fio.
resultado financeiro, só pessoal.
Se depois de aplicar tudo isso você ainda não fi-
8 - Faça um evento no estúdio quando ficar pron- car contente, anime-se: há remédio novo na praça.
to que tenha nome, logo, edição e camiseta. Consulte um psiquiatra para maiores detalhes.
Uma reinaugração com petiscos, aniversário do
estúdio, palestra grátis, curso grátis, sessão de Um abraço e até a próxima!
Daniel Raizer é músico, especialista em tecnologia musical e autor do livro Como Fazer Música Com o Pro Tools, lançado pela editora
Musitec (em segunda edição) e do blog www.danielraizer.blogspot.com.br. Trabalhou o estúdio do Belchior como técnico principal e
na Quanta Brasil como especialista de produtos. Atualmente trabalha na Loudness Sonorização como gestor de contas de AV Pro e
dedica-se à sua música, seus trabalhos artísticos e aos seguidores de seu blog.
Divulgação
paz de criar uma grande possibilidades de efeitos. O apa- de 127V – 240V. Mede 39 cm x
relho possui 25 LEDs Beam de 12 W RGBW com abertura 39 cm x 48,5 cm (comprimento
de 3 a 5°. Oferece controle individual de cada LED, tilt e x largura x altura).
pan contínuo, dimmer/strobe e programas de efeitos in-
ternos, sendo controlado por 16, 20 ou 116 Canais DMX. www.star.ind.br
formance com baixa manutenção. Possui 25, 31 ou 38 canais DMX, um disco com
setes cores dicroicas mais branco; dois discos de gobo rotativo, com seis gobos inter-
cambiáveis mais branco; um disco de gobo fixo, com sete gobos intercambiáveis mais
branco e um disco de efeito intercambiável.
O produto, que oferece pan de 540° e tilt de 270°, pesa 48 kg e mede 495 x 544 x 873 mm.
www.pr-lighting.com
www.proshows.com.br
AnÁLISE AUTOMÁTICA nA
Divulgação
CAnOn POWERSHOT SX520 HS
A Canon Latin America Inc. anuncia a chegada do novo vação, que, neste mode-
modelo Canon PowerShot SX520 HS. Compacta e ergo- lo, permite mais conforto
nômica, a câmera conta com sensor de 16 megapixels, durante o manuseio. Além
zoom óptico de até 42 vezes e capacidade para filmar disso, o recurso Smart
em 1080p Full HD. A combinação do sensor CMOS e o Auto reconhece 32 situ-
processador de imagem Digic 4+ resultam na tecnologia ações de fotografia e 21
HS System, da fabricante, que melhora o desempenho cenas de vídeo, sem a neces-
da câmera em condições de baixa luminosidade e pro- sidade de alternar entre os modos, e realizaos ajustes
duz imagens de alta qualidade. mais adequados para capturar a melhor foto ou vídeo.
Rafael Castilho
vimento, 44 projetos de produtoras de seis estados e
do Distrito Federal receberão recursos para aplicação
na etapa de desenvolvimento, etapa essencial para o
aprimoramento do roteiro e da estruturação técnica
e financeira do projeto. Essa linha é voltada para a
qualificação de projetos em fase inicial.
Divulgação
IMAGENS DO PASSADO
Musical Constellation transporta
público para os anos 1950
O ano é 1955. O cenário, uma Copacabana que nucci, no Rio, a peça leva ao público um repertório
vivia sua época de ouro, encantando celebridades de 16 clássicos da música americana das décadas
internacionais e lançando modismos que se espa- de 1950 e 1960, tais como Only You, Blue Moon e
lhavam pelo país. Stand by Me, entre outros.
Foi neste contexto que a extinta companhia aérea A convite da Luz & Cena, Paulo César e o operador
Varig adquiriu a aeronave mais moderna do merca- de luz do espetáculo, Eder Nascimento, contaram
do da aviação e inaugurou uma nova rota entre o Rio detalhes sobre a concepção e a execução das lu-
de Janeiro e Nova York. zes, que têm características distintas e contrastam
os atos entre si.
Surgia, então, o Super Constellation G, um avião lu-
xuoso, que reduziu de 72 para 20 horas o tempo de POUCO PARA MUITO
voo entre as duas cidades, influenciando diretamen-
te os hábitos locais. Constellation é iluminado por 40 lâmpadas PAR 64
foco 2; 16 lâmpadas PAR LED RGBW, da Live Light;
Este é o pano de fundo para o musical Constellation, 20 elipsoidais 26 graus, da ETC; cinco moving lights
espetáculo escrito e idealizado por Cláudio Magna- NEO 700, da American Pro, e dois canhões HMI, de
vita, dirigido por Jarbas Homem de Mello e que tem 1200 W, todos, exceto os canhões, controlados por
projeto de luz assinado por Paulo César Medeiros e Eder em um console Pearl 2010, da Avolites.
cenografia de Natalia Lana.
No contraluz do rider, distribuídas em duas linhas,
Em cartaz desde novembro passado no Teatro Van- estão seis dessas PAR LED e oito dessas PAR 64,
Divulgação
em duas linhas, estão os cinco
movings, sendo três em uma
das varas e dois na outra. Nas
laterais, em seis varas, estão
mais quatro das PAR 64, com
corretivos R02, enquanto que,
na frente, em três linhas, estão
outras 24 PAR 64, corrigidas
em AB R02, Azul R67 e Âmbar
R21. Por fim, no chão, em duas
linhas, outras quatro PAR LED.
COMPLEXIDADE
OPERACIONAL
Trata-se de um mapa simples,
enxuto, porém seu operacional
é complexo, e, de acordo com o
iluminador, “requer muita aten- Ao fundo, imagem do Constellation sobre um
ção, muita sensibilidade, espe- tecido leitoso: projeções vêm por trás do palco
cialmente pelo fato de os núme-
ros musicais terem cerca de dez mudanças precisas ambientar os diálogos e luzes azul, lavanda, rosa
de movimentos e cores que devem acompanhar e magenta, entre outras, para climatizar as can-
‘sem folgas’ o canto e a dança dos personagens”. ções. “A soma do branco com o âmbar é para dar
aquele clima de época, de passado, meio sépia, e
E por falar em cores, Eder aproveita o embalo as cores se relacionam com temas das músicas,
e explica o contraste proposto por Paulo César, como, por exemplo, o azul, o vermelho e o bran-
que escolheu contraluzes brancos e âmbar para co, usados em Surfin’ USA”, diz.
ma visual do espetáculo,
dois projetores Benq se
encarregaram de proje-
tar imagens internas e
externas do Constella-
tion G, de nuvens, de um
céu estrelado e de per-
sonalidades como Cauby
Peixoto, Garrincha, Elis
Regina e Jorginho Guinle,
que, na época, viajaram
no avião. A fim de evitar
que a fumaça utilizada
para “desenhar” as luzes
dos moving lights, dentre
outros, atrapalhasse a
operação, esses projeto-
res foram dispostos por
trás de um tecido leitoso.
Paulo César Medeiros: Sim, ele tem um aspecto A criação da luz passou por ele ou você teve
mais intimista, mais despojado, mas com um apelo total liberdade para criar?
musical fortíssimo, que fala direto ao coração, já que
seu repertório é composto por músicas das décadas No teatro, em nenhuma área existe essa coisa de
de 1950 e 1960 que fazem parte do inconsciente liberdade total. Isso é uma ilusão. Todas estão sub-
coletivo do nosso romantismo. metidas e em relação com a direção. No entanto, há
diretores que nos dão um espaço de criação maior
Sua luz tem por objetivo criar um equilíbrio entre ou menor. Eu tento me colocar sempre à disposi-
a realidade da protagonista e suas tias, que vivem ção da direção, da mesma forma que um ator deve
num mundo mediano e com alguns sonhos românti- se colocar, ou seja, com seus aparelhos de trabalho
cos, quase irrealizáveis, e a projeção desses sonhos prontos para serem usados a favor do espetáculo.
em si. Num espetáculo musical, o grande barato é
você imaginar que aquelas emoções são tão fortes, Procuro não ter apego a nada, a nenhuma ideia.
tão extremas, que não há como expressá-las em pa- Crio um plano inicial da luz e vou trabalhando
lavras, somente pelo canto. Portanto, a luz pode e junto com os ensaios, ouvindo e propondo. Aos
deve ajudar a realizar essa ideia. poucos chegamos a um ponto de equilíbrio em
que todos estão curtindo o que construímos jun-
Como é trabalhar com o Jarbas, diretor do es- tos. Acho muito bonita a ideia de um cenógrafo
petáculo? que tem orgulho da luz, de um iluminador que
adora o figurino, de um diretor que adora tudo.
Jarbas é um dos grandes homens do nosso teatro Busco sempre o trabalho de equipe. Sempre!
musical. Além de ser
um extraordinário ator, Divulgação
O diretor de um musical
é, na verdade, como o di-
retor de uma ópera, pois Moving lights American Pro são usados no rider do espetáculo
URSA e Studio
Camera Por dentro dos novos modelos da
recém-ampliada linha de câmeras Blackmagic
Divulgação
Lançada na última edição da NAB Show, realizada ícones da revolução do dito “mercado UHD/4K” de
em abril de 2014, em Las Vegas, a filmadora digital longas, publicidade e séries de TV, dentre outros
URSA, produzida pela Blackmagic Design, está aos produtos audiovisuais.
poucos conquistando seu espaço diante dos profis-
sionais do mercado nacional, composto por usuários E não é para menos. Comercializada a preços
das Sony, RED e Arri Alexa. bastante atraentes, principalmente se compara-
dos aos das menos “potentes” DSLRs Canon e Lu-
Distribuída no país pela Pinnacle Broadcast, a câ- mix, ela segue a linha das Cinema Camera 2.5K,
mera vem sendo apontada como um dos grandes Production Camera 4K e Pocket Cinema Camera e
ERGONOMIA “GRANDIOSA”
Projetada tanto para uso individual quanto para
conjunto, como ocorre nas grandes equipes de
filmagem, a URSA tem, em seu corpo, encaixes
para tubos de suporte de lentes, montagem de
sistemas “follow focus” e “matte boxes”, dispen-
sando totalmente a utilização de rigs externos.
Por ser maior do que as câmeras de sua gera-
ção, ela conta com um eficiente sistema líquido
de refrigeração, que permite a filmagem em ve-
locidades mais elevadas.
INQUESTIONáVEL
VERSATILIDADE
Em linhas gerais, a URSA pode ser apresentada da
seguinte forma: a câmera possui, do ponto de vista
da conexão, entradas de áudio XLR, com alimenta-
ção phantom power e saídas SDI 6G e para fones
de ouvido, além de entrada e saída de timecode.
VARIEDADE DE
MOUNTS AGRADA
Acoplada a uma Mark III, da Canon, a URSA
Atualmente, a URSA está disponível em
HDMI deve chegar em breve ao mercado
dois mounts: EF, com o qual é possível
utilizar lentes Canon e Zeiss, muito co-
muns no mercado “on demand”, e PL, compatível lançamento das duas câmeras “irmãs”. No site do
com as Zeiss mais usadas nos segmentos de cinema fabricante constam informações bem básicas sobre
e publicidade. No entanto, outros dois modelos es- os dois modelos, sendo a Broadcast compatível com
tão em fase de produção e prestes a serem lança- lentes B4, específicas para o segmento, enquanto a
dos. Tratam-se da URSA Broadcast e da HDMI. HDMI não dispõe de sensor, e no local do bocal de
conexão de lentes há uma placa com diversos pontos
Até o fechamento desta edição edição do caderno de montagem e uma entrada HDMI que permite que
Luz & Cena, não havia, de fato, uma data oficial de qualquer câmera com saída do gênero possa se be-
neficiar de sua qualidade de gravação e monitoração.
Divulgação
EFEITOS PARA
CORREÇÃO
Técnicas e métodos
para um trabalho a jato
Frase universal em um set de filmagem: “isso a gen-
te resolve na pós”. De fato, muitas coisas podem e
devem ser decididas na ilha de edição, mas isso não
justifica a falta de cuidado na filmagem. Indepen-
dentemente da origem da culpa, a verdade é que o
editor precisa estar armado com recursos para apro-
veitar aquela imagem bonita ou aquele momento
especial, mesmo que a filmagem não tenha ficado
100%. Neste artigo vamos ver algumas opções que
garantem esse aproveitamento.
REENQUADRAMENTO DA CENA
A regra de três quadros usados para fotografia e
pintura também pode funcionar muito bem para ví-
deo. Ela se baseia num estudo que chegou à conclu-
são de que nem sempre o centro da tela é o melhor Figura 1A – Regra de três quadrados
local para se posicionar o objeto a ser filmado. A
técnica consiste em dividir a imagem em nove qua-
dros, e a área de interesse (rosto da pessoas, por
exemplo) deve ser posicionada no encontro entre as
linhas (figuras 1A e 1B).
QUEBRA DE EIXO
Repare na sequência das figuras 2A, 2B e 2C. Há
algo desconfortável em relação à figura 2C, pois
os dois atores parecem estar virados para o mesmo
lado, e não um virado para o outro, como numa con-
versa normal.
Figura 2A – Plano aberto da cena Figuras 2C (no alto) e 2D (abaixo) – Close original no
personagem 2 e resultado após aplicação do efeito Flop
Ou seja: dá para consertar na pós? Sim, mas só até um artigo à parte, mas, para os objetivos deste
um certo ponto. Nenhum outro elemento da cena artigo, vale a pena mencionar o sistema de cor-
pode denunciar a inversão de eixo. reção de cor automática do Media Composer. Este
método não substitui de forma alguma a etapa
Por último, repare que também existe o efeito de colorimetria (color grading), mas serve como
“Flip”, que neste caso inverte imagens vertical- uma maneira rápida para ajustar contraste e ba-
mente. Era muito utilizado por questões artísti- lanço de cor no programa.
cas, mas hoje em dia se tornou realmente útil no
dia a dia. No jornalismo, por exemplo, é muito O procedimento é simples. Primeiramente, vamos
comum receber imagens de flagrantes feitas com acessar o menu Workspaces > Color Correction para
o celular, e muitas delas acabam sendo filmadas entrar no modo de correção de cor e ajustar a área
de cabeça para baixo. Utilizando o efeito resolve- de trabalho para este propósito.
-se o problema.
Agora basta posicionar o cursor no clip desejado e
EVITANDO IMAGENS TREMIDAS pressionar os botões “Auto Contrast” para ajustar o
Luma e “Auto Balance” para ajustar a cor.
Este, sem dúvidas, é o um dos maiores problemas
enfrentados pelo e ditor. Imagens tremidas acon- A figura 3A apresenta o material original, en-
tecem em ambientes profissionais e amadores e quanto a 3B mostra o resultado após a aplicação
muitas vezes não é culpa do cinegrafista. Podem tanto do Auto Contrast quanto do Auto Balance.
ser registradas tremidas, por exemplo, por falta
de um apoio mais sólido e por serem frutos da Vamos ficando por aqui. Abraços e até a próxima! •
captação de uma cena
espontânea, não pla-
nejada, que foi filma-
da “no susto”, entre
muitas outras possibi-
lidades.
Na mesma categoria
“Image” encontramos
o efeito “Stabilize”, que
é bastante similar ao
Flop. Para aplicá-lo bas-
ta arrastar para o clip
desejado, de modo que
o Media Composer pos-
sa fazer a análise dos
movimentos e realizar
os ajustes necessários.
AjUSTANDO
CORES
Figuras 3A (acima) e 3B (abaixo) – Antes e depois da correção automática de cor
Este assunto merecia
Cristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro
Tools e treinamentos em mixagem na ProClass-RJ.
História dos
Divulgação
Profissionais
de Iluminação
Cênica no
Brasil
Sétimo capítulo: Aurélio
Aurélio de Simoni de Simoni (Parte 2)
A CRIAÇÃO DA LUZ mostrou e disse ‘está aqui, uma chave trifásica, um
neutro...’ Eu olhei, fiz a leitura do valor nominal do
“Foi engraçado porque a primeira luz que criei foi fusível, estava escrito duzentos ampéres, e pensei ‘ô
numa peça do Guarnieri chamada Ponto de Partida beleza›, já que eu usava oitenta e poucos por fase.
(risos)”. Era o ano de 1979. Teatro do SESC, na Ti- Montei minha luz, afinei, coloquei meu amperímetro,
juca, Rio de Janeiro. Na época, saiu em um jornal o estava tudo ótimo. Começou o espetáculo e dez mi-
elogio de um conceituado crítico de teatro, Yan Mi- nutos depois ‹PUF!!!›; apagou tudo. Mas eu vi que
chalski (1932-1990), que falava sobre “a expressiva a luz da cabine não apagou. Já a da cena... Tudo
iluminação de Aurélio de Simoni”. Aurélio mostrou escuro. Com a luz da cabine acesa eu já soube que
o jornal para os seus colegas de trabalho da rede não era um apagão no bairro, não era problema na
ferroviária e se tornou comum uma brincadeira no rede. Fernanda em cena, no escuro, perguntou ‘meu
local de trabalho: um ou outro colega, em vez de amigo, o que aconteceu?’. Eu me lembro que botei
perguntar “o Aurélio está aí?”, dizia “o expressivo minha cabeça pro lado de fora da cabine e falei ‘Fer-
está aí?”. Aurélio relembra com muito bom humor nanda, eu vou procurar ver, só um instante’.
daqueles momentos. Em 1981 deixaria seu emprego
na rede ferroviária. Quando abri a caixa e meti a mão nos fusíveis...
Porque se tivesse um quente era trocar aquele e
SUFOCO pronto. Mas estavam frios. Eu perguntei ao técni-
co ‘cara o que alimenta esse sistema?’, e ele disse
“Foi no Teatro do Centro de Convenções, em Natal, ‘ah... é lá na subestação, no outro prédio’. Fui até
Rio Grande do Norte. Quem estava no palco era a lá. Quando cheguei na subestação, o que alimen-
Fernanda Montenegro. Fazia a luz de ‘Phedra’. Fi- tava era um disjuntor trifásico de 100 ampéres. E
quei um ano viajando fora do Rio de Janeiro. Na- o disjuntor estava retorcido, derretido. Eu voltei,
quela época tinha um caminhão que levava o equi- passei a luz da plateia para aquela rede e disse
pamento na estrada, e a gente ia de avião. Quando ‘ó, Fernanda, não tem jeito’. O espetáculo parou.
cheguei para montar a luz, perguntei ao técnico da Foram devolvidos os oitocentos ingressos. Eu me
casa onde ficava a alimentação do sistema. Ele me lembro que fiquei sentado, dando socos na perna,
priscilacamargo.com
espetáculo ‘As quatro patas do
poder’. Tinha um momento dessa
luz: ‘gente, ainda falta uma coi-
sa’... ‘o que?’... ‘a casa do Jonas’.
Essa era a deixa. Saía toda a luz
de frente, entrava um contra-luz
e todo o fundo do SESC Tijuca se
iluminava. Eu lembro disso e me
arrepio até hoje. Foi um privilégio
operar essa luz.”
Farlley Derze é professor do Instituto de Pós-Graduação (IPOG), diretor de Gestão e Pesquisa da empresa Ja-
mile Tormann Iluminação Cênica e Arquitetural, membro do comitê científico do Núcleo de Estética, Hermenêu-
tica e Semiótica da UnB. Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela UnB. E-mail: diretoria@jamiletormann.com.
Edição de
Efeitos e Estilos
Conhecendo
e aplicando
algumas
possibilidades
Agora podemos começar. Para isso, basta escolher Pronto! Agora será feito o ajuste com o processo
o que pretende ajustar no efeito. Neste caso, dei- de automatização de keyframes. Sempre volte o
xarei o ajuste Sepia Amount em zero e em um de- cursor, dê um play e teste para ver se ficou bom.
terminado ponto de minha imagem eu quero que
ele esteja em 0,31%. Para tal, basta colocar o seu Até o nosso próximo encontro, com mais dicas sobre
cursor no ponto onde o valor será zero e então adi- o Final Cut! •
cione um keyframe
no ponto de parti-
da. Então escolha,
em seguida, outro
ponto de sua ima-
gem. Quando che-
gar neste ponto, o
efeito tem que ser
feito ou alcançado,
e então basta mo-
vimentar o ajuste
do Sepia Amount.
Simples, não?
94 | áudio música e tecnologia Até o mês que vem, com mais um caderno Luz & Cena!
ÍNDICE DE ANUNCIANTES
AES 65 www.aesbrasilexpo.com.br
Gigplace 57 www.gigplace.com.br
Synthcamp 37 www.synthcamp.com
Piloto automático
No soundcheck do show
(Tá bem: não quero dizer exatamente que o ca chegou a começar e eu percebo que não está em
soundcheck será sem a interferência do engenheiro, andamento, não me custa pegar o microfone com a
mas, sim, sem a interferência do engenheiro no an- finalidade de ajudar a conduzir um soundcheck para
damento do mesmo. Vamos lá!) todos; 2) ou, se após o palco ter passado e eu tê-los
acompanhado passando o som “pra mim” no PA, eu
Mesmo quem não trabalha com áudio, música e shows venha a precisar trabalhar em algum (ou alguns)
em algum momento já ouviu aquele famoso “um, dois, canais específicos que não tenham sido passados,
teste, som...” em microfones por aí. E pouco depois ou que eu os tenha perdido por algum motivo, ou
disso vêm 15 minutos de bumbo (da bateria), mais 35 que eu precise aplicar algum efeito complexo em um
minutos de caixa e uns dez para cada tom-tom. E as- determinado canal. Mas, ainda assim, eu procuro
sim segue o famoso e desgastante soundcheck. E quem trabalhar nos efeitos antes do soundcheck, falando
disse que tem que ser assim? Realmente não sei. Eu com a minha voz em um microfone enquanto “con-
não era nascido quando inventaram o processo! fecciono” o efeito daquele canal.
genheiro de monitor vai passando o palco, nós con- alto; 2) o ambiente sem o público não tem milhares
seguimos acompanhar passando o PA. E, ao final da de pessoas gritando durante a música. Eu costumo di-
“passada” do palco, já estaremos bem próximos de zer que a mixagem do show realmente ocorre quando
uma timbragem muito decente para cada canal. En- começa o show.
tão, o que normalmente acontece (se é que já não vi-
nha acontecendo) é que os músicos começam a tocar Por fim, se depois disso tudo você não conseguiu ter
juntos. Em vez de interrompê-los pedindo coisas, eu, certeza de que os tom-tons estão soando bem porque
sem sombra de dúvidas, prefiro deixá-los tocando, durante o soundcheck o baterista os tocou somente
e eu vou fazendo a minha mix sem “incomodá-los”. uma vez a cada 15 minutos, esta é uma boa hora para
pedir os tons e quaisquer outras coisas que precisam
Ok, mas nem tudo são flores! Há dois momentos em de um ajuste final antes que a banda volte pra o hotel!
que eu pego o microfone e converso com a banda no
palco: 1) se o soundcheck saiu do controle ou se nun- Bom show!
Enrico De Paoli é engenheiro de música em estúdios e turnês. Mixou recentemente Jorge Vercillo no Riviera Maya Jazz
Festival, em Playa del Carmen, México, onde teve um soundcheck dinâmico e incrível que o inspirou a escrever este artigo.
Visite www.EnricoDePaoli.com