Professional Documents
Culture Documents
Não Existem
De vez em quando surge um modismo. Um dos atuais são as crianças índigo. A idéia
surgiu entre palestrantes de auto-ajuda norte-americanos. Criança índigo é uma
1
hipótese criada por Lee Carroll e Jan Tober em suas palestras. Eles leram um livro
sobre cores de "auras", escrito pela espiritualista Nancy Tappe em 1982, no qual a
escritora imaginou o surgimento de crianças superdotadas relacionando suas auras
com a cor índigo, ou azul-escura.
Carroll e Tober acreditam que esses seres finalmente chegaram. As crianças índigo
seriam líderes de uma nova civilização. O mundo será transformado por elas e então
surgirá uma nova era. Outro palestrante de auto-ajuda, Robert Gerard, opina: "Os
índigos vieram para servir ao planeta, aos pais e aos amigos como emissários do céu
e disseminadores da sabedoria. Para mim são emissários do criador".
A nova geração
Mas o que interessa esse tema ao Espiritismo? Desde 1868, os Espíritos anunciaram
no livro A Gênese a chegada da uma nova geração. Pode-se considerar a percepção
dos norte-americanos quanto a essa mudança a constatação de um fato natural: "A
Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo
que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe
sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das
coisas. A época atual é de transição, assistimos à partida de uma e à chegada da
outra".
Até aqui, tudo bem, mas segundo os escritores que defendem as crianças índigo elas
são identificadas como extremamente inteligentes, só que também agem com
orgulho, agressividade e prepotência. Na descrição feita pela Doutrina Espírita,
conforme descrito em A Gênese, a nova geração se destaca pelo "sentimento inato do
bem e nas crenças espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de
adiantamento anterior". A marca da nova geração é a fraternidade.
A obra Crianças Índigo afirma, entre outras coisas, que a missão dessas crianças "é
desenvolver uma nova consciência no planeta" e que "vieram para nos apresentar um
novo conceito de humanidade". Diz ainda que "essas novas crianças podem nos
ensinar a ter uma nova consciência de nossa auto-imagem" e "farão com que a
sociedade viva o seu momento presente, pois é para isso que vieram".
No entanto, o mesmo livro descreve desajustes comportamentais e outros problemas
de alguns índigos, como dificuldade de concentração e irritação emocional, sendo por
2
vezes confundidas com crianças portadoras de Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA)
ou Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
A propósito das características relacionadas aos índigos, podemos observar que elas
não apontam para uma evolução global do ser espiritual, mas para certas habilidades
que se referem a um alto grau de desenvolvimento da inteligência intrapessoal. A
inteligência intrapessoal - pertencente ao espectro das inteligências múltiplas
estudadas por Howard Gardner e outros pesquisadores - quando bem desenvolvida,
proporciona a capacidade de autoconhecimento e de estar bem consigo mesmo, de
administrar os próprios sentimentos e emoções, além de autodisciplina e auto-estima.
Entretanto, muitos dos casos descritos como sendo de crianças índigo não revelam,
por exemplo, um grande desenvolvimento da inteligência interpessoal, pois vemos
que tendem a se isolar, têm problemas no relacionamento social, irritam-se quando
não são compreendidas pelos outros e podem ter condutas anti-sociais.
Agora, se essas crianças podem contribuir conosco? Claro. Se elas têm algo a nos
ensinar? Muito provavelmente. Mas daí a dizer que são "filhos da luz" e "crianças da
Nova Era" vai uma boa distância, criando expectativas que muito possivelmente
recairão sobre elas mesmas, no presente ou no futuro.
Preocupa-me também a possibilidade de diferenças e discriminações feitas em
relação aos "não-considerados-índigos" numa mesma família ou grupo de alunos.
Dizem, os que apóiam a tese dos índigos, que eles vieram para nos ajudar a evoluir.
Então, eu encerro perguntando: qual é a criança que NÃO nos ajuda a evoluir?
Ryan Maluski é um jovem de 20 anos considerado índigo por Caroll e Tober. "Desde
pequeno me senti muito diferente e só. Se quiser uma descrição ainda mais precisa,
me sentia como um rei trabalhando como empregado e tratado como escravo",
relata. Quando tinha 2 anos, Ryan visitou o circo com os pais: "Veja os palhaços e os
elefantes!", disse sua mãe bastante animada. Inesperadamente seu filhou lhe virou
um tapa no rosto, e continuou a assistir ao espetáculo. O mais incrível é um medico
ter repreendido a mãe por ter estimulado a criança. "Da próxima vez, deveria deixá-lo
mais à vontade para fazer as coisas ao seu modo", afirmou (!). Liberdade e falta de
educação são coisas diferentes. Educar significa saber quando dizer não e quando
dizer sim. Limites são balizas da educação. Parece que a cultura norte-americana está
perdendo completamente essa noção.
Crianças índigo não existem! Em verdade, são espíritos com a missão de superar seu
exaltado orgulho, aproveitando as últimas chances neste planeta para mudar de
3
rumo. Os pais devem esclarecer a relativa importância do desenvolvimento
intelectual quando a evolução moral é negligenciada. O educador desatento, entregue
às falsas idéias sobre crianças índigo, poderá considerar o autoritarismo e malcriação
como indício de superioridade. Terrível engano! Agem ainda pior os pais que,
obedecendo ao modismo, exibem seus filhos com orgulho, declarando serem índigos.
A criança pode até fingir não perceber quando é elogiada. Parece distraída enquanto
os pais contam os feitos maravilhosos tomando café com as visitas. Contudo, está
atenta, e a tudo observa. Ao perceber que seu comportamento contenta os pais, ela
repete e os acentua, condicionando ainda mais seus hábitos presunçosos.
Este é um dos maiores perigos da tese das crianças índigo: quando os pais se deixam
manipular pelos filhos, seduzidos pelas habilidades intelectuais precoces, eles estão
falhando em sua missão educativa.
Modismos continuarão existindo. De olho nas vendas, autores norte-americanos já
inventaram as crianças crystal. E a mais recente descoberta são as rainbow, ou
"crianças arco-íris" como ficarão conhecidas em nossas terras se aqui aportarem.
Se lidos esses livros, como todos, é necessário separar o joio do trigo. E sem bom
senso para distinguir um de outro, corre-se o risco de ser arrebatado pelo canto da
sereia do falso profetismo, como adverte o Evangelho: "Levantar-se-ão muitos falsos
profetas que seduzirão a muitas pessoas e, porque abundará a iniqüidade, a caridade
de muitos esfriará" (Mateus, 24:11).
A regeneração do planeta não se dará por uma simples substituição dos espíritos
atrasados por superiores vindos do espaço. O mundo futuro "não se comporá
exclusivamente de espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já tendo
progredido, se acham predispostos a assimilar todas as idéias progressistas e aptos a
secundar o movimento de regeneração", completam os Espíritos, também em A
Gênese.
Todo pai quer ver em seu filho uma criança especial ou justificar sua frustração diante
de crianças difíceis. Isso explica o sucesso dessas idéias. Mas qual criança não é
especial? Todas elas nos desafiam a perceber seus valores e distinguir seus defeitos
no trabalho da educação. A vida no lar é a oportunidade para pais e filhos
compreenderem suas almas. Mas ninguém vira santo do dia para a noite. O começo é
uma mudança de propósitos: "A regeneração da humanidade não exige
absolutamente a renovação integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas
disposições morais. Essa modificação se opera em todos quantos lhe estão
predispostos, desde que sejam subtraídos à influência perniciosa do mundo. Assim,
nem sempre os que voltam são outros espíritos; são com freqüência os mesmos, mas
pensando e sentindo de outra maneira", conclui Allan Kardec, num dos últimos
parágrafos de A Gênese. E os incrédulos que acham tudo isso motivo de riso? Estes,
diante da morte, "viverão, a despeito de si próprios e se verão, um dia, forçados a
abrir os olhos". E com essa frase Kardec encerra o livro.
Espiritismo Responde - Um de seus mais recentes livros publicados tem por título “A
Nova Geração: A visão Espírita sobre as crianças índigo e cristal”. Quem são as
crianças índigo e cristal?
As crianças índigo são assim chamadas porque possuem uma aura na tonalidade azul,
aquela tonalidade índigo dos blue jeans (Dra. Nancy Ann Tape).
O índigo é uma planta da Índia (indigofera tinctoria), da qual se extrai essa coloração
que se aplicava em calças e hoje nas roupas em geral. Essas crianças índigo sempre
apresentam um comportamento sui generis.
As crianças cristal são aquelas que apresentam uma aura alvinitente, razão pela qual
passaram a ser denominadas dessa maneira.
A partir dos anos 80, ei-las reencarnando-se em massa, o que tem exigido uma
necessária mudança de padrões metodológicos na pedagogia, uma nova psicoterapia
a fim de serem atendidas, desde que serão as continuadoras do desenvolvimento
intelecto-moral da Humanidade.
5
Divaldo - Essa é uma grande dificuldade que os psicólogos têm experimentado,
porque normalmente existem as crianças que são portadoras de transtornos da
personalidade (DDA) e aquelas que, além dos transtornos da aprendizagem, são
também hiperativas (DTAH), mas os estudiosos classificaram em 10 itens as
características de uma criança índigo, assim como de uma criança cristal.
A criança índigo tem absoluta consciência daquilo que está fazendo, é rebelde por
temperamento, não fica em fila, não é capaz de permanecer sentada durante um
determinado período, não teme ameaças...
Não é possível com essas crianças fazermos certos tipos de chantagem. É necessário
dialogar, falar com naturalidade, conviver e amá-las.
Então, essas crianças esperam encontrar uma visão diferenciada, porque, ao serem
matriculadas em escolas convencionais, tornam-se quase insuportáveis. São tidas
como DDA ou DTAH. São as crianças com déficit de atenção e hiperativas. Nesse
caso, os médicos vêm recomendando, principalmente nos Estados Unidos e na
Europa, a Ritalina, uma droga profundamente perturbadora. É chamada a droga da
obediência.
A criança fica acessível, sim, mas ela perde a espontaneidade. O seu cérebro
carregado da substância química, quando essa criança atinge a adolescência,
certamente irá ter necessidade de outro tipo de droga, derrapando na drogadicção.
Daí é necessário muito cuidado.
Os pais, em casa (como normalmente os pais quase nunca estão em casa e suas
crianças são cuidadas por pessoas remuneradas que lhes dão informações, nem
sempre corretas) deverão observar a conduta dos filhos, evitar punições quando
errem, ao mesmo tempo colocando limites. Qualquer tipo de agressividade torna-as
rebeldes, o que pode levar algumas a se tornar criminosos seriais. Os estudos
generalizados demonstram que algumas delas têm pendores artísticos especiais,
enquanto outras são portadoras de grandes sentimentos humanistas, outras mais são
emocionais e outras ainda são portadoras de natureza transcendental.
Divaldo - Ainda não se tem, que eu saiba, uma especificação sobre ela, no que diz
respeito ao DNA, mas acredita-se que, através de gerações sucessivas, haverá uma
mudança profunda nos genes, a fim de poderem ampliar o neocórtex, oferecendo-lhe
mais amplas e mais complexas faculdades. Tratando-se de Espíritos de uma outra
dimensão, é como se ficassem enjauladas na nossa aparelhagem cerebral, não
encontrando correspondentes próprios para expressar-se. Através das gerações
sucessivas, o perispírito irá modelar-lhes o cérebro, tornando-o ainda mais
privilegiado.
Como o nosso cérebro de hoje é um edifício de três andares, desde a parte réptil, à
mamífera e ao neocórtex que é a área superior, as emoções dessas crianças irão criar
uma parte mais nobre, acredito, para propiciar-lhes a capacidade de comunicar-se
psiquicamente, vivenciando a intuição.
Divaldo - Allan Kardec, com a sabedoria que lhe era peculiar, no último capítulo do
livro A Gênese, refere-se à nova geração que viria de uma outra dimensão. Da mesma
forma que no tempo do Pithecanthropus erectus vieram os denominados Exilados de
Capela ou de onde quer que seja, porque há muita resistência de alguns estudiosos a
respeito dessa tese, a verdade é que vieram muitos Espíritos de uma outra dimensão.
Foram eles que produziram a grande transição, denominada por Darwin como o Elo
Perdido, porque aqueles Espíritos que vieram de uma dimensão superior traziam o
perispírito já formado e plasmaram, nas gerações imediatas, o nosso biótipo, o corpo,
conforme o conhecemos.
Logo depois, cumprida a tarefa na Terra, retornaram aos seus lares, como diz a Bíblia,
ao referir-se ao anjo que se rebelara contra Deus – Lúcifer.
Na atualidade, esses lucíferes voltaram. Somente que, neste outro grande momento,
estão vindo de Alcione, uma estrela de 3ª. grandeza do grupo das plêiades,
constituídas por sete estrelas, conhecidas pelos gregos, pelos chineses antigos e que
fazem parte da Constelação de Touro.
Esses Espíritos vêm agora em uma missão muito diferente dos capelinos.
É claro que nem todos serão bons. Todos os índigos apresentarão altos níveis
intelectuais, mas os cristais serão, ao mesmo tempo, intelectualizados e moralmente
elevados.
7
ER – Já que eles estão chegando há cerca de 20, 30 anos, nós temos aí uma juventude
que já está fazendo diferença no Mundo?
Divaldo – Acredito que sim. Podemos observar, por exemplo, e a imprensa está
mostrando, nesse momento, gênios precoces, como o jovem americano Jay
Greenberg considerado como o novo Mozart. Ele começou a compor aos quatro anos
de idade. Aos seis anos, compôs a sua sinfonia. Já compôs cinco. Recentemente, foi
acompanhar a gravação de uma das suas sinfonias pela Orquestra Sinfônica de
Londres para observar se não adulteravam qualquer coisa.
O que é fascinante neste jovem, é que ele não compõe apenas a partitura central,
mas todos os instrumentos, e quando lhe perguntam como é possível, ele responde:
“Eu não faço nenhum esforço, está tudo na minha mente”.
Durante as aulas de matemática, ele compõe música. A matemática não lhe interessa
e nem uma outra doutrina qualquer. É mais curioso ainda, quando afirma que o seu
cérebro possui três canais de músicas diferentes. Ele ouve simultaneamente todas,
sem nenhuma perturbação. Concluo que não é da nossa geração, mas que veio de
outra dimensão.
Não somente ele, mas muitos outros, que têm chamado a atenção dos estudiosos. No
México, um menino de seis anos dá aulas a professores de Medicina e assim por
diante... Fora aqueles que estão perdidos no anonimato.
ER – O que você diria aos pais que se encontram diante de filhos que apresentam
essas características?
Divaldo - Os técnicos dizem que é uma grande honra tê-los e um grande desafio,
porque são crianças difíceis no tratamento diário. São afetuosas, mas tecnicamente
rebeldes. Serão conquistadas pela ternura. São crianças um pouco destrutivas, mas
não por perversidade, e sim por curiosidade.
Como vêm de uma dimensão onde os objetos não são familiares, quando vêem
alguma coisa diferente, algum objeto, arrebentam-no para poder olhar-lhes a
estrutura.
São crianças que devemos educar apelando para a lógica, o bom tom. A criança deve
ser orientada, esclarecida, repetidas vezes.
Voltarmos aos dias da educação doméstica, quando nossas mães nos colocavam no
colo, falavam conosco, ensinavam-nos a orar, orientavam-nos nas boas maneiras, nas
técnicas de uma vida saudável, nos falavam de ternura e nos tornavam o coração
muito doce, são os métodos para tratar as modernas crianças, todas elas, índigo,
cristal ou não.
Fonte: http://www.divaldofranco.com/noticias.php?not=42
8
As "Crianças Índigo" e a
Transição Planetária
Por Eurípedes
Kühl
Nada há no Espiritismo sobre “crianças índigo”. No entanto, será aqui tratado porque
pequenas notas espíritas sobre tais crianças e sua participação na transição
planetária estão despontando na mídia, além do que, alguma coisa daquilo que a
respeito é encontrado com abundância na internet pode, sim, ficar paralelo ou ao
abrigo da Doutrina dos Espíritos.
1. Crianças Índigo
Antes deles, foi Nancy Ann Tape, uma sua conhecida, parapsicóloga, também
americana, quem primeiro (desde 1980) cunhou a expressão “crianças índigo”, com
base na cor por ela observada na aura de crianças que de alguma forma se
destacavam das demais.
Nancy escreveu um livro narrando suas observações: Understandig Your Life Through
Color – Entendendo sua vida através da cor. A partir daí, tais crianças também
passaram a ser denominadas de “Crianças da Luz”, “Crianças do Milênio”, “Crianças
Estrela”, “Meninos Índigo”.
Já de início, como se pode observar, toda essa matéria vem do pessoal que mora
acima do Rio Grande , sabidamente pródigo em criar-anunciar-divulgar “novidades
novidadeiras” para o mundo todo (“remember” o que Hollywood exporta...).
9
Indeclinável relembrar também o Espírito Erasto, quando em “O Livro dos Médiuns”,
Cap XX, dá-nos regra áurea no caso de quaisquer dúvidas: Melhor é repelir dez
verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea.
e) frustram-se com a rotina e por isso são incapazes de se manterem quietas (numa
fila, por ex.);
f) têm sempre a melhor forma de fazer as coisas, pois extrapolam o plano intelectual;
i) para elas não funcionam ameaças ou pressões vindas de alguém que lhes prometa
retaliações por alguns dos seus atos, naturalmente incompreendidos...
2. Transição Planetária
10
É verdade que todos nós notamos que o mundo vem passando por mudanças
expressivas e rápidas, mormente com as gerações de jovens do pós 2ª Guerra
Mundial (1939-1945) que tanta presença vêm marcando, notadamente:
a) as mulheres, praticamente, igualaram-se social e profissionalmente aos homens,
quebrando tabus seculares;
c) os pais aceitam que o filho ou a filha (às vezes, menores de idade...) tragam para
casa a namorada, ou o namorado, por pernoite ou dias, em muitos casos permitindo-
lhes relacionarem-se sexualmente, o que eufemisticamente é denominado “ficar”...
(sexo avulso, irresponsável...);
d) o pai, dantes 100% ausente das lides domésticas, agora as divide com a esposa e
os filhos; em alguns casos assume tudo, por ele estar desempregado e ela, a esposa,
exercer alguma atividade dentro ou fora de casa, com o que garante o sustento do
lar...
Em “O Livro dos Espíritos”, obra basilar do Espiritismo, vemos na 3ª Parte que a Lei
Divina do Progresso submete tudo e todos à incessante evolução, com sistemática
nem sempre compreendida pelo homem. Com efeito, a atmosfera se mostra saneada
após as tempestades ou ventos fortes e o solo sempre se torna mais generoso depois
das erupções vulcânicas.
Essa promoção é bem explicitada no livro “A Gênese”, última obra literária de Kardec,
que no derradeiro capítulo (XVIII) deixou registrado:
(...) A Terra, como tudo o que existe, está submetida à lei do progresso que,
moralmente, se dará pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que a
povoam.
11
(...) Restam aos homens fazerem que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a
solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral.
(...) A geração que surge, retemperada em fonte mais pura, imbuída de idéias mais
sãs, imprimirá ao mundo ascensional movimento, no sentido do progresso moral que
assinalará a nova fase da evolução humana.
(...) Havendo chegado o tempo, grande emigração se verifica dos que a habitam: a
dos que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os
quais, já não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos. Irão expiar o
endurecimento de seus corações, uns em mundos inferiores, outros em raças
terrestres ainda atrasadas.
(...) A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um
cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e
a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem
natural das coisas.
(...) Pela natureza das disposições morais, sobretudo das disposições intuitivas e
inatas das duas gerações, da que parte e da que chega, torna-se fácil distinguir a qual
das duas pertence cada indivíduo.
(...) A regeneração da Humanidade não exige absolutamente a renovação integral dos
Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais.
Conclusão
“Crianças Índigo” ajudarão a regenerarão do mundo, no dizer dos autores citados...
Sobre elas e sua missão, segundo o que dizem os norte-americanos, há alguns dados
que, sem esforço, podem ser aproximados do Espiritismo. Não são muitos, mas
existem.
Situo isso com a expressão da qual muito gosto: “Pode haver algum ouro na ganga”.
“Crianças índigos” é teoria que surgiu da observação de auras azul brilhante, isso
significando diferença (para melhor) entre os que a possuem e os que a têm de outra
cor.
O Espírito André Luiz, em sua abençoada série “A Vida No Mundo Espiritual” (13
livros, psicografados por F.C.Xavier, alguns com W.Vieira), traz notícias de auras e
cores, em vários livros. Destaco apenas “Os Mensageiros”, em seu Cap. 24, quando se
refere a um Espírito evoluído - Ismália, em preces -, com luzes diamantinas que do
tórax irradiavam todo o corpo. Dois outros Espíritos que acompanhavam Ismália
estavam quase semelhantes a ela, “como se trajassem soberbos costumes radiosos,
em que predominava a cor azul”. (Grifos meus).
12
Da minha parte, o que já aprendi do Espiritismo não me autoriza, de forma alguma,
acatar receitas de ingredientes novos e menos ainda provar o bolo pronto. Assim,
embora considerando instigante o tema “crianças índigo”, não o tenho nem como
comprovado ou comprovável, nem como reprovado ou reprovável.
1) ÍNDIGO: planta cultivada originalmente na Índia e que fornece material para tingir
as calças jeans com a cor característica.
2) RIO GRANDE: Rio que serve de fronteira em área do México com os EUA. Tem o
nome de “Grande”, mas na verdade, sua largura, em vários pontos, não excede cinco
metros; em muitos outros pontos, permite travessia a pé, de margem a margem.
Eurípedes Kühl: Eurípedes Kühl, 1934, paulista, casado, 2 filhos. Oficial do Exército,
pára-quedista militar, na Reserva Remunerada, após 31 anos de carreira castrense.
Bacharel em Administração de Empresas e Economia. Espírita de berço. Médium
psicógrafo e escritor espírita. Vinte e dois livros editados. Doze, psicografados, e dez,
de lavra própria. Palestrante espírita, responsável por vários cursos sobre Espiritismo,
articulista e colaborador de vários órgãos de divulgação espíritas, inclusive "O
REFORMADOR", da Federação Espírita Brasileira.
Fonte: http://www.panoramaespirita.com.br/modules/eNoticias/article.php?
articleID=331
Os obscuros conceitos de
uma seita
13
Sociedade Espírita NOVA ERA
Desde 2006, pesquisadores espíritas, como Rita Foelker, Dora Incontri, Heloísa Pires,
e a Revista Universo Espírita vêm alertando para as inúmeras contradições entre a
Doutrina Espírita e o best-seller Crianças Índigo, publicado nos Estados Unidos em
1999, e no Brasil em 2005.
“Todas as crianças que mataram colegas de escola ou os próprios pais, com as quais
pude ter contato, eram índigos. Eles tinham uma visão clara de sua missão, mas algo
entrou em seu caminho e elas quiseram se livrar do que imaginavam ser o obstáculo.
Trata-se de um novo conceito de sobrevivência. Todos nós possuíamos esse tipo de
pensamento macabro quando crianças, mas tínhamos medo de colocá- lo em prática.
Já os índigos não têm esse tipo de medo”.
Esse é o novo conceito de sobrevivência das crianças índigo? Matar os pais e colegas
de escola? O que isso tem a ver com o Espiritismo?
14
Espírita nada tem a ver com o conceito de Crianças Índigo pertencente à seita
estrangeira criada por Lee Carroll.
O ano em que tudo começou foi1989, quando um sensitivo disse ter visto ao lado de
Lee Carroll uma entidade extraterrestre que se identificou pelo nome “Kryon”.
Intrigado, Lee começou a “canalizar” (esse é o nome que ele dá para as psicografias)
textos da entidade extraterrestre Kryon num grupo esotérico de sua cidade.
A co-autora do livro Crianças Índigo é a cantora Jan Tober, ex-mulher de Lee Carroll.
Ela o ajudou a criar uma seita própria, o Grupo Iluminação Kryon, em 1991.
Quem é esse ser que se diz extraterrestre e que revelou as crianças índigo?
“Kryon é o mais evoluído ser de luz a que a Terra jamais teve acesso. Proveniente do
‘Sol Central’, com a função primordialmente técnica ligada ao ‘serviço
eletromagnético’. Foi enviado por um grupo de ‘Mestres Extrafísicos’, chamado ‘A
Irmandade’. Veio dessa vez para reordenar a ‘rede magnética planetária’, visando
uma série de mudanças magnéticas no eixo da Terra, que se encerrará no ano de
2012”.
Em O Livro dos Espíritos, “Jesus foi o ser mais puro que já apareceu na Terra”.
Ainda há muito mais. De acordo com Kryon, Deus não existe. Ele propõe o panteísmo,
ou seja, segundo ele, “todos os seres do Universo são parte de um todo e as
individualidades são apenas ilusões”.
A doutrina do Grupo Iluminação Kryon vai ainda mais longe. Damos aqui apenas um
resumo das palavras de Krion:
“Os seres humanos que vivem na Terra eram anjos muito evoluídos que assinaram
um contrato para vivenciar uma experiência humana no planeta Terra, motivo pelo
qual seríamos honrados e celebrados em todo o Universo.”
O que seria “Convergência Harmônica”? Nos livros psicografados por Lee Carroll,
informações pseudocientíficas como essa estão por todo o texto, sem explicação
alguma.
Segundo Kryon, desde 1987 estariam nascendo crianças com o DNA alterado, que
seriam as tão comentadas “crianças índigo”. Há também referências às crianças
cristal.
Mais uma vez, é Kardec quem alerta: “Toda heresia científica notória, todo princípio
que choque o bom-senso, aponta a fraude, desde que o Espírito se dê por ser um
Espírito esclarecido”, em O Livro dos Médiuns.
Idéias estranhas
As mensagens publicadas no site da seita criada por Lee Carroll falam do novo
acontecimento programado, segundo ele, para 2012: “Celebremos o fim do teste! As
estrelas são nossas. Agora é chegado o momento de uma parte da família ir para
casa, precisamente em 2012. E ele, Kryon, estará lá quando chegarmos”.
Sobre questões como essa, disse Kardec: “Os bons Espíritos nunca determinam datas.
A previsão de qualquer acontecimento para uma época determinada é indício de
mistificação”, em O Livro dos Médiuns.
Nos encontros do grupo, Kryon responde indagações do público que paga para ser
atendido. Um adepto perguntou: “Querido Kryon, na Califórnia você nos falou que
16
segurar pílulas na mão pode curar. Isso eliminará os efeitos colaterais? É seguro ficar
segurando Prozac?”. A resposta foi:
“Seu corpo sabe que substância vocês estão segurando. Portanto, é possível
impregnar as propriedades da intenção de usar a substância em suas células. Assim
não há o efeito colateral de uma droga, por exemplo. Apenas pensem... um frasco de
aspirina ou antiácidos durará anos!”.
Kardec alertou: “Jamais os bons Espíritos aconselham senão o que seja perfeitamente
racional. Qualquer recomendação que se afaste da linha reta do bom-senso, ou das
leis imutáveis da Natureza, denuncia um Espírito atrasado e, portanto, pouco
merecedor de confiança”, em O Livro dos Médiuns.
A fragmentação de um meteoro
Outra questão intrigante proposta por um seguidor da seita é sobre o fim do mundo:
“Algum planeta irá se chocar com a Terra? Irá haver extinção da raça humana?”. E
Kryon respondeu:
O Espiritismo afirma com clareza que o mundo não será destruído fisicamente: “Não é
racional se suponha que Deus destrua o mundo precisamente quando ele entre no
caminho do progresso moral, pela prática dos ensinos evangélicos”, em A Gênese.
Além dos milhares de dólares arrecadados pela venda de produtos, nos encontros da
seita, há outra fonte de renda: os tratamentos patenteados por Peggy Phoenix Dubro,
parceira de Lee Carroll.
Segundo as idéias da seita, as pessoas que nasceram antes de 1987 não são índigo,
mas para ganhar o direito de habitar a nova “galáxia” poderiam ter seu DNA alterado
por meio do tratamento proposto por Peggy Dubro.Eles criaram uma empresa, A
Energy Extension Incorporation (Empresa de Ampliação Energética) que detém os
direitos da Universal Calibration Lattice® (Malha de Calibração Universal), e também
da EMF Balancing Technique® (Técnica de Equilíbrio). São tratamentos pagos
aplicados nas sedes espalhadas pelo mundo (inclusive no Brasil).
Acreditamos que as informações listadas são suficientes para dar uma idéia do que
está por trás da obra Crianças Índigo. Quem ainda desejar conferir os volumosos
livros e mensagens “canalizadas” por Lee Carrol e tudo mais sobre a seita Grupo
Iluminação Kryon basta digitar “Kryon” nos sites de busca da internet.
As obras de Lee Carroll adotam o panteísmo, doutrina negada pelo Espiritismo. Mas
na edição brasileira os trechos panteístas foram alterados
Lee Carroll, que com Jan Tober escreveu Crianças Índigo, publicou outros 11 livros.
Dez deles são psicografados, com a autoria creditada ao “extraterrestre” Kryon.Esses
volumosos livros trazem muitos conceitos conflitantes com a Doutrina Espírita.
17
Já no primeiro, Os Tempos Finais, publicado em 1990, Kryon descreve seu
ensinamento panteísta: “Todos nós estamos vinculados. Eu assino Kryon, mas
pertenço à totalidade. Você é uma parte de Deus. Todos somos coletivos em espírito,
mesmo enquanto vocês estão encarnados na Terra”.
Encontramos outra alteração na página anterior, na qual lemos a seguinte frase: “Não
existem indivíduos, apenas uma ilusão de que somos diferentes”. Mas a tradução da
versã original é mais extensa: “Não existem indivíduos separados, apenas a ilusão de
que os outros estão separados de nós mesmos”. Esta reproduz o panteísmo do
extraterrestre Kryon, mentor de Lee Carrol.
A constatação desse fato nos levou a folhear o livro para conferir o restante da
tradução. No depoimento da reverenda Laurie Joy, na página 164 do livro brasileiro,
lemos a seguinte frase: “Kathryn Elizabeth, fala sempre de seu anjo da guarda.
Depois vai brincar com as outras crianças”. Mas a tradução da obra original é
diferente: “Kathryn Elizabeth fala sempre de seu anjo da guarda.
Veja: “I sent him all the Kryon books by Lee Carroll…” (Versão original, p. 147).
Peggy Dubro é uma integrante da seita “Grupo Iluminação Kryon”, onde atua como
médium. Os seres que dirigem o grupo teriam transmitido a ela o “tratamento
magnético para alterar o DNA”, denominada EMF Balancing Technique. Na versão
brasileira, o fato foi alterado:
“She also channeled the Phoenix Factor information, which contained the EMF
Balancing Technique...”. (Versão original, p. 226)
“Ela também recebeu mediunicamente a informação Phoenix Factor, que inclui a EMF
Balancing Technique...”. (Tradução correta).
18
“Desenvolveu, igualmente, a informação Phoenix Factor, que inclui a EMF Balancing
Technique...”. (Trecho alterado da edição brasileira, p. 243)
“... could never see the consequences of his intended actions. He literally just did not
get it. After the fact, his face would always be so blank, as if he couldn’t believe he
hadn’t realized that what he was doing would get him into trouble…” (Versão original,
p. 145).
“... O problema é que não entendia as conseqüências de seus atos. Ele literalmente
não compreendia. Depois do ocorrido, ficava com o rosto sem expressão, como se não
acreditasse que tivesse feito algo que lhe trouxesse problemas...” (Tradução correta).
“... O problema é que não entendia as conseqüências de seus atos. Cometia erros,
mas não percebia que teria que pagar por eles...” (Trecho alterado da edição
brasileira, p. 161).
Fonte: http://www.se-novaera.org.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=758
Ou acompanhar textos sobre o assunto no site da Sociedade Espírita Nova Era, que
tem sua história baseada na pesquisa, no estudo e na coerência doutrinária.
Fonte: http://www.se-novaera.org.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=754
As crianças índigo e o
movimento espírita
Como explicar a adesão de lideranças e instituções
em uma tese tão absurda.
Por Dora Incontri, para o Especial Mensagem - Faça o Download
Mas para isto é preciso um método. A principal contribuição de Kardec foi a criação de
um método de abordagem da realidade, que inclui a observação científica, a reflexão
filosófica e a revelação espiritual. Esses três caminhos convergem na busca da
verdade e um elemento controla o outro. Não se pode aceitar cegamente o que vem
pela revelação mediúnica – é preciso passá-la pelo crivo da razão e pela análise do
método científico. Aliás, somos nós, encarnados, que fazemos a ciência, e não os
Espíritos, que vêm apenas nos intuir, nos ajudar, sobretudo no plano moral. Uma
ciência que supostamente nos viesse pronta do Além já deveria ser motivo de
desconfiança e é própria de Espíritos pseudo-sábios.
20
No caso de Lee Carrol, Jan Tober e o Espírito de Kryon (que a tradução brasileira
mudou para médium Kryon, quando se trata de um Espírito que se afirma extra-
terrestre e o Espírito mais próximo de Deus!), defrontamo-nos com uma grande
mistificação, com fins comerciais, sem nenhuma racionalidade, sem nenhum critério
científico... e os espíritas embarcaram gostosamente na idéia. Por quê?
É preciso esclarecer bem o que criticamos na questão de fins comerciais, pois temos
também uma editora e podemos ser mal interpretados. É óbvio que o setor editorial
espírita precisa ser profissional, movimentar dinheiro, contratar pessoas, trabalhar na
base do profissionalismo e não do amadorismo. Isto também vale para uma escola,
uma universidade, um empreendimento qualquer que leve o nome de espírita. Ou
seja, temos pleno direito ético de vender um livro espírita (porque senão não
podemos publicar outros), de cobrar um curso ou um congresso, para cobrir os custos
e, inclusive, para reinvestirmos na própria divulgação do espiritismo. O que
criticamos, que é próprio da mentalidade capitalista, é quando passamos o lucro na
frente do ideal. Ou seja, quando traímos os princípios da doutrina espírita, publicamos
qualquer coisa, para ganhar dinheiro, fazemos qualquer negócio, para obter
dividendos e buscamos com isso enriquecimento pessoal.
É isso o que se vê no meio espírita atualmente. Qualquer pessoa pode publicar, falar,
pontificar o que for, e ninguém rebate uma vírgula, ninguém faz uma objeção. Por
isso, multiplicam-se os absurdos e estamos imersos numa avalanche de frivolidades.
Enquanto não aprendermos a debater sem melindres, a discutir idéias sem paixões
pessoais, a criticar construtivamente e a exercitar o livre-exame (que já Lutero
propunha há 500 anos), não teremos um movimento espírita esclarecido e
progressista, que não engula mistificações tão grosseiras como essa das crianças
índigo. Obviamente que só é possível criticar construtivamente a partir de um
conhecimento aprofundado das questões. Para isso, é preciso estudar Kardec e
procurar sempre ampliar o horizonte cultural.
Fonte: http://www.se-novaera.org.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=748
REFLETINDO SOBRE
CRIANÇAS ÍNDIGO E
CRISTAL
Por Tereza Rodrigues
Professora e Palestrante Espírita
Na nova geração que tem como missão fundar a era do progresso moral, Kardec
22
identifica "inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do
bem e a crenças espiritualistas", acrescentando que "Não se comporá exclusivamente
de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham
predispostos a assimilar todas as idéias progressistas e aptos a secundar o
movimento de regeneração." (nosso grifo)2 É evidente, portanto, que não se trata de
uma geração missionária, embora muitos espíritos nessa condição devam reencarnar,
como, aliás, reencarnaram em todas as épocas da humanidade, especialmente em
momentos de grande renovação social e moral. Essa geração (ou seja, um grande
contingente de espíritos), estará apta às novas idéias e a "secundar" o movimento
regenerador, este, sim, comandado por espíritos para isso designados, por suas
condições intelectuais e morais.
Kardec define, ainda, a ação dessa nova geração da seguinte maneira: "Sejam os que
componham a nova geração. Espíritos melhores, ou Espíritos antigos que se
melhoraram, o resultado é o mesmo. Desde que trazem disposições melhores, há
sempre uma renovação. Assim, segundo suas disposições naturais, os Espíritos
encarnados formam duas categorias: de um lado, os retardatários, que partem; de
outro, os progressistas, que chegam. O estado dos costumes e da sociedade estará,
portanto, no seio de um povo, de uma raça, ou do mundo inteiro, em relação com
aquela das duas categorias que preponderar." (nosso grifo)3 Do que se subentende,
perfeitamente, que a renovação moral da humanidade não se dará por uma "invasão"
de seres de outros orbes, porque os "espíritos antigos que se melhoraram" têm seu
papel no novo estágio evolutivo. Ou, repetindo Kardec: "A regeneração da
Humanidade, portanto, não exige absolutamente a renovação integral dos Espíritos:
basta uma modificação em suas disposições morais. Essa modificação se opera em
todos quantos lhe estão predispostos, desde que sejam subtraídos à influência
perniciosa do mundo. Assim, nem sempre os que voltam são outros Espíritos; são
com freqüência os mesmos Espíritos, mas pensando e sentindo de outra maneira".
(nosso grifo)4 Os "retardatários" que se vão são de duas categorias: os decididamente
empedernidos, refratários ao bem e que serão alocados em mundos adequados à sua
situação vibratória; e aqueles que, "aí voltarão, porquanto muitos há que o são
porque cederam ao arrastamento das circunstâncias e do exemplo" (nosso grifo)5 e,
no plano espiritual poderão rever suas posições, trabalhar no bem e propor-se a uma
encarnação com vistas ao melhoramento individual e coletivo.
23
eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos
uns aos outros e em vários lugares. (nosso grifo)6
Todos os pais e educadores conscientes, há muito notaram que as crianças "não são
mais as mesmas", ou melhor, não obedecem ao padrão que se tinha até bem pouco
tempo atrás, para o comportamento nos períodos de infância e adolescência.
Obviamente que isso não tem nada de anormal e muito menos de místico, pois com
tanta tecnologia e informação ao alcance das mãos, os espíritos reencarnados,
especialmente, nos últimos cinquenta anos, não poderiam ter o mesmo
desenvolvimento dos nascidos anteriormente.
Exige-se dos educadores contemporâneos uma análise e um tato específico para lidar
com as novas gerações a cada dia mais capacitadas intelectualmente, mas nem
sempre no mesmo patamar moral. Todas as crianças merecem atenção especial no
seu processo educativo e aquelas que se destacam por caracteres diferenciados como
superdotação, déficit de atenção, hiperatividade, deficiências físicas e mentais, etc,
precisam da dedicação e do amor necessários a suavizar sua diferenciação diante dos
demais e a proporcionar um bom aproveitamento de seu potencial. Não se educa para
a regeneração formando castas.
Referências:
(1) Kardec, Allan. A Gênese. 24a. Ed. FEB, cap. XVIII, item 28.
(2) Id. Ibid, item 28.
(3) Id. Ibid. item, 30.
(4) Id. Ibid. item 33.
(5) Id.Ibid. item 29.
(6) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112a Ed.FEB, Introdução, item
II.
(7) O Globo, domingo, 9 de setembro de 2007, p.40.
(8) Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns. 39a Ed. FEB, cap. XXIV, item 267, n° 8 e 9.
25