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Grande área: Ciências Biológicas / Área: Hematologia

AVALIAÇÃO DO USO DE HEMOCOMPONENTES NA


EVOLUÇÃO CLÍNICA DE PACIENTES PÓS-TRANSPLANTE HEPÁTICO.

(Relatora) Kelly Reis de Menezes1


Andreia Soares da Silva 2
Juliana Duque da Silva 3
Fábia Michelle Rodrigues de Araújo 4
Cláudio Moura Lacerda 5
Maria Do Socorro de Mendonça Cavalcanti 6
1
Acadêmica de Enfermagem do 4º Período da FENSG-UPE. Bolsista do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ. Liga Acad. Medicina-Enfermagem Pro-
Transplante de Fígado/HUOC, Recife, Pernambuco.
2
Acadêmica de Enfermagem do 5º Período da FENSG-UPE. Liga Acad. Medicina-Enfermagem
Pro-Transplante de Fígado/HUOC, Recife, Pernambuco.
3
Acadêmica de Enfermagem do 5º Período da FENSG-UPE. Liga Acad. Medicina-Enfermagem
Pro-Transplante de Fígado/HUOC, Recife, Pernambuco.
4
Mestre em Saúde Materno Infantil, Médica hematologista/hemoterapeuta da Agência
Transfusional do HUOC – UPE.
5
Prof. Titular de Cirurgia Abdominal e Chefe do Serviço de Cirurgia Geral e Transplante de
Fígado do HUOC – UPE.
6
Professora Adjunto 1 – Bioquímica – ICB – UPE. EMAIL: socorro@icb.upe.br

Introdução O transplante hepático (TxH) pode estar associado


classicamente com perda maciça de sangue e, conseqüentemente, a
necessidade de transfusão, pois o fígado é um órgão extremamente
vascularizado e episódios de hemorragia extensa podem ocorrer.
Diante do impacto nos estoques de hemocomponentes e a necessidade
de atender com presteza às solicitações para viabilizar os TxH ortotópicos
no Hospital Universitário Osvaldo Cruz (HUOC), que tem aumentado nos
últimos anos. Este estudo teve como objetivo identificar as demandas e
as complicações decorrentes da utilização dos hemocomponentes
durante e pós-transplante, bem como, a evolução clínica dos pacientes
nos seis meses seguintes ao transplante. Métodos Trata-se de um
estudo descritivo retrospectivo, realizado no Serviço de Transplante de
Fígado do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), onde foram
analisados os prontuários médicos de pacientes submetidos à TxH a
partir de agosto de 1999 à maio de 2009, sendo que a evolução clínica
dos pacientes foram analisados num período de 6 meses após o TxH.
Resultados Dos 323 pacientes analisados, destes, 60,07% (n=194) eram
do sexo masculino e 30,34% (n=98) procedentes da cidade do Recife. O
sistema ABO/ Rh tipo O+ prevaleceu em 43,03% (n=139) e o concentrado
de plaqueta foi o hemocomponente mais transfundido por pessoa, durante
e após o TxH. Uma associação estatisticamente significativa (p<0,0001)
foi encontrada entre a utilização do concentrado de hemácias e o número
de óbitos. A técnica cirúrgica convencional foi empregada em 62,53 %
(n=202) dos pacientes, porém a técnica piggyback tipo King’s resultou em
mais óbitos 76,92% (n= 10). A principal causa de indicação para a
realização do transplante foi o câncer hepático 14,1% (n= 40). Quando se
relacionou o uso de hemocomponentes com o grau de gravidade
hepática, baseada no MELD (Model For End-Stage Liver Disease), foi
encontrada uma associação significativa (p= 0, 013) entre o concentrado
de hemácia e o escore MELD. A idade, a causa de óbito, sistema ABO/Rh
e o peso do doador não influenciaram na evolução clínica dos pacientes
transplantados. Conclusão O estudo confirmou as observações de
outros autores de que a utilização de produtos derivados do sangue,
principalmente o concentrado de hemácias, apresenta uma
associação negativa com a evolução clínica do paciente, sugerindo
que a perda de sangue deve ser mantida a um mínimo possível
durante o transplante. Diante dos resultados obtidos é necessária
uma avaliação da evolução clínica dos pacientes por um período
maior de tempo, como observado em outros estudos.

Instituição de fomento:
Bolsa de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico - CNPQ
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-Chaves: Hematologia, transplante hepático, evolução clínica.
Referências

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