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(Pra mim pode ser é uma forma de libertação da vida, porque de certa
forma a vida pode ser um limitador pra sua atuação. Eu vejo a morte uma um
fator libertador.)
(Para mim também, acho que é um ciclo, a pessoa nasce, vive e morre,
eu também acredito na passagem.)
Então, acho que a morte é realmente, ao meu ver, um ciclo, todos vão
morrer e alguns seguem um ciclo completo como o Joãozinho comentou, que
chega até a fase da velhice outros para alguns interferem e falecem antes, e
acho que o natural mesmo.
acho que a morte é um ritual que você passa quando você já viveu tudo o
que você tinha pra viver, porque eu também acredito em predestinação. E aí
você chega a determinado ponto que viveu tudo o que um ser maior planejou pra
você. E você vai pra um lugar maior que eu não sei qual é, mas eu acredito que
seja muito bom.
A gente nasceu numa cultura que falar de morte, é quase que o mesmo
que sei lá pornografia, algo taxado entendeu? Então a gente já cresceu numa
cultura assim, então por causa disso a gente acaba criando paradigmas, criando
receitas mesmo que não pode falar disso. Tipo, to numa mesa almoçando e eu
não podemos falar disso. Porque nossa, vai falar desse assunto agora? E no
mesmo sentido, eu vou falar de morte como se fosse nascimento.
Mas a religião sempre traz, tem essa vertente que a pessoa ta num lugar
melhor, mas tem a outra, de que a gente sempre acredita na cura. E a pessoa
que não tem prognóstico de cura é como castigo divino.
Nós vemos os mexicanos que fazem o culto dos mortos, a festa dos
mortos. Aqui no Brasil você tem a morte como algo que não se fala a gente não
discute a gente não fala sobre morte.
G4ºP5 – Eu não consigo formar uma opinião sobre isso, penso que sua
morte foi tranquila, mesmo porque não sei sua posição sobre isso.
Eu não tenho uma opinião formada, acho que foi tranqüilo ela ter ido
embora, ate porque eu não sei se ela tinha alguma posição sobre isso.
G4ºP1- A dor vem até hoje, forte. Principalmente depois que comecei a
estudar e percebi que poderia ter evitado a doença, mas a vida permanece.
Então assim, a dor ela vem assim até hoje, grande, e principalmente
depois que eu comecei a estudar e percebi que poderia ter sido evitado à
doença, mas a vida permanece.
G2ºP7 – Como já falei, quando sabemos que uma pessoa vai morrer, nos
preparamos antes, chegada a hora estamos tranquilos. Já sabia que ia
acontecer.
E como eu já falei quando a gente sabe que a pessoa vai morrer a gente
se prepara antes, e quando chega na hora à gente já ta tranqüilo. E já sabia que
ia acontecer.
G2ºP2 – Todos somos apegados à vida, mesmo que seja à vida dos
outros. Quando chega a hora simplesmente não cedemos.
Tipo todo mundo é tão apegado a vida, mesmo que seja a vida dos outros
que quando chega à hora simplesmente não quer abrir mão.
G2ºP6 – Após dois anos de seu falecimento, porém eu lidei bem com a
situação. Talvez pela idade dele, pela amputação de uma perna. Como estava
vendo todo seu sofrimento aceitei mais a sua morte.
depois de dois anos ele faleceu, mas eu acho que eu lidei bem com assim,
não sei se foi por conta da idade do sofrimento, ele teve que amputar uma perna
e assim eu tava vendo que tava sendo muito sofrido, e ai foi tranqüilo.
Dificuldades durante a formação profissional
-- Vivência como estudante
G4ºP1 - No início é difícil aceitar, há uma sensação de incapacidade.
Com o passar do tempo, vamos aprendendo a lidar com nossos sentimentos e
aceitando que fizemos tudo que podíamos.
Mas com o passar do tempo a gente vai aprendendo melhor a lidar com
nossos sentimentos, acaba deixando de lado, e falando não a gente fez tudo o
que poderia ter feito. Mas no inicio se pega pensando no que deveria ter feito.
G4ºP2 – Diversas mortes diretas, do cuidado direto. Vivenciar faz
aprender bastante sobre como lidar com a morte de um paciente.
Diversas mortes diretas, de cuidado direto meu e que eu acho que o
vivenciar te faz aprender bastante sobre como lidar com a morte de um paciente,
então.
G2ºP1- Eu imaginava ver, no curso, alguém morrendo, porém nunca uma
criança. Não consigo explicar o que senti, se fosse alguém da minha família ou
conhecido, e ainda uma criança, não aceitaria bem.
Eu nunca imaginei ver uma criança morrendo, eu imaginava que durante
o curso eu fosse ver alguém morrendo. Às vezes eu até hoje eu me pergunto o
que eu senti. Se fosse alguém que eu conheço alguém na minha família eu com
certeza não ia aceitar bem, porque é uma criança.
G4ºP5 – Eu presenciei um paciente em parada cardíaca e já não tinha
mais nada a ser feito, porém me considerei sem reação. Na hora sinto-me mal,
porém não me sinto abalada ou desestruturada.
eu vivenciei o paciente estava em parada já e não tinha jeito, mas eu acho
que eu não sei, eu me considero sem reação. Eu fico mal de ver na hora, mas
não é algo que me abala e nem me deixa desestruturada.
G2ºP5 – De certa forma, o profissional se envolve, pode ficar triste e se
emocionar. Isto está no fato de sermos humanos e exercermos a profissão
também de forma humana.
Não que a gente não possa se envolver e ficar triste e se emocionar, longe
disso eu acho que isso ta no fato da gente ser humano e exercer a profissão de
forma humana.
G2ºP7 – Particularmente, tenho uma experiência antes da ESCS,
de que a morte é uma realidade muito distante.
Particularmente venho com uma experiência antes da ESCS de que
pra mim a morte é uma realidade muito distante.
-- Morte como fracasso, visão de pouca sensibilidade por parte dos
profissionais
muita gente fala isso mesmo, você só chora no seu primeiro paciente
depois você, já age naturalmente como se fosse uma coisa normal e diária.
não acho que prepara de maneira geral, porque as oportunidades que tem
são cursos de extensão e não são abertos, não são todos que participam. A
gente tem que saber lidar, porque pra dar uma noticia a gente tem que ta
preparada pra passar pro familiar.
eu ouvi raramente alguém falar raramente que tem uma palestra agora no
módulo 204 que é da Margarida, ela acabou de falar pra gente. E tem uma
palestra na terceira série sobre morte. Aí a gente tem duas palestras pra uma
vida que a gente vai ter de trabalho.
porque por ser uma área que você trabalha mais o emocional e o
psicológico (estalos dos dedos) e que não tem tanta fisiologia, patologia e que
você não tem aquela questão densa de conteúdo, e estudar teorias e tudo mais,
não é importante porque é o emocional.
Eu acho que educação pra morte deve vir desde a infância, à criança lida com
situações desde um bichinho de estimação a uma avó que faleceu. Então eu
acho que educação pra morte é imprescindível e deve vir desde a infância.
É o que eu falei deve se educar, e eu acho que a sociedade realmente tenta não
falar de assuntos que são dolorosos, que machucam, e a gente é ensinado que
dor é algo ruim a gente não enxerga. Por isso a gente tem tantas pessoas
doentes na área de saúde mental mesmo, porque não aprendem a lidar com
seus sentimentos. Então assim, eu acho que a gente não tem que só ser
ensinado a lidar com a morte como a lidar com a dor.
Até, eu acho que essa questão de não falar sobre a morte no aspecto da
saúde, é exatamente porque a se vê a saúde como vida, como sinônimo de vida.
G2ºP1 – Sempre que discutimos sobre algo nos apoderamos dele. O que
mais nos incomoda na morte é não ter controle sobre ela. Conversar sobre a
morte é o primeiro passo para se preparar e enfrentá-la.
Acho que sempre que você conversa sobre algo, tipo, conversar sobre a
morte é algo que eu acho que te prepara para a morte. Sempre que você discute
sobre algo você se apodera daquilo, eu acho que o que mais incomoda a gente
na morte e que a gente de repente percebe que não tem controle sobre as coisas
G2ºP6 – A psicologia preconiza que temos que passar cinco fases do luto
para conseguir lidar com toda a situação da morte.
Tem a parte da psicologia que fala que a gente tem que passar pelas 5
fases do luto pra conseguir lidar com tudo aquilo.
G2ºP1 – Apesar das cinco fases do luto é necessário saber identificá-las
e enfrentar o processo para se livrar mais rápido do luto.
você sempre vai passar pelas 5 mas quanto mais você souber identificar
você vai conseguir se livrar, se livrar dele mais rápido , você tem que enfrentar o
processo para que você se liberte dele.