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Neuroteologia

O que é a neuroteologia? E como são feitos seus estudos?

É o estudo das áreas cerebrais envolvidas cem mecanismos da fé e da meditação.

Foram feitas experiências com monges e freiras em clausura mostrando como e


quando áreas cerebrais se alteravam durante a meditação e a oração. Viu-se que, em
estado meditativo, eles apresentam alterações reais e detectáveis. Há mudanças na
química do sangue e das ondas cerebrais.

“Neuroteologia”, também conhecida como Bioteologia ou Neurociência


Espiritual estuda os processos cognitivos que produzem experiências subjetivas
tradicionalmente categorizadas com religiosas ou espirituais e relacioná-las com
padrões de atividade no cérebro, descobrir como e porque elas evoluíram nos humanos,
e os benefícios dessas experiências. O assunto tem formado a base de vários livros de
ciência popular.

Áreas de estudo da Neuroteologia

O MRI scanner é um instrumento que ajuda a estudar o cérebro em


funcionamento. E um instrumento de grande ajuda para a Neuroteologia.

Existem varias áreas de estudo dentro da neuroteologia. Algumas delas são:

1. Estudo sobre como o cérebro humano pode ter evoluído para produzir
experiências (Neuroteologia evolutiva).
2. Estudo do desenvolvimento espiritual, do sentido de Deus e do Sagrado, e de
experiências religiosas em crianças. Do nascimento ate a infância (Neuroteologia
desenvolvimental).
3. Estudo do comportamento espiritual e religioso da raça humana por toda a
história, e de ancestrais de humanos como o Homo habilis e o Homo erectus, e espécies
próximas como o Homo de Neanderthal (Neuroteoantropologia).
4. Estudo do comportamento religioso e experiências religiosas em primatas e
outros mamíferos com inteligências avançada (Zooneuroteologia)Principais dúvidas
dentro da Neuroteologia

A meditação pode levar a pessoa a ter emoções religiosas, como a sensação de


estar em contato com Deus.

Evolução - Porque e como as experiências espirituais evoluíram?

Idade – Bebês ou crianças podem ter experiências espirituais? Quando o cérebro


humano fica apto a ter experiências espirituais? Existe alguma relação neurológica com
o fato de que a maioria dos líderes religiosos tiveram suas epifanias nos seus 30 anos?
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Alucinógenos e Enteógenos – Porque algumas substâncias causam experiências
espirituais?
Sexo – Como as experiências espirituais se diferem entre homens e mulheres?
Podemos estabelecer uma relação entre essas diferenças com o Dimorfismo sexual do
cérebro da espécie humana?
Sonhos - Qual é a relação entre experiências espirituais e sonhos? O indivíduo
pode ter experiências espirituais enquanto dorme?
Hipnose – A experiência espiritual compartilha mecanismos com a hipnose?
Música - Cerimônias religiosas quase sempre envolvem música, e música pode
gerar sentimentos religiosos, e experiências espirituais. Porque isso acontece?
Genética – A herança genética pode influenciar na facilidade de ter experiências
espirituais. O gene o (VMAT2) chamado de gene divino da ao ser humano a
predisposição de ter experiências espirituais?
Espécies – Primatas e mamíferos com inteligência avançada como o elefante ou
golfinhos podem ter experiências espirituais? Humanos primitivos podiam ter
experiências espirituais, elas eram semelhantes a de humanos modernos??
Definindo e medindo a experiência e sentimentos espirituais/religosos
Neuroteologia tenta explicar a atual base neurológica para aquelas experiências,
que são popularmente chamadas de espirituais, religiosas, ou místicas (e outros termos)
para formas anormais de cognição, que quase sempre envolvem um ou mais dos
seguintes itens:
A gravura de Flammarion é usada frequentemente para ilustrar a experiência
religiosa.
Exercícios de respiração como o Pranayama podem causar experiências
religiosas.
Inefabilidade - a experiência não pode ser adequadamente ser colocada em
palavras;
Noético: o indivíduo sente que ele aprendeu alguma coisa de valor da
experiência;
Inexistência do espaço e tempo: a experiência causa a sensação de que não existe
mais tempo e espaço;
Sagrado: a experiência cria a sensação de que tudo é sagrado e divino;
União: sentimento de união com tudo no universo, união com Deus ou alguma
força maior que o indivíduo.
Outra Realidade: sentimento de que uma nova realidade ou a realidade definitiva
foi revelada a ele.

Realidade Divina
Consciência do absoluto
Sensações Positivas: a experiência é bem prazerosa e causa sentimento
profundamente positivo;
Efemeridade: a experiência é temporária; o indivíduo rapidamente volta ao
estado normal da mente;
Passiva: a experiência acontece para o indivíduo quase sem o seu controle.
Dissolução do Ego: consciência do “eu” desaparece.
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Essas experiências são vistas como base de diferentes formas de religião e
crenças.
Eventos que podem causar experiências espirituais
Técnicas de concentração, meditação, contemplação e que focam a atenção.
A Oração
Rituais religiosos
Experiências de quase morte
Exercícios de respiração (Ex : Pranayama)
Música
Dança
Jejum prolongado
Consumo de substâncias psicoativas (Como DMT (Ayahuasca), Salvia
divinorum, Peiote e várias outras).

Partes do cérebro relacionadas a experiências espirituais

O Lobo frontal em azul; Lobo parietal em amarelo; Varias partes do cérebro


estão relacionada com experiências místicas. São elas: *Lobo occipital em vermelho;
Lobo temporal em verde.

O Lobo parietal: Diminuição de neuro-sinapses levando a sensação de união


como o universo.
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O Lobo frontal: Concentração ampliada (meditação) bloqueia impulsos neurais
externos, como sons, toque, frio, calor.

O Lobo temporal: Ativação intensa de emoção, como alegria extrema.

O Lobo occipital: Processa imagens que facilitam praticas espirituais (Símbolos


religosos como a estrela de Davi, cruz, velas, etc.) História e Metodologia de estudo.

Cientistas há muito tempo têm especulado que sentimentos religiosos poderiam


estar ligados a lugares específicos no cérebro. Um dos mais antigos escritos sobre o
assunto datam de 1892, nos quais alguns textos sobre doenças cerebrais falavam de
uma ligação entre “emoção religiosa” e epilepsia.

Em estudos na década de 1950 e de 1960 , foram tentados o uso de EEGs para


estudar o comportamento das ondas cerebrais relacionado com estados espirituais. Em
1975, o neurologista Norma Geschwidn descreveu pacientes epilépticos com intensa
experiência religiosa.

Durante a década de 1980s o Dr. Michael Persinger estimulou o lobo temporal de


pacientes humanos com um campo magnético fraco usando um equipamento que ele
chamava de capacete de Deus (God helmet). Os pacientes relataram ter a sensação de
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“uma presença celestial no quarto”. Esse trabalho ganhou atenção na época, mas não
foi explicado o mecanismo que causava esses efeitos. Em 1987, Michael Persinger
publicou um livro sobre o assunto intitulado “Neuropsychological Bases of God
Beliefs”.

Numa tentativa de focalizar o crescente interesse no campo, em 1994, o professor


Laurence O. McKinney publicou o primeiro livro com o termo neuroteologia no título:
“Neurotheology: Virtual Religion in the 21st Century” (Neuroteologia: Religião Virtual
no Século XXI), escrito para uma audiência leiga. O livro ganhou grande interesse de
pessoas como o Dalai Lama e o eminente teólogo Harvey Cox.

Um livro de 1998 sobre o assunto ganhou muita atenção foi “Zen and the Brain”,
escrito pelo Neurologista e Praticante de Zen, James H. Austin.

No final da década de 90, os neurocientistas Andrew Newberg e Eugene d’Aquili


usaram várias técnicas de neuroimagem em budistas experientes em profunda
meditação, e nos anos subseqüentes fizeram testes em freiras enquanto estavam
rezando. Andrew Newberg e Eugene d’Aquili escreveram vários livros sobre o assunto:

1. Em 1999, “A mente mística: entendo a biologia da experiência religiosa”


2. Em 2002, “Porque Deus não quer ir embora: Ciência do cérebro e a biologia
da crença”.
3. Em 2006, “Porque acreditamos no que acreditamos: Descobrindo sobre nossa
necessidade biológica por significado, espiritualidade e verdade”
4. Em outubro de 2007, “Nascidos para acreditar: Deus, Ciência, e a origem da
crença ordinária e extraordinária”.

Alguns recentes estudos com o uso de neuroimagem para localizar as regiões no


cérebro ativas durante experiências que os pacientes associam como espiritual. David
Wulf, um psicólogo da Wheaton Universidade de Massachusetts, disse que o “estudo
de imagens do cérebro com os novos e poderosos aparelhos de neuroimagem como o
MRIscanner (imagem), junto com a consistência do histórico de experiências
espirituais por várias culturas, pela história e por religiões, sugerem um ponto em
comum , e que isso reflete a estrutura e processos no cérebro humano. Ecoando antigas
teorias de que sentimentos associados com experiências místicas ou religiosas são
aspectos normais do funcionamento do cérebro sob circunstâncias extremas, e não
comunicação direta com Deus ou outras entidades.”

Alguns cientistas dizem que a neuroteologia pode reconciliar religião e ciência,


mas, se não conseguir, a neuroteologia pode desenvolver métodos seguros e precisos de
indução a experiências espirituais para pessoas que não conseguem tê-las facilmente.
Por causa dos efeitos positivos que essas experiências causam em pessoas que já a
tiveram, alguns cientistas especulam que a habilidade de induzi-las artificialmente pode
transformar a vida de algumas pessoas, tornando-as mais felizes, saudáveis e com
melhor concentração.

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“Gene Divino”

A hipótese do gene divino propõe que alguns seres humanos carregam um gene
que lhes dão a predisposição para episódios interpretados por algumas pessoas como
revelação religiosa. A idéia foi postulada e promovida pelo geneticista Dr. Dean
Hamer, diretor da Unidade Estrutura do gene e regulação, no Instituto nacional do
câncer nos Estados Unido. Hamer escreveu um livro sobre o assunto intitulado, O gene
divino: Como a fé e pré-programada dentro dos nossos genes . (The God Gene: How
Faith is Hardwired into our Genes)

De acordo com a hipótese, o gene divino (VMAT2), não é “codificado” para a


crença em Deus, mas é arranjado fisiologicamente para produzir sensações associadas,
por alguns, com a presença de Deus ou outras experiências místicas, ou mais
especificamente espiritualidade como um estado da mente.

Que vantagens evolutivas isso pode levar, e de que esses efeitos vantajosos são
efeitos colaterais , são questões que ainda estão para serem totalmente exploradas. Dr.
Hames teorizou que a transcendência faz as pessoas ficarem mais otimistas, o que leva
elas a ficarem mais saudáveis e com mais probabilidade de terem muitos filhos.

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