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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
CAMPUS JOI NVILLE

APOSTILA DE CIRCUITOS ELÉTRICOS

PROF. ANA BARBARA KNOLSEISEN SAMBAQUI, D.ENG.


PROF. BÁRBARA OGLIARI MARTINS TAQUES, M.ENG.

JOINVILLE – AGOSTO, 2010


Esta apostila é um material de apoio didático utilizado nas aulas da unidade curricular
Circuitos Elétricos, do Instituto Federal de Santa Catarina (IF-SC), Campus Joinville.
Portanto, este material não tem a pretensão de esgotar o assunto abordado, servindo
apenas como primeira orientação aos alunos.

O aluno deve desenvolver o hábito de consultar e estudar a Bibliografia


Referenciada original para melhores resultados no processo de aprendizagem.

Neste material estão sendo usados o sentido convencional da corrente elétrica e o Sistema
Internacional de Unidades.

Prof. Ana Barbara Knolseisen Sambaqui


anabarbara@ifsc.edu.br
Prof. Barbara Ogliari Taques
btaques@ifsc.edu.br
ÍNDICE

1 CAPACITÂNCIA ....................................................................................................... 1
1.1 CONCEITO DE CAPACITOR E CAPACITÂNCIA ............................................................... 1
1.2 O CAPACITOR DE PLACAS PARALELAS...................................................................... 2
1.2.1 Campo Elétrico ...................................................................................... 2
1.2.2 Capacitância ......................................................................................... 2
1.2.3 Energia Armazenada .............................................................................. 2
1.3 ASSOCIAÇÃO DE CAPACITÂNCIAS........................................................................... 3
1.3.1 Associação em Série de Capacitores......................................................... 3
1.3.2 Associação em Paralelo de Capacitores..................................................... 3
1.4 PROPRIEDADES DOS DIELÉTRICOS EM CAPACITÂNCIAS ................................................. 3
1.5 CONSTANTE DE TEMPO RC .................................................................................. 3
1.6 TIPOS DE CAPACITORES E SUAS APLICAÇÕES ............................................................. 6
1.6.1 Capacitores Eletrolíticos.......................................................................... 6
1.6.2 Capacitores Cerâmicos ........................................................................... 7
1.6.3 Capacitores de Poliéster ......................................................................... 7
1.6.4 Capacitores Trimmer.............................................................................. 7
2 IND UTÂNCIA.......................................................................................................... 9
2.1 CONCEITO DE INDUTOR ...................................................................................... 9
2.2 INDUTÂNCIA DE UM SOLENÓIDE ............................................................................ 9
2.3 RELAÇÃO TENSÃO-CORRENTE .............................................................................. 9
2.4 ENERGIA ARMAZENADA EM INDUTORES.................................................................. 10
2.5 ASSOCIAÇÃO DE INDUTORES .............................................................................. 10
2.5.1 Associação em Série de Indutores ......................................................... 10
2.5.2 Associação em Paralelo de Indutores...................................................... 10
2.6 CONSTANTE DE TEMPO RL ................................................................................ 11
3 EXCITAÇ ÃO SENOIDAL ............................................................................................ 13
3.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 13
3.2 RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS ............................................................................ 14
4 FASORES ........................................................................................................... 15
4.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 15
4.2 RELAÇÃO TENSÃO CORRENTE PARA FASORES ........................................................... 15
4.3 IMPEDÂNCIA E ADMITÂNCIA ............................................................................... 15
4.4 DIAGRAMAS FASORIAIS .................................................................................... 16

4.4.1 Circuito Puramente Resistivo Z  R ....................................................... 16
4.4.2 Circuito Puramente Indutivo.................................................................. 16
4.4.3 Circuito Puramente Capacitivo ............................................................... 17
5 POTÊNCIA EM REGIME PERMANE NTE ............................................................................ 19
5.1 POTÊNCIA MÉDIA ........................................................................................... 19
5.2 VALORES EFICAZES ........................................................................................ 19
5.3 POTÊNCIA COMPLEXA ...................................................................................... 20
5.4 MÉTODO DE CORREÇÃO DE FATOR DE P OTÊNCIA....................................................... 21
6 SISTEM AS TRIFÁSICO S ........................................................................................... 23
6.1 TENSÕES E CORRENTES EM SISTEMAS TRIFÁSICOS .................................................... 23
6.2 POTÊNCIAS EM CARGAS TRIFÁSICAS EQUILIBRADAS .................................................. 24
7 EXERCÍCIOS ........................................................................................................ 27
7.1 CAPACITOR .................................................................................................. 27
7.2 INDUTOR ..................................................................................................... 30
7.3 EXCITAÇÃO SENOIDAL ..................................................................................... 31
7.4 FASORES ..................................................................................................... 32
7.5 POTÊNCIA EM REGIME P ERMANENETE .................................................................... 34
1 CAPACITÂNCIA

1.1 CONCEITO DE CAPACITOR E CAPACITÂNCIA

O capacitor é um componente elétrico que possui a propriedade de armazenar energia


potencial num campo eletrostático, isto é, o capacitor é um dispositivo apropriado para
acumular um campo elétrico.

Os elementos que formam um capacitor são dois condutores isolados de formato arbitrário,
que podem ser chamados de placas.

Figura 1: Capacitor de placas paralelas.

A Figura 1 mostra um arranjo convencional, que é o capacitor de placas paralelas formado de


duas placas condutoras, paralelas, de área A, separadas por uma distância d. O símbolo
usado para representar um capacitor ( ) é baseado na estrutura de um capacitor de
placas paralelas.

Pode-se dizer que um capacitor está carregado se as suas placas tiverem cargas q iguais,
mas com sinais opostos. Um dos métodos para carregar um capacitor é ligar
momentaneamente suas placas aos terminais de uma bateria, cargas iguais de sinais opostos
serão então, transferidas pela bateria para as duas placas.

Para descrever a relação carga tensão do dispositivo, será transferida uma carga de uma
placa a outra. Supondo que por meio de um circuito externo (como uma bateria) seja
transferida para o capacitor uma pequena carga Δq positiva para a placa superior e a mesma
carga Δq, porém negativa, para a placa inferior. Com isto a placa superior é elevada a um
potencial de Δv em relação à placa inferior.

Cada incremento de carga Δq transferida aumenta a diferença de potencial entre as placas de


Δv. Portanto, a diferença de potencial entre as placas é proporcional à carga transferida. Isto
é, se uma tensão v corresponde a uma carga q no capacitor (+q na placa superior e –q na
placa inferior) então estará carregado a uma tensão v, que é proporcional à carga q. Pode-se
então escrever:
q  C v

onde C é uma constante de proporcionalidade, conhecida como “capacitância” do


dispositivo, em Coulomb/Volt.

A unidade de capacitância é conhecida como Farad (abreviadamente F), que é:

1 Farad = 1F = 1 coulomb/volt = 1C/V

Apostila de Circuitos Elétricos 1


Na prática as unidades mais convenientes são o microfarad (1µF=10-6F) e o picofarad
(pF=10-12F), pois o farad é unidade muito grande.

Sabendo-se que a corrente elétrica é descrita como a variação de carga em relação a


variação do tempo, dada por:
q
i
t

Pode-se dizer que, sobre um capacitor, a corrente varia com a tensão da forma:

Cv
i
t

1.2 O CAPACITOR DE PLACAS PARALELAS

1.2.1 Campo Elétrico

Supondo que as placas deste capacitor sejam tão largas e estejam tão próximas uma da
outra que possa ser ignorado a distorção do campo elétrico nas bordas das placas, torna-se E
(campo elétrico através das placas) como constante através do volume entre as placas.

A diferença de potencial V é descrita por:

V  Ed

onde d é a distância entre as placas.

1.2.2 Capacitância

Substituindo q e V das equações anteriores na relação q  CV , obtém-se:

A
C  0
d
onde εo é conhecido como permissividade do vácuo e dada como:

1 F 
0   8,85 p  
4k o m

1.2.3 Energia Armazenada

A tensão através dos terminais de um capacitor é acompanhada pela separação das cargas
elétricas entre as placas do capacitor. Estas cargas têm forças elétricas atuando sobre elas. O
campo elétrico é definido como a força que atua sobre uma unidade de carga positiva.

Por esta razão, a energia armazenada ou acumulada em um capacitor é dita armazenada em


um campo elétrico, e é dada por:

1 2
Wc t   Cv t 
2

Apostila de Circuitos Elétricos 2


1.3 ASSOCIAÇÃO DE CAPACITÂNCIAS

1.3.1 Associação em Série de Capacitores

Primeiramente será considerada a conexão em série de N capacitores, onde o capacitor


equivalente é dado por:
1 1 1 1
   ... 
C s C1 C 2 CN

1.3.2 Associação em Paralelo de Capacitores

Já para capacitores associados em paralelo, a associação fica:

C p  C1  C 2  ...  C N

1.4 PROPRIEDADES DOS DIELÉTRICOS EM CAPACITÂNCIAS

Quando o espaço entre as placas de um capacitor é preenchido com um material isolante,


como óleo mineral ou plástico, a capacitância aumenta por um fator numérico k, que é
conhecida como constante dielétrica do material introduzido. A constante dielétrica do vácuo,
por definição, é igual a 1. O dielétrico também produz um efeito que limita a diferença de
potencial que pode ser aplicada entre as placas com um certo valor vmáx. Se este valor for
ultrapassado, o material dielétrico romperá e produzirá uma descarga elétrica formando uma
trajetória condutora entre as placas.

Todo o material dielétrico possui como característica uma rigidez dielétrica, que é o valor
máximo do campo elétrico que o material pode tolerar sem haver ruptura no poder isolante.

Tabela 1: Constante dielétrica e Rigidez dielétrica de materias.


MATERIAL CONSTANTE DIELÉTRICA - k RIGIDEZ DIELÉTRICA (kV/mm)
Ar 1,00054 3
Polistireno 2,6 24
Papel 3,5 16
Óleo de transformador 4,5
Pirex 4,7 14
Mica 5,4
Porcelana 6,5
Silício 12
Germânio 16
Etamol 25
o
Água (20 C) 80,4
o
Água (25 C) 78,5
Cerâmica 130
Titanato de estrôncio 310 8

1.5 CONSTANTE DE TEMPO RC

Um condutor RC é dado pela associação em série de um resistor e um capacitor, como


mostrado ma Figura 2. Será assumido que o capacitor está carregado com uma tensão Vo no
tempo inicial, que será considerado como t=0. Visto que não existem fontes de corrente ou

Apostila de Circuitos Elétricos 3


tensão na rede, a resposta do circuito (v ou i) é inteiramente devida à energia que está
armazenada inicialmente no capacitor. Que neste caso, em t=0, é:

1
W 0   CVo2
2

i(t)

+
v(t) R
-

Figura 2: Associação em série de um resistor com um capacitor.

A tensão sobre o capacitor varia com a variação das cargas sobre as placas paralelas do
capacitor. As cargas negativas encontradas em uma das placas do capacitor tendem a
encontrar as cargas positivas da outra placa através do resistor (já que entre as placas não
há circulação de cargas). Quanto maior o número de cargas, maior a força de atração em
elas, com isto mais rápido será a sua descarga sobre o resistor. Portanto, no decorrer do
tempo, a descarga do mesmo acontece mais lentamente.

A rapidez com que as cargas são descarregadas de uma placa a outra também depende dos
valores do resistor e do capacitor do circuito. Considerando que as cargas passam pela
resistência R, quanto maior valor desta resistência, mais lentamente será a sua descarga. O
valor da capacitância também é importante, pois quanto maior o valor desta, maior a força de
atração entre as cargas através das placas, o que dificulta que as cargas atravessem através
do resistor.

Portanto, com estas considerações, pode-se afirmar que a tensão sobre o capacitor (que é
mesma sobre o resistor), está em função do tempo em forma exponencial negativa, isto é, no
tempo igual a zero o seu valor é valor da tensão inicial Vo sobre o capacitor. No decorrer do
tempo, esta vai diminuindo conforme mostrado na Figura 3. Nesta figura pode-se notar
também que a curva pode ser diferente dependendo dos valores de resistência e capacitância
dos componentes. Quanto maior o valor destes, mais lentamente acontece a descarga do
capacitor sobre o resistor. E a equação que mostra o valor desta tensão é dada por:
t

vt   V0 e RC

Como esta tensão é mesma para o resistor, de acordo com a Lei de Ohm, pode-se afirmar
que a corrente que circula neste circuito será:

t
V0  RC
it   e
R

Em redes que contém elementos armazenadores de energia é muito útil caracterizar com um
número a rapidez com que a resposta decresce.

Gráficos de v para RC=k (uma constante), RC=2k e RC=3k são mostrados na Figura 3. Pode-
se notar que, quanto menor o produto RC, mais rapidamente a função exponencial v(t)
decresce. De fato, a tensão para RC=k decai para um valor específico na metade do tempo
requerida para isso pela RC=2k e em um terço do tempo requerido para RC=3k.

Apostila de Circuitos Elétricos 4


Figura 3: Gráficos de v para vários valores de RC.

O tempo necessário para que a resposta natural decaia de um fator de e-1 do seu valor inicial
é definido como a constante de tempo de um circuito denominada τ. Neste caso, isso requer
que:
RC 
 
v   V0 e 1  V0 e RC
 V0 e RC

Portanto,   RC e sua unidade, é própria unidade de tempo (s).

Assim como o capacitor se descarrega de forma exponencial, o seu processo de carga


também obedece a mesma função. Isto quer dizer que, um capacitor C com carga inicial zero,
ligado a uma resistência R em série com uma fonte de tensão Vf (como mostrado na Figura
4), aumenta a tensão em seus terminais com o passar do tempo de forma exponencial, como
mostra a Figura 5.

Figura 4: Circuito de carga do capacitor.


vc (t)

Vf+V0

t
Figura 5: Gráfico da tensão vc(t) durante o processo de carga do capacitor.

Deste modo a tensão vc(t) nos terminais do capacitor é dada por:

t
  
vt   V f 1  e RC 

 

Apostila de Circuitos Elétricos 5


Porém, se o capacitor já estiver inicialmente carregado por uma tensão V0, a equação será
dada por:
t

vt   V f  V0  V f e RC
,

onde V0 é a tensão inicial no capacitor.

Exemplo: Calcular i(t) para t>0, se o circuito está em regime permanente em t=0-.

12Ω t=0

i(t)
2Ω
12Ω + 18V
1F +
vc(t) 6Ω -
2
-
Para t<0:
12Ω

+
12Ω V0 6Ω + 18V
- -

12.6 Req 4
Req  V0  V f  18
12  6 Req  12 4  12
V0=4,5V
Para t>0:

i(t)
2Ω +
12Ω + 12.6
1F vc(t) Req2 Req 2  2
vc(t) 1F 6Ω 2 12  6
2 i c(t) Req 2  6
- -
RC=3s
t

vt   V0 e RC

t

vt   4,5e 3

t

v t  4,5e 3
6
ic t   c  it   ic t 
Req 2 6 6  12

t t
 
ic t   0,75e A 3
it   0,25e A 3

1.6 TIPOS DE CAPACITORES E SUAS APLICAÇÕES

1.6.1 Capacitores Eletrolíticos

Apostila de Circuitos Elétricos 6


Capacitor com placas paralelas, enroladas entre si, conforme mostrado na figura 1.6. Uma
das placas tem tendência eletropositiva e a outra eletronegativa. Se ligado com a polaridade
invertida, o componente danifica-se, pois há uma recombinação de cargas que faz com que o
óleo (no qual o componente é embebido) sobre aqueça, rompendo (“explodindo”) o
componente. Possuem valores de capacitância na faixa de µF e mF.

Figura 6: Estrutura física do capacitor eletrolítico.

São usados em circuitos eletrônicos, tais como fontes de conversão CA-CC, filtros, entre
outros. Nos circuitos elétricos são usados para correção do fator de potência. O
encapsulamento é um invólucro metálico, revestido com material plástico e o valor do
componente vem impresso em seu invólucro.

1.6.2 Capacitores Cerâmicos

São capacitores que possuem um encapsulamento cerâmico e suas placas são ligadas como
na Figura 7. São da ordem de pF e ηF e usados em circuitos eletrônicos normalmente como
filtros. O valor do componente vem impresso em seu invólucro.

Figura 7: Estrutura física de uma capacitor cerâmico.

1.6.3 Capacitores de Poliéster

Estes capacitores são encapsulados com poliéster, possuem valores na ordem de ηF e μF.
Também usados em circuitos eletrônicos, se diferencia de capacitores cerâmicos por
suportarem uma tensão maior em seus terminais.

O valor do componente é impresso em seu corpo através de um código de cores, similar aos
dos resistores.

Figura 8: Capacitor de encapsulamento de poliéster.

1.6.4 Capacitores Trimmer

Um capacitor de placas paralelas ajustáveis, usados em sintonizador de rádio, e circuitos de


controle remoto é mostrado na Figura 9.

Apostila de Circuitos Elétricos 7


A rotação do eixo faz com que varie a área entre as placas, aumentando ou diminuindo a
capacitância, variando assim a freqüência de seleção.

Figura 9: Estrutura física de um capacitor ajustável.

Apostila de Circuitos Elétricos 8


2 INDUTÂNCIA

2.1 CONCEITO DE INDUTOR

O indutor é um dispositivo tal que, se você estabelecer uma corrente i em suas espiras, um
fluxo magnético Φ atravessará cada uma das espiras e a indutância será dada por:

N
L H 
i

1H   T  m
2

A
onde, N é o número total de espiras e o produto;
NΦ é chamado fluxo concatenado ou enlace de fluxo, em tesla.metro2.

2.2 INDUTÂNCIA DE UM SOLENÓIDE

Considerando um longo solenóide com uma seção transversal de área A, a indutância é dada
por:
N nl   BA
L 
i i

onde, l é o comprimento do solenóide; n o número de espiras/comprimento;


B o campo magnético e A a área de seção transversal.

Lembrando que B=µoin, obtém-se, da equação acima:

nl    o ni   A
L   o n 2 lA
i
onde, µ0 (permeabilidade magnética) vale 4πx10-7 [Tm/A].

Assim, a indutância por unidade de comprimento, para um longo solenóide, próximo ao seu
centro é:

L
 o  n2  A
l

2.3 RELAÇÃO TENSÃO-CORRENTE

Considerando o fluxo total enlaçado pelas N espiras de uma bobina como λ, pode-se dizer
que:

  N
Portanto, em um indutor linear, o enlace de fluxo é diretamente proporcional à corrente que
flui pelo dispositivo, sendo:
  Li

Apostila de Circuitos Elétricos 9


Como se pode notar, um incremento em i provoca um incremento correspondente em λ. Este
incremento em λ produz uma tensão na bobina de N espiras. Com isto, a chamada lei de
indução magnética, estabelece que a tensão é igual à taxa de variação no tempo do fluxo
magnético total. Em forma matemática, esta lei é:

 i
v L
t t

O símbolo de circuito e a convenção tensão corrente para um indutor são mostrados na


Figura 10.
i L(t)

+
v L
-

Figura 10: Circuito contendo a convenção tensão corrente para um indutor.

2.4 ENERGIA ARMAZENADA EM INDUTORES

Uma corrente i fluindo através de um indutor produz um enlace de fluxo total λ que passa
pelas espiras da bobina que constitui o dispositivo. Assim como um trabalho foi desenvolvido
pelo movimento das cargas em um capacitor, um trabalho similar é necessário para
estabelecer o fluxo Φ no indutor. O trabalho ou energia necessário neste caso é dito
armazenado no campo magnético.

A energia armazenada num indutor é dada por:

1 2
wL  Li J 
2

2.5 ASSOCIAÇÃO DE INDUTORES

2.5.1 Associação em Série de Indutores

+ v Leq -
L1 L2 L3 L4
...
+ v L1 - + v L2 - + v L3 - + v LN -

Ls  L1  L2  L3  ...  LN

2.5.2 Associação em Paralelo de Indutores

i Leq
+
vL i L1 i L2 i L3 . . . i LN
- L1 L2 L3 LN

Apostila de Circuitos Elétricos 10


1 1 1 1 1
    ... 
L p L1 L2 L3 LN

2.6 CONSTANTE DE TEMPO RL

Associação em série de um indutor e um resistor:


iL(t)

+
vL(t) R

Figura 11: Circuito equivalente da associação em série de um indutor com um resistor.

Assim como no circuito capacitivo a tensão está variando no tempo com uma função
exponencial negativa, e a corrente em um circuito indutivo também varia em relação ao
tempo com a mesma função exponencial negativa. Porém, neste caso, quanto maior o valor
do resistor, mais rapidamente a corrente do indutor se aproxima de zero. Esta relação está
equacionada abaixo e sua forma de onda pode ser vista na Figura 12.

R
 t
it   I 0 e L

Visto que a solução para i(t) é uma função exponencial, como no caso de um circuito RC, ela
também tem uma constante de tempo τ, que é dada por:

L

R

Aumentando L, aumenta-se a constante de tempo, já com um aumento em R, diminui-se o


valor da constante de tempo.

i(t)

I0

0 t
Figura 12: Gráfico da corrente no indutor em relação ao tempo.

Da mesma forma, a energização de um indutor é feita por um circuito série com uma fonte de
tensão, um resistor e um indutor, conforme mostrado na Figura 13.
L

+
Vf R
-

Figura 13: Circuito de energização do indutor.

Apostila de Circuitos Elétricos 11


E a corrente que circula neste circuito, iL(t), também é dada de forma exponencial, porém
crescente, conforme mostra a figura 2.5.
iL(t)

Vf
 I0
R

Figura 14: Gráfico da corrente no indutor em relação ao tempo, durante o processo


de energização.

Exemplo: Para o circuito abaixo, determinar i(t), assumindo que esteja na condição de
regime permanente em cc em t=0-.
t=0

i + V=100V
L R1=150Ω
V R1 R3 v R2=50Ω
R2 R3=75Ω
- L=10H

100
Para t<0:  
i 0 
50
 2A  i 0 
Para t>0:

Req=(R1//R3)+R2
Req=100Ω
L Req
L 10
 
Req 100
  0,1 s

i L t   2e 10t A

Apostila de Circuitos Elétricos 12


3 EXCITAÇÃO SENOIDAL

3.1 INTRODUÇÃO

Uma excitação senoidal é dada da forma: vt   Vm sent    , onde:

v(t): Tensão instantânea [V];


Vm: Amplitude da senóide [V];
ω: Frequência angular, onde   2f [rad/s];
1
f: Freqüência dada em Hertz, onde f  [Hz];
T
T: Período de tempo na qual a onda repete seu valor, sendo v t   v t  T  , e dado em
segundos [s];
: Ângulo de fase, que é o deslocamento da onda em relação ao seu eixo, dado em
graus [º] ou rad/s.

Um exemplo de uma onda com exitação senoidal, dada pela função seno, é mostrada na
Figura 15.

Vm
V m sen(t   )
Vm sen t 
 t

-Vm
Figura 15: Gráfico da expressão senoidal v (t )  Vm . sen( 2. . f .t   ) .

Outro modo de expressar uma excitação senoidal é na forma de uma função cosseno, como
mostra a Figura 16.

Vm
Vm cost 
Vm sent 

2
t

-Vm

Figura 16: Gráfico da expressão senoidal v (t )  Vm . cos( 2. . f .t ) .

Pois a expressão da função cosseno, nada mais é que, a expressão da função seno, deslocada

de 2 segundos:

cos(ωt)=sen(ωt+π/2)
sen(ωt)=cos(ωt-π/2)

Apostila de Circuitos Elétricos 13


Exemplo: Quanto a senóide v1 t   cos 2t  30  
 está defasada de v t   2sen2t  18  ?
2


 sent   sen t  180 
  
v 2 t   2sen 2t  18  180  2 cos 2t  18  180  90  
v t   2 cos2t  108 
2

v2(t)
v1(t)

78  30 t
 

3.2 RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

Para o gráfico da figura 3.3, pode se tirar as seguintes relações:

B A 2  B 2 sen  e A  A 2  B 2 cos  ;

B sen  B
  tan   →   tan 1  
A cos   A

A2  B 2
B
φ
A
Figura 17: Relações trigonométricas.

A cos(t )  B sin(t )  A 2  B 2 cos(t   )

Apostila de Circuitos Elétricos 14


4 FASORES

4.1 INTRODUÇÃO

Uma senóide também pode ser representada pela forma fasorial. Se vt   Vm cost    ,
então V fasorial será dada por:


V  V m e j   V m  ,

j j t
Que á parte real do número complexo: nc  Vm e e

 
Vm cost     Re Vm e j t    Re Vm e j e jt  
Neste caso, trabalha-se com o número complexo inteiro (parte real e imaginária), pois assim
o valor fica uma forma mais compacta; só no valor final é retirada a parte real do número
complexo.

Exemplo 1: Fazer a soma das duas tensões alternadas, v1(t)=8cos(2t+30º) e


v2(t)=4cos(2t+15º).

   
v1 t   v 2 t   8 cos 2t  30   4 cos 2t  15 , passando para relação fasorial:

 
V1  V2  8e j 30  4e j15  j 4  6,928  1,035  j3,86

V  10,79  j 5,035  11,965

vt   11,9 cos 2t  65 

4.2 RELAÇÃO TENSÃO CORRENTE PARA FASORES

A relação tensão corrente para fasores é similar a lei de Ohm para resistores. Porém neste
caso, esta relação é conhecida como impedância.


V  V m 

Z 
I I m 
 Vm
Z    
Im

4.3 IMPEDÂNCIA E ADMITÂNCIA

A impedância segue as mesmas regras que a resistência em um circuito resistivo, e por ter
como unidade a relação Volts por Ampères, é medida em Ohms. Assim, pode ser escrita na
forma retangular por:


Z  R  jX ,

Apostila de Circuitos Elétricos 15



onde, Re Z
  é a componente resistiva;

X  Im  Z  é a componente reativa, ou reatância.
 

 
X
Z  R2  X 2 e Z = φ = arctg  
R

 
R  Z cos  e X  Z sen

No caso de um resistor, a impedância é puramente resistiva, sendo sua reatância zero.


Impedâncias de indutores e capacitores são reatâncias puras, tendo a componente resistiva
zero.

4.4 DIAGRAMAS FASORIAIS


4.4.1 Circuito Puramente Resistivo Z  R

 

  
V E
E V I 0o = 0o
R R
 
E E 0o

Diagrama Fasorial:
o o
I V

4.4.2 Circuito Puramente Indutivo

Apostila de Circuitos Elétricos 16


   
E V  E 0o = V 0o
 
Z L  jL Z L  jX L
  
 V  j.V V
 V j
I = 0o . = 0o = - 90
o

jX L jX L j XL XL
 Corrente atrasada de 90º em relação à tensão

Diagrama Fasorial:

4.4.3 Circuito Puramente Capacitivo

   
E V  E 0o = V 0o
 1 j 1
ZC  . j   jX C
jC j C
  
 V j.V V
 V j
I = 0o . = 0o = 90 o
 jX C jX C j XC XC
 Corrente adiantada de 90º em relação a tensão

Diagrama Fasorial:
o
I

o
V

Portanto , no caso geral, pode-se dizer que, se X=0 o circuito é puramente resistivo, já se
X>0, o circuito é puramente indutivo; e se X<0, é o caso em que o circuito e puramente
capacitivo.

As associações de impedância são feitas da mesma forma que as associações de resistências:

Apostila de Circuitos Elétricos 17


   
SÉRIE: Z S  Z 1  Z 2  ...  Z N

1 1 1 1
PARALELO: 
 
 
 ...  
ZP Z1 Z2 ZN

Exemplo 2: Para o circuito a seguir, calcular a corrente e as quedas de tensão, montado o


diagrama fasorial.

X L  2fL  2 .60.200.10 3  75,4


2
Z  R 2  X L  60 2  75,4 2  96,4
 75,4
 Z  tg 1   51,5 
60
E 100
I   1,04  51,5 A
Z 96,451,5
VR  R.I  60.1,04  51,5  62,4  51,5V
VL  Z L .I  75,490.1,04  51,5  78,438,5V

XL
VL
|Z|
38,5º E

R -51,5º

VR

Apostila de Circuitos Elétricos 18


5 POTÊNCIA EM REGIME PERMANENTE

5.1 POTÊNCIA MÉDIA

A potência média para uma excitação senoidal é dada por:

1  
P V I cos V   I 
2
1
P  V p I p cos V   I 
2

E sua unidade é dada em Watts [W].

Exemplo 1: Para o circuito abaixo, calcular a potência média entregue pela fonte à

impedância Z .

vt   100 cos100t


R1=100Ω
L=1H
+
-


Z  100  j100
 1 1
Z  100 245 P  100
2
 
cos 0   45  W 
2

 V 1000 
I 
 P  25 W
Z 100 245 
 1
I   45 A
2

5.2 VALORES EFICAZES

Um valor eficaz é a raiz quadrada da média do valor quadrado. O valor eficaz de uma
corrente (tensão) periódica é uma constante que é igual a corrente (tensão) c.c., que iria
entregar a mesma potência média para uma resistência.

Ip Vp i(t) Ief
I ef  e Vef 
2 2 PM PM

Portanto, a potência média que é dada por:

Apostila de Circuitos Elétricos 19


1
P  V p I p cos V   I  , onde  V   I   , será:
2

Vef 2 I ef 2
P cos  , então:
2

P  Vef I ef cos   no caso de resistência (φ=0): P  Vef I ef

5.3 POTÊNCIA COMPLEXA

A potência complexa é dada pelo símbolo S, e conhecida como:

 


 V I Vp I p
S  Vef I ef   S V   I   forma polar
2 2 2

ou

Vp I p Vp I p
S  P  jQ  cos   j sin 
2 2

Sua unidade é dada em Voltampère (VA), para diferenciar da potência média dada em Watts.

O módulo da potência complexa é conhecida como potência aparente e dada como:

S  Vef I ef

Pela equação da potência complexa, pode-se perceber que a parte real é a própria potência
média, também conhecida como potência ativa:

Vp I p
P  ReS   cos 
2
Já a parte imaginária de S, que é dada por:

VpI p
Q  ImS   sin  , é conhecida como potência reativa e tem como unidade
2
Voltampère reativo (VAr).

A relação da potência ativa (média) com a potência aparente é definida como fator de
potência (FP) e é dado como:

P
fp  cos  
Vef I ef

Para um circuito puramente resistivo: fp=1


Circuito puramente capacitivo: fp negativo (adiantado*)
Circuito puramente indutivo : fp positivo (atrasado*)
*corrente em relação a tensão.

Exemplo 2: Um moinho consome 100kW de uma linha de 220Vef. Com fp=0,85 atrasado,
portanto a corrente eficaz no moinho é:

Apostila de Circuitos Elétricos 20


P  Vef I ef cos   cos   fp
P 100k
I ef    534,8 A
Vef cos  220  0,85
A potência aparente é dada por: Vef I ef  117,66 kVA

Supondo agora, um fp=0,95, o Ief será dado por:

100k
I ef   478,5 A
220.0,95

E a potência aparente

Vef I ef  220.478,5  105,3 kVA

Portanto, com o fp maior, ocorrerá o menor consumo de corrente.

5.4 MÉTODO DE CORREÇÃO DE FATOR DE POTÊNCIA

Quando o fator de potência está abaixo do valor esperado (gerando um maior consumo de
corrente), pode-se corrigi-lo para um valor permitido pelas companias de distribuição de
energia (fp=0,92 ).

 
Conectando-se uma carga Z 1 em paralelo à carga Z , fica claro que a tensão da carga não
 
muda. Visto que Z é fixa, I também não mudará e a potência entregue a carga não é

afetada. A corrente I 1 , fornecida pelo gerador, é que deve mudar.
 
I1 I

  
V Z1 Z  R  jX

ZT
-

 
 Z . Z1
Então, Z T   
Z  Z1


Em geral, seleciona-se Z , tal que esta absorva potência média igual a zero (para que não

mude a potência ativa), e que Z T tenha o fator de potência desejado fp=FP. A primeira
 
condição requer que Z 1 seja puramente reativa. Isto é: Z 1  jX 1 , pois cos±90º=0.

A segunda condição requer que:


  Im Z T 
cos  tan 1    FP
  Re Z T 

Apostila de Circuitos Elétricos 21



Substituindo os valores de Z T em termos de R, X e X1, tem-se:

R2  X 2
X1 

R tan cos 1 FP  X 
 
Exemplo 3: Calcular o fp de duas cargas Z 1 e Z 2 conectadas em paralelo. Considerando
 
uma carga Z 1 de 10kW com fp1=0,9 atrasado e Z 2 uma carga de 5kW com fp2=0,95

adiantado para Z 1 , tem-se:

S1  P1  jQ1

onde,
P 1=10kW, φ1=cos-10,9 = 25,84º
Q1=P1tanφ1 = 4843VAr


Do mesmo modo para Z 2

P 2=5kW, φ2=-18,2º e Q2=-1643 VAr

ST  P1  P2  j Q1  Q2   10k  5k  j 4843  1643


ST  1,5  10 4  j 3200 VA 
3200
  tan 1 4
 12,04 
1,5  10

fp=0,978 atrasado

Exemplo 4: Corrigir o fp do circuito do exemplo 1 para fp=0,95.

 
fp1  cos 45  0,707

100 2  100 2
X1   297,92

100 tan cos 1 0,95  100 
1
Como X1<0, a reatância é capacitiva C   33,6 µF.
X 1
Assim, a impedância total é:

100 
j100 j 297,92 
 19018,2  
100  j100  j 297,92

100
100 2  0,5 A anteriores.
I ef   0,372 A, contra I ef 
190 2 100 2

Apostila de Circuitos Elétricos 22


6 SISTEMAS TRIFÁSICOS

A maior parte da geração e distribuição da corrente alternada é trifásica, pois: Os circuitos


trifásicos exigem menos peso dos condutores que os circuitos monofásicos de mesma
especificação de potência; permitem flexibilidade na escolha das tensões; e também podem
ser usados para cargas monofásicas.

As três fases de um sistema trifásico podem ser conectadas de duas formas. Se os três
terminais comuns de cada fase forem conectados juntos a um terminal comum indicado por
N, que representa o neutro, e as outras três extremidades forem conectadas a uma linha
trifásica, o sistema está conectado em estrela ou Y (Figura 18a). Se as três fases forem
conectadas em série para formar um percurso fechado, o sistema está conectado em
triângulo ou Δ (Figura 18b).
Fase A Fase A

Neutro (N)

Fase B Fase B

Fase C Fase C
Figura 18: a) Conexão em estrela ou Y b) Conexão em triângulo ou Δ

6.1 TENSÕES E CORRENTES EM SISTEMAS TRIFÁSICOS

Uma carga equilibrada tem a mesma impedância ( Z f  ) em cada enrolamento. Em cada


conexão as linhas A, B e C formam um sistema trifásico de tensões, como mostra a Figura
19. O ponto neutro N na conexão Y é o quarto condutor do sistema trifásico de quatro fios.

Em uma carga conectada em Δ equilibrada, bem como nos enrolamentos de um


transformador, a tensão de linha VL e a tensão de fase ou do enrolamento Vf são iguais, e a
corrente da linha IL é 3 vezes a corrente de fase IF. Ou seja,

Carga Δ: VL=Vf


IL= 3 If   30

Para uma carga equilibrada conectada a Y, a corrente de linha IL e a corrente de fase ou do


enrolamento são iguais, a corrente no neutro IN é zero, e a tensão de linha VL é 3 vezes a
tensão de fase Vf. Ou seja,

Carga Y: IL=IF

IN=0


VL= 3 Vf 30

Apostila de Circuitos Elétricos 23


Figura 19: Tipos de cargas equilibradas.

6.2 POTÊNCIAS EM CARGAS TRIFÁSICAS EQUILIBRADAS

Como a impedância de fase de cargas Y ou Δ equilibradas tem correntes iguais, a potência de


uma fase é um terço da potência total. A potência de fase Pf é:

P f=VfIfcosφ

E a potência total PT é:

P T=3VfIfcosφ

3I L
Como VL=Vf e IF= , para cargas Δ equilibradas,
3

PT=3VLILcosφ

3V L
Como IL=IF e V f  , para cargas Y equilibradas,
3

PT=3VLILcosφ

Portanto as fórmulas para a potência total de cargas Δ e Y são idênticas. φ é o ângulo de fase
entre a tensão e a corrente da impedância da carga; logo, cosφ é o fator de potência da
carga.

A potência aparente total ST em volt-amperes e a potência total reativa QT em volt-amperes


reativos estão relacionadas com a potência média total P T em watts. Portanto uma carga
trifásica equilibrada tem a potência média, a potência aparente e a potência reativa dada
pelas equações:

PT  3V L I L cos 

S T  3V L I L

QT  3V L I L sen

Apostila de Circuitos Elétricos 24


Exemplo 1: Cada fase de um gerador 3-  conectado em Δ alimenta uma corrente com carga
 
máxima de 100   53,13 A em uma tensão de 240 0 V. Calcular:
a) A tensão de linha
b) A corrente de linha
c) A potência 3-  em kVA e
d) A potência 3-  em kW.

1H 1H 1Ω

10costV 3Ω
1F
IL=?

Para conexão Δ a tensão de linha VL é a mesma que a tensão de fase Vf . Portanto:


Vf=VL=240 0 V


A corrente de linha é dada por IL= 3 If  - 30


IL= 3 .100   53,13  30
 
A

IL=173,2   83,13 A

Potência complexa – S: ST=3Vf.If  cos-1(0,6)

ST=3.240.100  cos-1(0,6) VA

ST=72  53,13º kVA = (43,2+j57,6) kVA

Potência Ativa: P=43,2kW

Exemplo 2: No sistema Y-Δ abaixo, a fonte é de sequência positiva com Van=100  0º V


(eficazes) e a impedância de fase é Zf=(3-j4)Ω. Calcular a tensão de linha VL, a corrente de
linha IL e a potência ativa total entregue a carga.

Zf
b
n Zf

Zf
c

   
VL= 3 Vf1 30 = 3 .100 0  30 → VL =173,2 30 V


Vf2=VL=173,2 30 V

Apostila de Circuitos Elétricos 25


Vf 2 173,230 
If2=  
 34,6483,13 A
Zf 5  53,13

  
IL= 3 If   30 = 3 .34,64   30 → IL =60   53,13 A

P=3.Vf.If cosφ = 3.173,2.34,64 cos(-53,13º )

P=10,8kW

Apostila de Circuitos Elétricos 26


7 EXERCÍCIOS

7.1 CAPACITOR

E1. Uma corrente de 10mA está carregando uma capacitor de 10µF (entrando em seu
terminal de tensão positivo). Se o capacitor estava inicialmente carregado com 5V, calcular a
carga e a tensão sobre ele após 20ms.
Resposta: q=0,25mC e v=25V

E2. As placas de um capacitor de placas paralelas estão separadas pela distância d=1mm.
Qual deverá ser a área das placas para que sua capacitância seja igual a 1F? εo=8,85pF/m.
Resposta: 1,1x108m2

E3. Um capacitor de 0,2µF tem uma carga de 20µC. Calcular a tensão e a energia.
Resposta: v=100V e wc=1mJ

E4. Se a energia armazenada em um capacitor de 0,5F é 25J, calcular a tensão e a carga.


Resposta: v=10V e q=5C

E5. Calcular a capacitância equivalente para o circuito abaixo.


C1 C3 C5

C1=60µF
C2=6µF
C3=8µF
C4=14µF
C2 C4 C6 C5=110µF
C6=11µF
Resposta: Ceq=10µF

E6. Um capacitor de placas paralelas, cuja capacitância C é de 13,5pF, apresenta uma


diferença de potencial V=12,5V entre suas placas. A bateria que a carregou é agora retirada e
um dielétrico de porcelana (k=6,5) é introduzido entre as placas. Calcular a diferença de
potencial após a introdução do dielétrico e a energia potencial antes e depois.
Resposta: V=1,9231V ; wo=1055pJ e w=162pJ

E7. O capacitor da figura abaixo possui uma capacitância de 25F e está inicialmente
descarregado. A bateria fornece 120V. Depois da chave S ficar fechada durante muito tempo,
qual será a quantidade de carga que terá passado através da bateria?

Resposta: 3mC

E8. Um capacitor de placas paralelas possui placas circulares de raio igual a 8,2cm e
separação de 1,3mm.
a) Determine a sua capacitância.
b) Se aplicarmos uma diferença de potencia, de 120V, qual será o valor da carga que
surgirá ente as placas?
Resposta: a)  140pF, b)  17nC

E9. Quantos capacitores de 1,0F podem ser combinados em paralelo, a fim de acumularem
uma carga de 1,0C com um potencial de 110V através dos capacitores?

Apostila de Circuitos Elétricos 27


Resposta: 9091 capacitores
E10. Calcule a capacitância equivalente da combinação abaixo.

C1=10,0F
C2=5,0F
C3=4,0F

Resposta: 7,33F

E11. Cada um dos capacitores descarregados da figura abaixo tem uma capacitância de
25F. Uma diferença de potencial de 4200V é estabelecida quando a chave é ligada. Quantos
coulombs de carga passam, então, através do amperímetro A?

Resposta: 315mC

E12. Um capacitor de 100pF é carregado sob uma diferença de potencial de 50V, mas logo
após a bateria que o carregou é retirada. O capacitor é então, ligado em paralelo com um
segundo capacitor, que, inicialmente está descarregado. Se a diferença de potencial cair para
35V, qual será a capacitância do segundo capacitor?
Resposta: 43pF

E13. Um capacitor de placas paralelas tem uma capacitância de 130pF. Calcule a energia
armazenada quando uma diferença de potencial de 56V é aplicada.
Resposta: a) 203,8nJ

E14. Dois capacitores, 2,0F e 4,0F, são ligados em paralelo e submetidos a uma diferença
de potencial de 300V. Calcule a energia total armazenada nos capacitores.
Resposta: 0,27J

E15. Um capacitor de placas paralelas tem uma capacitância de 5,0pF.


a) Se a plana tiver uma área de 0,35m2, qual será a distância entre elas?
b) Suponha que a região entre as placas seja, então, preenchida com material cuja
constante dielétrica é igual a 5,6. Calcule a capacitância
Resposta: a) 0,6195m, b) 28pF

E16. Calcular a capacitância equivalente para o circuito abaixo:


4,7uF

22uF
470nF

60uF

Resposta: 3,913µF

E17. Calcule as correntes de malha para os circuitos abaixo considerando os capacitores


totalmente carregados (Regime Permanente):

a)

Apostila de Circuitos Elétricos 28


b)

Resposta: a) I1=996,05uA, I2=453,68uA b) I1=6,55mA, I2=5,364mA

E18. O circuito abaixo está em regime permanente em t=0- e a chave é mudada da posição 1
para a posição 2 em t=0. Calcular e representar graficamente vc(t) para t>0.
1 6k
2
+
+
12V 100uF vc(t) 3k
-

Resposta: Vc(t)=4.e(-t/0,2) V para t>0

E19. Calcular a constante de tempo e as tensões vc(t) e vo(t), dado que o circuito está em
regime permanente CC imediatamente antes da abertura da chave.

.
Resposta: Vc(t)=8.e(-t/0,6) V para t>0 Vo(t)=2,667.e(-t/0,6) V para t>0

E20. O circuito abaixo está em regime permanente em t=0- e a chave é mudada da posição
1 para a posição 2 em t=0. calcular v para t>0.
R2 t=0
1 C=1/16F
2 R1=6Ω
+ R2=4Ω
C R1 R3 v I
R3=8Ω
-
I=9A
Resposta: v=16e-4tV

Apostila de Circuitos Elétricos 29


E21. Calcular a tensão vc(t) sobre o capacitor e a sua constante de tempo, dado que o
circuito está em regime permanente CC imediatamente antes da abertura da chave.

R2 R4 R5 t=0

1
2
+ +
R1 R3 C vc(t) V -
-

t

Resposta: v c t   40e 10
V, τ=10s.

7.2 INDUTOR

E1. Um solenóide S de 50cm tem 220 espiras/cm. Seu diâmetro d é de 3,2cm. Qual é o valor
de sua indutância?
Resposta: 244,6mH

E2. Um indutor de 40mH tem uma corrente i(t)=100cos(10πt) mA. Calcular o enlace de fluxo
e a energia em t=1/30s.
Resposta: 2mA 50µJ

E3. Calcular a indutância equivalente para os circuitos abaixo:

a)
2H 4H 7H

24H 72H 3H 6H

b)
220mH

330mH

24mH 860nH

33mH

Resposta: a) 5,95H b) 20,95mH

E4. O circuito abaixo está em regime permanente em t=0-. Calcular iL(t) para t>0.

Resposta: iL(t)=4e(-t/0,5)A pata t>0

Apostila de Circuitos Elétricos 30


E5. Calcular a constante de tempo e as correntes indicadas (p/ t>0) dos circuitos abaixo,
dado que os mesmos se encontram em regime permanente CC imediatamente antes da
movimentação das chaves.
a)

b)

c)

Resposta: a) iL(t)=2e(-t/0,125)A pata t>0


b) i L(t)=16e(-t/0,02)A pata t>0
c) i L(t)=-6e(-t/100µ)A pata t>0

7.3 EXCITAÇÃO SENOIDAL

E1.Calcular o período das seguintes senóides:



a) 4 cos 5t  33


   
b) cos 2t    3sen 2t  
 4  6
c) 6 cos2t 

E2. Calcular a amplitude e a fase das seguintes senóides:


a) 3 cos2t   4 sen2t 
b) 2cos(5t)+2sen(5t)

E3. Calcular a freqüência das seguintes senóides:


a) 3cos(6πt-10º)
b) 4 sen377t 

Apostila de Circuitos Elétricos 31


E5. Dada a 
tensão vt   100 cos 400t  45 , determinar:


a) sua amplitude;
b) seu período;
c) seu ângulo de fase, em radianos e graus;
d) sua freqüência, em Hertz e rad/s;
e) quantos graus ela está adiantada ou atrasada da corrente it   2 cos 400t  17  
 A.
E6. Converter as seguintes funções para funções cosseno com amplitudes positivas:

a) 6 sen 2t  15 ;



b)  2 cos 4t  10

;
c) 8 cos5t   15sen5t  .

E7. Determinar a defasagem de v1(t) em relação a v2(t).



a) v1 t   3 cos 4t  30 ,


v 2 t   5sen4t  ;
b) v1 t   10 cos4t  , v 2 t   5 cos4t   12 sen4t  ;
c) v1 t   20cos4t   83sen4t  , v 2 t   3 cos4t   4sen4t  ;

7.4 FASORES

E1. Calcular o valor da corrente num circuito puramente capacitivo, onde a capacitância é
20µF, e a tensão aplicada 110V/60Hz.

Resposta: 0,83 90 A


E2. Determinar o valor da capacitância no circuito abaixo, sendo I=2 90 :
Resposta: C=26,52µF

E3. No circuito abaixo, a fonte possui freqüência ajustável. Calcule o valor da corrente para as
seguintes freqüências.

a) 250 Hz
b) 60 Hz
c) 20 Hz
d) 0 Hz (Tensão Contínua)
  
Resposta: a) I=0,78 90 A, b) I=0,19 90 A, I=0,063 90 A, I=0A

E4. Um circuito C.A. com RL em série tem uma corrente de 1A de pico com R= 50 Ω e XL =
50Ω . Calcular VR, VL, E.
 
Resposta: VR=50V, VL=50 90 V e E=70,7 45 V

Apostila de Circuitos Elétricos 32


E5. Um circuito RC em série tem uma corrente de pico de 1A com R=50Ω e XC=120Ω. Calcule
VR,VC, E.
 
Resposta: VR=50V, VL=120   90 V e E=130   67,38 V

E6. Calcular os valores de i(t) e v(t).

v(t)=4cos(1000t)V
L1=0,05H
L2=0,2H
L3=0,1H
C1=10µF
C2=2,5µF

E7. Calcular a corrente fasorial I para o circuito abaixo:

Resposta: 8cos(t-53,1º) A

E8. Calcular a corrente I1 usando fasores:

Resposta: 0,5cos(2t-53,1º )A

E9. Calcular o valor da tensão v(t) em regime permanente:

Apostila de Circuitos Elétricos 33


7.5 POTÊNCIA EM REGIME PERMANENETE

E1. Calcular a potência média fornecida por uma fonte de tensão a um circuito RL série com
R=4Ω e L=0,5H e v(t)=4cos4t V.

E2. Calcular a potência média absorvida pelos resistores e fornecida pela fonte.
L
I=10cos800t
L=0,5H
R1=100Ω I R1 R2
R2=200Ω

E3. Calcular a potência aparente para uma carga constituída por um resistor de 100 Ω em
paralelo com um capacitor de 25µF conectados a uma fonte de 120Vef e 60Hz.

E4. Calcular o fator de potência para uma carga formada pela associação em paralelo de uma
carga de 5kW com fp=0,9 adiantado e uma carga de 10kW com um fp=0,95 atrasado.

E5. Calcular a potência complexa entregue a uma carga que tem um fator de potência de 0,85
adiantado e:
a) absorve 10kW
b) absorve 10kVA

E6. Achar qual o valor de capacitor, usado para corrigir o fator de potência, visto pela fonte
para:
a) 0,9 adiantado
b) 0,9 atrasado

v(t)=100cos(100t) V R1
R1=100Ω
L1=1H
L1
+
v(t) -

Resposta: a) C=74,22μF e b) C=25,78µF

7. Calcular o fator de potência visto pelos terminais da fonte e a reatância necessária a ser
conectada em paralelo com a fonte para mudar o fator de potência para a unidade.
1/2H 1/4H 4Ω

12Ω 1/32F

10cos8tV

Resposta: fp=0,6 atrasado e X1=-6,25Ω

Apostila de Circuitos Elétricos 34

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