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Aula 04

Direito Civil p/ TJ-MS (Analista Judiciário - Direito) Com videoaulas

Professores: Aline Santiago, Paulo H M Sousa

74027697120 - Camila
DIREITO CIVIL - TJ/MS (ANALISTA JUDICIÁRIO)
Teoria e Questões
Aula 04 – Profa Aline Santiago

AULA 04
Direito das Obrigações

SUMÁRIO
Apresentação da Aula 04..............................................................................................................2
Cronograma das Aulas .................................................................................................................3
Teoria Geral das Obrigações. ........................................................................................................3
Fontes das Obrigações. ................................................................................................................4
 Das obrigações de dar (obligationes dandi). .................................................................................. 6
 Das Obrigações de Fazer (obligationes faciendi). ......................................................................... 11
 Das Obrigações de Não Fazer...................................................................................................... 12
Modalidades de obrigações quanto aos seus elementos. ............................................................ 13
 Obrigações cumulativas. ............................................................................................................ 13
 Obrigações alternativas (arts. 252 a 256). ................................................................................... 14
 Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis ....................................................................................... 15
Das Obrigações Solidárias (arts. 264 a 285). ................................................................................ 18
 Da Solidariedade Ativa (concorrência de credores) ..................................................................... 19
 Da Solidariedade Passiva (concorrência de devedores)................................................................ 21
 Obrigações quanto ao tempo do adimplemento (do cumprimento). ............................................ 23
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Transmissão das Obrigações (arts. 286 a 303). ............................................................................ 23


Adimplemento e Extinção das Obrigações. ................................................................................. 34
 Pagamento. ............................................................................................................................... 34
Do Lugar do Pagamento (arts. 327 a 330). .................................................................................. 43
Do Tempo do Pagamento (arts. 331 a 333). ................................................................................ 45
Pagamento Indireto. .................................................................................................................. 47
 Do Pagamento em Consignação.................................................................................................. 47
 Do Pagamento com Sub-Rogação ............................................................................................... 49
 Da Imputação do Pagamento ..................................................................................................... 50
 Da Dação em Pagamento ........................................................................................................... 51
 Da Novação ............................................................................................................................... 52
 Da Compensação ....................................................................................................................... 53

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 Da Confusão .............................................................................................................................. 55
 Da Remissão das Dívidas ............................................................................................................ 56
Do Inadimplemento das Obrigações (arts. 389 a 420). ................................................................ 56
 Da Mora (arts. 394 a 401) ........................................................................................................... 59
 Das Perdas e Danos (arts. 402 a 405) .......................................................................................... 61
 Dos Juros Legais (arts. 406 e 407) ............................................................................................... 62
 Da Cláusula Penal (arts. 408 a 416). ............................................................................................ 63
 Das Arras ou Sinal (arts. 417 a 420). ............................................................................................ 65
Considerações Finais .................................................................................................................. 66
Resumo da Matéria .................................................................................................................... 67
Questões da FCC/CESPE/VUNESP/FGV ....................................................................................... 82
Questões Comentadas ............................................................................................................... 82
Obrigações alternativas (arts. 252 a 256). ........................................................................................... 89
Lista de Questões ..................................................................................................................... 120
Gabarito .................................................................................................................................. 135

AULA 04
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES.
Apresentação da Aula 04

Olá! Como vão os estudos?

Esperamos que você esteja conseguindo estudar de forma adequada.


Lembre-se que o sacrifício é momentâneo e quando você visualizar seu nome
no diário oficial terá a certeza de que todo este esforço valeu a pena.
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Os temas da aula de hoje não são difíceis, mas, há uma grande carga
teórica e o seu estudo pode ser um pouco cansativo principalmente devido à
grande quantidade de informações que você terá pela frente, por isto vá com
calma, sem afobações e entre em contato conosco em caso de dúvidas.
O direito patrimonial é dividido em direito das coisas e direito das
obrigações.
Novamente, nos colocamos à sua disposição, para ajudá-lo(a) em
caso de dúvidas, por meio do fórum.

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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: este curso é protegido por direitos autorais


(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.

Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que
elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos
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Cronograma das Aulas


Aulas Tópicos abordados no edital Data

Direito das obrigações. Das modalidades das obrigações.


Da transmissão das obrigações. Do adimplemento e
Aula 04 02/06/2017
extinção das obrigações. Do inadimplemento das
obrigações.

Aulas Tópicos abordados no edital Artigos da Lei

Código
Civil
Aula 04 Das Obrigações. Art. 286 ao 420 do CC

AULA 04
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Teoria Geral das Obrigações.
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Não cabe, em um curso preparatório para um concurso público, ficar


divagando muito sobre a teoria geral das obrigações. O assunto é extenso e
permite uma ampla discussão doutrinária. Deste modo, falaremos o básico,
aquilo que julgamos necessário para uma boa compreensão da matéria,
focando o estudo nas obrigações jurídicas encontradas no código civil.
A obrigação, objeto do nosso estudo, é, então, a obrigação jurídica,
aquela que encontra respaldo em uma lei, mas que estará também
relacionada a um negócio jurídico, como, por exemplo, um contrato.
Por ter respaldo legal, esta obrigação está protegida pelo direito e tem
garantia do Estado, por isto, se não for cumprida (em caso de inexecução),
haverá consequências de cunho jurídico, trata-se da chamada
responsabilidade contratual (assunto de outra aula).

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A obrigação estabelece um vínculo jurídico entre sujeitos (pessoas) e


objeto. É, portanto, uma relação jurídica. Diz-se que esta relação tem
caráter transitório, uma vez que já nasce com a finalidade de se extinguir
(normalmente pelo seu cumprimento).

Fontes das Obrigações.


Investigar as fontes das obrigações é investigar de onde elas surgem,
quando e como se formam, ou seja, de onde vem o vínculo da obrigação. É
saber, também, por que certa pessoa (o devedor) passa a ter o dever, ou a
obrigação, de prestar determinada prestação para a outra (o credor).
No entanto, esta investigação não é tarefa fácil, pois não há concordância
entre os doutrinadores e, neste sentido, são muitas as construções doutrinárias
e as soluções legislativas sobre o assunto.
Nas palavras de Silvio de Salvo Venosa 1 : “Quer-nos parecer, contudo,
sem que ocorra total discrepância com o que já foi dito, que a lei será sempre
fonte imediata de obrigações. Não pode existir obrigação sem que a lei, ou
em síntese, o ordenamento jurídico a ampare. Todas as demais várias figuras
que podem dar nascimento a uma obrigação são fontes mediatas. São, na
realidade, fatos, atos e negócios jurídicos que dão margem ao surgimento de
obrigações”. (grifos nossos)
Assim, temos a lei como a primeira fonte das obrigações, fonte
imediata, sendo as demais classificadas como fontes mediatas. É importante
destacarmos que o Código Civil de 1916 e o de 2002 não possuem um
dispositivo específico a respeito das fontes das obrigações, porém são
reconhecidos como fonte de obrigações: ¹o contrato, ²os atos ilícitos e o abuso
de direito, ³os atos unilaterais, 4os títulos de crédito.
O estudo dos atos unilaterais, as declarações unilaterais de vontade,
como fonte de obrigações, é importante porque o seu inadimplemento (o não
cumprimento) ocasionará o dever de indenizar, a responsabilidade civil.
Os atos unilaterais estão expressamente previstos no CC e são: a
promessa de recompensa, a gestão de negócios, o pagamento indevido e o
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enriquecimento sem causa.

Promessa de recompensa (arts. 854 a 860): é aquela feita por


anúncio público, neste momento (quando se torna público) a pessoa que
promete se obriga a cumprir o que prometeu.
Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou
gratificar, a quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai
obrigação de cumprir o prometido.

1
Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil II, ed. Atlas, 11 ed., pág. 50.

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Gestão de negócios (arts. 861 a 875): Ocorre quando uma pessoa


(gestor de negócio) age presumindo o interesse, a vontade, de outra (o dono
do negócio). Exemplo citado por Maria Helena Diniz é o da pessoa que, ao ver a
casa do vizinho em risco de inundação, por terem sido arrebentados os
encanamentos, interfere na situação, corrigindo tais problemas, mas efetuando
para tanto os gastos indispensáveis ao conserto.

Pagamento indevido (arts. 876 a 883) e enriquecimento sem


causa (arts. 884 a 886): Segundo Maria Helena Diniz 2 , “O pagamento
indevido constitui um caso típico de obrigação de restituir fundada no princípio
do enriquecimento sem causa, segundo o qual ninguém pode enriquecer à custa
alheia, sem causa que justifique”.

Após vermos algumas fontes de obrigações e citarmos os atos unilaterais,


vamos voltar agora ao assunto “obrigação” propriamente dito.

“Mas o que é afinal uma obrigação para o mundo jurídico?”

Segundo Carlos Roberto Gonçalves 3 a obrigação, no estudo do direito


das obrigações, é empregada em seu sentido mais restrito, pois apenas os
vínculos de conteúdo patrimonial estarão em sua abrangência, trata-se
daquela relação direta entre as pessoas (que tem como objeto os direitos de
natureza pessoal), onde uma pessoa é credora (aquela que pode exigir a
prestação) e a outra é devedora (aquela que tem a incumbência de cumprir a
prestação).
E, segundo Flavio Tartuce 4 : “A obrigação pode ser conceituada como a
relação jurídica transitória existente entre um sujeito ativo (credor) e um
sujeito passivo (devedor), tendo como objeto imediato a prestação.”
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Deste modo, direitos de natureza pessoal, também denominados


direitos de crédito, são aqueles em que há um vínculo entre o chamado
sujeito ativo (que pode exigir a prestação) e o sujeito passivo (de quem se
pode exigir o cumprimento da prestação).

2
Maria Helena Diniz, Manual de direito Civil, Saraiva 2011, pág. 282.
3
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva 2012, 2ª ed., pág. 441.
4
Em, Costa Machado, Código Civil Interpretado, Manole 2012, 5ª ed., pág. 236.

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Elementos que constituem uma obrigação:

(elemento
subjetivo) (elemento
vínculo objetivo) objeto
sujeitos
obrigacional

ativo passivo
é o elemento
(é para quem a (é quem deve material (é a
prestação é cumprir a própria
devida) obrigação) prestação)

As obrigações, levando em consideração a qualidade da prestação, ou


seja, quanto ao objeto, serão classificadas em obrigações de dar, obrigações
de fazer (estas duas são positivas) e obrigações de não fazer (esta é
obrigação negativa).

As obrigações quanto ao objeto, classificam-se em

obrigações de dar obrigações de fazer obrigações de não fazer

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 Das obrigações de dar (obligationes dandi).


A prestação de dar consiste em ¹entregar ou, então, ²restituir algo ao
credor. Mas o compromisso de entrega da coisa já constitui o que o nosso
ordenamento jurídico chama obrigação de dar. Como exemplo tenha um
contrato de compra e venda, o vendedor tem obrigação de dar a coisa e o
comprador tem a obrigação de dar o preço acordado.
No direito brasileiro o contrato, por si só, não transfere o domínio, visto
que apenas gera a obrigação de entregar a coisa alienada, enquanto não

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ocorrer à tradição, a coisa continuará pertencendo ao devedor5. A tradição da


coisa poderá se dar por entrega ou restituição. Mas o direito real, ou seja, a
transferência do domínio, ocorrerá somente quando houver a tradição (bens
móveis) ou quando houver o registro (bens imóveis).

A obrigação de dar subdivide-se em: ¹dar coisa certa (arts. 233 a


242) e ²dar coisa incerta (arts. 243 a 246). A coisa que se vai entregar pode
ser certa (determinada) ou, então, incerta (que embora indeterminada, será
ao menos determinável).

Coisa certa (específica) é coisa que pode ser individualizada, ou seja,


que possui características próprias que permitem a sua individualização. É
prestação determinada. Exemplo muito comum é de um automóvel. Este
possui características que são somente suas e de nenhum outro, tais como
chassi, motor e placa. Outro exemplo, seria um determinado quadro de um
artista famoso.

Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não
mencionados, salvo se o contrário resultar ¹do título ou ²das circunstâncias do caso.

Em regra a obrigação principal abrange os seus acessórios, mas poderá


haver estipulação diferente em contrato ou, então, isto poderá ser
determinado pelas circunstâncias do caso. Além disso, após assumir a
obrigação (e até a entrega da coisa) o devedor (que ainda detém a coisa) deve
ter o cuidado de conservá-la. Isto é o que observamos, por exemplo, com
relação à compra e venda:
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do
vendedor, e os do preço por conta do comprador.

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Se a coisa ¹se perder ou ²se deteriorar deve ser avaliado se houve ou


não culpa do devedor. Havendo culpa do devedor este responde também
pelas perdas e danos6. (conforme você verá logo à frente)

5
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva, 2ª ed., pág. 473.
6
CC Art. 402. “Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos
devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu (DANO EMERGENTE), o
que razoavelmente deixou de lucrar (LUCRO CESSANTE).” (As observações ao texto da lei são
nossas).

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“Professores, mas quando isto ocorrerá sem culpa do


devedor?”

A ideia de ausência de culpa estará associada ao caso fortuito e a força


maior. Estas situações são imprevisíveis, não cabendo responsabilização a
pessoa se não lhe deu causa. Além disso, a questão da prova informará se
houve ou não culpa.

Continuando!

Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, ¹sem culpa do
devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a
obrigação para ambas as partes; ²se a perda resultar de culpa do devedor,
responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.

Se a coisa se perder (se houver perecimento – perda total da coisa) antes da


tradição:
¹Sem culpa do devedor – resolvida a obrigação, sem perdas e danos. As partes
voltam ao statu quo ante, voltam à situação original. Portanto, se o devedor já
recebeu o preço pela coisa, este deve ser restituído à outra parte.
²Com culpa do devedor – o devedor responde pelo equivalente (em dinheiro) e mais
perdas e danos.

Art. 235. Deteriorada a coisa, ¹não sendo o devedor culpado, poderá o credor
resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
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Art. 236. ²Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar
a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso,
indenização das perdas e danos.

Se a coisa se deteriorar (veja que a coisa ainda existe, apenas perdeu em parte seu
valor – é a perda parcial da coisa)
¹Sem culpa do devedor – se dá por resolvida a obrigação ou pode o credor
aceitar a coisa, mas com abatimento do preço.
²Com culpa do devedor – o devedor reponde pelo equivalente ou pode o credor
aceitar a coisa, mas nas duas situações caberá indenização das perdas e danos.

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Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e
acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá
o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os
pendentes.

Enquanto a tradição, a transferência de domínio, não ocorrer o


devedor é o dono da coisa, sendo assim, se forem feitos melhoramentos e
acréscimos, este poderá exigir aumento do preço, podendo, inclusive, resolver
a obrigação caso não haja anuência do credor. Pelo §único do art. 237 temos
que os frutos percebidos (aqueles que já foram colhidos) são do devedor.
Restando para o credor os frutos pendentes (aqueles que ainda não foram
colhidos), justamente porque estes ainda integram a coisa e dela não estão
separados.

Com relação ao art. 237, há um termo que a doutrina costuma utilizar e


que já foi cobrado em concursos públicos, trata-se da palavra “cômodos”.
Cômodos são vantagens produzidas pela coisa, isto é, seus melhoramentos
e acrescidos, pertencentes ao devedor, que poderá exigir por eles aumento
no preço ou a resolução da obrigação, se o credor não concordar em pagar o
quantum apurado.

A obrigação de restituir (é um tipo de obrigação de dar) ocorre quando


existe uma coisa alheia que está em poder do devedor, sendo que esta coisa
deverá ser restituída ao seu verdadeiro dono em momento oportuno. Isto é o
que ocorre, por exemplo, no contrato de comodato. Se você possui TV por
assinatura, está diante desta obrigação perante a prestadora de serviço. Ao
final do contrato terá que devolver o aparelho receptor (a coisa está em seu
poder por estipulação contratual, comodato, no entanto não é de sua
propriedade). Nestes casos, se não houver culpa o prejudicado será o
credor.
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Vamos às situações possíveis:


Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, ¹sem culpa do devedor,
se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá,
ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Art. 239. Se a coisa se perder ²por culpa do devedor, responderá este pelo
equivalente, mais perdas e danos.

Se a coisa se perder (se houver perecimento – perda total da coisa) antes da


tradição:
¹Sem culpa do devedor – o credor sofre a perda e a obrigação se resolve. A
ressalva diz respeito a se já tiver começado a correr o período de mora do devedor,

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²Com culpa do devedor – o devedor responde pelo equivalente mais perdas e


danos.

Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar ¹sem culpa do devedor, recebê-la-á o


credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se ²por culpa do devedor,
observar-se-á o disposto no art. 239.

Se a coisa se deteriorar (novamente destacamos, a coisa ainda existe, apenas


perdeu em parte seu valor – é perda parcial da coisa)
¹Sem culpa do devedor – o credor recebe a coisa tal qual se ache.
²Com culpa do devedor – o devedor responde pelo equivalente mais perdas e
danos.

Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa,
sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de
indenização.
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou
dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias
realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o
disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.

Uma observação importante: não se pode entregar coisa diversa,


mesmo que seja mais valiosa (art. 313). Se a obrigação é de coisa certa, a
troca da coisa, se consentida pelas partes, implica a chamada novação objetiva
(modifica-se a obrigação). Lembre-se que a convenção é lei entre as partes.

Na obrigação de dar coisa incerta (genérica), diferentemente do que


ocorre na prestação anterior, o objeto não é individualizado, mas sim genérico.
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Determina-se apenas o gênero e a quantidade (por sinal, estes são requisitos


mínimos necessários, porque a coisa, embora seja indeterminada, deverá ser
ao menos determinável, não se trata de uma indeterminação absoluta) a
determinação da qualidade será decidida quando da entrega da coisa.
Exemplos: 10kg (quantidade) de arroz (gênero), 30 (quantidade) canetas
(gênero), 55 litros de água. (veja que sempre sem especificar a sua qualidade,
falta a sua individualização).

Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.

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Quando da escolha da coisa ocorrerá a sua individualização e o que até


então era apenas determinável passará a ser determinado. Esta escolha em
regra caberá ao devedor, mas poderá ser do credor se o contrato assim
estipular.
No entanto, quando da escolha (ato que também pode se denominar
concentração), o devedor não poderá dar coisa pior nem ser obrigado a dar
coisa melhor (art.244). Outro ponto importante é que a alegação da perda ou
da deterioração da coisa somente poderá ocorrer depois da escolha, estando
assim já individualizada.

Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence
ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá
dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da
coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.

Uma informação importante é a que diz respeito à obrigação pecuniária. Obrigação


pecuniária é uma espécie de obrigação de dar, mas o cumprimento da obrigação
ocorre com o pagamento em dinheiro.
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda
corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes.
Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda
estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda
nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial.

 Das Obrigações de Fazer (obligationes faciendi).


A obrigação de fazer está relacionada a atos positivos ou prestação de
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serviços, consiste na confecção de algo (é claro que esta coisa, em


determinados casos, deverá posteriormente ser entregue, mas isto não tira a
qualificação de obrigação de fazer). A doutrina tem colocado três tipos de
obrigação de fazer: a ¹personalíssima (ou infungível); a ²impessoal (ou
fungível); e ³a que consiste em emitir declaração de vontade.

¹A personalíssima (intuitu personae, infungível) é aquela que, ¹por


convenção contratual ou ²por qualificações da pessoa, só pode ser realizada
pessoalmente pelo devedor;

²a impessoal (fungível) é aquela em que não há exigências, podendo o


serviço ser realizado por terceiro; e

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³a consistente em emitir declaração de vontade, que deriva de um


contrato preliminar.

Se a prestação for personalíssima (infungível), o inadimplemento (o


seu descumprimento) pode acarretar indenização por perdas e danos (art.247).

Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a
prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.

Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível ¹sem culpa do devedor,


resolver-se-á a obrigação; se ²por culpa dele, responderá por perdas e danos.
No artigo 248, “Se a prestação do fato tornar-se impossível”, novamente
devemos analisar se houve ou não culpa do devedor, isto quando a prestação se
tornar impossível:
¹Sem culpa do devedor – resolve-se a obrigação, sem perdas e danos.
²Por culpa do devedor – o devedor responde por perdas e danos.

O art. 249 traz a possibilidade de a prestação ser executada por


terceiro, se assim for possível (obrigação impessoal, fungível), e à custa do
devedor, quando houver recusa ou mora (atraso) por parte deste. Além disso,
poderá ser devida indenização.

Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo
executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da
indenização cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de
autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
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 Das Obrigações de Não Fazer.


Agora estamos diante de uma obrigação negativa, o não fazer, é o ato
de se abster. Nesta situação é preciso que você tenha o entendimento de que
a pessoa poderia livremente praticar o ato, mas não o pratica porque está
obrigada a não praticá-lo. Se praticar o ato caracteriza-se o inadimplemento.

Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor,
se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.

O artigo seguinte, traz a situação do inadimplemento:

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Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor
pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o
culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer,
independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.

Modalidades de obrigações quanto aos seus


elementos.
Você acabou de ver os tipos de prestação (dar, fazer, não fazer).
Observando o número de prestações teremos o seguinte: quando a prestação
for única teremos uma obrigação simples, como, por exemplo, quando uma
pessoa se obriga a entregar a outra um cavalo; em contrapartida, se houver
mais de uma prestação, estaremos diante de uma obrigação denominada
complexa ou composta.
Nas duas situações acima estamos analisando as obrigações quanto aos
seus elementos. De acordo com esta classificação as obrigações poderão,
então, ser: ¹simples ou ²compostas (sendo estas subdivididas em cumulativas,
alternativas e solidárias).

Você pode perceber que obrigações compostas envolvem uma


pluralidade, esta pluralidade poderá ser tanto de objetos quanto de sujeitos.

Pluralidade de objetos: ¹obrigações cumulativas e ²obrigações


alternativas.

Pluralidade de sujeitos: ¹sem solidariedade e ²obrigações solidárias.


Quanto à pluralidade de objetos:
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 Obrigações cumulativas.
Há, nas obrigações cumulativas, pluralidade de objetos. Por exemplo,
entregar um carro e um apartamento. Neste tipo de obrigação o cumprimento
deve ser num todo, ou seja, os dois objetos devem ser entregues. Se isto não
ocorrer o inadimplemento (o descumprimento da obrigação) será tido como
total. Motivo desta afirmação já utilizada por uma banca de concursos: A
obrigação cumulativa é a obrigação consistente em um vínculo jurídico pelo
qual o devedor se compromete a realizar diversas prestações, de tal modo que
não se considerará cumprida a obrigação até a execução de todas as
prestações prometidas, sem exclusão de uma só.

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 Obrigações alternativas (arts. 252 a 256).


Como o próprio nome já diz, nestas obrigações há opção de escolha, que
em regra caberá ao devedor. Entrega-se uma coisa ou outra, ou seja, pode-
se entregar uma das coisas entre as opções acordadas (art. 252). No entanto
deve ficar claro que não pode o devedor entregar apenas parte de uma e parte
de outra (art. 252 §1º).

Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa
não se estipulou.
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte
em outra.
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá
ser exercida em cada período.

Importante: o que está expresso neste parágrafo é o que se denomina


jus variandi, trata-se da faculdade de escolha de prestação sucessiva em
obrigações alternativas.

EM REGRA o cumprir prestação "A"


obrigação
DEVEDOR pode
alternativa
escolher entre cumprir prestação "B"

Se as prestações forem periódicas a escolha, pela prestação “A” ou pela


prestação “B”, poderá ser feita a cada período (jus variandi).

§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre


eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-
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la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.

Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada
inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações,
não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que
por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.

Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se
impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente
ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as

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prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das


duas, além da indenização por perdas e danos.

Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor,


extinguir-se-á a obrigação.

IMPORTANTE:

 Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis


O entendimento dos conceitos de obrigações divisíveis e de obrigações
indivisíveis é muito importante, porque o fato de ser a obrigação divisível ou
indivisível trará repercussões no mundo dos negócios jurídicos. Tal assunto está
relacionado à pluralidade de sujeitos. Assim fala o art. 257:
Art. 257. Havendo ¹mais de um devedor ou ²mais de um credor em obrigação
divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos
os credores ou devedores.

A obrigação “A” presume-se dividida.

Se a obrigação é divisível presume-se


obrigação
obrigação dividida em tantas obrigações quanto
"A2" forem necessárias para cada credor ou
"A1"
devedor existente.

Origação
(na representação ao lado é como se
"A3" existissem três obrigações, uma para
cada credor ou devedor – é uma
presunção)

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Na obrigação divisível a resolução de problemas é mais “simples”, porque


cada um dos coobrigados tem a sua quota parte de responsabilidade. A
obrigação é rateada entre as partes.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:

FCC 2015/TJ-PI/Juiz Substituto.


Foi considerado correto o seguinte enunciado: Marcos foi contratado, em um
mesmo instrumento, para prestar serviços de manutenção de máquinas
agrícolas durante o período de colheita, simultaneamente, nas fazendas de
Lourenço e Sérgio, comprometendo-se estes conjuntamente a pagar os

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serviços, parte em dinheiro e parte com um equino. Não tendo Lourenço e


Sérgio cumprido a obrigação assumida e achando-se eles em mora, Marcos
poderá cobrar a parte de cada um na dívida em dinheiro e a entrega do animal
de qualquer dos devedores.

O princípio concursu partes fiunt (as partes se dividem pelos


sujeitos) refere-se à presunção legal de que se houver pluralidade de sujeitos,
sendo mais de um credor ou mais de um devedor, o objeto da prestação poderá
ser dividido ou fracionado em parcelas iguais e distintas de devedores e
credores.

Haverá, no entanto, duas exceções com relação à prestação demonstrada


acima: ¹a indivisibilidade (que será vista a seguir, no art. 258) e ²a
solidariedade (que é detalhada nos arts. 264 a 285).

Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou
um fato não suscetíveis de divisão, ¹por sua natureza, ²por motivo de ordem
econômica, ou ³dada a razão determinante do negócio jurídico.

A Obrigação é indivisível, pois a ¹coisa ou o


sempre considerada
obrigação única
²fato não são susceptíveis de divisão.
(indivisível), Exemplos de obrigações indivisíveis: a entrega
independentemente de um carro, a entrega de um determinado
do número de
credores ou animal.
devedores

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IMPORTANTE: Se a obrigação, por algum motivo, for convertida em


uma obrigação pecuniária, não se deve falar mais em obrigação
indivisível, pois a prestação em dinheiro tem como característica a
possibilidade de divisão.

Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada
um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em
relação aos outros coobrigados.

Na obrigação indivisível, como já falado, cada devedor é obrigado pela


dívida toda. E ainda temos a situação do § único, exemplificada a seguir: Se

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João, Paulo e Vitor são devedores coobrigados da obrigação “X”, cada um


responde pela dívida toda. Se João, por exemplo, pagar a dívida sub-roga-
se no direito do credor com relação aos outros.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:

FCC 2016 /Prefeitura de São Luiz – MA/Procurador do Município.


Foi considerado correto o seguinte enunciado: João deve entregar um colar que
vale R$ 300.000,00 a Maria, Paula e Joana, sendo que Maria remitiu o débito.
Assim, Paula e Joana exigirão o colar, mas, de outro lado, deverão restituir a
João, o montante equivalente ao quantum remitido. Essa situação só pode
ocorrer pelo fato de a obrigação em tela ser indivisível.

Da pluralidade de credores (Nos artigos seguintes não há solidariedade


ativa, apenas a pluralidade de credores. A solidariedade será explicada mais à
frente).

Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida
inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos
outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.

Pagando a todos credores


conjuntamente Pagando somente a um deles (neste
exemplo, ao credor "A")
( neste exemplo "A", "B", "C")

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credor "A" recebe o
pagamento e dá caução de
há desobrigação quanto a "A"
ratificação dos credores "B" e
"C"

Ao credor "B" assiste o


há desobrigação quanto a "B" direito de exigir em dinheiro
a parte que lhe caiba

Ao credor "C" assiste o


há desobrigação quanto a "C" direito de exigir em dinheiro
a parte que lhe caiba

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Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para
com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor
remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação,
compensação ou confusão.

No caso de negociações (como no caso de remissão – perdão da dívida)


por parte de um dos credores, por exemplo, do credor “A”, os demais poderão
exigir a prestação, mas deverá ser descontada a parte que cabia ao
credor “A”. Aqui há uma particularidade, conforme exemplo dado por Clóvis
Beviláqua7, se a obrigação fosse um Cavalo que custa R$ 30.000 sendo que “A”
remitiu a dívida. “B” e “C” somente podem exigir a entrega do cavalo se
pagarem os R$ 10.000 ao devedor.

Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e


danos.
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores,
responderão todos por partes iguais.
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas
perdas e danos.

Das Obrigações Solidárias (arts. 264 a 285).


A solidariedade ocorre quando há ¹mais de um sujeito ativo ou ²mais de
um sujeito passivo ou, então, ³pluralidade de ambos. Na solidariedade não se
trata de uma simples pluralidade de sujeitos, porque o direito (dos
credores) ou a obrigação (dos devedores) nestes casos é pelo total da dívida.
Na realidade é como se existisse um único credor ou um único devedor,
no primeiro caso, qualquer um poderá exigir a dívida, já no segundo caso, de
qualquer um poderá ser exigida a dívida.

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Na solidariedade
ativa é como se
existisse um único A solidariedade se aproxima muito da
credor, já na obrigação indivisível, mas com esta, no
solidariedade passiva entanto, não se confunde.
é como se existisse
um único devedor.

7
Em Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva, 2ª ed., pág. 510.

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Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um


credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.

Na solidariedade não há fracionamento. São dois os tipos de solidariedade


possíveis:

Concorrência de credores (solidariedade ativa) - cada um tem o direito


de exigir a dívida toda.

Concorrência dos devedores (solidariedade passiva) - cada um tem a


obrigação de cumprir a dívida toda.

IMPORTANTÍSSIMO:
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das
partes.

Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos cocredores ou
codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.

 Da Solidariedade Ativa (concorrência de credores)


Solidariedade ativa é aquela em que há credores solidários.

Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o
cumprimento da prestação por inteiro.
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum,
a qualquer daqueles poderá este pagar.
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O devedor pode escolher a quem dos credores solidários pagar, desde


que ainda não tenha sido cobrado por nenhum deles. (Enquanto não for
cobrado por algum dos credores, pode pagar a qualquer um).

Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o
montante do que foi pago.

Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um


destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao
seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.

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Neste caso, em regra, a solidariedade não passa aos herdeiros, cada um


poderá exigir apenas a sua parte. A exceção é no caso de obrigações
indivisíveis, onde a solidariedade permanece.

Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os


efeitos, a solidariedade.

Diferentemente do que ocorreu na obrigação indivisível que perdeu a sua


qualidade quando resolvida em perdas e danos, a solidariedade se mantém
mesmo quando a prestação é convertida em perdas e danos.

Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento


responderá aos outros pela parte que lhes caiba.

Veja que na relação interna (entre os credores solidários) a dívida pode ser
fracionada. Se um credor perdoar a dívida ou receber o pagamento, terá este
que dar aos outros credores a parte que lhes caiba.

Na solidariedade ativa (concorrência de credores)

Se o credor "A" ¹perdoa a dívida ou ²recebe o pagamento, responderá aos


outros credores pela parte que lhes caiba
(neste modelo aos credores "B" e "C")

O credor "B" deverá receber de "A" a parte que lhe caiba

O credor "C" deverá receber de "A" a parte que lhe caiba


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Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções
pessoais oponíveis aos outros.
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais,
mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o
devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles. (Redação dada pela Lei
nº 13.105, de 2015)

Veja que estamos falando de solidariedade ativa (credores solidários).

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Uma observação importante: o que acontece com a obrigação solidaria se um


dos credores vier a se tornar incapaz? Com relação à solidariedade este fato
não trará repercussão alguma. Permanece a solidariedade.

 Da Solidariedade Passiva (concorrência de devedores)


De qualquer dos devedores poderá o credor exigir a prestação:
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores,
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os
demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação
pelo credor contra um ou alguns dos devedores.

Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum


destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão
hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão
considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida
não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia
paga ou relevada.

Exemplo: Se haviam três devedores solidários, se a dívida era de R$30 e


se foi perdoado o pagamento de R$10 a um dos devedores (remissão da
dívida). Permanece a dívida de R$20 e a solidariedade dos demais, estes
somente serão beneficiados em relação à cota já paga ou perdoada.

Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos
devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem
consentimento destes.

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Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores


solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas
perdas e danos só responde o culpado.

Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação
tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela
obrigação acrescida.
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe
forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a
outro codevedor.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou
de todos os devedores.

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Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores,


subsistirá a dos demais.

O credor neste caso não está remitindo (perdoando) a dívida,


apenas está renunciado à solidariedade, mas não poderá reclamar aa
obrigação como anteriormente. O que ocorre é o seguinte: imagine uma dívida
de R$ 30.000 com três devedores solidários “A”, “B” e “C”. Se o credor
renunciar a solidariedade em favor de “A”, poderá somente reclamar de "A" o
valor de R$ 10.000,00, sendo que "B" e "C" continuarão respondendo
solidariamente por R$ 20.000,00.

Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada
um dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente,
se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os codevedores.

Art. 284. No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também os exonerados


da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores,
responderá este por toda ela para com aquele que pagar.

Importante você observar que tanto na solidariedade como na


indivisibilidade, ante a pluralidade subjetiva, cada credor pode exigir a dívida
inteira e cada devedor está obrigado pelo débito todo. O credor que receber
responderá pela parte dos demais e o devedor que pagar terá direito de
regresso contra os outros.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:

FGV 2016/COMPESA/ Analista de Gestão - Advogado.


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Foi considerado correto o seguinte enunciado: Amanda, Bianca e Cristiana


contraíram empréstimo no valor de R$ 150.000,00 a Frederico, com vista a
iniciar um negócio conjunto, tendo o contrato estabelecido a solidariedade entre
as três devedoras. Depois de concluído o negócio, contudo, Frederico exonerou
Amanda da solidariedade. Já Bianca veio a falecer, deixando dois herdeiros
maiores e capazes, seus filhos Felipe e Bernardo, cabendo a cada um, na
partilha, herança bastante superior ao valor do empréstimo. Considerando ter
havido o vencimento da dívida depois de realizada a partilha dos bens deixados
pela devedora Bianca, com relação à exigibilidade do crédito Frederico poderá
exigir a dívida toda de Cristiana; de Amanda, apenas a sua cota parte; de
Felipe e de Bernardo, poderá exigir, de cada um, a cota correspondente ao seu
quinhão hereditário.

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 Obrigações quanto ao tempo do adimplemento (do


cumprimento).
De execução ¹instantânea, ²diferida e ³continuada.

Obrigação de execução instantânea (ou momentânea) é aquela que


em um só ato já está consumada, se constitui a obrigação e no momento
seguinte esta já é cumprida. Exemplo: A compra à vista com a entrega da
coisa no instante seguinte.

Obrigação de execução diferida é aquela que ocorre, também, em um


só ato, mas a obrigação não é cumprida no momento seguinte, mas sim em
momento futuro. Exemplo: A compra à vista em que a entrega é feita em
momento futuro.

Obrigação de duração continuada (periódica ou de trato


sucessivo) é aquela que não se cumpre em um só ato e que ocorre por meio
de atos reiterados. Exemplos: A compra e venda a prazo (haverá prestações
periódicas), o fornecimento de determinada mercadoria em prestações
periódicas.

Vamos começar agora outro ponto importante do edital: a transmissão das


obrigações.

Transmissão das Obrigações (arts. 286 a 303).


A transmissão, seja ela de direitos ou de obrigações, pode verificar-se
tanto por causa de morte, como por atos entre vivos. A transmissão que se dá
com a morte é disciplinada e mais bem estudada no direito das sucessões. A
transmissão que julgamos ser mais importante para analisarmos, neste
momento, é aquela realizada pela vontade das partes.
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Veja que a obrigação faz parte do patrimônio do credor, por


consequência, este credor, se quiser, poderá transmiti-la. A mudança da figura
do credor é o que se chama cessão de crédito.

“Mas o que vem a ser cessão?”

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De acordo com Maria Helena Diniz 8 : “O ato determinante de


transmissibilidade das obrigações designa-se cessão, que vem a ser a
transferência negocial, a título gratuito ou oneroso, de um direito, de um dever,
de uma ação ou de um complexo de direitos, deveres e bens, com conteúdo
predominantemente obrigatório, de modo que o adquirente (cessionário) exerça
posição jurídica idêntica à do antecessor (cedente)”.

Cessão é, então, transferência negocial. Neste tipo de negócio teremos a


presença de três envolvidos: ¹o cedente; o cessionário; e aquele que é cedido.

Como espécies de cessão temos: a ¹cessão de crédito; a ²cessão de débito;


e a ³cessão de contrato (este último tipo de cessão é menos cobrado em
concursos).

Vamos analisar cada uma delas:

A cessão de crédito (arts. 286 a 298) enfoca a substituição, por ato


entre vivos, da figura do credor e isto independentemente do consenso do
devedor. O crédito, como parte integrante de um patrimônio, possui um valor
econômico e, sendo assim, é algo que pode ser transmitido, tanto de forma
onerosa como gratuita.
Na cessão de crédito temos como figuras do negócio (ou partes
envolvidas): o cedente (aquele que vende o direito), o cessionário (que
adquire o direito) e o cedido (que é o devedor original, que deve cumprir com
a obrigação de pagar a dívida, agora para outra pessoa). O cedido não participa
ativamente do negócio, mas, como você verá logo a frente, ele precisa ser
notificado.
Na cessão de crédito, este é transferido tal como foi contratado, o que se
modifica é a pessoa que irá cobrar a obrigação. De um modo geral a cessão
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de crédito é permitida, mas atente para o art. 286:


Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser ¹a
natureza da obrigação, ²a lei, ou ³a convenção com o devedor; a cláusula
proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do
instrumento da obrigação.

O próprio contrato pode proibir a cessão de crédito (cláusula proibitiva da


cessão), mas para que isso se torne eficaz perante terceiros de boa-fé, a
cláusula deve constar no instrumento de obrigação, ou seja, no próprio
contrato. Em todos os casos, deve-se verificar se o terceiro, que está

8
Maria Helena Diniz, Manual de direito Civil, Saraiva 2011.

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comprando o crédito, teve conhecimento da cláusula impeditiva. Se não


teve conhecimento, a cessão de crédito poderá ser válida, mesmo perante a
cláusula impeditiva.
Também, é importante destacar que deve estar presente a possibilidade
jurídica para a transmissão do crédito, pois as obrigações personalíssimas,
por sua natureza, não admitem cessão.

Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se


todos os seus acessórios.

Veja então que, em regra, a cessão de um crédito abrange todos os


seus acessórios, mas esta regra comporta exceção. Basta que exista disposição
a esse respeito.

A cessão de crédito pode ser ainda:

¹Gratuita ou ²onerosa, conforme ela se realize com ou sem pagamento


por parte do cessionário.

¹Total ou ²parcial, pois o cedente pode transferir todo o crédito ou,


então, somente uma parte, resguardando para si o resto.

¹Convencional, ²legal ou ³judicial. Convencional é quando decorre da


vontade livre e espontânea entre o cedente e o cessionário. Legal é decorrente
de lei, pois existem casos em que a própria lei prevê esta cessão. Judicial é a
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que decorre de sentença judicial, como por exemplo, nos casos de sucessão
onde haverá a partilha dos bens. Como os créditos também são bens, estes vão
ser transferidos para os herdeiros.

Pode ser ¹pro soluto, quando, com a transferência, o cedente deixa de


ter responsabilidade pelo pagamento do crédito, pela solvência do devedor, mas
continua responsável pela sua existência; ou ²pro solvendo, quando o cedente
continua responsável pelo pagamento, caso o cedido ou devedor não o faça.

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Já foi afirmação de prova, mas de outra banca: “Na cessão pro soluto do
crédito, o cedente não responde pela solvência do devedor, mas apenas pela
existência do crédito”.

Embora a cessão de crédito seja um negócio jurídico não solene (ou


consensual), pois não depende de forma determinada, convém que a cessão
seja feita por escrito, pois assim terá validade contra terceiros9.

Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se


não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido
das solenidades do § 1o do art. 654.
(Art. 654, § 1º. O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi
passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga
com a designação e a extensão dos poderes conferidos).
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a
cessão no registro do imóvel.

Trata-se de garantia para o cessionário, pois com esta atitude – de


averbação na escritura do imóvel no registro de imóveis, o ato de cessão gera
efeitos contra todos (erga omnes).

No art. 290 temos a informação quanto à necessidade de notificação do


devedor:
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a
este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou
particular, se declarou ciente da cessão feita.

Assim, a cessão de crédito não está condicionada a aceitação do


devedor, mas ele deve ser notificado de quem é o credor da obrigação, para
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poder efetuar o pagamento. Esta notificação ao devedor pode ser feita tanto
pelo cedente (aquele que está cedendo) como pelo cessionário (aquele que está
adquirindo o direito).
Como dito anteriormente, a cessão prescinde (não precisa) de autorização
do devedor, que dela, apenas, deve ter ciência. O devedor não faz parte
diretamente do negócio jurídico que é a cessão de crédito.
Se a cessão foi desmembrada, e existirem vários credores, o devedor
deve ser informado de tal situação e esta não deve lhe gerar maiores gastos, ou
seja, sua situação não poderá ser agravada sem sua concordância.

9
Esses “terceiros” citados no texto da lei devem ter interesse no patrimônio das partes. Não
podendo ser qualquer pessoa.

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Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se


completar com a tradição do título do crédito cedido.

Esta situação irá ocorrer, quando o crédito for vendido várias vezes, para
diferentes pessoas. Nestes casos não está obrigado o devedor a procurar o
último cessionário para fazer o pagamento. De acordo com o artigo, ele pagará
ao cessionário que lhe apresentar o título do crédito cedido. Se isso vier a
causar algum dano para os demais cessionários, será resolvido entre eles.

O art. 294, fala das exceções (das defesas que dispõe o devedor), e diz
assim:
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem,
bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha
contra o cedente.

Desse modo, se o devedor podia em sua defesa, por exemplo, alegar erro
ou, então, dolo contra o cedente, também poderá fazê-lo contra o cessionário.
Isso se dá, porque o crédito se transfere com as mesmas características
que possuía originariamente.

A responsabilidade do cedido é cumprir com a obrigação. Já a


reponsabilidade do cedente, nas cessões a título oneroso, ainda que não se
responsabilize pelo cumprimento da obrigação, está na existência do crédito
ao tempo da cessão. Isto também é valido nas cessões a título gratuito, se o
cedente agiu de má-fé. É o que diz o art. 295:
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize,
fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu;
a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver
procedido de má-fé.

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Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência10
do devedor.

O cedente, em regra, assume apenas obrigação de garantia e


existência do credito, mas veja que é verdadeira a informação: “O cedente
pode responder pela solvência do devedor”, basta que haja estipulação neste
sentido (convencionada entre as partes). O artigo 297 continua:
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não
responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de

10
Solvência é a situação econômica positiva, quando os haveres superam, em valores, às
dívidas.

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ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a


cobrança.

Se as partes convencionaram a responsabilidade do cedente, este não


pode ser responsabilizado por mais do recebeu, respeitando o que foi dito no
art. 297.

Finalizando o assunto cessão de crédito, temos o art. 298:


Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que
tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação
dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.

Veja como esse assunto foi cobrado pela em prova:

FCC 2016 /DPE-BA/Defensor Público.


Foi considerado correto o seguinte enunciado: a cessão de crédito não depende
da anuência do devedor para que seja válida.

A cessão de débito (ou assunção de dívida), que não ocorre sem a


anuência do credor, de acordo com Maria Helena Diniz é um negócio jurídico
bilateral, pelo qual o devedor será o cedente e, com anuência expressa do
credor (será o cedido), transfere a um terceiro (assuntor ou cessionário) os
encargos obrigacionais, de modo que este assume sua posição na relação
obrigacional, substituindo-o, responsabilizando-se pela dívida, que subsiste com
todos os seus acessórios. Vamos colocar na prática, veja o exemplo abaixo:

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¹João deve pra ²Otávio. Surge, na relação obrigacional, a figura de ³Paulo,


um terceiro, que será o assuntor ou cessionário.
³Paulo assume a obrigação, que era de ¹João (devedor primitivo), perante
²Otávio (credor).

No código civil, o conceito para a assunção de dívida está no art. 299:


É facultado à terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento
expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao
tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta
na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.

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Do que foi dito acima, podemos extrair os pressupostos da cessão de


débito:

Existência e validade da obrigação transferida.

Substituição do devedor sem alteração na substância do vínculo


obrigacional, salvo se o novo devedor, ao tempo da assunção da dívida, era
insolvente e o credor ignorava.

Concordância expressa do credor.

Observância dos requisitos relacionados para os negócios jurídicos.


A assunção pode ¹liberar o devedor primitivo, ou ²mantê-lo ligado ainda
à obrigação. Trata-se de uma opção das partes, uma escolha do credor.

Entretanto, o art. 300 nos diz:


Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a
partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao
credor.

“O que isto expresso no art. 300 quer dizer?”

O fiador, por exemplo, não é obrigado a garantir um devedor que não


conhece, que não confie. A ideia é no sentido de que as garantias ditas
especiais não permanecerão com a assunção se não houver menção expressa a
este respeito. No entanto, permanecem as garantias dadas pelo devedor
primitivo ligadas a sua pessoa.

Quanto as suas características a cessão de débito: ¹possui natureza


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contratual; ²se o negócio exigir forma especial, assim deverá ser feito, caso
contrário à forma é livre; ³os vícios possíveis são os dos negócios jurídicos em
geral.

Importante
A assunção de dívida (cessão de débito) pode se dar através de dois
modos: ¹por acordo entre o terceiro e o credor (expromissão); ou ²por acordo
entre o terceiro e o devedor (delegação).

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Expromissão é quando o terceiro contrai perante o credor a obrigação de


liquidar o débito. O acordo é entre o terceiro e o credor. Esta expromissão pode
ocorrer com a liberação do devedor – assunção perfeita, ou manter-se o
devedor cumulativamente responsável pela obrigação – assunção de débito
imperfeita.

Delegação, se o devedor transferir a terceiro, com a anuência do credor, o


débito com este contraído. Subdivide-se em: primitiva, se o terceiro assumir
toda a dívida, excluído o devedor original; e simples ou cumulativa, se o
terceiro entrar na relação obrigacional unindo-se ao devedor primitivo, que
continuará vinculado.

De todo modo, o principal efeito da assunção é a substituição do


devedor na relação obrigacional.

Os artigos 301 e 302 apresentam outros efeitos da assunção:


Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito,
com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este
conhecia o vício que inquinava a obrigação.
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que
competiam ao devedor primitivo.

Assim, na falta de estipulação expressa, as exceções (defesas) oponíveis


pelo primitivo transferem-se ao terceiro, salvo as exceções pessoais.

Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento
do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a
transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.

Pois quem adquire um imóvel que está hipotecado, na maioria das vezes,
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absorve no preço o valor da hipoteca e se assume a dívida a partir daquele


momento. Se o credor, notificado da mudança e da assunção da dívida, não se
manifestar no prazo estabelecido pela lei, dá-se o seu assentimento.

A cessão da posição contratual (próximo ponto que será visto) não


tem sido muito cobrada em concursos. De todo modo, é bom que
você tenha uma visão geral acerca do assunto, por isto incluímos
na aula.

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A cessão de posição contratual é a transferência da inteira posição


ativa e passiva, do conjunto de direitos e obrigações de que é titular uma
pessoa, derivados de contrato bilateral já ultimado, mas de execução ainda não
concluída.
Nesse negócio, vamos ver que uma das partes (cedente), com o
consentimento do outro contratante (cedido), transfere sua posição no contrato
a um terceiro (cessionário). Para que não ocorra confusão com a terminologia,
chama-se o contrato original de contrato base.
Vimos que na cessão de crédito substitui-se uma das partes na obrigação,
apenas do lado ativo e em um único aspecto da relação jurídica. O mesmo
acontecendo na assunção de dívida. Entretanto, ao transferir uma posição
contratual, transfere-se todo um conjunto de direitos e deveres,
consequentemente, transfere-se o crédito e também o débito, isto não como
contrato principal, mas como parte, como elemento do negócio jurídico.
A cessão de posição contratual possui como objeto a substituição de uma
das partes no contrato, o qual objetivamente permanecerá o mesmo. Assim, a
cessão de todos os créditos e de todas as pretensões presentes e futuras e a
assunção de todas as dívidas não esgota o conteúdo jurídico do tema em
estudo. Ou seja, o negócio jurídico básico, ultrapassa o somatório dos direitos
transferidos. O que se transfere é uma relação jurídica fundamental, e não a
soma de créditos e débitos.
A cessão de posição contratual situa-se basicamente nas relações a prazo,
duradouras, mas não está por elas limitada. Portanto, enquanto um contrato
não estiver completamente exaurido, o que não se confunde com contrato
cumprido, haverá possibilidade de cessão de posição contratual, dependendo
sempre da necessidade econômica das partes. O caso concreto é que mostrará
a necessidade.

A concordância do terceiro-cedido é de suma importância para a


formação da cessão de posição contratual. Essa concordância, embora
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necessária, pode ser simultânea, prévia ou posterior ao negócio jurídico.

Haverá concordância contemporânea ou simultânea quando uma das partes


manda a proposta de cessão diretamente às outras duas.

Haverá concordância posterior se a concordância do cedido ocorrer após o


acerto da cessão entre cedente e cessionário.

Haverá concordância prévia quando no contrato base já houver previsão e


autorização para uma futura cessão.

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A falta de consentimento do cedido impede o aperfeiçoamento da cessão


e o relacionamento entre cedente e cessionário permanece no campo da
responsabilidade pré-contratual.
O principal efeito da cessão de contrato é a substituição de uma das
partes de contrato–base, permanecendo este íntegro em suas disposições.
Todo complexo contratual, direitos e obrigações provenientes do contrato
transferem-se ao cessionário.
Na cessão de posição contratual, o cedente é responsável pela existência
do contrato, por sua validade e pela posição que está cedendo. Caso não
ocorram tais circunstâncias, a solução será uma indenização por perdas e
danos, com ressarcimento da quantia acordada para a transferência da posição
contratual. Ainda que o negócio seja gratuito, poderá gerar direito à
indenização. Em se tratando de cessão onerosa, a responsabilização
independe de culpa. A culpa funcionará, talvez, como um reforço para o
quantum indenizatório.
Na hipótese de inexistir o contrato cedido, ou de não existir de forma que
permita a eficácia da cessão, há, na verdade, uma impossibilidade do negócio
por inexistência de objeto.
O cedente não se responsabiliza pelo adimplemento11 do contrato. Pode,
no entanto, assumir perante o cessionário uma garantia, maior ou menor,
dependendo das cláusulas do negócio, pelo adimplemento das obrigações
contratuais do cedido. Porém, se não houver expressado menção do tipo de
garantia, existirá uma caução fidejussória12, nada impedindo, no entanto, que
as partes coloquem a responsabilidade solidária total ou parcial, restrita a
determinado valor, ou mesmo restrita a uma só assunção de dívida do contrato
base.
Na transferência de posição contratual, devem as partes identificar
claramente o objeto do negócio, sempre que possível avisando o cedente ao
cessionário de todas as cláusulas do contrato cedido. É muito importante, que
no mesmo instrumento ou em instrumento à parte, em cópia fiel, conste o
contrato base. Deste modo, estará o cessionário plenamente ciente da situação
contratual que está assumindo. Como também deve o cedente dar todas as
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informações necessárias ao cessionário, para que ele tenha condições de


cumprir com seu novo acordo.
O acordo preparatório entre cedente e cessionário não produz qualquer
efeito quanto ao cedido sem sua anuência, ainda que posterior.
Com a transferência de sua posição contratual, ausenta-se o cedente da
relação jurídica. Neste tipo de negócio, podem as partes estipular que há uma

11
Pelo cumprimento do contrato.
12
As garantias contratuais se dividem em reais e fidejussórias. Nas reais é oferecido um bem
para assegurar o cumprimento da obrigação, através de hipoteca, penhor ou anticrese. Já nas
garantias fidejussórias é uma pessoa quem vai assegurar o cumprimento da obrigação, através
de aval ou fiança.

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cessão de posição contratual, mas que o cedido pode agir contra o cedente em
caso de inadimplemento do cessionário. Entretanto, as partes devem
manifestar-se expressamente quanto a isso, caso não o façam haverá total
liberação do cedente.
Quanto ao cessionário e o cedido, ambos passam a ser partes no
contrato-base. O cessionário toma o lugar do cedente nos direitos e obrigações.
O cedido só se libertará de suas obrigações contratuais com pagamento ao
cessionário após tomar conhecimento e anuir na cessão. O contrato pode ser
cedido em trânsito, isto é, parcialmente cumprido.

Lembrem-se: só se transferem as relações jurídicas ainda


existentes.
Transfere-se a posição contratual no estado em que se encontra para o
cedente. Todos os acessórios dos direitos conferidos pelo contrato também se
transmitem ao cessionário, inclusive sua posição subjetiva de parte processual.
As garantias para o contrato, fiança, hipoteca, penhor, prestadas por terceiro,
necessitam do consentimento deste para permanecerem íntegras.

Resumindo!
Efetivar-se-á a cessão de contrato somente se:
1. O contrato transferido for bilateral.
2. O contrato for suscetível de ser cedido de maneira global.
3. Houver transferência ao cessionário não só dos direitos como também dos
deveres do cedente.
4. O cedido consentir, prévia ou posteriormente, uma vez que a cessão de
contrato implica, concomitantemente, uma cessão de crédito e uma
cessão de débito.
5. Houver observância dos requisitos do negócio jurídico.
6. A obrigação não for personalíssima, nem houver cláusula vedando a
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cessão.

A cessão de contrato produz as seguintes consequências jurídicas:


1. Transferência do crédito e do débito de um dos contraentes a um
terceiro.
2. Subsistência da obrigação.
3. Liberação do cedente do liame contratual se houver consentimento do
credor ou se se configurar hipótese em que a lei dispensa tal
concordância.

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Atenção: a falta de texto expresso em lei, não inibe o negócio de


cessão de posição contratual. Este contrato entra no campo dos contratos
atípicos e situa-se no direito dispositivo das partes. O vigente CC faz referência
expressa a essa possibilidade, em seu art. 425:
É lícito as partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas
neste código.

Adimplemento e Extinção das Obrigações.


 Pagamento.
A obrigação tem papel fundamental na nossa sociedade, faz circular a
riqueza. Mas uma vez cumprida à obrigação, ocorre o seu adimplemento e o
sujeito passivo fica liberado da obrigação. Exaure-se esta obrigação, ainda que
outra obrigação idêntica venha a surgir posteriormente entre as mesmas
partes. Normalmente a obrigação se extingue pelo pagamento, o meio
normal ou ordinário de extinção das obrigações. E neste sentido, entende-se
por pagamento, como toda forma de cumprimento da obrigação.
Portanto, há pagamento, para ambas as partes: na compra e venda, o
comprador deve pagar “dinheiro”, e o vendedor deve pagar a “coisa”,
entregando-a ou colocando-a a disposição do comprador.
Justamente por poder o pagamento assumir as mais variadas formas, se
torna difícil sua classificação quanto à natureza jurídica, pois é impossível
compreender o pagamento como sendo de natureza unitária.
Um dos requisitos essenciais do pagamento é a intenção, daquele que
paga, de extinguir a obrigação assumida. O que importa no pagamento é a
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realização real da prestação. Normalmente, quem paga é o próprio devedor.


Porém, pode acontecer de outros fazerem o pagamento e o credor deve aceitar
o pagamento ainda que provenha de terceiros. É neste sentido o art. 304:
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o
credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à
conta do devedor, salvo oposição deste.

Deste modo, temos três categorias de pessoas aptas a figurar como


solvens (termo jurídico que designa aquele que paga). O primeiro, como vimos,
é o próprio devedor, por si mesmo, ou seu representante. Pode também
pagar, o terceiro, interessado ou não. O terceiro interessado é o que está no

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caput do art. 304, e como exemplo temos o fiador. O art.304 §único, fala em
terceiro não interessado, que também tem o direito de pagar se o fizer em
nome e por conta do devedor (como exemplo, temos um pai que paga a dívida
de seu filho). Neste último caso não há representação, autorização ou mesmo
ciência do devedor.

O pagamento deve ser aceito e o solvens tem a mesma legitimidade de


consignar 13 , que tinha o devedor original, se houver resistência por parte do
credor em receber o pagamento.
Se o terceiro não interessado pagar em seu próprio nome, tem
direito a reembolsar-se do que pagar, mas não adquire os direitos do credor. Há
somente direito a uma ação simples de cobrança. Deste modo está no art. 305:
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem
direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no
vencimento.

Se, porém, o terceiro pagar sem que o devedor tome conhecimento ou


diante de sua oposição, sendo que havia meios para que o devedor pudesse
ilidir (impedir) a ação de cobrança do credor, não caberá reembolso do
pagamento ao terceiro. Neste sentido temos o art. 306: “O pagamento feito
por terceiro, ¹com desconhecimento ou ²oposição do devedor, não obriga
a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a
ação”.

O art.307 trata do pagamento que importe em transmissão de


propriedade:
Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade,
quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.
Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar
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do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o
direito de aliená-la.

Para a transmissão do domínio deverão estar presentes todos os


requisitos do negócio jurídico. Se, porém, tratar-se de coisa fungível 14 , já

13
O termo consignar vem de uma medida chamada consignação em pagamento, que ocorre
quando o credor se recusa a receber o pagamento, e o devedor, para não ficar inadimplente,
faz esta consignação em pagamento, ou seja, deposita em juízo o valor. O devedor não ficará
inadimplente até que se decida a questão.
14
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie,
qualidade e quantidade.

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consumida pelo credor de boa-fé, não se pode mais reclamar a coisa. O assunto
se resolverá por indenização.
Para que se configure a situação do art.307 §único são necessárias três
condições: ¹que o pagamento seja de coisa fungível; ²que tenha havido boa-fé
por parte do accipiens (termo jurídico para designar quem recebe); e ³que
tenha sido consumida a coisa. Enquanto não consumida, haverá direito à
repetição, no todo ou em parte da coisa.

A regra geral sobre quem recebe é a do art. 308:


O pagamento deve ser feito ¹ao credor ou ²a quem de direito o represente, sob
pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu
proveito.
No entanto, podem ocorrer exceções. Tanto o credor poderá estar inibido
de receber, como o devedor poderá, em certas situações especiais, pagar
validamente a quem não seja credor. Como também podem os contraentes, no
momento de fazer o contrato, estipular que o accipiens seja um terceiro, que
não tenha nenhuma relação material com a dívida, mas está intitulado para
recebê-la.

Atenção: Em regra, se o pagamento não for efetuado ao credor ou ao


seu representante, será ineficaz. Entretanto, da leitura do art. 308, vimos que o
pagamento pode ser feito a pessoa não intitulada e mesmo assim valer se
houver ratificação do credor ou de seu representante.

No art. 311 temos outro caso de pagamento à pessoa que não o credor,
trata-se do portador de recibo de quitação:
Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as
circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante.
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A presunção é a de que quem se apresenta com um recibo firmado por


terceiro possui mandato específico para receber, é portador de quitação.

Já no art. 309 temos a figura do credor putativo, que é a pessoa que


tenha a mera aparência de credor ou de pessoa autorizada a receber:
O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não
era credor.

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Atenção! O art. 309 do CC DESPENCA em prova! Portanto, decorem


esse artigo!

CC: Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao


credor putativo é válido, ainda provado depois que
não era credor.

Veja como o art. 309 do Código Civil foi cobrado em prova:

VUNESP 2016/Prefeitura de Alumínio - SP/Procurador Jurídico.


Foi considerado correto o seguinte enunciado: O pagamento feito de boa-fé a
credor putativo é válido.

CAIP-IMES 2016/CRAISA de Santo André – SP/Advogado.


Foi considerado correto o seguinte enunciado: O pagamento feito de boa-fé ao
credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.

FCC 2013/MPE-MA/Analista Ministerial – Direito.


Foi considerado INCORRETO o seguinte enunciado: O pagamento feito de boa-
fé ao credor putativo não é válido para exonerar o devedor do débito para com
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o verdadeiro credor.

FCC 2012/TRT - 11ª Região (AM e RR)/ Analista Judiciário - Área


Judiciária.
Foi considerado correto o seguinte enunciado: De acordo com o Código Civil
brasileiro, o pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda
provado depois que não era credor.

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VUNESP 2012/TJ-MG/Juiz.
Foi considerado correto o seguinte enunciado: O pagamento feito de boa-fé ao
credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.

TJ-DFT 2011/TJ-DFT/Juiz.
Foi considerado correto o seguinte enunciado: Quando se busca saber a quem
se deve pagar, diz a lei civil que “o pagamento deve ser feito ao credor ou a
quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado,
ou tanto quanto reverter em seu proveito”. Diante disso, o pagamento feito de
boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor;

FCC 2010/MPE-SE/Analista – Direito.


Foi considerado INCORRETO o seguinte enunciado: O pagamento feito de boa-
fé ao credor putativo não é válido, provado ou não posteriormente que não
era credor.

FCC 2010/ SEFIN-RO/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais.


Foi considerado INCORRETO o seguinte enunciado: O pagamento feito de boa-
fé ao credor putativo é válido, exceto se provado depois que não era credor.

FCC 2009/TRE-PI/Analista Judiciário - Área Judiciária.


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Foi considerado correto o seguinte enunciado: O pagamento feito de boa-fé ao


credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.

CESPE 2008/ INSS/Analista do Seguro Social – Direito.


Foi considerado correto o seguinte enunciado: Se o devedor age de boa-fé e
amparado pela escusabilidade do erro, considera-se válido o pagamento feito
por ele ao credor putativo.

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Teoria e Questões
Aula 04 – Profa Aline Santiago

FCC 2008/TRF - 5ª REGIÃO/Analista Judiciário - Área Judiciária.


Foi considerado correto o seguinte enunciado: O pagamento feito de boa-fé ao
credor putativo é válido ainda provado depois que não era credor.

FCC 2008/ TRF - 4ª REGIÃO/Analista Judiciário - Área Judiciária -


Execução de Mandados.
Foi considerado correto o seguinte enunciado: O pagamento feito de boa-fé ao
credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.

Ufá! Vamos continuar com a nossa aula! 

A lei condiciona a validade do pagamento ao fato de o accipiens ter a


aparência de credor e estar o solvens de boa-fé. Restará ao verdadeiro credor
haver o pagamento do falso accipiens.

Há casos em que o devedor pode ver-se livre da obrigação, mesmo tendo


pagado a terceiro não intitulado. Isso ocorrerá em três situações:
1. Na hipótese que estudamos em que ocorre a ratificação, pelo credor, do
pagamento recebido (art. 309).
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2. Na hipótese em que o pagamento reverterá em benefício do credor (art.


308, visto acima, a prova será do solvens).
3. E, por fim, na hipótese do credor putativo.

O art. 310 refere-se ao pagamento feito à pessoa incapaz de quitar:


Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor
não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.

Outra situação que inibe o credor de receber é a do art. 312:


Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou
da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que

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poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso


contra o credor.

Quanto ao pagamento, este deve compreender quanto ao seu objeto


àquilo que foi acordado. Não sendo obrigado a receber nem mais, e nem menos
que o acordado.

Quanto ao objeto do pagamento, começaremos com o art. 313:


O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda
que mais valiosa.

Como regra geral, só existirá solução da dívida, com a entrega do objeto.


Se a prestação é complexa, constantes de vários itens, não se cumprirá a
obrigação enquanto não atendidos todos.

Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda


corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes.

E o artigo 317 admite a intervenção judicial para a correção do valor no


pagamento do preço quando “por motivos imprevisíveis, sobrevier
desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do
momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de
modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação”. Neste caso
temos a aplicação da Teoria da Imprevisão15, que traz exceção ao tema quanto
ao objeto do pagamento, é a correção judicial do contrato.

E, neste mesmo tema, temos o art. 316, que diz que:


É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.
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Este artigo está relacionado aos índices de correção monetária, portanto


cláusula móvel das prestações, algo que, sem dúvida, converte-se em terreno
acidentado para o interessado.

O art. 318 traz uma proibição:


São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem
como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional,
excetuados os casos previstos na legislação especial.

15
Quando imprevistos alheios ao contrato e vontade das partes autorizam a revisão do contrato
pelo juiz.

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Assim, negócios em moeda estrangeira somente são permitidos, por


exceção, nos contratos de importação e exportação; nos contratos de compra e
venda de câmbio e nos contratos celebrados com pessoa residente e
domiciliados no exterior. Trata também da proibição da chamada cláusula de
ouro, que está mais relacionada à legislação especial de natureza financeira.
Os pagamentos contratados em medida ou peso devem obedecer aos
costumes do lugar. Os termos arroba, braças, alqueires podem variar de acordo
com as regiões em que as obrigações houverem de ser cumpridas.

Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no


silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução.
A prova do pagamento é a demonstração material, é manifestação
externa de um acontecimento. Quem paga tem direito a prova desse
pagamento, que é a quitação.

Vamos ver os artigos 319 e 320 conjuntamente:


Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o
pagamento, enquanto não lhe seja dada.
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular,
designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este
pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu
representante.
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação,
se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.

Aí estão os requisitos do recibo, instrumento da quitação. Trata-se de


prova cabal de pagamento, porque em juízo não se aceitará prova
exclusivamente testemunhal para provar o pagamento, se o valor exceder ao
teto legal.
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Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite


nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo
vigente no País ao tempo em que foram celebrados. (Revogado pela Lei n º 13.105,
de 2015)
Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é
admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito.

A quitação, contendo os requisitos do art. 320, não necessita ter a


mesma forma do contrato. É dever do credor dar a quitação, uma vez
recebido o pagamento. Se o credor se recusar a conceder a quitação ou não a
der na forma devida, pode o devedor acioná-lo, e a sentença substituirá a
regular quitação.

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Há débitos literais, isto é, representados por um título.

Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este,
poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o
título desaparecido.

A posse do título pelo credor é presunção de que o título não foi pago. Daí
a necessidade da declaração.

A partir do art. 322 o código civil trata das presunções de pagamento,


que são relativas, admitindo, portanto, prova em contrário:
Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até
prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.

Pois seria lógico que se entende que o credor não receberia a última
prestação se as anteriores não houvessem sido pagas. Porém, admite-se prova
em contrário. Um exemplo disso são nossas contas de luz, gás, telefone, em
que se lê: “a quitação da última conta não faz presumir a quitação de débitos
anteriores”.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:


CESPE 2016/TCE-PA/Auditor.
Foi considerado correto o seguinte enunciado: Indivíduo que se comprometer
ao pagamento da obrigação em prestações sucessivas terá a seu favor a
presunção de pagamento se tiver recibo de quitação da última.

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Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se
pagos.

Outro caso de presunção de pagamento.

Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.


Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em
sessenta dias, a falta do pagamento.

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A presunção é relativa porque o título pode ter sido obtido com violência,
ou a remessa do título pode ter sido efetuada por engano, por exemplo.
Esse prazo é decadencial. Qualquer que seja o meio, o instrumento de
quitação, nesse prazo decadencial, pode o credor provar a falta de
pagamento.
As despesas com o pagamento e a quitação correm por conta do devedor,
salvo estipulação em contrário.

Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a


quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa
acrescida.
Deste modo, qualquer fato imputável ao credor que gere acréscimo de
despesa deverá ser a ele imputado. A regra geral é a de que não é justo que o
devedor arque com as despesas por fatos supervenientes para os quais não
concorreu.

Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á,


no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução.

Deste modo, se as partes acordaram o pagamento de terra em alqueires


no Mato Grosso, entende-se que a medida utilizada será a daquela região, se
não houver ressalva expressa.

Do Lugar do Pagamento (arts. 327 a 330).


A regra geral, quanto ao lugar do pagamento, está no art. 327:
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes
convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da
obrigação ou das circunstâncias.
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.
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A regra geral, portanto, é ser a dívida quérable – ou seja, quando o


credor procurar o devedor para pagamento da dívida. Em caso de disposição
contratual em contrário, quando o devedor é quem deve procurar o credor em
seu domicílio, ou em outro local por ele indicado, para o pagamento da dívida,
diz-se que a dívida é portable.
As regras deste art. 327 são supletivas a vontade das partes. Quanto à
regra do parágrafo único, deve o credor, notificar em tempo hábil ao devedor
sua escolha, para que este possa fazer o pagamento. Se ocorrer de o devedor
mudar de endereço, e o pagamento tiver, necessariamente, de ser feito em

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outro lugar, arcará o devedor com as custas acarretadas ao credor, como por
exemplo, as taxas de remessa bancária.
A importância de se estipular um lugar para ser realizado o
pagamento – se quérable ou portable, reside na ocorrência da mora. Pois pode
acontecer de o devedor achar que o credor virá cobrar a dívida – quérable,
mas na verdade é o devedor quem deve procurar o credor para realizar o
pagamento – portable. Assim, um fica na espera do outro, e o credor pode
concluir que o devedor não irá realizar o pagamento, constituindo-o em mora.

O art. 328 trata de pagamento consistente na tradição16 de um imóvel:


Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações
relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem.

A expressão “prestações relativas a imóvel”, não significam aluguéis, são


referentes a serviços a serem realizados no local do imóvel, como reparos por
exemplo.
Agora, imaginemos que o local estipulado, em contrato, para pagamento
da dívida, se encontre isolado ou em estado de calamidade pública. Tendo em
vista tal fato, o pagamento terá de ser realizado em outro local, estranho ao
contrato. Este pagamento deverá ser feito sem prejuízos para o credor. Este é o
teor do art. 329:
Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado,
poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor.

Em regra, o caso fortuito e a força maior não autorizam


indenizações.

Outra situação que pode ocorrer é quando no contrato conste um local de


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pagamento, mas este ocorre reiteradamente em local diverso, presume-


se a renúncia do credor ao local previsto no contrato.

Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do
credor relativamente ao previsto no contrato.

Entenda, no entanto, que esta presunção é relativa.

16
Termo jurídico que quer dizer entrega. Entrega de bem imóvel.

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Do Tempo do Pagamento (arts. 331 a 333).


O momento em que uma obrigação deve ser cumprida é muito
importante para a identificação do inadimplemento total e da mora.

Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o
pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.

Este artigo se aplica as chamadas obrigações puras, pois as obrigações


ditas a termo são aquelas que, por sua própria natureza, não podem ser
exigidas de imediato, como, por exemplo, os empréstimos.
Quando existe um prazo, a obrigação só pode ser exigida pelo credor
com o advento do termo desse prazo. Entre nós o prazo presume-se
estipulado em benefício do devedor.

É o que está no art. 133:


Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em
proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das
circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os
contratantes.

Se a obrigação consistir em prestações periódicas, cada prestação deve


ser estudada isoladamente. Se por um lado a prestação pode ser cumprida
antecipadamente, por outro lado não pode ser cumprida além do prazo
marcado. Se de um lado, o devedor pode antecipar o cumprimento, inclusive
com medida judicial, não pode pedir dilação de prazo ao juiz, ressalvada as
situações de caso fortuito ou de força maior.
O credor não pode exigir o pagamento antes do vencimento, sob
pena de ficar obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento; a
descontar os juros correspondentes, embora estipulados; e a pagar as custas
em dobro.
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Isso de acordo com o art. 939:


O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em
que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento,
a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em
dobro.

Já o devedor que se antecipa e paga antes do termo, o faz por sua conta
e risco.
Quando a obrigação não possui termo certo, o credor pode interpelar
o devedor para que cumpra a obrigação num prazo razoável, que poderá ser
fixado pelo juiz.

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No dia de pagar a dívida, esta pode ser paga até a expiração das 24h.
Mas tem que se ter atenção quanto aos horários bancários, de comércio, ou
forense.

O art. 332 trata das obrigações condicionais:


As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo
ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor.

As obrigações condicionais são aquelas que ficam suspensas até o


implemento desta condição.
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade
das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.

Como vimos o credor não pode exigir a dívida antes do prazo estipulado,
mas o art. 333, em determinados situações, autoriza esta cobrança antecipada.
Vamos a ele:
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo
estipulado no contrato ou marcado neste Código:
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro
credor;
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito,
fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva,
não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes.

Portanto, este artigo autoriza a cobrança antecipada pelo credor em


três situações:
A primeira é no caso de falência do devedor, e no concurso creditório, que é
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caracterizado pela insolvência civil, semelhante à falência da pessoa jurídica.


Essa insolvência ocorrerá quando as dívidas do devedor forem maiores que seu
patrimônio hábil para pagamento, e não tenha condições de mudar esta
situação.

O segundo caso é quando há garantia real representado por hipoteca ou


penhor, os bens dados em garantia sofram penhora por outro credor. Presume-
se, pela ocorrência deste fato, que se este outro credor não encontrou outros
bens livres e desembaraçados é porque a situação do devedor não é boa.

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O terceiro caso é quando há uma diminuição na garantia pessoal ou real ou


mesmo sua perda. Por exemplo, quando morre o fiador. Neste caso o devedor
deve ser intimado a reforçar sua garantia, em prazo razoável. Se assim não o
fizer, a lei autoriza como nos demais casos, a cobrança antecipada da dívida.

Estes casos são taxativos. Não há outros dentro do ordenamento civil.

O pagamento direto é, sem dúvida, a forma mais importante de


adimplemento de obrigações, porém este pagamento pode ser realizado de
forma indireta.

A seguir traremos, então, os demais artigos (arts. 334 a 388) que


também tratam do adimplemento das obrigações, das regras especiais de
pagamento e das formas de pagamento indireto.

Atenção: o assunto é bastante extenso, e de certo modo sua cobrança


em provas acaba sendo literal. Para você não ter que ficar consultando o código
civil, faremos o seguinte: daremos a definição conceitual de cada forma de
adimplemento e transcreveremos todos os artigos, comentando os mais
importantes.

Pagamento Indireto.
 Do Pagamento em Consignação
A primeira regra especial sobre o pagamento que aparece no CC/2002 é o do
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pagamento feito em consignação. Nas palavras de Flávio Tartuce 17 : “O


pagamento em consignação, regra especial de pagamento, pode ser
conceituado como o depósito feito pelo devedor, da coisa devida, para liberar-
se de uma obrigação assumida em face de um credor determinado”.
O art. 334 nos informa que tal depósito pode ocorrer de forma judicial ou
extrajudicial:
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou
em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.

17
Manual de Direito Civil, pg.356.

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Atenção! A consignação em pagamento está relacionada a uma


obrigação de dar (o pagamento). Não pode estar relacionada a
obrigações de fazer ou não fazer.

O artigo seguinte (art.335) normatiza em quais situações que poderá ser feito
este tipo especial de pagamento – a consignação:
Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar ¹receber o pagamento, ou
²dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição
devidos;
III - se o credor for ¹incapaz de receber, ²for desconhecido, ³declarado ausente, ou
4
residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do
pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

Para que a consignação tenha força de pagamento, ou seja, para que seja
válida e eficaz para o adimplemento da obrigação, esta consignação deverá
respeitar todas as condições do pagamento direto.
Este é o conteúdo do art. 336:
Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em
relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais
não é válido o pagamento.

Quanto ao lugar em que será efetivado o depósito, temos o art. 337:


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O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue,


para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.

A consignação é um meio oferecido pela lei, para que se cumpra uma


obrigação e assim se evite as consequências de um inadimplemento. Se a
consignação for realizada de forma extrajudicial, através de um depósito
bancário, o credor será notificado deste depósito para, no prazo de dez dias,
impugná-lo ou declarar sua aceitação.
Assim, enquanto o credor não se manifestar poderá o devedor
levantar o depósito, de acordo com o art. 338:

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Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o
impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas
despesas, e subsistindo a obrigação para todas as consequências de direito.

Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo,


embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores.

Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no
levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à
coisa consignada, ficando para logo desobrigados os codevedores e fiadores que não
tenham anuído.

Aquiescer é consentir.

Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no
mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-
la, sob pena de ser depositada.

Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para
esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor
escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente.
Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta
do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor.

Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação,


mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio,
assumirá o risco do pagamento.

Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem
mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação.
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 Do Pagamento com Sub-Rogação


O pagamento feito com sub-rogação é aquele em que o credor originário
será pago por devedor estranho a relação obrigacional originária. Ou seja,
terceira pessoa efetuará o pagamento perante o credor originário.
Observem que a obrigação neste tipo especial de pagamento não
será extinta. Somente haverá uma mudança no polo ativo, uma vez que o
credor originário será substituído pelo terceiro que pagou a dívida, pois o
devedor originário continuará a dever, agora para o terceiro.

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Existe a sub-rogação legal – que é aquela determinada por lei, caso do art.
346, e a sub-rogação convencional, art. 347, que são os pagamentos
realizados por pessoas que não possuem um interesse direto na dívida.

Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:


I - do credor que paga a dívida do devedor comum;
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem
como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre
imóvel;
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado,
no todo ou em parte.

Art. 347. A sub-rogação é convencional:


I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere
todos os seus direitos;
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a
dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor
satisfeito.

Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o disposto quanto à


cessão do crédito.

Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações,


privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os
fiadores.
Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as
ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor.

Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao


sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para
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saldar inteiramente o que a um e outro dever.

 Da Imputação do Pagamento
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um
só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem
líquidos e vencidos.

Do artigo acima podemos concluir, que a imputação do pagamento, é


uma faculdade atribuída ao devedor que possui vários débitos, na qual, este
poderá escolher dentre os diversos débitos, a obrigação que será extinta

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através do pagamento. Desde que estes débitos sejam perante o mesmo


credor, de mesma natureza, líquidos18 e vencidos.

Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas
quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a
reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido
violência ou dolo.

Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros
vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a
quitação por conta do capital.

Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa
quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro
lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação
far-se-á na mais onerosa.

O artigo 355 será utilizado, quando o devedor não indicar a qual das
dívidas quer imputar o pagamento, e nem o credor indicar na hora da
quitação. Assim sendo a lei ordena que a imputação seja feita nas dívidas
líquidas e vencidas em primeiro lugar.

 Da Dação em Pagamento
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.

Da leitura do art. 356 já podemos intuir o que seja a dação em


pagamento. Assim, ocorre a dação em pagamento quando o devedor, com a
anuência do credor, entrega, como pagamento, prestação diversa da
que foi acordada.
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A dação em pagamento pode então ser corretamente definida como um


acordo entre o credor e o devedor, com o objetivo de extinguir a obrigação,
no qual consente o credor em receber coisa diversa da devida, em
substituição à prestação que lhe era originalmente objeto do pacto.
Se a coisa oferecida em pagamento tiver seu preço especificado, as
relações entre as partes serão reguladas pelas normas do contrato de compra e
venda, de acordo com o art. 357:
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as
partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.

18
Obrigação líquida é aquela sobre a qual não existem dúvidas sobre sua existência, e que é
determinada quanto ao seu objeto.

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Agora, se o valor da coisa dada em pagamento não for especificado, as


relações serão reguladas pela dação.

Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência


importará em cessão.

Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á


a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de
terceiros.

Evicção é a perda total ou parcial de uma coisa, através de sentença


judicial que atribui a terceiro sua propriedade. Se isto vier a acontecer com uma
coisa que foi dada em pagamento, a dação ficará sem efeito restaurando-se a
obrigação primitiva.

 Da Novação
A novação é uma das formas de pagamento indireto, em que há a
substituição de uma obrigação anterior por uma obrigação nova, que é
diferente da anterior. Por este motivo, a novação não produz a satisfação
imediata do crédito. É considerada novo negócio jurídico, que possui os
seguintes requisitos: ¹a existência de uma obrigação anterior; ²que exista
uma nova obrigação; e ³que exista a intenção de fazer a novação.

Existem três espécies de novação: a novação objetiva onde se altera o


objeto da obrigação; a novação subjetiva onde serão alterados os sujeitos, ou
seja, as pessoas da relação obrigacional; e novação mista onde serão alterados
o objeto e as pessoas ao mesmo tempo.

Art. 360. Dá-se a novação: 74027697120

I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a
anterior;
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo,
ficando o devedor quite com este.

Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a
segunda obrigação confirma simplesmente a primeira.

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Deste modo, podemos observar que o ânimo de novar pode ser expresso ou
tácito, mas deve ser sempre inequívoco, ou seja, que sobre ele não restem
dúvidas.

Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada


independentemente de consentimento deste.
Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação
regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição.

Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não
houver estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o
penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a
terceiro que não foi parte na novação.
Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários, somente
sobre os bens do que contrair a nova obrigação subsistem as preferências e garantias
do crédito novado. Os outros devedores solidários ficam por esse fato exonerados.

Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o
devedor principal.

Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de
novação obrigações nulas ou extintas.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:


CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle - Jurídica
Foi considerado correto o seguinte enunciado: Carlos se obrigou a entregar a
Roberto um automóvel fabricado em 1970, mas, diante da dificuldade de
adimplemento, ficou acordada a substituição da obrigação pela entrega de um
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veículo zero km fabricado no corrente ano. Nessa situação hipotética, de acordo


com o Código Civil, ocorreu uma novação.

 Da Compensação
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da
outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.
Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas
fungíveis.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:

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FCC 2015/TJ-PI/Juiz Substituto.


Foi considerado correto o seguinte enunciado: Carlos é locatário de imóvel, em
contrato celebrado com Romero no polo de locador. Rodolfo é o fiador das
obrigações locatícias, renunciando ao benefício de ordem. Carlos não pagou o
aluguel, porque é credor de Romero em razão de outro contrato, sendo essa
dívida superior ao valor dos aluguéis não pagos. Nesse caso, em ação de
cobrança movida por Romero, Rodolfo pode alegar compensação, mas se ele
pagar os aluguéis, com desconhecimento ou oposição de Carlos, o afiançado
não está obrigado a reembolsá-lo.

Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas
prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando
especificada no contrato.

Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas
o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado.
Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a
compensação.

Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:
I - se provier de esbulho, furto ou roubo;
II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;
III - se uma for de coisa não suscetível de penhora.

Art. 374 (Revogado pela Lei nº 10.677, de 22.5.2003)

Art. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem,
ou no caso de renúncia prévia de uma delas. 74027697120

Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com
a que o credor dele lhe dever.

Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros
dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão
teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá
opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente.

Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem
compensar sem dedução das despesas necessárias à operação.

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Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão
observadas, no compensá-las, as regras estabelecidas quanto à imputação do
pagamento.

Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor


que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor
ao exequente a compensação, de que contra o próprio credor disporia.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:


TRT 4º Região 2016/TRT 4º Região (RS)/ Juiz do Trabalho Substituto.
Foi considerado correto o seguinte enunciado: A compensação efetua-se entre
dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.

 Da Confusão
Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as
qualidades de credor e devedor.

Portanto, ocorrerá a confusão quando na mesma pessoa se confundirem


as qualidades de credor e devedor, em decorrência de um ato inter vivos ou
mortis causa 19 . Assim, a obrigação também poderá ser extinta na mesma
pessoa, quando através de um fato jurídico estranho à relação obrigacional, as
figuras do devedor e do credor se reúnem na mesma pessoa.

Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte


dela.

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Veja como esse assunto foi cobrado em prova:


2016/TRT 4º Região/ Juiz do Trabalho Substituto.
Foi considerado correto o seguinte enunciado: A confusão pode verificar-se a
respeito de toda a dívida, ou só de parte dela.

Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a


obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo
quanto ao mais a solidariedade.

19
Flavio Tartuce, Manual de Direito Civil, ed. Método, 2ª ed., pag. 377.

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Deste modo, a confusão não possui o poder de acabar com a


solidariedade.

Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus
acessórios, a obrigação anterior.

 Da Remissão das Dívidas


Na remissão de dívidas, o credor por sua vontade abre mão do seu direito de
crédito, com o objetivo de extinguir a relação obrigacional. (É o perdão da
dívida).
Ainda sobre este assunto, nas palavras de Flávio Tartuce: “A remissão é o
perdão de uma dívida, constituindo um direito exclusivo do credor de exonerar
o devedor”20.

Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem
prejuízo de terceiro.

Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito


particular, prova desoneração do devedor e seus coobrigados, se o credor for capaz de
alienar, e o devedor capaz de adquirir.
Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do
credor à garantia real, não a extinção da dívida.
Art. 388. A remissão concedida a um dos codevedores extingue a dívida na parte a ele
correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os
outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.

Do Inadimplemento das Obrigações (arts. 389 a 420).


Sabe-se que os contratos são feitos para ser integralmente cumpridos,
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esta é a regra. Porém existem casos em que a obrigação que foi objeto do
contrato não é cumprida da forma acordada. O não cumprimento de uma
obrigação (o seu inadimplemento) é a exceção.
O código civil divide este ponto em seis capítulos: Disposições gerais
(arts.389 a 393), Da mora (arts.394 a401), Das perdas e danos (arts.402 a
405), Dos juros legais (arts.406 e 407), Da cláusula penal (arts. 408 a 416) e
Das arras ou sinal (arts. 417 a 420). Abaixo falaremos sobre tais assuntos
destacando comentários aos artigos mais importantes.

20
Flavio Tartuce, Manual de Direito Civil, Método, 2ª ed., pág. 378.

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Uma obrigação poderá deixar de ser cumprida de forma absoluta ou de forma


relativa:

Inadimplência absoluta – quando a obrigação não mais poderá ser


cumprida de forma útil ao credor. Atenção a esta palavra: útil. É ela que irá
determinar se a inadimplência é absoluta ou relativa e que consequências
acarretará. Poderá ainda ser: uma inadimplência absoluta total, caso atinja
todo o objeto; ou poderá ser uma inadimplência absoluta parcial, quando a
obrigação consistir em vários objetos e alguns forem entregues enquanto
outros não.

Inadimplência relativa – quando o cumprimento da obrigação se der de


forma imperfeita, sem respeito ao que foi acordado no contrato – caso de mora
que será estudado mais adiante.

Observação: o princípio da boa-fé objetiva dos contratos pode vir a


acarretar a inadimplência mesmo que não se configure a mora ou o
inadimplemento absoluto do contrato. Isso irá acontecer quando um dos
contratantes cumprir com sua obrigação principal, mas deixar de cumprir
alguns deveres anexos ao contrato, como por exemplo, prestar informações
sobre o uso de algum objeto que foi vendido. Na doutrina esta situação é
chamada de violação positiva do contrato. Sobre este assunto temos a
conclusão 24 da I Jornada de Direito Civil: “Em virtude do princípio da boa-fé,
positivado no art. 422 do novo Código Civil, a violação dos deveres anexos
constitui espécie de inadimplemento, independentemente de culpa”.

O inadimplemento de uma obrigação pode se dar por dois motivos:

Por culpa21 do devedor.

Por motivos alheios a vontade do devedor.


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Quando o inadimplemento se dá por culpa do devedor temos o dispositivo


a seguir:
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais
juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos,
e honorários de advogado.

21
Entenda culpa em sentido lato, ou seja, a palavra culpa deve englobar culpa stricto sensu –
negligência, imprudência ou imperícia; e, também, quando no sentido de dolo – vontade de
praticar a ação.

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Este artigo é o dispositivo legal que fundamenta a responsabilidade


civil contratual, que acarreta a responsabilidade de indenização por perdas e
danos. Deste modo, seja no inadimplemento absoluto ou no inadimplemento
relativo, a consequência será a mesma, ou seja, o dever de pagar ou indenizar
o prejuízo do credor. Na hora que a obrigação não é cumprida ou, sendo esta
cumprida, não é observado o totalmente o acordo firmado no contrato, é que
nasce a obrigação de ressarcir as perdas e danos sofridos.
Quando se tratar de uma obrigação negativa 22 a obrigação de
ressarcir nascerá no momento em que o ato for executado.
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia
em que executou o ato de que se devia abster.

Assim, o devedor inadimplente terá que indenizar por perdas e danos – de


acordo com o art. 389, visto acima, o credor que terá o direito de obter esta
quantia indenizatória através do patrimônio do devedor.

Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do


devedor.

Atenção à outra minucia desta matéria: nos contratos ditos onerosos,23


onde as obrigações são recíprocas, ambos os contratantes respondem
por suas devidas culpas, porém nos contratos benéficos, a parte que está
isenta de qualquer contraprestação – a parte que foi beneficiada, será
considerada inadimplente por culpa simples, em razão de negligência, uma vez
que já recebeu a vantagem. A outra parte será considerada inadimplente
quando não cumprir a prestação intencionalmente, ou seja, de forma dolosa.

Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a
quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos
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onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei.

O artigo seguinte trata de outro motivo de inadimplemento de obrigações


- por motivos alheios a vontade do devedor.

Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou
força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.

22
Obrigações negativas ou obrigações de não fazer, são aquelas em que o devedor se obriga a
se omitir, a não fazer determinada coisa ou ato.
23
Por exemplo: compra e venda, locação.

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Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos
efeitos não era possível evitar ou impedir.

Atenção: as partes podem colocar no contrato uma cláusula que estipule


que será devida indenização em qualquer hipótese – inclusive caso fortuito
e força maior - de inadimplemento contratual.

 Da Mora (arts. 394 a 401)


A mora é o retardamento ou a demora no cumprimento da obrigação. Se
for ocasionada pelo devedor se chama mora solvendi e irá acontecer devido à
demora no cumprimento da obrigação, quando culposamente não se efetuar o
pagamento no tempo, lugar e forma acordados ou estabelecidos na lei.
Se for ocasionada pelo credor se chama mora accipiendi e irá acontecer
quando o credor se recusar, injustamente, a aceitar o cumprimento da
obrigação, no lugar e forma acordados ou estabelecidos em lei.

Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o


credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a
convenção estabelecer.
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros,
atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado.
Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá
enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos.

Quanto ao parágrafo único temos o Enunciado 162 da III Jornada de


Direito Civil: “A inutilidade da prestação que autoriza a recusa da prestação
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por parte do credor deverá ser aferida objetivamente, consoante o princípio da


boa-fé e a manutenção do sinalagma, e não de acordo com o mero interesse
subjetivo do credor”.

Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em
mora.
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de
pleno direito em mora o devedor
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial
ou extrajudicial.

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Deste modo a obrigação é positiva quando for de dar ou fazer, sendo líquida
quando sua existência for certa e seu objeto for determinado e limitado.
A obrigação a termo é aquela que tem data estipulada para seu
cumprimento, ficando o devedor em mora quando estiver caracterizado seu
inadimplemento na data de vencimento do prazo para cumprimento,
independente de interpelação prévia.
Antes de darmos prosseguimento a nossa aula cabe uma explicação sobre
as espécies de mora do devedor. A mora do devedor poderá ser de duas
espécies:

Mora ex re - quando alcança o devedor automaticamente sem


necessidade de qualquer ato por parte do credor. Isso acontece quando a
obrigação deve realizar-se a termo (caso do caput do art. 397); no caso do art.
398. “Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em
mora, desde que o praticou” - nestes casos a mora começará no momento da
prática do ato.

Mora ex persona – quando não existe um termo pré- estipulado, a mora


dependerá de providências tomadas pelo credor. (Caso do parágrafo único do
art. 397).
Portanto, para que o devedor seja declarado em mora deverão estar
presentes os seguintes pressupostos: existência de dívida líquida e certa;
inexecução culposa pelo devedor e interpelação judicial ou extrajudicial, quando
a obrigação for por prazo indeterminado.
Do mesmo modo, para que o credor esteja em mora será necessário que:
exista uma dívida líquida e vencida, para a qual o devedor tenha oferecido um
pagamento e o credor uma recusa em receber a coisa ou o pagamento no lugar
e forma pactuados ou estabelecidos em lei.

Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora


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essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem


durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda
quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada”.
Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela
conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em
conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o
seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação.

Quando a mora for de ambas as partes – quando simultâneas, uma


elimina a outra pela compensação; quando forem sucessivas os efeitos já
atingidos permanecem, ou seja, os danos que foram causados por cada uma
das moras não se cancelam.

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Art. 401. Purga-se a mora:


I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos
decorrentes do dia da oferta;
II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se
aos efeitos da mora até a mesma data.

A mora (como dito anteriormente) é o retardamento no cumprimento de


uma obrigação, que poderá se dar tanto por parte do devedor quanto por parte
do credor. Purgar a mora é ato jurídico que consiste em saldar, liberar,
extinguir a obrigação que se atribuía a alguém, fazendo cessar os efeitos, as
consequências do atraso, e tendo a eficácia de liberar a pessoa da
responsabilidade pela obrigação que lhe era atribuída.
É possível que se purgue a mora a qualquer tempo, mesmo depois de
iniciada a ação de execução contra o devedor ou a ação consignatória contra o
credor.

 Das Perdas e Danos (arts. 402 a 405)


Perdas e danos é o nome dado à indenização pecuniária que o cabe ao
credor, com a finalidade de recompor o patrimônio das perdas sofridas pelo não
adimplemento da obrigação pelo devedor. Assim está no Código Civil:
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos
devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que
razoavelmente deixou de lucrar.

Este artigo se refere a duas espécies de perdas e danos: ¹as decorrentes


do dano emergente e ²as decorrentes do lucro cessante.

O dano emergente é o que o credor concretamente perdeu, no prejuízo


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que sofreu.

O lucro cessante é o que o credor deixou de lucrar por o devedor não ter
cumprido com sua obrigação.
No próximo artigo temos a teoria dos danos diretos e imediatos. De
acordo com esta teoria o devedor responde somente pelas perdas que
resultarem de seu ato.

Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só
incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e
imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.

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Ainda que a inadimplência resulte de dolo por parte do devedor, este só


responderá pelos prejuízos efetivos e pelos lucros cessantes.

Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas
com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos,
abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena
convencional.
Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não
havendo pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização
suplementar.
Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial.

Aplica-se este artigo quando a obrigação não tiver termo de vencimento, ou


seja, quando requer a notificação, interpelação, protesto ou citação do devedor,
como também quando a obrigação for ilíquida, em que ocorre a liquidação da
sentença judicial, e quando se tratar de ato ilícito praticado quando a obrigação
for contratual.

 Dos Juros Legais (arts. 406 e 407)


Os juros são os rendimentos do capital, assim como os aluguéis. Existem
espécies diferentes de juros como os juros moratórios, os juros
compensatórios, os juros convencionais e os legais os simples e os compostos.
Vamos começar pelos juros convencionais que são aqueles estipulados
pelas partes no momento da elaboração do contrato; já os juros legais são
aqueles previstos em lei, através de disposições normativas. Os juros
moratórios por sua vez são uma indenização pelos prejuízos sofridos pelo
credor por ter o devedor atrasado culposamente o adimplemento da obrigação
– atenção: os juros moratórios podem ser legais ou convencionais. (MACETE:
juros moratórios – causados pela mora do devedor). Os juros compensatórios
são aqueles que tem por finalidade retribuir o capital empregado em negócios
74027697120

ou aplicações, empréstimos, são a justa compensação do capital que foi


aplicado. Os juros simples, como muitos devem saber, são aqueles calculados
sobre o capital inicial, enquanto que os juros compostos são resultantes de
juros sobre juros, ou seja, os juros que já foram calculados passaram a integrar
o capital.

Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem
taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados
segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos
devidos à Fazenda Nacional.

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Esta taxa é de 12% ao ano, ou seja, de 1% ao mês de acordo com o


art.161, § 1º do Código Tributário Nacional.

Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da
mora que se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra
natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial,
arbitramento, ou acordo entre as partes.

Deste modo, os juros de mora são devidos independentemente de prova


ou de alegação de prejuízos, tendo em vista o retardamento culposo do devedor
em cumprir a obrigação, presunção legal de que a mora causou
obrigatoriamente prejuízos ao credor.

 Da Cláusula Penal (arts. 408 a 416).


De acordo com Carlos Roberto Gonçalves 24 : “Cláusula penal é obrigação
acessória pela qual se estipula pena ou multa destinada a evitar o
inadimplemento da principal ou o retardamento de seu cumprimento”.
Assim, cláusula penal é um acordo acessório no qual as partes se obrigam
ao pagamento de uma multa pecuniária, ou seja, em dinheiro, caso a obrigação
não seja cumprida ou que se retarde seu cumprimento.

Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que,
culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora.
Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato
posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma
cláusula especial ou simplesmente à mora.

Da leitura do artigo vimos que a cláusula penal poderá ser prevista


juntamente com a obrigação principal – esta é a regra, mas também poderá ser
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acordada em momento posterior.


Outra observação referente ao artigo é que se se referir ao
descumprimento ou à inexecução completa da obrigação a cláusula penal é
compensatória. Se se referir à inexecução apenas de algumas cláusulas
especiais ou simplesmente a mora a cláusula penal será moratória.

Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento
da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor.

24
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva, 2ª ed., pág. 687.

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Caso a obrigação seja totalmente inadimplida o credor deverá optar por


exigir o cumprimento da obrigação ou a aplicação da pena acordada, uma vez
que não é admissível que o credor acumule o recebimento da cláusula penal
com o cumprimento da obrigação.

Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal ¹para o caso de mora, ou ²em
segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de
exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação
principal.
De acordo com a disposição legal acima, poderá o credor acumular a
cláusula penal com o cumprimento total da obrigação. São duas as hipóteses
elencadas no artigo: ¹quando se estipular cláusula penal para o caso de mora e
²quando se estipular cláusula penal para segurar outra cláusula especial.

Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o
da obrigação principal.

Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação
principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for
manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.

Este dispositivo legal autoriza o juiz a alterar a cláusula penal em duas


hipóteses: quando o devedor tiver cumprido parcialmente a obrigação, poderá
ser reduzida proporcionalmente, em se tratando de mora ou de
inadimplemento; ou se o valor da penalidade for manifestamente excessivo ao
do contrato principal.

Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um


deles, incorrerão na pena; mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado,
respondendo cada um dos outros somente pela sua quota.
Parágrafo único. Aos não culpados fica reservada a ação regressiva contra aquele
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que deu causa à aplicação da pena.


Art. 415. Quando a obrigação for divisível, só incorre na pena o devedor ou o
herdeiro do devedor que a infringir, e proporcionalmente à sua parte na obrigação.

Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue
prejuízo.
Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode
o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o
tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o
prejuízo excedente.

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Segundo leciona Maria Helena Diniz25, são caracteres da cláusula penal:

acessoriedade: pois como sabemos a cláusula penal é um contrato


acessório, que é elaborado em função de um principal.

condicionalidade: usando as palavras da doutrinadora: “uma vez que o


dever de pagar a cláusula penal está subordinado a um evento futuro e incerto:
o inadimplemento total ou parcial da prestação principal ou o cumprimento
tardio da obrigação, por força de fato imputável ao devedor, pois, se resolvida a
obrigação, não tendo culpa o devedor, resolver-se-á a cláusula penal”.

compulsoriedade: “os contraentes a pactuam prevendo, de antemão, a


possibilidade de eventual inexecução da obrigação, constrangendo, assim, o
devedor a cumprir o contrato principal. Os contraentes a convencionam, então,
para compelir o devedor a preferir o cumprimento da obrigação a ser forçado a
pagar determinada importância, além de que ela exime o credor do ônus de
provar a ocorrência de dano”26.

subsidiariedade: uma vez que pode vir a substituir a obrigação principal –


salvo se for cláusula penal moratória, se o credor assim preferir.

ressarcibilidade: pois constituem uma prévia liquidação das perdas e


danos, que serão devidos ao c redor pelo devedor no caso de inexecução da
obrigação assumida, conforme ensinamento de Maria Helena Diniz.

imutabilidade relativa: pois poderá o juiz modificá-la autorizado pelo art.


413.

A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver
sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente
excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.

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 Das Arras ou Sinal (arts. 417 a 420).


Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de
arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser
restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da
principal.

25
Maria Helena Diniz, Manual de direito Civil, Saraiva 2011, pág. 154.
26
Maria Helena Diniz. Manual de Direito Civil. Ed. Saraiva, 2011. Pág. 154

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Da leitura do artigo podemos perceber que as arras são “o famoso” sinal


dado por uma das partes do contrato a outra tendo por finalidade
assegurar o cumprimento da obrigação.

Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-
lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras,
poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o
equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, juros e honorários de advogado.

O artigo visto acima traz as consequências do inadimplemento da


obrigação para quem ofereceu e para que recebeu as arras.

Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior
prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a
execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da
indenização.

Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer


das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso,
quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-
á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização
suplementar.

Considerações Finais

Chegamos ao final da parte teórica da aula, procure fazer os exercícios e


entre em contato conosco em caso de dúvidas.
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Forte abraço e bons estudos!

Aline Santiago & Jacson Panichi.

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Resumo da Matéria
Segundo Carlos Roberto Gonçalves 27 a obrigação, no estudo do direito
das obrigações, é empregada em seu sentido mais restrito, pois apenas os
vínculos de conteúdo patrimonial estarão em sua abrangência, trata-se
daquela relação direta entre as pessoas (que tem como objeto direitos de
natureza pessoal), onde uma pessoa é credora (aquela que pode exigir a
prestação) e a outra é devedora (aquela que tem a incumbência de cumprir a
prestação).
E, segundo Flavio Tartuce28: “A obrigação pode ser conceituada como a
relação jurídica transitória existente entre um sujeito ativo (credor) e um
sujeito passivo (devedor), tendo como objeto imediato a prestação.”

Modalidades das obrigações (arts. 233 a 285):


As obrigações, levando em consideração a qualidade da prestação, ou
seja, quanto ao objeto, serão classificadas em obrigações de dar, obrigações
de fazer (estas duas são positivas) e obrigações de não fazer (esta é
obrigação negativa).

As obrigações quanto ao objeto, classificam-se em

obrigações de dar obrigações de fazer obrigações de não fazer

coisa certa

coisa incerta
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IMPORTANTE. Solidariedade. Leia com atenção os artigos 264 a 285 –


há grandes chances de cobrança em prova.

Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor,


ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.

27
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva 2012, 2ª ed., pág. 441.
28
Em, Costa Machado, Código Civil Interpretado, Manole 2012, 5ª ed., pág. 236.

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Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos cocredores ou
codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.

Pode ser Ativa (mais de um credor) ou Passiva (mais de um


devedor).
Algumas características da solidariedade:

Solidariedade Ativa Solidariedade Passiva

Cada um pode exigir a prestação por


Todos os devedores se obrigam a pagar.
inteiro (art.267)

O credor pode exigir o cumprimento de


O devedor, enquanto não
qualquer um dos devedores. Se o pagamento
demandado, pode pagar a qualquer
for parcial a solidariedade permanece quanto
um dos cocredores.
ao saldo.

Art. 277. O pagamento parcial feito por um


Se um credor perdoar a dívida ou
dos devedores e a remissão por ele obtida
receber o pagamento, responderá aos
não aproveitam aos outros devedores, senão
outros credores pela parte que lhes
até à concorrência da quantia paga ou
caiba (art.272)
relevada.

Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por


culpa de um dos devedores solidários,
subsiste para todos o encargo de pagar o
equivalente; mas pelas perdas e danos só
Se a prestação converter-se em responde o culpado.
perdas e danos a solidariedade não é
extinta (ela subsiste) (art.271) Art. 280. Todos os devedores respondem
pelos juros da mora, ainda que a ação tenha
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sido proposta somente contra um; mas o


culpado responde aos outros pela obrigação
acrescida.

Morrendo um dos devedores: Somente


Morrendo um dos credores: O seu pode ser exigido de cada herdeiro a sua cota
crédito passa aos herdeiros e, em parte (salvo obrigação indivisível). No
regra, sem a solidariedade – pois cada entanto, todos juntos são vistos como um
um dos herdeiros só pode exigir a sua único devedor perante os outros devedores,
parte (isto somente não ocorre se a ou seja, permanece a solidariedade somente
obrigação for indivisível) com relação aos demais codevedores
(aqueles devedores “primitivos”).

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Obrigações alternativas:
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa
não se estipulou.
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte
em outra.
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá
ser exercida em cada período.

cumprir prestação "A"


EM REGRA, o
Obrigação
DEVEDOR pode
Alternativa
escolher entre
cumprir prestação "B"

Se as prestações forem periódicas a escolha, pela prestação “A” ou pela


prestação “B”, poderá ser feita a cada período (jus variandi).

Art. 253. Se uma das duas prestações ¹não puder ser objeto de obrigação ou ²se
tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.

Transmissão das obrigações:

cessão de crédito
Transmissão (as formas mais importantes são)
cessão de débito

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Em regra, o credor sempre poderá, sem a anuência do devedor, transferir


seu crédito. Também em regra, qualquer crédito pode ser objeto de cessão,
decorrendo as restrições a esse direito apenas da natureza da obrigação, da
lei ou da convenção entre as partes.

Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da
obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não
poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da
obrigação.
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos
os seus acessórios.

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Na cessão pro soluto do crédito, o cedente não responde pela solvência do


devedor, mas apenas pela existência do crédito.

Artigos importantes.

Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize,
fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe
cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se
tiver procedido de má-fé.
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do
devedor.

Adimplemento de Obrigações:
Cumprida a obrigação ocorre a sua extinção. Em regra isto ocorrerá com o
pagamento.

direto
pagamento
indireto

Haverá a intenção (vontade) de pagar, o animus solvendi.

Solvens – é quem efetua o pagamento, o devedor (mas pode ser outra


pessoa).
Accipiens – é quem recebe, o credor (pode ser outra pessoa quem recebe,
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mas neste caso há maiores restrições – não pode ser qualquer pessoa).

Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente,
sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu
proveito.

Quem pode pagar? Qualquer pessoa pode pagar. Seja o devedor, o


terceiro interessado ou, até mesmo, o não interessado:

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Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o


credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à
conta do devedor, salvo oposição deste.
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem
direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no
vencimento.
Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do
devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para
ilidir a ação.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:


TRT 4º Região 2016/TRT 4º Região (RS)/ Juiz do Trabalho Substituto.
Foi considerado correto o seguinte enunciado: Qualquer interessado na extinção
da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes
à exoneração do devedor.

Não pode o credor recusar o pagamento, ainda que oferecido por pessoa
estranha ao vínculo contratual. Agora, lembre-se também que, em qualquer
situação:
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é
devida, ainda que mais valiosa.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:


TRT 4º Região 2016/TRT 4º Região (RS)/ Juiz do Trabalho Substituto.
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Foi considerado correto o seguinte enunciado: O credor pode consentir em


receber prestação diversa da que lhe é devida.

Artigo importante:
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado
depois que não era credor.

Credor putativo é aquele que aparenta ser o credor, mas não é. Se o devedor
age de boa-fé e amparado pela escusabilidade do erro, considera-se válido o
pagamento feito por ele ao credor putativo.

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Lugar do pagamento:
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes
¹convencionarem diversamente, ou se o contrário ²resultar da lei, ³da natureza da
obrigação ou 4das circunstâncias.
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre
eles.

Quérable - ocorre no domicílio do devedor (é a regra).


MACETE: QUEm DEVE
Portable - ocorre no domicílio do credor.

Formas de adimplemento:
1. Pagamento direto.
2. Pagamento indireto (pagamentos especiais).

2.1 Pagamento em consignação:


Ocorre o depósito da coisa. Refere-se à obrigações de dar. Formas:
Consignação ¹extrajudicial e ²judicial. A possibilidade de efetuar a consignação
em pagamento mediante depósito extrajudicial só existe para obrigações de
pagar em dinheiro, reservando-se a outras obrigações o procedimento judicial.

2.2 Pagamento com sub-rogação: 74027697120

É a situação, por exemplo, de um avalista que paga a dívida em relação ao


devedor principal. A pessoa paga e sub-roga-se nos direitos.
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações,
privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os
fiadores.

2.3 Imputação ao pagamento:


É a escolha, em determinadas situações, a qual débito o credor oferece
pagamento.

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Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos ¹da mesma natureza, ²a um
só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, ³se todos
forem líquidos e vencidos.

2.4 Dação em pagamento:


A dação em pagamento pode ser corretamente definida como um acordo
entre o credor e o devedor, com o objetivo de extinguir a obrigação, no qual
consente o credor em receber coisa diversa da devida, em substituição à
prestação que lhe era originalmente objeto do pacto.
Há o consentimento do credor em receber coisa diversa.

2.5 Novação:
Cria-se uma nova obrigação e extingue-se a anterior.

2.6 Compensação:
Se duas ou mais pessoas são, ao mesmo tempo, credoras e devedoras umas
das outras, as obrigações poderão ser compensadas.

"A" credor
As obrigações se compensam.
de "B" Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e
devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se,
até onde se compensarem.
também é Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas,
vencidas e de coisas fungíveis.
Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas
devedor de
fungíveis, objeto das duas prestações, não se
"B"
compensarão, verificando-se que diferem na
qualidade, quando especificada no contrato.
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2.7 Confusão: (esta é fácil de memorizar)


Trata-se da incidência da qualidade de credor e devedor em uma só pessoa.

Do Inadimplemento das Obrigações (arts. 389 a 420).


Sabe-se que os contratos são feitos para ser integralmente cumpridos, esta é a
regra. Porém existem casos em que a obrigação que foi objeto do contrato não
é cumprida da forma acordada. O não cumprimento de uma obrigação (o
seu inadimplemento) é a exceção.

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Inadimplência:
Inadimplência absoluta – quando a obrigação não mais poderá ser
cumprida de forma útil ao credor. Atenção a esta palavra: útil. É ela que irá
determinar se a inadimplência é absoluta ou relativa e que consequências
acarretará. Poderá ainda ser: uma inadimplência absoluta total, caso atinja
todo o objeto; ou poderá ser uma inadimplência absoluta parcial, quando a
obrigação consistir em vários objetos e alguns forem entregues enquanto
outros não.
Inadimplência relativa – quando o cumprimento da obrigação se der de
forma imperfeita, sem respeito ao que foi acordado no contrato – caso de mora
que será estudado mais adiante.

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais
juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos,
e honorários de advogado.

Este artigo é o dispositivo legal que fundamenta a responsabilidade civil


contratual, que acarreta a responsabilidade de indenização por perdas e
danos. Deste modo, seja no inadimplemento absoluto ou no inadimplemento
relativo, a consequência será a mesma, ou seja, o dever de pagar ou indenizar
o prejuízo do credor. Na hora que a obrigação não é cumprida ou, sendo esta
cumprida, não é observado o totalmente o acordo firmado no contrato, é que
nasce a obrigação de ressarcir as perdas e danos sofridas.

Quando se tratar de uma obrigação negativa 29 a obrigação de


ressarcir nascerá no momento em que o ato for executado. De acordo com o
art. 390. “Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde
o dia em que executou o ato de que se devia abster”.
Assim, o devedor inadimplente terá que indenizar por perdas e danos – de
acordo com o art. 389, visto acima, o credor que terá o direito de obter esta
quantia indenizatória através do patrimônio do devedor, de acordo com o art.
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391. “Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do


devedor”.

Da mora (arts. 394 a401),


Das perdas e danos (arts. 402 a 405),
Dos juros legais (arts. 406 e 407),
Da cláusula penal (arts. 408 a 416) e

29
Obrigações negativas ou obrigações de não fazer, são aquelas em que o devedor se obriga a
se omitir, a não fazer determinada coisa ou ato.

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Das arras ou sinal (arts. 417 a 420).

Da Mora (arts.394 a 401)


A mora é o retardamento ou a demora no cumprimento da obrigação.
ocasionada pelo devedor se chama mora solvendi
ocasionada pelo credor se chama mora accipiendi
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o
credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção
estabelecer.

A mora do devedor poderá ser de duas espécies:

Mora ex re - quando alcança o devedor automaticamente sem necessidade


de qualquer ato por parte do credor. Isso acontece quando a obrigação deve
realizar-se a termo (caso do caput do art. 397); no caso do art. 398. “Nas
obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde
que o praticou” - nestes casos a mora começará no momento da prática do ato.
Mora ex persona – quando não existe um termo pré- estipulado, a mora
dependerá de providências tomadas pelo credor. (caso do parágrafo único do
art. 397).

Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora


essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem
durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda
quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada”.
Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela
conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em
conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o
seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação.
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Quando a mora for de ambas as partes: ¹quando simultâneas, uma elimina a


outra pela compensação; ²quando forem sucessivas os efeitos já atingidos
permanecem, ou seja, os danos que foram causados por cada uma das moras
não se cancelam.

Art. 401. Purga-se a mora:


I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos
decorrentes do dia da oferta;
II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se
aos efeitos da mora até a mesma data.

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A mora (como dito anteriormente) é o retardamento no cumprimento de


uma obrigação, que poderá se dar tanto por parte do devedor quanto por parte
do credor. Purgar a mora é ato jurídico que consiste em saldar, liberar,
extinguir a obrigação que se atribuía a alguém, fazendo cessar os efeitos, as
consequências do atraso, e tendo a eficácia de liberar a pessoa da
responsabilidade pela obrigação que lhe era atribuída.
É possível que se purgue a mora a qualquer tempo, mesmo depois de
iniciada a ação de execução contra o devedor ou a ação consignatória contra o
credor.

Das Perdas e Danos (arts. 402 a 405)


Indenização pecuniária que o cabe ao credor, com a finalidade de recompor
o patrimônio das perdas sofridas pelo não adimplemento da obrigação pelo
devedor.

Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos


devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que
razoavelmente deixou de lucrar.

O dano emergente é o que o credor concretamente perdeu, no prejuízo


que sofreu.

O lucro cessante é o que o credor deixou de lucrar por o devedor não ter
cumprido com sua obrigação.

Teoria dos danos diretos e imediatos - o devedor responde somente pelas


perdas que resultarem de seu ato.

Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só
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incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e


imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.

Ainda que a inadimplência resulte de dolo por parte do devedor, este só


responderá pelos prejuízos efetivos e pelos lucros cessantes.

Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas
com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos,
abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena
convencional.

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Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não
havendo pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização
suplementar.
Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial.

Dos Juros Legais (arts.406 e 407)


Os juros são os rendimentos do capital, assim como os aluguéis. Existem
espécies diferentes de juros como os juros moratórios, os juros
compensatórios, os juros convencionais e os legais os simples e os compostos.

Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem
taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados
segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à
Fazenda Nacional.
Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da
mora que se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra
natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial,
arbitramento, ou acordo entre as partes.

Os juros de mora são devidos independentemente de prova ou de alegação de


prejuízos.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:

FCC 2016 /Prefeitura de Campinas - SP/ Procurador.


Foi considerado correto o seguinte enunciado: Nas obrigações provenientes de
ato ilícito, considera-se o devedor em mora desde que o praticou.
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FCC 2016 /Prefeitura de Campinas - SP/ Procurador.


Foi considerado correto o seguinte enunciado: Nos contratos bancários, não
descaracteriza a mora o ajuizamento isolado de ação revisional, nem mesmo
quando o reconhecimento de abusividade incidir sobre os encargos inerentes ao
período de inadimplência contratual.

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FCC 2016 /Prefeitura de Campinas - SP/ Procurador.


Foi considerado correto o seguinte enunciado: Se a prestação, devido à mora,
se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das
perdas e danos.

Da Cláusula Penal (408 a 416).


De acordo com Carlos Roberto Gonçalves 30 : “Cláusula penal é obrigação
acessória pela qual se estipula pena ou multa destinada a evitar ¹o
inadimplemento da principal ou ²o retardamento de seu cumprimento”.
Assim, cláusula penal é um acordo acessório no qual as partes se obrigam ao
pagamento de uma multa pecuniária, ou seja, em dinheiro, caso a obrigação
não seja cumprida ou que se retarde seu cumprimento.

Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que,
culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora.
Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato
posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula
especial ou simplesmente à mora.

A cláusula penal poderá ser prevista juntamente com a obrigação principal –


esta é a regra, mas também poderá ser acordada em momento posterior.

Já foi cobrado em prova:

Se a cláusula penal se referir ao descumprimento ou à inexecução completa


da obrigação a cláusula penal é compensatória.
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Se a cláusula penal se referir à inexecução apenas de algumas cláusulas


especiais ou simplesmente a mora a cláusula penal será moratória.

Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento
da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor.

Caso a obrigação seja totalmente inadimplida o credor deverá optar por


exigir o cumprimento da obrigação ou a aplicação da pena acordada, uma vez
que não é admissível que o credor acumule o recebimento da cláusula penal
com o cumprimento da obrigação.

30
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva, 2ª ed., pág. 687.

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Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em


segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir
a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal.

Já neste dispositivo legal poderá o credor acumular a cláusula penal com


o cumprimento total da obrigação. Mas atenção para as duas hipóteses
elencadas no artigo: quando se estipular cláusula penal para o caso de mora, e
quando se estipular cláusula penal para segurar outra cláusula especial.

Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da
obrigação principal.
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação
principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for
manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.

Este dispositivo legal autoriza o juiz a alterar a cláusula penal em duas


hipóteses: quando o devedor tiver cumprido parcialmente a obrigação, poderá
ser reduzida proporcionalmente, em se tratando de mora ou de
inadimplemento; ou se o valor da penalidade for manifestamente excessivo ao
do contrato principal.

Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles,
incorrerão na pena; mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo
cada um dos outros somente pela sua quota.
Parágrafo único. Aos não culpados fica reservada a ação regressiva contra aquele que deu
causa à aplicação da pena.
Art. 415. Quando a obrigação for divisível, só incorre na pena o devedor ou o herdeiro do
devedor que a infringir, e proporcionalmente à sua parte na obrigação.
Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue
prejuízo.
Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode
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o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o


tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o
prejuízo excedente.

Foi cobrado em prova os caracteres da cláusula penal, sobre o tema


assim leciona Maria Helena Diniz31:

31
Maria Helena Diniz, Manual de direito Civil, Saraiva 2011, pág. 154.

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acessoriedade: pois como sabemos a cláusula penal é um contrato


acessório, que é elaborado em função de um principal.

condicionalidade: usando as palavras da doutrinadora: “uma vez que o


dever de pagar a cláusula penal está subordinado a um evento futuro e incerto:
o inadimplemento total ou parcial da prestação principal ou o cumprimento
tardio da obrigação, por força de fato imputável ao devedor, pois, se resolvida a
obrigação, não tendo culpa o devedor, resolver-se-á a cláusula penal”.

subsidiariedade: uma vez que pode vir a substituir a obrigação principal –


salvo se for cláusula penal moratória, se o credor assim preferir.

ressarcibilidade: pois constituem uma prévia liquidação das perdas e


danos, que serão devidos ao credor pelo devedor no caso de inexecução da
obrigação assumida, conforme ensinamento de Maria Helena Diniz.

imutabilidade relativa: pois poderá o juiz modificá-la autorizado pelo art.


413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação
principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade
for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade
do negócio.

Das Arras ou Sinal (arts.417 a 420).


As arras são “o famoso” sinal dado por uma das partes do contrato a outra
tendo por finalidade assegurar o cumprimento da obrigação.

Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de
arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser
restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da
principal.
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Consequências do inadimplemento da obrigação para quem ofereceu e para


quem recebeu as arras:
Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo
por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá
quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente,
com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e
honorários de advogado.

Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior
prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a
execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da

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indenização.
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para
qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória.
Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu
devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a
indenização suplementar.

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Questões da FCC/CESPE/VUNESP/FGV
Como solicitado nos cursos anteriores que ministramos, apresentaremos
as questões com alguns comentários e ao final colocaremos apenas a lista das
questões com gabarito, desta forma facilitamos para aqueles que estudam
diretamente pelo computador, mas também ajudamos quem irá estudar pelas
aulas impressas.

Questões Comentadas
1. FCC 2017/TRT - 11ª Região (AM e RR)/ Analista Judiciário – Área
Judiciária. Nas obrigações solidárias:
a) Se o devedor exonerar expressamente da solidariedade um ou mais
devedores, não mais subsistirá a dos demais.
b) A obrigação solidária não pode ser pura e simples para um dos cocredores
ou codevedores, e condicional, ou a prazo ou pagável em local diferente,
para outro.
c) Convertendo-se a prestação em perdas e danos, não mais subsiste a
solidariedade.
d) A propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores
solidários implicará em renúncia da solidariedade.
e) Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o
cumprimento da prestação por inteiro.

Comentário: 74027697120

A alternativa “a” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de
todos os devedores.

Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores,


subsistirá a dos demais.

A alternativa “b” está errada.


De acordo com o Código Civil:

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Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou
co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.

A alternativa “c” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos
os efeitos, a solidariedade.

A alternativa “d” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores,
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os
demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.

Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação


pelo credor contra um ou alguns dos devedores.

A alternativa “e” está correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o
cumprimento da prestação por inteiro.

Gabarito letra E.

2. FCC 2017/TRT - 11ª Região (AM e RR)/ Analista Judiciário – Área


Judiciária Especialidade Oficial de Justiça Avaliador Federal. Paulo e
Pedro firmaram contrato pelo qual Pedro comprometeu-se a comprar o
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automóvel de placas XX-22 ou o caminhão de placas YY-33, ambos de


propriedade de Paulo, no prazo de 30 dias, pelo preço médio de mercado. O
contrato nada mais estabeleceu a respeito. Nesse caso, preenchidas as
condições de prazo e de preço,
a) Se o automóvel for destruído por incêndio fortuito, não subsistirá a
obrigação de comprar o caminhão.
b) Pedro poderá obrigar Paulo a vender-lhe os dois veículos.
c) A escolha do veículo a ser comprado cabe a Pedro.
d) Se o automóvel e o caminhão forem destruídos por incêndio fortuito,
subsistirá a obrigação, devendo Paulo fornecer outros veículos para
venda.

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e) Se o automóvel e o caminhão forem destruídos por culpa de Pedro, Paulo


poderá exigir apenas a quantia correspondente ao veículo de maior valor.

Comentário:
Trata-se de uma obrigação alternativa. Assim,
A alternativa “a” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada
inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.

A alternativa “b” está errada.


Não existe esta possibilidade, pois nas obrigações alternativas, como o próprio
nome já diz, há opção de escolha, que em regra caberá ao devedor. Entrega-se
uma coisa ou outra, ou seja, pode-se entregar uma das coisas entre as opções
acordadas (art. 252). No entanto deve ficar claro que não pode o devedor
entregar apenas parte de uma e parte de outra (art. 252 §1º).

A lternativa “c” está correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se
estipulou.

A alternativa “d” está errada.


De acordo com o Código Civil: 74027697120

Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor,


extinguir-se-á a obrigação.

A alternativa “e” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das
prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o
valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso
determinar.

Gabarito letra C.

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3. FCC 2017/TRT - 11ª Região (AM e RR)/ Analista Judiciário – Área


Judiciária Especialidade Oficial de Justiça Avaliador Federal. A respeito
do adimplemento e extinção das obrigações, é correto afirmar que
a) A novação por substituição do devedor não pode ser efetuada sem o
consentimento deste.
b) O devedor não pode reter o pagamento enquanto não lhe seja dada
quitação regular.
c) O credor não pode concordar em receber prestação diversa da que lhe é
devida.
d) É licito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.
e) A compensação pode se efetuar entre dívidas ilíquidas, não vencidas e de
coisas infungíveis.

Comentário:
A alternativa “a” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada
independentemente de consentimento deste.

A alternativa “b” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o
pagamento, enquanto não lhe seja dada.

A alternativa “c” está errada.


De acordo com o Código Civil:
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Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é
devida, ainda que mais valiosa.

A alternativa “d” está correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.

A alternativa “e” está errada.

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De acordo com o Código Civil:


Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas
fungíveis.

Gabarito letra D.

4. FCC 2016/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/Analista Judiciário - Área:


Judiciária. Carlos vendeu um cavalo a Cláudio, por R$ 1.000,00. Antes da
entrega, porém, o cavalo faleceu de causas naturais, sem que Carlos tenha tido
culpa. Com a morte do cavalo, sem culpa de Carlos, a obrigação
a) Resolve-se para ambas as partes, tendo Carlos direito a perdas e danos.
b) Resolve-se para Carlos, devendo Cláudio pagar o preço, de R$ 1.000,00,
porém não perdas e danos.
c) Não se resolve para nenhuma das partes, devendo Carlos entregar cavalo
de características semelhantes a Cláudio, enquanto este deverá pagar o
preço, de R$ 1.000,00.
d) Resolve-se para ambas as partes, tendo Cláudio direito a perdas e danos.
e) Resolve-se para ambas as partes, sem direito a perdas e danos.

Comentário:
A alternativa “e” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, ¹sem culpa do
devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a
obrigação para ambas as partes; ²se a perda resultar de culpa do devedor,
responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.

Se a coisa se perder (se houver perecimento – perda total da coisa) antes da


tradição:
¹Sem culpa do devedor – resolvida a obrigação, sem perdas e danos. As partes
voltam ao statu quo ante, voltam à situação original. Portanto, se o devedor já
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recebeu o preço pela coisa, este deve ser restituído à outra parte.
²Com culpa do devedor – o devedor responde pelo equivalente (em dinheiro) e mais
perdas e danos.

Gabarito letra E.

5. FCC 2016/DPE-BA/Defensor Público. Sobre a cessão de crédito e a


assunção de dívida, é correto afirmar:
a) A cessão de crédito não depende da anuência do devedor para que seja
válida.
b) O fiador do devedor originário segue responsável pela dívida em caso de
assunção por terceiro.

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c) Na cessão de crédito há novação subjetiva passiva em relação à relação


obrigacional originária.
d) Com a cessão de crédito, cessam as garantias reais e pessoais da dívida.
e) Terceiro pode assumir a obrigação do devedor com o consentimento
expresso do credor, exonerando o devedor primitivo, ainda que o credor
ignorasse que o assuntor fosse insolvente ao tempo da assunção de
dívida.

Comentário:
A alternativa “a” está correta.
O art. 286 do CC, que trata da cessão do crédito não exige a anuência do
devedor.
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da
obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não
poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da
obrigação.

A alternativa “b” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a
partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao
credor.

Alternativa “c” está errada.


Na novação existe a constituição de uma nova obrigação que tem por
objetivo extinguir a obrigação originária que não foi adimplida. Quando o
devedor contrai nova dívida com o credor com o fim de extinguir e substituir a
anterior, ocorre a novação real ou objetiva. Quando ocorre a substituição do
devedor originário por outro, sendo o originário liberado do vínculo e o novo
devedor assumindo a obrigação como credor teremos a novação pessoal ou
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subjetiva.

A alternativa “d” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos
os seus acessórios.

A alternativa “e” está errada.


De acordo com o Código Civil:

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Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento


expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo
da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Gabarito letra A.

6. FCC 2016/Prefeitura de Teresina – PI/Técnico de Nível Superior -


Analista Administrativo. Sobre a solidariedade,
a) Decorre apenas da vontade das partes, não podendo ser imposta por lei.
b) É incompatível com as obrigações de dar.
c) Decorre apenas da lei, não podendo ser estabelecida pela vontade das
partes.
d) Em havendo mais de um credor, em dívida de natureza solidária, a
obrigação do devedor que paga a somente um credor não é extinta.
e) O pagamento parcial da obrigação não extingue a solidariedade, que
permanece quanto ao remanescente.

Comentário:
A alternativa “a” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das
partes.

A alternativa “b” está errada.


A solidariedade não é imcompatível com as obrigações de dar.

A alternativa “c” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das
74027697120

partes.

A alternativa “d” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o
montante do que foi pago.

A alternativa “e” está correta.


De acordo com o Código Civil:

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Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores,
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os
demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação
pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Gabarito letra E.

7. FCC 2016/Prefeitura de Teresina – PI/Técnico de Nível Superior -


Analista Administrativo. Marilda contraiu com Paulo a obrigação de entregar
seu carro em determinada data, ou, assim pactuado, poderiam substituí-la pela
entrega do carro da mãe de Marilda, e, na total impossibilidade cumpri-la,
poderia Paulo receber o valor do carro. Trata-se de uma situação que envolve
obrigação
a) De dar coisa incerta.
b) Cumulativa.
c) Alternativa.
d) De fazer.
e) De resultado.

Comentário:
A alternativa “c” está correta.

Obrigações alternativas (arts. 252 a 256).


Como o próprio nome já diz, nestas obrigações há opção de escolha, que em
regra caberá ao devedor. Entrega-se uma coisa ou outra, ou seja, pode-se
entregar uma das coisas entre as opções acordadas (art. 252). No entanto
deve ficar claro que não pode o devedor entregar apenas parte de uma e parte
de outra (art. 252 §1º).
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa
não se estipulou.
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte
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em outra.
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá
ser exercida em cada período.
Importante: o que está expresso neste parágrafo é o que se denomina jus
variandi, trata-se da faculdade de escolha de prestação sucessiva em
obrigações alternativas.

EM REGRA o cumprir prestação "A"


obrigação
DEVEDOR pode
alternativa
escolher entre cumprir prestação "B"

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Gabarito letra C.

8. FCC 2016/Prefeitura de Campinas – SP/Procurador. A respeito da


mora, considere:
I. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora
desde que o praticou.
II. Nos contratos bancários, não descaracteriza a mora o ajuizamento isolado
de ação revisional, nem mesmo quando o reconhecimento de abusividade
incidir sobre os encargos inerentes ao período de inadimplência contratual.
III. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá
enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos.
IV. É necessária, em regra, interpelação judicial ou extrajudicial para constituir
em mora o devedor que não honra obrigação positiva e líquida no seu termo.
De acordo com o Código Civil e com jurisprudência consolidada do Superior
Tribunal de Justiça, está correto o que se afirma em
a) I, II, III e IV.
b) II e III, apenas.
c) I, II e IV, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II e III, apenas.

Comentário:
A afirmativa I está correta.
A banca cobrou a literalidade do Art. 398 do CC/2002.
Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora,
desde que o praticou.

A afirmativa II está correta. 74027697120

Informativo 373. RECURSO REPETITIVO. CONTRATO BANCÁRIO. AÇÃO REVISIONAL.


Quanto à configuração da mora: 1) afasta a caracterização da mora a constatação de
que foram exigidos encargos abusivos no contrato, durante o período da normalidade
contratual; 2) não afasta a caracterização da mora quando verificada a simples
propositura de ação revisional, nem mesmo quando o reconhecimento de abusividade
incidir sobre os encargos inerentes ao período de inadimplência contratual. (REsp
1.061.530-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/10/2008).

A afirmativa III está correta.


De acordo com o Código Civil:

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Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros,
atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado.
Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá
enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos.

A afirmativa IV está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui
de pleno direito em mora o devedor.
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação
judicial ou extrajudicial.
Gabarito letra E.

9. FCC 2016/Prefeitura de São Luiz – MA/Procurador do Município. João


deve entregar um colar que vale R$ 300.000,00 a Maria, Paula e Joana, sendo
que Maria remitiu o débito. Assim, Paula e Joana exigirão o colar, mas, de outro
lado, deverão restituir a João, o montante equivalente ao quantum remitido.
Essa situação só pode ocorrer pelo fato de a obrigação em tela ser
a) Solidária passiva.
b) Subsidiária.
c) Indivisível.
d) Divisível.
e) Solidária ativa.

Comentário:
A alternativa “c” está correta.
O caso apresentado na questão é de obrigação indivisível.
De acordo com o Código Civil: 74027697120

Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um
fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou
dada a razão determinante do negócio jurídico.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com
os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação,
compensação ou confusão.
Gabarito letra C.

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10. FCC 2015/TJ-PI/Juiz Substituto. Carlos é locatário de imóvel, em


contrato celebrado com Romero no polo de locador. Rodolfo é o fiador das
obrigações locatícias, renunciando ao benefício de ordem. Carlos não pagou o
aluguel, porque é credor de Romero em razão de outro contrato, sendo essa
dívida superior ao valor dos aluguéis não pagos. Nesse caso,
a) O fiador recupera o benefício de ordem a que renunciou, e pode exigir
que a dívida seja em primeiro lugar cobrada do afiançado, e não poderá
pagar a dívida com desconhecimento ou oposição do afiançado, pois se o
fizer perderá o direito de reembolso.
b) O fiador terá de ajuizar ação de consignação em pagamento, para livrar-
se da mora, alegando dúvida acerca da titularidade do crédito.
c) Em ação de cobrança movida por Romero, Rodolfo não pode alegar
compensação, mas se ele pagar os aluguéis, com o conhecimento de
Carlos, terá direito ao reembolso.
d) Em ação de cobrança movida por Romero, Rodolfo pode alegar
compensação, mas se ele pagar os aluguéis, com desconhecimento ou
oposição de Carlos, o afiançado não está obrigado a reembolsá-lo.
e) Ao fiador é irrelevante a possibilidade de compensação, porque só o
devedor pode compensar com o credor o que este lhe dever, por isso, se
demandado, Rodolfo terá de pagar a dívida, exceto se houver oposição do
afiançado.

Comentário:
A alternativa “d” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas
o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado.
A primeira parte deste artigo trata da regra geral sobre a compensação, onde o
devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever.
Já na segunda parte do artigo, temos uma exceção em favor do fiador. Sendo
assim, e de acordo com o artigo, o fiador poderá alegar, em seu favor, a
74027697120

compensação que o devedor (afiançado) poderia arguir perante o credor, ou


seja, a lei reconhece a possibilidade de o fiador arguir compensação contra o
credor, da mesma forma que o devedor principal poderia fazê-lo.
Assim, em uma mesma relação jurídica, ao ser ajuizada a cobrança pelo credor
em face do devedor afiançado, ele não pode apresentar um crédito de seu
fiador em relação ao credor para compensá-lo. No entanto, se o fiador é
executado, poderá postular a compensação do valor devido pelo credor ao
devedor afiançado, porque isso lhe é permitido pelo art. 371 do CC.
Gabarito letra D.

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11. FCC 2015/TJ-PI/Juiz Substituto. Marcos foi contratado, em um mesmo


instrumento, para prestar serviços de manutenção de máquinas agrícolas
durante o período de colheita, simultaneamente, nas fazendas de Lourenço e
Sérgio, comprometendo-se estes conjuntamente a pagar os serviços, parte em
dinheiro e parte com um equino. Não tendo Lourenço e Sérgio cumprido a
obrigação assumida e achando-se eles em mora, Marcos poderá cobrar a
a) Parte de cada um na dívida em dinheiro e a entrega do animal de
qualquer dos devedores.
b) Entrega do animal de qualquer deles, mas a cobrança em dinheiro é
impossível, porque o contrato não estabeleceu a proporção de cada um,
devendo o valor da dívida, nesta parte, ser arbitrado pelo juiz.
c) Dívida em dinheiro integralmente de qualquer um dos devedores, mas
pelo animal, ambos deverão ser cobrados.
d) Parte de cada um na dívida em dinheiro e, quanto à entrega do animal,
deverá a obrigação ser necessariamente convertida em dinheiro e
também cobrada a cota parte de cada um.
e) Parte de cada um da dívida em dinheiro, mas não poderá reclamar a
entrega do animal, porque o objeto se tornou ilícito.

Comentário:
A alternativa “a” está correta.
Atente para o seguinte:
Cavalo – obrigação indivisível, pode ser cobrada de qualquer um dos dois.
O entendimento dos conceitos de obrigações divisíveis e de obrigações
indivisíveis é muito importante, porque o fato de ser a obrigação divisível ou
indivisível trará repercussões no mundo dos negócios jurídicos. Tal assunto está
relacionado à pluralidade de sujeitos. Assim fala o art. 257:
Art. 257. Havendo ¹mais de um devedor ou ²mais de um credor em obrigação
divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos
os credores ou devedores.
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A obrigação “A” presume-se dividida.

Se a obrigação é divisível presume-se


obrigação
obrigação dividida em tantas obrigações quanto
"A2" forem necessárias para cada credor ou
"A1"
devedor existente.

Origação
(na representação ao lado é como se
"A3" existissem três obrigações, uma para
cada credor ou devedor – é uma
presunção)
Na obrigação divisível a resolução de problemas é mais “simples”, porque cada

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um dos coobrigados tem a sua quota parte de responsabilidade. A obrigação é


rateada entre as partes.
Dinheiro – obrigação divisível, Marcos deve cobrar a parte de cada um.
Haverá, no entanto, duas exceções com relação à prestação demonstrada
acima: ¹a indivisibilidade (que será vista a seguir, no art. 258) e ²a
solidariedade (que é detalhada nos arts. 264 a 285)
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou
um fato não suscetíveis de divisão, ¹por sua natureza, ²por motivo de ordem
econômica, ou ³dada a razão determinante do negócio jurídico.

A Obrigação é indivisível, pois a ¹coisa ou o


sempre considerada
obrigação única
²fato não são susceptíveis de divisão.
(indivisível), Exemplos de obrigações indivisíveis: a entrega
independentemente de um carro, a entrega de um determinado
do número de
credores ou animal.
devedores

IMPORTANTE: Se a obrigação, por algum motivo, for convertida em uma


obrigação pecuniária, não se deve falar mais em obrigação indivisível,
pois a prestação em dinheiro tem como característica a possibilidade de divisão.
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada
um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em
relação aos outros coobrigados.
Na obrigação indivisível, como já falado, cada devedor é obrigado pela dívida
toda. E ainda temos a situação do § único, exemplificada a seguir: Se João,
Paulo e Vitor são devedores coobrigados da obrigação “X”, cada um responde
74027697120

pela dívida toda. Se João, por exemplo, pagar a dívida sub-roga-se no


direito do credor com relação aos outros.
Gabarito letra A

12. FCC 2015/TJ-PI/Juiz Substituto. A respeito da mora, considere:


I. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora,
desde que o praticou.
II. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros,
atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado.
III. Não havendo termo, a mora só se constitui mediante interpelação judicial.

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IV. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em
mora.
V. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, exceto se
essa impossibilidade resultar de caso fortuito ou de força maior ocorrentes
durante o atraso.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e V.
b) I, III e V.
c) I, II e IV.
d) II, IV e V.
e) I, III e IV.

Comentário:
A afirmativa “I” está correta.
A mora do devedor poderá ser de duas espécies:
Mora ex re - quando alcança o devedor automaticamente sem necessidade de
qualquer ato por parte do credor. Isso acontece quando a obrigação deve
realizar-se a termo (caso do caput do art. 397); no caso do art. 398. “Nas
obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora,
desde que o praticou” - nestes casos a mora começará no momento da
prática do ato.
Mora ex persona – quando não existe um termo pré- estipulado, a mora
dependerá de providências tomadas pelo credor. (Caso do parágrafo único do
art. 397).

A afirmativa “II” está correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros,
atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente
74027697120

estabelecidos, e honorários de advogado.


Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá
enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos.

A afirmativa “III” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de
pleno direito em mora o devedor.
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial
ou extrajudicial.

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A afirmativa “IV” está correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em
mora.

A afirmativa “V” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora
essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem
durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda
quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.
Gabarito letra C

13. FCC 2015/TJ-SE/Juiz Substituto. O devedor incorre na cláusula penal


a) De pleno direito, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação
ou se constitua em mora.
b) Apenas se, depois de interpelado, deixar de cumprir a obrigação ou
incorrer em mora.
c) Desde que provado prejuízo se, culposamente, deixar de cumprir a
obrigação ou incorrer em mora.
d) De pleno direito, nas obrigações com termo certo, ou mediante
interpelação, nas obrigações sem prazo, independentemente da
comprovação do prejuízo ou de culpa, se deixar de cumprir a obrigação.
e) Em caso de mora, mas não se houver inadimplemento absoluto, porque,
neste caso, a obrigação se resolve, necessariamente, em perdas e danos.

Comentário:
Alternativa “a” está correta.
De acordo com o Código Civil: 74027697120

Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que,
culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora.

Alternativa “b” está errada.


Não há necessidade de interpelação, conforme artigo citado na alternativa
anterior.

Alternativa “c” está errada.


Também não há necessidade de comprovação de prejuízo, pois a cláusula penal
é um acordo acessório no qual as partes se obrigam ao pagamento de uma

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multa pecuniária, ou seja, em dinheiro, caso a obrigação não seja cumprida ou


que se retarde seu cumprimento.

Alternativa “d” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de
pleno direito em mora o devedor.
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial
ou extrajudicial.
Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue
prejuízo.

Alternativa “e” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que,
culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora.
Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato
posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma
cláusula especial ou simplesmente à mora.
Da leitura do artigo vimos que a cláusula penal poderá ser prevista juntamente
com a obrigação principal – esta é a regra, mas também poderá ser acordada
em momento posterior.
Outra observação referente ao artigo é que se se referir ao descumprimento ou
à inexecução completa da obrigação a cláusula penal é compensatória. Se
se referir à inexecução apenas de algumas cláusulas especiais ou simplesmente
a mora a cláusula penal será moratória.
Gabarito letra A.

14. FCC 2015/TRE-AP/Analista Judiciário – Judiciária. Com relação às


74027697120

obrigações, no tocante ao pagamento, considere:


I. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do
devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios
para ilidir a ação.
II. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado
depois que não era credor.
III. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.
IV. Vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar,
independentemente se o devedor provar ou não que em benefício dele
efetivamente reverteu.
Está correto o que se afirma APENAS em

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a) I e II.
b) I, II e IV.
c) II, III e IV.
d) I, II e III.
e) III e IV.

Comentário:
A afirmativa I está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do
devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para
ilidir a ação.

A afirmativa II está correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado
depois que não era credor.

A afirmativa III está correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.

A afirmativa IV está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o
devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.
Gabarito letra D.
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15. FCC 2015/TRE-AP/Analista Judiciário – Judiciária. Considere os


seguintes efeitos:
I. Subtração da responsabilidade do devedor pela conservação da coisa.
II. Obrigação do credor a ressarcir as despesas do devedor empregadas em
conservar a coisa.
III. Sujeição do credor a receber a coisa pela estimação mais favorável ao
devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o
da sua efetivação.
Quando ocorrer mora do credor, no tocante ao devedor isento de dolo, ocorrerá
os efeitos indicados em

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a) I e II, apenas.
b) I, II e III.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) III, apenas.

Comentário:
A alternativa “b” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela
conservação da coisa (I), obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em
conservá-la (II), e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se
o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação
(III).
Gabarito letra B.

16. FCC 2015/TRE-SE/Analista Judiciário - Área Judiciária. Em regra, na


obrigação de dar coisa certa,
a) Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo
equivalente, mais perdas e danos prefixados no valor da coisa perdida.
b) Não são abrangidos os acessórios dela, sejam eles mencionados ou não.
c) Os frutos percebidos são do credor e os frutos pendentes são do devedor.
d) Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo
equivalente, mais perdas e danos prefixados no dobro do valor da coisa
perdida.
e) Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o
credor, tal qual se ache, sem direito a indenização.

Comentário:
A alternativa “a” está errada. 74027697120

De acordo com o Código Civil:


Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente,
mais perdas e danos.

A alternativa “b” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não
mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.

A alternativa “c” está errada.

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De acordo com o Código Civil:


Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e
acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá
o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os
pendentes.

A alternativa “d” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente,
mais perdas e danos.

A alternativa “e” está correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o
credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-
se-á o disposto no art. 239.
Gabarito letra E.

17. FCC 2015/TRT - 15ª Região/Juiz do Trabalho Substituto. A banda de


música X foi contratada para animar uma festa, por 05 (cinco) horas, de 23h às
4h, mediante o pagamento posterior de R$ 20.000,00 (vinte mil reais),
estabelecendo-se a pena de R$ 19.000,00 (dezenove mil reais), no caso de
descumprimento do contrato. Na data aprazada, a banda contratada não
compareceu e alegou que seu dirigente se equivocara, entendendo que o
evento só ocorreria na semana seguinte. A banda Y, que já se encontrava no
local e animara a festa de 18h30 às 22h30 concordou em suprir a falta,
mediante o pagamento adicional de, também, R$ 20.000,00. Neste caso, a
banda X, em ação judicial movida pela contratante,
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a) Deverá ser condenada ao pagamento do valor despendido para remunerar


a banda Y, sem incidência da cláusula penal.
b) Deverá ser condenada ao pagamento da pena contratual e o contratante
não poderá exigir indenização suplementar, salvo se esta houver sido
convencionada, entretanto o juiz deverá reduzir a penalidade
equitativamente se a entender manifestamente excessiva.
c) Deverá ser condenada ao pagamento da pena contratual, bem como ao
valor pago à banda Y.
d) Nada deverá pagar ao contratante, porque o serviço foi executado por
terceiro.
e) Deverá ser condenada ao pagamento da pena contratual e o contratante
poderá exigir indenização suplementar, não podendo o juiz, ainda que
considere excessiva a pena, reduzi-la.

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Comentário:
A alternativa “b” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que,
culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora.
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a
obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade
for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do
negócio.
Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue
prejuízo.
Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não
pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado.
Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar
o prejuízo excedente.
Gabaito letra B.

18. FCC 2015/DPE-/Prova: Defensor Público. Sobre a teoria geral das


obrigações, é correto afirmar:
a) Não pode ser considerado em mora o credor que não quiser receber o
pagamento no lugar estabelecido contratualmente, mesmo que o devedor
comprove que o pagamento se faz reiteradamente em outro lugar.
b) Nas obrigações alternativas, caso uma das prestações torne-se
inexequível antes da concentração, sem culpa do devedor, este poderá
escolher entre adimplir com a prestação restante ou pagar em dinheiro o
valor daquela que pereceu.
c) Quando uma obrigação indivisível se converte em perdas e danos, ela se
torna uma obrigação divisível. Pelo equivalente em dinheiro devido em
razão do inadimplemento respondem todos os devedores, assim como
pelas perdas e danos. No entanto, os devedores que não deram causa à
impossibilidade da prestação podem reaver do culpado o que pagaram ao
74027697120

credor.
d) Ocorrendo a chamada novação subjetiva por expromissão, mesmo sendo
o novo devedor insolvente, não tem o credor ação regressiva contra o
primeiro devedor.
e) A cessão de crédito é um negócio jurídico bilateral pelo qual o credor
transfere a outrem seus direitos na relação obrigacional,
responsabilizando-se não só pela existência da dívida como pela
solvência do cedido, por força de lei.

Comentário:
A alternativa “a” está errada.

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Quando no contrato conste um local de pagamento, mas este ocorre


reiteradamente em local diverso, presume-se a renúncia do credor ao local
previsto no contrato.
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do
credor relativamente ao previsto no contrato.

A alternativa “b” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 253. Se uma das duas prestações ¹não puder ser objeto de obrigação ou ²se
tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.

A alternativa “c” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e
danos.
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores,
responderão todos por partes iguais.
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas
perdas e danos.

A alternativa “d” está correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 360. Dá-se a novação:
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada
independentemente de consentimento deste.
Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação
regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição.
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A alternativa “e” está errada.


De acordo com o Código Civil:
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a
este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou
particular, se declarou ciente da cessão feita.
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência32
do devedor.

32
Solvência é a situação econômica positiva, quando os haveres superam, em valores, às
dívidas.

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Gabarito letra D.

19. FCC 2015/TRT - 23ª REGIÃO (MT)/ Juiz do Trabalho Substituto. Ana
Paula contratou com Casa das Pedras a entrega e instalação de pingadeiras em
sua residência, ainda em construção. Para o caso de mora da empresa, as
partes estipularam penalidade no valor da obrigação principal. De acordo com o
Código Civil, tal penalidade
a) Não é excessiva, a princípio, nem afasta o direito de Ana Paula exigir a
entrega e instalação das pingadeiras, juntamente com a satisfação da
pena cominada, que deverá ser reduzida de maneira equitativa, pelo juiz,
caso se afigure desproporcional para a natureza e finalidade do negócio
ou se a obrigação principal houver sido cumprida em parte.
b) É excessiva, pois supera trinta por cento da obrigação principal, devendo
ser reduzida a este patamar, e afastando, caso exigida, o direito de Ana
Paula requerer a entrega e instalação das pingadeiras.
c) Não é excessiva nem pode ser reduzida de maneira equitativa, pelo juiz,
mas, caso exigida, afasta o direito de Ana Paula requerer a entrega e
instalação das pingadeiras.
d) É excessiva, pois supera trinta por cento da obrigação principal, devendo
ser reduzida a este patamar, porém não afastando, caso exigida, o direito
de Ana Paula requerer a entrega e instalação das pingadeiras.
e) Não é excessiva, a princípio, mas deverá ser reduzida de maneira
equitativa, pelo juiz, caso se afigure desproporcional para a natureza e
finalidade do negócio, não podendo ser exigida juntamente com o
cumprimento da obrigação principal.

Comentário:
A alternativa “a” está correta.
Caso a obrigação seja totalmente inadimplida o credor deverá optar por exigir o
cumprimento da obrigação ou a aplicação da pena acordada, uma vez que não
é admissível que o credor acumule o recebimento da cláusula penal com o
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cumprimento da obrigação.
Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal ¹para o caso de mora, ou ²em
segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de
exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação
principal.
De acordo com a disposição legal acima, poderá o credor acumular a cláusula
penal com o cumprimento total da obrigação. São duas as hipóteses elencadas
no artigo: ¹quando se estipular cláusula penal para o caso de mora e ²quando
se estipular cláusula penal para segurar outra cláusula especial.
Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o
da obrigação principal.

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Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação
principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for
manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
Este dispositivo legal autoriza o juiz a alterar a cláusula penal em duas
hipóteses: quando o devedor tiver cumprido parcialmente a obrigação, poderá
ser reduzida proporcionalmente, em se tratando de mora ou de
inadimplemento; ou se o valor da penalidade for manifestamente excessivo ao
do contrato principal.
Gabarito letra A.

20. FCC 2015/DPE-MA/Defensor Público. Humberto devia a Teobaldo a


importância de dez mil reais. Entretanto, realizou o pagamento desta dívida a
Petronílio. Nesta hipótese, o pagamento
a) Somente terá eficácia liberatória caso o devedor comprove que o
pagamento foi feito de boa-fé em favor de credor putativo, como
decorrência da boa-fé objetiva e da teoria da aparência, sendo irrelevante
no caso relatado verificar se houve a anuência ou a reversão do valor em
favor do credor originário (accipiens)
b) Somente será válido com a aceitação de Teobaldo, uma vez que a
legitimidade é elemento de validade do negócio jurídico, e, neste caso, o
pagamento não foi feito ao credor originário (accipiens).
c) É válido e eficaz, sendo absolutamente irrelevante o fato de ter sido feito
a pessoa diversa do credor, pois a cobrança em duplicidade de um débito
já pago não é admitida no ordenamento jurídico brasileiro.
d) Não tem validade, uma vez que o pagamento feito a terceiro estranho à
relação obrigacional não admite ratificação.
e) Poderá ter eficácia liberatória caso Teobaldo ratifique o pagamento ou que
o devedor comprove que o pagamento foi feito de boa-fé em favor de
credor putativo, ou, ainda, que o devedor prove que o valor reverteu em
favor do verdadeiro credor.

Comentário:
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A alternativa “e” está correta.


De acordo com o Código Civil:
Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob
pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu
proveito.
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado
depois que não era credor.
Gabarito letra E.

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21. FCC 2015/TJ-SC/Juiz Substituto. A indústria de cerâmica X celebrou


contrato de fornecimento de carvão mineral, durante um ano, com empresa
mineradora estabelecendo o instrumento que o produto deveria ser apropriado
para a combustão, contudo sem fixar percentual máximo de cinza, sabendo-se
que melhor será a combustão, quanto menor a quantidade de cinza. Ao fazer a
primeira entrega do produto, o adquirente verificou que a quantidade de cinza
era muito alta e que seu concorrente recebia carvão com quantidade de cinza
muito baixa. Notificada, a mineradora esclareceu que, no contrato firmado com
a concorrente, ficara estabelecido aquele percentual mínimo, o que não figurava
no contrato firmado com a Cerâmica X e, por isso, entregava o carvão de pior
qualidade. A indústria X ajuizou ação, com pedido de antecipação de tutela,
para que a Mineradora Y lhe entregasse o carvão de melhor qualidade. O juiz,
após a contestação, e tendo sido comprovada a existência de um produto
intermediário, deferiu a liminar, determinando que este fosse o objeto da
entrega. Ambas as partes interpuseram agravo de instrumento, pedindo a ré
que fosse a liminar revogada e a autora, que fosse a decisão reformada para
que a agravada lhe entregasse o carvão de melhor qualidade. Considerando a
disposição específica de direito material, nesse caso,
a) Ambos os recursos devem ser providos parcialmente, para que a ré seja
compelida a, alternadamente, entregar o produto melhor, o intermediário
e o pior.
b) Ambos os agravos devem ser improvidos, porque o devedor não poderá
dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
c) Deve ser provido o agravo do réu, porque não resultando o contrário do
título da obrigação, a escolha pertence ao devedor.
d) Deve ser provido o recurso da autora, porque, não resultando o contrário
do título da obrigação, a escolha pertence ao credor.
e) Deve ser provido o recurso da autora, porque a ré violou o dever de boa-
fé.

Comentário:
A alternativa “b” está correta.
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De acordo com o Código Civil:


Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence
ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a
coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Gabarito letra B.

22. FCC 2015/TCM-RJ/Procurador da Procuradoria Especial. Lucas e


Gustavo celebram contrato de prestação de serviços para criação e manutenção
do jardim de Lucas, cabendo a Gustavo os serviços de jardinagem. O contrato
prevê multa no valor total da obrigação ajustada, com renúncia das partes a
abatimento desse montante, ocorrendo porém sua resilição após um terço de

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seu cumprimento, por ato unilateral de Gustavo. Lucas cobra a multa em seu
total. Nesse caso, o juiz deve
a) Reduzir equitativamente a penalidade pelo cumprimento parcial da
obrigação, podendo agir de ofício e declarando incabível a renúncia ao
abatimento do valor da cláusula penal, por se tratar de norma de ordem
pública.
b) Manter o que foi ajustado pelas partes, livremente, pois a multa só não
poderia ultrapassar o valor da obrigação principal e a renúncia ao
abatimento de seu montante configura norma dispositiva.
c) Reduzir equitativamente a penalidade pelo cumprimento parcial da
obrigação somente se requerido expressamente por quem denunciou o
contrato e se pedida por ele a anulação da renúncia ao abatimento do
valor, por se tratar de matéria de seu exclusivo interesse.
d) Ter por irrelevante o cumprimento parcial da obrigação, embora admitida
em tese a renúncia ao abatimento do valor da multa, por se tratar de
direito disponível, mas reduzir a penalidade por seu excesso evidente, já
que só permitido pela jurisprudência o percentual máximo de 20% a título
de sanção.
e) Reduzir até mesmo de ofício a penalidade pelo cumprimento parcial da
obrigação, desde que provado que a renúncia ao abatimento de seu
montante foi avençada por Gustavo com vício de consentimento, por
inexperiência ou induzimento em erro.

Comentário:
A alternativa “a” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação
principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for
manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da
obrigação principal.
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Enunciados pertinentes a questão:


Enunciado 355: “Não podem as partes renunciar à possibilidade de redução da
cláusula penal se ocorrer qualquer das hipóteses previstas no art. 413 do
CC/02, por se tratar de preceito de ordem pública”.
Enunciado 356: “Nas hipóteses previstas no art. 413 do CC/02 o juíz deverá
reduzir a cláusula penal de ofício”.
Enunciado 359: “A redação do art. 413 não impõe que a redução da
penalidade seja proporcionalmente idêntica ao percentual adimplido”.
Gabarito letra A.

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23. FCC 2015/TCM-RJ/Procurador da Procuradoria Especial. Filipe deve a


Pedro o valor de R$ 5.000,00. Não tendo dinheiro, Filipe propõe, como exímio
carpinteiro que é, celebrarem um contrato de prestação de serviços de
carpintaria na residência de Pedro, até o valor devido. Esta contratação
caracterizará, em relação à dívida anterior,
a) Dação em pagamento.
b) Compensação.
c) Novação.
d) Imputação em pagamento.
e) Remissão.

Comentário:
A alternativa “c” está correta.
A novação é uma das formas de pagamento indireto, em que há a substituição
de uma obrigação anterior por uma obrigação nova, que é diferente da
anterior. Por este motivo, a novação não produz a satisfação imediata do
crédito. É considerada novo negócio jurídico, que possui os seguintes
requisitos: ¹a existência de uma obrigação anterior; ²que exista uma nova
obrigação; e ³que exista a intenção de fazer a novação.
Existem três espécies de novação: a novação objetiva onde se altera o
objeto da obrigação; a novação subjetiva onde serão alterados os sujeitos, ou
seja, as pessoas da relação obrigacional; e novação mista onde serão alterados
o objeto e as pessoas ao mesmo tempo.
De acordo com o Código Civil:
Art. 360. Dá-se a novação:
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a
anterior;
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo,
ficando o devedor quite com este.
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Gabarito letra C.

24. CESPE 2016/PGE-AM/Procurador do Estado. A respeito de prescrição e


obrigações, julgue o item subsecutivo.
Situação hipotética: Isabel firmou com Davi contrato em que se comprometia a
dar-lhe coisa certa em data aprazada. Em função da mora no recebimento,
ocasionada por Davi, a coisa estragou-se, sem que Isabel tenha concorrido para
tal. Assertiva: Nesse caso, Davi poderá exigir indenização equivalente à metade
do dano suportado.

Comentário:

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O caso apresentado na questão é de mora do credor, por isso aplica-se o art.


400 do CC/2002:
Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela
conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em
conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o
seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação.
Gabarito errado.

25. CESPE 2016/FUNPRESP-JUD/Analista-direito. A respeito das


obrigações, dos contratos, dos atos unilaterais, do reconhecimento dos filhos e
da sucessão, julgue o item subsequente.
Na imputação do pagamento, são exigidas, além da pluralidade de débitos e
identidade das partes, a igual natureza das dívidas e a possibilidade de o
pagamento resgatar mais de um débito.

Comentário:
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um
só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem
líquidos e vencidos.
Do artigo acima podemos concluir, que a imputação do pagamento, é uma
faculdade atribuída ao devedor que possui vários débitos, na qual, este poderá
escolher dentre os diversos débitos, a obrigação que será extinta através do
pagamento. Desde que estes débitos sejam perante o mesmo credor, de
mesma natureza, líquidos33 e vencidos.
Gabarito correto.

26. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle-jurídica. Carlos se obrigou


a entregar a Roberto um automóvel fabricado em 1970, mas, diante da
dificuldade de adimplemento, ficou acordada a substituição da obrigação pela
entrega de um veículo zero km fabricado no corrente ano. Nessa situação
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hipotética, de acordo com o Código Civil, ocorreu uma novação.

Comentário:
A novação é uma das formas de pagamento indireto, em que há a substituição
de uma obrigação anterior por uma obrigação nova, que é diferente da
anterior. Por este motivo, a novação não produz a satisfação imediata do
crédito. É considerada novo negócio jurídico, que possui os seguintes
requisitos: ¹a existência de uma obrigação anterior; ²que exista uma nova
obrigação; e ³que exista a intenção de fazer a novação.

33
Obrigação líquida é aquela sobre a qual não existem dúvidas sobre sua existência, e que é
determinada quanto ao seu objeto.

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Gabarito correto.

27. CESPE 2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Área


Fiscalização-direito. Indivíduo que se comprometer ao pagamento da
obrigação em prestações sucessivas terá a seu favor a presunção de pagamento
se tiver recibo de quitação da última.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última
estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as
anteriores.
Gabarito correto.

28. CESPE 2016/TCE-SC/Auditor fiscal de Controle Externo. Depositado o


valor referente ao pagamento em consignação, o devedor poderá requerer o
levantamento, o qual dependerá de anuência do credor, ainda que este não
tenha declarado que aceita o depósito ou não tenha impugnado o seu valor.

Comentário:
A consignação é um meio oferecido pela lei, para que se cumpra uma obrigação
e assim se evite as consequências de um inadimplemento. Se a consignação for
realizada de forma extrajudicial, através de um depósito bancário, o credor será
notificado deste depósito para, no prazo de dez dias, impugná-lo ou declarar
sua aceitação.
Assim, enquanto o credor não se manifestar poderá o devedor levantar o
depósito, de acordo com o art. 338:
Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o
impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas
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despesas, e subsistindo a obrigação para todas as consequências de direito.


Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo,
embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores.
Gabarito errado.

29. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Com relação ao direito


das obrigações, julgue o item. Tratando-se de obrigação com objeto indivisível
e pluralidade de credores, presume-se a solidariedade ativa.

Comentário:

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De acordo com o Código Civil:


Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Gabarito errado.

30. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Com relação ao direito


das obrigações, julgue o item. Dada a natureza da obrigação, a exoneração,
pelo credor, da solidariedade a um dos devedores, aproveitará aos demais.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de
todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores,
subsistirá a dos demais.
Gabarito errado.

31. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Com relação ao direito


das obrigações, julgue o item. Em se tratando de obrigação solidária, ainda que
somente um dos devedores seja o culpado pela impossibilidade de seu
cumprimento, todos os demais continuam obrigados ao pagamento do valor
equivalente.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários,
subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só
responde o culpado.
Gabarito correto. 74027697120

32. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Com relação ao direito


das obrigações, julgue o item. Se a obrigação intuitu personae se tornar
impossível, ainda que não haja culpa das partes, haverá conversão em perdas e
danos em favor do credor.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-
se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.

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Gabarito errado.

33. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Com relação ao direito


das obrigações, julgue o item. Havendo impossibilidade de cumprimento, por
culpa do devedor, de apenas uma das obrigações alternativas, ao credor restará
ficar com a obrigação que subsistiu, independentemente de caber a ele a
escolha.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se
impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente
ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as
prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das
duas, além da indenização por perdas e danos.
Gabarito errado.

34. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Em cada uma das


seguintes opções, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma
assertiva a ser julgada acerca de institutos relacionados ao adimplemento e à
extinção das obrigações. Julgue o item. César, que deve a Caio a quantia
correspondente a R$ 1.000, passa por situação de dificuldade financeira, razão
por que Caio resolveu perdoar-lhe a dívida. Nessa situação, a remissão, que
tem o único objetivo de extinguir a dívida, independe da aceitação de César.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem
prejuízo de terceiro.
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Gabarito errado.

35. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Em cada uma das


seguintes opções, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma
assertiva a ser julgada acerca de institutos relacionados ao adimplemento e à
extinção das obrigações. Julgue o item. Márcio contraiu duas dívidas com
Joana, nos valores de R$ 300 e R$ 150, com vencimento, respectivamente, em
20/12/2015 e em 5/1/2016; em 10/1/2016, Márcio entregou a Joana R$ 150,
mas não indicou qual dívida desejava saldar. Joana tampouco apontou qual
dívida estava sendo quitada. Nessa situação, presume-se que o pagamento
refere-se à dívida vencida em 5/1/2016, já que o valor entregue importa em
sua quitação integral.

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Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa
quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se
as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na
mais onerosa.
O artigo 355 será utilizado, quando o devedor não indicar a qual das
dívidas quer imputar o pagamento, e nem o credor indicar na hora da
quitação. Assim sendo a lei ordena que a imputação seja feita nas dívidas
líquidas e vencidas em primeiro lugar.
Gabarito errado.

36. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Em cada uma das


seguintes opções, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma
assertiva a ser julgada acerca de institutos relacionados ao adimplemento e à
extinção das obrigações. Julgue o item. João contraiu obrigação, tornando-se
devedor de Pedro, mas nada foi estabelecido quanto ao local do efetivo
cumprimento da obrigação. Nessa situação, considera-se o local de
cumprimento a casa do credor, uma vez que, na ausência de estipulação do
local de pagamento, se presume que a dívida é portável (portable).

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes
convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da
obrigação ou das circunstâncias.
Gabarito errado.

37. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Em cada uma das


seguintes opções, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma
74027697120

assertiva a ser julgada acerca de institutos relacionados ao adimplemento e à


extinção das obrigações. Julgue o item. Mário, estando obrigado a pagar R$
50.000 a Paulo, ofereceu-lhe, na data do pagamento, um veículo para solver a
dívida, o que foi aceito por Paulo, que, após receber o veículo, teve que
entregá-lo a um terceiro em decorrência de uma ação de evicção. Nessa
situação, como Paulo foi evicto da coisa recebida em pagamento, será
restabelecida a obrigação primitiva.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:

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Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a


obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de
terceiros.
Gabarito correto.

38. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Em cada uma das


seguintes opções, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma
assertiva a ser julgada acerca de institutos relacionados ao adimplemento e à
extinção das obrigações. Julgue o item. Ana tem uma dívida já prescrita no
valor de R$ 300 com Maria, que, por sua vez, deve a quantia de R$ 500,
vencida recentemente, a Ana. Nessa situação, ainda que sem a concordância de
Ana, Maria poderá compensar as dívidas e pagar a Ana apenas R$ 200,
porquanto, embora prescrita, a dívida de Ana ainda existe e é denominada
obrigação moral.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas
fungíveis.
Gabarito errado.

39. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJ – Oficial de Justiça


Avaliador Federal. Em cada uma das seguintes opções, é apresentada uma
situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada acerca de institutos
relacionados ao adimplemento e à extinção das obrigações. Julgue o item.
César, que deve a Caio a quantia correspondente a R$ 1.000, passa por
situação de dificuldade financeira, razão por que Caio resolveu perdoar-lhe a
dívida. Nessa situação, a remissão, que tem o único objetivo de extinguir a
dívida, independe da aceitação de César.
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Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem
prejuízo de terceiro.
Gabarito errado.

40. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJ – Oficial de Justiça


Avaliador Federal. Em cada uma das seguintes opções, é apresentada uma
situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada acerca de institutos
relacionados ao adimplemento e à extinção das obrigações. Julgue o item.
Márcio contraiu duas dívidas com Joana, nos valores de R$ 300 e R$ 150, com

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vencimento, respectivamente, em 20/12/2015 e em 5/1/2016; em 10/1/2016,


Márcio entregou a Joana R$ 150, mas não indicou qual dívida desejava saldar.
Joana tampouco apontou qual dívida estava sendo quitada. Nessa situação,
presume-se que o pagamento refere-se à dívida vencida em 5/1/2016, já que o
valor entregue importa em sua quitação integral.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa
quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se
as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na
mais onerosa.
O artigo 355 será utilizado, quando o devedor não indicar a qual das
dívidas quer imputar o pagamento, e nem o credor indicar na hora da
quitação. Assim sendo a lei ordena que a imputação seja feita nas dívidas
líquidas e vencidas em primeiro lugar.
Gabarito errado.

41. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJ – Oficial de Justiça


Avaliador Federal. Em cada uma das seguintes opções, é apresentada uma
situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada acerca de institutos
relacionados ao adimplemento e à extinção das obrigações. Julgue o item.João
contraiu obrigação, tornando-se devedor de Pedro, mas nada foi estabelecido
quanto ao local do efetivo cumprimento da obrigação. Nessa situação,
considera-se o local de cumprimento a casa do credor, uma vez que, na
ausência de estipulação do local de pagamento, se presume que a dívida é
portável (portable).

Comentário:
De acordo com o Código Civil: 74027697120

Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes


convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da
obrigação ou das circunstâncias.
Gabarito errado.

42. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJ – Oficial de Justiça


Avaliador Federal. Em cada uma das seguintes opções, é apresentada uma
situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada acerca de institutos
relacionados ao adimplemento e à extinção das obrigações. Julgue o
item.Mário, estando obrigado a pagar R$ 50.000 a Paulo, ofereceu-lhe, na data
do pagamento, um veículo para solver a dívida, o que foi aceito por Paulo, que,
após receber o veículo, teve que entregá-lo a um terceiro em decorrência de

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uma ação de evicção. Nessa situação, como Paulo foi evicto da coisa recebida
em pagamento, será restabelecida a obrigação primitiva.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a
obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de
terceiros.
Gabarito correto.

43. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJ – Oficial de Justiça


Avaliador Federal. Em cada uma das seguintes opções, é apresentada uma
situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada acerca de institutos
relacionados ao adimplemento e à extinção das obrigações. Julgue o item.Ana
tem uma dívida já prescrita no valor de R$ 300 com Maria, que, por sua vez,
deve a quantia de R$ 500, vencida recentemente, a Ana. Nessa situação, ainda
que sem a concordância de Ana, Maria poderá compensar as dívidas e pagar a
Ana apenas R$ 200, porquanto, embora prescrita, a dívida de Ana ainda existe
e é denominada obrigação moral.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas
fungíveis.
Gabarito errado.

44. FGV 2015/TCM-SP/Agente de Fiscalização. Cuidando-se de obrigação


indivisível em que haja vários devedores, sendo inadimplente um deles, a
cláusula penal de natureza pecuniária poderá ser exigida pelo credor:
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a) Integralmente de cada um dos devedores;


b) Proporcionalmente de cada um dos devedores, inclusive do devedor
culpado;
c) Integralmente de qualquer um dos devedores;
d) Proporcionalmente, e somente do devedor culpado;
e) Proporcionalmente de cada um dos devedores não culpados.

Comentário:
Questão literal do art. 414 do CC/2002:

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Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles,
incorrerão na pena; mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado,
respondendo cada um dos outros somente pela sua quota.
Gabarito letra E.

45. FGV 2015/TJ-PI/Analista Judiciário-Escrivão Judicial. Joana,


locatária do imóvel de Marcela, reiteradamente efetua o pagamento mensal das
despesas referentes à locação na sede da X Administradora de imóveis LTDA.
Não obstante, Marcela, ao longo de toda a execução contratual, tenha prestado
a quitação do pagamento feito pela inquilina, ela percebe que no termo de
locação há a previsão de o pagamento se realizar no domicílio do credor. Diante
do ocorrido, caberá à interessada requerer:
a) A reexecução das prestações, em razão da mora de Joana, que efetuou o
pagamento em local diferente do avençado contratualmente;
b) A revisão contratual, a fim de adequar os termos da avença e atualizar o
local onde o contrato deva ser cumprido e o aluguel prestado;
c) A eficácia dos pagamentos, pois seria a hipótese de renúncia presumida
do credor quanto ao local de cumprimento da obrigação;
d) A alteração do local de cumprimento do contrato, pois em regra, no
silêncio das partes, a lei determina que as obrigações sejam cumpridas no
domicílio do credor;
e) O desfazimento do contrato, pois com o cumprimento imperfeito, a
conservação da locação tornou-se inútil aos interesses da locadora.

Comentário:
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do
credor relativamente ao previsto no contrato.

Quando no contrato consta um local de pagamento, mas este ocorre


reiteradamente em local diverso, presume-se a renúncia do credor ao local
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previsto no contrato. Entenda, no entanto, que esta presunção é relativa.


Gabarito letra C.

46. FGV 2015/TJ-BA/Analista Judiciário. Silvio, fazendeiro e criador de


gado de leite, arrendou um touro premiado para usar na reprodução de suas
vacas leiteiras. Acontece que, apesar do zelo com o qual cuidou do animal,
fortes chuvas que atingiram a região causaram a destruição das benfeitorias e
morte de diversos animais, entre os quais o animal arrendado. É correto afirmar
que, em decorrência desse fato:
a) Resolve-se o contrato, devendo Silvio indenizar o proprietário do touro,
pagando-lhe tão somente o valor do animal;

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b) Resolve-se o contrato, devendo Silvio indenizar o proprietário do touro,


pagando-lhe o correspondente ao valor do animal e os lucros cessantes;
c) Mantém-se o contrato, devendo o proprietário providenciar a reposição do
animal arrendado, às suas expensas;
d) Mantém-se o contrato, devendo o proprietário providenciar a reposição do
animal arrendado, às expensas de Silvio;
e) Resolve-se o contrato, arcando o proprietário com o prejuízo decorrente
da perda do touro.

Comentário:
Este contrato é o de dar coisa certa, e, de acordo com o art. 238 do CC:
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se
perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá,
ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Gabarito letra E.

47. FGV 2014/PROCEMPA/Analista Administrativo. As obrigações nascem


para ser satisfeitas, implementadas, cumpridas. O adimplemento de uma
obrigação é denominado pagamento e acarreta a liquidação, a extinção de uma
obrigação. Dessa forma, o pagamento pode ser direto ou indireto, sendo tais
formas disciplinadas pelo Código Civil. Por outro lado, o Código Civil também
elenca duas formas de transmissão de obrigações, que não se confundem com
o pagamento.
Dentre os institutos listados a seguir, assinale o que não é previsto pelo Código
Civil como pagamento e sim como forma de transmissão de obrigação.
a) Cessão de crédito.
b) Remissão de dívida
c) Novação.
d) Sub-rogação
e) Dação.
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Comentário:
Uma das formas de transmitir uma obrigação é através da cessão de crédito.
Gabarito letra A.

48. FGV 2014/ Prefeitura de Recife – PE/Auditor do Tesouro Municipal.


Assinale a opção que indica duas espécies de Transmissão das Obrigações
previstas no Código Civil.
a) Cessão de crédito e sub-rogação
b) Assunção de dívida e imputação
c) Sub-rogação e imputação

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d) Dação e remissão
e) Assunção de dívida e cessão de crédito

Comentário:
Duas formas de transmissão encontram-se na alternativa “e”, quais sejam,
Assunção de dívida e cessão de crédito.
Gabarito letra E.

49. VUNESP 2014/EMPLASA/Analista Jurídico. Tratando-se de obrigação,


se a prestação, devido à mora do devedor, tornar-se inútil ao credor, este;
a) Deverá recebê-la e exigir perdas e danos.
b) Poderá recebê-la e exigir o adimplemento completo
c) Poderá enjeitá-la e exigir a satisfação das perdas e danos
d) Deverá enjeitá-la, mas não poderá exigir outra satisfação.
e) Deverá exigir a purgação da mora.

Comentário:
Art. 395. Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor,
este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos.
Gabarito letra C.

50. VUNESP 2014/UNICAMP/Procurador. Assinale a alternativa correta


acerca da inexecução das obri-gações, conforme as determinações do Código
Civil.
a) Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes apenas por dolo e
não por culpa, salvo as exceções previstas em lei.
b) O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou
força maior, ainda que expressamente se houver por eles
responsabilizado. 74027697120

c) Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor


que não quiser recebe-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a
convenção estabelecer.
d) A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato
posterior, só pode referir-se à inexecução completa da obrigação.
e) Para exigir a pena convencional, em qualquer caso, é necessário que o
credor alegue prejuízo.

Comentário:
Alternativa “a” – errada.

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Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o
contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos,
responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei.

Alternativa “b” – errada.


Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou
força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos
efeitos não era possível evitar ou impedir.

Alternativa “c” – correta.


Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o
credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a
convenção estabelecer.

Alternativa “d” – errada.


Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato
posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma
cláusula especial ou simplesmente à mora.

Alternativa “e” – errada.


Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue
prejuízo.
Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode
o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o
tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o
prejuízo excedente.
Gabarito letra C.
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Teoria e Questões
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Lista de Questões
1. FCC 2017/TRT - 11ª Região (AM e RR)/ Analista Judiciário – Área
Judiciária. Nas obrigações solidárias:
a) Se o devedor exonerar expressamente da solidariedade um ou mais
devedores, não mais subsistirá a dos demais.
b) A obrigação solidária não pode ser pura e simples para um dos cocredores
ou codevedores, e condicional, ou a prazo ou pagável em local diferente,
para outro.
c) Convertendo-se a prestação em perdas e danos, não mais subsiste a
solidariedade.
d) A propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores
solidários implicará em renúncia da solidariedade.
e) Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o
cumprimento da prestação por inteiro.

2. FCC 2017/TRT - 11ª Região (AM e RR)/ Analista Judiciário – Área


Judiciária Especialidade Oficial de Justiça Avaliador Federal. Paulo e
Pedro firmaram contrato pelo qual Pedro comprometeu-se a comprar o
automóvel de placas XX-22 ou o caminhão de placas YY-33, ambos de
propriedade de Paulo, no prazo de 30 dias, pelo preço médio de mercado. O
contrato nada mais estabeleceu a respeito. Nesse caso, preenchidas as
condições de prazo e de preço,
a) Se o automóvel for destruído por incêndio fortuito, não subsistirá a
obrigação de comprar o caminhão.
b) Pedro poderá obrigar Paulo a vender-lhe os dois veículos.
c) A escolha do veículo a ser comprado cabe a Pedro.
d) Se o automóvel e o caminhão forem destruídos por incêndio fortuito,
subsistirá a obrigação, devendo Paulo fornecer outros veículos para
venda.
e) Se o automóvel e o caminhão forem destruídos por culpa de Pedro, Paulo
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poderá exigir apenas a quantia correspondente ao veículo de maior valor.

3. FCC 2017/TRT - 11ª Região (AM e RR)/ Analista Judiciário – Área


Judiciária Especialidade Oficial de Justiça Avaliador Federal. A respeito
do adimplemento e extinção das obrigações, é correto afirmar que
a) A novação por substituição do devedor não pode ser efetuada sem o
consentimento deste.
b) O devedor não pode reter o pagamento enquanto não lhe seja dada
quitação regular.

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c) O credor não pode concordar em receber prestação diversa da que lhe é


devida.
d) É licito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.
e) A compensação pode se efetuar entre dívidas ilíquidas, não vencidas e de
coisas infungíveis.

4. FCC 2016/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/Analista Judiciário - Área:


Judiciária. Carlos vendeu um cavalo a Cláudio, por R$ 1.000,00. Antes da
entrega, porém, o cavalo faleceu de causas naturais, sem que Carlos tenha tido
culpa. Com a morte do cavalo, sem culpa de Carlos, a obrigação
a) Resolve-se para ambas as partes, tendo Carlos direito a perdas e danos.
b) Resolve-se para Carlos, devendo Cláudio pagar o preço, de R$ 1.000,00,
porém não perdas e danos.
c) Não se resolve para nenhuma das partes, devendo Carlos entregar cavalo
de características semelhantes a Cláudio, enquanto este deverá pagar o
preço, de R$ 1.000,00.
d) Resolve-se para ambas as partes, tendo Cláudio direito a perdas e danos.
e) Resolve-se para ambas as partes, sem direito a perdas e danos.

5. FCC 2016/DPE-BA/Defensor Público. Sobre a cessão de crédito e a


assunção de dívida, é correto afirmar:
a) A cessão de crédito não depende da anuência do devedor para que seja
válida.
b) O fiador do devedor originário segue responsável pela dívida em caso de
assunção por terceiro.
c) Na cessão de crédito há novação subjetiva passiva em relação à relação
obrigacional originária.
d) Com a cessão de crédito, cessam as garantias reais e pessoais da dívida.
e) Terceiro pode assumir a obrigação do devedor com o consentimento
expresso do credor, exonerando o devedor primitivo, ainda que o credor
ignorasse que o assuntor fosse insolvente ao tempo da assunção de
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dívida.

6. FCC 2016/Prefeitura de Teresina – PI/Técnico de Nível Superior -


Analista Administrativo. Sobre a solidariedade,
a) Decorre apenas da vontade das partes, não podendo ser imposta por lei.
b) É incompatível com as obrigações de dar.
c) Decorre apenas da lei, não podendo ser estabelecida pela vontade das
partes.
d) Em havendo mais de um credor, em dívida de natureza solidária, a
obrigação do devedor que paga a somente um credor não é extinta.
e) O pagamento parcial da obrigação não extingue a solidariedade, que
permanece quanto ao remanescente.

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7. FCC 2016/Prefeitura de Teresina – PI/Técnico de Nível Superior -


Analista Administrativo. Marilda contraiu com Paulo a obrigação de entregar
seu carro em determinada data, ou, assim pactuado, poderiam substituí-la pela
entrega do carro da mãe de Marilda, e, na total impossibilidade cumpri-la,
poderia Paulo receber o valor do carro. Trata-se de uma situação que envolve
obrigação
a) De dar coisa incerta.
b) Cumulativa.
c) Alternativa.
d) De fazer.
e) De resultado.

8. FCC 2016/Prefeitura de Campinas – SP/Procurador. A respeito da


mora, considere:
I. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora
desde que o praticou.
II. Nos contratos bancários, não descaracteriza a mora o ajuizamento isolado
de ação revisional, nem mesmo quando o reconhecimento de abusividade
incidir sobre os encargos inerentes ao período de inadimplência contratual.
III. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá
enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos.
IV. É necessária, em regra, interpelação judicial ou extrajudicial para constituir
em mora o devedor que não honra obrigação positiva e líquida no seu termo.
De acordo com o Código Civil e com jurisprudência consolidada do Superior
Tribunal de Justiça, está correto o que se afirma em
a) I, II, III e IV.
b) II e III, apenas.
c) I, II e IV, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II e III, apenas.
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9. FCC 2016/Prefeitura de São Luiz – MA/Procurador do Município. João


deve entregar um colar que vale R$ 300.000,00 a Maria, Paula e Joana, sendo
que Maria remitiu o débito. Assim, Paula e Joana exigirão o colar, mas, de outro
lado, deverão restituir a João, o montante equivalente ao quantum remitido.
Essa situação só pode ocorrer pelo fato de a obrigação em tela ser
a) Solidária passiva.
b) Subsidiária.
c) Indivisível.
d) Divisível.
e) Solidária ativa.

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10. FCC 2015/TJ-PI/Juiz Substituto. Carlos é locatário de imóvel, em


contrato celebrado com Romero no polo de locador. Rodolfo é o fiador das
obrigações locatícias, renunciando ao benefício de ordem. Carlos não pagou o
aluguel, porque é credor de Romero em razão de outro contrato, sendo essa
dívida superior ao valor dos aluguéis não pagos. Nesse caso,
a) O fiador recupera o benefício de ordem a que renunciou, e pode exigir
que a dívida seja em primeiro lugar cobrada do afiançado, e não poderá
pagar a dívida com desconhecimento ou oposição do afiançado, pois se o
fizer perderá o direito de reembolso.
b) O fiador terá de ajuizar ação de consignação em pagamento, para livrar-
se da mora, alegando dúvida acerca da titularidade do crédito.
c) Em ação de cobrança movida por Romero, Rodolfo não pode alegar
compensação, mas se ele pagar os aluguéis, com o conhecimento de
Carlos, terá direito ao reembolso.
d) Em ação de cobrança movida por Romero, Rodolfo pode alegar
compensação, mas se ele pagar os aluguéis, com desconhecimento ou
oposição de Carlos, o afiançado não está obrigado a reembolsá-lo.
e) Ao fiador é irrelevante a possibilidade de compensação, porque só o
devedor pode compensar com o credor o que este lhe dever, por isso, se
demandado, Rodolfo terá de pagar a dívida, exceto se houver oposição do
afiançado.

11. FCC 2015/TJ-PI/Juiz Substituto. Marcos foi contratado, em um mesmo


instrumento, para prestar serviços de manutenção de máquinas agrícolas
durante o período de colheita, simultaneamente, nas fazendas de Lourenço e
Sérgio, comprometendo-se estes conjuntamente a pagar os serviços, parte em
dinheiro e parte com um equino. Não tendo Lourenço e Sérgio cumprido a
obrigação assumida e achando-se eles em mora, Marcos poderá cobrar a
a) Parte de cada um na dívida em dinheiro e a entrega do animal de
qualquer dos devedores.
b) Entrega do animal de qualquer deles, mas a cobrança em dinheiro é
impossível, porque o contrato não estabeleceu a proporção de cada um,
devendo o valor da dívida, nesta parte, ser arbitrado pelo juiz.
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c) Dívida em dinheiro integralmente de qualquer um dos devedores, mas


pelo animal, ambos deverão ser cobrados.
d) Parte de cada um na dívida em dinheiro e, quanto à entrega do animal,
deverá a obrigação ser necessariamente convertida em dinheiro e
também cobrada a cota parte de cada um.
e) Parte de cada um da dívida em dinheiro, mas não poderá reclamar a
entrega do animal, porque o objeto se tornou ilícito.

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12. FCC 2015/TJ-PI/Juiz Substituto. A respeito da mora, considere:


I. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora,
desde que o praticou.
II. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros,
atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado.
III. Não havendo termo, a mora só se constitui mediante interpelação judicial.
IV. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em
mora.
V. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, exceto se
essa impossibilidade resultar de caso fortuito ou de força maior ocorrentes
durante o atraso.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e V.
b) I, III e V.
c) I, II e IV.
d) II, IV e V.
e) I, III e IV.

13. FCC 2015/TJ-SE/Juiz Substituto. O devedor incorre na cláusula penal


a) De pleno direito, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação
ou se constitua em mora.
b) Apenas se, depois de interpelado, deixar de cumprir a obrigação ou
incorrer em mora.
c) Desde que provado prejuízo se, culposamente, deixar de cumprir a
obrigação ou incorrer em mora.
d) De pleno direito, nas obrigações com termo certo, ou mediante
interpelação, nas obrigações sem prazo, independentemente da
comprovação do prejuízo ou de culpa, se deixar de cumprir a obrigação.
e) Em caso de mora, mas não se houver inadimplemento absoluto, porque,
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neste caso, a obrigação se resolve, necessariamente, em perdas e danos.

14. FCC 2015/TRE-AP/Analista Judiciário – Judiciária. Com relação às


obrigações, no tocante ao pagamento, considere:
I. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do
devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios
para ilidir a ação.
II. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado
depois que não era credor.
III. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.

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IV. Vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar,


independentemente se o devedor provar ou não que em benefício dele
efetivamente reverteu.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I, II e IV.
c) II, III e IV.
d) I, II e III.
e) III e IV.

15. FCC 2015/TRE-AP/Analista Judiciário – Judiciária. Considere os


seguintes efeitos:
I. Subtração da responsabilidade do devedor pela conservação da coisa.
II. Obrigação do credor a ressarcir as despesas do devedor empregadas em
conservar a coisa.
III. Sujeição do credor a receber a coisa pela estimação mais favorável ao
devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o
da sua efetivação.
Quando ocorrer mora do credor, no tocante ao devedor isento de dolo, ocorrerá
os efeitos indicados em
a) I e II, apenas.
b) I, II e III.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) III, apenas.

16. FCC 2015/TRE-SE/Analista Judiciário - Área Judiciária. Em regra, na


obrigação de dar coisa certa,
a) Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo
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equivalente, mais perdas e danos prefixados no valor da coisa perdida.


b) Não são abrangidos os acessórios dela, sejam eles mencionados ou não.
c) Os frutos percebidos são do credor e os frutos pendentes são do devedor.
d) Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo
equivalente, mais perdas e danos prefixados no dobro do valor da coisa
perdida.
e) Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o
credor, tal qual se ache, sem direito a indenização.

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Teoria e Questões
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17. FCC 2015/TRT - 15ª Região/Juiz do Trabalho Substituto. A banda de


música X foi contratada para animar uma festa, por 05 (cinco) horas, de 23h às
4h, mediante o pagamento posterior de R$ 20.000,00 (vinte mil reais),
estabelecendo-se a pena de R$ 19.000,00 (dezenove mil reais), no caso de
descumprimento do contrato. Na data aprazada, a banda contratada não
compareceu e alegou que seu dirigente se equivocara, entendendo que o
evento só ocorreria na semana seguinte. A banda Y, que já se encontrava no
local e animara a festa de 18h30 às 22h30 concordou em suprir a falta,
mediante o pagamento adicional de, também, R$ 20.000,00. Neste caso, a
banda X, em ação judicial movida pela contratante,
a) Deverá ser condenada ao pagamento do valor despendido para remunerar
a banda Y, sem incidência da cláusula penal.
b) Deverá ser condenada ao pagamento da pena contratual e o contratante
não poderá exigir indenização suplementar, salvo se esta houver sido
convencionada, entretanto o juiz deverá reduzir a penalidade
equitativamente se a entender manifestamente excessiva.
c) Deverá ser condenada ao pagamento da pena contratual, bem como ao
valor pago à banda Y.
d) Nada deverá pagar ao contratante, porque o serviço foi executado por
terceiro.
e) Deverá ser condenada ao pagamento da pena contratual e o contratante
poderá exigir indenização suplementar, não podendo o juiz, ainda que
considere excessiva a pena, reduzi-la.

18. FCC 2015/DPE-/Prova: Defensor Público. Sobre a teoria geral das


obrigações, é correto afirmar:
a) Não pode ser considerado em mora o credor que não quiser receber o
pagamento no lugar estabelecido contratualmente, mesmo que o devedor
comprove que o pagamento se faz reiteradamente em outro lugar.
b) Nas obrigações alternativas, caso uma das prestações torne-se
inexequível antes da concentração, sem culpa do devedor, este poderá
escolher entre adimplir com a prestação restante ou pagar em dinheiro o
valor daquela que pereceu.
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c) Quando uma obrigação indivisível se converte em perdas e danos, ela se


torna uma obrigação divisível. Pelo equivalente em dinheiro devido em
razão do inadimplemento respondem todos os devedores, assim como
pelas perdas e danos. No entanto, os devedores que não deram causa à
impossibilidade da prestação podem reaver do culpado o que pagaram ao
credor.
d) Ocorrendo a chamada novação subjetiva por expromissão, mesmo sendo
o novo devedor insolvente, não tem o credor ação regressiva contra o
primeiro devedor.
e) A cessão de crédito é um negócio jurídico bilateral pelo qual o credor
transfere a outrem seus direitos na relação obrigacional,
responsabilizando-se não só pela existência da dívida como pela
solvência do cedido, por força de lei.

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19. FCC 2015/TRT - 23ª REGIÃO (MT)/ Juiz do Trabalho Substituto. Ana
Paula contratou com Casa das Pedras a entrega e instalação de pingadeiras em
sua residência, ainda em construção. Para o caso de mora da empresa, as
partes estipularam penalidade no valor da obrigação principal. De acordo com o
Código Civil, tal penalidade
a) Não é excessiva, a princípio, nem afasta o direito de Ana Paula exigir a
entrega e instalação das pingadeiras, juntamente com a satisfação da
pena cominada, que deverá ser reduzida de maneira equitativa, pelo juiz,
caso se afigure desproporcional para a natureza e finalidade do negócio
ou se a obrigação principal houver sido cumprida em parte.
b) É excessiva, pois supera trinta por cento da obrigação principal, devendo
ser reduzida a este patamar, e afastando, caso exigida, o direito de Ana
Paula requerer a entrega e instalação das pingadeiras.
c) Não é excessiva nem pode ser reduzida de maneira equitativa, pelo juiz,
mas, caso exigida, afasta o direito de Ana Paula requerer a entrega e
instalação das pingadeiras.
d) É excessiva, pois supera trinta por cento da obrigação principal, devendo
ser reduzida a este patamar, porém não afastando, caso exigida, o direito
de Ana Paula requerer a entrega e instalação das pingadeiras.
e) Não é excessiva, a princípio, mas deverá ser reduzida de maneira
equitativa, pelo juiz, caso se afigure desproporcional para a natureza e
finalidade do negócio, não podendo ser exigida juntamente com o
cumprimento da obrigação principal.

20. FCC 2015/DPE-MA/Defensor Público. Humberto devia a Teobaldo a


importância de dez mil reais. Entretanto, realizou o pagamento desta dívida a
Petronílio. Nesta hipótese, o pagamento
a) Somente terá eficácia liberatória caso o devedor comprove que o
pagamento foi feito de boa-fé em favor de credor putativo, como
decorrência da boa-fé objetiva e da teoria da aparência, sendo irrelevante
no caso relatado verificar se houve a anuência ou a reversão do valor em
favor do credor originário (accipiens)
b) Somente será válido com a aceitação de Teobaldo, uma vez que a
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legitimidade é elemento de validade do negócio jurídico, e, neste caso, o


pagamento não foi feito ao credor originário (accipiens).
c) É válido e eficaz, sendo absolutamente irrelevante o fato de ter sido feito
a pessoa diversa do credor, pois a cobrança em duplicidade de um débito
já pago não é admitida no ordenamento jurídico brasileiro.
d) Não tem validade, uma vez que o pagamento feito a terceiro estranho à
relação obrigacional não admite ratificação.
e) Poderá ter eficácia liberatória caso Teobaldo ratifique o pagamento ou que
o devedor comprove que o pagamento foi feito de boa-fé em favor de
credor putativo, ou, ainda, que o devedor prove que o valor reverteu em
favor do verdadeiro credor.

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21. FCC 2015/TJ-SC/Juiz Substituto. A indústria de cerâmica X celebrou


contrato de fornecimento de carvão mineral, durante um ano, com empresa
mineradora estabelecendo o instrumento que o produto deveria ser apropriado
para a combustão, contudo sem fixar percentual máximo de cinza, sabendo-se
que melhor será a combustão, quanto menor a quantidade de cinza. Ao fazer a
primeira entrega do produto, o adquirente verificou que a quantidade de cinza
era muito alta e que seu concorrente recebia carvão com quantidade de cinza
muito baixa. Notificada, a mineradora esclareceu que, no contrato firmado com
a concorrente, ficara estabelecido aquele percentual mínimo, o que não figurava
no contrato firmado com a Cerâmica X e, por isso, entregava o carvão de pior
qualidade. A indústria X ajuizou ação, com pedido de antecipação de tutela,
para que a Mineradora Y lhe entregasse o carvão de melhor qualidade. O juiz,
após a contestação, e tendo sido comprovada a existência de um produto
intermediário, deferiu a liminar, determinando que este fosse o objeto da
entrega. Ambas as partes interpuseram agravo de instrumento, pedindo a ré
que fosse a liminar revogada e a autora, que fosse a decisão reformada para
que a agravada lhe entregasse o carvão de melhor qualidade. Considerando a
disposição específica de direito material, nesse caso,
a) Ambos os recursos devem ser providos parcialmente, para que a ré seja
compelida a, alternadamente, entregar o produto melhor, o intermediário
e o pior.
b) Ambos os agravos devem ser improvidos, porque o devedor não poderá
dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
c) Deve ser provido o agravo do réu, porque não resultando o contrário do
título da obrigação, a escolha pertence ao devedor.
d) Deve ser provido o recurso da autora, porque, não resultando o contrário
do título da obrigação, a escolha pertence ao credor.
e) Deve ser provido o recurso da autora, porque a ré violou o dever de boa-
fé.

22. FCC 2015/TCM-RJ/Procurador da Procuradoria Especial. Lucas e


Gustavo celebram contrato de prestação de serviços para criação e manutenção
do jardim de Lucas, cabendo a Gustavo os serviços de jardinagem. O contrato
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prevê multa no valor total da obrigação ajustada, com renúncia das partes a
abatimento desse montante, ocorrendo porém sua resilição após um terço de
seu cumprimento, por ato unilateral de Gustavo. Lucas cobra a multa em seu
total. Nesse caso, o juiz deve
a) Reduzir equitativamente a penalidade pelo cumprimento parcial da
obrigação, podendo agir de ofício e declarando incabível a renúncia ao
abatimento do valor da cláusula penal, por se tratar de norma de ordem
pública.
b) Manter o que foi ajustado pelas partes, livremente, pois a multa só não
poderia ultrapassar o valor da obrigação principal e a renúncia ao
abatimento de seu montante configura norma dispositiva.
c) Reduzir equitativamente a penalidade pelo cumprimento parcial da
obrigação somente se requerido expressamente por quem denunciou o

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contrato e se pedida por ele a anulação da renúncia ao abatimento do


valor, por se tratar de matéria de seu exclusivo interesse.
d) Ter por irrelevante o cumprimento parcial da obrigação, embora admitida
em tese a renúncia ao abatimento do valor da multa, por se tratar de
direito disponível, mas reduzir a penalidade por seu excesso evidente, já
que só permitido pela jurisprudência o percentual máximo de 20% a título
de sanção.
e) Reduzir até mesmo de ofício a penalidade pelo cumprimento parcial da
obrigação, desde que provado que a renúncia ao abatimento de seu
montante foi avençada por Gustavo com vício de consentimento, por
inexperiência ou induzimento em erro.

23. FCC 2015/TCM-RJ/Procurador da Procuradoria Especial. Filipe deve a


Pedro o valor de R$ 5.000,00. Não tendo dinheiro, Filipe propõe, como exímio
carpinteiro que é, celebrarem um contrato de prestação de serviços de
carpintaria na residência de Pedro, até o valor devido. Esta contratação
caracterizará, em relação à dívida anterior,
a) Dação em pagamento.
b) Compensação.
c) Novação.
d) Imputação em pagamento.
e) Remissão.

24. CESPE 2016/PGE-AM/Procurador do Estado. A respeito de prescrição e


obrigações, julgue o item subsecutivo.
Situação hipotética: Isabel firmou com Davi contrato em que se comprometia a
dar-lhe coisa certa em data aprazada. Em função da mora no recebimento,
ocasionada por Davi, a coisa estragou-se, sem que Isabel tenha concorrido para
tal. Assertiva: Nesse caso, Davi poderá exigir indenização equivalente à metade
do dano suportado.

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25. CESPE 2016/FUNPRESP-JUD/Analista-direito. A respeito das


obrigações, dos contratos, dos atos unilaterais, do reconhecimento dos filhos e
da sucessão, julgue o item subsequente.
Na imputação do pagamento, são exigidas, além da pluralidade de débitos e
identidade das partes, a igual natureza das dívidas e a possibilidade de o
pagamento resgatar mais de um débito.

26. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle-jurídica. Carlos se obrigou


a entregar a Roberto um automóvel fabricado em 1970, mas, diante da
dificuldade de adimplemento, ficou acordada a substituição da obrigação pela
entrega de um veículo zero km fabricado no corrente ano. Nessa situação
hipotética, de acordo com o Código Civil, ocorreu uma novação.

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27. CESPE 2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Área


Fiscalização-direito. Indivíduo que se comprometer ao pagamento da
obrigação em prestações sucessivas terá a seu favor a presunção de pagamento
se tiver recibo de quitação da última.

28. CESPE 2016/TCE-SC/Auditor fiscal de Controle Externo. Depositado o


valor referente ao pagamento em consignação, o devedor poderá requerer o
levantamento, o qual dependerá de anuência do credor, ainda que este não
tenha declarado que aceita o depósito ou não tenha impugnado o seu valor.

29. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Com relação ao direito


das obrigações, julgue o item. Tratando-se de obrigação com objeto indivisível
e pluralidade de credores, presume-se a solidariedade ativa.

30. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Com relação ao direito


das obrigações, julgue o item. Dada a natureza da obrigação, a exoneração,
pelo credor, da solidariedade a um dos devedores, aproveitará aos demais.

31. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Com relação ao direito


das obrigações, julgue o item. Em se tratando de obrigação solidária, ainda que
somente um dos devedores seja o culpado pela impossibilidade de seu
cumprimento, todos os demais continuam obrigados ao pagamento do valor
equivalente.

32. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Com relação ao direito


das obrigações, julgue o item. Se a obrigação intuitu personae se tornar
impossível, ainda que não haja culpa das partes, haverá conversão em perdas e
danos em favor do credor.

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33. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Com relação ao direito


das obrigações, julgue o item. Havendo impossibilidade de cumprimento, por
culpa do devedor, de apenas uma das obrigações alternativas, ao credor restará
ficar com a obrigação que subsistiu, independentemente de caber a ele a
escolha.

34. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Em cada uma das


seguintes opções, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma
assertiva a ser julgada acerca de institutos relacionados ao adimplemento e à
extinção das obrigações. Julgue o item. César, que deve a Caio a quantia
correspondente a R$ 1.000, passa por situação de dificuldade financeira, razão
por que Caio resolveu perdoar-lhe a dívida. Nessa situação, a remissão, que
tem o único objetivo de extinguir a dívida, independe da aceitação de César.

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35. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Em cada uma das


seguintes opções, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma
assertiva a ser julgada acerca de institutos relacionados ao adimplemento e à
extinção das obrigações. Julgue o item. Márcio contraiu duas dívidas com
Joana, nos valores de R$ 300 e R$ 150, com vencimento, respectivamente, em
20/12/2015 e em 5/1/2016; em 10/1/2016, Márcio entregou a Joana R$ 150,
mas não indicou qual dívida desejava saldar. Joana tampouco apontou qual
dívida estava sendo quitada. Nessa situação, presume-se que o pagamento
refere-se à dívida vencida em 5/1/2016, já que o valor entregue importa em
sua quitação integral.

36. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Em cada uma das


seguintes opções, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma
assertiva a ser julgada acerca de institutos relacionados ao adimplemento e à
extinção das obrigações. Julgue o item. João contraiu obrigação, tornando-se
devedor de Pedro, mas nada foi estabelecido quanto ao local do efetivo
cumprimento da obrigação. Nessa situação, considera-se o local de
cumprimento a casa do credor, uma vez que, na ausência de estipulação do
local de pagamento, se presume que a dívida é portável (portable).

37. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Em cada uma das


seguintes opções, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma
assertiva a ser julgada acerca de institutos relacionados ao adimplemento e à
extinção das obrigações. Julgue o item. Mário, estando obrigado a pagar R$
50.000 a Paulo, ofereceu-lhe, na data do pagamento, um veículo para solver a
dívida, o que foi aceito por Paulo, que, após receber o veículo, teve que
entregá-lo a um terceiro em decorrência de uma ação de evicção. Nessa
situação, como Paulo foi evicto da coisa recebida em pagamento, será
restabelecida a obrigação primitiva.

38. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. Em cada uma das


seguintes opções, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma
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assertiva a ser julgada acerca de institutos relacionados ao adimplemento e à


extinção das obrigações. Julgue o item. Ana tem uma dívida já prescrita no
valor de R$ 300 com Maria, que, por sua vez, deve a quantia de R$ 500,
vencida recentemente, a Ana. Nessa situação, ainda que sem a concordância de
Ana, Maria poderá compensar as dívidas e pagar a Ana apenas R$ 200,
porquanto, embora prescrita, a dívida de Ana ainda existe e é denominada
obrigação moral.

39. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJ – Oficial de Justiça


Avaliador Federal. Em cada uma das seguintes opções, é apresentada uma
situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada acerca de institutos
relacionados ao adimplemento e à extinção das obrigações. Julgue o item.

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César, que deve a Caio a quantia correspondente a R$ 1.000, passa por


situação de dificuldade financeira, razão por que Caio resolveu perdoar-lhe a
dívida. Nessa situação, a remissão, que tem o único objetivo de extinguir a
dívida, independe da aceitação de César.

40. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJ – Oficial de Justiça


Avaliador Federal. Em cada uma das seguintes opções, é apresentada uma
situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada acerca de institutos
relacionados ao adimplemento e à extinção das obrigações. Julgue o
item.Márcio contraiu duas dívidas com Joana, nos valores de R$ 300 e R$ 150,
com vencimento, respectivamente, em 20/12/2015 e em 5/1/2016; em
10/1/2016, Márcio entregou a Joana R$ 150, mas não indicou qual dívida
desejava saldar. Joana tampouco apontou qual dívida estava sendo quitada.
Nessa situação, presume-se que o pagamento refere-se à dívida vencida em
5/1/2016, já que o valor entregue importa em sua quitação integral.

41. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJ – Oficial de Justiça


Avaliador Federal. Em cada uma das seguintes opções, é apresentada uma
situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada acerca de institutos
relacionados ao adimplemento e à extinção das obrigações. Julgue o item.João
contraiu obrigação, tornando-se devedor de Pedro, mas nada foi estabelecido
quanto ao local do efetivo cumprimento da obrigação. Nessa situação,
considera-se o local de cumprimento a casa do credor, uma vez que, na
ausência de estipulação do local de pagamento, se presume que a dívida é
portável (portable).

42. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJ – Oficial de Justiça


Avaliador Federal. Em cada uma das seguintes opções, é apresentada uma
situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada acerca de institutos
relacionados ao adimplemento e à extinção das obrigações. Julgue o
item.Mário, estando obrigado a pagar R$ 50.000 a Paulo, ofereceu-lhe, na data
do pagamento, um veículo para solver a dívida, o que foi aceito por Paulo, que,
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após receber o veículo, teve que entregá-lo a um terceiro em decorrência de


uma ação de evicção. Nessa situação, como Paulo foi evicto da coisa recebida
em pagamento, será restabelecida a obrigação primitiva.

43. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJ – Oficial de Justiça


Avaliador Federal. Em cada uma das seguintes opções, é apresentada uma
situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada acerca de institutos
relacionados ao adimplemento e à extinção das obrigações. Julgue o item.Ana
tem uma dívida já prescrita no valor de R$ 300 com Maria, que, por sua vez,
deve a quantia de R$ 500, vencida recentemente, a Ana. Nessa situação, ainda
que sem a concordância de Ana, Maria poderá compensar as dívidas e pagar a

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Ana apenas R$ 200, porquanto, embora prescrita, a dívida de Ana ainda existe
e é denominada obrigação moral.

44. FGV 2015/TCM-SP/Agente de Fiscalização. Cuidando-se de obrigação


indivisível em que haja vários devedores, sendo inadimplente um deles, a
cláusula penal de natureza pecuniária poderá ser exigida pelo credor:
a) Integralmente de cada um dos devedores;
b) Proporcionalmente de cada um dos devedores, inclusive do devedor
culpado;
c) Integralmente de qualquer um dos devedores;
d) Proporcionalmente, e somente do devedor culpado;
e) Proporcionalmente de cada um dos devedores não culpados.

45. FGV 2015/TJ-PI/Analista Judiciário-Escrivão Judicial. Joana,


locatária do imóvel de Marcela, reiteradamente efetua o pagamento mensal das
despesas referentes à locação na sede da X Administradora de imóveis LTDA.
Não obstante, Marcela, ao longo de toda a execução contratual, tenha prestado
a quitação do pagamento feito pela inquilina, ela percebe que no termo de
locação há a previsão de o pagamento se realizar no domicílio do credor. Diante
do ocorrido, caberá à interessada requerer:
a) A reexecução das prestações, em razão da mora de Joana, que efetuou o
pagamento em local diferente do avençado contratualmente;
b) A revisão contratual, a fim de adequar os termos da avença e atualizar o
local onde o contrato deva ser cumprido e o aluguel prestado;
c) A eficácia dos pagamentos, pois seria a hipótese de renúncia presumida
do credor quanto ao local de cumprimento da obrigação;
d) A alteração do local de cumprimento do contrato, pois em regra, no
silêncio das partes, a lei determina que as obrigações sejam cumpridas no
domicílio do credor;
e) O desfazimento do contrato, pois com o cumprimento imperfeito, a
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conservação da locação tornou-se inútil aos interesses da locadora.

46. FGV 2015/TJ-BA/Analista Judiciário. Silvio, fazendeiro e criador de


gado de leite, arrendou um touro premiado para usar na reprodução de suas
vacas leiteiras. Acontece que, apesar do zelo com o qual cuidou do animal,
fortes chuvas que atingiram a região causaram a destruição das benfeitorias e
morte de diversos animais, entre os quais o animal arrendado. É correto afirmar
que, em decorrência desse fato:
a) Resolve-se o contrato, devendo Silvio indenizar o proprietário do touro,
pagando-lhe tão somente o valor do animal;
b) Resolve-se o contrato, devendo Silvio indenizar o proprietário do touro,
pagando-lhe o correspondente ao valor do animal e os lucros cessantes;

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c) Mantém-se o contrato, devendo o proprietário providenciar a reposição do


animal arrendado, às suas expensas;
d) Mantém-se o contrato, devendo o proprietário providenciar a reposição do
animal arrendado, às expensas de Silvio;
e) Resolve-se o contrato, arcando o proprietário com o prejuízo decorrente
da perda do touro.

47. FGV 2014/PROCEMPA/Analista Administrativo. As obrigações nascem


para ser satisfeitas, implementadas, cumpridas. O adimplemento de uma
obrigação é denominado pagamento e acarreta a liquidação, a extinção de uma
obrigação. Dessa forma, o pagamento pode ser direto ou indireto, sendo tais
formas disciplinadas pelo Código Civil. Por outro lado, o Código Civil também
elenca duas formas de transmissão de obrigações, que não se confundem com
o pagamento.
Dentre os institutos listados a seguir, assinale o que não é previsto pelo Código
Civil como pagamento e sim como forma de transmissão de obrigação.
a) Cessão de crédito.
b) Remissão de dívida
c) Novação.
d) Sub-rogação
e) Dação.

48. FGV 2014/ Prefeitura de Recife – PE/Auditor do Tesouro Municipal.


Assinale a opção que indica duas espécies de Transmissão das Obrigações
previstas no Código Civil.
a) Cessão de crédito e sub-rogação
b) Assunção de dívida e imputação
c) Sub-rogação e imputação
d) Dação e remissão
e) Assunção de dívida e cessão de crédito
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49. VUNESP 2014/EMPLASA/Analista Jurídico. Tratando-se de obrigação,


se a prestação, devido à mora do devedor, tornar-se inútil ao credor, este;
a) Deverá recebê-la e exigir perdas e danos.
b) Poderá recebê-la e exigir o adimplemento completo
c) Poderá enjeitá-la e exigir a satisfação das perdas e danos
d) Deverá enjeitá-la, mas não poderá exigir outra satisfação.
e) Deverá exigir a purgação da mora.

50. VUNESP 2014/UNICAMP/Procurador. Assinale a alternativa correta


acerca da inexecução das obri-gações, conforme as determinações do Código
Civil.

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DIREITO CIVIL - TJ/MS (ANALISTA JUDICIÁRIO)
Teoria e Questões
Aula 04 – Profa Aline Santiago

a) Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes apenas por dolo e
não por culpa, salvo as exceções previstas em lei.
b) O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou
força maior, ainda que expressamente se houver por eles
responsabilizado.
c) Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor
que não quiser recebe-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a
convenção estabelecer.
d) A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato
posterior, só pode referir-se à inexecução completa da obrigação.
e) Para exigir a pena convencional, em qualquer caso, é necessário que o
credor alegue prejuízo.

Gabarito

1.E 2.C 3.D 4.E 5.E 6.E 7.C 8.B 9.C 10.A

11.B 12.E 13.C 14.E 15.A 16.E 17.E 18.A 19.D 20.D

21.A 22.B 23.A 24.E 25.C 26. C 27. C 28.E 29. E 30.E

31. C 32. E 33.E 34.E 35.E 36.E 37.C 38.E 39.E 40.E

41.E 42.C 43.E 44.E 45.C 46.E 47.A 48.E 49.C 50.C
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