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i. Por que a tradição modificou seu ponto de vista quanto ao status dos
afixos de grau?
ii. É inteiramente verdadeiro afirmar que o grau é derivação em português?
iii. Por que compêndios do EF repetem informação já revista por manuais do
EM?
iv. A gradação morfológica expressa somente dimensão e intensidade?
v. Como os professores podem abordar melhor a questão?
vi. Que estratégias podem ser utilizadas para a renovação do ensino?
O QUE DIZ A TRADIÇÃO GRAMATICAL
▪ Em geral as gramaticas se limitam a apresentar listas com os sufixos gradativos.
▪ Rocha Lima (1994), Bechara (2000) e Cunha (1983) destacam a possibilidade de o
grau indicar outros sentidos para além do dimensional.
▪ Muitas vezes as gramáticas não abordam significados metafóricos e metonínicos
como os contidos em “espigão”, “orelhão”, “flanelinha”, “lanterninha”.
▪ A tradição não chegou a um consenso quanto ao status mórfico do grau em
português.
▪ Raros os livros didáticos que focalizam os diferentes efeitos expressivos dos sufixos
gradativos em português.
O QUE DIZEM OS MORFÓLOGOS
▪ Camara Jr. (1970, p. 83) foi o primeiro teórico a discutir o status do grau em
português, rompendo com a tradição e postulando que “a expressão de grau
não é um processo flexional em português, porque não é um mecanismo
obrigatório e coerente, e não estabelece paradigmas exaustivos e de termos
exclusivos entre si”.
▪ Quase todas as abordagens teóricas sobre o grau seguem a linha de Camara
Jr.: Rosa (1983), Silva e Koch (1983), Zanotto (1986), Monteiro (1986),
Sandmann (1989), Rocha (1998), Loures (2000).
▪ reforçam os argumentos dos autores exemplos como “calção” (traje de banho),
“camisinha” (preservativo), “filhinho”, “comidinha”, “sopinha”, “carrão”, “timinho”,
“mulherão”, “papelão”.
O QUE DIZEM AS PESQUISAS LINGUÍSTICAS
▪ Gonçalves (2008, p. 154 a 163) apresenta um conjunto de
princípios que contribuem para estabelecer o status morfológico dos
afixos de grau. Com eles, chega o autor à conclusão de que há que
se falar num continuum flexão-derivação e aí situar o grau.