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INFORMATIVO DE

DESENVOLVIMENTO
TECNOLÓGICO
ANO 1 • NÚMERO 5
ABRIL 2013

INFORMATIVO SOBRE TECNOLOGIAS


DE RESISTÊNCIA A INSETOS
É IMPORTANTE
A utilização de milho geneticamente modificado, resistente a insetos, conhecido como Milho Bt (Bacillus thuring-
iensis), tem crescido signficativamente nos últimos anos. O controle mtais eficiente das principais pragas pelas
proteínas Bt, tem protegido o potencial produtivo dos híbridos e contribuido para a racionalização do uso de
inseticidas na cultura. As plantas geneticamente modificadas expressando proteínas Bt, exercem uma elevada
pressão de seleção sobre as populações de insetos praga alvo, o que pode levar à seleção de indivíduos
resistentes.

PIRAMIDAÇÃO DE GENES DE Bt
Com a evolução das tecnologias de resistência de insetos, produtos contendo novos eventos têm sido desenvolvidos
expressando mais de uma proteína Bt, chamados de produtos piramidados. A piramidação de genes confere melhor
proteção contra as pragas alvo e tem um valor significativo do ponto de vista de Manejo de Resistência de Insetos (MRI).
A combinação de diferentes proteínas Bt é uma estratégia que visa retardar a evolução de resistência, ao reduzir a
probabilidade do inseto possuir diferentes mecanismos de resistência para as diferentes proteínas (1). Nesse sentido, o
milho Bt contendo o evento MON 89034, representa a segunda geração de milho Bt no Brasil, expressando duas
proteínas (Cry1A.105 e Cry2Ab2), promovendo um manejo mais eficiente das principais pragas da cultura do milho.

No entanto, é importante ressaltar que, em ambientes tropicais como no Brasil, onde a produção de milho ocorre em
diversos períodos do ano em algumas regiões, há o risco de evolução de resistência, mesmo aos produtos piramidados.
Assim, é necessário que práticas de MIP sejam adotadas de maneira a preservar a durabilidade das tecnologias Bt.

Plantas daninhas ou voluntárias são hospedeiras de várias espécies, entre elas a Lagarta do Cartucho, que pode migrar
em estágio mais avançado para a planta de milho, causando maior dano nas folhas.

A utilização de brachiaria no sistema, contribui para maior pressão


de pragas no milho Bt. Por este motivo, pequenos danos podem ser
encontrados nessas áreas, uma vez que lagartas maiores necessi-
tam ingerir mais proteína Bt para serem controladas. Outras
espécies não alvo da tecnologia, como Lagarta do Trigo (Pseudaletia
sequax) e dos Capinzais (Mocis latipes), também podem se
.
desenvolver em plantas hospedeiras. O uso adequado e eficiente das
tecnologias Bt inclui dessecação antecipada, propiciando um
melhor manejo de ervas e de plantas voluntárias. Em alguns casos,
é recomendada aplicação de inseticidas para o manejo de pragas
residentes e em estágios mais avançados.
O QUE É RESISTÊNCIA DE INSETOS?
É uma característica genética do inseto em tolerar doses que são letais para maior parte dos indivíduos que formam
uma população da praga. Insetos resistentes podem estar presentes na população antes da utilização de quaisquer
dos métodos de controle. O uso de algum desses métodos pode então selecionar indivíduos naturalmente
resistentes. Assim, deve-se manejar as populações de insetos, de maneira a evitar que a frequência de indivíduos
resistentes aumente na população causando falhas no controle. O MRI se caracteriza então, como o conjunto de
medidas que devem ser adotadas, com o objetivo de reduzir o risco para a evolução da resistência na população de
pragas alvo. A utilização de tais medidas, visa retardar o processo de evolução da resistência. O MRI se destaca,
então, como um importante componente dos programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP).

800 m

Refúgio Área Bt

foto 1
O plantio e a manutenção das áreas de
refúgio representa o principal componente
do plano de MRI das culturas Bt.

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS (MIP) NA CULTURA DO MILHO:


Dessecação antecipada seguida de inseticida, visando redução da população inicial de pragas e controle de lagartas
residentes, em ínstares mais avançados que
se desenvolvem em plantas daninhas e podem migrar para a planta de milho.

Tratamento de sementes, visando proteção inicial principalmente para pragas oportunistas que não são alvo das
tecnologias Bt, como os percevejos. Alguns
tratamentos podem oferecer também controle para determinadas pragas alvo das tecnologias Bt.

Adoção de áreas de refúgio, com o objetivo de manter uma população de insetos pragas alvo não exposta à proteína
inseticida Bt, retardando a multiplicação de
insetos resistentes.

Monitoramento da lavoura + inseticida complementar quando necessário, sempre que as lavouras apresentarem
danos maior ou igual a 3 na escala Davis, em
mais de 20% das plantas. Esta aplicação visa controlar a população de insetos durante alta infestação, reduzindo
possíveis perdas na produtividade.
nota 0 nota 1 nota 2
Cartuchos sem lesões. Folhas raspadas. Folhas raspadas e pequenas lesões
circulares.

nota 4 nota 5
Cartucho com várias lesões entre 1,3 e Cartucho com várias lesões maiores que
2,5 cm nas folhas expandidas e novas. 2,5 cm presentes em algumas folhas
expandidas e novas.

nota 3
Cartucho com poucas lesões circulares ou indefinidas de até 1,3 cm nas folhas
expandidas e novas.

nota 6 nota 7 nota 8 nota 9


Cartucho com várias lesões maiores Cartucho com várias lesões irregulares Cartucho com várias lesões irregu- Planta completamente destruída.
que 2,5 cm presentes em várias folhas e algumas áreas das folhas completa- lares e várias folhas completamente
expandidas e novas. mente comidas. comidas.
O USO DA TECNOLOGIA BT
A rápida penetração do milho geneticamente modificado, resistente a insetos no Brasil, foi reflexo da
boa eficiência no manejo das principais pragas alvo, o que levou mais tranquilidade aos produtores. Mas
não podemos permitir que essa excelente ferramenta, seja perdida nos próximos anos pelo não cumpri-
mento das estratégias básicas de Manejo de Resistência de Insetos. A adoção das áreas de refúgio é
crítica para a durabilidade da eficácia do milho Bt. O monitoramento das lavouras deve continuar sendo
realizado, mesmo com a utilização de produtos piramidados. Percevejos, vaquinhas (Diabrotica), pulgão,
e em alguns casos cigarrinhas, também devem ser monitorados. O monitoramento da lavoura permite ao
agricultor proteger seu investimento e sua produtividade.

REFERÊNCIAS:
1. Head and Greenplate, 2012. The design and implementation of insect resistance management programs for
Bt crops. GM Crops and Food: Biotechnology in Agriculture and the Food Chain 3:3, 1-10.

Em caso de dúvidas ou necessidade de mais informações sobre o assunto,


procure o TD mais próximo.

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