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GEOGRAFIA

Aula 3- O Espaço Rural brasileiro (1)


1- O CENSO AGROPECUÁRIO
Fonte: http://www.ibge.gov.br

2- AS ZONAS PIONEIRAS DO BRASIL – Leo Waibel


Segundo o recenseamento de 1940 a área economicamente explorada no Brasil apurada pelo censo (área
recenseada), compreende 2 milhões de km2, ou seja, 23% da área total do país. Destes, apenas 188.000 km2, ou
seja, 2,2% são de área cultivada e 830.000 km2, ou cerca de 10% são utilizados como pastagens. O restante, isto
é, 77% do território nacional, ou não são economicamente utilizados, não são utilizáveis, ou então estão na mão
de “intrusos”, que escapam ao levantamento estatístico. Em todo caso, pode-se dizer que mais da metade da área
do Brasil está inexplorada do ponto de vista agrícola e praticamente despovoada, e isto num país de dimensões de
um continente e no qual não ocorrem desertos ou cadeias de montanhas.
Com estes valores o Brasil representa um caso único entre todos os grandes países do globo. Acresce ainda o
fato de estar no hemisfério sul, bem afastado da atmosfera politicamente inflamada do hemisfério norte. Assim é
compreensível que a atenção de todo o mundo esteja atualmente voltada para o Brasil. Representa ele a última
grande reserva de terras disponíveis do mundo ocidental, e assume do ponto de vista puramente espacial uma
posição semelhante à que tinham os Estados Unidos da América do Norte há 150 anos. Por estes motivos tanto
no interior do país quanto no exterior, tem sido manifestada a opinião de que o Brasil promete ser um segundo
Estados Unidos.
Leo Waibel- Publicado pela Revista Brasileira de Geografia- Ano 8- N.o 4- Out-Dez de 1955
3- O AGRONEGÓCIO

[...] as necessidades comerciais e financeiras para a comercialização e expansão das atividades agrícolas, a
necessidade crescente de novos meios de transporte com o deslocamento da produção de café do Oeste, bem
como a necessidade de novas máquinas e equipamentos (de beneficiamento, por exemplo) e de outros insumos
(sacos de juta, por exemplo) fizeram com que o complexo cafeeiro engendrasse fora da fazenda de café
atividades complementares como os bancos, as estradas de ferro, as fábricas têxteis, etc., atividades que foram,
em grande medida, financiadas pelos excedentes acumulados pelos próprios fazendeiros de café. (Do complexo
rural aos complexos agroindustriais. In: GRAZIANO DA SILVA, José. A nova dinâmica da agricultura brasileira.).
4- AS PRINCIPAIS PRODUÇÕES

Conab prevê supersafra de grãos de 237 milhões de toneladas


A supersafra atual se deve a condições do clima favoráveis e ao aumento da produtividade média de todas as
culturas, com destaque para soja e milho, que tiveram alto nível de aplicação tecnológica.
A produtividade da soja subiu de 2.870 para 3.362 kg/ha na atual safra e a do milho total, de 4.178 para 5.522
kg/ha.
Também é resultado de uma pequena ampliação de área de 3,9%. A soma de todas as culturas pode chegar a
60,6 milhões de hectares, frente aos 58,3 milhões de ha da safra 2015/2016.
Os números da produção e área da soja permanecem os mesmos do último levantamento. A cultura deve crescer
19,4% e chegar a 113,9 milhões de toneladas, com ampliação de 1,9% na área plantada estimada em 33,9
milhões de hectares.
Quanto ao milho total, a produção deve alcançar 96 milhões de toneladas, 44,3% acima da safra 2015/2016 . A
previsão é de 30,4 milhões de toneladas para a primeira safra e de 65,6 milhões para a segunda. A área total deve
alcançar 17,4 milhões de hectares, com um crescimento de 9,2%. As duas culturas respondem por 88,5% dos
grãos produzidos no país.
A produção e a área do feijão total também ficaram próximas dos números do levantamento anterior, devendo
atingir 3,4 milhões de toneladas, numa área de 3,1 milhões de hectares.
O feijão primeira safra , que já está colhido, detém uma produção de 1,39 milhão de toneladas, resultado 34,3%
superior ao produzido em 2015/2016 . Já a segunda safra deve alcançar 1,24 milhão de toneladas, sendo 613,8
mil toneladas do grão cores, 187 mil toneladas do preto e 439,6 mil toneladas do feijão caupi.
No caso do algodão pluma , o crescimento é de 15,2%, podendo alcançar 1,5 milhão de toneladas , frente a uma
estimativa de redução de 1,7% na área cultivada.
A previsão é de queda de 9,6% na área de trigo , podendo chegar a 1,93 milhão de hectares contra 2,1 milhões de
ha da safra passada. A produção, com isso, deve recuar 17,1% e chegar a 5,6 milhões de toneladas frente às 6,7
milhões de toneladas de 2016.
Ao contrário do trigo, a aveia eleva a área em 15,3%, podendo alcançar 336 mil hectares, com uma produção
estimada em 835,3 mil toneladas.
A assessoria de imprensa da CONAB informa que pesquisa foi realizada no período de 18 a 24 de junho em todas
as regiões produtoras, quando foram consultadas diversas instituições e informantes cadastrados em todo o país.
https://www.terra.com.br/noticias/climatempo/conab-preve-supersafra-de-graos-de-237-milhoes-de-
toneladas,e9a5616796d07b64da64e3aefbb9ffaeo36ugrgj.html 11/07/2017

DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DA SOJA


Projeção da expansão da área plantada com soja e cana
QUESTÕES DE PROVA

1-(IRB 1998) A soja aparece como um dos principais produtos agrícolas na pauta das exportações brasileiras nas
últimas décadas. Analise a trajetória de difusão, pelo território brasileiro, das plantações desse produto e os
sistemas de produção predominantes em cada área produtora, e indique seus portos de escoamento para o
exterior.

2- (IRB 2001) . É sabido que o Brasil possui o maior rebanho de gado bovino comercializável do mundo. No
entanto, a produtividade média ainda é considerada baixa. Que razões históricas e geográficas podem ser
invocadas para explicar essa aparente contradição?

3-(IRB 2003) O peso dos produtos primários nas exportações brasileiras contrasta vivamente com a imagem
habitual de "país essencialmente urbano". Comente este aparente paradoxo à luz das novas interpretações acerca
das relações cidade/campo no Brasil contemporâneo.

4-(IRB 2004) Disserte a respeito da afirmação a seguir: "A pujança do agronegócio brasileiro explica-se pela
combinação de algumas 'vantagens comparativas' e outras 'competitivas'".

5-(TPS 2008) A análise da dinâmica da modernização da agricultura brasileira


é importante para o entendimento da sociedade do Brasil contemporâneo. A esse respeito, julgue (C ou E) os itens
subseqüentes.
( )Atualmente, observa-se, nas áreas de expansão da fronteira agrícola no Brasil, um sistema produtivo intenso e
mecanizado, que gera poucos empregos diretos e baixo índice de urbanização e de migrações.
( ) Devido à consolidação da agricultura irrigada — parcialmente voltada para a exportação — e da produção
moderna de grãos, bem como à modernização dos empreendimentos voltados para a produção de têxteis, a
região Nordeste do Brasil apresenta, atualmente, bons índices de desenvolvimento no que se refere a indicadores
sociais, superando, inclusive, índices do Centro-Sul.
( ) O cerrado brasileiro é um bioma propício à atividade agrícola, como comprova sua alta produtividade nas
últimas décadas, graças, especialmente, à fertilidade do seu solo, que não exige corretivos.
( ) O fato de as indústrias deixarem de se concentrar no sudeste do Brasil tem relação com o processo de
modernização da agricultura brasileira.

6- ( Ação Afirmativa 2008)

Considerando que as informações contidas no gráfico acima ajudam no estabelecimento de algumas conclusões a
respeito da produção agrícola nacional, julgue os itens seguintes.
( ) O aumento na produção, conforme mostrado no gráfico, é decorrente tanto do incremento da área cultivada
quanto da modernização tecnológica da agricultura.
( ) Quanto à mecanização das áreas agrícolas, as características do relevo brasileiro, como no caso das
chapadas, impedem o aumento em ritmo maior das terras incorporadas à agricultura.
( ) De modo geral, a expansão de determinados setores industriais no país tem demandado maior quantidade de
produtos da agricultura, fomentando a agroindústria.

7- A modernização técnica também transformou o tradicional cultivo do café no país. Embora a exportação do café
funcionasse como uma importante fonte de receitas para o Brasil até meados do século XX, a organização da
atividade cafeeira não era considerada uma prioridade no país. Já a partir da criação da Associação Brasileira do
Café (Abic) em 1970, é criado um selo de qualidade, que confere credibilidade ao café brasileiro. Logo depois, é
criado o Comitê Brasileiro do Café, congregando, pela primeira vez na história, produtores, empresas do setor de
torrefação e moagem, a indústria de café solúvel e de exportação. Esse quadro permitiu que a produção de café
alcançasse outros estados brasileiros, que somado aos incentivos técnicos e financeiros, favorecesse uma “nova
marcha do café”.
A “nova marcha do café” na atualidade apresenta:
A) a possibilidade de adaptação dos cafezais no sul paranaense e no planalto catarinense, com a produção de
sementes resistentes às geadas.
B) novas áreas produtoras com destaque para Rondônia e Espírito Santo, que possuem dificuldades de
escoamento devido à limitada capacidade de seus portos fluviais.
C) a manutenção das tradicionais técnicas agrícolas associadas ao aprimoramento genético, permitindo que o café
pudesse ser cultivado em solos argilosos do cerrado mineiro.
D) deslocamento da produção das áreas tradicionais após o emprego de aprimoradas técnicas de cultivo,
introduzidas nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rondônia.

8- (3ª fase 2010) Apesar de o Brasil possuir um território de dimensões continentais, as manchas de elevada
fertilidade natural de seu solo são escassas. Descreva quais são as principais culturas agrícolas que,
historicamente, exploraram estas “vantagens comparativas”, e de que forma isto tem influenciado a evolução de
nossa formação econômico-social.

GABARITO
5- E E E C
6- C E C
7-D

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