You are on page 1of 7

ARCOweb - João Walter Toscano - "O arquiteto deve trabalhar valorizar a idade, fazendo sua obra destacar-se no lugar"

Arquitetura Interiores Office Design Lighting Entrevista Tecnologia Memória Artigos Especiais

João Walter Toscano

“O arquiteto deve trabalhar


procurando valorizar a
cidade. Fazer com que sua
obra se destaque no lugar e
possa melhorar a qualidade
do espaço que está em volta”

Desde o início da vida profissional, em 1957, o


arquiteto João Walter Toscano vem acumulando
prêmios, por projetos criativos e fundamentalmente
ligados à arquitetura moderna brasileira. O primeiro
dos prêmios, aos 23 anos, foi dividido com os amigos
Júlio Katinsky e Abrahão Sanovicz, pelo proposta do João Walter Toscano tem escritório próprio desde
teatro público de Londrina-PR. A repercussão desse 1957, quando se diplomou pela FAU-USP, onde fez
trabalho o levou a projetar a Faculdade de Filosofia de mestrado e doutorado e leciona no Departamento
de História. Recebeu, em 1999, o Grande Prêmio
Itu, sua terra natal, na qual utiliza com criatividade os
da 4ª Bienal Internacional de Arquitetura de São
elementos consagrados pela moderna arquitetura Paulo,
brasileira. Depois dessa obra, marco em sua carreira, pelo projeto da estação Pêssego
vieram os vários prédios da Unesp-Universidade do do metrô paulistano, desenhada junto
Estado de São Paulo em diversas cidades. Entre suas com Odiléa Toscano
experiências com aço, destaca-se a estação Largo 13,
em São Paulo, em que o material torna-se elemento
expressivo.

Fale um pouco de sua passagem da origem rural,


pobre, para o sucesso na arquitetura.
Apesar de caipira de Itu, interior de São Paulo,
com pouco acesso à vida cultural e social,
sempre gostei muito de desenhar. Desenhava
tudo o que me chamava a atenção: as pessoas a
minha volta, as ruas, as bandas de música que
acompanhavam as procissões. E todo mundo
achava que eu desenhava bem. Apesar de
pobre, minha infância foi muito boa. Minha casa
era de colono, voltada para o Tietê; quando o rio
enchia, as traíras ficavam presas nas margens e
era uma festa para criançada.

E cresceu desenhando...
Passei a fazer caricatura dos políticos da época,
como Adhemar de Barros, Iedo Fiúza e outros.
Minha irmã casou com o filho de um fazendeiro
rico, mas ligado ao Partido Comunista. Ele
estava sempre com o pessoal da livraria
Brasiliense, com o Caio Prado Júnior, o Luís
Carlos Prestes.
Foi com esse cunhado que tive minha iniciação
não só política, mas também cultural.

http://www.arcoweb.com.br/entrevista/entrevista40.asp (1 of 7)02-02-2007 9:55:28


ARCOweb - João Walter Toscano - "O arquiteto deve trabalhar valorizar a idade, fazendo sua obra destacar-se no lugar"

Como saiu do desenho para a arquitetura? "Há arquitetos que produzem bastante, mas a obra
Quando estava terminando o colegial, um amigo está desvinculada de um compromisso maior. Claro
que têm compromissos, mas com outras coisas, e
do meu cunhado, engenheiro formado pelo
as obras ficam sem unidade ou sem personalidade,
Mackenzie, viu minhas aquarelas e me como dizia Artigas."
perguntou que faculdade eu queria cursar.
Eu disse que talvez fizesse engenharia - na
época, só se falava em direito, engenharia ou
medicina. Ele me perguntou por que eu não
fazia arquitetura, que os estudantes do
Mackenzie desenhavam bastante, aquarelas
muito grandes. Não sabia o que era arquitetura,
mas me encantou a idéia das aquarelas
gigantescas.
Foi quando comecei a procurar saber o que era
arquitetura, por volta de 1947.

O acesso à FAU-USP foi difícil, na época?


Meu irmão já estava fazendo química na USP. Estação Pêssego, São Paulo
Ele tinha conseguido uma bolsa que o Jockey João Walter Toscano Foto: Alta Visão
Club dava para estudantes pobres com boas
notas, e arranjou uma também para mim. Como
não tínhamos dinheiro, morávamos no porão de
uma pensão, nos Campos Elísios, e ali eu não
conseguia me concentrar, me distraía vendo as
pernas das moças passando. Então meu irmão
arrumou um lugar ótimo em Higienópolis, que
pertencia à Cúria Metropolitana e ficava em
frente ao Colégio Sion. Era um casarão onde
funcionava a JUC-Juventude Universitária
Católica e o restante era alugado para uma
pensão; a cúria mandava reservar cinco vagas
para estudantes pobres. Em nosso quarto, que
era muito grande, dormiam o ator Carlos Zara,
que estudava engenharia na USP, o escritor Terminal Princesa Isabel, São Paulo
João Walter Toscano Foto: Cristiano Mascaro
Gustavo Corção e Jorge da Cunha Lima.

Então, chegou à FAU já amadurecido.


Eu entrei em quinto lugar. A escola tinha apenas
30 alunos por turma, todos nos conhecíamos, foi
uma vivência muito boa, saudável. Mas continuei
sendo caipira, ligado a minha cultura
provinciana. Certa vez, o professor Zenon Lotufo
mandou-nos desenhar uma cozinha. O pessoal
mais preparado, que lia revistas e livros
estrangeiros de arquitetura, fez cozinhas bem Corte da Estação Largo 13, em São Paulo
modernas. Eu, no entanto, fiz uma como a da Um dos projetos mais festejados de João Walter
minha casa, com fogão a lenha. Zenon ficou Toscano
furioso, disse que aquilo não era trabalho que se
apresentasse, que eu não devia fazer
arquitetura.

Como foi seu início na profissão?


Saí da FAU em 1957, e em todos esses anos me
mantive longe dos movimentos formais que
passam. Minha preocupação foi sempre fazer um
trabalho com sensibilidade, buscando com
objetividade a solução dos problemas, tentando
criar coisas novas, interessantes. Quando
estudante, viajava para Minas e Rio para ver
tanto a arquitetura do passado quanto o que
estava sendo feito. Estudei muito a arquitetura
grega, a italiana, a arquitetura brasileira trazida
pelos portugueses, a própria arquitetura
portuguesa. Minha ligação foi muito com as
bases, com a história. Nunca pensei em fazer
uma revolução arquitetônica, simplesmente
ouvia e mantinha ligação com os mestres da
arquitetura moderna brasileira, como Lucio
Costa, Niemeyer, Artigas e outros. Admirava os

http://www.arcoweb.com.br/entrevista/entrevista40.asp (2 of 7)02-02-2007 9:55:28


ARCOweb - João Walter Toscano - "O arquiteto deve trabalhar valorizar a idade, fazendo sua obra destacar-se no lugar"

arquitetos modernos brasileiros porque eles


sabiam fazer coisas novas, mas estavam sempre
preocupados com o passado, com o patrimônio.

De que maneira o jovem do fogão a lenha passou


às obras modernas e criativas?
Júlio Katinsky, Abrahão Sanovicz e eu tínhamos
vencido o concurso para o projeto do Iate Clube
de Londrina. Concorremos com gente
importante, como Sérgio Bernardes. Os
organizadores pensavam que era uma equipe
mais experiente
e quando chegamos no aeroporto, três recém-
formados, eles perguntaram se éramos nós
mesmos os autores do projeto, que não foi todo
construído. A inspiração foi o Iate Clube de
Pampulha, parecia um barco, pois estávamos
ligados à arquitetura moderna brasileira.
Esse projeto foi muito divulgado e obteve
bastante repercussão na época.

E ele teve conseqüência?


Teve. As freiras de Itu tinham um colégio
famoso, só para meninas, e a madre queria que
o mestre-de obras, que trabalhava para elas
havia muito tempo, construísse o prédio da
faculdade.
Ele argumentou que não entendia nada de
faculdade e era melhor ela me chamar, porque
eu era arquiteto, já tinha feito algumas obras
em Itu e acabara de ganhar um concurso
importante.
A madre me chamou, mas quando me viu, com
meus 23 anos, disse: “Mas é esse menino?”.
Eu disse para ela ficar tranqüila, que faria um
estudo para ela examinar. Levei depois a
maquete, a freira gostou e me perguntou se eu
construiria. Fiquei meio sem jeito, mas o mestre-
de-obras fez sinal para eu dizer que sim, e
construí com ele como mestre. Eu ficava lá para
dar apoio na leitura das plantas, dobrar os
ferros, subir a torre. A obra, que até hoje está
lá, bem-conservada, apresentava os elementos
característicos consagrados pela arquitetura
moderna brasileira: elementos vazados,
estrutura independente e concreto aparente.

Katinsky e Sanovicz participaram do projeto?


Não, fiz sozinho. Em minha tese de doutorado,
comparo esse projeto com outros que ficaram
em minha memória, como a obra de Reidy em
Pedregulho, no Rio. É diferente, mas tem o jeito
do espaço, a rampa que sobe em pé-direito
duplo, elementos vazados de um lado.

Depois disso as coisas foram mais fáceis?

http://www.arcoweb.com.br/entrevista/entrevista40.asp (3 of 7)02-02-2007 9:55:28


ARCOweb - João Walter Toscano - "O arquiteto deve trabalhar valorizar a idade, fazendo sua obra destacar-se no lugar"

Logo depois, fiz outro projeto muito


interessante. Lourival Gomes Machado, que era
muito respeitado, disse na Faculdade de Filosofia
da USP que tinha visto uma faculdade muito
interessante em Itu. Ele comentou a obra com
Amora, que fora encarregado por Jânio Quadros
de fazer, no interior de São Paulo, os institutos
isolados de ensino superior. Surgiram, então,
institutos em Assis, em Araraquara, Bauru,
Botucatu, que depois se transformaram na
Unesp. Amora me convidou para fazer o de
Assis. Naquela época, as coisas eram mais
simples e diretas. Apesar de muito jovem,
mereci a confiança das pessoas. Eu me arriscava
em busca de formas interessantes, mas usando
bem o material, criando espaços ricos e dentro
de um contexto integrado a uma situação. Ainda
em Assis, fui chamado para fazer o clube da
cidade, todo em aço. Naquela época, em 1961,
era algo inovador.

Quando começou a dar aulas na FAU-USP?


Fui convidado, já em 1962, pelo Nestor Goulart.
Fiquei lá uns cinco anos, depois tive problemas.

Que tipo de problemas?


Eu tinha feito cursos de pós-graduação na FAU,
mas não eram como os de hoje. Eram dados por
Edson Mota, do Patrimônio, e por muitos outros
professores. O problema foi que Nestor também
deu um curso e reclamou porque eu não o
assisti. Respondi que, como seu assistente, tinha
participado de todas as suas aulas. Ele achou
que minha ausência era um desprestígio para
ele e resolveu que não renovaria meu contrato.
Os colegas do departamento ficaram revoltados,
inclusive o Juarez Brandão, mas o catedrático
podia se negar a recontratar uma pessoa que
não fosse de seu agrado. Só voltei à dar aulas
depois que defendi mestrado e doutorado, já em
1985. Acho que Nestor se arrependeu, porque,
quando retornei, ele foi o primeiro a me apoiar,
a dizer que eu merecia ser professor.

Como o senhor analisa a atual produção da arquitetura


brasileira?
Acho que houve um vazio entre minha geração
ou a que veio logo em seguida e a geração um
pouco antes da atual. Nesse hiato, apareceram
poucos bons arquitetos. Se olharmos o
panorama da arquitetura brasileira, a maioria
das obras que chamam nossa atenção foi
projetada por profissionais da minha geração,
que têm hoje mais de 60 anos. Claro que há
arquitetos de 35 ou 40 anos com obras
importantes e significativas, mas
o número é pequeno em relação às da minha
geração. E veja que as escolas - e os alunos -
eram poucas. Em minha turma, vários colegas
fizeram obras importantes, são nomes
conhecidos, alguns se tornaram intelectuais,
escrevem sobre arquitetura. Hoje, é difícil citar
um arquiteto de 40 anos com conjunto de obras
que se destaque.
Há o Marcos Acayaba, mas ele já está com mais
de 50...

http://www.arcoweb.com.br/entrevista/entrevista40.asp (4 of 7)02-02-2007 9:55:28


ARCOweb - João Walter Toscano - "O arquiteto deve trabalhar valorizar a idade, fazendo sua obra destacar-se no lugar"

Além de Acayaba, que outros nomes o senhor citaria?


Claro que há outros nomes. Mas a arquitetura
depende, principalmente, da formação do
profissional, da maneira como ele vê as coisas,
de sua relação com o país em que vive, com sua
cultura. E, de maneira específica, de sua
sensibilidade, da forma como mexe com os
valores da arquitetura. O valor dado a
determinada coisa pode orientar o rumo do
trabalho, do caminho a seguir. Em certa época,
as gerações perderam o que a minha teve: a
vinculação com o patrimônio, com a arquitetura
moderna brasileira, com o grupo do Rio, com o
pessoal de São Paulo. No fundo, nós tínhamos
uma proposta que o pessoal formado dez anos
depois foi perdendo. A partir de 1970, quando
Robert Venturi escreveu "Complexidade e
contradição em arquitetura", e as coisas foram
aparecendo nas revistas, os arquitetos se
entusiasmaram, porque eles sempre procuram o
novo. A própria formação exige que ele crie um
novo modelo, o seu modelo. O problema é que
esses arquitetos não conseguiram construir
modelo próprio e se apoiaram nos estrangeiros.
Há arquitetos que produzem bastante, mas a
obra está desvinculada de um compromisso
maior. Claro que têm compromissos, mas com
outras coisas, e as obras ficam sem unidade ou
sem personalidade, como dizia Artigas.
Você olha a obra de um bom arquiteto ou de um
bom artista e a reconhece imediatamente.

Na época, Venturi não representava o novo?


Venturi estava nos Estados Unidos, o arquiteto
brasileiro não estava envolvido com aquele
lugar, com aquela cultura. A situação aqui é
outra, mas o arquiteto não percebe isso e
simplesmente transfere para a obra dele o que é
feito em outro local. A marginal do rio Pinheiros
é um bom exemplo; há toneladas de edifícios
desvinculados de identidade, do sentido de
inovação. E isso acontece mesmo com os
projetos de bons profissionais. Quando a obra
inova, ela desperta interesse e é publicada no
mundo inteiro. Mas quando é apenas uma
transposição, o arquiteto não consegue a
inovação. É o caso de colegas nossos que
admiram muito o trabalho de Niemeyer e fazem
obras cheias de curvas. Só que elas não são tão
graciosas quanto as de Niemeyer. O problema é
encontrar o traçado de sua própria curva, seu
próprio desenho.

Em sua opinião, por que isso aconteceu?


Não por falta de capacidade. Foi mais questão
de orientação, formação diferente, outras
influências. A valorização de certos elementos
básicos para construir um trabalho foi posta de
lado. Acharam que a obra que nós fizemos
deveria ser mudada. Não acreditavam que era
possível outra obra, renovada, mas apoiada
naquela.
Eu, por exemplo, a partir de certo momento,
deixei o concreto e passei a fazer experiências
com aço. Mas com os mesmos conteúdos, com
os espaços e os elementos organizados da
mesma maneira. Então aparece outra
linguagem. O material criou possibilidades
diferentes e até abriu novas perspectivas para o
aço, que estava esquecido. No edifício da

http://www.arcoweb.com.br/entrevista/entrevista40.asp (5 of 7)02-02-2007 9:55:28


ARCOweb - João Walter Toscano - "O arquiteto deve trabalhar valorizar a idade, fazendo sua obra destacar-se no lugar"

estação Largo 13, tentei explorar as qualidades


clássicas do aço, que era usado em vários tipos
de estruturas, em treliças, vigas, mas nunca em
chapas, procurando formas. É só perceber as
possibilidades do material, quantas coisas novas
ele permite fazer. E ter sempre em vista o
urbano; o arquiteto deve trabalhar procurando
valorizar a cidade. Fazer com que sua obra se
destaque no lugar e possa melhorar a qualidade
do espaço que está em volta.

Que nomes da arquitetura brasileira que o senhor


citaria?
As obras de Niemeyer são sempre interessantes.
Pode parecer que ele está fazendo as mesmas
coisas, mas não está. Paulo Mendes da Rocha
também faz uma trabalho interessante, tem
muita sensibilidade, é criativo. Essa última, o
portal da praça do Patriarca, é bonita, mas a
proporção não é correta, não ficou bem no local.
Também gosto de Lelé (João Filgueiras Lima),
mas está muito vinculado ao uso dos elementos
pré-moldados, e isso, de certa forma,
compromete: as coberturas ficam sempre
semelhantes, mesmo que ele mude alguma
coisa parecem iguais. Eduardo de Almeida
também é excelente arquiteto.

E na arquitetura internacional atualmente?


A obra de Álvaro Siza é de uma consistência
incrível, domina o espaço, cria surpresas,
enfrenta com sabedoria imensa o meio
ambiente, o espaço é todo elaborado, simples e
muito bonito. Ao contrário dos brasileiros da
minha geração, em que a proposta do volume é
importante e tem relação com o lugar, ele não
trabalha muito com a forma, com o volume, mas
com planos, com elementos que vão se
articulando. O interesse final não é o volume,
mas o espaço que ele criou, o que é diferente.
Quando ele se meteu a fazer volume, como no
Pavilhão de Portugal, na Expo 98, de Lisboa, se
saiu mal. Não considero Jean Nouvel grande
arquiteto; não gostei do prédio do Instituto do
Mundo Árabe, em Paris; as janelas são
interessantes, mas o mérito é da indústria
francesa. E em seu interior me senti esmagado.
Ele está com essa bola toda porque é protegido
do chefão do Guggenheim, foi chamado no ano
passado para fazer a exposição do Brasil e
pintou tudo de preto. Já Norman Foster é ótimo
arquiteto e Christian de Portzamparc não me
comove.

Entrevista concedida a Adilson Melendez,


Éride Moura e Fernando Serapião
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 277 Março 2003

veja também
Cristiano Mascaro - “A fotografia é um comentário daquilo que se está vendo, com a sua própria linguagem”
Raquel Rolnik - “Democratizar a definição de políticas é desafio em que incluiremos as entidades profissionais”
Gian Carlo Gasperini - "Arquitetura exige criatividade e competência, não interessa se é moderna ou pós-moderna"
Paulo Mendes da Rocha - "O trabalho de arquitetura tem de ser feito com participação efetiva de companheiros"
Siegbert Zanettini - "A arquitetura é o equilíbrio entre o racional e o sensível"
Alex Kenya Abiko - O papel do Estado na habitação

http://www.arcoweb.com.br/entrevista/entrevista40.asp (6 of 7)02-02-2007 9:55:28


ARCOweb - João Walter Toscano - "O arquiteto deve trabalhar valorizar a idade, fazendo sua obra destacar-se no lugar"

patrocínio informe publicitário

Selecione a categoria

Índice Notícias Agenda Fórum Envie por e-mail busca

http://www.arcoweb.com.br/entrevista/entrevista40.asp (7 of 7)02-02-2007 9:55:28

You might also like