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Telefonia celular no Brasil

Após anos de monopólio estatal no mercado de telecomunicações a privatização de 1998


fez o Brasil entrar num modelo de competitividade trazendo novas entrantes e mudança
sensível no comportamento das empresas privatizadas como Telesp, Telerj, Telebahia,
pois, precisavam ganhar velocidade nas tomadas de decisões e colocar ações práticas
em ação para não perderem tempo e mercado na nova conjuntura apresentada.

Além disso, as obras de infraestrutura espalharam-se pelas principais cidades Brasileiras


com instalação de cabos de fibra óptica, antenas de transmissão de sinal de celulares,
aumentando assim, a oferta de serviços. Dentro deste novo contexto de mercado, e com
a telefonia celular crescendo, as novas ERB´s (Estação Rádio Base), foram interligadas
aos CCC (Centro de Comutação e Controle) através de fibra óptica, o que fez com que
as chamadas ganhassem em qualidade e velocidade de conexão diminuindo
consideravelmente as quedas, ruídos, e falta de sinal.

Esta necessidade de mais recursos tecnológicos, a utilização de novos equipamentos de


comutação e controle, centros de gerência mais modernos - onde o monitoramento de
rede indica onde as empresas precisam atuar para melhoria dos sinais de recepção e
transmissão, contingência de rede e aumento de Backbone (espinha dorsal de uma rede
de telecomunicações) - fez com que tivéssemos geração de empregos, aumento de
salário para os profissionais do segmento, e ainda, um novo horizonte para o país com
desenvolvimento em diversas áreas e segmentos de mercado.

Os aparelhos de telefones celulares ficaram menores, houve a implantação do sistema


digital CDMA (Acesso Múltiplo por Divisão de Código) e TDMA (Acesso Múltiplo por
Divisão de Tempo) com recursos inovadores à época, aviso de recado em caixa postal,
identificador de chamada, e o melhor, as tarifas de serviços caíram sensivelmente com o
aumento da concorrência e eliminação das taxas na recepção das chamadas.

Estas melhorias contribuíram para o avanço do sistema como um todo colocando o país
na trilha do desenvolvimento com a tão esperada inclusão social e digital.

Houve o lançamento do celular pré-pago, perfil que o usuário coloca carga de crédito e
fala até que este se acabe, efetuando nova recarga de acordo com sua necessidade e
conveniência, possibilitando assim, controle sobre sua conta de telefone celular sem
atrapalhar o seu orçamento.

Este modelo de negócio inseriu no mercado de telefonia celular uma grande parcela da
população que não tinha acesso a este serviço e, com isso, o número de linhas nas
operadoras saltou de forma exponencial, elevando também o faturamento das
operadoras.

Todas as operadoras migram para o sistema GSM (Sistema Global para Comunicação
Móvel) já utilizado nos países europeus faz tempo trazendo uma nova convergência de
protocolo ao sistema, unificando assim, o modelo de telefonia celular no Brasil
anteriormente mesclado com protocolo CDMA, TDMA e GSM.

Chega à tecnologia 3G apresentando celulares diferenciados com modelos que mudam


o perfil do usuário que passa a utilizar-se de Smartphones demandando maior velocidade
de conexão para transmissão, fazendo upload e download de dados, arquivos de vídeo
nas redes sociais, além do aumento da demanda por mobilidade dos executivos e
negócios em geral, onde a rapidez na tomada de decisão e acesso às informações é
importantíssima neste novo contexto de mercado.

De acordo com informações da Anatel (www.anatel.gov.br > aba Anatel Dados > menu
Acessos), no final de 2011, o Brasil contava com 242,23 milhões de acessos do Serviço
Móvel Pessoal (SMP), tendo registrado crescimento de 16,2% em relação ao ano anterior.
Esse resultado foi semelhante ao de 2010, que teve um crescimento de 16,7% em relação
a 2009. Essa evolução teve forte contribuição da disponibilidade cada vez maior de redes
3G no país, que ampliaram o acesso à banda larga móvel.
Vivemos em um mundo onde mobilidade se torna cada vez mais necessária através
diversos aparelhos, como, notebook, celulares e Tablet’s acessando redes sociais, e-
mails e SMS com utilização de rede Wi-Fi ou mini modem onde um chip de dados está
embutido fazendo então a conexão com a operadora.

Quando o telefone celular é usado para originar ou receber chamadas ou utilizamos os


outros serviços de comunicação através destes aparelhos móveis, o contato com sua
operadora é feito mediante o envio e a recepção de sinais de rádio para a antena da
estação rádio base (ERB) que estiver mais próxima do usuário.

Esses sinais são recebidos pela ERB e encaminhados para a central de comutação e
controle (CCC) da operadora que tem a função de encaminhar as ligações para outras
centrais, sejam elas operadoras de telefones fixos ou móveis, completando as ligações e
conexões de dados.

Fonte:(http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-telefone/telefone-celular-8.php)

Todo este aparato de infraestrutura de conexão precisa de manutenção, atualização de


software, ampliação de equipamento de transmissão e controle, além de troca de
informações entre todas as operadoras, inclusive internacionais, isso demanda muito
dinheiro, investimento constante.
Alguns podem pensar: então chegamos ao modelo ótimo de mercado com oferta
abundante de produtos, várias empresas privadas atuando no setor, tecnologia
adequada, aparelhos de última geração e infraestrutura suficiente para toda esta base
instalada.
Ledo engano, passamos para a consolidação do mercado de telecomunicações pós-
privatização, basicamente o retorno ao mercado dominado por quatro grandes empresas
como veremos abaixo.
Empresas de telefonia fixa provedoras de infraestrutura para transmissão de voz, dados
e internet:

1) Embratel;
2) Telefônica;
3) Telemar;
4) Brasil Telecom;
5) Impsat;
6) AT&T;
7) Metrored;
8) GVT;
9) Pégasus;
10) Díveo.

Empresas provedoras de serviços para telefonia Móvel:

1) BCP;
2) Telesp Celular;
3) Telemig Celular;
4) Brasil Telecom;
5) Telerj Celular;
6) Telesc Celular.

Com a consolidação do mercado os menores foram comprados pelos grandes, houve


fusão entre Telemar e Brasil Telecom, tornando-se Oi S.A, Claro com Embratel adotou o
nome Claro, fusão da Telesp Celular com Telefônica, hoje VIVO, e também, houve
convergência das operações de telefonia fixa e móvel criando-se então o modelo hoje
existente:

1) Claro ;
2) Oi;
3) TIM;
4) VIVO;

Ainda existem algumas empresas denominadas pelo mercado como espelhinhos e a


GVT, porém, sem relevância em telefonia celular.

O Brasil encontra-se numa fase de grande oferta de produtos e serviços com tecnologia
3G onde o número de linhas celulares ultrapassa o de habitantes. Com estes números
monumentais e a forte concorrência entre as operadoras, tornou-se necessário
investimento em rede, mão de obra especializada, ampliação dos Call Centers para
atendimento ao cliente, pois, o mercado tornou-se agressivo na oferta de novos planos e
pacotes com tarifas baixíssimas para atrair clientes.

Todo este movimento trouxe mudança no perfil do usuário de telefonia fazendo com que,
algumas famílias abolissem o telefone fixo em suas casas utilizando somente as linhas
de celulares, situação impensável décadas atrás quando tínhamos déficit de oferta nas
telecomunicações Brasileiras e um restrito universo de pessoas utilizando-se deste
produto até então.

O universo de usuários cresceu, mas, a infraestrutura não acompanhou este momento,


as empresas não investiram o que prometeram e precisavam, além disso, sofrem com a
crise mundial e a falta dinheiro no país da matriz e, para amenizar esta situação remetem
através de pagamento de dividendos milhões de reais para Espanha, Portugal, Itália,
França e Estados Unidos.

Essas remessas deveriam ser utilizadas em ampliação de infraestrutura, contratação de


pessoal, cursos de especialização, e ampliação da rede, melhorando a cobertura e
qualidade de serviços prestados.

Porém, não foi isso que aconteceu, houve aumento na carteira de clientes criando um
gargalo enorme nas redes de telefonia, até que, problemas diários começam a acontecer,
queda de conexão, falta de sinal, e consequentemente um número enorme de
reclamações junto aos Procons.

Até que um dia chegamos ao colapso do sistema culminando com uma medida cautelar
da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) proibindo a venda e ativação de
novos chips pelas operadoras VIVO, TIM, Oi e Claro em vários estados do Brasil.

Conforme publicado por Alexandro Martello Do G1 em 18/07/2012 17h39 em Brasília:

Estão suspensas, a partir da próxima segunda-feira (23), as vendas de chips das


empresas de telefonia móvel Oi, Claro e TIM em vários estados do país. A decisão foi
anunciada nesta quarta-feira (18) pelo presidente da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel), João Rezende. As empresas, porém, não serão multadas –
a não ser que descumpram a determinação de suspender as vendas.

No caso da TIM, a decisão vale para 19 estados brasileiros, enquanto que para a Oi são
5 os estados. Para a Claro, as vendas serão suspensas em três estados. Juntas, de
acordo com dados da Anatel, essas empresas respondem por 70,12% do mercado de
telefonia móvel do país. A suspensão foi motivada por reclamações registradas na Anatel
entre janeiro de 2011 e junho deste ano. A decisão, no que se refere à Claro, engloba os
estados de Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Sobre a Oi, a decisão da Anatel abrange
os estados de Amazonas, Amapá, Mato Grosso do Sul, Roraima e Rio Grande do Sul. No
caso da TIM, a suspensão da venda de chips engloba os seguintes estados: Acre,
Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais,
Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do
Norte, Rondônia e Tocantins.
Com esta medida a Anatel coloca um basta na farra das operadoras, e transmite um
recado conciso àqueles que fizeram do mercado uma anarquia total e sem respeito ao
consumidor.

As Telecomunicações no Brasil desempenham um papel cada dia mais relevante na


economia e na vida dos brasileiros. A sociedade da informação depende cada vez mais
da conectividade e da mobilidade. E, em meio à dinâmica surpreendente das tecnologias
e dos serviços, uma coisa é certa: a infraestrutura que leva banda larga às pessoas, lares
e empresas deverá ser, cada vez mais, capaz de suportar as crescentes demandas da
população.

Precisamos investir pesado na infraestrutura e urgente. Teremos eventos importantes


como copa do mundo e olimpíadas, e nossas redes estão defasadas e sucateadas, essa
é a realidade.

Nestes eventos, as pessoas demandarão banda larga, teremos um aumento sensível do


universo de usuários de soluções de mobilidade, pessoas falando, assistindo a jogos
através de celulares, conexões internacionais constantes, cobertura jornalística e muita,
mas muita gente acessando internet e conteúdos em redes sociais, por isso, precisamos
agir rapidamente. Mas, como? A solução como mencionado, é investimento em
infraestrutura, mas, creio que, não teremos tempo e tampouco dinheiro para suprimos
estas necessidades, então adequaremos nossa rede, como e onde pudermos.
Implantaremos a tecnologia 4G que nos trará maior capacidade de transmissão
suportando com maior confiabilidade a carga de dados. Essa solução será implantada
principalmente nos locais e estados onde teremos os principais eventos e maior
concentração de pessoas e, consequentemente, maior demanda por telecom.

A quarta geração de telefonia móvel traz uma evolução significativa na velocidade em


relação à experiência atual de uso da internet que oferecerá uma gama de possibilidades
e serviços mais completos.

O 4G consegue alcançar velocidades médias até 10 vezes maiores do que o 3G. Seu
padrão de comunicação sem fio LTE (Long Term Evolution) é caracterizado pela alta
velocidade de difusão de dados para telefones celulares e terminais de dados. É baseado
nas redes GSM / EDGE e UMTS / HSPA, totalmente sobre IP, com a capacidade e
velocidade aumentadas através de novas técnicas de modulação, antenas inteligentes e
sistemas de redes auto organizáveis.

A realidade das telecomunicações nos Brasil é que todas as empresas estão com suas
redes no máximo de capacidade de utilização e os investimentos necessários demandam
um montante financeiro maior que a capacidade que elas possuem. Vejamos o exemplo
da Oi: A revisa Exame publicou em sua edição de número1034 de 06/02/2013 página 84,
que a empresa apresentou um lucro de 1 bilhão no exercício de 2012 e mesmo com este
resultado distribuirá aos seus acionistas um valor total de 2 bilhões em dividendos, a conta
não fecha.

O então presidente Francisco Valim, projeta no orçamento de 2013 um investimento de


no mínimo 7,5 bilhões para que consiga atingir algumas metas apresentadas em seu
planejamento trienal 2012 / 2015, porém, os controladores estão aprovando somente 6
bilhões, este desencontro, culminou com a demissão de Valim em janeiro deste ano.
Para a implantação do sistema 4G que falamos acima, a TIM e a Oi, ensaiam uma parceria
para compartilhamento de infraestrutura, fazendo com que, tenham custos menores nesta
empreitada.

Porém isso não resolve o caso de gargalo apresentado pelas operadoras, é um paliativo
para a copa do mundo e olimpíadas, mas, as necessidades são bem maiores que a rede
4G em algumas cidades.

Temos panes constantes em nossa rede de telecomunicações, queda de sinal e redes


fora de serviço semanalmente, rompimento de fibra óptica, queda de equipamentos que
trabalham na inteligência das redes das operadoras acarretando prejuízos enormes à
economia do país.

Precisamos instalar e ampliar as centrais de comutação de voz, colocar novos


equipamentos nas redes de transmissão de dados, ampliar a capacidade de internet e as
conexões nacionais e internacionais para troca de tráfego entre as redes, informações, e
principalmente, qualificar técnicos e aumentar a segurança e confiabilidade dos circuitos
como um todo.

Carecemos também de um novo marco regulatório, carga tributária menor facilitando os


investimentos e dando aos fabricantes de equipamentos e às operadoras recursos e
incentivos para financiamentos de longo prazo, visto que, este é um ramo de atividade
que apresenta evolução constante e demanda de novas tecnologias e soluções
invariavelmente. Não temos tarefa fácil pela frente, precisaremos trabalhar com muito
afinco, unindo forças e colocando metas tangíveis a curto, médio e longo prazo.

Segundo a consultoria Deloitte, o Brasil pertence ao grupo dos 12 países com maior carga
tributária do setor no mundo, de 43% — e essa carga vem subindo: no início da década,
era de 33%. O governo estuda também uma proposta de lei que unifique a legislação das
antenas — hoje há cerca de 250 leis municipais diferentes, o que cria uma burocracia
enlouquecedora.

Podemos verificar que o trabalho é árduo, longo, e mexe com toda a estrutura do sistema,
trazendo um sentimento que não conseguiremos equacionar todos os itens que colocarão
o Brasil com um modelo ótimo de telecomunicações e boa qualidade de serviços.

REFERÊNCIAS

O autor, João Carlos Nunes dos Santos é graduado pela universidade São Judas Tadeu
em Administração de Empresas com especialização em Marketing [CRA 73427] e Pós-
Graduado pela BSP- Business School São Paulo em Master Gerência e Administração.

NOTA DO AUTOR: alguns dados aqui apresentados são oriundos da minha larga
experiência, com 20(vinte) anos no segmento de telecomunicações.

Bibliografia
:
Revista Exame número1034 de 06/02/2013 página 84;
Webgrafia:
Agência Nacional de Telecomunicações(http://www.anatel.gov.br)
Portal São Francisco (http://www.portalsaofrancisco.com.br)

G1.globo.com(http:///g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/07/anatel-anuncia-
suspensao-de-venda-de-chips-da-oi-claro-e-tim.html)

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