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1ª Vara da Fazenda Pública do DF
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Apesar da preclusão desta, a decisão até hoje não foi cumprida. Constata-se, pois, verdadeiro e
injustificado descumprimento de ordem judicial, com o que se culmina por relegar a um patamar rasteiro
o direito à vida e o direito à saúde, assegurados pela Constituição a todos os brasileiros.
Tais direitos são, contudo, inalienáveis, indisponíveis, não-transacionáveis e cujo exercício não se sujeita
a qualquer outra condição. Entre o direito à vida e a indisponibilidade dos bens públicos, não pode haver
qualquer dúvida quanto à inequívoca preponderância do primeiro, como já decidiu o egrégio Superior
Tribunal de Justiça (REsp 1069810/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 23/10/2013, DJe 06/11/2013), em precedente julgado pelo rito dos recursos
repetitivos, confirmando o poder geral de cautela do Judiciário em adotar as medidas necessárias a
efetivação de suas decisões que visem guarnecer o direito à saúde da parte autora
Assim, ante aos reiterados descumprimentos, determino o bloqueio de verbas públicas, no montante de
R$ 10.258,25 , valor suficiente a custear o tratamento da autora, por 1 ano.
Intime-se, por oficial de justiça, o Secretário de Estado de Saúde e o Distrito Federal, para ciência do
bloqueio e para que comprovem o cumprimento da ordem judicial proferido nos autos, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas a contar da intimação, sob pena liberação do valor bloqueado à parte Autora.
Fica desde já a parte autora fica advertida de que o primeiro alvará será de R$ 3.848,25, valor
correspondente a 3 (três) meses de tratamento somado aos custos de aquisição do equipamento, uma vez
que , conforme orientação aprovada na II Jornada de Direito da Saúde, a liberação de valores deve ser
feita de forma gradual. Por sua vez, os próximos alvarás, caso permaneça o descumprimento, serão de R$
2.221,00.