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POLÍTICAS EDUCACIONAIS:

ESTADO E GOVERNO
Professora: Dra. Vânia de Fátima Matias de Souza
DIREÇÃO

Reitor Wilson de Matos Silva


Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Diretoria Executiva Pedagógica Janes Fidelis Tomelin


Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho
Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha
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Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho
Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo
Projeto Gráfico Thayla Guimarães
Design Educacional Marcus Vinicius Almeida Machado
Design Gráfico Thayla Guimarães / Bruna Stefane Martins Marconato
Qualidade Textual Cintia Prezoto Ferreira

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação


a Distância; SOUZA, Fátima Matias de;

Políticas Públicas, Estrutura e Legislação no Ensino
Superior. Fátima Matias de Souza;
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.
35 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
1. Políticas Públicas. 2. Estrutura e Legislação. 3. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 379


CIP - NBR 12899 - AACR/2

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


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sumário
01
09| COMPREENDENDO A HISTÓRIA DA CONSTITUIÇÃO DO
ENSINO SUPERIOR: AS RELAÇÕES ENTRE ESTADO, GOVERNO
E SOCIEDADE

02 13| CONSTRUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO


SUPERIOR

03 19| POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA O ENSINO SUPERIOR E AS


RELAÇÕES COM ORGANISMOS INTERNACIONAIS
POLÍTICAS EDUCACIONAIS: ESTADO E GOVERNO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Discutir acerca das relações existentes entre Estado, Governo e Sociedade.
•• Compreender os caminhos históricos da construção das políticas públicas
com foco no ensino superior no Brasil.
•• Refletir acerca das políticas educacionais para o ensino superior e sua relação
com os organismos internacionais.

PLANO DE ESTUDO

A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:


•• Compreendendo a História da constituição do Ensino Superior: as relações
entre Estado, Governo e Sociedade
•• Construção das Políticas Públicas para o Ensino Superior
•• Políticas Educacionais para o Ensino Superior e as relações com organis-
mos internacionais
INTRODUÇÃO

As reflexões acerca das Políticas Públicas e as suas relações com o campo de atuação
e profissionalização da Educação têm se tornado uma tônica constante nos debates
sobre os caminhos e perspectivas para a área. Afinal, não é possível projetar ações
futuras para a Educação se não a considerarmos uma área inserida num contexto
conjuntural das políticas públicas do Estado promovidas e implementadas a partir
das demandas e necessidades da sociedade civil.
Você já compreendeu que as políticas são ou deveriam ser elaboradas a partir
de projetos de governo que comungam com os interesses das diversas categorias
da sociedade, mas nem sempre é essa a realidade. Então, deve estar se questionan-
do qual a relação existente entre a o Ensino Superior e as políticas públicas?
Para essa reflexão, neste estudo, faremos algumas reflexões acerca da atuação do
tripé: Estado, Sociedade e Políticas Públicas no contexto educacional. Isto porque, en-
tendemos que historicamente no campo do Ensino Superior, as reformas educativas
levadas a efeito em nosso país e nos outros países da América Latina desde o final
da década de 70, com o objetivo de adequar o sistema educacional ao processo de
reestruturação produtiva e aos novos rumos do Estado, vêm reafirmando a centrali-
dade da formação dos profissionais da educação.
Pós-Universo 7

No quadro das políticas educacionais neoliberais e das reformas educativas, a edu-


cação constitui-se em elemento facilitador importante dos processos de acumulação
capitalista e, em decorrência, a formação de professores ganha importância estra-
tégica para a realização dessas reformas no âmbito da escola e da educação básica
(AGUIAR, 1997; FREITAS, 1994, 1995) e que, por consequência, acabaram refletindo
mudanças no campo do Ensino Superior, chegando na atualidade tendo uma nova
roupagem e uma nova estruturação. Para tanto, precisamos entender essas ações
políticas para compreendermos as mudanças ocorridas ao longo dos tempos no
Ensino Superior. Vamos a leitura!
8 Pós-Universo

COMPREENDENDO A HISTÓRIA
DA CONSTITUIÇÃO DO ENSINO
SUPERIOR: AS RELAÇÕES ENTRE
ESTADO, GOVERNO E SOCIEDADE
Discutir sobre o tema Política e sua relação com o campo do Ensino Superior tem se
constituído em uma ação necessária para o fazer docente no campo de atuação da
área, uma vez que, sendo uma área de conhecimentos presente na sociedade con-
temporânea com enfoques que tratam das questões das políticas ligadas à qualidade
no ensino; financiamento; ampliação/expansão de vagas e formação profissional
no Ensino Superior, dentre outras temáticas que abrangem as discussões do Ensino
Superior e trazem consigo também discussões acerca da concepção de homem e
profissional que se espera para a atuação profissional na sociedade contemporânea.
Pós-Universo 9

Uma sociedade do conhecimento em que a pluralidade de acessos a informações


se dá de forma dinâmica e mutável; as reflexões acerca das políticas para o Ensino
Superior no país tornam-se uma dinâmica de compreensão e busca pelo entendimen-
to acerca das mudanças conjunturais e estruturais pelas quais a sociedade brasileira
tem passado, em especial nas últimas décadas e que influenciam de maneira signi-
ficativa o campo do Ensino Superior.
Nessa dinâmica, você já deve ter se questionado quais as implicações das ações
político governamentais e das políticas públicas para o Ensino Superior e como essas
ações influenciam e interferem no desenvolvimento da qualidade do ensino brasileiro?
Os caminhos e ações educativas se dão no âmbito do Ensino Superior e trazem
consigo os contornos delineados a partir das relações sociais e políticas tecidas na
sociedade e que, em geral, são refletidas na prática cotidiana escolar como ações
determinantes que estruturam e efetivam a prática docente a partir da organização
curricular, das dimensões estruturais e pedagógicas do contexto educacional.
Tendo esse olhar, entendemos o campo do Ensino Superior enquanto uma área
de conhecimento que integra e dialoga com outras áreas e campos de intervenção
profissional e acadêmica, desenvolve sua ação educativa integrando os saberes e
conhecimentos produzidos ao longo da história da sociedade. Por essa razão, entender-
mos os conceitos e estrutura das Políticas Públicas torna-se uma tarefa imprescindível.
Entenda que as políticas públicas são entendidas como o conjunto de normas e
leis que regulamentam uma determinada sociedade em um determinado período,
e que são formadas a partir de determinadas perspectivas ideológicas e partidárias
que constituem um governo, afinal, o governo é o responsável por direcionar as
ações do Estado de acordo com as necessidades e interesses da sociedade civil. De
acordo com Souza (2006),

““
[...] pode-se resumir política pública como o campo do conhecimento que
busca, ao mesmo tempo, colocar o governo em ação e/ou analisar essa ação
(variável independente) e, quando necessário, propor mudanças no rumo
ou curso dessas ações (variável dependente). A formulação de políticas pú-
blicas constitui-se no estágio em que os governos democráticos traduzem
seus propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que produ-
zirão resultados ou mudanças no mundo real (SOUZA, 2006, p. 26).
10 Pós-Universo

Entenda que as Políticas Públicas se constituem por meio da legislação de um Governo;


por esse motivo, é significativo entendermos o que significa uma lei e, para tanto, ao
buscarmos o significado delas, vamos encontrar, em Montesquieu (1960), uma defi-
nição que nos ajuda a compreendê-las, isto porque, para ele, as leis são entendidas
como as ações necessárias para regulação das relações humanas e que, portanto,
tornaram-se necessárias dentro da relação de todas as derivações da natureza das
coisas, desde a divindade até o mundo material, principalmente na vida do homem.
Em se tratando de uma conceituação, é importante considerar dois planos: um
mais abstrato e outro mais concreto.

““
No primeiro, o Estado se apresenta como o locus da condensação do tecido
social, tendo presente as estruturas de poder, de dominação e os conflitos;
no segundo a máquina governamental e o seu principal referente, em que
se considera os recursos de poder que operam na sua definição(AZEVEDO,
1997, p. 5).

É importante termos a compreensão de que o conceito de Políticas Públicas se


alteram em cada momento da história, mas que, em geral, mantém-se e se susten-
tam como sendo a materialização das ações do estados, estas são o “o Estado em
ação” (AZEVEDO,1997, p. 60), tendo como funções oportunizar, normatizar e levar a
sociedade civil ao projetos e ações que favoreçam o desenvolvimento dos sujeitos
integrantes dessa sociedade ou de um determinado contexto social. Por esse motivo,
temos ações governamentais no campo das políticas nas esferas municipais, esta-
duais e federais, cuja ações são delineadas a partir de cada realidade e com foco ao
atendimento das necessidades que são apresentadas.
Pós-Universo 11

Höfling (2001), discutindo as Políticas Públicas, define Estado, Governo e Políticas


Públicas como sendo a representação descrita dos objetivos existentes na relação
prescritas entre eles no contexto social, mas que se encontra historicamente deter-
minado pelo modo de produção capitalista, o que significa dizer que,

““
[...] o Estado é um conjunto de instituições permanentes – como órgãos le-
gislativos, tribunais, exército e outras que não formam um bloco monolítico
necessariamente – que possibilitam a ação do governo; e Governo é o con-
junto de programas e projetos que parte da sociedade (políticos, técnicos,
organismos da sociedade civil e outros). O governo assume e desempenha
as funções do Estado por um período determinado. As políticas públicas re-
presentam o Estado em ação, ou seja, o Estado executando um projeto de
governo, através de ações e programas voltados para alguns setores da so-
ciedade. (HÖFLING, 2001, p. 31).

As políticas públicas são gestadas e implementadas a partir de demandas ora prove-


nientes da sociedade civil, ora descrita pela própria sociedade políticas alocada no
governo, mas que decorrem sempre das necessidades contextuais e estruturais da
sociedade em dado momento histórico, portanto, elas (as políticas públicas) estão
vinculadas às estratégias de um governo, seus projetos e ideais, marcados pelas ações
na e para a sociedade.
Contudo, ainda, há que se considerar na construção das políticas públicas a
relação existente entre o governo e a sociedade que de acordo com Friedman (1988,
p. 33), é uma relação que ocorre a partir de uma linha tênue de ações, afinal “o papel
do governo – representante do Estado – é o de fazer alguma coisa que o mercado
não pode fazer por si só, isto é, determinar, arbitrar e pôr em vigor as regras do jogo”.

““
Na concepção dos economistas neoliberais, a liberdade de mercado está pautada
na livre concorrência. Dessa forma, o mercado se autorregula e o governo só in-
terfere quando julgar necessária sua ação no sentido de manter a ordem social,
caso esta esteja sendo ameaçada. Esses são, pois, os papéis básicos do governo
numa sociedade livre – prover os meios para modificar as regras, regular as dife-
renças sobre seu significado, e garantir o cumprimento das regras por aqueles
que, de outra forma, não se submeteriam a elas (FRIEDMAN, 1988, p. 31).
12 Pós-Universo

De uma forma simples, podemos dizer que as políticas públicas são a concretização das
ações do governo. Em síntese, as políticas públicas, sancionadas por meio de projetos,
medidas provisórias, sendo consolidadas nas leis, promovem (ou deveriam promover)ações
de um Estado que possibilita a sua sociedade civil progredir, tendo acesso aos direitos
básicos sociais, tais como saúde, educação, moradia, transporte, cultura, desenvolvendo,
assim a ciência e a tecnologia configurando uma história social de direitos a todos.
É importante destacar que as questões ideológicas que marcam as políticas públicas
por meio da gestão dos governos acabam sendo realizadas de acordo com os grupos
político-partidários que ocupam as pastas governamentais; por essa razão, o proces-
so democrático, de escolha dos governantes, é um ato essencial numa sociedade que
busca a garantia dos direitos da sociedade, afinal, de acordo com Souza (2006, p. 36),

““
[...] as ações efetivadas por meio da política pública permite distinguir entre
o que o governo pretende fazer e o que, de fato, faz. É um termo abrangente
e não se limita a leis e regras. É uma ação intencional, com objetivos a serem
alcançados. Embora tenha impactos no curto prazo, é uma política de longo
prazo.

Portanto, as políticas públicas se apresentam de formas diferenciadas de acordo com


cada período de governo, seguindo as intenções político-partidárias desses governos,
mas, em geral, estarão voltadas aos temas e interesses da área da saúde, transporte,
segurança, moradia, educação, cultura e outros. Tendo essa compreensão, daremos des-
taque as Políticas Públicas que influenciaram e influenciam de maneira efetiva a área de
atuação da Educação, ou seja, as políticas sociais e as educacionais que têm se efetiva-
do enquanto ações governamentais que direcionam e regem desde a regulamentação
profissional até a ação curricular exercida pelo profissional que atua no contexto escolar.
A compreensão do caminho das políticas, de certa maneira, nos auxilia a entendermos
como se dá o desenvolvimento e a implementação do Ensino Superior no país.
Pós-Universo 13

CONSTRUÇÃO DAS POLÍTICAS


PÚBLICAS PARA O ENSINO
SUPERIOR

Quando estudamos as questões relativas às políticas voltadas ao Ensino Superior, pre-


cisamos navegar pelas questões históricas da própria sociedade para entendermos
os caminhos traçados para o ensino. Saiba que, de acordo com Giles (1987, p. 79)

““
[...] desde o século XI até a primeira metade do século XII, a tarefa de provi-
denciar o ensino cabia principalmente as escolas catedralísticas, na segunda
metade do século, devido principalmente à proliferação das cidades, movi-
mentos inspirados pela burguesia em ascensão houve uma mudança radical.
A força do movimento das corporações também contribuiu para o surgimen-
to de nova força educativa.
14 Pós-Universo

De acordo com Cunha (1980, p. 21)

““
o ensino desenvolvido nos cursos de Filosofia e Teologia no Brasil, do século
VXI e XVIII, só pode ser entendido como atividade de aparelho educacional
posto a serviço da exploração da Colônia pela Metrópole. [...] Os diplomados
pelas escolas superiores destinavam-se a viabilizar essa dominação.

No período Jesuítico no Brasil

““
os estabelecimentos de ensino dos jesuítas seguiam as normas padroniza-
das, na qual se previa um currículo único para estudos escolares dividido em
dois graus, supondo o domínio das técnicas elementares da leitura, escrita e
cálculo: os studia inferiora, correspondentes ao ensino secundário, e os studia
superiora, correspondentes aos estudos universitários” (BRANDÃO, 1997, p. 05).

Essas transformações sobre o objetivo e finalidade do Ensino Superior passavam a


descrever o tipo de sociedade que se estava construindo, os enfoques das ações
político governamentais estavam sempre atreladas às questões da construção da
sociedade brasileira, a exemplo do que aconteceu no período jesuítico no Brasil,
segundo Saviani (2010, p. 5 - 6):

““
[...] embora alguns dos colégios jesuítas no período colonial mantivessem
cursos de filosofia e teologia, o que dá respaldo à tese de que já existia ensino
superior nessa época no Brasil, os cursos superiores propriamente ditos come-
çaram a ser instalados no Brasil a partir de 1808 com a chegada de D. João VI
[...]nas primeiras décadas republicanas arrefeceu-se a iniciativa oficial e surgi-
ram faculdades e também esboços de universidades no âmbito particular. Uma
delas foi a Universidade do Paraná que, fundada em 1912, iniciou seus cursos
em 1913 e em 1920, por indução do governo federal, até ser reconstituída em
1946 e federalizada em 1951, [...] se tratava de cursos superiores isolados, isto
é, não articulados no âmbito de universidades. Após a Revolução de 1930 que
se retomou o protagonismo do Estado nacional na educação com a criação, já
em outubro desse ano, do Ministério da Educação e Saúde Pública e com os
decretos da chamada Reforma Francisco Campos em 1931, entre os quais se
situam o que estabeleceu o Estatuto das Universidades Brasileiras.
Pós-Universo 15

Segundo Cunha (1980, p. 231),

““
[...] no Brasil, o liberalismo foi submetido a toda sorte de arranjos ideológicos:
conviveu com as ideias que defendiam a monarquia e a escravidão, associou-
-se ao positivismo e, na Primeira República, serviu admiravelmente bem para
legitimar a ditadura das oligarquias e a repressão aos trabalhadores. No campo
educacional, o liberalismo foi evocado, no tempo do Império para legitimar
a igualdade das escolas particulares às escolas estatais e a para justificar a
frequência livre dos estudantes das escolas superiores e a introdução da li-
vre-docência (liberdade de ensinar e de aprender) em todos os tempos, para
fundamentar a necessidade de se estender a instrução elementar a todos os
cidadãos. Na Era Vargas, as ideias de Fernando de Azevedo expressas já no seu
projeto/pesquisa de 1926, e largamente difundidas após 1930, forneceram
a mais importante referência da primeira vertente do liberalismo: a elitista.

A partir da década de 40 e ao longo da década de 50 vão ocorrer o processo de


criação das universidades federais, de modo geral nas capitais dos estados federa-
dos , entendendo-se pelas décadas de 60 e 70 (SAVIANI, 2010, p. 7).
De acordo com Trindade (2000, p. 122), numa retrospectiva da instituição univer-
sitária, é possível identificar quatro períodos:

““
Do século XII até o Renascimento, caracterizado como período da invenção da
universidade em plena Idade Média em que se constituiu o modelo da univer-
sidade tradicional, a partir das experiências precursoras de Paris e Bolonha, da
sua implantação em todo território europeu sob a proteção da Igreja. (p. 122);
No século XV, época em que a universidade renascentista recebe o impacto das
transformações comerciais do capitalismo e do humanismo literário e artístico,
mas sofre também os efeitos da Reforma e da Contra-Reforma; A partir do século
XVII, período marcado por descobertas científicas em vários campos do saber, e
do Iluminismo do XVIII, a universidade começou a institucionalizar a ciência; No
século XIX, implantou-se a universidade estatal moderna, e essa etapa, que se des-
dobra até os nossos dias, introduz uma nova relação entre Estado e universidade.
16 Pós-Universo

Segundo Cacete (2014),

““
Do ponto de vista político, o período que se estende de 1930 aos anos de 1970
foi marcado pelo rompimento com a velha ordem oligárquica brasileira e pelo
aparecimento, evolução e destruição do populismo. No confronto das forças que
desejavam a internacionalização da economia e as que defendiam um desen-
volvimento independente, teremos a vitória da primeira no âmbito da ruptura
que se estabelece nos anos de 1960. A partir de 1930, temos uma sociedade que
lenta, mas progressivamente, industrializava-se com uma concentração cada vez
mais ampla da população nos centros urbanos, o que contribuiu para a promo-
ção de exigências cada vez maiores em relação à educação. Foi particularmente
na região sudeste, sobretudo em São Paulo e Rio de Janeiro, onde a demanda por
ensino, e particularmente ensino superior, foi mais sentida (CACETE, 2014, p. 1063).

Os anos de 1930 e 1940 marcaram a construção de uma sociedade que buscava cami-
nhos para modernizar os diversos setores sociais, mas ainda de forma muito atrelada a um
perfil de governo que ainda estava sendo centralizador. Logo, as mudanças mais signifi-
cativas passam a ocorrer apenas nos anos de 1960 que, segundo Cacete (2014, p. 1067)

““
No início dos anos 1960, já se prenunciavam as mudanças significativas que iriam
ocorrer no âmbito do ensino superior e, particularmente, no que diz respeito
ao rumo que tomariam as faculdades de filosofia. Com a aprovação da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 4.024, promulgada em 20 de
dezembro de 1961, após um longo período de debates nos órgãos legislativo.
Pós-Universo 17

atenção

Período Monárquico (1808 – 1889) - “As primeiras Instituições de ensino su-


perior foram criadas apenas em 1808 e as primeiras universidades são ainda
mais recentes, datando de década de 1930”. Primeira República: entre 1889 e
1918 foram criadas, no Brasil, 56 novas escolas superiores, a grande maioria
privada. Era assim dividido o cenário da educação naquele momento: de
um lado instituições católicas, empenhadas em oferecer uma alternativa
confessional ao ensino público e, de outra, iniciativas de elites locais que
buscavam dotar seus estados de estabelecimentos de ensino superior. A
Década de 20 e o Movimento de Modernização do Ensino (...). Nos anos 30,
quando foram criadas as primeiras escolas superiores até 1934, o modelo de
ensino superior foi o da formação para profissões liberais tradicionais, como
direito e medicina, ou para as engenharias. A reforma do governo Vargas
instituiu as universidades, mas não propôs a eliminação das escolas autô-
nomas e nem negou a liberdade para a iniciativa privada. De 1945 a 1964,
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1961, legitimou
e ampliou o sistema existente, preocupou-se basicamente em estabelecer
mecanismos de controle da expansão do ensino superior e do conteúdo a
ser trabalho (adaptado de Durham, 2005, p. 201 - 203).

Em 1961, com a promulgação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional, a Lei nº 4024/1961 traz que

““
O projeto de reforma universitária (Lei n.5.540/68) procurou responder a duas
demandas contraditórias: de um lado, a demanda dos jovens estudantes ou
postulantes a estudantes universitários e dos professores que reivindicavam
a abolição da cátedra, a autonomia universitária e mais verbas e mais vagas
para desenvolver pesquisas e ampliar o raio de ação da universidade; de outro
lado, a demanda dos grupos ligados ao regime instalado com o golpe militar
que buscavam vincular mais fortemente o ensino superior aos mecanismos
de mercado e ao projeto político de modernização em consonância com os
requerimentos do capitalismo internacional (SAVIANI, 2010, p. 9).

Na linha temporal das questões sociais e políticas que influenciaram o campo do Ensino
Superior podemos perceber que na década de 70, houve um aumento da demanda
pelo ensino superior, tendo uma ampliação dos recursos federais e o orçamento
18 Pós-Universo

destinado à educação. Já na década de 80, um período marcado pela transição po-


lítica da sociedade, a qual resultou na Constituição em 1988, trouxe novos acenos e
novas roupagens para o setor da educação. Segundo Saviani,

““
A Constituição de 1988 incorporou várias das reivindicações relativas ao ensino
superior. Consagrou a autonomia universitária, estabeleceu a indissociabilidade
entre ensino pesquisa e extensão, garantiu a gratuidade nos estabelecimen-
tos oficiais, assegurou o ingresso por concurso público e o regime jurídico
único. Nesse contexto a demanda dos dirigentes de instituições de ensino
superior públicas e de seu corpo docente encaminhou-se na direção de uma
dotação orçamentária que viabilizasse o exercício pleno da autonomia e, da
parte dos alunos e da sociedade, de modo geral, o que se passou a reivindi-
car foi a expansão das vagas das universidades públicas (SAVIANI, 2010, p. 10).

Tendo as mudanças no campo do Ensino Superior no Decreto 2.306, de 19 de agosto


de 1997, que regulamentou o sistema federal de ensino em consonância com a nova
LDB. Esse decreto introduz, na classificação acadêmica das instituições de ensino su-
perior, a distinção entre universidades e centros universitários (SAVIANI, 2010, p. 11).
Para Saviani (2010, p. 13)

““
A partir da década de 1990 num processo que está em curso nos dias atuais
emerge nova mudança caracterizada pela diversificação das formas de organiza-
ção das instituições de ensino superior alterando-se o modelo de universidade na
direção do modelo anglo-saxônico na versão norte-americana. Em consequência
dessa mudança freou-se o processo de expansão das universidades públicas, es-
pecialmente as federais, estimulando-se a expansão de instituições privadas com
e sem fins lucrativos e, em menor medida, das instituições estaduais. Essa foi a
política adotada nos oito anos do governo FHC, o que se evidenciou na proposta
formulada pelo MEC para o Plano Nacional de Educação apresentada em 1997.

reflita

O percurso histórico do Ensino Superior no Brasil ocorreu de acordo com as


ideologias de cada Governo, destacando o fato para as políticas neoliberais,
consolidando a dicotomia entre o ensino público e o privado no ensino.
Pós-Universo 19

POLÍTICAS EDUCACIONAIS
PARA O ENSINO SUPERIOR E AS
RELAÇÕES COM ORGANISMOS
INTERNACIONAIS
Como sabemos, as ações político governamentais se dão na atualidade a partir
das premissas e das regulações advindas tanto das necessidades internas quanto
externas do país. Isto porque, no mundo globalizado no qual as informações são
diluídas rapidamente e as expectativas sociais são geradas e colocadas por diversas
demandas, há que se entender que o campo das políticas são marcadas, também,
pelas relações e interações com influências dos organismos internacionais, que no
conjunto das ações das políticas neoliberais buscam regular as ações, inclusive no
campo da educação dos países membros.
20 Pós-Universo

Alguns traços da concepção “tradicional” do BM sobre educação superior para os


países em desenvolvimento podem ser encontrados no conhecido documento La
Enseñanza Superior - Las lecciones derivadas de la experiência (BM, 1994) e, mais re-
centemente, no documento The Financing and Management of Higher Education:
A Status Report on Worldwide Reforms (BM, 1998).
No primeiro documento, ressalta-se, antes de tudo, a importância da educação
superior para o desenvolvimento econômico e social, argumentando-se, inclusive
- com base nas supostas taxas de rentabilidade social, estimadas em 10% “ou mais”
- que indicariam “que os investimentos neste nível da educação contribuem para
aumentar a produtividade do trabalho e a produzir um maior crescimento econômi-
co no longo prazo” (BM, 1994). Um exame sumário das razões da crise da educação
superior nos países em desenvolvimento - encabeçadas pelos limitados e mal uti-
lizados recursos públicos - introduz a apresentação das quatro orientações chave
para a reforma:

““
[...] fomentar a maior diferenciação das instituições, incluindo o desenvolvimen-
to de instituições privadas; proporcionar incentivos para que as instituições
diversifiquem as fontes de financiamento, por exemplo, a participação dos
estudantes nos gastos e a estreita vinculação entre o financiamento fiscal e
os resultados; redefinir a função do governo no ensino superior; adotar po-
líticas que destinadas a outorgar prioridade aos objetivos da qualidade e da
equidade (BM, 1994, p. 28-29).

É preciso entender que as ações político-governamentais influenciadas pelas ações


das agências e organismos internacionais e multilaterais, tais como ONU, UNESCO,
UNICEF, BANCO MUNDIAL, BIRD, FMI, dentre outras, influenciam o campo da forma-
ção das políticas do ensino superior no que se refere aos princípios educativos, mas
com enfoque nos campos ideológicos referentes à formação, desenvolvimento e
tecnologias que buscam direcionar os rumos da sociedade.
De acordo com Morais (2001), o destaque deve ser dado aos documentos orien-
tadores provenientes do Banco Mundial que, a partir dos anos de 1970, passaram a
representar-se como sendo uma agência que passa a influenciar diretamente na for-
mação e qualificação da mão de obra, influenciando o campo de ação e intervenção
investigativa do Ensino Superior, tanto no Brasil como nos países da América Latina.
Pós-Universo 21

O Ensino Superior passa, então, por reformulações nos anos de 1980, em especial
a partir do processo de redemocratização, na qual foi preciso reajustar os objetivos
do país e da educação para atender as novas demandas do mercado e as reformas
do ensino decorrentes desse momento da história.
Tendo descrito no artigo 205 da Constituição Federal de 1988 que “a educação,
direito de todos e dever do Estado e da Família, será promovida e incentivada pela
colaboração da sociedade” (BRASIL, 1988, s/p), apresenta também no discurso implí-
cito a necessidade de adequar-se aos sistemas internacionais que tornam o campo
da educação um vínculo direto ligado ao processo de desenvolvimento da socieda-
de perante os demais países.
Segundo Sguissardi (2000), o país, no que se refere aos ajustes educacionais do
Ensino Superior, em especial, a partir dos anos 80 e 90, sempre estiveram atrelados
aos objetivos dessas agências, sejam por ordem financeiras ou por questões ideoló-
gicas sobre a formação e os pressupostos do mercado.
Uma questão que tem se tornado muito significativa nos anos 2000 no campo
do Ensino Superior está ligado a influências agências, como Banco Mundial, que por
meio de suas cartas, orientações, diretrizes para os países em desenvolvimento, passa
a ditar as diretrizes para as políticas de intervenção e implementação de ações, e re-
cursos destinados a esse campo da educação, um exemplo dessa influência vai se dar
na ampliação de ações como a efetivação do Enem como possibilidade de ingres-
so nas IES, ou programas de governo, como o PROUNI, que passa a dar uma maior
abrangência no número de vagas ofertas no ensino superior.
É importante sabermos que a influência dessas agências internacionais estão
sempre atreladas a questões de recursos financeiros aos países em desenvolvimento,
o que significa que, em geral, as ações orientadas nos documentos estarão sempre
condicionados a fatores de ordem econômicas e a ações estabelecidas como metas
que devem ser cumpridas pelos países membros dessas agências. Destaca-se que,
nessa relação de orientações, metas e propositivas estabelecidas, tem-se de forma
efetivada a questão da manutenção dos sistema capitalista incutido nas ações, uma
vez que vão influenciar sobremaneira nas questões econômica, culturais e políticas
da formação da sociedade no campo da atuação e direcionamento profissional da
população, ou seja, as mudanças, reformas e perspectivas educacionais passam a ser
regidas pelos documentos, bem como a oferta dos cursos ou os campos de maior
investimento no Ensino Superior passam a ser tratados de acordo com as metas es-
tabelecidas nestes documentos.
22 Pós-Universo

De acordo com Sperller (2012, p. 57) o “modelo que se tenta impor, nos dias de
hoje, é o que vigora no mundo anglo-saxônico e, em torno dele, grandes manobras
se efetuam em organizações como a OCDE, a UNESCO e o Banco Mundial”.

saiba mais

Para saber mais sobre os documentos da UNESCO que influenciam o campo


da Educação Superior no Brasil e na América Latina, acesse o site:

Disponível em: <http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/>


Lá você encontrará todos os documentos com essas discussões.

Outro exemplo da ação das agências, junto ao processo de desenvolvimento do Ensino


Superior, pode ser notada no documento divulgado e amplamente cotado como indica-
ções para a educação em todos os países da América Latina, - o Documento “Educação:
um tesouro a descobrir. O Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre
Educação para o século XXI, produzido por Delors (1996), determinava pistas e re-
comendações no seu capítulo 9 sobre a ação das agências e suas metas junto aos
seus países membros:

““
[...] necessidade de uma cooperação internacional – que deve ser repensa-
da radicalmente – é válida também para a área da educação; trata­-se de uma
questão que implica não só os responsáveis pelas políticas educativas e os pro-
fessores, mas também todos os atores da vida coletiva. Ajudar no fortalecimento
dos sistemas educacionais nacionais ao enco­rajar as alianças e a cooperação
entre os ministérios em nível regional, e entre países que enfrentam proble-
mas semelhantes. • Ajudar os países a enfatizar a dimensão internacional do
ensino minis­trado (programas de estudo, recurso às tecnologias da informa-
ção, cooperação internacional). De acordo com uma iniciativa de prospecção,
criar um observatório UNESCO das novas tecnologias da informação, de sua
evolução e de seu impacto previsível, não só sobre os sistemas educacionais,
mas também sobre as sociedades modernas. • Incentivar, por intermédio da
UNESCO, a cooperação intelectual na área da educação: Cátedras UNESCO,
Escolas Associadas, partilha equitativa do saber entre países, divulgação das
tecnologias da infor­mação, intercâmbio de estudantes e de pesquisadores.•
Fortalecer a ação normativa da UNESCO a serviço de seus Estados­Membros,
por exemplo, no que diz respeito à harmonização das legislações nacionais
com os instrumentos internacionais (DELORS, 1996, p. 37).
Pós-Universo 23

Outro documento importante delineada como marco foi a Conferência Mundial


Sobre o Ensino Superior, realizada pela Unesco, em 1998, na qual se passa a deter-
minar, no artigo 11, que:

““
Avaliação da qualidade

a) A qualidade em educação superior é um conceito multidimensional que


deve envolver todas as suas funções e atividades: ensino e programas aca-
dêmicos, pesquisa e fomento da ciência, provisão de pessoal, estudantes,
edifícios, instalações, equipamentos, serviços de extensão à comunidade
e o ambiente acadêmico em geral. Uma auto-avaliação interna transpa-
rente e uma revisão externa com especialistas independentes, se possível
com reconhecimento internacional, são vitais para assegurar a qualidade.
Devem ser criadas instâncias nacionais independentes e definidas normas
comparativas de qualidade, reconhecidas no plano internacional. Visando
a levar em conta a diversidade e evitar a uniformidade, deve-se dar a
devida atenção aos contextos institucionais, nacionais e regionais específi-
cos. Os protagonistas devem ser parte integrante do processo de avaliação
institucional.

b) A qualidade requer também que a educação superior seja caracterizada


por sua dimensão internacional: intercâmbio de conhecimentos, criação
de redes interativas, mobilidade de professores e estudantes, e projetos de
pesquisa internacionais, levando-se sempre em conta os valores culturais e
as situações nacionais.

c) Para atingir e manter a qualidade nacional, regional ou internacional,


certos componentes são particularmente relevantes, principalmente a
seleção cuidadosa e o treinamento contínuo de pessoal, particularmente a
promoção de programas apropriados para o aperfeiçoamento do pessoal
acadêmico, incluindo a metodologia do processo de ensino e aprendi-
zagem, e mediante a mobilidade entre países, instituições de educação
superior, os estabelecimentos de educação superior e o mundo do tra-
balho, assim como entre estudantes de cada país e de distintos países. As
novas tecnologias de informação são um importante instrumento neste
processo, devido ao seu impacto na aquisição de conhecimentos teóricos
e práticos (UNESCO, 1999, s/p).
24 Pós-Universo

atenção

A privatização vem sendo utilizada com a finalidade de reduzir a presença


do Estado tanto na área produtiva quanto na área social. Como consequên-
cia, as políticas sociais têm sido direcionadas à população de baixa renda,
aliviando a miséria dos excluídos, mantendo, entretanto, a desigualdade
social e a pobreza. Na área educacional, a política de focalização se mani-
festa por meio da priorização dos recursos da União para o atendimento ao
ensino fundamental; pela criação de bolsas para os estudantes do ensino su-
perior privado, a exemplo do Programa Universidade para Todos (PROUNI);
e pela redução dos investimentos públicos nas instituições de ensino su-
perior públicas.
Fonte: adaptado de Chaves (2010)

Outro destaque sobre as definições tratadas a partir da Conferência foi o fato de estabe-
lecer para que “ todo tipo de estudos, treinamento ou formação para pesquisa em nível
pós-secundário, oferecido por universidades ou outros estabelecimentos educacionais
aprovados como instituições de educação superior pelas autoridades competentes do
Estado” (UNESCO, p. 11, 1999). Esta delimitação passa, então, a atrelar-se a questão das
competências do Ensino Superior ligadas às propositivas de ação com foco na quali-
dade e avaliação no Ensino Superior. Esses elementos “qualidade e avaliação” passam,
nesse sentido, a ser o ponto central das políticas com foco no ensino superior.
Segundo Shiroma, Moraes e Evangelista (2004, p. 77) essas ações desencadeadas
pelas ações das agências e organismos multilaterais influenciaram “na condução das
políticas pública, nas instâncias tripartites envolvendo empresários e trabalhadores
para discutir com o governo os rumos da educação brasileira”.
As relações existentes entre as políticas públicas com foco no Ensino Superior
na educação brasileira é orquestrada efetivamente desde dos anos de 1990 no país,
a partir das deliberativas das agências e organismos internacionais, uma vez que os
documentos a enseñanza superior: las lecciones derivadas de la experiencia, elabo-
rado e divulgado em 1994, pelo Banco Mundial, e o documento a Unesco, Política de
mudança e desenvolvimento no Ensino Superior de 1999, trouxeram uma nova visão
sobre as perspectivas do ensino superior para com a sua função junto à sociedade.
Pós-Universo 25

Essa perspectiva de um Ensino Superior atrelada às ações mercadológicas que


circundam a esfera da sociedade estão representadas no Relatório Sintético sobre as
Tendências e Desenvolvimentos na Educação Superior desde a Conferência Mundial
sobre a Educação Superior (1998 – 2003), no qual se tem definido que

““
a) Universidade Dinâmica: A universidade não pode mais encarar o conheci-
mento de forma estática, como se o saber tivesse longa duração, compatível
com o horizonte de vida de seus professores. Hoje, o conhecimento começa
a mudar no instante em que é criado, e a universidade tem de incorporar
essa dimensão ao papel desempenhado por ela. [...] Os alunos poderão se
submeter a concursos que determinem sua habilitação para a prática da pro-
fissão, de acordo com sua própria capacidade e com o tempo que lhes seja
necessário. Com o uso dos novos métodos de ensino e de pesquisa, o tempo
exigido para a formação pode variar muito, de acordo com a capacidade de
cada aluno. Graças aos novos métodos pedagógicos e aos equipamentos
de comunicação e informática, a formação de um profissional tem de levar
menos tempo do que levava há algumas décadas (UNESCO, 2003, p. 38-40).

Outro aspecto de influência do documento da UNESCO foi a deliberação acerca da


ampliação de vagas no Ensino Superior brasileiro, na qual se determina que:

““
Apesar de as vagas terem aumentado no conjunto das universidades brasilei-
ras, seu número ainda é muito pequeno em relação à demanda já existente.
A universidade brasileira terá de, ao longo dos próximos dez anos, ampliar o
número de vagas, com a meta de, no mínimo, dobrar o número de alunos.
Para tal, além de recursos adicionais, ela precisará mudar seus sistemas de
ensino, de maneira a adotar, cada vez mais, os sistemas de ensino a distân-
cia (UNESCO, 2003, p. 50).

Nos documentos das agências multilaterais, o que se pode observar é uma constân-
cia educação superior e o desenvolvimento socioeconômico da sociedade enquanto
componentes essenciais para que o Estado possa ter uma manutenção do sistema
econômico vigente abastecendo o campo tecnológico com a qualificação da mão de
obra de acordo com os princípios e necessidades da teia de relações internacionais
existentes entre os países, em especial os países membros pertencentes à agência.
26 Pós-Universo

atenção

No Brasil, a falta de paridade de gêneros é elevada na educação superior,


na qual é observada disparidade em favor das mulheres. O acesso às insti-
tuições públicas ainda deve ser ampliado para incluir uma proporção maior
dos jovens com idades entre 18 e 24 anos, principalmente os provenientes
das camadas mais baixas da população. As avaliações indicam a existência
de grandes diferenças de qualidade educacional entre as instituições, par-
ticularmente entre as instituições privadas.
Para saber mais acesse: <http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/education/
educational-quality/higher-education/>.

Em geral, a questão do Ensino Superior nos documentos das agências multilaterais


estão sempre fazendo menção às questões do mundo do trabalho e das ações que
vislumbram o desenvolvimento dos países a caminhos e a pressão da produção de
conhecimentos e produtividade, ou seja, a educação passa a ser vista como uma
instância regulada pela ação e interesse da produção de produtos que venham a
subsidiar as necessidades econômicas globais.
Essa relação educação-produto-mercado vai se consolidar, também, na destina-
ção de recursos e investimentos tanto no setor público quanto no privado, em que se
tem, em cada momento da história, investimentos em cursos distintos, isto porque o
processo de globalização e rápida disseminação dos conhecimentos, informações e
saberes acabam provocando uma constante reestruturação no campo da produtivi-
dade do ensino superior para atender a todas essas demandas provenientes do rápido
fluxo do mercado, no qual a obsolescência tanto dos bens materiais como das relações
humanas são refletidas nas constantes mudanças e reformas no campo educacional.
A exemplo dessas ações influenciadas no Ensino Superior pelas agências multilate-
rais, também podemos citar o caso das políticas de ampliação de vagas como sendo um
ação necessária para minimizar as relações econômicas dos países, como preconizado
no documento do Banco Mundial, de 1999: documento Estratégia para o setor edu-
cacional - documento estratégico do Banco Mundial: a educação na América Latina e
Caribe, no qual um dos papéis da educação seria o ‘alívio da pobreza’, daí sendo neces-
sário que houvesse uma ampliação do número de vagas e acesso ao ensino superior,
e que para tal atendimento deveria ser ampliado investimento para o desenvolvimen-
to do setor privado deste campo educacional. Essa recomendação vai refletir no Brasil,
Pós-Universo 27

com as discussões e aumentos de cotas universitárias e dos programas federais de con-


cessão de bolsas de estudos em instituições privadas do ensino superior.
Assim, o que percebemos é que o final do século XX e início do século XXI, con-
figurou-se na consolidação do discurso da “sociedade do conhecimento”, segundo
o qual níveis mais elevados de educação seriam fundamentais para o desenvolvi-
mento e competitividade das nações num mundo globalizado, assim como para
contribuir para a coesão social (HEYNEMAN, 1998; WolfensOHN, 1998). O ensino su-
perior voltou a fazer parte das prioridades do Banco Mundial, mas não mais a partir
de uma oferta pelo setor público, e sim para sua abertura, como uma área de ne-
gócios ao setor privado internacional e a grandes firmas nacionais a ele associados,
que estariam prontos para vender seus pacotes educacionais, consultorias, equipa-
mentos etc. (BM, 1999).
Enfatiza-se não só a necessidade de diversificação das instituições, como se
defende o estabelecimento de um sistema estratificado, com poucas universida-
des de pesquisa no topo, seguidas por universidades de formação profissional de
quatro anos e institutos isolados e centros vocacionais e/ou de formação técnica
com duração de dois anos (BM, 2000).
É preciso entender que as políticas voltadas para a Educação, em especial para
o Ensino Superior, precisam romper com as demandas advindas apenas dos con-
textos econômicos e priorizar as necessidades provenientes da própria sociedade.
Algumas ações legislativas que podem ser trazidas como exemplos dessas ações
das agências multilaterais no campo da construção política do Ensino Superior
podem ser descritas a partir do exemplo do Decreto n. 5.205/2004; o qual traz a re-
gulamentação das parcerias entre as universidades federais e as fundações de direito
privado, viabilizando a captação de recursos privados para financiar as atividades
acadêmicas; a Lei n. 10.973/2004, de Inovação Tecnológica, que também define e
estabelece parcerias entre universidades públicas e empresas;a Lei n. 11.079/2004,
a Lei n. 11.096/2005 referente ao Programa Universidade para Todos (ProUni), que
permite a isenção fiscal para as instituições privadas de ensino superior; os Decretos
n. 7.232, 7.233 e 7.234/2010, que trazem a ampliação das fundações de direito privado
nas universidades federais. Esses são alguns exemplos de como as políticas públicas
na educação brasileira no campo do Ensino Superior são influenciadas pelas ações
das políticas externas das agências multilaterais.
atividades de estudo

1. Entendendo que as políticas públicas são gestadas e implementadas a partir de de-


mandas provenientes da sociedade civil, e que decorrem sempre das necessidades
contextuais e estruturais da sociedade em dado momento histórico, pode-se afirmar
que as políticas públicas:

a) Estão vinculadas às estratégias de um governo, seus projetos e ideais, marcados


pelas ações na e para a sociedade.
b) Estão vinculadas apenas às demandas do Estado.
c) São ações de Governo apenas para a manutenção do sistema.
d) Estão vinculadas com exclusividade ao campo da gestão escolar.
e) Estão vinculadas apenas com as questões do financiamento e recursos de Governo
para com o campo da educação.

2. Segundo Höfling ( 2001), é importante entendermos o papel do Estado e do Governo


para a constituição das políticas públicas. Sabendo desse fato, assine com V para as
afirmativas verdadeiras e F para as falsas com relação ao conceito das políticas públicas.

( ) O Estado é um conjunto de instituições permanentes: como órgãos legislativos,


tribunais, exército e outras que não formam um bloco monolítico necessariamen-
te – que possibilitam a ação do governo.
( ) Governo é o conjunto de programas e projetos que parte da sociedade (po-
líticos, técnicos, organismos da sociedade civil e outros).
( ) O governo assume e desempenha as funções do Partido por um período
determinado.
( ) As políticas públicas representam o Estado em ação.
( ) As políticas públicas refletem a ação do Estado, executando um projeto
de governo, por meio de ações e programas voltados para alguns setores da
sociedade.
Assinale a alternativa correta:
a) V - V - F - V - V.
b) F - F - F - V - V.
c) V - V - V - V - V.
d) F - F - F - F - V.
e) V - F - F - F - F.
atividades de estudo

3. A constituição das políticas educacionais com foco no ensino superior tem se constitu-
ído ao longo da história a partir de influência no campo dos organismos internacionais
nas políticas educacionais com foco no Ensino Superior, e que são, em geral, deriva-
das de uma corrente de pensamento e uma ideologia. Tendo esse conhecimento,
é correto afirmar que:

a) As políticas educacionais para o ensino superior são elaboradas exclusivamente


a partir da realidade da sociedade local.
b) As organizações multilaterais, como ONU, UNESCO, Banco Mundial, o Fundo
Monetário Internacional, dentre outras, influenciam nas políticas educacionais
para o Ensino Superior.
c) As organizações multilaterais influenciam apenas nas questões de formação de
professores e não na constituição de ações políticas e governamentais.
d) As políticas educacionais desconsideram os programas e propostas das organi-
zações multilaterais.
e) As políticas do ensino superior não consideram os critérios de avaliação das or-
ganizações multilaterais.
material complementar

Desafios e perspectivas da educação superior brasileira para a


próxima década: 2011-2020

Autor: Paulo Speller, Fabiane Robl e Stela Maria Meneghel.


Editora: UNESCO, CNE, MEC, 2012.
Disponível em:
<http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002189/218964POR.pdf>.

Na Web
Para saber mais sobre o Ensino Superior e suas relações com os Organismos Internacionais,
sugiro ver o documento disponível na web que trata da Conferência Mundial sobre Ensino
Superior 2009 As Novas Dinâmicas do Ensino Superior e Pesquisas para a Mudança e o
Desenvolvimento Social (UNESCO, Paris, de 5 a 8 de julho de 2009).
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=downloa-
d&alias=4512-conferencia-paris&Itemid=30192>
resumo

O ensino superior no Brasil, tem sido, ao longo da história, uma demanda educacional ligada às
necessidades de formação profissional, em geral, atrelada às perspectivas de avanços para a so-
ciedade a partir das metas traçadas por cada governo. Observamos que os dispositivos legais
têm transitado entre o discurso da continuidade de um processo de modernização alicerçado
na racionalidade e eficiência provenientes do sistema capitalista.

Também podemos destacar que a educação superior é sustentada e alicerçada nas recomen-
dações dos organismos internacionais, cujo discurso globalizante se dá pelo viés das ações de
cunho neoliberal. Por esse motivo, observamos que as relações entre os organismos interna-
cionais e as questões da educação estão sempre atreladas ao setor financeiro, restringindo as
preocupações com o campo da qualidade do ensino em detrimento às necessidades de ajustes
no campo financeiro.

As discussões nos levam a reconhecer que, historicamente, os objetivos do Ensino Superior têm
transitado pela formação de instituições pluridisciplinares centrado na formação de profissionais
com qualificação no campo da pesquisa, extensão e ensino, enfim, com foco tanto na formação
humana quanto profissional. Haja vista que o Ensinos Superior no Brasil vai ter sua expansão acon-
tecendo de forma efetiva apenas na Constituição Federal de 1988, quando se tem a abertura ao
ensino proveniente da iniciativa privada, e com a Lei de Diretrizes e Bases do Ensino Nacional Lei
nº 8494/94, na qual se tem a mudança efetiva da concepção de educação do país, trazendo para
o cenário do ensino superior a efetivação da ação legislativa quanto a avaliação, regulação e su-
pervisão do ensino superior.

Assim o Ensino Superior passa a ser marcado pela história como uma ação contextual ligada aos
parâmetros e ditames de uma política pública marcada pelas mudanças e transformações ad-
vindas do campo social e econômico que regem a sociedade e os seus respectivos governos.
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resolução de exercícios

1. a) Estão vinculadas às estratégias de um governo, seus projetos e ideais, marcados


pelas ações na e para a sociedade.

2. a) V - V - F - V - V.

3. b) As organizações multilaterais, como ONU, UNESCO, Banco Mundial, o Fundo


Monetário Internacional, dentre outras, influenciam nas políticas educacionais para
o Ensino Superior

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