Professional Documents
Culture Documents
➢ Liberdade de expressão - o pudor público varia no tempo e seu conceito deve ser
interpretado com base nos valores reinantes em cada sociedade.
Local aberto ao público: onde qualquer pessoa pode entrar, ainda que
sujeita a condições, como pagamento de ingresso — teatro, cinema,
estádio de futebol etc. Não há o crime, entretanto, se as pessoas pagam o
ingresso justamente para ver show de sexo explícito, por exemplo.
Local exposto ao público: é um local privado, mas que pode ser visto por
número indeterminado de pessoas que passem pelas proximidades. Ex.:
quarto com a janela aberta, terraço, varanda, terreno baldio aberto, interior
de automóvel etc. Se o agente pode ser visto apenas por seus vizinhos, já
é suficiente para configurar o delito.
Prof. Ana Paula de Pétta
professorapetta@gmail.com
O reconhecimento de um lugar como exposto ao
público reclama a possibilidade de ser visto de outro
local público.
➢ Se um homem está fazendo sexo oral em outra pessoa no banco de uma praça
pública em momento em que não há outras pessoas passando pelo local, mas
policiais flagram a cena, o fato constitui crime porque existia a possibilidade de
pessoas passarem por ali a qualquer momento.
➢ Por outro lado, entende-se que não há crime se o ato é praticado em local
afastado e ermo, que não pode ser visto pelas pessoas, como no caso de casal
que está tendo relação sexual, de madrugada, em estrada de terra longínqua e
não iluminada.
Liberdade de expressão – fato atípico: “Ato obsceno (art. 233 do Código Penal).
Simulação de masturbação e exibição das nádegas, após o término de peça
teatral, em reação a vaias do público. Discussão sobre a caracterização da ofensa
ao pudor público. Não se pode olvidar o contexto em se verificou o ato
incriminado. O exame objetivo do caso concreto demonstra que a discussão está
integralmente inserida no contexto da liberdade de expressão, ainda que
inadequada e deseducada. A sociedade moderna dispõe de mecanismos próprios
e adequados, como a própria critica, para esse tipo de situação, dispensando-se o
enquadramento penal” (STF: HC 83.996/RJ, rel. originário Min. Carlos Velloso, rel.
para acórdão Min. Gilmar Mendes, 2a Turma, j. 17.08.2004).