Prémio Leaders & Achievers-Flecha Diamante 2016 PMR Africa

o
0DSXWRGH-XQKRGH‡$12;;,,,‡1o‡3UHoR0W‡0RoDPELTXH

log
Mais revelações do projecto securitário franco-libanês

ció
so
um
de
io

Pág. 2
ár

Caso de alegados favores à ENI Pág. 3

PGR arquiva processo contra Guebuza

Di
2 Savana 24-06-2016
Empréstimos escondidos
Defesa da costa custaria um terço
do valor da dívida
VHJXQGRPHPRFRQÀGHQFLDOGR&UHGLW6XLVVH
O
Credit Suisse, um dos ban-
cos envolvidos no escânda-
lo dos chamados emprésti-
mos escondidos contraídos
pelo Governo moçambicano entre
2013 e 2014, estimou em 372 mi-
lhões de dólares o custo de um siste-
ma abrangente de protecção da costa
moçambicana, menos de um terço
do valor da dívida que acabou sendo
contraída pelo executivo de Arman-
do Guebuza, revela a Zitamar News,
uma agência noticiosa especializada
em temas económicos sobre Mo-
çambique.
A publicação revela que a projecção
inicial das despesas da constituição
de um sistema abrangente da costa
moçambicana, que tem sido usada
como argumento para justificar os
empréstimos, consta de um docu-
mento confidencial do Credit Suisse,
datado de Fevereiro 2013.
A Zitamar News assinala que, no to-
tal, o executivo na altura liderado por
um
Armando Guebuza acabou angarian-
do USD1157 milhões para o referido
sistema de protecção marítima (em-
préstimos da Proindicus e da MAM).
O referido documento confidencial,
prossegue a Zitamar News, assinala-
va que 372 milhões de dólares seriam
suficientes para garantir a segurança
de uma Zona Económica Exclusiva
até 30 milhas náuticas e de toda a li-
nha costeira moçambicana.
De acordo com o memorando do
de
banco suíço, intitulado “Termos para
empréstimo de 372.000.000,00 USD
garantido pelo Ministério das Finan-
ças da República de Moçambique”,
Moçambique procurava fundos para
a construção e instalação de um sis-
tema de fiscalização e protecção de
toda a costa.
“Quando Moçambique puder moni-
torar e pesquisar as suas águas nacio-
io
nais poderá cobrar tarifas às embarca-
ções de carga que ali transitarem e às
indústrias extractivas que irão operar
na região, que beneficiarão da segu-
rança na rota e de menores custos dos
prémios a pagar às suas seguradoras”,
ár
pode ler-se no documento que refere
que durante os primeiros cinco anos
de operação eram esperadas receitas
de USD700 milhões de dólares nor-
te-americanos, “o que será suficiente
para i) cobrir os custos operativos do
projecto ii) pagar o serviço da dívida
Di
e iii) gerar receitas adicionais para o
Governo”.
A Zitamar recorda na sua peça que
o Governo moçambicano admitiu
em Abril que avalizou ou um emprésti-
mo no valor de 622 milhões de dó-
lares a favor da Proindicus, mais de
um quarto de um bilião de dólares
do que o valor inicialmente revelado
pela Privinvest, uma companhia com
sede em Abu Dhabi contratada para
fornecer assistência técnica e tecno-
lógica à Proindicus.
Anteriormente, o Governo mo-
çambicano já tinha assumido ter
actuado como avalista a favor da
Empresa Moçambicana de Atum
Os milionários barcos estão a degradar-se sem ter pescado um único atum
(EMATUM), na emissão de obri-
gações no valor de 850 milhões de
dólares, em 2013. Quando rebentou
o escândalo dos denominados “títu-
los do atum” e sob pressão da comu-
nidade doadora, o Governo aceitou
inscrever 500 milhões de dólares do
empréstimo gastos em equipamento
de defesa no Orçamento de Estado
como dívida pública. Embora exis-
tam dúvidas sobre se o montante de
USD350 milhões foi gasto em barcos
de pesca, outros artefactos e forma-
ção profissional, os gastos totais com
defesa e segurança contabilizados
nos empréstimos dos bancos Credit
Suisse e VTB totalizam USD1657
milhões de dólares (incluído
luído o finan-
ciamento do banco VTB de USD535
milhões à empresa MAM), não se sa-
bendo quem foi o financiador de um
quarto empréstimo para o Ministério
do Interior no valor de USD221 mi-
lhões de dólares.
O banco Credit Suisse “foi manda-
tado pelo Ministério das Finanças de
Moçambique para angariar USD372
milhões em empréstimo a ser amor-
tizado em seis anos para financiar o
projecto” refere o memoradum onde
ainda se pode ler que o responsável
pelo empréstimo “será uma empresa
100% participada pelo Estado, criada
com o propósito de adquirir e operar
o projecto em nome da República de
Moçambique. As obrigações do mu-
tuário do empréstimo serão incondi-
cionalmente e irrevogavelmente ga-
rantidas pelo Ministério das Finanças
(de Moçambique).
Moç O reembolso do
empréstimo não será de forma ne-
nhuma dependente da construção ou
da performance do projecto”.
O documento do banco suíço precisa
que o mutuário é a Proindicus SA,
uma empresa moçambicana criada
com o propósito de adquirir e operar
o projecto de protecção da costa na-
cional e é propriedade do “Ministério
do Interior, do Ministério da Defesa
Nacional e dos Serviços de Informa-
ção e Segurança do Estado (SISE) da
República de Moçambique”.
“A garantia é do Governo da Re-
pública de Moçambique, actuando
através do Ministério das Finanças”,
indica o memorando do Credit Suis-
se que acrescenta que o pagamento
deveria ser efectuado em adiantado à
TEMA DA SEMANA
o
log
ció
so
Privinvest Shipbuilding SAL, a mes-
ma empresa ligada ao libanês Iskan-
dar Safa que recebeu 850 milhões de
dólares da EMATUM para adquirir
barcos paraa a pesca do atum.
Os equipamentos do
projecto
A Zitamar explica que a Proindicus e
a EMATUM depois de pagarem os
serviços
viços dos dois bancos – o Credit
Suisse e o VTB - transferiram o re-
manescente dos empréstimos para a
Privinvest, precisamente a empresa
que tinha prometido um sistema de
segurança marítima por apenas 372
milhões de dólares na modalidade
“chave na mão”.
A semana passada a agência Reuters
revelou que os serviços de preparação
empréstimo do VTB ascendeu a
do empr
quase 7% do montante global, quan-
do a cobrança de serviços e comissões
ronda habitualmente1-2%.
O documento preparado pelo Credit
Suisse refere que os 372 milhões de
dólares serviriam para a aquisição de
soluções de vigilância marítima de
([SORUDomRGHJiVQR5RYXPD
Progresso na área Coral
D
epois dos acordos e con-
tratos para a exploração
de gás na área Coral
anunciados pelo Conse-
lho de Ministros, espera-se agora
que até ao final do mês sejam ga-
rantidos os respectivos financia-
mentos, segundo fonte governa-
mental moçambicana.
A área Coral pertence ao blo-
co 4 na Bacia do Rovuma e está
concessionado à empresa ENI de
Itália que fará a exploração e li-
quefacção do gás a partir de uma
plataforma flutuante (FLNG). A
semana passada foi aprovado o
contrato de compra e venda de gás
a favor da multinacional BP assim
como a autorização para a ENI
começar a negociar a contratação
de serviços para as várias áreas es-
pecializadas.
Segundo apurou a Zitamar News,
embora o acordo com a BP tenha
toda a ZEE, bem como a criação de
capacidade de intervenção contra a
pirataria, contrabando e tráfico.
A Zitamar refere que os dois bancos
declinaram comentar porque foram
os empréstimos aumentados e a Pri-
vinvest não respondeu às questões
formuladas no mesmo sentido pela
agência noticiosa.
A Privinvest estaria obrigada, no
âmbito do acordo com a Proindicus,
a fornecer e instalar 16 estações de
radar (10 automatizadas), dois aviões
de vigilância mar
marítima, dois patru-
lheiros navais, 12 interceptadores e
diverso mater sobressalente.
material sobr
O acordo prevê ainda a instalação de
um centro de comando e um centro
de treino, bem como o aluguer de
três anos de vigilância por satélite. O
SAVANA apurou que parte dos sis-
temas de vigilância já estão instalados
e o centro de treinos funciona na base
naval da MAM instalada em Pemba,
Segundo a Zitamar, a Proindicus e a
MAM têm experimentado dificulda-
des no acesso à base naval de Maputo,
bem como no desalfandegamento de
peças e equipamentos relacionados
com o projecto.
As receitas potenciais
O plano previa que a Proindicus
conseguisse os seus lucros através
da cobrança a operações petrolíferas
no mar, arrecadando três milhões de
dólares anuais de cada operador, na
perspectiva de que estariam em ac-
tividade, no mínimo, 10 campos de
pesquisa e prospecção de petróleo e
gás.
A Zitamar observa que um dos hipo-
téticos clientes é contado duas vezes e
outro está numa área de pesquisa em
terra, no campo Búzi, sendo, por isso,
incompreensível que entre nas contas
sido aprovado pelo governo, os par-
ceiros no bloco 4 – ENI, a Kogas da
Coreia, a CNPC chinesa, a GALP de
Portugal – estão agora em processo de
aprovação pelos respectivos conselhos
de administração. A ENH (Empresa
Nacional de Hidrocarbonetos) detém
10% dos direitos de exploração no
bloco.
Segundo a Zitamar, contrariamente
ao sugerido inicialmente, depois da
“luz verde” do governo, a ENI vai
agora iniciar as negociações finais
com as empresas apuradas em con-
curso. O consórcio TJS (Technip de
França, JGC da Japão e Samsung da
Coreia) para a entrega da plataforma
de exploração de gás (FLNG), com a
Aker Solutions para o equipamento
logístico de apoio, com a GE para o
equipamento submarino e com a sua
subsidiária Saipem para as operações
de perfuração.
Fontes governamentais disseram que
das receitas da P
Proindicus.
Um encaixe no valor de 30 milhões
de dólares seria proveniente do paga-
mento de taxas de trânsito por parte
de navios que usassem o Canal de
Moçambique. Os navios grandes pa-
gariam 10 mil dólares por passagem
e os pequenos pagariam quatro mil
dólares.
Segundo o documento citado pela
Zitamar News, 57 milhões de dóla-
res anuais seriam obtidos em taxas
de desembarque de mercadoria nos
portos moçambicanos. A Proindicus
iria cobrar cinco dólares por volume
mínimo de carga descarregada e 150
dólares por contentor. Barcos de tu-
rismo iriam contribuir com 310 mil
dólares de receita/ano.
Já a indústria pesqueira iria também
contribuir com a sua parte. Os barcos
de pesca iriam pagar 18 mil dólares
anuais à Proindicus pela protecção da
sua actividade, mas os barcos de pesca
especializada em atum iriam pagar 30
mil dólares cada.
A Zitamar lembra que o ministro da
Economia e Finanças, Adriano Ma-
leiane, disse no passado dia 09 que os
estudos de viabilidade da Proindicus
apontavam para um lucro de 1,7 mil
milhões de dólares nos primeiros oito
anos de operações.
Contudo, a empresa ainda não assi-
nou nenhum contrato com qualquer
um dos potenciais clientes, disse, na
altura Adriano Maleiane.
A Proindicus pagou a primeira pres-
tação da sua dívida, no valor de 24
milhões de dólares, em Março últi-
mo, depois de um período de graça
de três anos e terá de pagar a próxima
prestação, orçada em 119 milhões de
dólares, em Março de 2017. O em-
préstimo deve ser amortizado dentro
de oito anos.
foram já acordados os termos de
financiamento à participação da
ENH. O empréstimo para a par-
ticipação por parte dos parceiros
no projecto será retornado por
via dos lucros futuros na venda do
gás.
Fontes na ENI e no governo de
Moçambique esperam que a FID
(Decisão Final de Investimento)
seja anunciada até 30 de Setembro
do ano corrente, mas a Zitamar
News faz notar que observado-
res da indústria do gás e petróleo
acham pouco provável devido aos
aspectos económicos do projecto.
Um dos elementos a considerar é
a venda potencial de parte da par-
ticipação da ENI à Exxon Mobil,
processo que conheceu algum
arrefecimento em Abril, depois
de anunciadas as dívidas secretas
contraídas pelo governo de Mo-
çambique na era Guebuza.
Savana 24-06-2016
&DVRGHDOHJDGRVIDYRUHVj(1,
PGR arquiva processo contra Guebuza
3RU$UJXQDOGR1KDPSRVVD
A
Procuradoria-Geral da
República (PGR) ar-
quivou o processo no
qual o antigo chefe de
estado moçambicano, Arman-
do Guebuza, era indiciado de ter
oferecido à petrolífera italiana
ENI uma isenção de impostos
na venda das suas acções à China
National Petroleum Corporation
(CNPC), na Bacia do Rovuma,
em troca de favores não especifi-
cados.
As primeiras revelações surgiram
no diário italiano Il Fatto Quo-
tidiano, que relatava as investiga-
ções sobre corrupção internacio-
nal contra Paolo Scaroni, antigo
administrador da petrolífera ita-
liana, levadas a cabo pela Procura-
doria de Milão.
A publicação italiana citava grava-
ções telefónicas no poder da Pro-
curadoria italiana, onde Guebuza
terá ainda oferecido um terreno
um
paradisíaco no Bilene, no sul de
Moçambique. Foi na sequências
destas revelações que a Procura-
doria Geral da República (PGR)
abriu o processo/averiguação nr3/
de
ANÚNCIO DE SERVIÇOS DE CONSULTORIA
(PRORROGAÇÃO DOS PRAZOS E NOVOS ELEMENTOS NOS ToR)
io
PGR2015.
“Trata-se de uma averiguação
iniciada na sequência de notícias
veiculadas pelos meios de comuni-
cação social, nacionais e estrangei-
ros, sobre suspeita de corrupção na
empresa petrolífera italiana ENI,
com menção do envolvimento de
um antigo Presidente da Repú-
blica de Moçambique (Arman-
do Guebuza). As notícias davam
MINISTÉRIO DA ECONOMIA E FINANÇAS
DIRECÇÃO NACIONAL DE PLANIFICAÇÃO E ORÇAMENTO
7(5026'(5()(5È1&,$
$1É/,6((675$7e*,&$3$5$$32,2$)2508/$d®2'(80
PROGRAMA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO LOCAL
TEMA DA SEMANA
o
log
ció
so
Armando Guebuza
conta que a Procuradoria de Mi-
lão, na República da Itália, estaria
a investigar o caso”, lê-se numa das
passagens do informe sobre o esta-
do anual da justiça que a Procura-
dora Geral da República, Beatriz
hili, apresentou nesta quarta
Buchili,
e quinta-feira na Assembleia da
República.
Segundo o informe, a PGR diz ter
desencadeado mecanismos de re-
colha de informação junto à sua
congénere italiana, tendo recebi-
do indicações de que não existia
nenhum processo que envolvia
“aquele dirigente”, neste caso Ar-
mando Guebuza. “A averiguação
foi arquivada por falta de matéria”,
rematou a PGR, num informe de
231 páginas, que relata o estado da
justiçaa em Moçambique .
Recorde-se que de acordo com
aquela publicação italiana, assun-
to que também foi retomado pelo
Canal de Moçambique, no âmbito
da referida investigação, a PGR de
vár
Milão interceptou várias chama-
das telefónicas de Sacaroni, dentre
as quais algumas com Guebuza
entre 2012 e 2013.
Numa das chamadas segundo a
publicação, as partes discutiram as
taxas que o Estado moçambicano
devia cobrar à ENI, incluindo ou-
tras trocas de favores, como a con-
cessão de um terreno paradisíaco
a Paulo Scaroni no Bilene com a
possibilidade de um DUAT (Di-
reito de Uso e Aproveitamento de
Terra) válido por 40 anos.
O terreno é descrito como estan-
do situado numa zona com acesso
3
pelo mar, como por uma lagoa e
dista a 140 quilómetros da capital
Maputo. Descreve-o ainda como
sendo uma espécie de língua de
terra que se estende entre o oceano
e o lago Uembje, que para além de
águas de cor turquesa, o terreno é
um paraíso
par de tartarugas marinhas
e areia branca. De acordo com a
publicação, os italianos iniciaram
com as investigações quando es-
tranharam o facto de que a oferta
era feita por um chefe de Estado e
não uma imobiliária.
Refere ainda que o alegado acordo
para a ENI, que está a pesquisar
gás na Bacia do Rovuma, na pro-
víncia de Cabo Delgado, não pa-
gar impostos entre finais de 2012
e princípio de 2013, a italiana
chega a um entendimento com os
chineses da CNPC para a venda
de uma parte da sua participação
na Bacia do Rovuma. O Acordo
viria a ser formalizado a 13 de
Março de 2013. À luz do acordo,
os chineses da CNPC compravam
à ENI 28,57% da sua participação
na área 4, na Bacia do Rovuma.

I. Introdução e Propósitos da Consultoria HVSHFLDOLGDGHV L 3ODQLÀFDomR (VWUDWpJLFD GH 3URJUDPDV GH 'HV-
$'LUHFomR1DFLRQDOGD3ODQLÀFDomRH2UoDPHQWR'132GR0L-
$'LUHFomR1DFLRQDOGD3ODQLÀFDomRH2UoDPHQWR'132GR0L FHQWUDOL]DomR LL 2UJDQL]DomR H *HVWmR GH 6HUYLoRV 3~EOLFRV LLL
QLVWpULRGD(FRQRPLDH)LQDQoDV0()SUHWHQGHFRQWUDWDUVHUYLoRV
QLVWpULRGD(FRQRPLDH)LQDQoDV0()SUHWHQGHFRQWUDWDUVHUYL )LQDQoDV 3~EOLFDV /RFDLV H ,QWHUJRYHUQDPHQWDLV LY *RYHUQDomR
GHFRQVXOWRULDLQGLYLGXDORXFROHFWLYDSDUDGHVHQYROYHUXPConcept
GHFRQVXOWRULDLQGLYLGXDORXFROHFWLYDSDUDGHVHQYROYHUXP 3DUWLFLSDWLYD H ,QFOXVmR 6RFLDO Y ,QIUD (VWUXWXUDV 3~EOLFDV  YL
ár

HPFRQIRUPLGDGHFRPRVWHUPRVGHUHIHUrQFLDFXMRVGHWDOKHV
NoteHPFRQIRUPLGDGHFRPRVWHUPRVGHUHIHUrQFLDFXMRVGHWDOKHV 'HVHQYROYLPHQWR(FRQyPLFR/RFDOHYLL-XULVWDHVSHFLDOL]DGRHP
SRGHPVHUHQFRQWUDGRVQRVHQGHUHoRVDEDL[R2REMHFWLYRpSURYL-
SRGHPVHUHQFRQWUDGRVQRVHQGHUHoRVDEDL[R2REMHFWLYRpSURYL *RYHUQDomR/RFDO
GHQFLDU DR *RYHUQR H RV VHXV 3DUFHLURV XPD DQiOLVH DSURIXQGDGD
H UHFRPHQGDo}HV HVWUDWpJLFDV SDUD IXQGDPHQWDU R GHVHQKR GXP 3DUDPDLVGHWDOKHVIDYRUFRQVXOWDUQRVVHJXLQWHVHQGHUHoRV$Y$K-
3URJUDPD1DFLRQDOGH$SRLRDR'HVHQYROYLPHQWR/RFDOTXHSRWHQ-
3URJUDPD1DFLRQDOGH$SRLRDR'HVHQYROYLPHQWR/RFDOTXHSRWHQ PHG6HNRX7RXUp)ODW0DSXWRRXSHORVLWHwww.mef.gov.mz
Di

FLDOL]H D JRYHUQDomR SDUWLFLSDWLYD H R GHVHQYROYLPHQWR GRV GLVW

GLVWUL-
WRVHPXQLFtSLRV(VWDDQiOLVHYDLLQFOXLURHVWXGRDSURIXQGDGRGDV
WRVHPXQLFtSLRV(VWDDQiOLVHYDLLQFOXLURHVWXGRDSURIXQGDG III. Submissão de candidaturas
UHODo}HVHQWUHRTXDGURGHJHVWmRVHFWRULDOHSUHVWDomRGHVHUYLoRV
UHODo}HVHQWUHRTXDGURGHJHVWmRVHFWRULDOHSUHVWDomRGHVHUY 2VLQWHUHVVDGRVGHYHPHQYLDUSURSRVWDVQDVOtQJXDVSRUWXJXHVDH
S~EOLFRVHRTXDGURGHJHVWmRHJRYHUQDomRWHUULWRULDOMXQWRFRPRV
S~EOLFRVHRTXDGURGHJHVWmRHJRYHUQDomRWHUULWRULDOMXQWRFR LQJOHVD DFRPSDQKDGDV SRU XPD FDUWD GH DSUHVHQWDomR GRV SURSR-
VLVWHPDV S~EOLFRV SODQLÀFDomR ÀQDQoDV JHVWmR FRQWUROH PRQLWR-
PRQL QHQWHV HP GRLV HQYHORSHV VHSDUDGRV XPD FRQWHQGR XPD SURSRV-
ULDHSUHVWDomRGHFRQWDVDRQtYHOGRVÐUJmRV/RFDLVGR(VWDGRH
ULDHSUHVWDomRGHFRQWDVDRQtYHOGRVÐUJmRV/RFDLVGR(VWDG WD WpFQLFD H RXWUD D ÀQDQFHLUD 'HYHP DLQGD HQYLDU HP HQYHORSHV
GRV0XQLFtSLRV7DPEpPYDLLQFOXLUXPDDQiOLVHGDVUHODo}HVHQWUH IHFKDGRVFRPDLQVFULomRFORMULAÇÃO DO PROGRAMA NA-
RVLVWHPDGHÀQDQoDVS~EOLFDVLQWHUJRYHUQDPHQWDLVHDVRSo}HVSDUD CIONAL DE DESENVOLVIMENTO LOCALSDUDRVHJXLQWHHQ-
UHIRUoDUDFDSDFLGDGHÀQDQFHLUDHLQVWLWXFLRQDOGRV*RYHUQRV/RFDLV GHUHoRDWpDVKGRGLDGH-XOKRGH
DWUDYpVGRDSRLRH[WHUQR
'LUHFomR1DFLRQDOGH3ODQLÀFDomRH2UoDPHQWR
,,3HUÀOGRV&RQVXOWRUHV Av. Ahmed Sekou Touré, nº 21, Flat 91, Maputo
$ HPSUHVD RX RV FRQVXOWRUHV GHYHP UHVSRQGHU SHODV VHJXLQWHV
4 Savana 24-06-2016
TEMA
TEMADA
DASEMANA
SEMANA

0LVVmRGR)0,HP0RoDPELTXH

“Não abordaremos novos empréstimos”

²SRUWDYR]GDRUJDQL]DomRHP:DVKLQJWRQ

o
A
missão do Fundo Mo- constituídas em segredo e à revelia conjuntura adversa, mas não foi
netário Internacional da Assembleia da Repúblicaa e das ao pormenor no que diz respeito à
(FMI) que termina nesta instituições financeiras internacio- criação de um fundo de estabiliza-

log
sexta-feira uma visita a nais, o FMI suspendeu uma tran-
Moçambique não irá abordar com che de uma verba de emergência
as autoridades moçambicanas a que Moçambique havia solicitado
concessão de qualquer assistência à organização, sendo seguido nessa
financeira. decisão pelos EUA e pelo grupo
dos principais doadores interna-
O escopo da equipa do FMI, que cionais, o chamado G-14, alegando
se encontra no país desde o pas- quebra de confiança com Maputo.
sado dia 16, foi enfatizado pelo
ção fiscal a ser suportado por recei-
tas petrolíferas.
A reunião entre o porta-voz do
FMI e a comunicação social foi
dominada pelo documento “Pro-
grama de Trabalho”, que indica o
roteiro que a organização irá seguir
nos próximos seis meses para im-
pedir que a economia global des-

ció
porta-voz da organização em Wa- $QJRODVREYLJLOkQFLD
shington, Gerry Rice, durante uma Sobre Angola, que também foi alvo
conferência de imprensa na capital de grande interesse por parte dos
americana, realizada no dia 16, jornalistas presentes na conferên-
quando os peritos da instituição cia de imprensa em Washington,
iniciavam a missão a Moçambique. Gerry Rice foi confrontado com
Nesta quinta-feira, a missão técni- a recomendação que terá sido feita
ca do FMI foi recebida (audiência recentemente pelo chefe da missão
do FMI que visitou o país, o bra-
carrile.
No documento, o FMI aponta o
imperativo da consolidação dos
fundamentos monetários, medidas
fiscais e reformas estruturais para
conferir solidez à economia mun-
dial.
“Na política monetária, o Progra-
ma de Trabalho olha para o impac-

de cortesia) pelo Primeiro-Minis-
tro, Carlos Agostinho do Rosário,
no seu gabinete de trabalho.
“A equipa estará em Maputo para
prosseguir com o processo de apu-
ramento ligado aos empréstimos
não revelados e para avaliar a situ-
ação macro-económica. Esse será
o objectivo da missão. Não irá dis-
cutir, neste momento, mais apoio
um
financeiro. Primeiro que tudo, é
para um apuramento dos factos e
avaliação”, afirmou Rice.
O esclarecimento do porta-voz do
FMI surgiu na sequência de uma
pergunta sobre se a organização
poderia canalizar mais ajuda fi-
nanceira a Moçambique, tal como
procedeu recentemente em relação
a Angola, que vai receber uma as-
sistência financeira da organização.
de
e qual será a medida mais urgente?
O Governo de Moçambique, para
poder aceder a mais dinheiro do
FMI, terá de reganhar a confiança
dos parceiros internacionais, assim
como evitar que situações como a
da EMATUM se repitam nova-
mente?”, foi a questão colocada,
com bastante insistência, por um
jornalista presente na conferência
de imprensa com o porta-voz do
FMI.
Em resposta, Gerry Rice sublinhou
que o FMI indicou ao Governo
moçambicano a necessidade de ser
transparente em relação a qualquer
transacção associada a dívidas não
declaradas, considerando bem-vin-
so
Gerry Rice, porta-voz do FMI
pelo Governo. Dissemos que esse
foi um primeiro passo importante
para a restauração da confiança,
mas, como digo agora, essas dis-
cussões irão continuar”, acrescen-
tou Gerry Rice.
Na sequência de revelações de que
o Governo na altura liderado por
Armando Guebuza avalizou dí-
vidas superiores a mil milhões de
dólares a favor de várias empresas
Álbum Samora Machel por
sileiro Ricardo Velloso, no sentido
da criação de um fundo de estabi-
lização fiscal, sustentando por pou-
panças provenientes das receitas de
petróleo, como forma de o país po-
der conter futuras crises resultantes
de perdas de ganhos das exporta-
ções do país.
Rice respondeu que a equipa che-
fiada por Ricardo Velloso deixou
referências atinentes à dimensão
fiscal das políticas que terão de ser
seguidas por Angola face à actual
to negativo das taxas de juro nos
lucros dos bancos e nos emprésti-
mos bancários e examina o efeito
multiplicador destas políticas nos
mercados emergentes”, afirmou
Gerry Rice.
O roteiro do FMI para os próximos
seis meses abordará igualmente
a questão dos choques externos e
respectivas respostas de uma forma
integrada em termos de política
monetária, taxas de câmbio e polí-
ticas regulatórias.

das as informações prestadas por

“Estão preparados para dar…o
FMI está pronto para dar assistên-
cia financeira a Moçambique, caso
o país peça, como fez Angola? Os
empréstimos escondidos… Mo-
çambique tem mais de um bilião
em empréstimos escondidos, qual
é o impacto que isto trará à deci-
io
Maputo na sequência da revelação
de empréstimos
éstimos contraídos entre
2013 e 2014 pelo anterior executi-
Kok Nam lançado na Beira
1
vo à revelia da Assembleia da Re- uma iniciativa da Uni-
pública, das instituições financeiras versidade Pedagógi-
internacionais e dos doadores. ca (UP), foi lançado
“Congratulámo-nos, há várias se- nesta quinta-feira, na
manas, com as informações sub- cidade da Beira, capital provin-

são do FMI de prestar mais ajuda sequentes que foram prestadas cial de Sofala, o álbum Samora
Machel por Kok Nam, enqua-
drado nos trinta anos da morte
do primeiro presidente de Mo-

Progressos sólidos çambique independente.

ár

O álbum, que foi apresentado

A
missão técnica do afirmou, numa curta declaração na Casa do Artista da Beira,
Fundo Monetário aos jornalistas, o chefe da mis- numa cerimónia conduzida por
Internacional (FMI), são, Michael Lazare. Maria Pinto Sá, com a presença
que se encontra em Lazare falava após um encon- do director da UP, Beira, Zaca-
Moçambique
ambique para avaliar o tro com o primeiro-ministro rias Ombe, encontra-se à venda
Di

impacto das chamadas dívi- moçambicano, Agostinho do na Mabuko em Maputo e na

das escondidas, declarou nesta
quarta-feira em Maputo ter al-
cançado progressos sólidos nas
discussões que vem mantendo
com as autoridades moçambi-
canas.
“Tivemos muito boa troca de
pontos de vista com o primeiro-
-ministro, com o ministro da
Economia e Finanças e outros
dirigentes, conseguimos pro-
gressos sólidos nas discussões
sobre a avaliação da economia e
em relação às futuras discussões
entre o FMI e Moçambique”,
Rosário, e com o ministro da
Economia e Finanças, Adriano
Maleiane, no âmbito de uma
visita ao país, para a avaliação
das implicações das dívidas que
o Governo moçambicano con-
traiu entre 2013 e 2014, fora das
contas do Estado.
A missão, que se iniciou no pas-
sado dia 16, é a primeira, desde
que o FMI cancelou em Abril
uma deslocação ao país, na se-
quência da descoberta de 1,4
mil milhões de dólares de em-
préstimos escondidos.
Casa do Artista, na capital pro-
vincial de Sofala.
Pelas 15h30 desta sexta-feira
está marcada uma mesa redon-
da no CUCA ( Centro Uni-
versitário de Cultura e Arte da
UP), onde estarão em debate os
temas do álbum, em particular
as citações de Samora Machel
sobre cidadania e educação. O
debate será orientado por Alves
Gomes, antigo director da em-
blemática Revista Tempo, cole-
ga e amigo de Kok Nam.
(Redacção) Kok Nam
Savana 24-06-2016 5
TEMA
PUBLICIDADE
DA SEMANA
6 Savana 24-06-2016
Joaquim Chissano volta a criticar o líder da Perdiz
“Renamo não se desarma por má-fé”
Por Argunaldo Nhampossa
U
ma semana depois do presi-
dente do República, Filipe
Nyusi e o líder da Renamo,
Afonso Dhlakama, terem
ultrapassado via telefónica algumas
das barreiras que dificultavam o
avanço do diálogo ao nível da Co-
missão Mista, o ex-chefe de Estado
moçambicano, Joaquim Chissano,
acusou a Renamo de falta de serie-
dade no cumprimento dos acordos,
principalmente no diz respeito ao
seu desarmamento.
Chissano diz que a Renamo não se
desarma por má-fé, pois o seu líder
assinou dois acordos, mas em ne-
nhum momento aceitou o desarma-
mento.
A Comissão Mista encarregue de
preparar o encontro entre Nyusi e
Dhlakama consensualizou os pontos
de agenda, depois de semana passada
as respectivas lideranças terem con-
cordado a entrada da Igreja Católica,
União Europeia e do presidente sul-
-africano, Jacob Zuma, no grupo dos
mediadores/facilitadores, ou terceiras
partes, na terminologia governamen-
tal.
O Governo já anunciou que irá en-
um
viar convites formais aos mediadores
ou facilitadores e espera que “respon-
dam à solicitação o mais rapidamente
possível”, um pronunciamento que
revela que o Executivo tem agora
pressa em ter já em acção os media-
dores/facilitadores, cuja presença até
há pouco tempo rejeitava.
A Comissão Mista já acordou quatro
pontos de agenda para o encontro
ção foi colocada como nota prévia
no encontro da Comissão Mista esta
segunda-feira, que de acordo com o
mesmo, a equipa do Executivo disse
que ainda não foi declarado o cessar
Joaquim Chissano
o líder da Renamo assinou dois acor-
dos, nomeadamente o Acordo Geral
da Paz em 1992 e o da Cessação das
Hostilidades Militares em Setembro
de 2014, sendo que ambos previam o
desarmamento do partido de Afonso
Dhlakama, facto que não se materia-
lizou. Contudo, é preciso notar que a
Renamo também acusa o Governo/
Frelimo de ter negociado de má-fé,
tanto em Roma, em 1992, como em
Maputo, em 2014, situação que res-
valou para incumprimentos.
Questionado sobre o que teria falha-
do para o não cumprimento dos acor-
dos, Chissano apontou a má vontade
do líder da Renamo. “O líder da Re-
namo não se desarma por má vonta-
de. Não falhou mais nada do que isso.
Quando o líder da Renamo devia
desarmar-se não se desarmou”, disse.
Esclareceu que, após a assinatura do
AGP em 1992, ficou acordado que
SOCIEDADE
o
fogo. não for declarado o cessar fogo.
Desta opinião comungou também o Mas ressalvou que numa situação
antigo estadista moçambicano, Joa- destas é complicado emitir pareceres
log
quim Chissano, que disse ser normal enquanto não se está no terreno, pois
atacar as posições da Perdiz enquanto pode haver aproveitamento político.
ANÚNCIO DE VAGAS
ció
Plan International, Inc é uma organização humanitária orientada para o desenvolvimento comuni-
WiULRFHQWUDGRQDFULDQoDVHPDÀOLDo}HVUHOLJLRVDVSROtWLFDVRXJRYHUQDPHQWDLV$YLVmRGD3ODQp
WiULRFHQWUDGRQDFULDQoDVHPDÀOLDo}HVUHOLJLRVDVSROtWLFDV RXJRYHUQDPHQWDLV$YLVmRGD3ODQp
de um mundo em que todas as crianças alcançam o seu potencial pleno nas sociedades que respei-
WDPRVGLUHLWRVHGLJQLGDGHVGDVSHVVRDV$3ODQpXPDRUJDQL]DomRGHLJXDOGDGHGHRSRUWXQLGDGHV
WDPRVGLUHLWRVHGLJQLGDGHVGDVSHVVRDV$3ODQpXPDRUJDQL]D
de emprego e pretende recrutar, atravez da EP Recruit, para o seu quadro de pessoal, as seguintes
SRVLo}HV
1.Coordenador(a)
oordenador(a) de Monitoria Avaliação e Investigação
1žGH9DJDV/RFDO0DSXWR
so
Tarefas:
‡5HYHUHPDQWHURVSURJUDPDVHVLVWHPDVGHPRQLWRULDHDYDOLDomR
‡5HYHUHPDQWHURVSURJUDPDVHVLVWHPDVGHPRQLWRULDHDYDOLDo
‡)DFLOLWDURGHVHQYROYLPHQWRGHRUoDPHQWRVDQXDLVHSODQRVRSHUDFLRQDLVGRVSURJUDPDV
‡)DFLOLWDURGHVHQYROYLPHQWRGHRUoDPHQWRVDQXDLVHSODQRVRSH
‡5HDOL]DUSHVTXLVDUDSDUWLUGHIRQWHVSULPiULDVHRXVHFXQGiULDVGHVHQYROYHUHUHYHUWHUPRVGH
‡5HDOL]DUSHVTXLVDUDSDUWLUGHIRQWHVSULPiULDVHRXVHFXQGiU
UHIHUrQFLDVSDUDLQYHVWLJDomR
‡$SRLDUDLQVWLWXFLRQDOL]DomRGDPRQLWRULDDYDOLDomRHLQYHVWLJDomRFDSDFLWDQGRRSHVVRDOQHVWD
‡$SRLDUDLQVWLWXFLRQDOL]DomRGDPRQLWRULDDYDOLDomRHLQYHV
PDWpULD
‡)DFLOLWDURVSURFHVVRVGHSODQHMDPHQWRFROHFWDGHLQIRUPDo}HVDVtQWHVHUHÁH[mRHHODERUDomRGH
‡)DFLOLWDURVSURFHVVRVGHSODQHMDPHQWRFROHFWDGHLQIRUPDo}H
UHODWyULRVGHQWURGD0RQLWRULDH$YDOLDomR
‡$VVHJXUDUDTXDOLGDGHGRVSURJUDPDVGRFXPHQWDomRHGLVVLPHQDomRGDLQIRUPDomRQDRUJDQL-
‡$VVHJXUDUDTXDOLGDGHGRVSURJUDPDVGRFXPHQWDomRHGLVVLPHQD
]DomR
Requisitos:
‡1DFLRQDOLGDGH0RoDPELFDQD
‡/LFHQFLDWXUDHP(VWDWtVWLFDRXiUHDVHTXLYDOHQWHVPHVWUDGRpXPDYDQWDJHP
‡/LFHQFLDWXUDHP(VWDWtVWLFDRXiUHDVHTXLYDOHQWHVPHVWUDGRp
‡DQRVGHH[SHULrQFLDQRGHVHPSHQKRGHIXQo}HVVLPLODUHVHP21*VpXPDYDQWDJHP
‡DQRVGHH[SHULrQFLDQRGHVHPSHQKRGHIXQo}HVVLPLODUHVHP2
‡)OXHQWHHP3RUWXJXrVH,QJOrVIDODGRHHVFULWR
‡&DSDFLGDGHGHOLGHUDQoDHGHFRPXQLFDomRLQWHUSHVVRDO
Nyusi-Dhlakama, nomeadamente,
governação nas seis províncias onde
a Renamo reivindica vitória nas elei-
de
ções de 2014, cessar fogo, desarma-
mento e reintegração dos homens do
maior partido da oposição e a questão
das Forças de Defesa e Segurança,
onde a formação política de Afonso
Dhlakama quer paridade nos órgãos
de direcção.
Instado a comentar sobre o assunto,
o antigo estadista moçambicano, Jo-
aquim Chissano, começou por louvar
io
os avanços que se estão a verificar
no quadro das negociações entre o
governo e a Renamo rumo ao res-
tabelecimento da paz no país. Para
Chissano,, o diálogo deve ser feito
ár
com muita objectividade e com o
único interesse de trazer o melhor
para Moçambique.
O antigo chefe de Estado moçam-
bicano falava esta segunda-feira à
margem do lançamentoamento do livro
“construindo um novo dia”, uma ini-
Di
ciativa da embaixada de Portugal, que
narra a história de 28 personalidades
moçambicanas condecoradas em di-
ferentes áreas pelo governo português
o governo e Renamo deviam criar
um exército paritário composto por
30 mil homens, em que cada parte
contribuiria com 50% e a Renamo
não entregou todos os seus homens.
Acrescenta que na altura foi procla-
mada a amnistia a todos os crimes
cometidos durante o conflito, mas
depois disso foi a Renamo que se ar-
mou e iniciou com os ataques.
Recorde-se
de-se que no intervalo
inter entre os
dois acordos, a Renamo foi se quei-
xando de passagens compulsivas à re-
serva dos seus homens e exclusão nos
cargos de chefias ao nível das Forças
de Defesa e Segur
Segurança.
Renamo queixa-se de
ataques
Depois dos avanços assinalados se-
mana passada pela Comissão Mis-
ta de preparação de encontro entre
Nyusi e Dhlakama, a Renamo convo-
cou a imprensa esta terça-feira para
informar que está sendo atacada pelas
tropas governamentais na Gorongo-
sa.
Segundo o porta-voz da Renamo,
António Muchanga, as tropas gover-
‡+DELOLGDGHVQRXVRGR0V2IÀFHSULQFLSDOPHQWH:RUG([FHO3RZHUSRLQWH2XWORRNSXEOLVKHU
‡+DELOLGDGHVQRXVRGR0V2IÀFHSULQFLSDOPHQWH:RUG([FHO
LQWHUQHWHVLVWHPDVGH0RQLWRULDH$YDOLDomRH6$3
‡%RDFRPXQLFDomRRUJDQL]DFLRQDO
‡&DSDFLGDGHGHUHGLJLUUHODWyULRVQDOLQJXD,QJOHVDH3RUWXJXHVD
‡&DSDFLGDGHGHUHGLJLUUHODWyULRVQDOLQJXD,QJOHVDH3RUWXJXH
2. Gestor(a)
Ges da Unidade de Programas
1žGH9DJDV/RFDO1DPSXOD
Tarefas:
‡0RQLWRUDUWRGDVDVDFWLYLGDGHVLPSOHPHQWDGDVSHODXQLGDGHGHSURJUDPDV
‡*HULUPRQLWRUDUHDYDOLDUIXQo}HVHGHVHQYROYLPHQWRGRVIXQFLRQiULRVGDXQLGDGHGHSURJUDPDV
‡*HULUDSURGXomRPHQVDOQDiUHDGHSDWURFtQLREHPFRPRDVYLVLWDVGRVSDWURFLQDGRUHV
‡*DUDQWLUTXHRVSURFHVVRVGHFRPXQLFDo}HVGHFDPSRHPHWDVVHMDPUHDOL]DGRVGHDFRUGRFRPR
TXHIRLHVWDEHOHFLGRHUHSUHVHQWDUD3ODQHPWRGRVIRUXQVSURYLQFLDV
‡*DUDQWLURVHJXLPHQWRGRSURWRFRORLQWHUQRVREUHULVFRVHGHVDVWUHV
‡5HVSRQViYHOSRUJDUDQWLUXPDPELHQWHHTXLOtEULRGHJrQHUR
‡5HVSRQViYHOSRUJDUDQWLURFXPSULPHQWRHDo}HVGDSROLWLFDGHSURWHomRGDFULDQoD
‡5HVSRQViYHOSRUJDUDQWLURIRUQHFLPHQWRGHUHODWyULRVVREUHH[HFXomRGRVSURMHWRVSDUDGLYHUVDV
iUHDV
‡5HVSRQViYHOSRUJDUDQWLUDH[HFXomRGHSURMHWRVÀQDQFLDGRVSRUFRQFHVV}HV´*UDQWVµGHQWURGD
iUHDJHRJUiÀFDGD8QLGDGHGH3URJUDPD
Requisitos:
‡1DFLRQDOLGDGH0RoDPELFDQD
‡/LFHQFLDWXUDHP&LrQFLDV6RFLDLVRX'HVHQYROYLPHQWR&RPXQLWiULR0HVWUDGRpXPDYDQWDJHP
‡DQRVGHH[SHULrQFLDQRGHVHPSHQKRGHIXQo}HVVLPLODUHV
‡([SHULrQFLDQRGHVHQKRGH3URSRVWDVSDUDDQJDULDomRGHIXQGRV
‡)OXHQWHHP3RUWXJXrVH,QJOrVIDODGRHHVFULWR
nos últimos 40 anos.
O presidente honorário da Frelimo
aponta que para que o diálogo tenha
sucesso é preciso que as partes dis-
pam o egoísmo, interesses pessoais ou
partidários e colocar, acima de tudo,
o interesse primordial do povo que é
a paz.
No entanto, apelou à seriedade das
partes, principalmente do lado da
Renamo, alegando que não tem sido
séria no cumprimento dos acordos.
Sustenta a sua tese argumentado que
namentais estão a bombardear desde
o passado sábado a Serra da Goron-
gosa, local onde se encontra o líder
desta formação política.
Muchanga diz não estar a perceber
a táctica governamental de que-
rer dialogar e atacar militarmente
a sua contraparte ao mesmo tempo.
Aponta ainda que este deveria ser
um momento de declarar trégua até
se encontrar uma solução cabal via
diálogo.
O Porta-voz diz que esta inquieta-
‡+DELOLGDGHVQRXVRGR0V2IÀFHSULQFLSDOPHQWH:RUG([FHO3RZHUSRLQWH2XWORRNHLQWHUQHW
‡%RDFRPXQLFDomRRUJDQL]DFLRQDO
‡$OWDFDSDFLGDGHGHOLGHUDUHPRWLYDUHTXLSHVGHWUDEDOKR
&DSDFLGDGHGHUHGLJLUUHODWyULRVQDOLQJXD,QJOHVDH3RUWXJXHVD
Todos candidatos devem ter elevado cometimento com os Direitos e Protecção da Criança assim
como com a Igualidade do Gênero
ENCORAJA-SE A CANDIDATURA DE MULHERES e PESSOAS PORTADORAS DE DEFICI-
ÊNCIA:
&DQGLGDWRVFRPSHUÀODGHTXDGRHVWmRFRQYLGDGRVDHQYLDURVVHXV&9·VDFRPSDQKDGRVSRUXPD
FDUWDGHFDQGLGDWXUDFRPLQGLFDomRGHWUrVUHIHUrQFLDVSDUDSODQ#HSUHFUXLWDIULFDFRP até ao dia 30
GH-XQKRGH
Savana 24-06-2016 7
PUBLICIDADE
8 Savana 24-06-2016
SOCIEDADE

1\XVLH'KODNDPDYmRjPHVDGHGLiORJRFRPXPDDJHQGDIUDFWXUDQWH

Encontro armadilhado
Por Armando Nhantumbo

O
encontro, ora à vista, en-
tre o Presidente da Re-
pública, Filipe Nyusi, e
o Presidente da Renamo,
30 mil homens, 15 de cada lado, um
processo que nunca foi terminado,
até que os poucos homens da Re-
namo que haviam sido enquadrados
o
que, na verdade, era uma segunda
versão do Projecto para a instau-
ração das Autarquias Provinciais.
Mais uma vez, a ditadura de voto da
aça à democracia e à unidade nacio- Renamo exigiu a presença de media-
nal, mas é exactamente esse ponto dores, disse, semana finda, em pleno
que Dhlakama volta a levar ao en- comício popular em Maputo, que já
contro à vista com o Presidente da aceitava a presença de terceiros no

Afonso Dhlakama, não será em si
mesmo o fim da tensão político-
-militar, mas o início de uma cami-
nhada cheia de espinhos que, para
além de inteligência, irá requerer,
principalmente, cedências em as-
suntos que, no passado, as duas par-
tes se mostraram resistentes a abrir
a mão.
no exército começaram a ser refor-
mados compulsivamente, durante
o reinado de Armando Guebuza,
como alegou a Renamo, até que
Afonso Dhlakama abandonou a
capital do país para se instalar em
Nampula, de onde começou a lon-
ga marcha para forçar o Governo a
“entrar na linha”.
log
Frelimo voltou a vingar.
De facto, desde o primeiro minuto
que a Renamo propôs o seu projec-
to, a Frelimo, presidida por Filipe
Nyusi, viu nela uma autêntica ame-
República.
De resto, o Presidente da Repúbli-
ca, num discurso típico de ocasião e
contrário a todo o posicionamento
que vinha assumindo desde que a
diálogo. O Presidente da Renamo
não tardou a responder e, uma vez
mais em teleconferência, afirmou
que quer negociar, seriamente, pois
as armas não resolvem quase nada.

O anúncio, na semana passada, da
consensualização, ao nível da Co-
missão Mista, de pontos de agenda
para o encontro ao mais alto nível,
relançou esperanças aos moçambi-
canos que, há longos quatro anos,
vivem os dissabores de uma guerra
que só prospera graças a caprichos
Depois de mais de 100 rondas ne-
gociais com o Governo, a Renamo
ensaiou uma aceitação ao desarma-
mento, mas logo a seguir o processo
não avançou, com o partido a exigir
modelo para a reintegração dos seus
homens, caso largassem as armas.
Nem o desarmamento compulsivo,
iniciado a 9 de Outubro de 2015,
ció
ANÚNCIO DE VAGAS
Plan International, Inc é uma organização humanitária orientada para o desenvolvimento comunitário
FHQWUDGRQDFULDQoDVHPDÀOLDo}HVUHOLJLRVDVSROtWLFDVRXJRYHUQDPHQWDLV$YLVmRGD3ODQpGHXP
FHQWUDGRQDFULDQoDVHPDÀOLDo}HVUHOLJLRVDVSROtWLFDVRXJRY
mundo em que todas as crianças alcançam o seu potencial pleno nas sociedades que respeitam os direi-
WRVHGLJQLGDGHVGDVSHVVRDV$3ODQpXPDRUJDQL]DomRGHLJXDOGDGHGHRSRUWXQLGDGHVGHHPSUHJRH
WRVHGLJQLGDGHVGDVSHVVRDV$3ODQpXPDRUJDQL]DomRGHLJXDO
SUHWHQGHUHFUXWDUDWUDYH]GD(35HFUXLWSDUDRVHXTXDGURGHSHVVRDODVVHJXLQWHVSRVLo}HV
SUHWHQGHUHFUXWDUDWUDYH]GD(35HFUXLWSDUDRVHXTXDGURGH

políticos.
Expectativas de lado, o encontro,
que se espera aconteça num futuro
breve, está cheio de espinhos. Na
agenda, há pelo menos três pontos
fracturantes, alguns dos quais se ar-
na residência de Dhlakama na Bei-
ra, logrou desfazer aquela que é a
retaguarda do partido de Afonso
Dhlakama. Sensível que é, o assunto
volta assim a estar em cima da mesa
num encontro cimeiro que se aguar-
so
1. Coordenador(a)
oordenador(a) do Projecto de Género (YES IDO)
1žGH9DJDV/RFDO1DPSXOD
Tarefas:
‡&RRUGHQDUHPRQLWRUDUDVDFWLYLGDGHVGRSURMHFWR
‡5HDOL]DUHVWXGRGHEDVHGRSURMHFWRVREUHD,JXDOLGDGHGH*pQHURQDiUHDGHLPSOHPHQWDomRGRSUR-
‡5HDOL]DUHVWXGRGHEDVHGRSURMHFWRVREUHD,JXDOLGDGHGH*pQ
da com bastante expectativa. MHFWRHP1DPSXODHPFRQMXQWRFRPRD&RRUGHQDGRUDGH*rQHUR
rastam desde a assinatura do Acor-
do Geral de Paz (AGP), em 1992,
portanto, há 24 anos.
Por um lado, Dhlakama leva na ba-
um
gagem aquela que tem sido a sua
bandeira desde a divulgação dos re-
sultados eleitorais de 15 de Outubro
de 2014 e, por outro, Filipe Nyusi
vai tocar na mesma tecla que toca-
ram Joaquim Chissano e Armando
Guebuza, os seus antecessores.
Trata-se, respectivamente, da gover-
nação das seis províncias do Centro
e Norte de Moçambique onde a Re-
'HVDÀRjKHJHPRQLD
da Frelimo
Se Nyusi leva na bagagem um com-
plicado dossier chamado desar-
mamento da Renamo, por sua vez,
Afonso Dhlakama leva aquilo que
põe em causa a hegemonia da Fre-
limo, o partido que governa o país
há 41 anos.
Trata-se do projecto de governação
das províncias de Sofala, Manica,
Zambézia e Tete, no centro de Mo-
çambique e Nampula e Niassa, na
região norte do país, onde o maior
MHFWRHP1DPSXODHPFRQMXQWRFRPRD&RRUGHQDGRUDGH*rQHUR
‡3ODQLÀFDUHFRQWURODUDH[HFXomRGRRUoDPHQWRGRSURMHFWR
‡,PSOHPHQWDUDVDFWLYLGDGHVGRSURMHFWRVHJXQGRRSODQRGHVHQKDGRHDOFDQoDUDVPHWDVGDFDPSD-
‡,PSOHPHQWDUDVDFWLYLGDGHVGRSURMHFWRVHJXQGRRSODQRGHVHQK
QKD3RU6H0HQLQD
‡'DUDSRLRWpFQLFRDRSHVVRDOQDVLQLFLDWLYDVGDFDPSDQKD3RU6HU0HQLQD
‡'DUDSRLRWpFQLFRDRSHVVRDOQDVLQLFLDWLYDVGDFDPSDQKD3RU
‡&RQWULEXLUSDUDRGHVHQYROYLPHQWRGDHVWUDWpJLDGHLJXDOGDGHGHJpQHURHDLQWHJUDomRGDPHVPDD
‡&RQWULEXLUSDUDRGHVHQYROYLPHQWRGDHVWUDWpJLDGHLJXDOGDGH
QtYHOQDFLRQDO
Requisitos:
‡1DFLRQDOLGDGH0RoDPELFDQD
‡/LFHQFLDWXUDHP&LrQFLDV6RFLDLVRXiUHDVHTXLYDOHQWHVPHVWUDGRpXPDYDQWDJHP
‡/LFHQFLDWXUDHP&LrQFLDV6RFLDLVRXiUHDVHTXLYDOHQWHVPHVWUD
‡DQRVGHH[SHULrQFLDQRGHVHPSHQKRGHIXQo}HVVLPLODUHVHP21*VpXPDYDQWDJHP
‡DQRVGHH[SHULrQFLDQRGHVHPSHQKRGHIXQo}HVVLPLODUHVHP21
‡([SHULrQFLDQDJHVWmRHLPSOHPHQWDomRGHSURMHFWRV
‡)OXHQWHHP3RUWXJXrVH,QJOrVIDODGRHHVFULWR
‡&DSDFLGDGHGHOLGHUDQoDHGHFRPXQLFDomRLQWHUSHVVRDO
namo reclama vitória eleitoral e do
de
desarmamento do partido de Afon-
so Dhlakama, naquilo que é visto
pelo executivo como a operação para
colocar a “Perdiz” na linha.
São pontos que, diferentemente da
cessação das hostilidades militares,
que de longe parece a agenda menos
fracturante, vão requerer, sobretudo,
cedências de parte a parte para que a
paz regresse ao país.
io
A retaguarda da Renamo
Desde a assinatura do AGP, há
24 anos, que Afonso Dhlakama se
mostra indisponível a se desligar
daquele que tem sido o seu maior
ár
instrumento de pressão, o braço ar-
mado do seu partido.
Estratega militar que é, Dhlakama
entendeu desde cedo que as armas
e os leais guerrilheiros à espera de
suas ordens, pelo país, são o único
Di
partido da oposição reivindica vitó-
ria eleitoral nas eleições de 2014.
É um dossier que nunca foi aco-
lhido na Frelimo, sobretudo, pelos
sectores mais radicais
ais que nele vêem
a equação para partilhar de riqueza
com o “inimigo”.
Em Fevereiro de 2015, depois de
dois encontros sucessivos com Fili-
pe Nyusi, Afonso Dhlakama era um
homem satisfeito, quando afirmava
que havia alcançado um acordo tá-
cito com o Presidente da República,
para que o projecto fosse remetido à
Assembleia da República, onde te-
ria um tratamento especial, igual ao
dado ao novo pacote eleitoral.
Mas antes mesmo de o projecto che-
gar ao parlamento dominado pela
Frelimo, membros seniores daquele
partido, na altura presidido por Ar-
mando Guebuza, desdobravam-se
pelo país em campanhas de chumbo
‡+DELOLGDGHVQRXVRGR0V2IÀFHSULQFLSDOPHQWH:RUG([FHO3RZHUSRLQWH2XWORRNSXEOLVKHUH
‡+DELOLGDGHVQRXVRGR0V2IÀFHSULQFLSDOPHQWH:RUG([FHO3
LQWHUQHW
‡%RDFRPXQLFDomRRUJDQL]DFLRQDO
‡&DSDFLGDGHGHUHGLJLUUHODWyULRVQDOLQJXD,QJOHVDH3RUWXJXHVD
‡&DSDFLGDGHGHUHGLJLUUHODWyULRVQDOLQJXD,QJOHVDH3RUWXJXHV
2.Coordenador(a)
2.C do Projecto de Desenvolvimento da Primeira Infância (ECCD)
1žGH9DJDV/RFDO,QKDPEDQH
Tarefas:
‡&RRUGHQDUHPRQLWRUDUDVDFWLYLGDGHVGRSURMHFWR
‡3ODQLÀFDUHFRQWURODUDH[HFXomRGRRUoDPHQWRGRSURMHFWR
‡3URPRYHUHIDFLOLWDUR'HVHQYROYLPHQWRGD3ULPHLUD,QIkQFLDHPFRODERUDomRFRPDVFRPXQLGDGHV
IDPLOLDVHRXWRVSDUFHLURVUHOHYDQWHV
‡&RRUGHQDURGHVHQYROYLPHQWRGDSULPHLUDLQIkQFLDPRELOL]DQGRDVFRPXQLGDGHVDSURYLGHQFLDUjV
FULDQoDVRVVHXVGLUHLWRVHSUHSDUiODVSDUDRHQVLQRSULPiULR
‡/LGHUDUDHTXLSDQRSURMHFWR
Requisitos:
‡1DFLRQDOLGDGH0RoDPELFDQD
‡/LFHQFLDWXUDHP(GXFDomRRXiUHDVHTXLYDOHQWHVPHVWUDGRpXPDYDQWDJHP
‡DQRVGHH[SHULrQFLDQRGHVHPSHQKRGHIXQo}HVVLPLODUHVHP21*VpXPDYDQWDJHP
‡([SHULrQFLDQDJHVWmRHLPSOHPHQWDomRGHSURMHFWRV
‡)OXHQWHHP3RUWXJXrVH,QJOrVIDODGRHHVFULWR
‡&DSDFLGDGHGHOLGHUDQoDHGHFRPXQLFDomRLQWHUSHVVRDO

antídoto para pôr na linha a “tei-
mosa” Frelimo, uma convicção que,
depois de 16 anos de guerra, ficou
reforçada quando conseguiu, em
2014, impor ao som dos tiros a re-
visão do pacote eleitoral, contra a
vontade da Frelimo.
Nem o presidente Joaquim Chissa-
no, com o AGP, muito menos o Pre-
sidente Armando Guebuza, com o
Acordo de Cessação das Hostilida-
des Militares, conseguiram conven-
cer Dhlakama a largar o seu braço
armado.
Com o AGP, as partes acordaram
antecipado ao projecto. Estava, aliás,
aberta uma contradição jamais vista
história da Frelimo, entre mem-
na histór
bros e um presidente do partido.
Foi preciso esperar Abril do mesmo
ano para que a bancada maioritária
no Parlamento formalizasse uma
reprovação preliminar que voltou a
estremecer a paz, com o reacender
das ameaças de guerra pela Renamo
de Afonso Dhlakama, que se viu en-
ganada por Filipe Nyusi.
Inconformada, a Renamo voltou a
jogar a última cartada em sede do
Parlamento, em Dezembro, através
‡+DELOLGDGHVQRXVRGR0V2IÀFHSULQFLSDOPHQWH:RUG([FHO3RZHUSRLQWH2XWORRNSXEOLVKHUH
LQWHUQHW
‡%RDFRPXQLFDomRRUJDQL]DFLRQDO
‡&DSDFLGDGHGHUHGLJLUUHODWyULRVQDOLQJXD,QJOHVDH3RUWXJXHVD
&DSDFLGDGHGHUHGLJLUUHODWyULRVQDOLQJXD,QJOHVDH3RUWXJXHVD
Todos candidatos devem ter elevado cometimento com os Direitos e Protecção da Criança assim como
com a Igualidade do Gênero
ENCORAJA-SE A CANDIDATURA DE MULHERES e PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊN-
CIA:
&DQGLGDWRVFRPSHUÀODGHTXDGRHVWmRFRQYLGDGRVDHQYLDURVVHXV&9·VDFRPSDQKDGRVSRUXPDFDUWD
GHFDQGLGDWXUDFRPLQGLFDomRGHWUrVUHIHUrQFLDVSDUDSODQ#HSUHFUXLWDIULFDFRP até ao dia 30 de Junho
GH
1RWD7RGDVFDQGLGDWXUDVDVHUHPHQYLDGDVSDUDRHQGHUHoRHOHFWUyQLFRGHYHPPHQFLRQDUQRDVVXQWR
na fusão das suas forças, constituin- de um projecto que denominou por 6XEMHFWGRHPDLORQRPHGDSRVLomRFDVRFRQWUiULRDFDQGLGDWXUDQmRVHUiFRQVLGHUDGD
do um exército único composto por Revisão Pontual da Constituição
Savana 24-06-2016 9
PUBLICIDADE
SOCIEDADE
10
Organizadores da marcha, na hora de balanço:
“Fizemos a nossa parte”
3DUD-RmR3HUHLUDGDIXQGDomR0$6&DPDLRUFREDUGLDpRVHVFODUHFLGRVÀFDUHPFDODGRVSHUDQWHLQMXVWLoDVVRFLDLVHDPDLRU
GHUURWDpVHUGHUURWDGRVHPVHTXHUWHUVHLGRDRFDPSRGHFRPEDWH
3RU$UPDQGR1KDQWXPER
F
iéis cumpridores de missões,
os seguidores do regime lan-
çaram uma campanha, depois
da manifestação de sábado
contra a dívida pública e a tensão
político-militar, dando o acto como
um total fracasso. Eles, que cobar-
demente se distanciaram da marcha
para depois considerarem ínfimo o
número aos quinhentos, festejaram
a grande e à francesa, sugerindo que
os problemas do país são exclusivos
dos “malditos” manifestantes.
Entretanto, na hora de balanço, os
organizadores fazem uma avalia-
ção positiva da manifestação que
disse basta aos problemas políticos
e de governação em Moçambique.
À partida, lembram que não vati-
cinaram a participação de milhões
de pessoas, como propalam os seus
detractores. Para os organizadores
da marcha “pelo direito à esperança”,
tomando em consideração o am-
biente de medo generalizado que o
país atravessa, o objectivo foi mesmo
alcançado.
um
João Pereira, director da Fundação
MASC (Mecanismo de Apoio à
Sociedade Civil), um dos organiza-
dores, disse ao SAVANA que o ob-
jectivo foi atingido porque foi pos-
sível mobilizar diversas organizações
da sociedade civil e citadinos para se
*HVWmRGDGtYLGDS~EOLFD
Sociedade Civil questiona estratégias do governo
de
A
crise da dívida pública con-
tinua uma verdadeira pedra
no sapato das autoridades
moçambicanas, a avaliar
pelas dificuldades que estão a ser en-
frentadas para se conseguir encon-
io
trar uma explicação que se considere
razoável e capaz de limpar as penum-
bras quase insanáveis que todo o pro-
cesso de contratação das três “dívidas
escondidas” carrega. É, pois, nisto
que o assunto continua no centro de
ár
debates públicos, mais na perspecti-
va de se encontrar caminhos menos
doloridos para a resolução de um
problema que já está a afectar o dia-
çambicanos.
-a-dia dos moçambicanos.
Di
Neste sentido, uma vez mais, o Gru-
ambicano da Dívida (GMD),
po Moçambicano
em parceria com os seus parceiros
nacionais e internacionais, promoveu,
esta quarta e quinta-feira, o Fórum
Internacional Sobre a Dívida Pública.
Com a participação de representan-
tes de países africanos e especialistas
europeus que lidam com questões de
endividamento, o encontro serviu
para se fazer uma reflexão profunda
em torno da actual crise da dívida pú-
blica moçambicana, tentando, a partir
da abordagem feita, buscar consensos
possíveis dos caminhos que se deve
seguir para minimizar o impacto de
uma dívida sobre a qual é consensu-
ODUHFLGRVÀFDUHPFDODGRVSHUDQWHLQMXVWLoDVVRFLDLVHDPDLRU
Poucos , mas disseram basta aos problemas políticos e de governação em Moçambique
levantarem contra assuntos canden-
tes do país, num momento bastante
atípico.
“Fizemos a nossa parte de forma
ordeira e demonstramos, num am-
biente difícil e de medo generali-
zado, o nosso sentimento sobre a
situação actual de Moçambique”,
frisou João Pereira, que cita o assas-
sinato do Constitucionalista Gilles
Cistac e o baleamento do Professor
Jaime Macuane, bem como as an-
teriores tentativas de manifestação
frustradas e a contra-informação
nas redes sociais, como factores que
intimidam as pessoas que,, aliás, nos
al o entendimento de que a mesma é
insustentável.
Eufrigina
igina dos Reis Manoela, directo-
ra executiva do GMD, disse na aber-
tura do Fórum que, pelo facto de te-
rem sido enganados pelos números e,
neste momento, terem se apercebido
de que estamos perante uma dívida
insustentável, nada mais resta senão
juntar esforços para a reversão ou mi-
nimização dos impactos do problema
sobre as populações, particularmente
as mais carenciadas.
Para as Organizações da Sociedade
Civil (OSC) presentes na reflexão,
a estratégia apontada pelo governo
para gerir, com alguma razoabilidade,
a actual crise da dívida pública é ex-
cessivamente questionável.
É que, para a Sociedade Civil, não faz
muito sentido o governo dizer, por
exemplo, que vai iniciar um processo
de contenção priorizando alocações
razoáveis para sectores-chave, tendo
em conta que os referidos sectores
continuam os mesmíssimos e o dis-
curso de contenção é muito antigo.
Pior é que o cenário que se verifica
é exactamente o inverso da proposta,
pois os sectores chave e de assistência
social (a exemplo da agricultura, edu-
cação, turismo, saúde…) estão a rece-
ber, cada vez mais, menores dotações
orçamentais.
Não faz, igualmente, sentido dizer-se
que a ideia é parar de buscar créditos
SOCIEDADE
o
log
ció
so
últimos tempos pensam que não é
possível criticar e expressar as suas
opiniões.
9rPDtPDLVOXWDV
A uma pergunta deste jornal, so-
bre se a manifestação representava
ou não o início de um movimento
contínuo contra as crises que o país
atravessa, conforme prometeu numa
mesa redonda sobre as implicações
da dívida em Abril último, em Ma-
puto, quando disse que nos próximos
tempos, a Sociedade Civil deveria
arregaçar as mangas, pôr de lado as
diferenças e unir-se para esta que é
não concessionais, recorrendo sim-
plesmente aos concessionais se, na
verdade, a realidade mostra que este
tipo de crédito está cada vez mais
escasso tendo em conta a zanga dos
principais e tradicionais parceiros de
Moçambique. Ou seja, com a zanga
dos principais parceiros, há cada vez
maiores probabilidades de se recorrer
a créditos não concessionais do que
os concessionais.
Por outro lado, a Sociedade Civil en-
tende que o governo não tem uma es-
tratégia clara e eficaz de combate ao
despesismo e corrupção, cancros que
continuam a corroer o erário público.
'tYLGDGHFLQFR´LVµ
Partilhando os números disponíveis,
Humberto Zaqueu, economista do
GMD, classificou, citando alguns
analistas da situação moçambicana,
que estamos perante uma dívida dos
cinco “is”.
Trata-se, pois, segundo Humberto
Zaqueu, de uma dívida insustentável;
ilegal; ilegítima; imoral e sobre a qual
está comprovada a incapacidade ins-
titucional de lidar positivamente com
ela, no sentido de assegurar o pleno
e pontual pagamento, segundo os
compromissos assumidos perante os
credores.
Zaqueu classificou a actual situa-
ção de preocupante, pelo facto de
a causa de todos os moçambicanos,
Pereira respondeu que sim.
“É verdade que cada uma das orga-
nizações tem áreas diferentes, mas
essante ver organizações di-
foi interessante
versas a se juntarem numa causa co-
mum. A porem de lado os interesses
de partete ou de grupos, em prol do
o”, destacou.
povo”,
Para aquele professor universitário, a
manifestação do último fim-de-se-
mana não é o fim em si mesmo. “Foi
lançada a semente para futuras lutas
políticas em prol da solução dos pro-
blemas políticos e de governação que
o país atravessa”, garantiu.
Para o politólogo, a maior cobardia
é os esclarecidos ficarem calados pe-
rante injustiças sociais e a maior der-
rota não é ser derrotado em campo
de combate, mas sim ser derrotado
sem sequer ir.ir
Entende que, através de manifes-
tações, os moçambicanos podem,
pedra a pedra, construir o país que
sonham e resgatar os valores que
nortearam a luta de libertação na-
cional que, por ironia de destino, fo-
ram renegados pelo próprio partido
libertador, a Frelimo.
Citou Samora, que dizia que se en-
contrarem um dirigente a construir
uma casa, é preciso questionar a pro-
veniência do dinheiro, para afirmar
que se está perante o cumprimento
aquando do perdão da última dívida
pelo Clube de Paris, o país ter esta-
do numa situação de uma dívida de
três “is” e agora de cinco “is”. Ou seja,
aquando do HIPIC, a dívida era so-
mente insustentável, ilegítima e imo-
ral. “Agora estamos muito pior por-
que falamos de uma dívida de cinco
“is” , disse.
As propostas apresentadas pelo go-
verno só poderão vingar e criar um
efeito positivo na gestão da dívida,
caso as autoridades moçambicanas
demonstrem mais seriedade na abor-
dagem de cada uma das propostas
colocadas à mesa.
Para completar o caminho das solu-
ções é, neste momento, importante
Savana 24-06-2016
de um legado.
Aliás, aquando da sua tomada de
posse, a 15 de Janeiro de 2015, o
presidente Filipe Nyusi pediu a to-
dos os moçambicanos para serem
olheiros da sua governação, naquilo
que chamou de inclusão.
“Estamos a ser soldados para ajudar
a governação de Nyusi que pediu
para que todos nós fiscalizássemos
a sua governação”, recorda o nosso
entrevistado.
Sobre as ameaças empreendidas
contra os organizadores da marcha,
Pereira diz que elas fazem parte da
luta e sempre foi essa a lógica do
poder.
“Sempre foi assim, com intimida-
ções, mas temos de ser fortes. Es-
ses estão a fazer o papel deles, nós
também temos de continuar a fazer
o nosso, lutar pela nossa liberdade
de expressão e pelo nosso Estado de
Direito”, reagiu.
As pouco mais de 500 pessoas que,
sábado, saíram à rua na capital
moçambicana para, além de exigir
responsabilização dos arquitectos
da dívida pública e o fim da tensão
político-militar, expressaram indig-
nação com mensagens como “dívidas
ilegais: não queremos, não aceitamos
e não vamos pagar, o lugar dos la-
drões é na cadeia, não matem os que
pensam, o povo ainda é patrão ou
manifestar não é crime”.
que, a médio prazo, se avance para
uma auditoria forense, mais na pers-
pectiva de se saber a real dimensão
e estrutura da dívida. A análise da
sustentabilidade e viabilidade das
empresas criadas (Ematum, MAM e
ProIndicus) é também uma necessi-
dade premente, assim como se torna
necessário repensar-se e avançar se-
riamente na produção e implementa-
ção legislativa que assegure maior e
melhor funcionalidade às instituições
com função de monitoria às acções
governamentais. A reunião contou
ainda com a participação do governo,
de deputados da Assembleia da Re-
pública, do Tribunal Administrativo,
sindicalistas e outros sectores.
Savana 24-06-2016 11
PUBLICIDADE
SOCIEDADE
12
Embaixador cessante da Alemanha dá a cara e coloca dedo na ferida
“Não acreditamos nas instituições moçambicanas”
HPFDXVDHVWiDLQYHVWLJDomRGDVGtYLGDVPDOSDUDGDV
Por Armando Nhantumbo
, na verdade, o que quase to-
dos os doadores de Moçam-
bique querem, mas que por
É imperativos próprios de di-
plomacia, não o dizem ou quando o
dizem, é sob forma de recados tanto
quanto subjectivos. Mas o embai-
xador da Alemanha, em exclusivo
ao SAVANA, última quarta-feira,
colocou o dedo na ferida. Philipp
Schauer chegou mesmo a dizer que,
mesmo na Alemanha, uma das maio-
res economias mundiais, dois biliões
evaporados, como aconteceu no caso
das dívidas mal paradas em Moçam-
bique, seria um escândalo político de
grande envergadura, por isso que a
comunidade internacional pede uma
auditoria forense internacional. O
diplomata, para quem Moçambique
tem um problema de corrupção mui-
to grande, confirmou ao nosso jornal
que o Governo e a Frelimo estão di-
vididos sobre a realização ou não de
uma auditoria forense independente,
atitude que considera problemática.
Por isso, afirma que, possivelmente,
houve muitas pessoas do partidão que
se aproveitaram dos créditos da EMA-
TUM, PROINDICUS e MAM. Leia
a entrevista na qual o embaixador ces-
sante diz, entre outras reveleções, que
há pessoas na Frelimo, assim como na
Renamo, que não querem que haja
negociações para o restabelecimento
da paz.
Nesta hora de adeus, que retrospec-
tiva é que faz da sua estadia em Mo-
çambique?
Foram três anos muito interessantes e
aprendi muito cá em Moçambique. Foi
o posto realmente de primeira impor-
tância para a minha carreira. Mas não
foi fácil. Houve vários problemas que
hoje em dia são evidentes, mas cujos
sinais já existiam em 2013 quando che-
guei, quer dizer, houve já indicações de
que haverá uma guerra, tínhamos a cri-
se da EMATUM e já sabíamos nessa
época que não é fácil investir em Mo-
çambique.
E no meio desses vários problemas,
quais é que foram as suas principais
batalhas?
Um embaixador é um mediador entre
dois países e não é uma posição confor-
tável para entrar em lutas. Não diria que
lutei, observei como bom embaixador,
e isso não foi fácil porque temos uma
imprensa boa, mas que nem sempre dá
todos os detalhes. Assim deve se falar
com muitas pessoas para perceber um
pouco mais como funciona, por exem-
plo, o partido no poder, a Frelimo, ou
como funciona a guerra que está em
curso. O trabalho principal de nossas
embaixadas cá em Moçambique é a co-
operação económica.
Se tivesse mais três anos, o que faria
por Moçambique e pelos moçambica-
nos?
Depende muito da disponibilidade dos
moçambicanos, do Governo, mas hoje
em dia também da oposição que tem
um papel importante em Moçambi-
que. É muito difícil ajudar a um país
que não tem vontade de ser ajudado.
Se houvesse disponibilidade por parte
de Moçambique, poderíamos lograr
muitas coisas porque é um país rico,
com muitas oportunidades, com recur-
sos naturais, terras férteis, uma posição
estratégica na região, em termos de lo-
gística. Por exemplo, as importações e
exportações de Malawi, da Zâmbia, de
Zimbabwe, da África do Sul, podem
passar por Moçambique e o país po-
deria ganhar muito dinheiro com disso.
Em que estágio é que deixa as relações
entre Moçambique e Alemanha?
Temos agora, e isso é um logro do se-
nhor presidente Nyusi, uma relação es-
tabelecida ao mais alto nível. A visita do
senhor presidente à Alemanha desper-
tou muito interesse, não só nos empre-
sários alemães, mas também na nossa
chanceler, Angela Merkel. As relações
são boas.
Mas deixa em Moçambique um velho
problema, que são as reivindicações
dos antigos trabalhadores moçambi-
canos na extinta República Democrá-
tica da Alemanha que, sempre estão
nas ruas de Maputo, a exigir indem-
nizações?
Para mim é assunto já histórico e que
não faz sentido seguir essas reclama-
ções financeiras. Acho que é um pro-
blema psicológico. Passaram um tempo,
relativamente, bom na antiga RDA,
mas quando regressaram a Moçambi-
que não houve condições para empre-
endimentos económicos e emprego.
No último dia 15, foi à Presidência da
República para se despedir do chefe
de Estado moçambicano. Para além
daquelas declarações cuidadosas que
no final fez à imprensa, que men-
sagem central é que deixou a Filipe
Nyusi?
Foram três. A primeira mensagem é
que precisa-se de negociações verda-
deiras e substanciais entre o Governo e
a Renamo porque ninguém vai ganhar
esta guerra. A segunda mensagem é que
precisamos de um acordo com o Fundo
Monetário Internacional(FMI) e, para
tal, precisamos de uma auditoria fo-
rense internacional. Sabemos que é um
assunto difícil, mas sem isso, o escla-
recimento das dívidas escondidas, não
podemos avançar. Terceiro é que pre-
cisamos de uma política de incentivar
investimentos. Com esta situação difícil
da economia, precisamos de ter novas
políticas de incentivo e facilitação de
investimentos.
E qual foi a resposta do presidente?
Tem a consciência de tudo isso, mas na
vida política é sempre mais fácil dizer o
que você precisa, do que implementar
esse desejo e essa vontade.
Moçambique celebra, esta semana,
mais um aniversário da sua indepen-
dência. Olhando para os seus diversos
sectores, desde o crescimento econó-
mico até aos alicerces de um Estado
de Direito Democrático, vê, neste
país, um rosto de um adulto com 41
anos de idade?
Moçambique tem logrado muito, so-
bretudo tendo em conta que teve uma
guerra civil durante 16 anos. O desafio
hoje é não perder os avanços através de
uma guerra e de uma crise financeira e
económica.
Combate à pobreza
estagnado
Há diversos estudos que mostram
que, nestes 40 anos, mas sobretu-
do nos últimos 10, os ricos ficaram
cada vez mais ricos em detrimento
da maioria esmagadora da população
que continua na pobreza. Julga isso
saudável para um país com mais de 40
anos?
É verdade que não houve muitos avan-
ços na luta contra a pobreza e deverí-
amos afinar as políticas de luta contra
essa pobreza. Desenhar, por exemplo,
programas de cooperação que cheguem
às pessoas no campo. Mas acho que o
factor mais importante é a economia, é
preciso incentivar investimentos, em-
preendedores, facilitar actividades eco-
nómicas e há muitos problemas nesse
campo, pelo que, acho que o caminho
mais certo para Moçambique sair da
pobreza seria dinamizar a economia
moçambicana.
Sente que há, em Moçambique, uma
verdadeira democracia? Aquela que
não se circunscreva apenas na realiza-
ção de eleições periódicas?
É uma democracia em desenvolvimen-
to. Sou admirador da imprensa mo-
çambicana, leio muito os jornais, acho
m
que há uma imprensa bastante livre. O
que acho que não há, suficientemente,
é a disponibilidade para ouvir ao ou-
u
tro. O processo de diálogo não é ainda,
suficientemente, afinado e é uma coisa
que nós percebemos também que ter
uma conversa aberta com pessoas no
Governo não é fácil para nós, mas a
e
democracia significa ouvir também as
experiências de um país vizinho, de ou-
tros países mais avançados, de pessoas
d e justas. Então, há um trabalho a fazer ranjar tudo e que não se precisa de um
com peritagem, enfim, uma abertura a
outras experiências, mas às vezes acho
que Moçambique quer ser um caso
particular e que todas as experiências
de outros países não valem porque Mo-
çambique é diferente. Acho, contudo,
que Moçambique não é tão diferente,
é um país normal, podemos falar sobre
ir o
qualquer coisa e podemos partilhar as
nossas experiências. É nesse sentido de
abertura, de ouvir e de argumentar que
Moçambique
á
ambique pode entrar no caminho
i
do desenvolvimento positivo e de de-
mocracia.
A propósito dessa falta de disponibi-
lidade para ouvir os outros, como é
D
que tem acompanhado os assassinatos
ou tentativas de silenciamento de vo-
zes diferentes? Deve estar lembrado,
com certeza, das circunstâncias em
que morre o Professor Gilles Cistac
em 2015 e do baleamento este ano do
Professor Jaime Macuane!
Ficámos assustados com essas coisas.
Obviamente não são eventos positivos,
mas afinal não tiveram o efeito desejado
de calar a sociedade civil. Condenamos
esse tipo de acção que não tem sentido
e esperamos ser as últimas vezes que
vimos esse tipo de assassinatos ou aten-
tados acontecerem.
É importante alternar o
poder
Segundo a literatura e os gurus da ci-
ência política, uma democracia é tam-
Savana 24-06-2014 Savana 24-06-2014 17
NO CENTRO DO FURACÃO
lternância de poder…
bém a alternância Nesse sentido, como é sim sabíamos, mas é um material que 7HPRVFULVHGHFRQÀDQoD
Sim, e naa Alemanha também é que olha para o futu- não se usa - então dois biliões de dóla- A Alemanha, à semelhança de quase
assim e acho que é importante ro de Moçambique? res foram gastos para nada, e uma parte todos os doadores de Moçambique, Há alas duras que não querem a paz
também que em Moçambi- Está nas mãos do sem o nosso conhecimento, então, não não exige apenas uma auditoria fo-
que hajaa essa possibilidade. povo e do gover- faz sentido pôr dinheiro num Orça- rense, quer é de uma auditoria foren-
Há eleições, ões, aqui e, em teo- no moçambicano. mento que evaporará dinheiro. Se não se internacional. Dá a ideia de que, Alemanha é dos países de outros instrumentos, de outras ideias pagamos nós o salário, o custo. E a
ossibilidades iguais
ria, há possibilidades Moçambique tem temos contas transparentes, não pode- para além de não confiar na justiça que nos últimos tempos sobre como possamos sair deste velho outra coisa é que temos peritagem
para todos dos os partidos. Ve- todo o potencial e mos pôr dinheiro no Orçamento. moçambicana,ana, também e, pior ainda, esteve envolvido nos es- impasse entre a Frelimo e a Renamo. O em assuntos de descentralização por-
mos quee há muitos défices
porque as oportunidades não
são iguais is na realidade.
acho que o desafio
mais grande é na
economia.
A o
Até porque em meios habilitados já se
apontava a corrupção como a princi-
pal razão que levou ao abandono do
g desconfiam dela. Verdade ou mentira?
Cá temos instituições competentes
como o Parlamento e a Procuradoria,
forços para o restabeleci-
mento da paz em Moçambique. O
que acha que está a falhar para o fim
País precisa, mais que tudo, de um relan-
çamento, incluindo a todos e para isso
precisa-se sair um pouco dos costumes e
que somos um país federado, temos
muita descentralização, até porque
um dos três ramos cá de nossa coo-
éfices se refere?
A que défices Apoio Directo ao Orçamento. Acha mas temos uma crise de confiança, desta guerra? dos pensamentos tradicionais que exis- peração é a descentralização, estamos
Se um partido está no que Moçambique está completamen- justamente, pelos seus créditos. Não Para mim, mas não digo que é con- tem aqui e abrir-se a novas ideias. a trabalhar com os municípios, os
poder tem muito te tomado por corrupção. acreditamos tanto na competência e na senso entre todos nós, precisa-se de Parece estar iminente um encontro distritos, para auxiliar nestas ques-
mais facilidades
em termos
nanceiros,
mos fi-
os, de
lo
Há um problema de corrupção muito
grande em Moçambique. Isso é sem
dúvidas. É um problema não só para
independência dessas instituições mo-
çambicanas, por isso, estamos a pedir
uma auditoria forense internacional de
uma mediação profissional, quer di-
zer, internacional.
Mas o presidente Nyusi e o seu Go-
Nyusi-Dhlakama. A última semana
foi muito promissora nisso. Contudo,
as duas partes levam para mesa dois
tões, mas também temos um Insti-
tuto Internacional que se ocupa com
esse tipo de coisas e que assessorou
verno têm dito, de forma reiterada, pontos muito controversos: o desar-
trutura
infra-estrutura nós, mas também para a economia mo- uma entidade independente de Mo- no Sudão do Sul onde há também
e de possibi-
lidades
levar a cabo
para
ió
çambicana porque aumenta os custos
e Moçambique está na concorrência
com outros países e se há um aumento
çambique. Mas seria um trabalho com-
plementar
plementar.
A propósito de auditoria forense in-
que estamos perante um assunto
interno que deve ser resolvido pelos
moçambicanos, ora porque são ca-
mamento que a Renamo nunca viu de
bons olhos e a governação no centro e
Norte, ideia com a qual a Frelimo tam-
problemas regionais e étnicos e que
se houver interesse podemos tam-
bém ajudar Moçambique. Mas não
pazes, ora porque é uma questão de bém nunca se simpatizou. O senhor queremos fazer algo em paralelo, se
uma campanhampanha de custos por várias razões, uma delas ternacional, afinal até quando? Quem
eleitoral.. Ora, o
processoo
d a s
mercado
c
a corrupção, não vai ser competitivo no
cado internacional e haverá assim
problemas para investimentos e para
é que irá fazê-la? Quem é que vai tra-
zer esse auditor forense e internacio-
nal?
auto-estima e soberania.
Desde 2013 vimos que haveria guerra
e não foi possível resolver a situação
embaixador tem alguma expectativa
nesse encontro, caso aconteça?
O assunto principal neste problema
a União Europeia e o Governo e a
Renamo precisarem de nós, estamos
prontos para ajudar
É um assunto que deveria negociar-se com mediadores nacionais e com político-militar, também, é a falta de
elei- relançar a economia. Teve a particularidade de ser em-
os termos de referência entre o FMI e o 114 sessões no Centro Internacional confiança, tal como nós os parceiros per-
ções Está a falar de uma corrupção cujos baixador em dois ciclos de gover-
de Conferências, Joaquim Chissano. demos a confiança nos sistemas nacio-
actores são identificáveis. Ou não? governo moçambicano. nação diferentes. Chega em 2013
em Mo-
çambique
o-
ainda precisa
so
Sim, por isso que estamos a pedir uma
auditoria forense internacional para sa-
Já há demarches nesse sentido?
O assunto está na mesa, sim.
Entre os doadores e o Governo?
É óbvio que os moçambicanos não
podem solucionar este problema sem
ajuda internacional.
nais. A confiança entre o Governo e a
Renamo é muito baixa. Um encontro ao
mais alto nível pode ajudar a restabelecer
e encontra o presidente Guebuza,
está a sair em 2016 e deixa o presi-
elhora-
de ser melhora- ber quem fazia o quê, onde está o di- dente Nyusi. Em qual dos ciclos foi
nheiro, quais são os fluxos do dinheiro, Entre o FMI e o Governo. Temos uma experiência recente a confiança porque obviamente haverá fácil trabalhar, sem pôr de lado estes
do e haver ver mais da participação internacional na uma ligação pessoal, ao mais alto nível.
material foi comprado, a que valor,
qual mater Há avanços? temas que abordamos como a paz e
t r a n s p a rê n c i a . EMOCHM que envolveu peritos Não vejo agora que haja condições para
qual o valor real desse material, etc… Não sei. Devemos esperar pelo FMI a economia do país?
Hoje estamos
em guerra
porque a
stamos
uerra
queremos conhecer essa realidade por-
que dois biliões de dólares é a metade
para saber se houve avanços ou não.
Encontraram, pelo menos, uma pré-
-disposição da parte das autoridades
de diferentes países para supervi-
sionar o processo de cessação das
hostilidades militares. Mas o que se
um encontro desse tipo porque o senhor
Dhlakama deve ter medo da sua vida.
Houve esses incidentes que conhecemos
Acho que hoje em dia, mas isso possi-
velmente, deve ser devido, à situação
do Orçamento de Moçambique, é um
Renamo
as últi-
Com certeza que o futuro de Moçambique está hipotecado porque o
acha que país não tem possibilidades económicas de pagar essas dívidas, Philipp
Schauer
montante muito elevado. Mesmo na
Alemanha, dois biliões evaporados se-
de Maputo para um empreendimento
como este que, a avançar, pode causar
rupturas no Governo e no partido no
viu, no fim do dia, foi que os peri-
tos, os países, abandonaram a mis-
são, alegando falta de vontade das
todos, agora há um bombardeamento na
Gorongosa desde sábado, não vejo como
ele possa sair. Há pessoas que dizem que
económica e político-militar, há uma
abertura maior aos parceiros. Não
digo que muito grande, mas sente-se
ria um escândalo político de grande uma maior abertura em geral.
mas eleições não foram transparentes Houve essa quimera que o gás vai ar- poder? partes. Acha que a vinda de peritos nós os embaixadores, uma vez mais, po-
envergadura. Então, devemos conhecer Com o Presidente Guebuza não ha-
de melhorar os processos e assim con- trabalho de base para incentivar ou
vencer ao povo moçambicano que são facilitar a economia normal, mas seria
muito mais desse assunto do que co-
nhecemos agora.
A maioria dos moçambicanos e não
Com alguns sim, com outros não. Não
há consenso sobre isso.
Entre quem é que não há consensos?
ou mediadores internacionais será
a equação final para a paz em Mo-
çambique?
díamos ir ao encontro dele. Mas deverí-
amos pernoitar todo tempo na Beira ou
não sei aonde com ele para garantir que
via abertura?
A política, e acho que está a conti-
nuar, foi de que Moçambique pode
justos e vimos que ainda não chegamos essa a dar empregos. O gás vai benefi- Entre os membros do Governo? Não, obviamente que é uma medida no dia seguinte não haja incidente como
só já tem suspeitos. Apontam de for- fazer tudo, que tudo pode ser feito
a esse nível. ciar alguns privados ou ao governo ou Não há consensos nem no Governo, técnica para se entrar numa negocia- aquele da Beira? E deveríamos acompa-
ma recorrente o antigo presidente pelos moçambicanos, com a ideia de
Acha que há alguém que nega a alter- orçamento no geral que teria depois nem no partido. ção que poderia ou não levar a uma nhá-lo também na serra da Gorongosa
da República, Armando Guebuza, o que os seus financiamentos vão vir do
nância de poder em Moç Moçambique? que acelerar essa riqueza nacional em Há quem diga que o futuro deste país solução política. É um assessoramen- outra vez para rapidamente irmos antes
antigo ministro das finanças, Manuel gás e houve essa crispação em 2009
Sempre há o interesse de o partido no políticas governamentais para que pos- está hipotecado com estas dívidas to só, não é uma imposição, nem fim que haja um bombardeamento? Não sei.
Chang. Quais são os suspeitos do se- depois das eleições, quando houve
poder, ficar no poder, então, não acho sa beneficiar todos. Mas o trabalho na ocultas. Concorda? em si. Para tal, seria necessário um É verdade que houve um desenvolvi-
nhor embaixador? opiniões diferentes sobre o MDM e
que alguém vai negar abertamente essa economia, por difícil que seja, passa por Sim, com certeza porque Moçambique acordo de cessar-fogo para assegurar mento recente que indica que há uma
É difícil saber em detalhe. Acho proble- desde aquele tempo houve a ideia de
possibilidade
possibilidade, mas há um interesse for- muitos sectores. Porquê o turismo está a não tem possibilidades económicas de que não haja incidentes e dar lugar a abertura nesse sentido de mediadores/
te em qualquer país pelo partido no po- reduzir-se? Porquê não é possível fazer
mático que o Governo não queira, neste
pagar essas dívidas. Então, obviamente, conversas essenciais. observadores internacionais, mas eu não Moçambique levar a cabo uma po-
momento, esta auditoria forense, então, lítica mais nacionalista com menos
der, em ficar no poder. cabotagem em Moçambique? Porquê a está hipotecado e deveria encontrar-se Todos os dias escutamos do presi- vejo condições hoje para um encontro a
possivelmente houve mais pessoas que ajuda do exterior. Nalgum sentido
uma solução. dente da República, do presidente alto nível.
O que acha que o país teria feito em agricultura tem dificuldades e não está a
41 anos de independência e que não disparar como a África do Sul que tem
fez? quase as mesmas terras? Então, há me-
aproveitaram-se desses créditos. Até
instituições. Mas não posso especular,
isso seria o resultado de uma auditoria
Há uma série de condicionalismos
que os doadores colocam a Moçambi-
que para a retomada das ajudas, sendo
da Renamo, dos membros da Freli-
mo, dos membros da Renamo, uma
música que chamada “disponibili-
Acha que há alguém que estará inte-
ressado em que Afonso Dhlakama não
saia do mato para conversar?
concretizou-se porque a nossa par-
te de financiamento foi diminuindo
porque houve a entrada da ANA-
O problema maior é que não houve didas que o governo poderia tomar em forense, por isso queremos essa audito- DARCO, ENI, etc, mas agora esta-
o ponto de partida o esclarecimento dade ao diálogo, estamos abertos Acho que nas duas partes há pessoas que
integração da Renamo na sociedade, vários sectores para que haja condições ria porque não queremos que nós todos mos numa situação diferente e deve-
dos reais contornos do caso. Na hi- ao diálogo”, mas a guerra nunca não querem negociações.
na administração, na economia e fal- para investimentos e um relançamento
ta também integração do Centro e da economia. Esse é o reto principal
Norte porque não há vantagens iguais para Moçambique.
comecemos a especular sobre quem é
que poderia ter tido esse dinheiro.
Mas em nenhuma parte do mundo se
pótese de se chegar, de facto, a um
esclarecimento exaustivo, em que se
saiba quem fez o quê, para onde foi o
termina. Isso é mesmo abertura ao
diálogo ou é outra coisa?
Diálogo em si é sempre bom, mas
Quem seriam esses inimigos da paz?
Não posso nomear pessoas porque não
as conheço. Não se expressam de manei-
ria mudar-se essa ideia de isolamen-
to. E a expressão desse isolamento foi
também a política de vistos. Fazem
para pessoas que vivem nessas regiões vai a uma auditoria de natureza foren- muitos esforços para não haver es-
dinheiro e tudo mais, e a seguir? Será negociações são outra coisa. Numa ra clara, mas acho que nas duas partes há
com as que estão em Maputo. É, em Não faz sentido pôr dinheiro se sem que haja indícios de violações apenas o esclarecimento em si que vai trangeiros em Moçambique e isso
negociação tem de se dar algo, deve uma ala dura e uma ala que quer falar.
algum sentido, normal porque a capi- QXP2UoDPHQWRTXH de lei. ditar o retorno da ajuda ou daí será ne- é uma das razões pelo turismo fra-
formar-se um compromisso e não sei É verdade que disse que a ajuda da co-
tal sempre tem vantagens, mas como a evaporará Bom, o indício maior é que faltam dois cessário fazer-se o quê? co, porque é um pouco difícil obter
se há essa disponibilidade hoje em munidade internacional na busca de
capital é o extremo sul, é um problema Em 2015, a Alemanha saiu do então biliões de dólares. Nós insistimos na transparência, as visto para vir a Moçambique, como
dia para realmente negociações subs- soluções vai depender da vontade das
também geográfico. Então, há que se G19, hoje G14, por não concordar É possível que um país se endivide consequências seria um assunto do Go- também é difícil para empresas in-
tanciais nas quais as duas partes dêem duas partes, mas aquando da visita do
trabalhar na igualdade, oportunidades, com a modalidade de Apoio Directo como se endividou Moçambique sem verno de Moçambique. ternacionais ou investidores estran-
algo e façam compromissos. Para presidente Nyusi a Alemanha, este
condições económicas em todo o país ao Orçamento, alegando questões de que o Chefe de Estado, enquanto o Se se disser amanhã que foi fulano e geiros, porque a mão-de-obra não
mim, a participação internacional se- ano, a chanceler alemã, Angela Ma-
e integrar-se uma parte do povo que controlo da aplicação dos fundos. O mais alto magistrado da nação esteja a sicrano que se apoderaram do dinhei- pode ser 100 porcento moçambicana
ria também importante para que haja rkel, disse que ela e o seu país fariam
lutou 16 anos. Isso ainda não teve uma que, concretamente, terá mudado e par disso? Sem que o homem que con- ro, estariam dispostos a libertar os ideias novas porque as duas partes es- tudo em prol do restabelecimento da e se há um problema de visto não é
solução adequada e por isso estamos a vos levou a mudar de táctica? trola a pasta dos dinheiros do Estado, fundos? tão focadas em algumas coisas e não paz em Moçambique. Qual seria esse fácil continuar com o trabalho. Acho
viver outra vez a guerra. Foi uma decisão de 2014 do Parlamen- portanto, o ministro das finanças te- Essa é a ideia, porque assim teríamos podem abrir um pouco mais, tanto os apoio? que esse é um elemento que deveria
A prosperidade de um país passa, ne- to alemão que tinha receios contra qual- nha conhecimento disso? uma base transparente para retomar o temas nos quais deveria falar-se, quer Se houvesse necessidade de enviar uma repensar-se.
cessariamente, por uma boa governa- quer programa de ajuda ao Orçamento, Não sei, nós queremos esclarecer tudo diálogo e os programas do FMI e sem na maneira de abordar esses temas. pessoa, para uma equipa de negociações, Tem saudades ou não do Presidente
ção. A história dos países hoje desen- mas hoje, há uma crise de confiança. Se isso através da auditoria forense inter- o FMI não podemos dar ajuda. Seria Então, precisa-se de peritagem de não necessariamente da Alemanha, mas Guebuza.
volvidos demonstra que não há mila- dois biliões de dólares quase evapora- nacional e não só de instituições de cá uma base para recomeçar com o nosso outros conflitos, de outras situações, que possa ser não sei donde, mas que Risos…não posso responder.
gre algum, senão a boa governação. ram, uma parte sem saber - EMATUM em Moçambique. engajamento.
18 Savana 24-06-2016
OPINIÃO

EDITORIAL Cartoon
Está tudo
Será desta vez? bem!
bem
A
última decisão do governo de aceitar o envolvimento dos me-
diadores nas negociações com a Renamo pode ter removido o

o
último obstáculo que se impunha no caminho para a paz em
Moçambique.
Sou
A paz em Moçambique não é uma questão de opção; é um imperativo
para o qual as duas partes se devem entregar sem reservas. Com uma america
americano!

log
economia em profunda crise, o país precisa de estar em paz para poder
recuperar e construir o seu futuro.
O envolvimento dos mediadores internacionais era o que a Renamo exi-
gia como garantia para que as negociações não resultassem em mais um
nado morto.
Tendo o governo dado este passo, cabe agora à Renamo mostrar a sua
seriedade e flexibilidade. As negociações não podem ser vistas apenas
como um exercício de retórica, uma estratégia de alívio ao cerco contra
o seu líder na Serra da Gorongosa. Em resposta a este cerco, a Renamo

ció
tem estado a intensificar as suas acções armadas contra alvos civis, prati-
camente inviabilizando a circulação de pessoas e bens ao longo dos prin-
cipais corredores de transporte no centro do país. A continuação destes
ataques começa a assumir contornos de crimes de guerra.
Os moçambicanos, por sua vez, esperam que estas negociações tragam a
paz efectiva, no mais curto espaço de tempo.
Há motivos para algum optimismo, mas também é preciso questionar
o que é que desta vez será feito e que não foi feito antes para que a paz
prevalecesse?
Uma breve recolecção dos factos indica que em 1992, o Acordo Geral
E se Cunha tivesse salvado Dilma?
so
de Paz (AGP) de Roma determinava a constituição das Forças Armadas
de Defesa de Moçambique (FADM), com 30 mil homens, numa base de
paridade entre o governo e a Renamo. Contrariando este entendimento, Por Juan Arias*
a Renamo não preencheu nem metade da sua obrigação.

Está provado na história, que movimentos de guerrilha nunca desmobi-
lizam todos os seus efectivos militares depois da assinatura dos acordos
formais de cessar fogo. O receio de serem apanhados desprevenidos em
caso do reacender das hostilidades dita que tenham de permanecer com
uma força de reserva. A Renamo estaria a faltar à verdade se dissesse que
um
ela foi uma excepção. E é de esperar que também tenha mantido em seu
poder grandes quantidades de armas, em diferentes pontos do país.
Para não ter de admitir isto, a Renamo foi propalando ao longo de mais
de vinte anos a narrativa de que foi o governo quem sabotou a integração
dos seus homens nas FADM. Muitos deram crédito a esta versão, porque
neste tipo de processos é natural que a maior parte da desconfiança recaia
sobre o governo.
O acordo de Cessação das Hostilidades de 5 de Setembro de 2014 era
essencialmente uma tentativa de corrigir esta situação. Sem se especificar
números, as forças residuais da Renamo seriam integradas nas FADM e
na polícia. Outros seriam compensados através do Fundo da Paz.
Para esse processo, a Renamo exigiu e conseguiu também a presença
de
S
e tivesse salvado Dilma, Cunha talvez se-
ria hoje apenas mais um dos acusados pela
Lava Jato, à espera, como tantos outros de
seus correligionár
correligionários, do moroso parecer do
STF.
Não vou defender Eduardo Cunha. Simplesmen-
te porque
que não existe defesa possív
possível. Ele já deveria
estar na cadeia. Já denunciei, nesta coluna, a aber-
ração adicional que signific
significa um evangélico, como
ele, colocar no nome da Jesus.com seus carros de
luxo comprados com dinheiro da corrupção, assim
como o descalabro vergonhoso do luxo exibido por
sua mulher.
Cunha já foi condenado pela opinião pública com
mais contundência do que pelos próprios tribunais.
É uma fera ferida de morte politicamente. Até mes-
assim, à frente do Governo?
Porque outros políticos que possuem uma quanti-
dade ainda maior de processos contra si continuam
sem ser levados a julgamento?
Hipocrisia do poder de plantão e hipocrisia da opo-
sição, já que o PSDB, por exemplo, demorou para
condenar Cunha, esperando que ele abrisse o pro-
cesso de impeachment.
Hipocrisia também, hoje, do Governo interino de
Michel Temer, que ainda não se pronunciou aberta-
mente contra Cunha nem parece estar pressionan-
do para que ele renuncie à Presidência da Câmara,
da qual já foi afastado pelo Supremo. Cunha ainda
dá medo a alguém? Porque o PMDB ainda não o
expulsou do partido?
A opinião pública está certa ao não perdoar esse

de observadores internacionais. Mas depois de meses de procrastinação,

os dois mandatos da missão terminaram sem que um único homem da
Renamo tivesse sido incorporado.
Sem que tal estivesse inscrito nos acordos de Cessação das Hostilidades,
a Renamo passou depois a exigir que só aceitaria a incorporação dos
seus homens mediante o retorno dos seus oficiais superiores que tendo
sido incorporados por força do AGP, haviam sido, ao longo do tempo,
passados à reserva. Para não fragilizar o seu argumento, a Renamo nunca
se referiu ao facto de que durante esse tempo há oficiais oriundos do lado
do governo que também passaram à reserva.
io
mo os seus próximos começam a se afastar dele, já
que o seu poder se esvaziou e os políticos corrup-
tos sentem rapidamente o cheiro de quem perdeu
o jogo.
Isso tudo, porém, não nos deve impedir de consta-
tar a hipocrisia que ronda em torno do personagem
político mais odiado pela sociedade por parte dos
políticos que hoje o atacam. É bastante grave, por
exemplo, a ser verdade, o que ele próprio relatou
político por todas as suas malfeitorias, manipula-
ções e acções corruptas. A sociedade já o condenou
inapelavelmente. E nessa sentença popular não há
hipocrisia alguma. Os factos simplesmente a impu-
seram.
Não se pode dizer o mesmo, no entanto, da classe
política, que usou e abusou de Cunha e de sua falta
de escrúpulos e descaramento na manipulação de
leis e regulamentos, segundo os seus próprios inte-

Enquanto fazia estas exigências, a Renamo rejeitava também os resul-

tados das últimas eleições, ao mesmo tempo que reivindicava vitória em
quatroo províncias onde deveria indicar governadores. Inexplicavelmente,
a lista viria a ser ampliada para seis, incluindo outras duas províncias
onde a maioria votou na Frelimo.
Por ser politicamente incorrecto, nunca se questionou como é que a Re-
ár
aos jornalistas em Brasília, contando como o então
ministro da Casa Civil, Jacques Wagner, em três
encontros com ele, ofereceu-lhe os votos dos três
membros petistas da Comissão de Ética do Con-
gresso, que deveria julgá-lo, assim como a benevo-
resses e na medida do poder que exercia.
Se tivesse salvado Dilma, Cunha talvez seria hoje
apenas mais um dos acusados pela Operação Lava
Jato, à espera, como tantos outros de seus correli-
gionários, do moroso parecer da Suprema Corte,

namo rejeitava os resultados das eleições, apesar destes terem sido sufra-
gados pelos seus próprios vogais na CNE. Nunca houve uma explicação
plausível sobre o que levou estes a agirem em dissonância com o seu
próprio partido.
Um dos quatro pontos da agenda agora em negociação é o desarmamen-
to da Renamo. É preciso esperar para ver se será desta vez que a Renamo
Di
lência do presidente dessa comissão. Tudo isso em
nome do Governo, com a condição de que Cunha
não levasse adiante o processo de impeachment de
Dilma Rousseff.
A pergunta que não quer calar é a seguinte: o que
seria de Cunha hoje se ele tivesse aceitado a chanta-
que não costuma pecar pela pressa na condenação
de políticos com foro privilegiado, prerrogativa que
não existe mais em quase nenhum outro país do
mundo. Que Cunha seja, assim, condenado. Mas
sem esquecermos de condenar, também, a hipocri-
sia daqueles que usam os corruptos enquanto po-

aceitará desfazer-se daquilo que em mais de vinte anos constituiu o seu

principal instrumento de negociação para a obtenção de concessões. E gem proposta pelo Governo, se não tivesse aberto o dem para ocultar a sua própria nudez.
mais importante ainda será desta vez que a Renamo irá entregar todas as processo de deposição de Dilma, que ainda estaria, *Colunista do El País
armas que não entregou depois do AGP?

KOk NAM
Director Emérito
Conselho de Administração:
Fernando B. de Lima (presidente)
e Naita Ussene
Direcção, Redacção e Administração:
AV. Amílcar Cabral nr.1049 cp 73
Telefones:
(+258)21301737,823171100,
Registado sob número 007/RRA/DNI/93 Propriedade da 843171100
NUIT: 400109001 Editor:
Fernando Gonçalves
Maputo-República de Moçambique editorsav@mediacoop.co.mz
Editor Executivo:
Franscisco Carmona
(francisco.carmona@mediacoop.co.mz)
Redacção:
Fernando Manuel, Raúl Senda, Abdul
Sulemane, Argunaldo Nhampossa e
Armando Nhantumbo
)RWRJUDÀD
Naita Ussene (editor)
e Ilec Vilanculos
Colaboradores Permanentes:
Machado da Graça, Fernando Lima,
António Cabrita, Carlos Serra, (benvinda.tamele@mediacoop.co.mz)
Ivone Soares, Luis Guevane, João Distribuição:
Mosca, Paulo Mubalo (Desporto). Miguel Bila
Colaboradores: (824576190 / 840135281)
André Catueira (Manica) (miguel.bila@mediacoop.co.mz)
Aunício Silva (Nampula) (incluindo via e-mail e PDF)
Eugénio Arão (Inhambane) Fax: +258 21302402 (Redacção)
António Munaíta (Zambézia)
82 3051790 (Publicidade/Directo)
Maquetização:
Delegação da Beira
Auscêncio Machavane e Prédio Aruanga, nº 32 – 1º andar, A
Hermenegildo Timana. Telefone: (+258) 825 847050821
Revisão savana@mediacoop.co.mz
Gervásio Nhalicale Redacção
Publicidade admc@mediacoop.co.mz
Benvinda Tamele (823282870) Administração
www.savana.co.mz
Savana 24-06-2016
A próxima agenda da China
Por Martin Feldstein*
E
mbora Pequim e Xangai sejam
relativamente prósperos, ainda
há muita pobreza. É revelador
que para atingir a meta do Pla-
no a Cinco Anos de eliminar a po-
breza até 2020, o que exige a redução
em 55 milhões do número de pessoas
pobres, a linha de pobreza seja defini-
da em apenas 354 dólares por ano, ou
menos de um dólar por dia.
Regressei recentemente de Pequim,
onde estive uma semana a conversar
com autoridades chinesas e a assis-
tir ao Fórum de Desenvolvimento
da China (CDF, na sigla anglo-sa-
xónica), o grande encontro anual de
responsáveis chineses e estrangeiros,
bem como de executivos de topo. O
Governo chinês acabara de lançar o
seu 13º Plano Quinquenal, com os
responsáveis ansiosos por explicar
o que isso significa para o futuro da
China.
Embora o plano mais recente conte-
nha uma lista aparentemente intermi-
nável de projectos e metas específicas,
o novo grande tema deste ano é “a
reestruturação do lado da oferta”, um
termo que inclui uma ampla gama de
políticas destinadas a impulsionar o
crescimento económico e os níveis de
vida. O termo “lado da oferta” desti-
na-se a distinguir estas novas políticas
um
Fogo sob cinzas
de
D
aria metade da minha vida para
voltar a ver-te, Rosa. Não sei
se teria sentido. Já se passam
41 anos desde aquela noite de
Junho de 1975, quando consegui con-
vencer-te a te deitares de costas naque-
la varanda alta da loja do Suzarde, na
Avenida Craveiro Lopes.
Tinhas os teus verdes 16 anos e eu
também era verde, tinha 18, e conse-
io
gui convencer-te a te deitares em cima
da varanda, aquela varanda alta da loja
do Suzarde, e tu eras uma adolescente
fremente de pernas frágeis, ou aparen-
temente frágeis, tipo tesoura, de púbis
húmida, de seios erguidos em direcção
ár
ao céu, de lábios molhados, de cabelo
curto,
to, e eu disse- te – “Rosa, vamos
fazer uma coisa que nuncaa fizemos na
vida.”
Fizemos. Depois acordámos, tu numa
pequena lagoa de sangue, e disseste-me
– “Renato, depois disto, nunca mais
Di
nada será como dantes. Promete-me
que te vais casar comigo, porque depois
disto nenhum homem me aceitará.”
Eu disse – “Sim, vou casar-me contigo,
Rosa.”
Rosa, daria metade da minha vida para
voltar a ver-te. Passam-se 41 anos. Não
sei Talvez não gostasse, porque talvez
fosse preferível eu guardar a memória
que tenho de ti assim como guardo:
uma jovem adolescente, de pele escura,
de cabelo curto, de narinas frementes,
de lábios molhados, de púbis húmida,
de partes internas que eu tocava com os
dedos, e tu a dizeres:
– “Promete-me uma coisa, Renato:
aquilo que acontecer depois disto ja-
mais será como antes. Promete que te
das tradicionais medidas de dinheiro
barato, do lado da procura, e do dé-
fice orçamental ligeiramente superior,
ambos já visando o reforço da activi-
dade económica.
No topo da lista de políticas do lado
da oferta está a eliminação de parte
do excesso de capacidade das empre-
sas estatais das indústrias do aço e do
carvão. Isto significa despedir cerca
de quatro milhões de trabalhadores,
o equivalente a 0,5% da força de tra-
balho chinesa. O plano autoriza um
fundo especial para prestar assistência
aos que continuam desempregados.
Os especialistas acreditam que é ne-
cessária uma redução muito maior.
Mas as autoridades estão a começar
lentamente, de modo a ver como fun-
ciona e para monitorizar a resposta da
população.
A China irá também mudar milhões
de pessoas de áreas agrícolas de baixa
produtividade para dezenas de novas
cidades, lado a lado com planos am-
biciosos para construir 50 novos ae-
roportos e milhares de quilómetros
em novas estradas e ferrovias. As au-
toridades estão também a enaltecer o
projecto “One Belt, One Road”, que
utilizará os recursos e a assistência
financeira chineses para desenvol-
ver portos, ferrovias e rodovias que
vais casar comigo.”
E eu – “Rosa, vou sim senhora!”
Então consegui convencer-te, era 24 de
Junho de 1975, e foi assim que perdes-
te a tua virgindade. Eu também perdi
a minha.
Sinto-me um pouco culpado, porque
depois disso não aconteceu nada da-
quilo que te prometi. Nunca mais nos
vimos, não me casei contigo, não sei
onde estás e nem sei o que será de ti,
mas digo-te uma coisa, Rosa: dava me-
tade da minha vida para voltar a ver-
-te, ou se calhar não, porque se passam
41 anos e eu estou um velho, assim de
cabelo muito branco, metade dos meus
dentes já foram arrancados, sofro de
impotência sexual e nem sei se valeria
a pena ver-te. Se calhar tu também es-
tás mais ou menos na mesma situação,
quem sabe?
Rosa, se calhar também tens cabelos
brancos, se calhar também tens netos, se
calhar também estás numa situação de
menopausa, não sei. Talvez seja melhor
não nos vermos, Rosa. Mas eu lembro-
-me de ti, eras uma jovem virgem de
dentes brancos, de olhos brilhantes que
brilhavam ao longo da noite, de narinas
frementes, e eu te pegava, tinhas a púbis
húmida, tinhas os seios túrgidos, assim
como limões erguidos contra o céu, e
uma dúvida grande nos lábios:
– “Renato, tu vais casar-te comigo de-
pois disto tudo?”
– “Sim, Rosa, vou-me casar.”
Levantámo-nos, tu mergulhada numa
pequena poça de sangue, na varanda da
loja do Suzarde, na Avenida Craveiro
Lopes, era 24 de Junho de 1975, um dia
antes da Independência. Depois, pouco
OPINIÃO
liguem a China a outras regiões da
Ásia, Ásia Central e, potencialmente,
o
até mesmo da Europa. O objectivo da
política externa é expandir a influên-
cia chinesa na região e além desta. Irá
também proporcionar uma oportuni-
log
dade para exportar algum do excesso
de capacidade industrial da China.
Além disso, os responsáveis preten-
dem estimular a inovação através da
investigação e desenvolvimento, in-
cluindo através da redução das taxas
de imposto para empresas de alta
tecnologia. A reforma tributária irá
também alargar o IVA ao sector de
ció
serviços. E as reformas financeiras
eliminarão os limites às taxas de juro
que os bancos podem pagar sobre os
depósitos e o que cobram sobre os
empréstimos.
Ao mesmo tempo, há uma confusão
substancial em torno do novo regime
cambial da China. Nos últimos anos,
a queda do yuan face dólar provocou
queixas de empresas norte-america-
so
nas que competem com produtos chi-
neses. Mas o yuan também valorizou
25% desde 2010, face a outras moedas
de países desenvolvidos.
volvidos. As autorida-
des prometem que irão permitir que o
mercado
cado determine a taxa de câmbio e
que não há razão para uma desvalori-
zação sustentada. Mas as autoridades
depois da Independência, vieste ter co-
migo e disseste:
– “Renato, apaga o meu nome da tua
lista. Eu não existo.”
Fiquei a saber que tinhas encontrado
um comandante guerrilheiro da Freli-
mo chamado David, que não se impor-
tou nada com o facto de seres virgem ou
não seres, ele casou-se contigo.
Rosa, eu daria metade da minha vida
para voltar a encontrar-me contigo,
voltar a ver-te. Ver-te é uma forma de
dizer, porque estou cego, estou meio al-
quebrado, não consigo andar bem, mas
guardo de ti uma memória muito viva,
de uma menina de 16 anos, bonita, cuja
cintura eu conseguia cingir assim por
completo com o meu braço, e tinhas
os lábios húmidos e tinhas os seios túr-
gidos erguidos contra o céu e tinhas a
púbis húmida e tinhas as pernas assim
tipo tesoura, a perguntar-me:
– “Renato, depois disto tudo, jura lá que
vais casar comigo, porque depois disto
nenhum outro homem me vai aceitar,
por já não ser virgem.”
– “Rosa, juro por Deus que me vou ca-
sar contigo.”
Não me casei, porque pronto: aconteceu
a Independência, aconteceu tu casares.
Rosa, seja como for, gostaria de te ver
mais uma vez, ou melhor, talvez não
gostasse. Prefiro guardar em mim a me-
mória que tenho de ti: uma Rosa ma-
changana de pernas frágeis tipo tesou-
ra, de lábios húmidos, de seios erguidos
para o céu, cabelo curto mal penteado a
dançar Shauri yako.
Rosa fica bem. Adoro-te. Se me pude-
res localizar, localiza-me. Por uma razão
muito simples: porque eu te amo.
continuam a salientar as oscilações do
yuan face ao dólar, porque temem que
enfatizar a gestão da taxa de câmbio
face a um cabaz de moedas leve a crer
numa queda em relação ao dólar, uma
expectativa que aumentaria ia as saídas
de capital.
Políticas para melhorar o meio am-
biente estão também no topo da agen-
da do Governo para os próximos cin-
co anos. A população está ansiosa por
um ar, rios e terra mais limpos. Para
conseguir isso, o Governo vai adoptar
novas regulamentações e criar “obri-
gações verdes” para financiar fontes
de correcção e de energia de baixo
carbono. As empresas de automóveis
chinesas estão a ser incentivadas a
produzir carros híbridos e o Governo
está a alertar as empresas automóveis
estrangeiras que irá tomar medidas
para reduzir a sua quota de mercado,
caso estas não se conformem.
Melhorar a qualidade de vida tam-
bém requer um reforço na qualidade
dos produtos que os consumidores
chineses podem comprar. Um minis-
tro do Governo salientou no CDF
que os cerca de um milhão de turistas
chineses que viajaram para o exterior
no último ano  usaram os seus car-
tões de crédito para comprar cerca de
mil milhões de dólares em bens que
não podem obter em casa - embo-
ra salientasse a ironia de que alguns
desses produtos de marcas europeias
e norte-americanas são, na verdade,
fabricados na China.
A China é ainda um país de baixos
rendimentos, com um PIB per capi-
ta de apenas 14 mil dólares, cerca de
um quarto do registado nos Estados
Unidos. Embora Pequim e Xangai
sejam relativamente prósperos, ainda
há muita pobreza. É revelador que
para atingir a meta do Plano a Cinco
Anos de eliminar a pobreza até 2020,
o que exige a redução em 55 milhões
do número de pessoas pobres, a linha
de pobreza seja definida em apenas
354 dólares por ano, ou menos de um
dólar por dia.
O elevado nível de endividamento das
empresas chinesas pode ser uma fon-
te de instabilidade financeira, embora
vários responsáveis tenham salientado
que não estavam preocupados. Os da-
Email: carlosserra_maputo@yahoo.com
Portal: http://oficinadesociologia.blogspot.com
A verdadeira diferença
P
ara ilustrar quão dife-
rentes são as tradições
culturais e quanto a esse
respeito podemos correr
erros, Raymond Aron observou
num dos seus livros que não só
o sorriso dos Japoneses é dife-
rente do dos Franceses, quanto
eles exprimem o apreço pela
comida comendo pouco, ao
contrário dos Franceses, que o
fazem comendo.
Claro que podemos cometer
erros sérios se esquecermos es-
19
dos do Governo mostram que a pro-
porção de empréstimos bancários face
ao PIB é cerca de duas vezes superior
à dos Estados Unidos. Mais preocu-
pante, a proporção de crédito malpa-
rado poderá ser gravemente elevada.
Mas mesmo se essa proporção for
maior do que as estatísticas oficiais
indicam, o problema do mau crédito
na China é muito diferente do regis-
tado no Ocidente. As empresas chi-
nesas mais endividadas são do Estado
e os seus credores são bancos estatais.
Neste sentido, solucionar as dívidas
incobráveis  implicaria transferir as
perdas dos bancos estatais para o Go-
verno. E porque a dívida do Governo
é relativamente baixa - cerca de 17%
do PIB - não seria difícil absorver
essas perdas. Caso fosse necessário,
poderia também lidar com o elevado
endividamento no qual os governos
locais incorreram em 2008 e 2009, in-
centivados pelas autoridades centrais
O que não foi discutido no CDF é o
enorme combate à corrupção de alto
nível que o Presidente Xi Jinping está
a levar a cabo e que muitos dizem
estar a obstruir o processo de deci-
são económica, bem como a atrasar
o crescimento do PIB. Nem houve
qualquer discussão em torno da pre-
ocupação generalizada sobre uma
mudança ideológica à esquerda, que
poderia ameaçar os direitos de pro-
priedade, levando à fuga de capitais
por indivíduos que procuram proteger
a sua riqueza.
Mas enquanto a China continua a
ser um complicado quebra-cabeças,
as autoridades estão claramente à
procura de reformas pró-mercado,
destinadas a produzir um crescimento
real anual de 6,5% ou mais, durante
os próximos cinco anos, levando à du-
plicação do rendimento per capita até
2020, ao qual o Partido Comunista
Chinês apelou em 2010. Se esse ob-
jectivo não for atingido, não será por
falta de esforço por parte do governo
chinês.
 
*Martin Feldstein, professor de Eco-
nomia na Universidade de Harvard  e
presidente emérito do National Bureau
of Economic Research, presidiu ao Cou-
ncil of Economic Advisers do Presidente
Ronald Reagan entre 1982 e 1984.
482
sas coisas. Mas não cometemos
erros menores, erros trágicos
afinal, se esquecemos que to-
dos os seres humanos têm de
comer. 
O que, em última análise, faz a
verdadeira diferença entre X e
Y, não é que X ria à japonesa e
Y à francesa, mas que um possa
rir e outro não, que um possa
comer e o outro não, que um
seja protegido e o outro não,
que um possa estudar e o outro
não, etc.
20 Savana 24-06-2016
OPINIÃO

A TALHE DE FOICE
Um Verão desafogado
P Machado da Graça
Por Por João Carlos Barradas*

S
ondagens incertas estão longe de soberania plena vicejam num debate mar-
augurar um Verão desafogado para cado desde a adesão de 1973 pela ideia de

o
o Reino Unido e só sobra a certeza concessões mínimas para garantia de aces-
de desordem acrescida nas Ilhas so a mercados continentais e livre circula-

Perguntas Britânicas e no continente. ção de capitais.

log
Chegados ao referendo, não é claro se o David Cameron falhando a vitória por lar-
temor às consequências económicas ne- ga margem queda-se refém da ala eurocép-
gativas da ruptura com a UE - argumento nto tica dos conservadores, sob pressão acresci-

O
Gabriel Muthisse veio a públi- 5. O dinheiro pedido pela MAM por excelência da campanha pelo “Ficar” ar” - da dos independentistas de Nigel Farage,
co tentar justificar o injustifi- destinava-se à construção de um es- prevalece sobre a afirmação da soberania
sobera
sob erania
nia incapaz de negociar cortes nos sistemas de
cável. Pegando nas desculpas taleiro de reparação naval em Pem-
para conter os males da emigração, ção,, mote
ção mote saúde e assistência social e constrangido
esfarrapadas do 1º ministro ba e outro em Maputo. Dado que
obsessivo dos partidários
ioss de
de “Sair”.
“Sair”.
“Sai r”. por escassa margem negocial em Bruxelas.
para o atropelamento da constituição nenhum foi construído nem sequer
começado a construir, em que foi O rastreio aponta paraa empa eempate
mpate
te téc
técnic
técnico
nicoo François Hollande - amargando ímpetos
e de mais legislação no caso das dívi-
com triunfo do “Ficar” naa Escócia,
Escócia
Escó cia,, Irlan-
Irlan-
Irla n- vencedores da direita e extrema-direita - e

das ocultas, Muthisse, sem acrescentar
nenhum argumento, procurou apenas
arrumar melhor o texto.
Mas sem entrar em teorizações eu faço
apenas algumas perguntas:
1. Em que circunstâncias (típicas ou
atípicas) é possível não obedecer à
Constituição?
2. Em que medida é que a compra de
ció
gasto esse dinheiro? Onde é que ele
está? da do Norte e, possivelmente,
sivelm
sivelment
ente,
e, Paí
Paíss de
de Ga-
Ga- Angela Merkel - pressionada pelos conser-
6. Voltando à EMATUM, o ministro les, enquanto “Sair” gan
ganha
ha na Inglaterra,
Inglat
Ing laterr
erra,
a, vadores
vador da Baviera, xenófobos de extrema-
Adriano Maleiane, informou-nos com a excepção de Londres, estando por -direita e aliados sociais-democratas - não
que os barcos mandados construir determinar que influência terá o nível de são na presente conjuntura políticos capa-
não obedeciam às especificações participação e o voto de mais de 10% de zes de articular estratégias de renovação
internacionais para este tipo de pes- indecisos. para a UE seja qual for o resultado do re-
ca. Quem definiu as especificações Ponderando variações devidas a amostras, ferendo.
para os barcos a serem construídos? contactos online ou telefónicos, os inqué- As persistentes crises na Zona Euro e os

24 barcos de pesca do atum e de 6
lanchas de patrulhamento costeiro
tem alguma relação com a tensão
político-militar entre o governo e
a RENAMO? Será que o governo
pensa usar as lanchas costeiras para
proteger as colunas de veículos na
estrada nacional nº1 ou os barcos de
pesca para levar tropas para o centro
do país?
um
3. Foi-nos dito que era extremamente
urgente o patrulhamento da nossa
costa para evitar os piratas somalis,
o tráfico de droga e outros crimes
idênticos. Dada essa urgência, como
se justifica que os navios comprados
e entregues a vários meses estejam
a apodrecer num parque de estacio-
namento de automóveis ao pé do
Museu das Pescas?
4. O mesmo em relação aos barcos
militares comprados pela PROIN-
de
Foi o nosso Ministério das Pescas?
7. Para resolver o problema anterior,
Maleiane disse-nos que os barcos
estão a ser melhorados por uma
empresa sul-africana. E que a des-
pesa é vultuosa. Quem está a pagar
essa despesa na medida em que a
EMATUM está completamente
falida? Estamos a aumentar a dívida
externa com essa despesa?
8. Segundo o Banco de Moçambique
nenhum do dinheiro envolvido em
toda esta trafulhice, entrou nos seus
cofres,
res, tendo transitado directa-
mente dos bancos emprestadores
para destinos desconhecidos. Que
consequências legais tem esta situ-
ação?
Talvez Gabriel Muthisse, num próximo
texto,, nos possa esclarecer sobre estas
so
ritos evidenciam a clara preferência, inde-
pendentemente do sexo, pelo “Sair” entre
maiores de 65 anos e eleitores com níveis
educacionais aquém do ensino superior.
A demagogia apocalíptica das campanhas
visou sobretudo o eleitorado conservador,
remetendo-se Jeremy Corbyn a um “Ficar”
contrafeito capaz de decepcionar irlande-
contrafeito,
ses e escoceses. 
A ambiguidade de Corbyn turvou ainda
mais as opções de potenciais votantes tra-
balhistas marcados pela percepção de que
insegurança e precariedade no emprego,
degradação dos rendimentos do trabalho
num quadro de crescente desigualdade so-
cial, resultam de efeitos nefastos da con-
corrência internacional, vulgo globalização,
agravados pela emigração de países da UE.     acabe levado pela corrente.
O estatuto de excepção de Londres na UE
conflitos sobre cedências de soberania a
entidades supranacionais, caso do BCE
ou Comissão Europeia, divergências de
interesses com países fora da moeda única
como a Suécia ou Dinamarca, confrontos
sobre poderes de Estado quanto a controlo
de migrações, bloqueiam consensos políti-
cos no sentido de federalização ou revisão
de competências das instituições europeias.
O referendo, penda para onde pender, coisa
boa não trará.   
“Há mar e mar, há ir e voltar”, asseverava
a ironia sardónica de costela irlandesa de
Alexandre O’ Neill na campanha por “um
Verão desafogado”, mas, nas margens do
Canal da Mancha, do mar da Irlanda e do
mar Celta, nunca falta quem perca o pé e
 

DICUS. questões. é irrelevante neste confronto necessaria- *Jornalista

mente simplista em que argumentos de

Por Luís Guevane

SACO AZUL

Independência in(con)clusiva
io

Q
uarenta e um anos depois da
proclamação da independência
nacional tivemos ganhos e re-
ár
que pelo reconhecimento da existência de Sendo esta débil, o seu reflexo (negativo) reira da pobreza. No entanto, a pobreza
um País com várias realidades geográficas é notório na cultura, educação, investiga- reproduz-se paralelamente ao défice de de-
e, logo, com uma diversidade em termos ção, na prontidão combativa das Forças mocracia. Por exemplo, é um caso de défice

trocessos. Em alguns momen-
tos estagnamos como País e, em outros
momentos, não fomos suficientemente
flexíveis na tomada de decisões que
evitassem a manutenção de um padrão
de frustrações. Faltou-nos o lado mera-
Di
de potencial (no turismo, na indústria, na
pesc
pesca, etc.)
Quarenta e um anos já deviam ser sufi-
cientes para a nossa “Constituição” curvar-
-se diante da geodiversidade e adequar-se
aos novos ventos. Das duas uma: ou assu-
de Defesa e Segurança (FDS), no ímpeto
da corrupção, na maneira como as famílias
de baixos rendimentos sofrem com a cor-
rupção. Há um emaranhado de problemas
que, gerados pela guerra, afectam o “todo
nacional”, fazendo crer que só temos uma
de democracia quando são criados motivos
para os cidadãos não se manifestarem li-
vremente. Aqueles que em algum momen-
to da sua história de vida levantaram-se
e manifestaram-se, hoje, recusam-se a que
outros se manifestem porque “não é bom

mente “técnico”.
A eleição da agricultura como base de
desenvolvimento económico, teórica e
amente, pode ter sido uma boa
filosoficamente,
opção, mas, em quarenta e um anos de
independência, os resultados não fo-
ram suficientemente catalisadores de
consensos ou de um contínuo aplauso
por parte dos seus defensores. Moçam-
bique é geo-diverso e, em contraparti-
da, dependente economicamente. Essa
geodiversidade não foi capitalizada.
Olhou-se para a agricultura mais pela
exclusividade que alguma interpretação
atribui a este ramo da economia, do
mimos que a agricultura não é a base do
desenvolvimento económico de Moçambi-
que, tratando os outros ramos da economia
com o merecimento que devem ter; ou, ao
assumirmos que “é a base”, então, teremos
de evoluir visivelmente nesse sentido sem
paliativos e nem politiquices de espécie
alguma. A economia agrária necessita de
uma forte lufada de ar fresco para (re)criar
os necessários equilíbrios que o “campo”
necessita e que a cidade “reclama”.
Mas não é só a agricultura: a nossa histó-
ria recente continua a ser uma história de
guerras, o que, de modo sufocante, pesa
sobre o desempenho da nossa economia.
história político-militar. É esta que se im-
põe e ofusca a relevância de outras áreas
sociais e económicas, inflamando os nomes
que elege.
Quarenta e um anos podem ser poucos
para quem gere experimentando sempre
novas opções cujo cunho político prevalece
e ofusca o “técnico”. Mas, esses anos todos
seriam suficientes para o sucesso de uma
gestão inclusiva e adequada ao ambiente
pluripartidário.
Cá entre nós: é difícil conciliar pobreza e de-
mocracia. Mas, em simultâneo, a democracia é
uma importante máquina destruidora da bar-
para o País”, “não é oportuno”. Sem demo-
cracia a pobreza perpetua-se no seu círculo!
A independência continua como processo. O
içar da bandeira é um facto deste processo.
É preciso discutirmos abertamente o senti-
do de independência política e económica,
ou mesmo o sentido de “independência total
e completa”, nos dias que correm.
NR: Por falha gráfica, na edição pas-
sada (1171) repetiu-se o título “Saídas
Pendentes” na crónica de Luís Gue-
vane, numa peça cujo título devia ser
“Código, actos e acções”. Ao autor e aos
nossos leitores as nossas desculpas.
Savana 24-06-2016 21
PUBLICIDADE
22 Savana 24-06-2016
DESPORTO

O desporto não reflecte os 41 anos da independência

$ÀUPDPGHVSRUWLVWDVRXYLGRVSHORSAVANA

3RU3DXOR0XEDORH,OHF9LODQFXORVIRWRV
O
país vai parar literalmente
este sábado para comemorar
os 41 anos da independência
nacional, no meio de adver-
sidades, contigências e vicissitudes
de vária índole. São 41 anos de vi-
tórias e fracassos, de alegria e tris-
teza, de desafios e expectativas, mas
sobretudo de esperança. Esperança
de dias melhores, até porque sonhar
é gratuito.
No âmbito desportivo, há também
esperança de surgimento de mais
Lurdes Mutolas, de mais e melhores
presenças nos mundiais de hóquei, de
basquetebol, de mais atletas a conse-
guirem mínimos para os Jogos Olím-
picos, de mais infra-estruturas des-
portivas um pouco por todo o país.
Shafee Sidat, presidente da Federa-
ção Moçambicana Atletismo, e que
se tem evidenciado por construir
sedes das associações nas capitais-
-provinciais; Artur Semedo, o cre-
denciado técnico da União Despor-
tiva de Songo, Carlos Aik, destacado
técnico de basquetebol e Nicolau
Manjate, presidente cessante da Fe-
deração Moçambicana de Patinagem
e candidato à sua própria sucessão,
um
deixaram ficar, ao SAVANA, as suas
ideias relativamente à efeméride. E
convergem num único ponto: Lurdes
Mutola é, para já, o exemplo paradig-
mático de uma atleta que, pela sua
entrega, sentido de responsabilidade,
querer e perseverança elevou bem
alto o nome e bandeira do nosso país.
“Em 41 anos de independência, o
país teve altos e baixos na compo-
de
Nicolau Manjate
nente desportiva”, primeiras palavras
de Shafee Sidat. E acrescenta que em
termos desportivos, exceptuando a
Lurdes Mutola e algumas participa-
ções esporádicas e também medalhas
esporádicas, o país não teve muitos
resultados positivos.
“Tivemos, sim, alguns ganhos, como
nos Jogos Africanos, realizados em
2011 em Maputo, no que tange a
infra-estruturas desportivas, mas
mais na capital do que nas restantes
províncias”.
Explicou, ainda, a dado passo, que a
Lurdes Mutola colocou Moçambi-
que como referência em África, no
mundo e ao nível olímpico, porque
ela ganhou tudo o que havia por ga-
nhar.
O presidente da FMA diz haver
necessidade de se tornar o desporto
como uma coisa muito séria, “com
políticas muito sérias para o despor-
o
log
ció
Artur Semedo
to”.
“Temos de apostar e repensar o que
queremos no desporto. Neste mo-
so
mento há muitos clubes que entraram
em crise tal como algumas empresas
patrocinadoras, deste modo, há que
equacionar possíveis saídas, há que
repensar as políticas dos clubes”, de-
safiou.
Já Artur Semedo, conhecido pela ver-
ticalidade e, quiçá, contundência na
sua abordagem, aflorou que o despor-
to não espelha fielmente os 41 anos
da independência nacional.
“Não creio que o desporto esteja ao
nível da dimensão das expectativas
colectivas”, afirmou, para em seguida
explicar que era suposto que o país
desportivo estivesse com potencial
mais expressivo do ponto de vista na-
cional e regional, o que infelizmente
não está a acontecer, apesar de se ter
conseguido alguns êxitos.
Carlos Aik
Entre esses êxitos, a fonte elencou o
hóquei em patins, concretamente, a
participação da selecção nacional nos
mundiais da modalidade; a participa-
ção de Moçambique nos africanos de
basquetebol, e a presença meritória
em competições continentais de mo-
dalidades individuais pouco expressi-
vas.
O técnico entende que o país precisa
de massificar
massific ainda mais o desporto.
“Fica esta mácula de o desporto não
estar enraizado na sociedade, mas
também isso tem a ver com as polí-
ticas” , enfatizou.
Semedo minimiza a opinião dos que
ficam satisfeitos com a simples pre-
sença de Moçambique numa compe-
tição continental como o CAN.
“Alguém acha que é bom irmos aos
CANs, mas não temos conseguido
bons resultados”, disse, deixando o
desafio de mais trabalho e organiza-
ção.
Enquanto isto, Carlos Aik é, à seme-
lhança de Artur Semedo, uma voz
autorizada para falar do desporto.
Ambos desempenharam, por lon-
go período, várias tarefas depois de
inicialmente terem sido jogadores.
Foram treinadores e selecionadores
nacionais com muita tarimba, fruto
de anos de vivências com o desporto.
“Nestes 41 anos de independência o
marco mais importante é a massifica-
ção desportiva, pois algumas moda-
lidades chegaram onde antes não se
jogava”, ajuntou.
Apontou, em seguida, os feitos al-
cançados pela Lurdes Mutola como
os que mais nos honram, para além
da boa prestação do hóquei em pa-
tins nos campeonatos do mundo e do
basquetebol em várias frentes, como a
presença num campeonato de mun-
do.
Elencou, igualmente, a prestação de
voleibol que aos poucos vai se im-
pondo.
Como aspectos negativos, Carlos
Aik entende que os clubes que são os
mais “fabricadores” de atletas estão a
degradar-se progressivamente, con-
cretamente, as instalações desportivas
e os clubes históricos estão a fechar. E
mais: o desporto escolar praticamen-
te está em queda livre.
Finalmente, Nicolau Manjate apon-
tou o quarto lugar conquistado pela
selecção do hóquei em patins no
mundial de 201, na Argentina, como
um facto histórico. “Para além desta
conquista há que destacar a prestação
das Lurdes Mutola, a nossa campeã
mundial dos 800 metros”

6DPXHO&KLULQG]D
Querido pelo governo, ignorado pela FMF e LMF
3RU$EtOLR0DROHOD
A
família desportiva nacional,
em particular a classe da ar-
io
bitragem do futebol, parou,
esta semana, para despedir-
-se daquele que, nos últimos anos,
foi porta-estandarte nacional deste
sector ao nível internacional. Sa-
ár
muel Chirindza, árbitro FIFA, des-
de 2010, perdeu a vida na passada
sexta-feira, na sua residência, vítima
de malária.
Familiares, colegas de profissão,
Di
quadros do Ministério da Juventu-
de e Desportos (MJD), irmãos da
igreja e anónimos juntaram-se, esta
segunda-feira, na Capela do Hos-
pital Central de Maputo, para dar o
seu último adeus, numa cerimónia
caracterizada pela ausência dos diri-
gentes da Federação e Liga Moçam-
bicana de Futebol.
A instituição que superintende o fu-
tebol nacional (FMF) e a que gere
o Moçambola (LMF), competição
principal do nosso país e que o ma-
logrado foi considerado árbitro re-
gular por três épocas, pautaram pela
ausência, num acto considerado de
desrespeito à classe de arbitragem
Morreu o porta-estandarte da arbitragem moçambicana
nacional e, em particular, à figura do gos de Bebec, tendo frequentado o
finado. curso de futebol, em 2001. Em 2006,
Nem a FMF e muito menos a LMF foi promovido para a categoria de
reagiram à morte de Samuel Chirin- árbitro nacional e, em 2009, alcan-
çou a primeira categoria e, em 2010,
dza e a segunda instituição (LMF)
a categoria de árbitro internacional.
limitou-se a decretar “um minuto de
Em 2011 participou no torneio CO-
silêncio nas partidas da terceira jor-
nada da Taça da Liga BNI”. SAFA dos Sub-20, na Swazilândia,
antes de participar na competição
sénior, em 2012, na Zâmbia. Em
&9GH6DPXHO&KLULQG]D 2015, apitou nos Jogos Africanos e,
Samuel Chirindza iniciou a carreira neste ano, tinha sido convidado para
aos 15 anos de idade, arbitrando jo- participar na COSAFA, que decorre
na Namíbia.
Segundo Luís Lifaniça, Secretário-
-Geral da Comissão Nacional de
Árbitros de Futebol (CNAF), Chi-
rindza já pertencia ao quadro de elite
B de África, ao nível da FIFA.
“Esta trajectória testemunha o com-
prometimento de Samuel Chirin-
dza, que contribuiu com o seu saber,
a sua humildade e devoção ao traba-
lho”, considera Lifaniça.
Para este árbitro, Chirindza sempre
revelou ser um homem de “dotadas
qualidades”, pelo que “perdemos um
grande homem, que sempre soube
aliar as suas obrigações com os de-
veres de chefe de família”.
Por sua vez, o Presidente da Comis-
são de Árbitros da Associação de
Futebol da Cidade de Maputo, Er-
nesto Milambo, descreveu Samuel
Chirindza como um homem sim-
ples, modesto, um soprador de apito
que “inspirava confiança e vontade
de trabalho junto dos seus colegas”.
“O espírito de trabalho, respeito, ad-
miração e sacrifício foram qualida-
des que sempre manifestou perante
os seus superiores”, acrescentou,
antes de considerar não ser fácil
“despedir-se de um homem desta di-
mensão. O seu exemplo se manterá
e saberemos honrar os seus ensina-
mentos”, garantiu.
O MJD também lamenta a perda do
porta-estandarte da arbitragem mo-
çambicana, porém agradece à família
por ter trazido, ao mundo, um jovem
que inspirava a sua faixa etária.
“Lamentamos a perda de um grande
jovem que fez todo o seu percur-
so desportivo cedo e que serve de
exemplo a todos os desportistas do
nosso país. Ficamos orgulhosos em
ver a COSAFA a decretar um mi-
nuto de silêncio pelo nosso querido,
pois era um homem do mundo”, dis-
se Francisco da Conceição, Director
Nacional do Desporto, em represen-
tação do Ministro.
“Agradecemos à família por ter trazi-
do este homem ao mundo. Às vezes
a nossa sociedade queixa-se de falta
de referências internas, mas quando
temos um jovem que aos 33 anos de
idade perde a vida, serve de modelo
para que todo o jovem possa encon-
trar uma inspiração para fazer coisas
positivas na sociedade”, concluiu.
Samuel Chirindza parte, deixando
viúva e duas filhas.
Savana 24-06-2016 23
PUBLICIDADE
24 Savana 24-06-2016
CULTURA

Feira do Livro de Maputo 100

N
esta edição 2016 da Feira do Livro
de Maputo, que decorrerá de 6 a 8
de Outubro, a Rosa de Porcelana
Editora é a primeira editora interna-
morada, esposa e companheira de luta. Car- Por Luís Carlos Patraquim
tas de amor e/ou cartas com amor, ao mesmo
tempo que, em linhas ou nas entrelinhas, se
inferem os tempos históricos e os lugares.

cional a marcar presença e, como vem sendo
habitual, a par das outras editoras nacionais,
apresentará uma agenda preenchida com
lançamentos, sessões de autógrafos, tertúlias
o
Organizado pela filha de Amílcar Cabral,
Iva Cabral, e pelos editores Márcia Souto e
Filinto Elísio, o livro integra, além das car-
tas, fotografias, poemas e notas. Conta ainda

log
e workshops.

Corsino Fortes, Arménio Vieira (Prémio Ca-

mões 2009) e Filinto Elísio serão as presen-
ças internacionais nas várias sessões de autó-
grafos, mas o evento será também marcado
por apresentações e lançamentos de grande
relevância como “Cartas de Amílcar Cabral
a Maria Helena: A Outra Face do Homem”,
com textos do ex-presidente da República de
Cabo Verde, Pedro Pires; da professora Ino-
cência Mata e do sociólogo Carlos Lopes.
Variação de Muhípiti
Com prefácio da Professora Simone Caputo A Rui Knopfli
Gomes, “Sinos do silêncio: canções e hai-
kais”, o último livro de Corsino Fortes é um Navega onde naufragaste, Rui,
registo existencialista da maturidade poética O pulso deitado e o relógio
Vago suíço
do autor. Trata-se de um livro em que o au-
A desoras

organizado pela filha de Amílcar Cabral Iva
Cabral, e pelos editores Márcia Souto e Fi-
linto Elísio, “Sinos de Silêncio: Canções e
Haikais”, de Corsino Fortes, “Zen Limites”
de Filinto Elísio, “Brumário e Derivações de
Brumário” de Arménio Vieira.
As cartas que o líder histórico das indepen-
dências de Cabo Verde e Guiné Bissau, Amí-
lcar Cabral, escreveu, durante mais de uma
ció
tor pretende romper com o “cânone” surgido
com Pão & Fonema, em 1974, livro esse que
revolucionou a poesia cabo-verdiana desde
então.
Zen Limites é mais o recente livro do escri-
tor cabo-verdiano Filinto Elísio. É composto
por 91 textos entre poemas e notas poéticas,
em que o autor, em clara bibliofilia, deixa-
A lenta obturação enquadrando as formas
Para que substância da pedra
Que intervalo nas grades
E não era de Próspero nem Ilha só
Este divã ferido de cavaleiros marítimos
E de garupas esquartejadas

década, à sua mulher, foram reunidas neste
livro. “Cartas de Amílcar Cabral a Maria He-
lena: a outra face do homem”, uma publica-
ção da editora da Rosa de Porcelana, reúne
53 cartas escritas por Amílcar Cabral a Ma-
ria Helena Vilhena Rodrigues, entre 1946 a
1960.
São cartas íntimas para aquela que foi, res-
pectivamente no tempo, colega de curso, na-
um
so
-nos conhecer o seu universo caleidoscópico
O que na erva humedece
de escritores de sua eleição. Este livro é um lácteos seios apresados
profuso diálogo com outros escritores e uma E o maulide em seu paroxismo de som
sistemática de intertextos com diversas obras. Lacerando o vento belígero
De Manoel de Barros e Baudelaire a De-
rekWalcott, de Miguel Torga e Jorge Barbosa − Velas que enfunais o desejo! −
a William Shakespeare, a poética de Filinto
Elísio revisita a literatura universal. (A.S) Do Tempo escrevo a letra infinita
O labirinto
labir no portal das casas
Seu o arco e a sustenida leveza
Depois do sangue

Este o círculo e a urna de onde partiste

Meu regresso
À geometria das ondas
Ao ângulo de silêncio onde o rosto
começa
a destreza da mão pastoreando as ruínas
textuando o colmo
de

Se não fosse raso o campo, Rui,

E o longe, como a íris da Amada,
trouxesse barcos de flores
E se distinguisse a potência da montanha
− Namúli transfigurada –
Eu cantaria o templo futuro
O que jaz depois das lanças no dorso da terra
Escritores cabo-verdianos Filinto Elísio e Maria Helena
Sobressaltada
io

M’luli e Moma
E tu, Mussa Pire, tresloucado xeque,
Intercâmbio cultural com Cuba O de Sangage, e Farelay, Mussa Quanto,
Que o Profeta, Allah Seja Louvado, se amerceie de ti, Ibrahimo,
E te perdoem as filhas da Cabaceira

O
saxofonista moçambicano
ambicano Moreira pecialistas de assuntos africanos no Instituto
ár

Invioláveis ramos da Árvore

Chonguiça está em Havana-Cuba
até o próximo dia 26 de Junho cor-
rente numa visita que tem como ob-
jectivo relançar a cooperação e intercâmbio
cultural com instituições e músicos cubanos.
Deste feita, Moreira visitou e reuniu com es-
Di
Cubano de Música. José Lázaro Rodriquez A sagrada
e Conception Molina Mionda manifestaram
interesse em trabalhar com as artes e cultura Desaguam na Ilha as missangas
moç
moçambicana e querem fazer intercâmbio E é o Tempo, Rui,
com artistas moçambicanos focalizando a Depois das endechas a Bárbara e escravos nós
componente formação. Bichos da evanescência

espermática maresia

Por outro lado, Moreira reuniu no Centro
Nacional de Música Popular com Bren-
da Besada Rodriguez (musicóloga) e Regla
Osorio Garcia (Especialista em eventos).
Estas manifestaram interesse em descobrir a
música moçambicana, trocando experiências
a vários níveis. “Fazemos muitas coisas, en-
tre elas o festival de Jazz Plaza que acontece
em Dezembro. Seria interessante ter Moreira
Chonguiça a tocar neste festival que já vai na
edição número 32. Promovemos concursos de
jovens que tocam e gostam de jazz. Não são
Moreira junto com especialistas em assuntos africanos no Instituto cubano de música necessariamente os que frequentam a escola
de música, desde que tenham talento e inte-
resse pela música, são aceites no concurso”,
afirma Berta Besada Rodriguez, responsável
pelas Relações Públicas e logística do festival
cubano Jazz Plaza.
Moreira Chonguiça disse: “há espaço para
cooperação. Cuba é um país irmão e sempre
houve interacção ao nível da política, educa-
ção. Muitos moçambicanos, incluindo meu
pai, estudaram aqui em Cuba. Agora quere-
mos estender essa relação para a cultura”. A.S
 Dobra por aqui
SUPLEMENTO HUMORÍSTICO DO SAVANA Nº 1172 ‡ DE JUNHO DE 2016

go
ólo
c i
s o
um
de
ir o
iá
D
2 Savana 24-06-2016 Savana 24-06-2016 3
SUPLEMENTO
Savana 24-06-2016 27
OPINIÃO

Abdul Sulemane (Texto)

Ilec Vilanculo (Fotos)

o
log
Ignoraram EMATUM?
N
esta quarta-feira a Procuradora-geral da República, Beatriz Buchi-
li, foi ao parlamento apresentar o informe sobre o estado da justiça
do país. Depois de uma leitura de cerca de duas horas acredito que
todos estavam à espera de ouvir o posicionamento da PGR sobre a

ció
dívida pública do país, sobre a questão das valas comuns e outros assuntos
candentes do país.

Relativamente à responsabilização, actualmente, espera-se que a investiga-

ção que a Procuradoria-geral da República está a realizar traga resultados
plausíveis, embora do processo aberto no dia 12 de Agosto de 2015 para o
esclarecimento da dívida da EMATUM, só no mês de Junho a PGR come-
çou a ouvir os representantes da empresa.
Foram muitos que defenderam a inexistência destas valas comuns, mas

so
mesmo que não existam valas comuns, foram mortos moçambicanos. Pre-
cisamos de saber os reais motivos daquelas mortes. Um desses defensores
foi o deputado da Frelimo, Edson Macuácua. Acredito que nesta imagem
esteja a tentar justificar as suas incursões para o outro deputado, Lucas
Chomera, que desvia o seu olhar para um ponto que interessa.
Uma delegação parlamentar moçambicana, chefiada pelo Presidente da co-
missão do Plano e Orçamento, Eneas Comiche, vai participar, de 4 a 7 de
Julho do ano em curso, numa formação, cujo tema é “supervisão financeira
um
Parlamentar da eficácia da ajuda”, em Londres.
Nesta outra imagem, vemos o deputado Eneas Comiche, a ouvir algumas
sugestões do Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, sobre como
ajudar a limpar a imagem do país no encontro em que vai participar. Nisso,
o Ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, vislumbra pelo
olhar que não será uma tarefa fácil.
Pelos olhares que vemos as coisas não estão nada bem no nosso país. Repa-
rem como o deputado Eduardo Mulémbwe olha fixamente para o Ministro
da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia. Enquanto
isso,, o Deputado da Renamo, José Manteigas, desvia o olhar para outro
prisma.
de

Mesmo a Presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo, co-

menta com a Chefe da Bancada da Renamo, Ivone Soares, sobre a situação
do país. Nesta situação nem as cores partidárias são obstáculo para falar
sobre o que se passa neste Moçambique. Enquanto elas falam, António José
Amélia, 1o vice-presidente da Assembleia da República, fixou o seu olhar
para um ponto como se não estivesse a ouvir o que se comenta.
Quem ficou encantado com os comentários do PCA da empresa Coca-
-Cola, Benjamim Alfredo, é o Secretário-geral da Frelimo, Eliseu Machava,
que até levou a mão ao queixo. Quem mesmo estando no meio de uma
io

conversa, mas preferiu rir desviando o olhar é a PCA do IGEPE, Ana

Ismael Senda.
Vamos ver o que vai acontecer nos próximos tempos. Mesmo com o desviar
dos olhares para os assuntos candentes do nosso país.
ár
Di
 À HORA DO FECHO
www.savana.co.mz 
EF
+VOIP
EF

t
"/0
99***
t
/o 1172
se
Diz-
IMAGEM DA SEMANA Diz-
s e. . .

t

"OEBWB
P
QPWP
BDBMNBEP
DPN
B
BVUPOPNJB
RVF
QBSFDJB
HP[BS
P

B
BVUPOPNJB
RVF
QBSFDJB
HP[BS
P

UJNPOFJSP
EB
OBÎÍP
RVBOEP
B
$1
SFTPMWFV
BDPSEBS
F
SFDPSEBS
FN

QMFOB
"3
QBSB
B
1(3
UPNBS
OPUB
RVF
B
3FOBNP
EFWF
TFS
JMFHB
QMFOB
"3
QBSB
B
1(3
UPNBS
OPUB
RVF
B
3FOBNP
EFWF
TFS
JMFHB-
MJ[BEB
F
RVF
BDÎÍP
DSJNJOBM
EFWF
TFS
JOUFOUBEB
DPOUSB
P
UJP
"GP
MJ[BEB
F
RVF
BDÎÍP
DSJNJOBM
EFWF
TFS
JOUFOUBEB
DPOUSB
P
UJP
"GPO-
TP
"mOBM
FN
RVF
mDBNPT
DBSP
'JMJQF
%JÈMPHP
PV
JMFHBMJ[BÎÍP
F

o
CPNCBT
TPCSF
B
(PSPOHPTB

t

"
NJTTÍP
EP
'.*
EFJYB
FTUB
TFYUB
.BQVUP
EFQPJT
EF
VNB
EJTDSF
t

"
NJTTÍP
EP
'.*
EFJYB
FTUB
TFYUB
.BQVUP
EFQPJT
EF
VNB
EJTDSFUB

log
NJTTÍP
EF
BWBMJBÎÍP
"P
RVF
EJ[FN
RVFSJBN
NVJUP
TBCFS
EPT
QMB
NJTTÍP
EF
BWBMJBÎÍP
"P
RVF
EJ[FN
RVFSJBN
NVJUP
TBCFS
EPT
QMB-
OPT
EP
HPWFSOP
F
EP
TFV
0SÎBNFOUP
3FDUJmDBUJWP
RVF
OVODB
NBJT

TBJ
"
BVEJUPSJB
GPSFOTF
Ï
NFTNP
QBSB
JS
QBSB
B
GSFOUF
F
FSB
CP
TBJ
"
BVEJUPSJB
GPSFOTF
Ï
NFTNP
QBSB
JS
QBSB
B
GSFOUF
F
FSB
CPN

RVF
BT
mHVSBT
EF
.BMFJBOF
F
3PTÈSJP
RVF
OÍP
TBCFN
NFUBEF
EB

NJTTB
F
TFVT
QFDBEPT

GPTTFN
TVCTUJUVÓEPT
QFMPT
WFSEBEFJSPT
BDU
NJTTB
F
TFVT
QFDBEPT

GPTTFN
TVCTUJUVÓEPT
QFMPT
WFSEBEFJSPT
BDUP-
SFT
OB
DPOUSBDÎÍP
EBT
EÓWJEBT
1BSFDF
QPSÏN
RVF
IÈ
RVFN
QFOTF
SFT
OB
DPOUSBDÎÍP
EBT
EÓWJEBT
1BSFDF
QPSÏN
RVF
IÈ
RVFN
QFOTF

TPCSFUVEP
B
QBSUJS
EB
$BTB
#SBODB
RVF
B
[BOHB
EB
DPNVOJEBEF

JOUFSOBDJPOBM
Ï
DPJTB
QBTTBHFJSBy

t

6N
EPT
FDPOPNJTUBT
NBJT
UFMFWJTJWPT
EP
QBÓT
RVF
OBT
IPSBT
W
t

6N
EPT
FDPOPNJTUBT
NBJT
UFMFWJTJWPT
EP
QBÓT
RVF
OBT
IPSBT
WBHBT

ció
EBWB
DPOTVMUBT
OB
FTDPMJOIB
EP
CBSVMIP
WBJ
BHPSB
UFS
EF
QSPWBS
BT

EBWB
DPOTVMUBT
OB
FTDPMJOIB
EP
CBSVMIP

TVBT
UFPSJBT
OP
TFJP
EP
HPWFSOP
.FTNP
RVF
TØ
UFOIB
QPTUP
EF

WJDF
1BSB
KÈ
WBJ
UFS
EF
FYQMJDBS
Ë
$5"
B
RVFTUÍP
EPT
FNQSFTÈSJ
WJDF
1BSB
KÈ
WBJ
UFS
EF
FYQMJDBS
Ë
$5"
B
RVFTUÍP
EPT
FNQSFTÈSJPT

EF
DBSUÍP
EF
WJTJUB
y

t

0
IPNFN
EBT
DPMFDUBT
EJGÓDFJT
WPMUB
BP
BDUJWP
EFTUB
GFJUB
OBT
FT-
t

0
IPNFN
EBT
DPMFDUBT
EJGÓDFJT
WPMUB
BP
BDUJWP
EFTUB
GFJUB
O
UBUÓTUJDBT
-È
POEF
GPJ
UJSBEP
B
DPNJTTÈSJB
GSFM
DPOUJOVB
B
UF
UBUÓTUJDBT
-È
POEF
GPJ
UJSBEP
B
DPNJTTÈSJB
GSFM
DPOUJOVB
B
UFOUBS

JOWFOUBS
B
SPEB
"QBSFOUFNFOUF
TFN
HSBOEF
TVDFTTP
0
RVF
Ï
NBV

QBSB
P
BSSPNCBEP
DPGSF
EP
QBÓT
y

Prémio Norte-Sul 2015 atribuído a

so
t

1PS
GBMBS
EF
DPGSF
BSSPNCBEP
F
TFHVOEP
VN
EPT
EJÈSJPT
EP
SFHJNF

t

1PS
GBMBS
EF
DPGSF
BSSPNCBEP
F
TFHVOEP
VN
EPT
EJÈSJPT
EP
SFH
B
DIFGF
EP
NJOJTUÏSJP
RVF
DPOUSPMB
B
RVFJNB
EF
CBOEFJSBT
EPT
QBS-
B
DIFGF
EP
NJOJTUÏSJP
RVF
DPOUSPMB
B
RVFJNB
EF
CBOEFJSBT
EPT
QB
UJEPT
EB
PQPTJÎÍP
GPJ
SFDFCJEB
QFMP
FEJM
RVF
BDBCB
EF
DVNQSJS


UJEPT
EB
PQPTJÎÍP
GPJ
SFDFCJEB
QFMP
FEJM
RVF
BDBCB
EF
DVNQSJS

EJBT
EF
QSJTÍP
DPOWFSUJEB
FN
NVMUB
MÈ
QBSB
BT
CBOEBT
EP
/JBTTB

EJBT
EF
QSJTÍP
DPOWFSUJEB
FN
NVMUB
MÈ
QBSB
BT
CBOEBT
EP
/JBTTB
Joaquim Chissano e Lora Pappa /ÍP
IÈ
VN
JOTUSVNFOUP
OP
"QBSFMIP
EF
&TUBEP
F
TJNJMBSFT
RVF

DPSSF
FN
QBSBMFMP
DPN
P
QSPDFTTP
DSJNJOBM
F
RVF
QPEF
TFS
BDUJWBEP

DPSSF
FN
QBSBMFMP
DPN
P
QSPDFTTP
DSJNJOBM
F
RVF
QPEF
TFS
BDUJWB
QBSB
RVFTUÜFT
EJTDJQMJOBSFT

O
antigo Presidente mo- 0SHBOJ[BÎÍP
EBT
/BÎÜFT
6OJEBTw BOUJHPT
1SFTJEFOUFT
QPSUVHVFTFT

çambicano Joaquim $IJTTBOP
Ï
P
SPTUP
EF
iVN
DPOKVO- .ÈSJP
4PBSFT
F
+PSHF
4BNQBJP
BP
t

/BT
*MIBT
#SVNPTBT
BT
UBJT
RVF
DPOUBWBN
FTUB
NBESVHBEB
PT
WP-
um
Chissano e a activista UP
EF
NVEBOÎBT
TØDJPFDPOØNJDBT
FYQSFTJEFOUF
EB
"TTFNCMFJB
EB
UPT
TF
RVFSFN
PV
OÍP
FTUBS
DPN
B
&VSPQB
6OJEB
VNB
EFQVUBEB

grega Lora Pappa, res- RVF
USBOTGPSNBSBN
.PÎBNCJ- 3FQÞCMJDB
"OUØOJP
EF
"MNFJEB
EB
PQPTJÎÍP
GPJ
FTGBRVFBEB
F
EFQPJT
NPSUB
B
UJSP
RVBOEP
TBÓB
EF

ponsável de uma organização de RVF
F
Ï
SFTQPOTÈWFM
QFMB
QSJNFJ- 4BOUPT
BP
BOUJHP
1SFTJEFOUF
EP
VNB
SFVOJÍP
OP
TFV
DÓSDVMP
FMFJUPSBM
0
1.
JOUFSSPNQFV
JNF-
apoio a refugiados, são os laurea- EJBUBNFOUF
B
DBNQBOIB
QBSB
P
SFGFSFOEP
B
.JOJTUSB
EP
*OUFSJPS

SB
$POTUJUVJÎÍP
EP
QBÓT
EBUBEB
#SBTJM
-VJ[
*OÈDJP
-VMB
EB
4JMWB

GF[TF
Ë
JNQSFOTB
QBSB
QSFTUBS
EFDMBSBÎÜFT
DPOEFOBOEP
P
BDUP

dos do Prémio Norte-Sul 2015 do EF
w
BMÏN
EF
QFSUFODFS
BPT
(FMEP-
BP
DBOUPS
JSMBOEÐT
#PC
(FMEP
*NBHJOFTF
DÈ
OP
CVSHP
RVBOEP
BCPSEBEP
TPCSF
P
CBMFBNFOUP

Conselho da Europa. $POTFMIPT
$POTVMUJWPT
EF
EJWFS- Ċ
Ë
SBJOIB
3ÉOJB
EB
+PSEÉOJB
Ë
EP
BDBEÏNJDP
+PTÏ
.BDVBOF
B
ÞOJDB
DPJTB
JOUFMJHFOUF
RVF
P
OPTTP

TBT
PSHBOJ[BÎÜFT
JOUFSOBDJPOBJT
QPMÓUJDB
GSBODFTB
4JNPOF
8FJM
Ë
.JOJTUSP
EP
*OUFSJPS
DPOTFHVJV
EJ[FS
Ï
RVF
IBWJB
VN
KPSOBMJTUB
EB

0
QSÏNJP
Ï
BUSJCVÓEP
BOVBMNFOUF
JODMVJOEP
BT
/BÎÜFT
6OJEBT QSJNFJSB
NVMIFS
QSFTJEFOUF
EB
*S-
QSJNFJSB
NVMIFS
QSFTJEFOUF
EB
*S 57
FTUBUBM
RVF
UBNCÏN
UJOIB
TJEP
BMWP
EF
VN
BTTBMUP
B
EVBT
QFSTPOBMJEBEFT
VNB
PSJVO- +È
-PSB
1BQQB
GVOEBEPSB
EB
PSHB-
+È
-PSB
1BQQB
GVOEBEPSB
EB
PSHB MBOEB
.BSZ
3PCJOTPO
Ë
NPÎBN-
MBOEB
.BSZ
3PCJOTPO
Ë
NPÎBN
EB
EP
/PSUF
F
PVUSB
EP
4VM
iRVF
OJ[BÎÍP
OÍPHPWFSOBNFOUBM
.&- .&- CJDBOB
(SBÎB
.BDIFM
F
Ë
KPSOBMJT-
CJDBOB
(SBÎB
.BDIFM
F
Ë
KPSOBMJT t

6N
EPT
BSRVJUFDUPT
EB
JOHMØSJB
NÈRVJOB
EF
QSPQBHBOEB
EP
BO-
TF
EFTUBDBSBN
OP
QMBOP
JOUFSOB- 5"ESBTJ
Ï
SFDPOIFDJEB
QFMP
TFV
UB
UVOJTJOB
4PVIBZS
#FMIBTTFO UFSJPS
SFHJNF
RVJT
EBS
P
BS
EB
TVB
HSBÎB
FOUSFUFOEPOPT
DPN
JO-
de

DJPOBM
QFMB
TVB
BDÎÍP
FN
QSPM
EB
iUSBCBMIP
OP
BQPJP
F
FODBNJOIB-
FODBNJOIB- $SJBEP
FN

P
$FOUSP
/PSUF-
$SJBEP
FN

P
$FOUSP
/PSUF GBOUJMJEBEFT
TPCSF
B
EÓWJEB
PDVMUB
0T
RVF
OÍP
TF
DPOUFOUBN
DPN

EFGFTB
EPT
EJSFJUPT
IVNBOPT
F
EB
NFOUP
EF
NJHSBOUFT
F
SFGVHJBEPT
4VM
JOJDJPV
B
TVB
BDUJWJEBEF
FN
QFRVFOBT
GÈCVMBT
QFSHVOUBN
$PN
UPEP
P
QPEFS
EF
EJUBEVSB
EF

EFNPDSBDJB
DPOUSJCVJOEP
QBSB
VN
TPCSFUVEP
BPT
HSVQPT
NBJT
WVMOF--
TPCSFUVEP
BPT
HSVQPT
NBJT
WVMOF 
QBSB
FTUBCFMFDFS
QMBUBGPSNBT
WPUP
RVF
B
'SFM
UFN
OB
FTDPMJOIB
EP
CBSVMIP
QPSRVF
Ï
RVF
FTTF

NVOEP
NBJT
JOUFSEFQFOEFOUF
F
SÈWFJT
DPNP
BT
DSJBOÎBT
F
NFOP-
NFOP JOUFS-
EF
EJÈMPHP
FN
NBUÏSJB
EF
JOUFS QPEFS
OÍP
GPJ
VTBEP
&
GB[FN
OPUBS
NBJT
FN
RVFTUÜFT
NJMJUBSFT

P
QSPQPOFOUF
OÍP
UFN
RVF
EBS
NVJUPT
EFUBMIFT
)È
WF[FT
mDBS

TPMJEÈSJPw
EJWVMHPV
OFTUB
RVBSUB- SFT
OÍP
BDPNQBOIBEPTw
SFGFSF
P
EFQFOEÐODJB
F
TPMJEBSJFEBEF
DPN

DBMBEP
UPSOBTF
VNB
WJSUVEF

GFJSB
P
$FOUSP
/PSUF4VM
PSHB- $FOUSP
/PSUF4VM SFHJÜFT
TJUVBEBT
GPSB
EP
DPOUJOFO-
SFHJÜFT
TJUVBEBT
GPSB
EP
DPOUJOFO
OJTNP
EP
$POTFMIP
EB
&VSPQB
"
0/(
DSJBEB
FN

QSFUFO-
"
0/(
DSJBEB
FN

QSFUFO UF
FVSPQFV
OP
RVBESP
EB
iQPMÓUJDB
t

4PCSF
QSPQBHBOEB
F
SFQSFTTÍP
OB
WJ[JOIB
;ÉNCJB
FTUB
UFSÎB
P

DPN
TFEF
FN
-JTCPB EF
DPMNBUBS
GBMIBT
OB
HFTUÍP
EPT
EF
WJ[JOIBOÎBw
EP
$POTFMIP
EB
1PTU
P
NBJT
FNCMFNÈUJDP
KPSOBM
JOEFQFOEFOUF
EP
QBÓT
GPJ
GFDIB-
"T
EJTUJOÎÜFT
TFSÍP
FOUSFHVFT
QFMP
NPWJNFOUPT
NJHSBUØSJPT
OB
(SÏ-(SÏ &VSPQB
"DUVBMNFOUF
DPOUB
DPN

io

EP
QFMP
HPWFSOP
.PUJWP
GPSNBM
EFWF
QBHBS
64% 
NJMIÜFT
FN

1SFTJEFOUF
EB
3FQÞCMJDB
.BSDFMP
DJB
OPNFBEBNFOUF
OB
SFTPMVÎÍP

NFNCSPT
"OEPSSB
"[FSCBJ- JNQPTUPT
.BT
PT
KPSOBMJTUBT
GBMBN
OB
EFOÞODJB
EF
VN
DBTP
EF

3FCFMP
EF
4PVTB
OP
EJB

EF
+V- EF
EJmDVMEBEFT
EF
DPNVOJDBÎÍP
KÍP
#VMHÈSJB
$BCP
7FSEF
$SPÈ- DPSSVQÎÍP
FOWPMWFOEP
VN
BTTFTTPS
EB
QSFTJEÐODJB
F
VN
IPNFN

OIP
OVNB
DFSJNØOJB
OB
"TTFN- "
.&5"ESBTJ
KÈ
HBSBOUJV
NBJT
EF
DJB
$IJQSF
&TQBOIB
(SÏDJB
-JF- EF
OFHØDJPT
DIJOÐT
CMFJB
EB
3FQÞCMJDB 
NJM
TFTTÜFT
EF
JOUFSQSFUBÎÍP
DIUFOTUFJO
-VYFNCVSHP
.BMUB

%F
BDPSEP
DPN
P
PSHBOJTNP
+P- JOEJWJEVBJT
F
FWJUPV
RVF
DFSDB
EF
.POUFOFHSP
.BSSPDPT
1PSUVHBM
t

1PS
FTUB
F
QPS
PVUSBT
.P
*CSBIJN
P
NBHOBUB
TVEBOÐT
FTUF
BOP

ár

BRVJN
$IJTTBOP
1SFTJEFOUF
EF
USÐT
NJM
DSJBOÎBT
NJHSBOUFT
GPTTFN
4ÍP
.BSJOP
4BOUB
4Ï
F
4ÏSWJB OÍP
FODPOUSPV
OFOIVN
QSFTJEFOUF
BGSJDBOP
B
RVFN
HBMBSEPBS

DPN
P
QSÏNJP
RVF
MFWB
P
TFV
OPNF
.PÎBNCJRVF
FOUSF

F

MFWBEBT
QBSB
DFOUSPT
EF
EFUFOÎÍP
'VOEBEP
B

EF
.BJP
EF

P

iÏ
SFDPOIFDJEP
QFMP
TFV
DPOUSJCV-
iÏ
SFDPOIFDJEP
QFMP
TFV
DPOUSJCV FODBNJOIBOEPBT
QBSB
VNB
SFEF
$POTFMIP
EB
&VSPQB
Ï
B
NBJT
BO-
Em voz baixa
UP
QBSB
P
SFGPSÎP
EFNPDSÈUJDP
FN
BDPMIJ-
EF
GBNÓMJBT
PV
DFOUSPT
EF
BDPMIJ UJHB
JOTUJUVJÎÍP
FVSPQFJB
FN
GVO-
t

"PT
QPVDPT
WBJ
UPNBOEP
DPOUPSOPT
B
BQBSJÎÍP
EF
VN
OPWP
NJOJT-
«GSJDB
F
P
TFV
FOWPMWJNFOUP
OB
NFOUP
BEFRVBEPT DJPOBNFOUP
JOUFHSBOEP

&TUB- UÏSJP
EF
DPOUSPMF
JEFPMØHJDP
EPT
NFJPT
EF
DPNVOJDBÎÍP
BGFDUPT
BP

QSPDVSB
EB
SFTPMVÎÍP
QBDÓmDB
EF
0
QSÏNJP
RVF
WBJ
OB
‹
FEJÎÍP
EPT
JODMVJOEP
UPEPT
PT
QBÓTFT
RVF

Di

SFHJNFPV
QBHPT
DPN
JNQPTUPT
EP
QPWP
4FSÈ
NFSB
DPJODJEÐODJB

DPOnJUPT
FN
EJGFSFOUFT
[POBT
EP
KÈ
GPJ
BUSJCVÓEP

FOUSF
PVUSPT

BP
GPSNBN
B
6OJÍP
&VSPQFJB
PV
DSJUÏSJP
FEJUPSJBM
RVF
B
NBSDIB
EF
QSPUFTUP
DPOUSB
EÓWJEB
OÍP

DPOUJOFOUF

OPNFBEBNFOUF
OB
TVB
FYTFDSFUÈSJPHFSBM
EB
0/6
F
NFSFDFV
RVBMRVFS
SFGFSÐODJB
OPT
EJUPT
NFJPT
RVBMJEBEF
EF
FOWJBEP
FTQFDJBM
EB
/PCFM
EB
1B[

,Pm
"OOBO

BPT
(Lusa e Redacção)
Savana 24-06-2016
Portos nacionais preparam cabotagem
um
de
O
Ministro dos Trans-
portes e Comunicações
io
celebrou, esta quarta-
-feira, memorandos de
entendimento com quatro con-
cessionárias dos portos de Ma-
puto, Beira, Nacala e Quelimane,
visando a revitalização da cabo-
ár
tagem marítima.
Os entendimentos alcançados
vão permitir a priorização da
atracação dos navios de cabota-
Di
gem marítima nos portos nacio-
nais, redução de tarifas portuárias
na ordem de 60 por cento no
Porto da Beira e 50 por cento nos
portos de Maputo, Nacala, Que-
limane e Pemba.
Espera-se, igualmente, a redu-
ção, em 40 por cento, das taxas
de prestação de serviços aos ope-
radores de cabotagem, cobradas
pelo Instituto Nacional da Ma-
rinha (INAMAR), e da taxa de
ajudas à navegação, cobrada pelo
Instituto Nacional de Hidrogra-
fia e Navegação (INAHINA).
Intervindo na ocasião, o ministro
0DSXWRGH-XQKRGH‡$12;;,,,‡1o 1172
dos Transportes e Comunicações,
Carlos Mesquita, referiu que se
encontra na fase final a harmoni-
zação da proposta do Decreto que
vai estabelecer o registo especial
para o transporte marítimo de
cabotagem, atribuindo a bandeira
nacional aos navios estrangeiros
sob determinadas condições de
operação em Moçambique, para
além da reestruturação da Trans-
marítima.
“É nossa visão criar uma empre-
sa de bandeira nacional. Está em
curso o processo de reestrutura-
ção da Transmarítima, com vista
a torná-la numa companhia de
bandeira para a dinamização da
cabotagem”, disse o governante,
assegurando que o debate sobre
a abertura ou não da cabotagem
para operadores estrangeiros, em
face da ausência de frotas nacio-
nais, vai prosseguir.
Num outro desenvolvimento,
Carlos Mesquita destacou os
trabalhos em curso com as Al-
fândegas de Moçambique com o
objectivo de encontrar mecanis-
o
log
ció
so
mos para a simplificação de pro-
cedimentos nos portos nacionais,
relativamente à carga de cabota-
gem.
Assinaram os memorandos de
entendimento com o Ministério
dos Transportes e Comunicações
a Sociedade de Desenvolvimento
do Porto de Maputo (MPDC),
Cornelder de Moçambique, Cor-
redor de Desenvolvimento do
Simango trabalha em Kamubukwana
O
Presidente do Con-
selho Municipal
de Maputo, David
Simango iniciou
esta quinta-feira, uma visita
de trabalho de dois dias ao
distrito municipal de Kamu-
bukwana.
No primeiro dia de trabalho,
Simango procedeu a inau-
guração do Centro de Saúde
Norte (CDN) e Cornelder de
Quelimane.
O director executivo da MPDC,
Osório Lucas, disse que os me-
morandos representam, para os
parceiros e o Governo, um estí-
mulo à produção nacional e ao
comércio interno. “Os acordos
prevêem a redução de tarifas e
uma maior atenção ao serviço de
cabotagem para contribuir para
de Inhagoia, localizado no bairro
com mesmo nome, inaugurou
também as obras prioritárias do
projecto de requalificação do
bairro George Dimitrov e en-
tregou os títulos de Direito de
Uso e Aproveitamento de Terra
(DUAT) aos camponeses da es-
tufa da casa agraria.
O primeiro dia de trabalho do
edil da capital terminou com a
reunião com as microempresas de
13
que o custo dos produtos aos con-
sumidores nacionais diminuam,
através da redução dos custos de
transporte”, frisou.
No caso particular do Porto de
Maputo, conforme realçou Osó-
rio Lucas, foi proposta uma redu-
ção nas taxas, na ordem de 50 por
cento, entre outros incentivos às
actividades na área da cabotagem.
recolha de resíduos sóli-
dos.
Hoje último dia de visita
à Kamubukwana, Siman-
go vai inaugurar duas
bombas de combustíveis,
uma localizada no bairro
de Zimpeto e outra no
bairro de Magoanine e
ainda o posto de cobran-
ça de KaMubukwana.
(Redação)
14
PUBLICIDADE
CONVITE PARA MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE PARA
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PARA UM PROJECTO INTEGRADO DE MINI – REDE ALIMENTADO POR ENERGIA
SOLAR FOTOVOLTAICA E/OU POR OUTRA FONTE DE ENERGIA RENOVÁVEL PARA ENI EAST AFRICA S.p.A.
NA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
A Eni East Africa S.p.A. (EEA) convida à todas as em-
presas interessadas e experientes para submeterem a sua
Expressão de Manifestação de Interesse para a prestação
de serviços para um projecto integrado de Mini-rede ali-
mentado por energia solar e/ou por outra fonte de energia
renovável a ser executado na República de Moçambique.
O âmbito do trabalho consiste no fornecimento de um ser-
viço de energia multi-uso com o uso de painéis solares e/
ou outra tecnologia renovável como fonte principal.
As empresas interessadas poderão submeter a sua Expres-
são de Manifestação de Interesse para “prestação de ser-
viços para um projecto integrado de mini-rede alimenta-
do por energia solar fotovoltaica e/ou por outra fonte de
energia renovável, através do seu registo no nosso website
abaixo indicado (Mozambique Application), submetendo os
seguintes documentos:
1. Estrutura da Empresa/Grupo com a lista dos principais
DFFLRQLVWDVHGRVEHQHÀFLiULRVÀQDLVFDVRDHPSUHVDQmR
esteja cotada na bolsa de valores);
2. Scan da cópia autenticada da Certidão de Registo Co-
um
mercial e nome da Entidade Legal;
3. Estrutura da entidade em Moçambique e estrutura or-
ganizacional;
4. Prova documentada de um mínimo de 5 anos de experi-
ência na prestação de serviços para projectos de natureza
semelhante;
&ySLDGDV&HUWLÀFDo}HVRXGRFXPHQWDomRTXHHYLGHQ-
&ySLDGDV&HUWLÀFDo}HVRXGRFXPHQWDomRTXHHYLGHQ
cie que o Sistema de Gestão de Saúde, Segurança e Am-
de
biente encontra-se em conformidade com os requisitos de
Savana 24-06-2016
o
log
Sujeito à submissão da Manifestação de Interesse e ao
cumprimento com toda a documentação acima indica-
da, as empresas interessadas poderão receber da Eni East
$IULFDR3DFRWHGH4XDOLÀFDomR
A Eni East Africa S.p.A fará uma avaliação da documen-
tação acima solicitada e, caso o resultado da avaliação seja
ció
satisfatório, irá incluir o candidato na sua Lista de Forne-
cedores com vista a considerar a empresa em futuros pro-
cessos de concurso relacionados com as actividades em
questão.
$SHQDVDVHPSUHVDVRXFRQVyUFLRVRX-9TXDOLÀFDGRVTXH
so
têm demonstrado capacidade e experiência recente do
fornecimento do serviço acima exigido serão considera-
dos para potenciais propostas para o âmbito do serviço
descrito acima.
A solicitação de informação e documentação tem como
REMHFWLYRLQLFLDUXPD´DYDOLDomRSDUDTXDOLÀFDomRµHGDU
uma oportunidade às empresas seleccionadas de fornecer
detalhes da sua estrutura legal, gestão, experiência, recur-
sos e sua capacidade global para executar o serviço.
Este inquérito não deverá ser considerado um convite
para concurso e portanto, não representa nem constitui
nenhuma promessa, obrigação ou compromisso de qual-
quer tipo da parte da Eni East Africa S.p.A em celebrar
contratos ou acordos com qualquer empresa que participe
do presente pré-inquérito.
SDGU}HVLQWHUQDFLRQDLV,622+6$6HWF«
6. Evidência do Sistema de Gestão de Qualidade em con- &RQVHTXHQWHPHQWHWRGRVRVGDGRVHLQIRUPDo}HVIRUQHFL-
IRUPLGDGHFRPRSDGUmR,62 dos pela empresa não deverão ser considerados como um
 EDODQoRV ÀQDQFHLURV DQR SDVVDGR  5HODWyULR $QXDO
TXHSURYHDFDSDFLGDGHÀQDQFHLUDPtQLPDSDUDDUHDOL]D-
TXHSURYHDFDSDFLGDGHÀQDQFHLUDPtQLPDSDUDDUHDOL]D
ção do trabalho.;
io
compromisso por parte da Eni East Africa em celebrar um
contrato ou acordo com a empresa, nem deverá possibili-
tar que a empresa reivindique qualquer indeminização da

parte da Eni East Africa S.p.A.

O website para o registro está disponível no seguinte URL:
KWWSVHSURFXUHPHQWHQLLWLQWBHQJ6XSSOLHUV4XDOLÀ- 7RGRVRVGDGRVHLQIRUPDo}HVIRUQHFLGRVQRkPELWRGHVWH
KWWSVHSURFXUHPHQWHQLLWLQWBHQJ6XSSOLHUV4XDOLÀ
cation/Mozambique-Application (para as candidaturas LQTXpULWRVHUmRWUDWDGRVFRPRHVWULWDPHQWHFRQÀGHQFLDLV
ár

em língua inglesa) e não serão divulgados ou comunicados a pessoas ou em-

presas não autorizadas, com excepção da Eni East Africa
https://eprocurement.eni.it/int_ita/Fornitori/Qualifi- S.p.A.
ca/Autocandidatura-Mozambico (para as candidaturas
Di

em língua portuguesa/italiana) O prazo para a submissão da Manifestação de Interesse

através do nosso website termina no dia 7 de Julho de
IMPORTANTE: A submissão deverá fazer referência ao 2016.
código de Produto/Serviço abaixo indicado:
BB03AG08 - GENERATION SYSTEM WITH SOLAR Para qualquer questão adicional por favor contacte-nos
CELLS através do seguinte endereço: eea.procurement@eni.com
Quaisquer custos incorridos pelas empresas interessadas
Dentro da página da candidatura, na secção “Objecto de na preparação da Manifestação de Interesse serão da total
Candidatura” seleccione na lista em cascata do Tipo de responsabilidade das empresas, as quais não terão direito
Candidatura a opção “provisão de projecto Mini-rede ali- a qualquer reembolso por parte da Eni East Africa S.p.A a
mentado por energia solar fotovoltaica e/ou renovável”. este respeito.
Savana 24-06-2016 15
PUBLICIDADE

REQUEST FOR EXPRESSION OF INTEREST FOR THE

PROVISION OF SERVICES FOR A SMART MINI – GRID POWERED BY SOLAR PHOTO–VOLTAIC ENERGY

o
OR OTHER RENEWABLE ENERGY SOURCE FOR ENI EAST AFRICA S.p.A.
ACTIVITIES IN THE REPUBLIC OF MOZAMBIQUE

log
Eni East africa S.p.A. (EEA) invites interested com- IMPORTANT:
panies to submit expressions of interest for the pro- The submission must refer to the following commo-
vision of a Smart Mini – Grid powered by solar and/ dity code:
or other renewable energy source to be carried out BB03AG08 - GENERATION SYSTEM WITH SO-
for Eni East Africa’s activities in the Republic of Mo- LAR CELLS
zambique.

The scope of the work is to provide a multi-utility
energy service with the use of solar panels and/or
other renewable solutions as the main energy gene-
ration source.
Companies interested in this invitation may submit
their Expression of Interest to participate in a tender
ció
Within the website application, under the section
“Object of the Application”, the area “Origin of in-
vitation” shall be completed as follows : “provision
of services for a smart mini-grid powered by solar
photo-voltaic and/or renewables”.
Subject to the submission of the application and

process for “provision of services for a smart mini-
-grid powered by solar photo-voltaic and/or other
renewable source” by registering on our website in-
dicated below and submitting the following requi-
red documentation:
um
1. Company/group structure with the list of major
VKDUHKROGHUVDQGXOWLPDWHEHQHÀFLDULHVLIQRWOLVWHG
in the stock exchange);
6FDQQHGFHUWLÀHGFRS\RIWKHWUDGHUHJLVWHUOHJDO
entity name and contact person for receiving quali-
ÀFDWLRQDQGFRPPHUFLDOLQIRUPDWLRQ This enquiry shall not be considered an invitation to
3. Entities structure in Mozambique and organizatio-
nal structure;
de
so
to the compliance of all the above documentation,
Companies interested in this Expression of Interest
PD\ UHFHLYH IURP (QL (DVW $IULFD WKH 4XDOLÀFDWLRQ
Package
Eni East Africa will evaluate the above requested
GRFXPHQWDWLRQDQGLIVDWLVÀHGZLOOLQFOXGHWKHDS-
GRFXPHQWDWLRQDQGLIVDWLVÀHGZLOOLQFOXGHWKHDS
plicant in its Vendor List for consideration in future
tender processes regarding the subject activities.
This is not an invitation to participate in the above-
mentioned potential Tender but only an invitation to
participate to the Expression of Interest
bid and therefore it does not represent or constitute
any promise, obligation or commitment of any kind

4. Documented proof of at least 5 years’ experien-
ce in provision of the services for projects of similar
nature;
(YLGHQFHRI+HDOWK6DIHW\DQG(QYLURQPHQW0D-
(YLGHQFHRI+HDOWK6DIHW\DQG(QYLURQPHQW0D
nagement System that complies with the require-
PHQWVRI,QWHUQDWLRQDOVWDQGDUG,622+6$6
io
on the part of Eni East Africa, to enter into any agree-
ment or arrangement with you or with any company
participating in this pre-enquiry.
Consequently all data and information provided wi-
thin the application shall not be construed as a com-
mitment on the part of Eni East Africa to enter into

HWF any agreement or arrangement with you, nor shall
6. Evidence of Quality Management System in com-
SOLDQFHZLWK,62 from Eni East Africa.
7. Financial balance sheets (last year)/Annual Report
ár
SURYLQJPLQLPXPÀQDQFLDOFDSDFLW\IRUWKHUHDOL]D-
SURYLQJPLQLPXPÀQDQFLDOFDSDFLW\IRUWKHUHDOL]D
tion of the scope of work.
The registration website (Mozambique Application)
Di
is available to the following URL:
https://eprocurement.eni.it/int_eng/Suppliers/
4XDOLÀFDWLRQ0R]DPELTXH$SSOLFDWLRQ (for appli-
cation in English)
https://eprocurement.eni.it/int_ita/Fornitori/
4XDOLÀFD$XWRFDQGLGDWXUD0R]DPELFR (for appli-
cation in Portuguese/Italian)
they entitle your company to claim any indemnity
All data and information provided pursuant to this
HQTXLU\ ZLOO EH WUHDWHG DV VWULFWO\ FRQÀGHQWLDO DQG
will not be disclosed or communicated to non-autho-
UL]HGSHUVRQVRUFRPSDQLHVH[FHSWHQLDQGLWVDIÀOLD-
tes.
The deadline for submission of Expression of Inte-
rest through our website is set at 7th of July 2016.
For any additional queries please contact us through
the following email address:
eea.procurement@eni.com
Any cost incurred by interested companies in prepa-
ring the Expression of Interest shall be fully born by
Companies who shall have no recourse to Eni East
Africa in this respect.
16
USD400 milhões para
operacionalizar Machipanda
A
empresa pública
Caminhos de Fer-
ro de Moçambique
(CFM) necessita de
400 milhões de dólares norte-
-americanos para a operacio-
nalização da linha férrea de
Machipanda, um troço de
317 quilómetros, da cidade
da Beira, província de Sofala,
até ao posto administrativo
de Machipanda, província de
Manica.
O ministro dos Transportes e
Comunicações, Carlos Mes-
quita, assegurou que acaba
de ser concluído o estudo de
viabilidade para a reabilita-
ção daquela infra-estrutura
ferroviária, que se encontra
num estado técnico bastante
delicado.
“Terminámos o estudo de
viabilidade e agora vamos
analisar para apurar como
é que o processo de opera-
cionalização desta linha será
efectuado, nomeadamente a
reabilitação da própria linha
e a aquisição do respectivo
material circulante”, explicou
o governante, acrescentando
um
que a linha necessita de uma
intervenção urgente, para dar
vazão à demanda que tem
estado a existir naquele seg-
Pemba implanta “posto avançado” do ambiente em Muxara
G
arrafas plásticas descar-
de
tadas, separação do lixo
reciclável, plantio de ár-
vore, criação de um mi-
ni-jardim em casa, escola ou no
bairro foram algumas das ideias
defendidas no âmbito das come-
morações do Dia Internacional
do Meio Ambiente (05 de Junho)
na Cidade de Pemba, província de
io
Cabo Delgado, particularmente no
Bairro Municipal de Muxara.
Segundo os responsáveis do Con-
selho Municipal da Cidade de
ár
Pemba e do Projecto de Adaptação
das Cidades Costeiras, a implan-
tação de infra-estrutura verde no
Bairro Municipal de Muxara, par-
Di
mento de mercado.
Carlos Mesquita revelou que tem
estado a manter contactos com
vários parceiros, particularmente
chineses, que se mostram interes-
sados em avançar no projecto de
reabilitação da linha férrea de Ma-
chipanda.
“Vamos ver se podemos embarcar
no modelo BOT (Build–Operate–
Transfer), previsto na lei das Par-
cerias Público-Privadas, para evitar
que seja apenas o Estado a investir
sozinho nessa infra-estrutura”, fri-
sou o titular da pasta dos Transpor-
tes e Comunicações.
Numa breve abordagem ao sistema
ferroviário nacional, Carlos Mes-
quita indicou que a linha de Sena,
que liga o porto da Beira, em Sofa-
la, à cidade carbonífera de Moatize,
em Tete, está numa fase bastante
avançada de melhoramento da sua
capacidade. De cerca de seis mi-
lhões e meio de toneladas anual-
mente, esta infra-estrutura vai pas-
sar agora a ter cerca de 12 milhões
de toneladas por ano.
“As mineradoras de carvão utiliza-
ram a linha de Sena, no ano pas-
sado, para o transporte de cerca
de cinco milhões de toneladas de
carvão. Agora, para além do carvão,
precisamos pensar no transporte de
outras mercadorias clássicas, como
fertilizantes, trigo, arroz, granito,
ticularmente na Escola Primária
Completa, visa consciencializar os
alunos e professores sobre a pro-
tecção do meio ambiente, segundo
combustíveis, entre outras,
o
pois existe espaço para isso”,
sustentou o ministro.
Num outro desenvolvimento,
Carlos Mesquita disse ser ne-
log
cessário investir na aquisição
de meios circulantes adequa-
dos, nomeadamente locomoti-
vas, vagões e plataformas, para
fazer este tipo de transporte,
porque os vagões para o trans-
porte de carvão têm um for-
mato completamente distinto
dos de cargas normais.
ció
Temos depois as linhas fér-
reas de Limpopo, Goba e
Ressano-Garcia, que estão
operacionais, conforme garan-
tiu o governante, ressalvando,
entretanto, que a de Limpopo
opera com tráfego mais redu-
zido, devido às circunstâncias
económicas do Zimbabwe.
so
Quanto à linha de Goba, que
está a beneficiar da constru-
ção de uma nova ponte com
capacidade acrescida em ter-
mos de acomodação de cargas
mais pesadas em Boane, Carlos
Mesquita disse que a sua rea-
bilitação será concluída este
ano, depois de ter sido iniciada
no ano passado, num financia-
mento da empresa CFM, na
ordem de 18 milhões de dóla-
res norte-americanos.
deram a conhecer os responsáveis.
Para os proponentes do projecto,
os benefícios, que trará a conscien-
cialização sobre o ambiente a curto
Água da Namaacha
revitaliza biblioteca da Escola
de São José de Lhanguene
M
ais de 26 mil livros e
mobiliário novo foram
oferecidos, esta semana,
à biblioteca da Escola
da Missão de São José de Lhan-
guene, em Maputo, aquando da sua
reinauguração.
Este acto resulta do esforço con-
junto da Água da Namaacha e dos
cidadãos do município português
de Alcobaça em apoiar a educação
e o intelecto dos moçambicanos.
Com um extraordinário melho-
ramento, esta biblioteca apresenta
agora condições únicas e um equi-
pamento bibliográfico excepcional
que irá servir toda a comunidade
daquela zona avaliada em mais de
cem mil pessoas.
O responsável pela Missão de São
José de Lhanguene,
Lhanguene Pe. Leal, disse,
durante a inauguração da bibliote-
ca, que esta acção da Água da Na-
maacha “demonstra um altíssimo
sentido de responsabilidade social,
de amor ao próximo e de vontade
de realmente apoiar as pessoas mais
carentes num sector vital para o
desenvolvimento de Moçambique,
como é o da Educação”. O mes-
mo considerou a Água da Nama-
acha como um exemplo, enquan-
to empresa, “que colabora para a
construção das novas gerações de
prazo, podem agrupar-se em quatro
categorias, nomeadamente, social,
comunitária, ambiental e, acima de
tudo, económica.
De acordo com o projecto, no que
concerne ao primeiro benefício,
trata-se de incutir no homem a
necessidade de apreciar o ambiente
natural, tornar a vida mais agradá-
vel, através da forte relação que as
pessoas têm com o meio ambien-
te. O plantio de árvores em redor
das zonas residenciais e escolares,
que traz consigo um ambiente de
conforto, descanso e acima de tran-
quilidade, são outros dos objectivos
que se pretende atingir com o cha-
mado “primeiro benefício”.
No diz respeito aos benefícios co-
munitários, normalmente árvores
Savana 24-06-2016
moçambicanas e moçambicanos e
um exemplo a seguir por todas as
empresas nacionais”.
Por sua vez, Manuela Magaia, em
nome da Sociedade de Águas de
Moçambique,
Moçambique proprietária da Mar-
ca Água da Namaacha, referiu que
esta iniciativa, inserida no quadro
da responsabilidade social da em-
presa, reforça a estratégia seguida
pela mesma já há alguns anos, cuja
intenção é a de ser incrementada
para envolver cada vez mais pessoas
e comunidades, proporcionando às
mesmas a possibilidade de eleva-
rem o seu nível académico e cultu-
ral. “Este tipo de acções incorpora
o ADN da Água da Namaacha, da
mesma forma como a Água da Na-
maacha incorpora o ADN de Mo-
çambique. Ao contribuirmos para a
elevação do conhecimento das pes-
soas, contribuímos para a elevação
dos níveis de desenvolvimento do
país e esse é o nosso grande desejo”,
referiu Manuela.
Os livros bem como o mobiliário
oferecido pela Água da Namaacha
irão ser distribuídos também pela
Escola de Artes e Ofícios da Mo-
amba (Maputo) e pela Escola Téc-
nica de Inharrime (Inhambane),
cabendo cerca de oito mil livros a
cada instituição e servindo assim
mais de 300 mil pessoas.
nas cidades cumprem diversas fun-
ções: oferecem privacidade, realçam
paisagens ou ocultam aquelas que
são desagradáveis, reduzem a luz e
o reflexo, complementam ou real-
çam a arquitectura.
No que toca aos benefícios am-
bientais, bem como económico,
por um lado, no que diz respeito
ao primeiro, o plantio de árvores
joga um papel de extrema impor-
tância, na medida em que alteram
o meio ambiente, controlando o
clima, melhorando a qualidade do
ar, conservando a água e oferecen-
do abrigo à vida natural. Por outro
lado, os benefícios económicos que
advêm desta prática estão ligados à
redução de custos em resfriamento
do ambiente nas escolas e nas resi-
dências.