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“Guarda Vidas”.
Boa Vista – RR
APRESENTAÇÃO
1 – AFOGAMENTO...................... ...................................................................... 06
7 – ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR................................................................. 11
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE.............................................................................. 12
9 – PARADA RESPIRATÓRIA............................................................................... 12
9.1 Respiração Normal.................................................................................... 13
9.2 Respiração Anormal ....... ......................................................................... 13
9.3 Reanimação Pulmonar .................... ........................................................ 14
9.4 Técnica para Abertura das Vias Aéreas ..................................................... 14
9.5 Técnica para Ventilação Artificial .......................... .................................... 15
9.6 Acessórios para Reanimação Pulmonar ............ ......................................... 16
Anualmente uma média de 7.500 brasileiros morrem afogados em nossas praias, rios,
lagoas, represas, piscinas e outras áreas espelhadas. A taxa de óbitos por afogamento no Brasil
é de 4.1/100.000 habitantes (1995) e encontra-se infelizmente acima de outros países, como o
EUA (2.6), e a Austrália (2.8).
Infelizmente não podemos dizer o mesmo quanto aos afogamentos em água doce,
que se estima sejam 65 a 85% dos casos de óbitos em todo Brasil. Nesta área necessitamos
uma maior atuação através de campanhas de prevenção. Sabemos que o afogamento é a 2ª
causa de óbito entre as faixas de 5 e 14 anos de idade, 3a entre 15 e 19 anos e a 5a entre 1 e 4
anos em nosso país. Nossas crianças infelizmente são as maiores vítimas desta situação.
Estes dados demonstram a ocorrência de uma catástrofe anual, que deve ser
interrompida com a ajuda e colaboração de todos.
AFOGAMENTO
Definição: Morte por asfixia por imersão em meio líquido de qualquer natureza.
QUASE-AFOGAMENTO
A função respiratória fica prejudicada pela entrada de líquido nas vias aéreas,
interferindo na troca de O² — CO de duas formas principais: pela obstrução parcial
(freqüente) das vias aérea superiores por uma coluna de líquido e/ou mais freqüentemente
pela inundação dos alvéolos com este líquido. Estas duas situações provocam a diminuição ou
a abolição da passagem do O² para a circulação e do CO para o meio externo. Estes dois
efeitos imediatos que a asfixia provoca no organismo, dos quais derivam todas as outras
complicações, e serão maiores ou menores de acordo com a quantidade de líquido aspirado,
conforme veremos adiante nos diversos graus do afogamento.
FASES DO AFOGAMENTO
As fases de um afogamento se iniciam com urf ou pânico de afogar e uma luta para
manter-se na superfície, seguida deparada da respiração na hora da submersão, cujo tempo
dependerá da capacidade física de cada indivíduo. Ocorre, nesta hora, maior ou menor
aspiração de líquido que provoca uma irritação nas vias aéreas, suficiente para promover, em
certos casos, um espasmo da glote tão forte a ponto de impedir uma nova entrada de água,
caracterizando um afogamento do tipo seco (10% dos casos), sem água nos pulmões, mas
com asfixia. Em 90% dos casos não ocorre espasmos glóticos, havendo entrada de água em
vias aéreas, inundando o pulmão.
CLASSIFICAÇÃO DO AFOGAMENTO
No caso de afogamento em água doce (a água doce possui concentração de sal igual
a zero, ou seja, sem concentração), que tem concentração menor que o plasma sangüíneo, a
água passará rapidamente pela membrana alveolar para a circulação sangüínea, aumentando o
volume circulante nos vasos sangüíneos (hipervolemia) (efeito contrário ao da água do mar).
b) Afogamento Secundário: quando existe alguma causa que tenha impedido a vítima
de se manter na superfície da água e, em conseqüência, precipitou o afogamento.
3) Traumatismos 16,3%
A classificação não tem caráter evolutivo portanto deve ser estabelecida no local do
afogamento ou no primeiro atendimento, relatando se houve melhora ou agravamento do
quadro clínico.
GRAUS DO AFOGAMENTO
GRAU I
É representado pelas vítimas que aspiram quantidade mínima de água, suficiente para
produzir tosse. A ausculta pulmonar é normal ou apresenta sibilos (chiados no peito) ou
roncos. Seu aspecto geral é bom. Geralmente encontram-se lúcidas, porém, podem estar
agitadas ou sonolentas. Apresentam-se com frio, freqüência respiratória e cardíaca
aumentadas pelo esforço e pelo estresse do afogamento, mas sem sinais importantes de
comprometimento cardíaco ou respiratório (ausência de secreção oral ou nasal). A cianose
pode estar presente pela ação do frio e não pela hipóxia. Usualmente não necessitam de
atendimento médico, além de repouso, aquecimento e medidas que visem e seu conforto e
tranqüilidade.
GRAU II
GRAU III
GRAU IV
GRAU V
A vítima nestes casos se apresenta em apnéia (parada respiratória), mas com pulso
arterial presente, indicando atividade cardíaca. Encontra-se em coma leve a profundo
(inconsciente), com cianose intensa, grande quantidade de secreção oral e/ou nasal, e
distensão abdominal freqüente. Pode ser reanimado, se for atendido precocemente com o
restabelecimento de sua função respiratória, através dos métodos de respiração artificial.
Quando iniciada de imediato e aplicada adequadamente pode reverter o quadro inicial
rapidamente.
GRAU VI
mergulho (reflexo que reduz o consumo de oxigênio em mamíferos que entram dentro d’ água
reduzindo o metabolismo a níveis basais).
ABORDAGEM DA VÍTIMA
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
A) Vítima de quase-afogamento
12. Mantê-la aquecida com cobertor, mantendo apenas a face exposta e conduzi-la
para ambiente aquecido. Ex. interior da UR.
13. Se não há indícios de que tenha sofrido lesão de coluna, posicioná-la e mantê-la
na posição de drenagem postural - decúbito lateral esquerdo - durante o atendimento e
transporte.
ATENÇÃO
B) Vítima de afogamento
Introdução
Cardiopulmonar em Suporte Básico de Vida após dois anos de debates e rigorosa avaliação
científica, conforme consenso mundial para reanimação.
Parada Respiratória
Supressão súbita dos movimentos respiratórios, que poderá ou não, ser acompanhada de
parada cardíaca.
Avaliação: Determine a ausência de respiração através do método VOS (Ver, Ouvir e Sentir).
- Coloque o ouvido próximo à boca e nariz do paciente, enquanto mantém as vias aéreas
pérvias;
- Enquanto observa o tórax do paciente:
Respiração Normal
Respiração Anormal
Reanimação Pulmonar
1. Colocar o paciente em decúbito dorsal e posicionar-se ao seu lado, na altura dos ombros.
2. Colocar uma das mãos na testa do paciente e estender sua cabeça para trás.
3. Colocar a ponta dos dedos, indicador e médio, da outra mão apoiados na mandíbula para
levantá-la até perceber uma resistência ao movimento.
Método boca-máscara:
Método boca-a-boca:
Método boca-a-boca/nariz:
Cânula orofaríngea
Dispositivo usualmente feito de plástico, que pode ser inserido na boca e faringe do
paciente, a fim de sustentar a língua, evitando o bloqueio das vias aéreas.
O tipo mais comuns em APH é o que possue uma abertura no centro “Guedel”, a fim de
permitir a respiração ou acesso fácil para aspiração bilateralmente, devendo ser usada em
conjunto com o reanimador manual e colocada apenas em pacientes inconscientes.
Guedel
Reanimador Manual
Reservatório de O2
Máscara
Facial Bolsa principal
Parada Cardíaca
1. Localize a cartilagem da tireóide e coloque a ponta dos dedos (indicador e médio) ao lado
deste ponto, mantendo a cabeça em posição inclinada para trás (se não houver suspeita
de lesão na coluna cervical);
2. Deslize os dedos pelo espaço entre a traquéia e o músculo lateral do pescoço mais
próximo a você;
3. Exerça pequena pressão neste ponto e sinta o pulso da artéria carótida (adulto e criança).
Se não há pulso, inicie as compressões torácicas.
Localize o terço médio da parte interna do braço, entre o cotovelo e o ombro do lactente;
Com o polegar na face externa do braço, pressione com suavidade os dedos, indicador e
médio, contra o úmero para sentir o pulso braquial. Se não há pulso, inicie as
compressões torácicas.
A verificação dos pulsos carotídeo e braquial não deve levar mais de 5 a 10 segundos.
Compressões Torácicas
Conceito de OVACE
Adulto Lactente
Criança
É a obstrução súbita das VA superior causada por corpo estranho. A OVACE em adulto
geralmente ocorre durante a ingestão de alimentos e, em criança, durante a alimentação ou
recreação (sugando objetos pequenos).
Compressão abdominal
Compressão abdominal administrada administrada
Em paciente inconsciente em paciente consciente
TRAUMA EM OSSOS
Fratura
Ruptura total ou parcial de um osso.
Classes de fraturas
Aberta (exposta): O osso se quebra, atravessando a pele, ou existe uma ferida associada
que se estende desde o osso fraturado até a pele.
Deformidade: a fratura produz uma posição anormal ou angulação num local que não
possui articulações.
Sensibilidade: geralmente o local da fratura está muito sensível à dor;
Crepitação: se a vítima se move podemos escutar um som áspero, produzido pelo atrito
das extremidades fraturadas. Não pesquisar este sinal intencionalmente, porque aumenta a
dor e pode provocar lesões;
Edema e alteração de coloração: quase sempre a fratura é acompanhada de um certo
inchaço provocado pelo líquido entre os tecidos e as hemorragias. A alteração de cor
poderá demorar várias horas para aparecer;
Impotência funcional: perda total ou parcial dos movimentos das extremidades. A vítima
geralmente protege o local fraturado, não pode mover-se ou o faz com dificuldade e dor
intensa;
Fragmentos expostos: numa fratura aberta, os fragmentos ósseos podem se projetar
através da pele ou serem vistos no fundo do ferimento.
Dor: sempre acompanha a fratura de forma intensa;
Hemorragia: a lesão pode ser acompanhada de sangramento abundante ou não,
dependendo de secção ou não de uma arterial importante.
Hematoma: em caso de ferimentos fechados, é um bom indicador de trauma ósseo ou
suspeita deste.
Luxação: É o desalinhamento das extremidades ósseas de uma articulação fazendo com que
as superfícies articulares percam o contato entre si.
Perda definitiva de contato das superfícies articulares.
Edema;
Dor: aumenta se a vítima tenta movimentar a articulação;
Impotência Funcional: perda completa ou quase total dos movimentos articulares.
Entorse: É a torção ou distensão brusca de uma articulação, além de seu grau normal de
amplitude.
Perda momentânea de contato das superfícies articulares.
São similares à das fraturas e luxações. Sendo que nas entorses os ligamentos geralmente
sofrem ruptura ou estiramento, provocados pelo movimento brusco.
Razões para a imobilização provisória
Evitar a dor;
Prevenir ou minimizar: lesões futuras de músculos, nervos e vasos sangüíneos;
Manter a perfusão no membro;
Auxiliar a hemostasia.
Materiais de imobilização
Talas rígidas;
Talas moldáveis;
Talas infláveis;
CID (KED);
Talas de tração;
Colares cervicais;
Macas rígidas;
Bandagens triangulares;
Ataduras.
FERIMENTOS
CURSO DE GUARDA VIDAS 24
Definição
Podem ser definidos como agressão à integridade tecidual.
Tipos de Ferimentos
Existem diferentes tipos de ferimentos abertos em partes moles, os mais comuns são:
Abrasões ou Escoriações;
Ferimentos Incisos;
Ferimentos Lacerantes ou Lacerações;
Ferimentos Perfurantes ou Penetrantes;
Avulsões;
Eviscerações.
Abrasões ou Escoriações
Ferimentos Incisos
São lesões de bordas regulares produzidas por objetos cortantes, como lâminas de
barbear, facas e vidros quebrados, que podem causar sangramentos variáveis e danos a tecidos
profundos, como tendões, músculos e nervos. Devem ser protegidas com curativo estéril,
fixado com bandagens ou ataduras.
Lacerações
São lesões de bordas irregulares, produzidas por objetos rombos, onde o tecido ao longo
da extremidade da ferida é rasgado, produzindo extremidades ásperas. Devem ser protegidas
com curativo estéril, fixado com bandagens e ataduras.
São lesões que avançam através da pele e danificam os tecidos em uma linha
transversal. Podem ser provocados por objetos pontiagudos e armas de fogo. Uma ferida
penetrante pode ser perfurante, quando há um ponto de entrada e outro de saída. O
socorrista deverá considerar lesões de órgãos internos, quando o ferimento localizar-se nas
regiões do tórax ou abdômen. A lesão deve ser coberta completamente com curativo estéril.
CURSO DE GUARDA VIDAS 25
Avulsões
São lesões que envolvem rasgos ou arrancamentos de uma grande parte da pele. Se
possível e se a pele estiver ainda presa, deve ser recolocada sobre o ferimento, controlada a
hemorragia, e a seguir coberta com curativo estéril e fixada com bandagens ou ataduras.
Eviscerações
Estes ferimentos podem variar desde lesões abaixo da pele, até lesões severas em órgãos
internos. Basicamente o tratamento pré-hospitalar consiste em avaliar o acidentado, identificar
a lesão e tratar a hemorragia interna com imobilização e prevenir o choque.
Cuide de feridas fechadas como se houvesse hemorragia interna, prevenindo o choque.
Traumas específicos
No couro cabeludo
Ferimentos na face
Se houver objeto penetrante nas bochechas, empurrar de dentro para fora e cobrir com
compressas interna e externamente;
Se necessário, transportar o paciente lateralizado para drenar o sangue da boca;
Ter cuidado se houver lesão associada de pescoço. Manter posição neutra da cabeça.
Hemorragia nasal
Ferimentos no pescoço
Ferimentos abdominais
Dor ou contração;
Abdome protegido;
Respiração rápida e superficial;
Abdome sensível ou rígido.
Ferimentos na genitália
TRAUMATISMOS
Traumatismo Crânio-Encefálico
Fraturas de Crânio
As fraturas de crânio são comuns nas vítimas de acidentes que receberam impacto na
cabeça. A gravidade da lesão depende do dano provocado no cérebro.
São mais freqüentes lesões cerebrais, nos traumatismos sem fratura de crânio.
As fraturas poderão ser abertas ou fechadas.
Fraturas Abertas
Fraturas Fechadas
São as que afetam o osso sem, entretanto, expor o conteúdo da caixa craniana, não existe
solução de continuidade da pele.
Lesões encefálicas
Concussão
Quando uma pessoa recebe um golpe na cabeça ou na face, pode haver uma concussão
encefálica. Não existe um acordo geral sobre a definição de concussão exceto que esta
envolve a perda temporária de alguma ou de toda a capacidade da função encefálica. Pode não
haver lesão encefálica demonstrável. O paciente que sofre uma concussão pode se tornar
completamente inconsciente e incapaz de respirar em curto período de tempo, ou ficar apenas
confuso. Em geral o estado de concussão é bastante curto e não deve existir quando o
socorrista chegar ao local do acidente.
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Se o paciente não consegue se lembrar dos eventos ocorridos antes da lesão (amnésia),
existe uma concussão mais grave.
Contusão
O cérebro pode sofrer uma contusão quando qualquer objeto bate com força no crânio.
A contusão indica a presença de sangramento a partir de vasos lesados.
Quando existe uma contusão cerebral, o paciente pode perder a consciência. Outros
sinais de disfunção por contusão, incluem a paralisia de um dos lados do corpo, dilatação de
uma pupila e alteração dos sinais vitais. As contusões muito graves, podem produzir
inconsciência por período de tempo prolongáveis e também causar paralisia em todos os
membros.
Mesmo em contusões graves, pode haver recuperação sem necessidade de cirurgia
intracraniana.
As mudanças na recuperação são diretamente proporcionais aos cuidados dispensados
ao paciente desde o inicio das lesões. Os pacientes devem receber ventilação adequada,
reanimação cárdio-respiratória quando necessário, devendo ser transportado para o serviço de
emergência para uma avaliação e cuidados neurocirúrgicos.
Diretas
São produzidas por corpos estranhos que lesam o crânio, perfurando-o e lesando o
encéfalo.
Indiretas
Golpes na cabeça podem provocar, além do impacto do cérebro na calota craniana, com
conseqüente dano celular, hemorragias dentro do crânio. Este hematoma acarreta compressão
do tecido cerebral. A hipertensão intracraniana, provocada pela hemorragia e edema causa
lesão nas células cerebrais.
Tratamento pré-hospitalar:
1. Corrija os problemas que ameaçam a vida. Manter a permeabilidade das VA, a respiração
e a circulação. Administrar oxigênio (conforme protocolo local).
2. Suspeite de lesão cervical associada ao acidente e adotar os procedimentos apropriados.
3. Controle hemorragias (não deter saída de sangue ou líquor pelos ouvidos ou nariz).
4. Cubra e proteja os ferimentos abertos.
5. Mantenha a vítima em repouso.
6. Proteja a vítima para a possibilidade de entrar em convulsão.
7. Monitore o estado de consciência, a respiração e o pulso.
8. Trate o choque e evitar a ingestão de líquidos ou alimentos.
9. Esteja preparado para o vômito.
Não se deve conter sangramento ou impedir a saída de líquor pelo nariz ou ouvidos nos
traumatismos crânio-encefálicos (TCE). Poderá ocorrer aumento na pressão
intracraniana ou infecção no encéfalo.
Traumatismos de face
O principal perigo das lesões e fraturas faciais são os fragmentos ósseos e o sangue que
poderão provocar obstruções nas vias aéreas.
Sinais e sintomas
Tratamento pré-hospitalar
Sinais e Sintomas
Complicações
Tratamento pré-hospitalar