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CONTEÚÚ DO
I. DIVERSIDADE DE DONS 8
IDEIAS ERRONEAS ACERCA DOS DONS 9
O FALAR EM LÍNGUAS NA HISTÓRIA 27
Cessacionismo e o Falar em línguas 31
BIBLIOGRAFIA 71
Biografia do autor 74
OPERAÇÕES
OPERAÇÕES
DONS DONS
DONS
MINISTERIAIS
ESPIRITUAIS MINISTERIAIS
1
SPROÚL, R. C. Filosofia Para Iniciantes. Saã o Paulo: Editora Vida Nova, 2002, p. 16.
A. Carlos G. Bentes Paá gina 4 2/10/2018
“Soberanamente o Espírito Santo distribui dons à sua Igreja. A Igreja é um corpo
de membros dotados por Deus, que funciona dentro do arcabouço da unidade e da
diversidade”.2
Fp 2.13: “Porque Deus é o que opera (energiza) em vós tanto o querer como o
efetuar (energizar), segundo a sua boa vontade”.
1Co 12.7: “Mas a manifestação (fanerosis - φανέρωσις) do Espírito é dada a cada
um, para o que for útil”.
Também podemos adicionar: com que propósito este dom é usado? Pode ser o
conhecimento dos pensamentos dos corações. Ex: Lc 5.22; 6.8; 7.36-50; Mt 3.7-12;
1Rs 21.17-20; Jo 11.11-14; At 11.27-30; 9.10-18; 10.1-9; 1Rs 6.9; 2Rs 5.20-27; At 5.1-
10.
Lembrete: o fato de que algo seja revelado não significa, que ele deva ser
proferido imediatamente, ou até mesmo mais tarde. Uma palavra de conhecimento,
muitas vezes, vem inesperadamente, e tem freqüentemente, o propósito de nos levar à
oração com relação ao que Deus nos mostra. Ela pode envolver uma necessidade na
vida de um parente, de algum crente, ou de uma igreja local.
“A Palavra do Conhecimento” pode ser recebida através de uma revelação
silenciosa e a pessoa que recebeu esta manifestação deve pedir a Deus que lhe mostre o
que fazer com ela.
A palavra do conhecimento também pode ser usada para revelar doenças ou
possessão demoníaca (At 16.16-18).
11.O DOM DA FÉ. É o maior dos três dons de poder. É um dom do Espírito para
o crente, para que este possa realizar milagres. Quando se opera o Dom da Fé, é a Fé
concedida por Deus que funciona através dos homens (At 3.16).
Definição: Fé é o equipamento espiritual e sobrenatural do crente, para lhe
conceder o poder sobrenatural de confiar em Deus nas ocasiões em que só um milagre
glorioso poderia alterar a situação; confiar quando tudo está aparentemente perdido;
confiar quando não há a mínima esperança de uma solução.
TIPOS DE FÉ SOBRENATURAL:
1ª) Fé Salvadora. Esta é aquela resposta de Fé inicial a Deus, a qual nos
introduz no reino de Deus. Ela é a habilitação de Deus a uma pessoa para que esta o
Aceite e creia Nele (Jo 1.12; Gl 2.8,9; At 16.31; Rm 10.8-17; 12.3; Hb 11.1,6). O
veículo de Deus para nos salvar foi a Graça; nosso veículo em aceitá-la é a Fé ou uma
resposta de receptividade à sua Graça.
2ª) Fé como Fruto do Espírito Santo. Esta é a Fé gradativa, cada vez que
crescemos na Graça e no Conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Fé como
qualquer árvore cresce (Gl 5.22).
3ª) O Dom da Fé. É a habilidade dada por Deus de se crer Nele para o
impossível numa determinada situação. Ele não é tanto a Fé geral que crê em Deus para
suprir as nossas necessidades, etc, mas ele vai um passo além, onde “simplesmente
sabemos” que uma determinada coisa é a vontade de Deus e que vai acontecer.
Cremos que a Grande Comissão é ainda obrigação dos cristãos atuais. Se a ordem
está em vigor, o poder para cumprir a ordem ainda deve estar disponível. O Espírito
Santo foi enviado para estar conosco sempre. Por certo seus dons de poder serão
sempre concedidos aos que sinceramente confiam nele para obter essas capacitações
divinas. Os dons do Espírito são desejáveis para um ministério efetivo aos enfermos. 9
Os milagres internos: Ef 1.17-19; 3.16-20; Fp 3.10; Cl 1.11.
Os milagres externos: At 1.8;3.12; 4.7; 4.33; 6.8; 8.10; Mc 16.17-20; João 14.12-
20.
Alguns Milagres do Velho Testamento:
1. A divisão do mar vermelho (Ex 14.21-31).
2. A parada do Sol e da Lua (Js 10.12-14).
3. A farinha e o óleo não esgotaram ( 1Rs 17.8-16).
4. A descida de fogo no monte Carmelo ( 1Rs 18.17-39).
5. O regresso de 10 graus no relógio do sol (2Rs 20.8-11).
6. A divisão das águas do rio Jordão (2Rs 2.9-14).
Muitas curas parecem ser miraculosas. Qual a diferença, se houver alguma, entre
os dons de curar e o dom de operações de milagres? Já observamos que alguns milagres
nada têm que ver com a cura física. Há os crêem que os milagres devem ser
instantâneos embora a cura (mesmo a divina) pudesse tomar tempo para sua
completação.
OS DONS VERBAIS
PROFECIA (PROFETÉIA - προφητεία). A palavra hebraica “NABA”
significa fluir. Ela está definitivamente relacionada à
expressão “fonte” ou “nascente de água”, de maneira que a declaração profética
possa ser descrita como um jorrar. outra palavra para profecia é “deixar cair”,
palavra geralmente associada com chuva o orvalho. É um pronunciamento
sobrenatural num idioma conhecido. A profecia é o mais importante dos dons verbais
(1Co 14.5). A palavra hebraica que é traduzida “profetizar” significa “sair fluindo” e
transmite o pensamento de “borbulhar como uma fonte, gotejar, jorrar”. A palavra grega
- profeteia significa “falar em prol de alguém”. Significa falar em nome de Deus, ou ser
Seu porta-voz (Ex 7.1). A profecia é a própria voz de Cristo falando a Igreja. Assim
como oramos por alguém e é Deus quem cura, assim também quando alguém inspirado,
movido pelo Espírito Santo profetiza, não é o elemento humano quem está falando pelo
seu intelecto, mas é o Espírito Santo fornecendo-lhes as palavras.
11
http://www.igrejadafeapostolica.com/as-lnguas-estranhas-na-historia
A. Carlos G. Bentes Paá gina 28 2/10/2018
Os Quakers (1647-1650) e os Shakers (1774-1771). Cristãos organizados em
diferentes grupos, no Nordeste da América do Norte, região da Nova Inglaterra, cujos
integrantes eram considerados de fanáticos, rígidos, santarrões, extravagantes, os quais
foram nomeados “amigos” (os Quakers) e “tremedores” (os Shakers), de fato, recebiam
poder do Espírito Santo, falavam línguas estranhas e eram portadores de inúmeros dons
espirituais.
A afirmação da soberania de Deus significa isto: se Deus quiser fazer uma pessoa
falar num idioma que ela nunca aprendeu, ele pode e fará. É simples assim. Se ele faz
isso ou não é uma coisa, mas não deveria haver dúvida que é possível, mesmo hoje.
Jesus diz: “Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que
dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino
dos céus; mas todo aquele que praticar e ensinar estes mandamentos será chamado
grande no Reino dos céus” (Mateus 5.19). Deus me ordena: “Não matarás”. Se você
deseja promover uma doutrina que requeira de mim (Vicent Cheung) mudar isso para,
“sempre matarás”, então antes de eu ir para a matança, irei demandar que você produza
um mandamento bíblico direto que substitua o primeiro, ou um argumento bíblico
apoiando o novo mandamento ou obrigação que seja claro e perfeito, sem qualquer
A. Carlos G. Bentes Paá gina 31 2/10/2018
possibilidade de erro ou lugar para crítica. Se eu percebo sequer a mínima falha ou
fraqueza, irei permanecer com o que é claro e direto, isto é, “não matarás”.
Você pode dizer: “Tudo bem dizer que não devemos proibir falar em línguas, mas
devemos proibir a falsificação”. Como isso é relevante neste ponto? Se na tentativa de
se opor à falsificação, você se opõe a todas as alegações de falar em línguas como uma
questão de princípio, então você volta a desafiar o mandamento de Paulo novamente.
Se você admite que não devemos proibir falar em línguas, mas devemos julgar cada
caso por seu próprio mérito, eu concordaria contigo, mas então você não mais seria um
cessacionista.
Então, no curso do sermão, ele ofereceu cinco princípios que tinha derivado: A
igreja primitiva tinha 1) Uma mensagem transcendente, 2) Uma congregação
regenerada, 3) Uma perseverança resoluta, 4) Uma pureza evidente, e 5) Uma liderança
qualificada. Contudo, qualquer expositor honesto deveria ter adicionado, 6) Um
ministério de falar em línguas, curar coxos, ressuscitar mortos, expelir demônios,
destruir mentirosos, romper prisões, sacudir casas, amaldiçoar feiticeiros, ter visões,
predizer o futuro e realizar milagres. Todas essas coisas são registradas no Livro de
Atos, não são?
Eu vou lhe dizer qual é o padrão no Livro de Atos – é o padrão de não permitir
que a desonestidade e o preconceito obscureçam os ensinos claros da palavra de Deus.
Se nos forçássemos a ser caridosos sem justificação, poderíamos dizer que MacArthur
evitou a questão para economizar tempo de mencionar algo no qual ele não crê. Mas ele
violou, no mínimo superficialmente, seu próprio padrão de pregar a Palavra de Deus
como ela está escrita. É muito difícil, se não impossível, excusar alguém de mencionar
os milagres quando ele mesmo, com tanto zelo e indignação, repreende a igreja por
falhar em seguir o padrão no Livro de Atos.
Vocês dizem que têm o Espírito, mas quando os discípulos foram cheios com o
Espírito no Livro de Atos, houve tamanhas manifestações de poder que fizeram os
incrédulos tremer. Onde está o poder? É verdade que uma demonstração de poder
divino nem sempre equivale a milagres, mas existe alguma manifestação de poder entre
vocês? Qualquer uma que seja? Onde está a autoridade divina em sua pregação? Onde
está a sabedoria divina em seu conselho? Onde está a ousadia divina em suas ações?
Você tem seus métodos expositivos, seus diplomas de seminário, seus ensaios de
ordenação, e os livros deste ou daquele teólogo em sua biblioteca. Mas você não tem o
poder.
A alma e o corpo, sem o auxílio, não estão equipados com as faculdades que
possibilitam uma completa expressão do espírito humano. O espírito recém nascido
comunica-se com o Senhor através da língua (linguagem) recém nascida.
A linguagem que a nossa alma conhece e os pensamentos que a nossa mente
pensa colocam grandes restrições na livre expressão do nosso espírito. O nosso espírito,
com o Espírito Santo nele habitando, transcende a alma e sempre requer um outro meio
A. Carlos G. Bentes Paá gina 40 2/10/2018
de expressão, além daquele que a alma proporciona. É por isto que é de grande valor
que não limitemos as nossas orações e a nossa adoração ao que a mente compreende. É
uma vantagem ao invés de desvantagem que não saibamos o que estamos dizendo. Isto
faz com que as nossas capacidades mentais que são limitadas sejam ignoradas e nos
lança na esfera ilimitada do Espírito de Deus.
O orar-se em línguas é uma grande chave para o crente em seu caminhar no
Espírito. Este era um dos grandes segredos de Paulo (1Co 14.18). Enquanto o nosso
espírito não estiver fluindo na oração, a nossa vida de oração não está nem “a meio
caminho andado”. Temos que aprender a nos entregar e a orar no Espírito para que
tenhamos uma vida de oração eficaz e alegre.
Através de nossa perseverança em, profundamente, usarmos as línguas em nossas
vidas privadas, o Espírito Santo, continuamente transmite poder e energia a todo o
nosso ser. Através desta avenida, Deus pode dar-nos revelações e um estímulo às nossas
mentes, permear todo o nosso sistema emocional com o Seu Espírito, além de,
continuamente influenciar a nossa vontade afim de que vivamos numa obediência
absoluta a Ele.
Também desta avenida, a nossa saúde física pode ser libertada e emergir do
Espírito que concede vida, e que está dentro de nós, os nossos corações são reavivados
e os violentos ataques de doenças e enfermidades são impedidos.
É por isto que Paulo ao colocar restrições e controles com relação a línguas na
assembléia, fez exatamente o oposto referindo-se ao seu uso privado. Ele encorajou o
uso copioso de línguas.
É através deste meio que podemos rejuvenescer e reanimar ao nosso homem
interior por completo (Is 40.29-31).
NOTA: Um outro aspecto da nossa auto edificação através de línguas é visto
através de um exame cuidadoso de 1Co 14.5 o qual poderia, com toda validade, ser
interpretado assim: “Quisera que todos vós falásseis em línguas afim de que possais
profetizar...” (no grego, a construção destas sentenças pode expressar um propósito).
O falar em línguas, em outras palavras é, um degrau que nos conduz à
interpretação e à profecia. Este versículo não está mostrando um contraste entre duas
coisas, e sim referindo-se a uma progressão. O falar e cantar em línguas são a forma
mais fácil e menos complicada de aprender-se a profetizar.
Porque as línguas aparentemente atraem mais atenção e argumentação que os
outros dons?
1) Porque os oponentes fazem delas um ponto de discórdia. Isto força aos que
crêem em línguas a falarem sobre o assunto. Freqüentemente, temos a impressão de que
os pentecostais somente falam sobre isto, porque isto é tudo que eles perguntam.
Não é exatamente correto que digamos que o Espírito Santo fala em línguas. Ele
nos estimula e nós falamos em língua. Contudo, numa forma geral é apropriado que
13
BENETT, Denis e Rita. TRINDADE DO HOMEM. Editora VIDA, 1982, p. 80.
A. Carlos G. Bentes Paá gina 43 2/10/2018
Não há dúvida a respeito da existência da mente inconsciente, mas as opiniões
diferem quanto ao seu papel. Alguns acham que Deus entra na alma passando pelo
inconsciente. Outros dizem que o inconsciente é o espírito.
Não acreditamos ser esta a maneira correta de ver o inconsciente. Deus não entra
na personalidade por meio das profundezas do inconsciente, mas de uma direção
totalmente diversa. O espírito não é a mente inconsciente.
O inconsciente faz parte da alma. O espírito é uma área completamente diversa, e
é através do espírito que Deus chega a nós.
Diz o Dr. Thomas A. Harris a respeito da mente consciente e subconsciente: “As
provas parecem indicar que tudo que esteve em nossa consciência é gerado com
detalhes e armazenado no cérebro e pode ser reproduzido no presente”. Muitas
respostas do passado são reproduzidas no presente se alguém nos toca uma ferida
psicológica.
A mente subconsciente tem muitas recordações doloridas, “Longe dos olhos,
longe do coração” não é válido aqui. O que é bloqueado de nossa memória consciente
ainda influencia e dá colorido ao nosso pensar e ações a menos que seja curado.
Se uma ferida emocional é profunda demais, a pessoa não pode simplesmente
usar a inteligência e a força de vontade para resolver o problema. Os problemas do
subconsciente são involuntários.
O subconsciente motiva nossas ações como a propaganda subliminar pode, sem
que o percebemos, afetar o tipo de coisas que compramos.
As pessoas freqüentemente perguntam: “O falar em línguas vem do
subconsciente?” Não, não vem. Se viesse, teríamos uma jaula cheia de problemas todas
as vezes que falássemos em línguas, porque o subconsciente é um balaio de confusão.
O espírito recriado, onde Deus habita, é santo, logo, quando a pessoa ora nesse nível
mais profundo é edificada no espírito (1Co 14.4). Se viesse da parte subconsciente da
alma a pessoa seria edificada em um instante e no outro ficaria deprimida.
A vida de Deus está dentro de nós, devemos cooperar com Deus para que a sua
vida (zoe-zwh/) possa se manifestar em todas as facetas de nossa vida (Jo 12.24, 25).
O Espírito é a fonte de motivação; contudo, temos que obedecer e cooperar sem
esperarmos que Ele nos avassale e nos sobrepuje. Fazemos isto, estando totalmente
conscientes e com uma posse voluntária dos nossos sentidos.
14
ESTRADA, Juan Antonio. Para Compreender Como Surgiu a Igreja. 1ª ed. Saã o Paulo: Editora Paulinas, 2005, p. 322-
324.
A. Carlos G. Bentes Paá gina 46 2/10/2018
possuem. Os bispos tinham uma função de inspetor, vigia ou administrador; eram os
altos funcionários, que controlavam as cidades com funções diretivas.
Os ministérios surgem como “serviços”, porque os doze apóstolos não podem
atender a todas as necessidades da Igreja (At 6.1-7). Todos os ministérios são diaconias,
até o ministério apostólico (At 1.17,25). Paulo também emprega abundantemente o
conceito de diaconia para falar dos ministérios, incluindo também o dele mesmo (Rm
11.13; 12.7; 15.31; 1Co 12.5; 16.15; 2Co 4.1; 5.18; 6.3; 8.4), já que inicialmente o
termo não designava um cargo preciso, mas a índole servidora de cada cargo e função.15
ESTRUTURA ECLESIÁSTICA 16
Examinando as Escrituras Sagradas, encontramos duas estruturas que sustentam a
Igreja:
1. A estrutura funcional, composta de bispos, presbíteros, diáconos e
discípulos (1Tm 3.1-13; Tt 1.5-9).
2. A estrutura ministerial, composta de apóstolos, profetas, evangelistas,
pastores e mestres, e os demais dons espirituais (Ef 4.11; 1Co 12.28).
(a) Na estrutura funcional. A fim de poder exercer uma função na Igreja, todo
cristão deve preencher as qualificações exigidas pela Palavra de Deus:
O bispo – 1Tm 3.1-7
O presbítero – Tt 1.5-9
O diácono – 1Tm 3.8-13
O discípulo – Atos 2.42; 1Co 11.2
(b) Na estrutura ministerial. Não há qualquer texto bíblico definindo as
qualificações de apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, pois são dons
ministeriais. Então, a nossa convicção é que tais ministros devem viver de acordo com
os ensinamentos gerais expostos nas Sagradas Escrituras para todo o povo de Deus (Mt
5.48).
15
ESTRADA, Juan Antonio Op. Cit., p. 326.
16
MORENO, Joseá . O Caminho do Peregrino. 1ª ed. Belo Horizonte, MG: www.anglicanalivre.org,br, 2006, p. 56,57.
A. Carlos G. Bentes Paá gina 47 2/10/2018
De Mileto (Paulo) mandou a Éfeso chamar os presbíteros (presbuteron no
grego) da Igreja (At 20.17). A respeito desses idênticos homens, Paulo declara em v. 28:
sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos (ou superintendentes; no grego,
episkópous - ἐπισκόπους).
Paulo ainda instrui esses presbíteros, esses bispos, a pastorear (no grego, ποιµαίνω -
poimainō) a igreja de Deus. E a respeito desses mesmos homens que Paulo escreve
posteriormente em Efésios 4.11: E Ele mesmo concedeu uns... para pastores (ποιµήν
-poimen, no grego) com vistas ao aperfeiçoamento dos santos.
A estrutura funcional: o diácono 17
“Diácono”, em grego, significa: “aquele que serve”. Ele é um ministro ordenado
para auxiliar o presbítero e o bispo nas várias atividades da Igreja.
A Bíblia não define qual é a função do diácono. Isto ocorre, porque as
possibilidades de serviço na igreja são as mais diversas. Cada época, cada local e cada
situação apresentam necessidades específicas, pois a igreja é um organismo vivo, em
constante crescimento e transformação.
As qualificações pessoais exigidas de um diácono (1Tm 3.8-13), o treinamento
que recebe e a ordenação, fazem dele um auxiliar especializado. Essa condição lhe
permite exercer suas atividades em áreas importantes da obra de Deus, tais como ajudar
o presbítero a administrar o batismo e a eucaristia e, eventualmente, administrá-los,
quando convocado. Entre os deveres ministeriais do diácono, também estão dar
aconselhamento espiritual e pastorear o rebanho de Cristo.
A estrutura funcional: o presbítero 18
“Presbítero” (πρεσβύτερος), aparece três em grego nas epístolas pastorais (1Tm
5.17,19; e Tt 1.5,7), significa “homem maduro”. Transliterado do grego, πρεσβυ
significa “velho”; τερος, grau comparativo, significa “mais”. Etimologicamente,
presbíteros são “os mais velhos, mais maduros”. Sendo assim, a palavra presbítero tem
a ver com a idade e dignidade, exatamente como vemos em Israel 19. Ele é um ministro
ordenado com imposição de mãos (1Tm 4.14; Tt 1.6) para pastorear uma comunidade
local, como vigário do bispo, ou seja, seu representante. Ele administra a paróquia nos
seus aspectos terrenos, seculares (At 11.30) e, por causa do dom ministerial de pastor
(1Pe 5.1-4; Jo 21.15-17) e da comissão recebida do bispo, é também seu guia espiritual.
As qualificações pessoais exigidas de um presbítero podem ser vistas em Tt 1.5-
9.
O presbítero é um oficial da igreja que:
1. Dedica tempo integral na obra de Deus;
17
MORENO, José. O Caminho do Peregrino. 1ª ed. Belo Horizonte, MG: www.anglicanalivre.org,br, 2006, p. 57,58.
18
MORENO, José . Op. Cit., p. 58,59.
19
Os líderes da Sinagoga e na Igreja Primitiva, os quais eram consagrados no ofício, eram anciãos experientes, e por isso
eram chamados de presbíteros. Assim ao se fazer uso de tal termo, a ênfase recai na dignidade e experiência da pessoa.
A. Carlos G. Bentes Paá gina 48 2/10/2018
2. Tem autoridade para tomar decisões em nível paroquial;
3. Pode ministrar a palavra de Deus, ensinando e pregando.
20
Diocese. [Do gr. dioíkesis, pelo lat. diocese.] Substantivo feminino. Circunscrição territorial sujeita à administração.
21
MORENO, José . Op. Cit., p. 59,60.
A. Carlos G. Bentes Paá gina 49 2/10/2018
apóstolo (Pedro) e certamente o fez investido da autoridade “daquele que olha de cima”
(o bispo) – Gl 2.11-14.
O bispo é o pastor principal da diocese e como tal a pastoreia (At 20.28).
Tradicionalmente, ele tem atuado como pastor de pastores (os presbíteros e os
diáconos), tornando-se um conselheiro para eles e um pai espiritual, exercendo
autoridade e disciplina no que se refere às suas vidas e ministérios.
Em algumas formas de cristianismo, uma Diocese (do grego antigo διοίκησις,
dióikessis, pelo latim dioecēsis) é uma unidade territorial administrada por um bispo. É
também referida como um bispado, Área Episcopal ou Sede episcopal (como na Igreja
Metodista). A diocese é a unidade geográfica mais importante da organização territorial
da Igreja. Na Igreja Católica e Comunhão Anglicana, uma importante diocese é
chamado de uma Arquidiocese (geralmente devido à sua dimensão ou importância
histórica), que é governada por um arcebispo, que podem ter autoridade metropolitana
sobre outras dioceses. No catolicismo romano, o Papa cria as dioceses em todo o
mundo e escolhe os seus bispos.
Dicas para o seu ministério
1. Sempre que houver uma atividade especial na sua Igreja (e em outras
ocasiões também), convide seus parentes e amigos para participar.
2. Abra a sua casa, convidando seus vizinhos para um bate-papo, um cafezinho.
A sua casa pode também abrigar um grupo de vida.
3. Participe dos programas escolares do seu bairro e influencie professores, pais
e alunos.
4. Procure conviver com parentes e amigos, indo ao cinema com eles ou a um
jogo de futebol.
5. Tenha sempre à mão folhetos evangelísticos e aproveite todas as
oportunidades para distribuí-los.
6. Memorize Lc 19.10 e faça uma lista com os nomes de pessoas perdidas e ore
para que Deus lhe dê oportunidades e estratégias para ganhá-las para Cristo.
7. Leia Mt 25.31-46 e procure envolver-se pelo menos mensalmente nas
atividades citadas por Jesus ali.
8. Leia livros sobre evangelismo e missões e faça cursos na área.
9. Receba e hospede em sua casa missionários e evangelistas.
10. Pense também em missões: ore pelos países das marcas de roupas que você
usa; mantenha correspondência (internet ou correio) com algum missionário
no Brasil ou no exterior; assista aos noticiários e ore pelos países citados nas
reportagens.
11. Procure saber a situação das igrejas ao redor do mundo.
12. Procure conhecer a vontade de Deus: ele quer que você o sirva como
missionário em algum lugar do Brasil ou do mundo?
DIVERSIDADE DE MINISTÉRIOS
Os dons ministeriais são indivíduos com um ou mais ministérios específicos,
dados à igreja (1Co 12.18-30; Ef 4.11). Ministérios são oportunidades para o serviço
cristão (diakonia) que estão abertas para nós para o exercício de nossa motivação
básica.
Estes ministérios foram dados por Deus, e são todos necessários para que os
propósitos de Deus sejam cumpridos na Terra. Um dos cinco não é suficiente.
Precisamos de tudo que Deus tem providenciado. O desejo de Cristo é ter uma Igreja
Gloriosa, sem mácula nem ruga (Ef 5.17), e Ele providenciou o ministério quíntuplo
para este plano soberano em Seu povo - até que todos cheguemos à unidade da Fé (Ef
4.13). Enquanto este objetivo não for atingido, enquanto não chegarmos à perfeita
varonilidade, podemos esperar que estes ministérios sejam importantes e funcionem na
Igreja de Jesus Cristo. Eles não foram dados apenas para uma época apostólica em
A. Carlos G. Bentes Paá gina 51 2/10/2018
particular, mas foram dados à Igreja, até o tempo em que a Igreja chegue à medida da
estatura da Plenitude de Cristo (Ef 4.13).
A finalidade dos dons ministeriais é o aperfeiçoamento dos santos para a obra do
ministério.
1. O Evangelista tem a função de treinar os santos para evangelizarem. A
maioria dos crentes não evangelizam porque nunca foram treinados.
2. O pastor tem a função de treinar os santos para pastorearem, treinar os santos
a consolidarem os novos convertidos na fé.
3. O mestre tem a função de treinar os santos a ensinarem aos novos
convertidos.
4. O profeta tem a função de ensinar os santos a profetizarem, e o propósito da
profecia é edificar, exortar e consolar.
5. A função do apóstolo é enviar os santos.
Os pilares da igreja em células: Ganhar, consolidar, treinar, edificar e enviar.
Vejam as relaçoã es dos cinco ministeá rios com os cinco pilares da igreja em ceá lula:
Evangelista Pastor Mestre Profeta Apóstolo
Ganhar Consolidar Treinar Edificar Enviar
1. APÓSTOLO (ἀποστόλος).
A palavra significa literalmente “enviado”. Este ministério é mencionado muitas
vezes em todo o Novo Testamento. De fato, há 79 referências a apóstolos. Existiram os
12 apóstolos que indubitavelmente possuem um lugar especial no Reino, pois estiveram
intimamente relacionados com o Senhor, tendo estado presentes à ceia de fundação da
Nova Aliança (Lc 22.14). Mas existiram também outros apóstolos que também
ministraram na época neotestamentária. Existiram homens com Andrônio e Júnias (Rm
16.7), Barnabé e Paulo (AT 14.14), Tito (2Co 8.23), e outros. Daniel Berg e Gunnar
Vigrem de certa forma foram apóstolos (Pioneiros das Assembléias de Deus no Brasil).
A ideia de apóstolo:
Há um primeiro ponto sobre o qual parece que se tenha conseguido certa
unanimidade: os textos dos sinóticos que falam de “os apóstolos” são redacionais e não
permitem afirmar que Jesus mesmo lhes tenha atribuído esse título. Tal título supõe o
testemunho sobre a ressurreição e Pentecostes [...]. De tudo isso se deduz que, histórica
e criticamente, “os apóstolos” e “os doze” não podem ser identificados pura e
simplesmente [...]. Lucas tende a identificar os apóstolos com os doze, tendência que
será confirmada pelo Apocalipse (Ap 21.14) e que parece ser testemunhada antes de
Lucas e no próprio Paulo (Gl 1.17), todavia sem que esse uso seja sistemático ou
exclusivo [...]. Mas em Paulo, e até uma vez nos Atos (At 14.4,14), o qualificativo
“apóstolo” é dado a outras pessoas além dos doze [...]. Se considerarmos a data
respectiva dos textos paulinos e lucanos, não parece que o título de apóstolo tenha sido
reservado, em um primeiro momento, aos doze, sendo estendido mais tarde a outros. É
bem mais provável que tenha ocorrido o contrário.22
22
ESTRADA, Juan Antonio. Para Compreender Como Surgiu a Igreja. 1ª ed. São Paulo: Editora Paulinas, 2005, p. 313-
314.
A. Carlos G. Bentes Paá gina 52 2/10/2018
Apóstolos de Fundação 23
Os apóstolos do Novo Testamento tinham um tipo singular de autoridade na
igreja primitiva: autoridade para falar e escrever palavras que eram “palavras de Deus”
em sentido absoluto. Não acreditar neles ou desobedecer a eles era o mesmo que não
crer em Deus e desobedecer a Deus. Os apóstolos, portanto, tinham autoridade para
escrever palavras que se tornaram palavras da Bíblia. Este fato por si só nos sugere que
havia algo de singular no ofício de apóstolo, e não esperaríamos que ele continuasse
hoje, porque atualmente ninguém pode acrescentar palavras à Bíblia e tê-las na conta
de palavras de Deus ou como parte das Escrituras.
O próprio Novo Testamento possui três versículos nos quais a palavra apóstolo
(gr. apóstolos - ἀποστόλος) é usada em um sentido amplo, não para se referir a qualquer
ofício específico na igreja, mas simplesmente com o sentido de “mensageiro”. Em
Filipenses 2.25, Paulo chama Epafrodito “vosso mensageiro (apóstolos) e vosso
auxiliar nas minhas necessidades”; em 2Co 8.23, Paulo refere-se àqueles que
acompanharam a oferta que ele estava levando para Jerusalém como “mensageiros
[apostoloi] das igrejas”; e em João 13.16, Jesus diz: “...nem é o enviado [apóstolos]
maior do que aquele que o enviou”.
Mas há outro sentido para a palavra apóstolo. Com freqüência muito maior no
Novo Testamento refere-se a um ofício especial, “apóstolo de Jesus Cristo”. Nesse
sentido estrito do termo, não há mais apóstolos hoje, e não devemos esperar mais
nenhum apóstolo. A razão disso baseia-se no que o Novo Testamento diz sobre as
qualificações de um apóstolo e sobre quem foram eles.
23
GRÚDEM, Wayne. Teologia Sistemaá tica. 1ª ed. Saã o Paulo: Editora Vida Nova, 1999, p. 760—764.
A. Carlos G. Bentes Paá gina 53 2/10/2018
a. As qualificações de um apóstolo. As duas qualificações de um apóstolo eram:
(1) ter visto Jesus Cristo após a ressurreição (ser testemunha ocular da ressurreição)
e (2) ter sido especificamente comissionado por Cristo como seu apóstolo.
O fato de que um apóstolo tinha de ter visto o Senhor ressurreto é indicado
em Atos 1.22, onde Pedro diz que o substituto de Judas deve “se tornar
testemunha conosco de sua ressurreição”. Além disso foi “aos apóstolos que
escolhera” que “depois de ter padecido se apresentou vivo, com muitas provas
incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias” (At 1.2-3; cf. 4.33).
b. Quem eram os apóstolos? O grupo inicial contava com doze – os onze
discípulos originais que continuaram após a morte de Judas, e Matias, que o substituiu:
“E os lançaram em sortes, vindo a sorte a recair sobre Matias, sendo-lhe então votado
lugar com os onze apóstolos” (At 1.26). Tão importante era esse grupo original de doze
apóstolos, os membros fundadores do ofício apostólico, que lemos que seus nomes
estão escritos nos fundamentos da cidade celestial, a nova Jerusalém: “A muralha da
cidade tinha doze fundamentos, e estavam sobre estes os doze nomes dos doze
apóstolos do Cordeiro” (Ap 21.14).
c. Resumo. A palavra apóstolo pode ser usada em um sentido amplo ou restrito.
Em sentido amplo ela significa “mensageiro” ou “missionário pioneiro”. Mas em
sentido restrito, que é o mais comum no Novo Testamento, refere-se a um ofício
específico, “apóstolo de Jesus Cristo”. Esses apóstolos tinham autoridade única para
fundar e liderar a igreja primitiva e podiam falar e escrever a palavra de Deus. Muitas
de suas palavras escritas tornaram-se as Escrituras do Novo Testamento.
Os doze primeiros apóstolos lançaram o fundamento da igreja como os primeiros
pioneiros e pregadores do Evangelho. Além disso, lançaram o fundamento da Igreja ao
receberem o Espírito Santo.
O ministério do apóstolo parece ser lançar o alicerce de igrejas locais (Ef 2.20).
Ao fazê-lo, eles estabelecem novas assembléias que já estavam estabelecidas, mas
precisavam ser melhor alicerçadas.
O apóstolo tem o equipamento sobrenatural chamado “governo” (1Co 12.28).
O missionário que é realmente chamado por Deus e enviado pelo Espírito Santo é
um apóstolo.
O Novo Testamento nunca menciona os missionários mas, o cargo de missionário
não deixa de ser importante. Está incluído aqui no ministério de apóstolo.
O apóstolo terá a capacidade dada por Deus de todos os Dons Ministeriais:
Fará o trabalho do Evangelista. Levará as pessoas à salvação.
Fará a obra do Mestre. Ensinará as pessoas e os firmará na Fé.
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http://www.anglicanalivre.org.br. +José Moreno, um bispo e apóstolo anglicano.
A. Carlos G. Bentes Paá gina 55 2/10/2018
Quando uma pessoa tem ideias preconcebidas nenhum argumento é suficiente
para convencê-la do contrário. Isto é particularmente verdade no campo da religião;
mesmo diante de evidências irrefutáveis, ela não arreda o pé. É como Chicó, de Auto
da Compadecida: “Não sei; só sei que é assim”.
Algo semelhante ocorre com o ministério de apóstolo. Enquanto proliferam por
aí muitos autodenominados apóstolos, brotam mestres ensinando que este ministério
teria cessado no “tempo dos apóstolos”, quer dizer, quando o último dos Doze morreu.
Entre aqueles e estes, há uma relação de equivalência complexa, fenômeno linguístico
que ocorre quando dois eventos distintos, não ligados entre si, são apresentados como
tendo o mesmo significado, como sendo equivalentes. Assim, o fato de existirem falsos
apóstolos implicaria em que não temos os verdadeiros. Será?
O apóstolo Paulo teve problemas nesta área. Parece que houve quem duvidasse
do seu apostolado. E então ele escreveu aos coríntios: “Se eu não sou apóstolo para os
outros, ao menos o sou para vocês; porque vocês são o selo do meu apostolado no
Senhor” (1Co 9.2) e: “Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vocês
com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas” (2Co 12.12).
“Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.
Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens. Ora,
isto — ele subiu — que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas
da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus,
para tornar tudo pleno. E ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas,
outros para evangelistas, outros para pastores e mestres” (Ef 4.7-11).
É difícil aceitar a tese cessacionista, pois Deus faz o que ele é, e o que ele é ele
faz. Milagres e outras manifestações sobrenaturais não são apenas realizados por Deus,
mas fazem parte da natureza mesma de Deus. Negar a operação dos dons espirituais é o
mesmo que afirmar que o Espírito eterno concluiu sua ação na igreja. Mas se ele é
Deus, e é eterno ― ele é! ― então suas operações acontecem normalmente, pois
integram a essência divina. Onde Deus está o sobrenatural acontece normalmente.
Se houvesse um texto bíblico afirmando a cessação dos dons, é claro que não
teríamos o que discutir. Não há. O cessacionismo é basicamente uma reação aos
exageros do montanismo do século II e do pentecostalismo dos séculos XIX ao XXI.
Vejamos este texto mais de perto: Deus ainda quer “o aperfeiçoamento dos
santos”; a “obra do ministério” ainda está por fazer; o corpo de Cristo ainda precisa ser
edificado; a unidade da fé ainda é um alvo a ser atingido pela igreja; o “conhecimento
do Filho de Deus” não está completo (ainda é atual a exortação do profeta:
“Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor” – Os 6.3); não chegamos nem
perto da estatura de Cristo, o homem perfeito; a bem da verdade, talvez nunca tenha
havido tanta meninice e inconstância como agora; quanto vento de doutrina tem levado
os crentes de um lado para outro; quantos homens astutos e fraudulentos têm enganado
os incautos!
Uma igreja assim estaria morta, destruída, de tal modo que não poderia ser
restaurada. Uma igreja assim precisaria confiar nos dotes intelectuais de seus líderes,
nos diplomas universitários, na capacidade humana, a qual já demonstrou não ser muito
chegada às coisas de Deus.
O argumento de que para alguém ser um apóstolo é necessário ter visto Jesus
pessoalmente provém de uma interpretação equivocada da oração feita para a
substituição de Judas Iscariotes: “É necessário, pois, que dos homens que conviveram
conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus esteve entre nós, começando desde o
batismo de João até o dia em que dentre nós foi recebido nas alturas, um deles se faça
conosco testemunha da sua ressurreição” (At 1.21-22).
A escolha de Matias foi para completar os Doze, cujos nomes estarão inscritos na
nova Jerusalém juntos com os doze patriarcas do Antigo Testamento. A intenção era
que Matias fosse testemunha da ressurreição de Cristo, pois este era o tema da pregação
deles. Mas em nenhum lugar no Novo Testamento se lê que ser testemunha ocular da
ressurreição era condição para outros exercerem o apostolado.
Paulo, que não era dos Doze e que não viu Jesus em carne, mas em uma teofania
na estrada de Damasco, e que era apóstolo, ensinou que todo cristão deve ter uma
experiência com a ressurreição e com as aflições de Cristo (Fp 3.10). Esta é,
necessariamente, uma experiência mística e acessível a todos os que são habitação do
Espírito Santo.
Epafrodito era apóstolo (Fp 2.25). O termo “enviado” nas Bíblias em português é
traduzido do grego ἀπόστολον, apóstolo. Não sei o motivo por que se traduz assim em
nossa língua. A Vulgata Latina grafa: apostolum, não misit, enviado.
Do mesmo modo, Paulo cita alguns irmãos que eram “apóstolos das igrejas e
glória de Cristo” (2Co 8.23). No grego se lê: ἀπόστολοι, na Vulgata: apostoli; mas nas
nossas traduções em português encontramos: “enviados”, “mensageiros”,
“embaixadores”, “representantes”. Também não sei por quê.
Muitos supõem que o profeta não faz nada a não ser profetizar. Mas o principal
ministério do profeta é PREGAR e ENSINAR a Palavra de Deus.
João Batista era um grande profeta, todavia não há nenhum registro de nenhuma
profecia a não ser que após ele viria o Messias. Mas João pregou a mensagem do
Reino.
Aconselho os irmãos a lerem os livros: “Compreendendo a UNÇÃO”; “ELE
concedeu Dons aos Homens”; “Os Dons do Ministério” de Kenneth Hagin.
Um pequeno exemplo: “Um dia na congregação da Assembleia de Deus em
Manaus no bairro chamado São Jorge, estava pregando uma mensagem e no meio
desta, uma jovem entrou no templo, e neste momento me veio uma palavra de
conhecimento - O Espírito Santo revelou-me que aquela moça pretendia dar fim a sua
vida. Passei então a narrar para aquela igreja local e para aquela jovem o que me vinha
ao meu espírito; ela veio chorando a frente e confirmou tudo aquilo que o Senhor
estava revelando.
3. EVANGELISTAS (EUANGUELISTÁS - εὐαγγελιστάς) - O vocábulo
aparece apenas três vezes no Novo Testamento (At 21.8; Ef 4.11; 2 Tm 4.5). Significa
aquele que leva o Evangelho, que prega o Evangelho, e, literalmente “mensageiro de
boas novas”. É-nos mostrada a necessidade de evangelistas na obra de aperfeiçoamento
da Igreja (Ef 4.11); Paulo instrui Timóteo, que na realidade era um apóstolo para fazer a
obra de um evangelista (2 Tm 4.5); mas se desejamos saber qual é o trabalho de um
evangelista, precisamos estudar o ministério de Felipe, o evangelista (At 21.8; 8.1-
13,26-40).
Todos estes ministérios são susceptíveis de abusos por parte dos homens. Há
falsos apóstolos que se autonomeiam, explorando o povo de Deus (2Co 11.11-15). Há
falsos profetas, que profetizam do seu próprio coração (At 13.6). Há falsos evangelistas
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que enganam o povo de Deus com métodos antibíblicos e engodos. Há falsos mestres
que introduzem “heresias” destruidoras (2Pe 2.1). Há falsos pastores que são
mercenários, e não amam as ovelhas, e tosquiam o povo de Deus (Ez 34.1). Por toda a
Bíblia há severas advertências contra esses tipos de coisas. Devemos rescindir os falsos
ministérios, todavia devemos tomar cuidado para não rejeitar os verdadeiros
ministérios.
Em 1Co 12.28-31 Paulo amplia a relação de Efésios capítulo 4:
“28E aqueles que Deus estabeleceu na Igreja são, em primeiro lugar, apóstolos;
em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, doutores ... Vêm, a seguir, os dons dos
milagres, das curas, da assistência, do governo e o de falar diversas línguas.
29Porventura, são todos apóstolos? Todos profetas? Todos doutores? Todos realizam
milagres? 30Todos têm o dom de curas? Todos falam línguas? Todos as interpretam?
A hierarquia dos carismas. Hino à caridade — 31Aspirai aos dons mais altos.
Aliás, passo a indicar-vos um caminho que ultrapassa a todos” (Bíblia Jerusalém).
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