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Poços de Caldas / MG
2015
Maquely Aparecida Vicente
Poços de Caldas / MG
2015
FICHA CATALOGRÁFICA
CDD 660.2842
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Alfenas pelo incentivo a realizar projetos cada vez mais
desafiadores.
Ao Profº Dr. Leandro Lodi, orientador, pela confiança, apoio, dedicação, incentivo e por todo
conhecimento e experiência transmitidos.
À Empresa Mossi & Ghisolfi S.p.A. (M&G) pela oportunidade concedida para a realização
deste projeto, especialmente ao Cesar Mariano e Laudarcy Vieira pela atenção e confiança no
projeto e também, aos operadores da empresa que nos auxiliaram nos testes realizados.
RESUMO
The generation of liquid, solid and gaseous waste from production processes is part of the
industrial routine of many companies. Such waste are called effluents, which must be treated
to reuse or release to the environment, reducing costs with its reuse and the impact generated
in nature. Within this concept, the company Mossi & Ghisolfi SpA (M & G) in Poços de
Caldas has a wastewater treatment for its plastics recycling process polyethylene terephthalate
(PET). This treatment is based on treating the liquid effluent from the washing of plastic
containers, and currently they use a Geotube to perform the containment of any residue
present in the liquid. In order to optimize the treatment in question, it was proposed as
objective of this work the planning and development of a conceptual and basic design. This
project focuses on the implementation of the techniques of unit operations such as steps grids
and sedimentation in order to retain the greatest amount of coarse solids and possible
sedimentary present in the effluent. By the test tube tests and tests with Geotube, it was
possible to propose and resize new steps to the effluent treatment system Recycler of M & G
Company. The results obtained in the development of this project has a 45.5% of efficiency
retention of sedimentary particles.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 8
1.1 OBJETIVO ........................................................................................................................ 9
1.1.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................................ 9
1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................................... 9
1.2 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 9
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 10
2.1 TRATAMENTO PRELIMINAR .................................................................................... 10
2.1.1 GRADEAMENTO ................................................................................................................ 10
2.1.2 PROJETO DE UM GRADEAMENTO ....................................................................................... 10
2.2 TRATAMENTO PRIMÁRIO ......................................................................................... 11
2.2.1 SEDIMENTAÇÃO ................................................................................................................ 11
2.2.2 PROJETO DE UM SEDIMENTADOR ...................................................................................... 12
2.3 GEOTUBE....................................................................................................................... 15
2.4 BLOCOS DRENANTES ................................................................................................. 16
3 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................... 17
3.1 TESTES DE SEDIMENTAÇÃO .................................................................................... 17
3.2 TESTES NO GEOTUBE ................................................................................................. 18
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 19
4.1 DESCRIÇÃO DO PROJETO .......................................................................................... 19
4.1.1 TRATAMENTO PRELIMINAR ............................................................................................... 20
4.1.2 TRATAMENTO PRIMÁRIO ................................................................................................... 20
4.2 BALANÇO DE MASSA ................................................................................................. 21
4.3 DIMENSIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS ......................................................... 23
4.3.1 GRADEAMENTO ................................................................................................................ 23
4.3.2 SEDIMENTADOR ................................................................................................................ 25
4.3.3 CAIXA DE DEPOSIÇÃO DE AREIA OU BLOCOS DRENANTES ................................................. 29
4.3.4 TUBULAÇÕES .................................................................................................................... 31
4.4 DESCRITIVO DO FUNCIONAMENTO DAS MALHAS DE CONTROLE ................ 31
4.4.1 MALHA DE CONTROLE DE VÁLVULAS ............................................................................... 31
4.4.2 MALHA DE CONTROLE DE BOMBAS ................................................................................... 32
4.5 ESPECIFICAÇÃO DO EFLUENTE, CLARIFICADO E DESCARTES ....................... 32
4.6 LISTA DE EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS ..................................................... 33
4.7 FLUXOGRAMA DE ENGENHARIA - P&ID ............................................................... 34
4.8 EFICIÊNCIA DO PROJETO........................................................................................... 35
4.9 RELATÓRIO DE REVISÃO DE RISCOS DO PROCESSO (RRP) UTILIZANDO
WHAT IF .................................................................................................................................. 36
4.10 SUGESTÕES FUTURAS ............................................................................................... 37
5 CONCLUSÃO................................................................................................................ 38
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 39
8
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVO
1.2 JUSTIFICATIVA
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.1 Gradeamento
Existem vários modelos de grade, o que varia de acordo com o fabricante e com a
funcionalidade. Por exemplo, a grade curva com braços rotativos da empresa SIGMA, pode
ser usada como grosseira ou média e para canais com até 2,5 m de profundidade. Ao passo
que a grade mecanizada inclinada tipo gancho é utilizada como fina ou ultrafina para canais
com nível líquido alto (SIGMA, 2015).
Outro componente importante para o gradeamento consiste nas escovas, que são
acopladas à grade e tem como objetivo a desobstrução do canal de operação. A velocidade
com que estas escovas operam e a manutenção são pontos importantes para o bom
funcionamento do sistema (FRAJA; VISMARA; PASTORELLI, 1994).
2.2.1 Sedimentação
O liquido flui lentamente através do tanque fazendo com que os sólidos em suspensão
com densidade maior que do efluente se depositem gradualmente no fundo do tanque. Ao
final do processo, obtêm-se dois produtos: o líquido clarificado e um decantado, que consiste
na camada de sólido que se sedimenta, geralmente chamada de lodo, a qual pode ser então,
adensada no poço do tanque e enviada para adensadores (DEZOTTI, 2008).
(3)
14
onde a e b são valores encontrados de acordo com a curva de sedimentação. Assim, através
desta equação é possível isolar e determiná-lo, de acordo com a Equação 4.
( ) (4)
, (5)
(6)
(7)
, (8)
2.3 GEOTUBE
De acordo com a empresa Allonda (2007), Geotube é o nome dado a uma tecnologia
que visa à desidratação de lodos, sendo utilizada para a separação sólido-liquido em diversos
casos. O processo se dá em três etapas, sendo a primeira o bombeamento, onde o efluente
líquido com sólidos suspensos é direcionado para o Geotube sendo então floculado. Em
seguida, ocorre a fase de desidratação, em que os sólidos contidos no efluente ficam presos
nos poros do Geotube, tendo como produto de saída um líquido clarificado. E por último,
ocorre a consolidação, em que os sólidos vão se depositando no interior do Geotube.
16
Esse tipo de tecnologia pode ser aplicado em grandes e pequenos projetos, tendo como
vantagem ser de fácil manuseio, pois dispensa engrenagens ou prensas para seu
funcionamento e apresenta fácil implantação. E é o tipo de tecnologia empregada no processo
da empresa M&G.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Também, foram obtidas as massas dos sólidos que sedimentaram na base da proveta
em cada um dos testes, com auxílio de uma balança analítica, filtrando o lodo resultante do
experimento com um auxílio de uma manta de filtração. Os dados obtidos estão de acordo
com a Tabela 1, a seguir.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Partindo do objetivo deste projeto, o qual se refere a propor uma otimização para o
tratamento de efluente da Recicladora da empresa M&G, levou-se em consideração a água de
lavagem das garrafas PET no início do processo. Para facilitar o entendimento e construção
do processo, é mostrado no diagrama de blocos da Figura 4, as etapas que compõem o
processo de tratamento de efluentes hoje na Recicladora da empresa M&G, partindo do
efluente gerado nas lavagens das garrafas PET até chegar ao tratamento biológico.
100,00% 94,04%
5,96%
Admitindo a vazão de 3,5m³/h, sendo a vazão média apresentada pela recicladora, foi
possível realizar o balanço de massa para um sistema contínuo nas etapas de sedimentação e
retenção de areia em kg/h, considerando uma porcentagem em volume e massa de lodo na
alimentação do efluente de 18,8% e 18,4%, respectivamente. Os balanços parcial e global são
mostrados na Figura 7.
100,00% 94,04%
5,96%
4.3.1 Gradeamento
ANTES
Entrada de
efluentes
DEPOIS
Entrada de
efluentes
4.3.2 Sedimentador
Com os dados dos ensaios de proveta também foi possível plotar os gráficos da altura
da interface, z, pelo tempo, t, e obter as curvas de sedimentação referentes aos ensaios que
apresentaram maior e menor concentração e também, a concentração média de partículas
sedimentáveis. Conforme mostram Figuras 10, 11 e 12.
26
25
Z versus t
Menor concentração de partículas
20
Altura da interface, z (cm)
15
10
0
0 5 10 15 20 25 30
Tempo (min)
Figura 10 - Gráfico da altura, z, em função do tempo, t, para a menor concentração de partículas.
Z versus t
30 Maior concentração de partículas
Altura da interface, z (cm)
25
20
15
10
0
0 5 10 15 20 25 30
Tempo (min)
Z versus t
25 Concentração de partículas média
Altura da interface, z (cm) 20
15
10
0
0 5 10 15 20 25 30
Tempo (min)
6
Vazão versus Área
5
4
Área, A (m²)
3 Menor concentração
2 Maior concentração
Concentração média
1
0
0 1 2 3 4 5 6 7
Vazão, Q (m³/h)
2,75
2,55 Vazão versus Diâmetro
2,35
2,15
Diâmetro, D (m)
1,95
1,75
1,55 Menor concentração
1,35 Maior concentração
1,15
Concentração média
0,95
0,75
0 1 2 3 4 5 6 7
Vazão, Q (m³/h)
D versus H - H1 = 0,75
1,1
Altura, H (m)
1
Maior concentração
Concentração média
0,8
0,5 1 1,5 2 2,5 3
Diâmetro, D (m)
150
100
1 dia
50 5 dias
10 dias
0 15 dias
0 20 40 60 80 100 120
Q (m³/dia)
Figura 16 - Gráfico da área da caixa de areia em função da vazão do tanque de retenção de areia.
A caixa de coleta que acompanha a caixa de retenção de areia foi estimada de acordo
com a vazão de água que sai dos blocos drenantes, sendo esta 212,9 kg/h e, posteriormente,
retorna ao tanque sedimentador. Portanto, levando-se em conta essa vazão de água, tem-se
que a caixa de coleta terá 2,25 m³ de volume, sendo 2,25 m² de área e 1m de altura.
31
4.3.4 Tubulações
O sistema será composto por uma bomba centrífuga, por uma pneumática, a primeira
localizada em paralelo ao sedimentador com a finalidade de bombear o efluente para o
Geotube. A segunda bomba estará localizada após a caixa de descarte e bombeará o efluente
residual dos blocos drenantes novamente para o sedimentador, a fim de sedimentar a maior
quantidade de sólidos possíveis para serem tratados pelos blocos drenantes, destinando apenas
o líquido clarificado para o Geotube, otimizando, assim, sua vida útil. As bombas utilizadas
são as já instaladas no processo da fábrica, com a mesma função. Porém, o líquido bombeado
por elas seria mais clarificado, reduzindo a possibilidade de entupimento e corrosão. Como a
operação já está treinada a trabalhar no manual, considera-se que o controle, portanto, será
manual.
Após definir todos os equipamentos para compor o projeto, foi possível construir o
Fluxograma de Engenharia (P&ID), especificando os equipamentos, válvulas, instrumentos e
diâmetros das tubulações para as respectivas correntes, destacando em vermelho as etapas
propostas nesse projeto, como é mostrado na Figura 17. As demais etapas contidas no P&ID
já se encontram instaladas e em operação na empresa.
35
Através dos dados obtidos nos testes de proveta e do Geotube, obteve-se a eficiência
do projeto proposto. Primeiramente, foram coletados, no mesmo instante, duas amostras de
efluente na saída do gradeamento utilizado pela empresa. Com a primeira amostra, de 20L,
realizou-se o teste do Geotube, o qual reteve em uma hora de teste, 2200g de partículas
sólidas. Com a segunda amostra, 2L, realizou-se o teste de proveta, o qual reteve em 30
36
Entupimento da válvula do
Há uma tubulação de ladrão para a caixa de sedimentação
sedimentador
Manutenção na bomba de Há outra bomba em paralelo para ser acionada, caso ocorra
clarificado algum problema.
Fonte: Dos Autores (2015).
37
A fim de enriquecer esse projeto fazendo com que apresente um detalhamento maior
do processo, seria necessário realizar um estudo mais aprofundado da caracterização do
efluente, do processo e dos custos. Um dos testes propostos para a caracterização do efluente
e tipos de sólidos retidos pelo Geotube seria realizar testes com o mini Geotube utilizando
apenas o efluente clarificado, resultante de um processo de sedimentação. Assim, seria
possível analisar o tipo de sólidos retidos por sedimentação e o tipo de sólidos retidos pelo
Geotube e assim, encontrar qual seria o aumento da vida útil do Geotube, comprovando a
viabilidade técnica do sistema.
Para comprovar a eficiência do processo levando-se em consideração a viabilidade
econômica, seria necessária uma avaliação dos custos para implantação das novas etapas
propostas neste processo e também, estimar o retorno financeiro do investimento inicial e
custos operacionais para esse novo sistema de tratamento de efluentes na Recicladora da
empresa M&G.
38
5 CONCLUSÃO
A partir dos dados obtidos nos testes pode-se observar que a etapa de sedimentação se
mostrou ser eficiente para o cenário em questão, apresentando boa sedimentação das
partículas sólidas presentes no efluente, em que 45,5 % dessas partículas que seriam
destinadas para o Geotube, ficarão retidas no tanque de sedimentação. Também, foi possível
dimensionar o tanque sedimentador, a caixa de retenção de areia construída de blocos
drenantes, a caixa de coleta da água filtrada pelos blocos e também, a caixa de coleta do
clarificado que sai do sedimentador. O sistema de gradeamento mostrou-se eficiente de
acordo com a demanda da produção, no entanto, essa eficiência pode ser aumentada com a
modificação do layout da grade desse sistema.
REFERÊNCIAS
GOMES, José Lázaro. Catálogo de pojetos Ecosan. Santo André: Ecosan, 2013.
FRAJA, E.; VISMARA, R.; PASTORELLI, G. Tecnologie depuravite dei piccoli impianti
di depurazione. Quaderni Ingegneria Ambientale nº19. 1994a.
VISMARA, R.; BUTELLI, P.; COMOLLI, P.:La regolazione dei processi biologici per
impianti a fanghi attivi. Quaderni Ingegneria Ambientale nº13. 1991.