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Sífilis Dermatologia

Aspectos Gerais
 Agente etiológico: Treponema pallidum
 Adquirida, via de regra, por contato sexual
 Pode acometer qualquer órgão
 É doença de notificação compulsória

Epidemiologia:
 87.593 casos de sífilis adquirida
 37.436 casos de sífilis em gestantes
 20.474 casos de sífilis congênita - entre eles, 185 óbitos - no Brasil
 A maior proporção dos casos foi notificada na região Sudeste
 O Brasil vive um período de aumento dos casos de sífilis nos últimos anos
 42,5 casos por 100 mil habitantes em 2016
 Em comparação com o ano de 2015, observou-se um aumento de 14,7% na taxa de
detecção em gestantes, acompanhado do aumento de 4,7% na incidência de sífilis
congênita e do aumento de 26,8% na incidência de sífilis adquirida.

Fisiopatogenia:
Tamara Bueno T97

 Parasita exclusivamente humano e intracelular obrigatório


 DST
 Transfusão sanguínea direta ou indireta
 Transmissão vertical – sífilis congênita

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Sífilis Primária

Período de incubação: 3- 90 dias;

 Ocorre no local da inoculação – no homem, local de maior incidência é na transição da


pele do prepúcio, cabeça e corpo do pênis
 Úlcera de base infiltrada (cancro duro), indolor e de fundo “limpo”;
 Lesões são ricas em espiroquetas - significado prático: é contagiosa e podemos raspar
a lesão para identificar a espiroqueta e diagnosticar
Classicamente, utiliza-se microscopia de campo escuro para identificar a
espiroqueta. Como aqui não temos este microscópio, faz-se imunohistoquímica do
raspado.
 Adenopatia 1-2 semanas;
 Regressão de 2-8 semanas - de forma espontânea. O fato de não ter mais a ferida não
significa que não tem mais a doença, a cura foi local, mas ocorre sistematização da
doença
 Lesão altamente contagiosa – pode estar localizada extragenitalmente
o Cancro Decaptado - não aparece o cancro ou passa despercebido – a chance de
uma mulher ter um cancro e não saber é bem razoável, pq o cancro é indolor
o Cancro misto de Rollet - sífilis primária e cancro mole
o Cancro Redux - quando aparece úlcera da sífilis terciária em local do cancro
primário
o Cancro Pseudoredux - quando aparece úlcera da sífilis terciária, mas não teve
cancro primário naquele local

Diagnóstico:
 Padrão Ouro: microscopia de campo escuro
 IHQ do raspado da lesão
 Imunofluorescência;
 PCR;
 Impregnação pela prata.
Tamara Bueno T97

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Sífilis secundária

 Erupção cutânea generalizada e simétrica


 Não pruriginosa
 Febre baixa, linfoadenomegalia e cefaleia
 2-12 semanas após a fase primária
 Disseminação por vários órgãos
 Sorologia geralmente positiva
 Doença causada por anticorpos circulantes
 Depósito de Imunocomplexos
 Disseminação dos treponemas;
 Sintomas decorrentes da resposta do hospedeiro;
 Patologia de imunocomplexos Patologia de
 Lesões: imunocomplexos
o Sifílides papulares Adenopatia Mialgia e
o Colarete de Biett: descamação artralgia
GNefrite Meningite
o Pápulas eritemato-infiltradas Perda ponderal Hepatite
o Lesões palmo-plantares Gastrite
o Placas mucosas Periostite
o Condiloma plano Iridociclite
o Alopécia em clareira

Sífilis + HIV
Tamara Bueno T97

 Maior
número de
lesões primárias;
 Secundarismo + Cancro duro

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 Quadro mais intenso;
 Acometimento neurológico precoce;
 Sífilis maligna precoce;
 Títulos mais elevados com maior demora para queda

Sífilis Terciária

 Granuloma tuberculoide;
 Goma sifilítica
 Hipersensibilidade celular exagerada
 Manifestações cardiovasculares
 Manifestações neurológicas

Diagnóstico:
 Testes não treponêmicos: VDRL, RPR
VDRL – Titulação é importante. A titulação que ajuda no diagnóstico: 1/16- as chances
de ser sífilis são altíssimas. Se for 1/8, fica difícil pq idosos, gestantes, estresse,LES,
trombofilia, podem ter VDRL aumentado.
 Treponêmicos: FTA-ABS, teste rápido

Sorologia
O efeito prozona pode ocorrer em 1% a 2% dos
pacientes, especialmente no estágio de sífilis recente
e durante a gravidez.
Tamara Bueno T97

Ocorre quando existe um excesso de anticorpo no


soro testado, dando o resultado negativo. Para
evitar que isso ocorra, deve-se proceder a diluição
da amostra testada, até 1:4 ou 1:8. A amostra

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reatora deve ser titulada até a diluição de ponto final (quando ficar não-reatora).

Tratamento:
 Sífilis primária, secundária e latente recente (menos de um ano de evolução):
o Penicilina G benzatina 2,4 milhões UI, IM, dose única (1,2 milhão UI em cada
glúteo).
 Sífilis latente tardia (mais de um ano de evolução) ou latente com duração ignorada
e sífilis terciária
o Penicilina G benzatina 2,4 milhões UI, IM, semanal, por 3 semanas. Dose total:
7,2 milhões UI, IM.

Alternativa:

o Sífilis primária, secundária e latente recente (com menos de um ano de


evolução):
 Doxiciclina 100 mg, VO, 2xdia, por 15 dias (exceto gestantes) OU
Ceftriaxonac 1 g, IV ou IM, 1xdia, por 8 a 10 dias para gestantes e não
gestantes.
o Sífilis latente tardia (com mais de um ano de evolução) ou latente com
duração ignorada e sífilis terciária
 Doxiciclina 100 mg, VO, 2xdia, por 30 dias (exceto gestantes) OU
Ceftriaxona 1g, IV ou IM, 1x/dia, por 8 a 10 dias para gestantes e não
gestantes.

Tratamento Neurossífilis:

o Penicilina G cristalina 18 a 24 milhões UI IV/dia por 10 a 14 dias.


o Penicilina G Procaína 2,4 milhões UI IM/dia por 14 dias.

Tamara Bueno T97

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